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Prof.

André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 1

HIERARQUIA DAS LEIS NO MODELO FEDERATIVO:


CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(Originária)
PRÊAMBULO + (CORPO + ADCT) 6
1 2

EMENDAS CONS- Disposições Tratados e convenções


TITUCIONAIS 3 autônomas das internacionais sobre
Art. 59, I c/c Art. 60 direitos humanos
Emendas 4 Art. 5º §3º 5
ou c/c 3º do ADCT

12 LEI
NORMAS ORGÂNICA CONSTITUIÇÕE LEI ORGÂNICA
8 DO DISTRITO
PRIMÁRIAS S ESTADUAIS DOS
FEDERAIS E FEDERAL – Art. 32 Art. 25 15
NACIONAIS
MUNICÍPIOS –
(normas autônomas) EMENDAS À LODF EMENDAS À CE Art. 29
18
13 16 EMENDAS À LO
LEI
9 COMPLEMENTAR 19
LEI ORDINÁRIA
11
LEI DELEGADA Normas Distritais Normas Estaduais 20
Art. 69 da LO-DF Ex: Art. 52 da CE-
MEDIDA AC Normas Municipais
PROVISÓRIA Ex: Art. 35 da LO/Palmas-TO
LEI COMPLEMENTAR LEI
DECRETO COMPLEMENTAR
LEI ORDINÁRIA LEI
LEGISLATIVO LEI ORDINÁRIA COMPLEMENTAR
DECRETO LEI DELEGADA
RESOLUÇÕES, LEI ORDINÁRIA
LEGISLATIVO E MEDIDA
14 17
LEI DELEGADA
DECRETO RESOLUÇÕES PROVISÓRIA MEDIDA
AUTÔNOMO (84, DECRETO PROVISÓRIA
VI) E OUTROS ATOS LEGISLATIVO E DECRETO 21
NORMATIVOS RESOLUÇÕES LEGISLATIVO E
PRIMÁRIOS 10 RESOLUÇÕES

ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS


FEDERAIS DISTRITAIS ESTADUAIS MUNICIPAIS 22
• DECRETOS; • DECRETOS; • DECRETOS; • DECRETOS;
• REGULAMENTOS; • REGULAMENTOS; • REGULAMENTOS; • REGULAMENTOS;
• RESOLUÇÕES; • RESOLUÇÕES; • RESOLUÇÕES; • RESOLUÇÕES;
• PORTARIAS; • PORTARIAS; • PORTARIAS; • PORTARIAS;
• INSTRUÇÕES e • INSTRUÇÕES e • INSTRUÇÕES e • INSTRUÇÕES e
• OUTROS ATOS • OUTROS ATOS • OUTROS ATOS • OUTROS ATOS
NORMATIVOS DE ÂMBITO NORMATIVOS DE ÂMBITO NORMATIVOS DE ÂMBITO NORMATIVOS DE ÂMBITO
ADMINISTRATIVO. ADMINISTRATIVO. ADMINISTRATIVO. ADMINISTRATIVO.
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1. PREÂMBULO
A palavra significa introdução, ou seja, falar antes, antes de iniciar o texto constitucional o
estudioso encontra o preâmbulo.
Segundo decisão do STF, o PREÂMBULO não tem força constitucional, ou seja, não é norma
constitucional propriamente dita e por isso não serve como parâmetro para controle de
constitucionalidade.
Entende-se que o preâmbulo se constitui em um conjunto de valores e fins do Estado
Brasileiro. O STF entende que o preâmbulo tem função interpretativa para os demais dispositivos da
Constituição e por isso não faz parte do texto constitucional propriamente dito.
Possui natureza jurídica de norma interpretativa. É relevante como elemento de interpretação
e integração. É uma síntese sumária dos grandes fins da Constituição. Não pode ser parâmetro para
declaração de inconstitucionalidade. É um documento de intenções do diploma, e consiste em uma
certidão de origem e legitimidade do novo texto e uma proclamação de princípios. Deve ser
observado como elemento de interpretação e integração dos diversos artigos que lhe seguem,
porém não possui a força normativa e obrigatória dos outros dispositivos da Constituição. Na França
ficou decidido que o Preâmbulo possui mesma hierarquia do texto constitucional porque lá há vários
“direitos” no preâmbulo.
Sumário dos grandes fins da Constituição, não é considerado norma constitucional de status
equivalente às normas do corpo.

