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Dona Irene estava com as filhas no terraço quando viram o rei passar. A irmã mais velha disse: !Se me casasse com o rei, eu
lhe faria uma camisa como ele nunca teve!͟. A do meio falou: ͞Eu lhe faria calças como ele nunca teve!͟. A caçula disse: ͞E eu lhe
daria três filhos príncipes.
O rei ouviu isso e se casou com Elisa, a caçula. As irmãs ficaram com muita inveja, mas disfarçaram bem. Logo que a moça
ficou grávida, elas se mudaram para o palácio , com a desculpa de ajudá -la. Assim que os três meninos nasceram, elas esconderam os
bebês numa sacola e a atiraram no mar. No lugar das crianças, colocaram três bichos ʹ um sapo, uma cobra e um gato ʹ e levaram
ao rei, dizendo: ͞São esses os príncipes que a rainha deu à luz.͟ O rei ficou mui to triste e mandou enterrar a mulher no jardim, mas
ela foi encantada e virou estátua.
No mar, um velho pescador recolheu a sacola e criou as crianças com sua mulher. Quando os meninos completaram sete
anos, entraram na escola; no caminho, passavam em frente ao palácio, e as tias malvadas os reconheceram. Eles chamaram os
sobrinhos e deram a eles três frutas envenenadas; os garotos comeram e se transformaram em pedras.
A mãe adotiva, que era adivinha, teve uma ideia: ͞Vou à casa do Sol buscar o que é precis o para desfazer esse feitiço͟ disse
ao marido, partindo a cavalo. No caminho encontrou um rio, que perguntou aonde ela ia. ͞Vou procurar o Sol para que ele me
ensine a desfazer um feitiço͟, disse.
͞Pergunte a ele por que eu sendo um rio tão grande nunca t ive peixe.͟
Mais à frente a mulher encontrou um cajueiro.
͞Aonde vai, vovó?͟, ele perguntou.
͞À casa do Sol͟, disse ela.
͞Por favor, pergunte a ele por que sendo eu tão grande nunca dei uma única fruta.͟
Chegando à casa do Sol, a mulher foi recebida pela mãe dele, que ouviu toda a história e então escondeu a mulher, dizendo
que o filho não gostava de estranhos em casa.
͞Estou sentindo um cheiro diferente... Quem está aqui?͟ perguntou o Sol ao entrar em casa.
͞Só eu, meu filho. Esse cheiro é da galinha que m atei para o jantar͟, disse a mãe.
Quando se sentaram para comer, ela perguntou: Filho, diga -me por que um rio profundo e caudaloso não dá peixe?͟.
͞Porque ele nunca matou ninguém.͟
Pouco depois, ela fez nova pergunta: ͞Por que uma árvore grande e muito cop ada nunca deu fruta?͟.
͞Porque tem dinheiro enterrado embaixo dela.͟
A mãe do Sol esperou um pouco para então perguntar: ͞Você sabe como desfazer o feitiço que transforma gente em
pedra?͟.
O Sol ficou bravo: ͞Por que está fazendo todas essas perguntas?͟.
͞Por nada. Como passo o dia todo sozinha, fico imaginando coisas͟, disse a mãe.
Então o Sol respondeu: ͞Para que uma pessoa transformada em pedra volte a ser gente, é preciso tirar da minha boca,
quando eu estiver comendo, um bocado de comida, e colocar em cima da pedra͟.
A mãe esperou um pouco. De repente, demonstrando um grande susto, colocou a mão na boca do Sol e tirou um pouco de
comida, dizendo: ͞Havia um cisco na sua comida, você ia engasgar!͟, e guardou esse bocado. Daí a pouco, voltou a fazer a mesm a
coisa. Na terceira vez que retirou comida da boca do filho, ele se levantou.
͞Esse jantar está muito porco, hoje; não vou comer mais!͟
O Sol dormiu, e no dia seguinte levantou-se no horário de sempre para trazer o dia ao mundo. A mãe contou à mulher o
que o filho havia dito e entregou-lhe os três bocados de comida. A senhora agradeceu e pegou a estrada.
Quando alcançou o cajueiro, contou-lhe por que não dava frutos; cavou próximo à raiz e retirou de lá uma grande caixa de
madeira. Em seguida, as frutas c omeçaram a brotar.
A mulher cavalgou até o rio, que estava ansioso pela resposta. ͞Daqui a pouco lhe digo͟, avisou a mulher, afastando -se
rapidamente. Quando se encontrava a uma boa distância, gritou: ͞Você não tem peixe porque nunca matou ninguém͟. No mesmo
instante o rio começou a transbordar e causou uma enchente, que fez vítimas; depois disso, os peixes apareceram.
Mas a velhinha não viu nada disso; foi direto para casa. Colocou os bocados de comida nas três pedras, e o encantamento
dos meninos se desfez.
A notícia de que o feitiço havia se quebrado chegou aos ouvidos do rei, que convidou os meninos para jantar. Antes de
saírem de casa, a mãe adotiva disse a eles:
͞Meus filhos, eu e seu pai criamos vocês com o maior amor, mas sua mãe verdadeira é a ra inha, que está enterrada no
palácio, encantada como estátua. Na hora do jantar, digam ao rei que só se sentarão depois que ela for desenterrada e colocad a à
mesa. Quando ele servir os pratos a vocês, não comam; entreguem os três pratos a ela, que vai devor ar toda a comida num instante,
pois está morta de fome. Então, as duas moças que vivem no palácio e são suas tias vão dizer: ͚Que barriga monstruosa é essa , em
que cabem três pratos de comida?͛. E vocês responderão, fazendo uma reverência à rainha mãe e ou tra ao rei: ͚Não é de admirar
que caibam três pratos de comida onde couberam três príncipes de uma só vez!͛.͟
Os meninos fizeram como a mãe adotiva havia ensinado. A rainha desencantou, e o rei ficou feliz com a volta dos filhos e
da mulher. As duas malvadas fugiram do reino e nunca mais voltaram.
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Um tempo depois que a mãe de Júlia e Mariana morreu, o pai delas se casou de novo. Meméia, a madrasta, não gostava
das meninas e era muito má com elas. As meninas foram obrigadas a trabalhar, e se Meméia não gostasse de alguma coisa, elas
apanhavam.
Quando a figueira da casa ficou carregadinha, Meméia mandou as meninas tomarem conta da árvore para os passarinhos
não bicarem as frutas. Mariana e Júlia passavam o dia inteiro espantando os passari nhos. Para isso, até inventaram uma musiquinha:

