DISCIPLINA DE GEOFÍSICA
Métodos Potenciais
GRAVIMETRIA
José Domingos Faraco Gallas
USOS DA GRAVIMETRIA
É um método de campo natural, empregado na prospecção de contrastes nas
densidades das rochas e que causam variações no campo gravitacional.
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Levantamentos Básicos
Cartas gravimétricas de um estado ou país
Apoio à Geotectônica
Tectônica global
Caracterização do embasamento
Entendimento da crosta
Exploração Mineral
Prospecção de cromita
Paleocanais, placers (Au, U, Sn)
Identificação de Estruturas
Follow-up detalhado de anomalias EM e Mag
DENSIDADE DE MINERAIS
A GRAVIDADE DA TERRA
Todos os materiais na Terra influenciam o valor da gravidade. No entanto, a
menor contribuição é a dos materiais da crosta (0,3% do valor de g). A maior
contribuição vem do manto e do núcleo.
Primeiros 5 Km (interesse de prospecção) – contribuição de 0,05%. As
variações de densidade das rochas nesta faixa produzem flutuações inferiores a
0,01% no valor de g (100 mGal).
As estruturas e corpos geológicos, objetivo da prospecção gravimétrica,
produzem oscilações em g da ordem de 0,001%. Na prospecção de petróleo, as
anomalias são da ordem de 10 mGal e na pesquisa mineral, raramente chegam a 5
mGal.
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g B ? g obs ? d gL ? dg FA ? dg B ? dg T
onde
gobs = valor lido
dgL = correção de latitude
dgFA = correção ar-livre
dgB = correção Bouguer
dgT = correção de terreno
Acrescente-se a estas a correção de deriva.
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ANOMALIA BOUGUER
Quando subtraímos das medidas gravimétricas um valor de referência e
aplicamos as correções, obtém-se o valor conhecido como Anomalia Bouguer, cujas
variações refletem variações laterais nas densidades dos materiais terrestres.
CORREÇÃO DE LATITUDE
Esta correção é função da latitude F e é feita da seguinte forma:
CORREÇÃO AR-LIVRE
Esta correção deve -se aos efeitos das variações de altitude dos pontos de
medida e é realizada como segue:
Corr. ar-livre = 0,03085 mGal/m
Esta correção é adicionada às leituras de campo quando a estação de medida
está acima do plano de referência e subtraída quando abaixo dele.
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CORREÇÃO BOUGUER
Trata -se de uma correção devida aos efeitos da massa presente entre duas
estações de medidas devido à diferença de altitude entre as mesmas.
Corr. Bouguer = 0,04188 d mGal/m
onde
d = densidade da massa a ser removida ou adicionada.
CORREÇÃO DE TERRENO
Refere-se às irregularidades do terreno nas vizinhanças das estações de
leitura, como vales e montanhas, que exercem atrações laterais.
É feita através de métodos gráficos e requer um bom mapeamento
topográfico da área. Divide-se a área vizinha em compartimentos e compara-se a
elevação média dos mesmos com a elevação da estação. A configuração mais
usada é de círculos concêntricos e linhas radiais, gerando setores cujas áreas
crescem com a distância do centro.
MAGNETOMETRIA
M ? kH
onde k é a susceptibilidade magnética do material.
A unidade de medida da intensidade magnética utilizada em geofísica é o
nano Tesla (nT), que é igual à unidade gama (?).
O campo magnético terrestre varia de 25.000 a 70.000 nT. A sensibilidade
dos magnetômetros, usual em trabalhos de campo é de 0,1 a 1nT.
Por isso, esta unidade é substituída pelo submúltiplo nanotesla (nT) ou gama,
equivalentes a 10-5 oersted.
Exemplos de intensidades magnéticas:
Campo magnético terrestre 25.000 – 70.000 nT
Formações ferríferas maciças Centenas a milhares de nT
Rochas magnéticas cristalinas Dezenas a centenas de nT
Camadas magnéticas em rochas sedimentares 0.2 – 10 nT
Ruído geológico em ambientes não magnéticos Menor que 0.2 nT
Sensibilidade magnetômetro de prótons 1 nT
LEVANTAMENTOS TERRESTRES
Os levantamentos de reconhecimento são realizados ao longo de estradas ou
margens de rios, com medidas a cada 500m ou alguns km. Em levantamentos de
detalhe, as medidas são feitas em malhas de detalhe, com medidas espaçAdas de
10 a 100 m.
