O Eterno!
De Carlos Publea
Aprendemos a querer-te
desde a histórica altura
onde o sol da tua bravura
encurralou a morte.
Seguiremos adiante
como junto a ti seguimos
e com Fidel te dizemos:
"Até sempre, Comandante!"
De Carlos Puebla
CHE GUEVARA
O látego do carrasco
Deixou a mostra as veias abertas
De uma América sem líderes,
Cheia de ditadores patéticos
E de déspotas obtusos,
Promíscuos em suas salas de mármore.
Embalos
Che Guevara
(Poema de Nicolás Guillén, o mais destacado poeta cubano vivo na época da revolução)
OUTUBRO
Che
Eu tive um irmão
Não nos vimos nunca
mas não importava.
Eu tive um irmão
que andava na selva
enquanto eu dormia.
Em Vallegrande nasceste
ainda que te digam morto.
Só assim nascem os homens
para a história e o tempo.
Um nome
ZAMBA AO CHE
Impõem-nos militares
para subjugar os povos
ditadores, assassinos,
gorilas e generais.
Exploram o camponês
o mineiro e o operário,
quanta dor o seu destino,
fome, miséria e dor.
De Víctor Jara
Ai Che caminho
Pátria ou morte é o meu destino.
Ai Che caminho
Pátria ou morte é o meu destino.
Ai Che caminho
Pátria ou morte é o meu destino.
Ai Che caminho
Pátria ou morte é o meu destino.
Eu sou Ramón
Aquele que rompe as cadeias.
Escopro solar
A fé
Que acende as fogueiras.
Clamor fundamental
A voz da justiça
o que à brisa suave
transforma em vendaval.
Eu sou Ramón
aquele que vive mais além.
Que trema o verdugo opressor,
abutre insaciável do mal.
Depois da morte eu sou Ramón
até à vitória final.
Eu sou Ramón,
aquela luz do oprimido.
A carne, o sangue e a pele
do homem redimido.
Nada mais
O homem novo
Fá-lo-emos tu e eu
nós dois o faremos
tomemos a argila
para o homem novo.
Seu sangue virá
de todos os sangues
apagando os séculos
do medo e da fome.
Por braço um fuzil
por luz o olhar
e junto à ideia
uma bala assomada.
E onde está a voz
um grito escondido
milhões de ouvidos
serão receptivos.
Seu grito será
de guerra e vitória
como um matraquear
que anuncia a glória.
E por coração
a esse homem daremos
o do guerrilheiro
que todos sabemos.
Fá-lo-emos tu e eu.
Por braço um fuzil!
Nós o faremos
Por luz o olhar!
Tomemos a argila
é de madrugada.
A morte
com a sua impecável função
de artesã do sol,
que faz heróis,
que faz história
e nos cede um lugar para morrer,
nesta terra pelo futuro.
Que exemplo
se converteu em trincheira
da vontade,
da palavra amar,
da consciência
e da morte.
Não há nomes
dos que caem nas costas,
dos que caem nos montes,
do que caiu com o nachete,
no mesmo lugar
onde tempos atrás
caíram outros
outros sem nome.
Os heróis
recordam-se sem lágrimas
recordam-se nos braços
recordam-se na terra,
e isso me faz pensar
que afinal não o mataram
e que vivem ali
onde haja um homem,
pronto a lutar,
a continuar.
Avozinha, avozinha
Quem é?
Avozinha, avozinha
Quem é?
É o canto do vento,
A carícia da aurora.
A esperança, meu menino
Chama-se Che Guevara!
É um homem de luta e paixão,
A alma da Revolução,
O Homem Novo,
O filho guerrilheiro
Que sempre, sempre viverá na minha canção.
Soldadinho da Bolívia
Soldadinho boliviano
Armado vais com teu rifle
Que é um rifle americano.
To entregou um assassino
Soldadinho boliviano
Oferta de Mister Dólar
Para matar teu irmão
Soldadinho da Bolívia
Para matar teu irmão.
Se o poeta és tu
Se o poeta és tu
como disse o poeta
e és tu quem derrubava
estrelas em noites mil
de chuvas coloridas.
Que tenho que dizer-te comandante.
Se o que mostrou seu perfil ao futuro
e se fez íntimo com vozes de espingarda
foste tu,
guerreiro para sempre
tempo eterno.
Que posso eu cantar-te,
comandante.
Em vão procuro na guitarra
a tua dor
e no jardim já tudo é belo
não há temor.
Que posso eu deixar-te
comandante,
que não seja trocar
minha guitarra p’la tua sorte,
ou negar uma canção ao sol,
ou morrer sem amor.
Que tenho p’ra dizer-te
comandante.
Se o poeta és tu,
como disse o poeta.
E és tu quem derrubou estrelas
em mil noites
de chuvas coloridas.
Que tenho p’ra dizer-te
comandante.
Preparando o milagre
de caminhar sobre a água
e o resto dos sonhos
das dolências da alma,
veio ao romper a noite
um emissário da aurora.
O comandante terminou
assassinado num barranco
Ninguém abriu a boca.
Ninguém chorou nos povoados índios.
os sargentos da desonra,
os generaizinhos do crime
esconderam com eficiência
o cadáver do guerrilheiro,
como se o morto os queimasse.
Che Guevara
Che Guevara
Porém
Em frente do teu rosto
Medita o adolescente à noite no seu quarto
Quando procura emergir de um mundo que apodrece
Marta Cristina Araújo, in “10 Poemas para Che Guevara”(Ed. O Oiro do Dia, 1.980, Porto,
Portugal)
A FACE SUBMERSA
As sílabas reúnem-se
Gastaram-se as promessas
Antônio Ramos Rosa, in “10 Poemas para Che Guevara”(Ed. O Oiro do Dia, 1980,
Porto, Portugal)
UM MOMENTO DE TRANSIÇÃO
restam-me três”.
Egito Gonçalves, in “10 Poemas para Che Guevara”, (Ed. O Oiro do Dia, 1.980, Porto,
Portugal)
OS ASSASSÍNIOS, NA CAÇA
da falcoaria lapidou o
ou homem vivo?
Fiama Hasse Pais Brandão, in “10 Poemas para Che Guevara” (Ed. O Oiro do Dia, 1.980,
Porto, Portugal)
GUEVARA
Estilhaços. Matéria.
em sua inexistência.
Hélia Correia, in “10 Poemas para Che Guevara”(Ed. O Oiro do Dia, 1.980, Porto,
Portugal)
PLAYA GIRÓN
João Rui de Sousa, in “10 Poemas para Che Guevara”(Ed. O Oiro do Dia, 1.980, Porto,
Portugal)
Manchar de pranto
À sua frente
Ressuscitado
Na voluntária crucificação.
Da liberdade.
Miguel Torga, in “10 Poemas para Che Guevara” (Ed. O Oiro do Dia, 1.980, Porto,
Portugal)
CÂMARA ESCURA
Nuno Guimarães, in “10 Poemas para Che Guevara” (Ed. O Oiro do Dia, 1.980, Porto,
Portugal)