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Todos os dias a madrasta ia vistoriar a figueira, e sempre encontravam um figo bicado e batia nas meninas. Paulo, o pai das
garotas, nada via e não se dava conta de que as filhas, à noite, ficavam num canto da sala, tristonhas e caladas. Quando ele viajou
para Feira de Santana, levando galinhas e feijão para vender, a madrasta aproveitou para se livrar das enteadas. No mesmo dia,
mandou enterrar as meninas vivas. Quando o marido voltou, a mulher disse que elas tinham apanhado uma doença maligna: ͞As
meninas ficaram muito mal e me deram um trab alhão. Preparei diversas mezinhas, mas não adiantou: elas morreram͟. Paulo ficou
muito triste.
No quintal, nas covas em que as meninas foram enterradas, brotou um capinzal, e toda vez que o vento soprava, vinha dele
uma canção:

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Quando o jardineiro foi cortar capim para dar aos cavalos, ouviu os versinhos; amedrontado, foi correndo contar ao patrão.
Paulo não lhe deu ouvidos e mandou que ele cortasse o capim. Então, o jardineiro ouviu uma vozinha que saía de baixo da terra ,
cantando:

    

   
    

          
  

Ao ouvir isso, o homem foi correndo buscar o patrão. Quando o jardineiro agarrou um maço de erva para cortar, Paulo
ouviu claramente a cantilena. Mandou o jardineiro cavar, e descobriram Mariana e Júlia ainda vivas . Paulo voltou para casa abraçado
às filhas, e não foi preciso fazer nada contra a mulher. A justiça divina tinha resolvido o caso: a madrasta Meméia tivera um colapso e
estava morta no chão.
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Três príncipes decidiram conhecer o mundo. Dep ois de algumas horas na estrada, pararam para descansar. Então apareceu
uma velhinha, que disse: ͞Ouvi as preces de sua mãe e resolvi ajudá -los. Trouxe estas melancias para tornar o caminho de vocês mais
leve. Faço apenas uma recomendação: só abram as frut as onde houver água por perto͟. Os moços agradeceram, e ela desapareceu,
da mesma forma como havia aparecido.
Os irmãos retomaram o caminho, cada um por uma estrada diferente. O mais velho estava curioso e logo abriu a melancia.
Assim que partiu a casca, uma bela moça surgiu e foi logo dizendo: ͞Tenho sede!͟. Mas não havia água corrente, e a moça caiu no
chão e morreu.
Em outra estrada, seguia o irmão do meio. Estava decidido a cumprir a orientação da velhinha, mas a curiosidade não
deixou. Abriu a melancia, e a moça bonita apareceu, pedindo água. Ele correu pelos arredores, mas não encontrou nada. Quando
voltou, a moça estava morta.
Vítor, o caçula, só abriu a fruta quando surgiu um regato no caminho. Uma moça linda e nua pulou da melancia, dizendo:
͞Preciso beber água!͟. Vítor correu até o córrego, encheu uma cabaça e trouxe para a moça. Enquanto observava Milena matar a
sede, ele se apaixonou por ela. ͞Sou o príncipe Vítor, e quero me casar com você͟, disse ele. A moça ficou radiante: ela esta va
encantada pelo rapaz.
͞Vou buscar umas roupas para você vestir e depois vou levá -la comigo ao palácio͟, disse ele, pedindo que ela esperasse no
alto da árvore que havia junto ao riacho. Dali a pouco, apareceu uma velha feia, de pernas tortas, conhecida como a Moura Torta.
Trabalhava numa casa da cidade e vinha buscar água. Quando chegou às margens do regato, viu a imagem de uma mulher bonita
refletida na água e pensou que fosse ela mesma, pois nunca se vira no espelho.
͞Que desaforo! Uma moça linda assim ter que carregar água!͟. Jogou o cântaro com raiva, e ele se quebrou. Quando
entrou em casa sem água e sem o cântaro, levou uma bronca da patroa, que a mandou de volta ao rio. Ao ver outra vez o rosto d a
moça refletido na água, a Moura Torta atirou de novo a bilha no chão. Então, a moça caiu na gargalhada. Espantada, a velha
levantou a cabeça. Quando descobriu Milena no alto da árvore, percebeu tudo. Puxou conversa com a garota, e depois que ela lhe
contou sua história, a velha adotou um tom meigo: ͞Ah, minha netinha, venha cá para eu catar seus piolhos...͟. A moça não se
mexeu, mas a velha trepou na árvore, estendeu a mão até os cabelos de Milena e enterrou um alfinete na sua cabeça,
transformando a moça numa pombinha. E então a Moura tomou o lugar de Milena, à espera do príncipe.
Quando ele chegou, estranhou muito aquela transformação. Havia deixado uma mulher moça, bonita e nua e encontrava