2. CORPO E ADCT
Corpo de artigos da Constituição Federal e o ADCT (Atos das Disposições Constitucionais
Transitórias) da Constituição Federal promulgados em 1988 e ainda em vigor possuem a mesma
hierarquia.
Inicialmente trataremos do corpo e ADCT originários, e por serem normas originárias e de
processo de alteração mais dificultoso sempre serão parâmetro de controle de constitucionalidade
de toda norma produzida em desconformidade com seus preceitos (princípio da supremacia da
Constituição), e, pelo mesmo motivo, não podem ser objeto de controle de constitucionalidade – são
normas produzidas pelo poder constituinte originário, poder soberano. Não se aceita no Brasil a tese
da inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias.
Entre as normas do corpo e ADCT não há qualquer hierarquia, também não a encontraremos
entre as normas do corpo em si ou as do ADCT em si. Muito cuidado com algumas afirmações
acerca das cláusulas pétreas, porque embora sejam consideradas normas que trazem a essência do
Texto Constitucional, não existe superioridade das normas consideradas como cláusulas pétreas e
as demais normas originárias, as cláusulas pétreas têm sua importância como limitações para as
normas do poder constituinte derivado ou dos poderes constituídos e não como limitações para as
normas originárias. Lembre-se que todas as normas originárias são frutos do mesmo poder
originário, único poder soberano – por isso se fala em princípio da unidade da Constituição.
Também podemos utilizar o mesmo raciocínio para dizer que inexiste hierarquia entre normas
formalmente constitucionais e normas materialmente constitucionais (veja tais distinções no capítulo
referente à teoria da Constituição e o conceito de Carl Schmitt) já que todas são elaboradas e
alteradas pelo mesmo procedimento. Já que não há diferenciação hierárquica entre normas que
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tratem de assunto considerado materialmente constitucional e normas que apenas estão na
Constituição sem tratar de tais assuntos, não há efeitos práticos fazer tal distinção no Brasil, não há
nenhuma conseqüência tal distinção.
O ADCT é considerado como texto constitucional – pode sofrer emendas e pode ser usado
como norma parâmetro para controle de constitucionalidade, ou seja, é como o texto normal da
Constituição, com a diferença de ter sido renumerado e colocado à parte tendo em vista sua
transitoriedade. As normas transitórias são aquelas que devem reger um período determinado ou
diante de uma situação em transição, normalmente perderão sua eficácia após o acontecimento do
evento, a instalação do instituto, o decurso do prazo ou a eventualidade de norma superveniente
dispondo em contrário quando a própria Constituição assim deseja.