Mede-se o campo total (magnetômetro de precessão nuclear) ou a
componente vertical do campo (magnetômetros fluxgate).
LEVANTAMENTOS AÉREOS
São realizados com aviões ou helicópteros. No caso de helicópteros, é
possível manter uma altitude constante e menor. Importante no caso de alvos de
pequenas dimensões.
Quando são usados aviões, a altitude de vôo média é de 150m, podendo
variar de 50 a 450 m. Os levantamentos são feitos em linhas de vôo paralelas
espaçadas de 200 a 2000 m. São feitas linhas de controle, tranversais ao
levantamento.
REDUÇÃO AO PÓLO
Mostra a anomalia como se fosse obtida no pólo.
RADIOMETRIA
USOS DA RADIOMETRIA
Prospecção dos contrastes radioativos de minerais ou rochas em função do
conteúdo em K, U e Th através das emissões de radiações ? , ? ou ?.
Pode ser aerotransportada ou terrestre, contagem total ou espectrométrica,
para os elementos K, U e Th.
Aplicação Direta – Prospecção de urânio
Aplicação Indireta – Prospecção de carvão, Minerais pesados, Fosfatos
Outras Aplicações
Diferenciações litológicas
- entre tipos de rochas ígneas/metamórficas
- entre rochas sedimentares
- entre sedimentares X ígneas metamóricas
Identificação de halos de elementos radioativos
- principalmente K, no entorno de minérios hidrotermais
A DESINTEGRAÇÃO NUCLEAR
- O nêutron parte -se em próto n e elétron: o próton permanece no núcleo e o
elétron é emitido.
- Radiação EM, representando o excesso de energia, é emitida pelo núcleo
excitado.
- Radiação ?
- Radiação a
- Radiação ß
a – barrada por uma folha de papel;
ß – barrada por alguns mm de alumínio;
? – barrada por uma 10cm de chumbo.
Em se tratando de solos ou rocha a penetração das radiações a e ß é quase
nula e a penetração de ? é da ordem 50 a 75cm.
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MINERAIS RADIOATIVOS
Minerais de Potássio
1) Feldspatos; ortoclásio e microclínio (KAlSi3O8)
2) Muscovita (H2KAlSiO4)3
3) Alunita (K 2Al6 (OH)12SO4 )
4) Silvita, Carnalita (KCl,MgCl2.6H2O)
Ocorrências:
1) Constituintes de rochas ígneas ácidas e pegmatitos;
2) Idem;
3) Alteração de vulcânicas ácidas;
4) Depósitos salinos em sedimentos.
Minerais de Tório
1) Monazita (ThO2 + Fosfatos de terras raras);
2) Torianita [(Th, U)O2 ];
3) Torita, Uranotorita (ThSiO4 + U)
Ocorrências:
1) Granitos, pegmatitos, gnaisses;
2) Granitos, pegmatitos, placers;
3) Idem.
Minerais de Urânio
1) Uraninita ( óxido de U, Pb, Ra + Th, terras raras);
2) Carnotita (K 20, 2UO3, V 2O5, 2H2 O);
3) Gumita (alteração da Uraninita).
Ocorrências:
1) Granitos, pegmatitos e em depósitos de veios de Ag, Pb, Cu, etc;
2) Arenitos;
3) Associação com Uraninita.
Pesquisa de U e Th
A presença do K40 pode ser um problema, devido à sua grande difusão em
rochas ricas em K, principalmente em pegmatitos. Cria-se um problema análogo à
presença de grafita na prospecção de sulfetos com os métodos geoelétricos.
A contagem ? total grosseira aplica-se a levantamentos regionais rápidos para
avaliação de potencialidades e mapeamento geológico preliminar.
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