A agricultura orgânica pode ser

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ definida como um sistema de

Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento
produção que procura chegar o
mais próximo da natureza. Por
isso, exclui o uso de agrotóxicos,
fertilizantes solúveis, hormônios e
qualquer tipo de aditivo químico.
Devem ser sistemas
economicamente produtivos, com
AGRICULTURA eficiência na utilização de recursos
naturais, respeito ao trabalho, além
ORGÂNICA do reduzido uso de insumos
externos ao sistema. Os alimentos
produzidos precisam ser livres de
resíduos tóxicos, mesmo após o
processamento. A agricultura
orgânica reúne todos os modelos
Conheça não convencionais de agricultura
os principais biodinâmica, natural, biológica,
procedimentos permacultura ou agroecológica,
para uma produção para se contrapor ao modelo
convencional.
sustentável

Procedimentos
recomendados Restritos Proibidos
Referem-se a Práticas e Práticas e
práticas e produtos não produtos
produtos totalmente não
plenamente compatíveis com permiidos
aceitos em os princípios nos
agricultura orgânicos, programas
orgânica. devendo ser de
limitados a usos certificação
específicos,
como no caso do
período de
conversão

Informações: Dr. Moacir Roberto Darolt

Pesquisador do IAPAR – Pinhais/Curitiba – PR
darolt@iapar.br
 Atividades Procedimentos técnicos para produção vegetal em agricultura orgânica
Recomendados Restritos Proibidos
• Uso de implementos que não invertam a camada áravel e • Uso de implementos que • Queimadas sistemáticas;
não pulverizem o solo; invertam ou desestruturem o
solo, tais como arados, • Falta de planejamento (incluindo
• Cultivo mínimo e plantio direto (sem herbicidas); grades de disco e enxadas sistemas, práticas e técnicas)
rotativas para o manejo orgânico do solo;
• Cobertura morta e viva (evitar exposição do solo);
• Coberturas eventuais e • Desmatamento ou destruição da
• Adubação orgânica (esterco e compostos) e adubação controladas de restos de vegetação natural protetora de
verde; culturas, para controle de mananciais e beira de rios;
pragas, patógenos e ervas
MANEJO E • Manejo dos restos culturais e resteva, incorporando ou invasoras; • Utilização de materiais
CONSERVAÇÃO deixando a matéria orgânica na superfície; orgânicos com potencial
DO SOLO E DA • Uso de resíduos orgânicos poluente ou contaminante;
ÀGUA • Utilização de bosques como quebra vento; produzidos fora da
propriedade (desde que • Uso de implementos pesados
isentos de contaminantes e
• Máquinas e implementos agrícolas leves e médios que poluentes)
que destruam a estrutura do
evitem compactação do solo; Tração animal; solo;
• Propriedades submetidas a • Uso de águas contaminadas por
• Diversificação da exploração agrícola, rotação e eventuais poluições do solo e
consorciação de culturas; agrotóxicos, fertilizantes
água, desde que sejam solúveis, esgoto e resíduos
realizadas análises para industriais;
• Reflorestamentos e proteção de mananciais; verificar o nível de
contaminação;
• Propriedades distantes de fontes poluidoras de água, solo
e ar;

• Propriedades sem histórico de produtos químicos

persistentes no ambiente;

• Não há restrição à práticas de irrigação e drenagem, desde

que feitas corretamente e com água de boa qualidade;

• Espécies e variedades de plantas adaptadas às condições • Sementes e mudas

ambientais locais; provenientes de sistemas
convencionais, quando não
• Espécies rústicas e variedades resistentes à pragas e existirem outras fontes
MANEJO DA patógenos, e mais competitivas com as ervas; disponíveis;
CULTURA
• Sementes e mudas produzidas organicamente; • Tratamento de solo por
processos não químicos
(vapor d`água, etc)

• Esterco de animais, produzidos localmente ou de granjas • Esterco de propriedades não • Utilização de adubos químicos
orgânicas, preferentemente compostados com restos de orgânicas, requerendo de média e alta solubilidade e
vegetais, restos de culturas e restos de alimentos; compostagem obrigatória; concentraçãp;

