Há muito tempo, quando a humanidade ainda estava mergulhada em trevas e
ignorância, as criaturas das noite vagavam livremente pelo mundo. A terra era fria e os homens dissimulavam em vão suas vontades e medos. Nesse mundo, os vampiros travavam batalhas terríveis pelo poder. A sociedade vampírica, ainda que incipiente, procurava fundamentar suas regras de convívio, aquilo que mais tarde se tornaria o padrão no mundo contemporâneo. Aqueles que desfrutavam dos prazeres da “não-vida”, como o convívio quase constante com os mortais, cortes pomposas e fofocas prontas para se tornarem oportunidades, controlavam dos bastidores todo o destino de uma região. Os problemas surgiram quando os humanos se interessaram pela magia... oh sim, tais conhecimentos eram levados a sério no passado. E eles começaram a se agrupar em organizações secretas, tramando aqui e ali suas ações... gradativamente, essas organizações se espalharam pelas cidades principais. Por algum tempo, eles não fizeram muita coisa, só coletaram informações e recrutaram membros. Contudo, o desejo pelo poder também é uma tentação dos homens... Rumores brotavam de todos os lados! Poderiam os humanos deterem tamanho poder? Essa era uma pergunta para a qual se exigiam respostas. E nesse cenário foi que surgiu um homem em especial – Kel'thuzard, o alto sacerdote de Zackarum, nome pelo qual os vampiros conheciam a ordem dos magos. Supõem-se que a sede de Zackarum estava localizada nas terras da Bretanha... mas nunca se soube ao certo a sua exata localização. Kel'thuzard era conhecido pela cor de suas vestimentas – o mago branco era astuto e bastante poderoso. Os nosferatus da França logo espalharam a notícia de que Zackarum havia projetado e construído uma arma capaz de destruir completamente uma legião de vampiros de uma só vez. Tal arma era chamada de “ O cajado de Kel'thuzard”. Se as histórias fossem verdadeiras, logo os humanos tomariam as rédias daqueles que sempre estiveram no poder... Mas isso não seria fácil, pois os barões de toda a Europa enviaram espiões para coletarem informações dessa tal arma mágica... um confronto era eminente. Os magos da Bretanha eram realmente astutos. Haviam aperfeiçoado suas técnicas a tal ponto que até mesmo os lupinos das redondezas poderia se curvar diante de suas vontades, pelo menos essas eram as histórias. Os membros estavam assustados... As informações corriam o Velho Mundo de leste a Oeste. Para muitos, não passavam de boatos, coisas para os neófitos se manterem na linha, mas os altos escalões da sociedade cainita estavam sob forte tensão. Dizem que os principais barões da Europa se reuniram na cidade de Veneza para discutirem acerca da sociedade de Zackarum. Eles já tinham preocupações demais com o crescimento e fundamentação do Cristianismo, e com a magia em alta seria um duro golpe para muitos vampiros da Europa. Diante disso, os barões decidiram que Zackarum deveria ser destruída e o cajado de Kel'thuzard levado à Veneza para estudos adicionais sobre sua real natureza. Mas não seria fácil tomar Mind'gal, a torre solitária e quartel general de Zackarum. Mas isso não importava... O tênue equilíbrio de poder fora perturbado. Legiões de mortos- vivos e toda sorte de mercenários rumaram para o Oeste em busca de sangue, fama e poder... e em Mind'gal o golpe do martelo foi o mais forte! O frio vento de outono soprava trazendo a morte no seu encalço... a terra manchada de sangue e cinzas... a torre solitária tombaria após meses de batalhas. Porém, algo de grandioso estava para acontecer: Kel'thuzard, diante de seu algoz, reuniu as últimas forças e ao erguer o cajado lançou um último feitiço – aquilo que seria conhecido pelos filhos de Caim como o Turmanar, a fúria mágica. Dizem que houve um grande clarão que baniu as bestas de volta para o inferno, limpando a terra das aberrações do mal. Todo o resto virou lenda. Não se sabe se o clarão destruiu a todos e nem o destino de Kel'thuzard ou de seu cajado. Misteriosamente, a ordem de Zackarum desapareceu sem deixar vestígios... eles teriam sido caçados até a extinção? Sinceramente, eu não sei.