elevador em SC, agressão ocorreu no sábado (19), em
Florianópolis.
Câmera de segurança de prédio comercial registrou violência.
A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (24), o homem de 25 anos que tentou asfixiar a ex-namorada dentro de um elevador, em Florianópolis. De acordo com a assessoria de imprensa da polícia, a prisão ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. A agressão ocorreu no sábado (19), e foi flagrada por câmeras de segurança de um edifício comercial. O suspeito não tem antecedentes criminais, de acordo com a Polícia Civil. As imagens mostram o homem tentando asfixiar a vítima, sua ex-companheira, com o próprio cinto. A jovem agredida registrou a ocorrência na segunda-feira (21). O pedido de prisão preventiva, feito pela delegada Mônica Manganelli Coimbra Forcellini, responsável pelo caso, foi expedido, segundo a polícia, pelo Juiz da Vara da Violência Domiciliar. Ainda segundo a polícia, a vítima manteve um relacionamento com o rapaz por cerca de oito meses e havia terminado o relacionamento dois dias antes da agressão. Inconformado, ele teria procurado pela jovem em frente ao seu local de trabalho, na tentativa de reatar. A agressão ocorreu no elevador do prédio em que a vítima trabalha. Segundo denúncia da jovem à polícia, o rapaz só parou quando o elevador chegou ao térreo e uma funcionária pediu ajuda.
Análise microssociologica
Uma abordagem macro da violência domestica é fundamental para
percebermos que esta está dependente das instituições sociais que a acompanham e de que forma esta sugestionada pelo interior que a envolve. A distribuição desigual do poder e o posicionamento discriminatório da mulher na sociedade perpetua-se num lugar macro de reprodução. Um aspecto importante a ser ressaltado a partir dessas considerações é o caráter da sujeição da vontade alheia, resultando em alienação e subalternidade, implícitas na situação de violência, o que implica, necessariamente, a dimensão política do aviltamento dos direitos humanos. Ao prescrever para a mulher um papel passivo e submisso, a sociedade cria espaço para o exercício da imposição. A socialização tradicional impõe às mulheres que abdiquem de certas profissões, desejos, prazeres e que fiquem confinadas a certos ambientes. Isso, porém, não é entendido como violência, embora seja uma violência institucionalizada. A denúncia e a consciência desse tipo de violência só foi possível porque já existe uma prática contrária, ou seja, já se abriu espaço para a discordância, uma vez que o que era o reino privado de cada um passou a ser público e transformado em questão política. Revela- se o lado não-manifesto (reprimido) das situações cotidianas
Análise microssociologica
A maior parte das situações de violência tem lugar em relações
afetivas. Pela sua excelência, o espaço privado media as relações de violência, materializadas na divisão sexual do trabalho e subjetivamente asseguradas pela referência simbólica do lugar da mulher na família. Pela ordem patriarcal de gênero, cabe à mulher a preservação da família e dos vínculos afetivos, incluindo-se nestes os vínculos conjugais. Assim, em nome da indissolubilidade da família e da relação conjugal, tudo deve ser tolerado e preservado no campo da privacidade do lar. Por essas regras, “roupa suja se lava em casa”, “em briga de marido e mulher não se mete a colher” etc. Esse tipo de imaginário concorre para a resistência da mulher para tornar pública a violência que sofre, calada, muitas vezes reposta no dia-a-dia por motivos banais, na nobre tarefa de preservar a unidade familiar.