• Chorume e estercos líquidos curtidos, procedentes de • Resíduos industriais, • Usos de agrotóxicos

estabelecimentos orgânicos, cinzas vegetais, agroindustriais e urbanos
biofertilizantes de biodigestores (desde que s/ tratamento isentos de potencial • Produtos com propriedades
químico); poluente; corretivas, fertilizantes ou
NUTRIÇÃO condicionadores do solo com
VEGETAL • Fosfatos naturais e semi-solubilizados, farinha de ossos, • Aplicação esporádica de agentes potencialmente
termofosfatos, escórias e outras fontes de baixa produtos de solubilidade e poluentes;
solubilidade; concentração médias,
principalmente nas lavouras • Esterco, restos vegetais ou
• Rochas minerais moídas como fonte de cálcio, magnésio, em implantação outro material contaminado por
fósforo, potássio e micronutrientes (sempre de baixa (superfosfato simples; fontes agrotóxico;
solubilidade); de microelementos;
inoculantes provenientes de
• Adubos verdes de leguminosas, gramíneas e outras microorganismos);
plantas;
 Atividades Procedimentos técnicos para produção vegetal em agricultura orgânica
Recomendados Restritos Proibidos
• Diversificação dos sistemas produtivos (evitar monocultura) • Pulverização à base de • Uso de qualquer agrotóxico e
enxofre simples; esterilizante de solo de natureza
• Observação das recomendações de manejo de solo e química;
água; • Uso de calda bordalesa,
calda sulfocálcica, calda • Uso de produtos inorgânicos
• Utilização de variedades adequadas à região e variedades viçosa, emulsões ou sintéticos à base de metais
resistentes; sementes e mudas isentas de pragas e soluções à base de óleo persistentes no ambiente
doenças; mineral, querosene e sabão; (mercúrio, chumbo, arsênio e
MANEJO DE outros);
PRAGAS E • Manejo da cultura, utilizando rotação, consorciação; cultivo • Extratos, caldas e soluções
DOENÇAS em faixas, plantio antecipado ou retardado; plantas de produtos vegetais como • Tratamento de sementes e
repelentes ou companheiras; preservação de refúgios piretro, nicotina, rotenona, mudas com agrotóxicos;
naturais (matas, capoeira, cerca viva, etc.) ; etc;
• Uso de organismos
• Manejo biológico de pragas por meio de técnicas que • Emprego de iscas geneticamente
permitam o aumento da população de inimigos naturais ou convencionais em forma de modificados/transgênicos;
a introdução dessa população reproduzida em laboratório; armadilha, desde que não
poluam o ambiente;
• Métodos físicos e mecânicos como o emprego de
armadilhas luminosas, barreiras e armadilhas mecânicas, • Uso de produtos naturais
coleta manual, adesivos, proteção da produção (ensacar bioestimulantes como
frutos) em campo e uso de processos físicos como som, aminoácidos, preparados
calor e frio; biodinâmicos, etc;

• Cultivo em casa de vegetação para plantas muito • Iscas formicidas (protegidas);

suscetíveis à pragas.

• Uso de práticas que coloquem as culturas à frente das • Uso de materiais de • Uso de herbicidas químicos,
invasoras; plantio na época recomendada; adubação cobertura inerte (plástico), derivados de petróleo e
verde, rotação e consorciação de culturas; evitar que não proporcione hormônios sintéticos;
ressemeadura de invasoras após colheita da cultura; contaminação ou poluição do
solo e água;
• Uso de cobertura morta, viva e plantas de efeito alelopático
(supressor de invasoras); • Arações e gradagens
MANEJO DE
sucessivas;
PLANTAS
INVASOSRAS
• Adoção de práticas mecânicas recomendadas (arações
superficiais, roçadas, capinas manuais, cultivador, etc.);

• Uso de sementes comprovadamente isentas de sementes

de invasoras;

• Controle biológico ou uso de produtos naturais;