3. EMENDAS CONSTITUCIONAIS
As Emendas Constitucionais têm a capacidade de modificar as normas constitucionais
originárias (e também outras normas de Emendas Constitucionais anteriores) desde que não
desrespeitem os limites fixados pelo poder constituinte originário, ou seja, desde que respeitem as
limitações estabelecidas expressamente no Art. 60 do texto da Constituição (processo normal de
reforma da Constituição) ou Art. 3º do ADCT (processo especial de revisão da Constituição).
Lembre-se que as Emendas também ficam sujeitas às limitações implícitas como, por exemplo, a
proibição de alteração do próprio procedimento de feitura das Emendas Constitucionais.
Respeitados os condicionamentos citados, terão as Emendas Constitucionais (Emendas do
Art. 60 ou de Revisão) aptidão para alterar (retirar, acrescentar ou modificar) texto da
Constituição originária, por esta capacidade de alterar o texto originário, não é cabível a
existência de hierarquia entre as Emendas Constitucionais válidas e a Constituição originária,
posto que não haverá desconformidade e sim alteração por se tratar de norma de igual relevância
dispondo em sentido contrário.
No entanto, se a Emenda Constitucional não respeitar seus próprios limites será declarada
inconstitucional e, portanto, suas disposições não irão prevalecer – por isso se diz que o poder de
emendar a Constituição sofre várias limitações. Por ficção jurídica (e como regra geral) pode-se
dizer que a Emenda Constitucional que desrespeitou seus limites e foi declarada inconstitucional
jamais chegou a produzir efeitos válidos no mundo jurídico e por isso é como se nunca tivesse
existido, mantendo-se a coerência do ordenamento jurídico.
Emendas à Constituição: As modificações do Texto Constitucional exigem procedimento
distinto do utilizado para a elaboração das demais espécies normativas, estão previstos no Art. 60
da CF e Art. 3º do ADCT.
Quando a Emenda é produzida conforme as limitações a ela dirigidas ela se incorpora ao
status de normas constitucionais e por isso as Emendas também servirão de parâmetro para
controle de Constitucionalidade das normas infraconstitucionais. Cabe lembrar ainda que a Emenda
válida revoga o ordenamento infraconstitucional que com ela se mostre incompatível, ou seja, ela
surge no ordenamento jurídico com a mesma força que uma norma originária.
Paulo Napoleão (Curso de Direito Constitucional – 1996, p. 208) diz que:
“A emenda constitucional não tem vida própria: antes de aprovada é somente uma proposta
de emenda; depois de aprovada, ao contrário das demais espécies normativas, ela desaparece,
deixa de existir como emenda, incorporando-se ao texto constitucional. Sua individualização
caracterizada pela designação numeral de aprovação, só subsiste para efeito dos anais do
Congresso”.
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4. DISPOSIÇÕES EXTRAVAGANTES DAS EMENDAS


Algumas Emendas Constitucionais, além de alterar texto da Constituição originária, também
trazem normas autônomas ao texto da CF. São normas extravagantes porque não modificam,
acrescentam ou revogam textos da Constituição Federal, trazem uma normatividade nova com
status constitucional. Pode ser citado como exemplo o parágrafo único do Art. 3º da EC 45/2004 que
diz:
Art. 3º A lei criará o Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas, integrado pelas multas decorrentes de
condenações trabalhistas e administrativas oriundas da fiscalização do trabalho, além de outras receitas.
Reparem que tal texto citado não altera a CF, não faz parte do corpo de normas da CF e nem
de seu ADCT, mas estabelece uma situação nova com força de norma constitucional. As normas
extravagantes das emendas têm o mesmo status de uma Emenda Constitucional mesmo sem se
integrar ao texto da Constituição, ou seja, uma lei infraconstitucional que não obedecer a tal
comando normativo poderá ser declarada inconstitucional porque contrariou o Art. 3º da EC 45/2004,
por exemplo.

5. TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS


O Art. 5º §3º da CF:
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
Tem-se então que os tratados internacionais, apenas quando versarem sobre direitos
humanos (direitos fundamentais após serem incorporados), poderão ser aprovados no Congresso
Nacional em cada casa, com quorum qualificado de três quintos e em dois turnos de votação e, se e
somente se passem por tal processo de recepção especial, é que serão incorporados na nossa
ordem jurídica com o mesmo status das Emendas Constitucionais, ou seja, poderão incorporar
direitos em nosso ordenamento jurídico com força constitucional, servindo como parâmetro de
controle de constitucionalidade para eventuais normas infraconstitucionais produzidas em
dissonância com seus dispositivos.
Em 2008 houve a primeira incorporação de tratado internacional sobre direito humano pelo
procedimento supracitado. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi ratificada
pelo Congresso Nacional na forma do Art. 5º§3º, veja o texto integral do tratado em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/DLG/DLG186-2008.htm. Veja como ficou a
redação inicial de tal incorporação:
Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Garibaldi Alves Filho, Presidente do Senado Federal,
conforme o disposto no art. 5º, § 3º, da Constituição Federal e nos termos do art. 48, inciso XXVIII, do Regimento
Interno, promulgo o seguinte
DECRETO LEGISLATIVO Nº 186, 2008

Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo,
assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º Fica aprovado, nos termos do § 3º do art. 5º da Constituição Federal, o texto da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de
março de 2007.
Parágrafo único. Ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que alterem a referida
Convenção e seu Protocolo Facultativo, bem como quaisquer outros ajustes complementares que, nos termos do
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inciso I do caput do art. 49 da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional.
Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.
Senado Federal, em 9 de julho de 2008.
Senador Garibaldi Alves Filho
Presidente do Senado Federal
Este texto não substitui o publicado no DOU de 10.7.2008
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS
COM DEFICIENCIA...

6. NORMAS COM STATUS CONSTITUCIONAL


Todas as normas deste grupo (itens 2, 3 e 4 ora comentados) possuem status de normas
constitucionais e por isso podem servir como parâmetro de controle de constitucionalidade para as
normas infraconstitucionais de qualquer entidade da federação. Vejam bem, as normas deste bloco
de constitucionalidade são normas que gozam de superioridade jurídica em relação a qualquer
norma inferior, em qualquer parte do território brasileiro.

7. NORMAS INFERIORES ÀS NORMAS CONSTITUCIONAIS


Entre as normas deste segundo grupo, podemos dizer que todas estão subordinadas às
normas constitucionais do grupo superior e podem ser objeto de controle de
constitucionalidade caso contrariem a norma suprema.
Veja bem que o grupo é subdivido em quatro ordenamentos jurídicos parciais, ou seja, há um
ordenamento jurídico federal, um estadual, um distrital e um municipal. Em cada ordenamento
jurídico parcial é possível a existência de hierarquia, como efetivamente há entre as leis estaduais e
a Constituição Estadual, ou entre as leis distritais e a Lei Orgânica do DF. Porém, não há hierarquia
entre normas de um ordenamento parcial e as normas de outro ordenamento parcial (normas da
União em relação às normas dos Estados, por exemplo).
Entre as ordens jurídicas parciais (Federais, Estaduais, Distritais ou Municipais) não há
hierarquia, por exemplo, a Lei 8.112/90 (da União) só vale dentro do âmbito da União, e normas
Estaduais, Distritais e até mesmo Municipais sobre o mesmo assunto (servidores públicos) poderão
dispor diferentemente no seu âmbito. Veja bem, uma norma federal não é superior à Constituição de
um Estado e vice-versa. É possível que lei ordinária municipal prevaleça perante lei complementar
federal em sentido diverso, desde que a primeira esteja tratando de competência de Município.
O que irá definir qual norma (se federal, se estadual/distrital, ou ainda, se municipal/distrital)
irá prevalecer é a repartição de competências traçadas pela própria Constituição Federal – esta sim
hierarquicamente superior para escolher quais casos vai prevalecer um ou outro. Portanto, a
definição da matéria é que interessa para efeito de incompatibilidades entre normas de dois
ordenamentos jurídicos parciais. Dependendo da matéria o intérprete trará a solução adequada.
Claro que há certos condicionamentos parciais que alguns doutrinadores enxergam como
situação de hierarquia, como por exemplo, o fato de que em matéria de competência concorrente as
normas gerais da União prevalecem sobre normas estaduais no que lhes for contrário. No entanto,
entendemos que nestes casos de condicionamentos impostos pelo texto constitucional federal não
há propriamente hierarquia e sim atendimento à vontade do constituinte originário. A União não
poderá escolher em que casos suas normas irão prevalecer sobre as estaduais e nem estes entes
em relação às municipais. Portanto, não entendemos caso de hierarquia a situação de a
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Constituição Federal dar preferência para a norma federal em detrimento à norma estadual porque
se trata de separação de matérias e não de hierarquia.
Por último, cabe ressaltar que as normas deste grupo são típicas normas que inovam o
ordenamento jurídico infraconstitucional e por isso servem de fundamento de validade para as
normas inferiores (atos normativos secundários – terceiro grupo), os atos secundários buscam
fundamento de validade na lei e não podem, validamente, inovar no ordenamento jurídico. Por isso,
quando uma norma deste grupo não se conformar à Constituição se falará em inconstitucionalidade.