uma velha, feia e vestida. P ara disfarçar a diferença, ela foi logo dizendo: ͞Tanto tempo fiquei à sua espera que o sol queimou e
enrugou minha pele. Eu, que era tão alva, fiquei morena e ressecada...͟. Contou uma longa história e concluiu dizendo que con fiava
no amor dele e na sua promessa. O príncipe estranhou tudo aquilo, mas resolveu cumprir a palavra. De nada adiantaram as súplicas
do rei e da rainha: o rapaz casou-se com a velha. Alguns dias depois, ele estava à janela, quando reparou numa pombinha branca,
que olhava na sua direção. Sem saber por quê, sentiu-se atraído por ela. No dia seguinte, lá estava a pomba de novo, e assim foi por
vários dias, até que a Moura Torta percebeu.
͞Por que fica tanto tempo na janela, meu marido?͟, perguntou.
͞Olho para uma pombinha branca que fica olhando para cá͟, disse ele.
͞É essa pomba que eu tenho vontade de comer!͟, respondeu a velha.
͞Não diga uma coisa dessa! Ela é tão bonita e não faz mal a ninguém, por que matá -la?!͟.
A velha começou a chorar, dizendo que morreria se não comesse aquela pomba, e tanto resmungou que Vítor acabou
dizendo: ͞Está bem. Vou preparar um laço para apanhar a pombinha͟.
No dia seguinte, ele pôs um laço de corda na árvore e ficou observando. A pomba pousou ao lado do laço e voou para o
galho mais alto. Olhando para o príncipe, disse: ͞Se quiser me pegar, faça um laço de ouro͟, e levantou voo.
O príncipe ficou assombrado: a pombinha falava! Agora era ele que queria prendê -la. Colocou o laço de ouro na árvore e
ficou esperando. Muitos dias se passaram até a pomba col ocar o pé no laço. ͞O que você quer de mim, pombinha, para se deixar
prender dessa forma?͟, perguntou o príncipe, com a ave nas mãos. Ela arrulhou em resposta. Vítor acariciava a cabecinha da po mba,
quando sentiu uma coisa pontuda e descobriu a cabeça de um alfinete. ͞Isso deve machucar muito͟, disse, retirando com todo
cuidado o alfinete.
No mesmo instante, Milena surgiu à frente dele. A moça contou ao príncipe o que havia acontecido. A Moura Torta tentou
fugir, mas foi presa. O rei e a rainha prepararam uma grande festa para o casamento do príncipe com Milena, com fogos de artifício,
espetáculos de teatro e muita música.
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O conto é uma forma narrativa em prosa que conta uma história de maneira curta, diferente do
romance, que se alonga na história e nos fatos. Os contos têm apenas um drama, um só conflito a ser
resolvido, diferente das novelas. Já a Fábula, vista anteriormente, é um tipo de conto, que pode personificar
animais, e sempre nos oferece uma lição de moral.
Um dos maiores contistas infantis da literatura mundial é Hans Christian Andersen, autor de c
  . Entre os contos infantis mais famosos temos também  ! _ , do autor francês
Charles Perrault. Este, já tem até uma paródia em filme, "     ! , de 2005.
Os contos a seguir, retirados do livro _   #   $%  &  , de Silvana Salerno, são
contos ouvidos no Brasil, inspirados em histórias contadas pelo nordeste, com mesclas indígenas, africanas e
européias. Começaremos pela região Nordeste. As histórias nordestinas têm reis e princesas, heróis negros,
mitos indígenas, santos e cangaceiros. Elas falam de encantamento e realidade, liberdade e conquista, luta e
vitória.
Em c  '  (   , temos um conto caboclo, que reúne mistério e feitiço, elementos europeus e
indígenas. Nas lendas indígenas é comum haver animais, plantas e o Sol, personificados.
A Feira de Santana em )   )* começou no século XVIII e se mantém até hoje. Herança
dos mercados medievais europeus, essa feira é um grande centro de comércio de gado, artesanato e
produtos agrícolas. A mesinha (lê-se mézinha) é um tratamento de saúde caseiro.
) +  é ouvida em todo o Brasil, mas a primeira pessoa que contou vivia no Piauí ʹ região
de clima semi-árido e vegetação de caatinga, formada de cactos, como o mandacaru, que serve de comida
para o gado. Em muitas cidades, as pessoas ainda têm que buscar água nos rios. A cabaça é um fruto grande
de casca dura, podendo ser cortada e utilizada como cuia. Os mouros são povos africanos-árabes que
invadiram Portugal e Espanha, de pele morena.
c     é um conto trazido pelos portugueses, mas há outras versões. Graviola, cupuaçu,
sapoti e bacuri são frutas típicas do Nordeste.

