5ª aula – 04/04/2009
APELAÇÃO
Também cabe quando tratar-se de decisão definitiva ou com força de definitiva, não impugnada
por Recurso em Sentido Estrito. (Artigo 593, II do CPP)
No caso específico do Tribunal do júri, por serem soberanas as suas decisões, ao se apelar,
não se pode requerer a reforma da sentença, mas sim que seja o apelante submetido a novo
julgamento ou que seja retificada a pena imposta (artigo 593, III, § 1º à 3º, do CPP).
Com o advento da Lei 11.689/08, o recurso de apelação passou a ser admitido também para
impugnar as decisões de impronúncia e de absolvição sumária (art. 416 do CPP – NR). São
decisões em que normalmente a acusação é quem recorre, a não ser que o juiz tenha imposto
medida de segurança em conjunto com a decisão, situação em que a defesa poderá se utilizar
dessa opção.
O recurso de apelação deve ser interposto no prazo de 5 dias (artigo 593, “caput” do CPP), e
as razões deverão ser apresentadas em 8 dias (artigo 600 do CPP).
De acordo com o §4º do artigo 600 do CPP, as razões do recurso de apelação podem ser
oferecidas diretamente à superior instância.
A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, ou seja, a sentença não poderá
ser executada até o trânsito em julgado, a fim de que não se ofenda o princípio da presunção
de inocência do réu. Nesse sentido, inclusive, têm sido as recentes decisões do STF, ou seja, a
maioria dos Ministros tem entendido que a execução provisória da prisão não pode ocorrer
enquanto houver recursos pendentes, embasando-se no art. 5º, LVII da CF.
Quanto à sentença condenatória, a reforma processual revogou o disposto no art. 594 do CPP,
segundo o qual o réu não poderia apelar sem recolher-se à prisão, salvo se fosse primário e
não tivesse antecedentes. Hoje, vigora a nova redação do art. 387, p. único do CPP: “o juiz
decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão
preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a
ser interposta”.
Sendo assim, não existe mais a prisão cautelar automática em casos de sentença
condenatória, assim como não há mais a necessidade da prisão do condenado para que este
possa apelar.
Nos Juizados Especiais Criminais, de acordo com o artigo 82 da Lei 9.099/95, a apelação é
cabível em três hipóteses:
O prazo, nesse caso é de 10 (dez) dias e deverão ser apresentadas interposição e razões
conjuntamente. (artigo 82, §1º da Lei 9.099/95).
Terminologia:
APELANTE – pessoa que recorre da decisão judicial.
APELADO – pessoa que figura como recorrido.
VERBOS – interpor (interposição) /oferecer (razões)
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelada: Justiça Pública (ou “..” – em caso de ação privada)
Autos do processo-crime número...
Vara de Origem...
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no
problema, sem inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa
Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por
conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
(vide quadro dos pedidos abaixo)
(local, data)
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Advogado – OAB/SP nº
TESE PEDIDO
1) Falta de justa causa (não há crime) Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso
interposto, decretando-se a absolvição do apelante, com fulcro
no artigo 386,... do CPP, como medida de justiça.
2) Nulidade Processual (art. 564 do CPP) 1º) requerer a anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir
de...).
Obs.: inserir, após a jurisprudência e antes do 2º) requerer, no mérito, a absolvição do apelante.
pedido, a seguinte frase:
Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso
No mérito, o apelante deve ser absolvido, eis interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a
que sua conduta não se subsume ao tipo penal. anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso
Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o
mérito, decretando-se a absolvição do réu, como medida de
Justiça.
3) Extinção da punibilidade (art. 107 do CP) Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso
interposto, decretando-se a extinção da punibilidade dos fatos
imputados ao apelante, com fulcro no art. 107,... do CP, como
medida de justiça.
* não usa o art. 386
4) Pedidos Alternativos
a) quando a acusação pleitear condenação do a) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao
apelante por um crime mais grave do que o recurso interposto decretando-se a absolvição do apelante e,
cometido; caso não seja esse o entendimento de Vossas Excelências,
requer, ainda, a desclassificação do crime de... para..., como
medida de justiça.
DUAS TESES
5) Nulidade (preliminar) + Falta de justa causa Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso
(mérito) interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a
anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso
Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o
mérito, decretando-se a absolvição do réu, com fulcro no art.
386,... do CPP, como medida de Justiça.
6) Nulidade (preliminar) + Falta de justa causa Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso
para aplicação da sanção pleiteada pela interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a
acusação (mérito) anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso
Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o
mérito, decretando-se a... (desclassificação do delito ou
exclusão de qualificadora, causa de aumento ou agravante),
como medida de justiça.
7) Nulidade (preliminar) + Concessão de algum Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso
benefício (mérito) interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a
anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso
Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o
mérito, concedendo-se a... (preencher com o benefício
pleiteado), como medida de justiça.
8) Falta de justa causa para aplicação da Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso
sanção pleiteada pela acusação + Concessão interposto, decretando-se a ... (desclassificação ou exclusão de
de algum benefício. qualificadora, agravante ou causa de aumento de pena) e,
conseqüentemente, a concessão ... (preencher com o benefício
pleiteado), como medida de justiça.
RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelada: Justiça Pública (ou “..” – em caso de ação privada)
Autos do processo-crime número...
Vara de Origem...
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no
problema, sem inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa
Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por
conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
(vide quadro dos pedidos abaixo)
(local, data)
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Advogado – OAB/SP nº
TESE PEDIDO
Alínea “a” – nulidade posterior à Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
pronúncia ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
Tribunal submeta o apelante a um novo julgamento,
como medida de justiça.
Alínea “b” – sentença do juiz presidente Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
contrária à lei expressa ou à decisão ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
dos jurados Tribunal proceda com a devida retificação, nos
termos do artigo 593, III, §1º do Código de Processo
Penal, como medida de justiça.
Alínea “c” – erro ou injustiça no tocante Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
à aplicação da pena ou da medida de ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
segurança Tribunal proceda com a devida retificação, nos
termos do artigo 593, III, §2º do Código de Processo
Penal, como medida de justiça.
Alínea “d” – decisão dos jurados Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
manifestamente contrária à prova dos ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
autos Tribunal submeta o apelante a um novo julgamento,
nos termos do artigo 593, III, §3º do Código de
Processo Penal, como medida de justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
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Advogado – OAB/SP nº
CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelado:...
Apelante: Ministério Público (ou “...” - ação privada)
Processo-crime número...
Vara de origem:
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no
problema, sem inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa
Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por
conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida seja reformada, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado
provimento ao recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por..., em caso de ação
privada), devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, como
medida de justiça.
(local, data)
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Advogado – OAB/SP nº
PROBLEMA 1
José foi denunciado como incurso no art. 155, § 4o, incisos I e II, do Código Penal. Segundo a
acusação, José, em 5 de dezembro de 2008, por volta das 22 horas, invadiu casa localizada na
Rua Coronel Pereira Vaz, nos 85, São Paulo – Capital, de propriedade e residência de
Armando Paixão, mediante a transposição de um muro de 80 centímetros de altura. Na
garagem, percebendo que o portão estava apenas encostado, sem estar trancado, segundo a
denúncia, José resolveu furtar o veículo de Armando ali estacionado. Para tanto, quebrou o
vidro lateral do veículo e ingressou em seu interior, evadindo-se do local com o carro. O veículo
foi encontrado, no dia seguinte, na garagem do prédio em que José reside. Em juízo, José
negou o crime em seu interrogatório, afirmando que, a pedido de um conhecido, de nome
Pedrinho, deixou que este estacionasse o veículo em sua vaga de garagem, pois esta estava
disponível, nada tendo a ver com a subtração. Que, após este dia, não encontrou mais
Pedrinho. A vítima, ao ser ouvida, confirmou a subtração. Carlos, vizinho da vítima,
confirmando reconhecimento feito durante o inquérito policial, afirmou que José foi visto por
ele, saindo com o veículo. Em suas alegações finais, a defesa sustentou que José apenas
consentiu que Pedrinho guardasse o carro. Quanto ao reconhecimento feito pelo vizinho,
alegou que José é pessoa de fisionomia bastante comum e que, certamente, fora confundido.
Afirmou, ainda, que o fato ocorreu à noite, o que dificultava a visualização do condutor do
veículo. O MM. Juiz da 23a Vara Criminal da comarca da Capital julgou procedente a acusação
e condenou José pelo crime de furto duplamente qualificado (escalada e rompimento de
obstáculo). Quanto à aplicação da pena, na primeira fase, o juiz, com base no art. 59 do
Código Penal, fixou a pena em 3 (três) anos de reclusão, acima do mínimo legal, porque eram
duas as qualificadoras do furto, fato que demonstraria dolo intenso do agente. A pena de multa
foi fixada no mínimo legal. Para o cumprimento da pena, determinou o regime aberto,
substituindo a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direito, consistentes em
prestação de serviços à comunidade e multa. José foi intimado da sentença no dia 13 de março
e o advogado foi intimado no dia 16 de março de 2009.
QUESTÃO: Como advogado de José, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.
PROBLEMA 2
Miguel foi denunciado na 1ª Vara do Júri como incurso no artigo 121, §2º, II do Código Penal
pelo seguinte fato: Em um domingo à tarde, estava o réu em um bar localizado na esquina da
rua de sua residência quando, de repente a vítima adentrou o recinto e começou a agredi-lo,
certo de que tratava-se de um inimigo seu, muito parecido com o réu, ou seja, praticamente um
sósia. Ao final da instrução preliminar, o mesmo, após todas as provas apresentadas pela
promotoria, foi pronunciado com base no mesmo artigo referido na denúncia. Esta decisão
interlocutória transitou em julgado, sem manifestação das partes em recorrer em sentido estrito.
Em plenário, a defesa sustentou a tese de legítima defesa, pois o réu praticou o fato para reagir
a uma agressão atual e injusta. Ao final do plenário, o réu, mesmo diante de todas as provas
apresentadas, inclusive testemunhal, foi condenado, por quatro votos contra três, a uma pena
de 21 anos e 03 meses de reclusão a ser cumprida em regime fechado.
QUESTÃO: Como advogado de Miguel, elaborar medida cabível ao caso