• Colheita na época exata de maturação e sob condições • Uso de desinfetantes • Fumigantes sintéticos;
climáticas favoráveis; (hipoclorito sódio) para
vasilhames e instrumentos • Irradiações ionizantes;
• Secagem de alimentos e forragens em níveis adequados de manipulação;
de umidade; • Reguladores de crescimento;
• Uso de fungicidas à base de
• Limpeza e higiene absoluta dos depósitos, armazéns e enxofre e inseticidas • Inibidores de brotamento;
veículos de transporte; botânicos
COLHEITA, • Indutores de maturação artificial;
ARMAZENAMENTO, • Manutenção de alimentos perecíveis em baixa temperatura Inseticidas orgânicos e
TRANSPORTE E
COMERCIALIZAÇÃO no armazenamento, transporte e distribuição; inorgânicos; agentes de
coloração e substâncias
• Redução de organismos que causam podridão por químicas de preservação.
tratamentos térmicos (vapor d'água, etc);
Atividades Procedimentos técnicos para produção animal em agricultura orgânica
Recomendados Restritos Proibidos
• Uso de técnicas de manejo e • Fogo controlado para limpeza de • Monocultura de forrageiras;
conservação de solo e água; pastagem;
nutrição das pastagens de acordo • Queimadas regulares;
com as recomendações; controle • Pastoreio permanente sob
de pragas, doenças e invasoras condições satisfatórias; • Superlotação de pastos;
das pastagens de acordo com as
normas; • Estabelecimento de pastagem • Uso de agrotóxicos e adubação
em solos encharcados, rasos ou mineral de alta solubilidade nas
• Pastagens mistas de gramíneas, pedrogosos pastagens;
MANEJO leguminosas e outras plantas
(diversificação);
DE
• Pastoreio rotativo racional, com
PASTAGENS divisão de piquetes, manter solo
coberto, evitando pisoteio
excessivo;

• Rodízio de animais de exigências

e hábitos alimentares
diferenciados (bovinos, equinos,
ovinos, caprinos e aves);

• Raças de animais adaptadas à • Raças exóticas não adaptadas; • Estabulação permanente de

região; raças rústicas; aquisição
de matrizes de criadores
orgânicos; animais de fora devem
ficar em quarentena;
MANEJO DO • Instalações adequadas para o
conforto e saúde dos animais,
REBANHO fácil acesso à água, alimentos e
pastagens; espaço adequado à
E movimentação;
INSTALAÇÕES
• Número de animais por área não
deve afetar os padrões de
comportamento;
• Criações de preferência em
regime extensivo ou semi-
extensivos, com abrigos; No caso
das aves, deve haver espaço
para acesso à pastagem;
animais;
• Bezerros podem ser adquiridos
de convencionais até 30 dias • Confinamento e imobilização
(prazo variável de acordo com a prolongados;
certificadora);
• Instalações fora dos padrões;
• Aves de até 3 dias podem ser
adquiridas de qualquer • Manejo inadequando que leve
procedência; animais ao sofrimento, estresse e
alterações de comportamento;
• Inseminação artificial sob
controle;
• Separação dos bezerros por
barreiras

• Monta natural para reprodução; e

desmame natural;

• Auto-suficiência alimentar • Aquisição de alimentos não • Uso de aditivos estimulantes

orgânica; forragens frescas,
silagem ou fenação produzidas
na propriedade ou de fazendas
orgânicas;
NUTRIÇÃO
E • Aditivos naturais para ração e
silagem (algas, plantas
TRATAMENTO medicinais, aromáticas, soro de
leite, leveduras, cereais, outros
VETERINÁRIO farelos);
• Mineralização com sal marinho
orgânicos, equivalente a até 20%
do total de matéria seca para
animais monogástricos e 15%
para ruminantes
• Aditivos, óleos essenciais,
suplementos vitamínicos, de
aminoácidos e sais minerais (de
forma controlada);
• Agentes etiológicos dinamizados
(nosódios ou bioterápicos);
sintéticos; Promotores de
crescimento; Uréia; Restos de
abatedouros; aminoácidos
sintéticos;
• Transferência de embriões
• Descorna e outras mutilações
• Presença de animais
geneticamente modificados

• Suplementos vitamínicos (óleo de • Amochamento e castração;

fígado de peixe e levedura)

• Homeopatia, fitoterapia e
acupuntura;

• São obrigatórias as vacinas

estabelecidas por lei, e
recomendadas as vacinações
para as doenças mais comuns a
cada região.
 Mais informações:

Instituto Agronômico do Paraná

Pólo Regional de Pesquisa Agropecuária
Estrada da Graciosa s/n° - CaixaPostal 2301
80001-970 Pinhais - PR
Fone: (41) 865-6336 – Fax: (41) 865-6979
E-mail: pct@iapar.br

IAPAR – INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ

Rodovia Celso Garcia Cid, km 375
86047-902 Londrina-PR
Fone: 43 3376-2000 – Fax: 43 3376-2101
E-mail: iapar@iapar.br