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Miguel vivia em seu sítio com a família. Na roça, tinha feijão, milho, mandioca e cana -de-açúcar; na horta, a mulher
plantava legumes, verduras e temperos. Eles tinham duas vacas, cabras e galinhas, que os filhos ajudavam a criar. O pomar era uma
festa para a criançada: tinha pé de manga, caju, graviola, cupuaçu, bacuri, coqueiros e palmeiras. Quando era época de uma fruta, a
meninada sumia de casa; toda a vizinhança se reunia para chupar fruta no pé.
Uma tarde, em que Miguel voltava da feira, ouviu uns gem idos doídos na estrada. Parou para ver se descobria e deu com
um sapo gemendo debaixo de uma pedra; tirou a pedra de cima do sapo e o bicho agradeceu muito. O camponês ficou espantado
com aquele sapo que falava ʹ e como falava bem! ʹ, mas não se alongou na conversa. Em casa, comentou o que havia acontecido. O
pessoal achou graça. Como viviam em contato direto com os bichos e as plantas, e conversavam com eles, todos viram com simpat ia
a história do sapo.
Muito tempo depois, numa noite em que Miguel caminhav a pela estrada deserta, trazendo o dinheiro da venda dos ovos,
sentiu que um sapo o seguia, coaxando.
͞Croac, croac! Não siga por esse caminho!͟.
Cansado, o camponês não deu ouvido ao que o bicho dizia. Mas o sapo insistia: ͞Croac, croac! Não siga por esse caminho!͟.
Querendo chegar logo, Miguel fingiu que não era com ele. Depois de caminhar mais um pouco, numa curva da estrada,
uma figura saltou do meio do mato bem na sua frente. Um bandido mascarado apontou uma faca para o peito do camponês e
ordenou: ͞A bolsa ou a vida!͟.
De repente, surgiu um guerreiro vestido com armadura e couraça, de espada em punho, que investiu contra o bandoleiro.
O assaltante fugiu correndo pelo mato. O camponês ajoelhou -se aos pés do guerreiro, agradecendo a ajuda que havia receb ido.
͞O senhor não deve me agradecer; sou aquele sapo que o senhor salvou. Lembra -se de quando retirou uma pedra de cima
de mim?͟, disse o guerreiro. ͞Eu me lembro, sim, claro͟, respondeu o homem. ͞Eu era um príncipe guerreiro, e um gênio do mal me
transformou em sapo e me colocou debaixo daquela pedra. Quando alguém me salvasse, o encanto seria desfeito. O senhor me
salvou. Vim ajudar o meu salvador e lhe agradecer.͟
O príncipe levou o camponês ao seu palácio e deu-lhe uma bolsa com moedas de ouro. Oferece u-lhe um cargo no governo,
mas Miguel não aceitou. Preferia viver no sítio, como sempre fizera.

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