A explicação do livro é que a depressão de 1929 foi tão ampla, tão profunda, e tão longa porque
o sistema econômico internacional foi rendido à instabilidade pela inabilidade britânica e a falta
de vontade dos EUA em assumir a responsabilidade de estabilizá-lo por desempenhar 5 funções:
1) Manter a economia aberta, para que outros estados também se beneficiem dele
Essas funções, o autor acredita, devem ser organizadas e desempenhadas por um único país que
assume responsabilidade pelo sistema. Se isso é feito, e especialmente se o país serve como um
emprestador em última instância em crises financeiras, o sistema econômico é originalmente
capaz, em sua opinião, de fazer ajustes justos nos deslocamentos feitos pela maldade do
mecanismo de mercado.
Isso pode ser visto como outra forma de finança. O livre mercado tem duas dimensões: (1)
adaptar recursos domésticos às mudanças na capacidade produtiva externa e (2) manter o
mercado de importações aberto em períodos de stress. A primeira já é mais feita por países com
rápido crescimento que precisa transferir recursos de ocupações menos produtivas e que quer
abranger a competição de importações. A segunda providencia um mercado para excedentes
acumulados no exterior.
Na década de 1920, os empréstimos externos dos EUA eram positivamente correlacionados com
investimentos domésticos. O BOOM dos anos 1920 foi acompanhado por empréstimos
externos; a depressão dos anos 1930 viu o contrário. Hal Lary (1943) recordou o fato
fundamental de que os EUA cortaram em importações e em empréstimos ao mesmo tempo.
Além disso, a Inglaterra juntou-se aos EUA em reduzir seus empréstimos em 1929.
A função do emprestador em última instância tem duas dimensões: uma doméstica e uma
internacional. Foi a dimensão internacional que obviamente faltou. A tarefa é difícil, mas a
Inglaterra tentou. Quando foi a vez da Inglaterra procurar por ajuda, os EUA e a França
procederam com um empréstimo por vez, e colocaram condições tão severas para o segundo
empréstimo que eles derrubaram o governo (brought the Labour government down).
A liderança britânica:
Cooperação:
Uma forma especial de cooperação que teria sido uma liderança conjunta anglo-americana nas
questões econômicas mundiais. Apesar disso, muitos economistas e cientistas políticos
concordam que arranjos bilaterais são instáveis.
Trocando os lideres:
Existe uma diferença entre aceitar e recusar a responsabilidade sobre a forma como o sistema
funciona. Os britânicos aceitaram a responsabilidade, apesar disso, eles foram incapazes de
cumprir tal função. Os franceses e os americanos não quiseram assegurar a estabilidade. Sob
Coolidge e Hoover, os EUA se recusaram a se comprometerem a qualquer programa de
reconstrução estrangeira ou de financiar a estabilização, deixando essas questões ao Federal
Reserve System. Houve dificilmente uma melhora no comprometimento de Roosevelt à
economia mundial a partir de 1936 e durante a segunda guerra mundial.
Incapaz de cooperar com o bem público, os britânicos focaram mais e mais suas energias ao
âmbito privado. O memorando escrito por Hubert Henderson no tesouro britânico em 1943,
intitulado “International Economic History of the Interwar Period” levou à conclusão de que
após a guerra era preciso que o mundo evitasse o nacionalismo econômico e se atentasse a
reconstruir um livre sistema econômico de trabalho com créditos internacionais, a redução das
barreiras de comércio, e a prescrição de regulamentação qualitativa.
Para o mundo econômico mundial ter sido estabilizado, era preciso que houvesse um
estabilizador.
A liderança é uma palavra com conotações negativas nos anos 1980, quando a participação na
tomada de decisão é vista como estética. Se a liderança é pensada como a responsabilidade de
provisão do bem público, e não a exploração dos outros ou de prestígios dos bens privados, isso
remete a uma idéia positiva. A liderança é necessária na ausência de uma autoridade.
Como falta a liderança americana no mundo econômico e a Europa e o Japão ganham força, 3
resultados são politicamente estáveis e 3 instáveis. Entre os resultados estáveis há a
continuidade de uma liderança norte-americana; uma asserção de liderança e hipótese de
responsabilidade pela estabilidade do sistema pela Europa, Japão, ou outro insuspeito terceiro
país como o Brasil; ou uma efetiva soberania econômica das instituições internacionais: um
banco central mundial, um mercado capital mundial, e um acordo geral de tarifas e comercio
efetivo. O último é o mais atrativo, mas é o mais difícil e menos provável. Os 3 resultados a
serem evitados por serem instáveis são: (1) os EUA, Japão, e o EEC competindo pela liderança
do mundo econômico mundial, (2) um incapaz de liderar e outros que não o querem fazer, como
em 1929 a 1933, e (3) cada um mantendo veto sobre programas de estabilidade ou fortalecendo-
se do sistema sem preocupar-se em assegurar programas positivos por si próprio.