8. STATUS E TIPOS DE NORMAS PRIMÁRIAS DA UNIÃO


A doutrina procura dividir para efeitos didáticos as normas primárias da União em federais
(quando se aplicam somente aos órgãos, serviços e servidores da União) ou nacionais (quando se
aplicam a todo o Estado Federal). Repita-se, embora tal distinção seja coerente e doutrinariamente
válida, não há distinção formal entre tais normas, ou seja, todas as leis da União são federais
(formalmente falando) embora possam ter abrangência nacional ou apenas federal.
As leis em sentido formal estão previstas no Art. 59 da Constituição Federal (já
excepcionando a citada Emenda Constitucional). Todas elas estão subordinadas somente aos
mandamentos da Constituição Federal, ou seja, não há hierarquia entre elas.
Embora não exista hierarquia entre tais normas, podemos perceber que foram colocadas em
relação de dificuldade procedimental, ou seja, o constituinte optou por dispô-las conforme a
dificuldade de elaboração no que se refere ao processo legislativo.
As normas primárias da União não podem, porém, invadir competências Estaduais/Distritais
ou Municipais/Distritais sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade.

9. CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS PRIMÁRIAS (DA UNIÃO)


As normas primárias da União estão previstas expressamente no texto da Constituição de
1988 – Art. 59. Vamos a elas:

9.1. LEIS COMPLEMENTARES


O próprio nome dá idéia de que esta espécie normativa prevista no Texto Constitucional visa
a complementá-lo, não no sentido de integrá-lo como as emendas fazem e sim no sentido de
especificá-lo, detalhar matérias de grande importância para o Constituinte Originário. A lei
complementar trata de matérias que o legislador constituinte alçou a uma regulamentação mais
rígida em face de sua importância, exigindo assim, teoricamente, uma mais detida análise para sua
elaboração. O Legislador terá que tratar da matéria com mais cautela do que na feitura de outras
normas infraconstitucionais, dada a maior repercussão que pode trazer. As matérias já têm suas
linhas básicas traçadas no texto da Constituição e cabe agora ao legislador, mediante um
procedimento (processo legislativo) diferenciado e mais dificultoso que o das leis ordinárias, detalhar
melhor a vontade constitucional.

9.1.1. Diferença para lei ordinária


São duas as diferenças encontradas entre Lei Complementar (LC) e Lei Ordinária (LO). 1. A
LC tem processo legislativo com quorum qualificado de maioria absoluta (Art. 69 enquanto a LO tem
quorum de maioria simples, segue a regra geral traçada no Art. 47); 2. A LC tem hipóteses
taxativamente previstas na Constituição (enquanto a LO é remanescente ou residual), significando
que só se deve utilizar LC onde a própria Constituição pediu.
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9.2. LEIS ORDINÁRIAS
São os atos normativos por excelência, constituem o grande número de atos normativos que
compõe o Direito Positivo do Estado brasileiro, visam à regulamentação de preceitos destinados à
regulação do convívio social e à estruturação do Estado. Atendem, via de regra, ao princípio da
legalidade, conforme mandamento constitucional no Art. 5º, II.
Vários artigos do texto constitucional fazem menção à “lei” e não especificam qual espécie
normativa seria adequada. A doutrina indica que nestes casos, por exemplo, Art. 5º XII, XIII, 7º X e
XI, 81 §1º, a espécie normativa adequada é a Lei Ordinária. Nestas situações a Lei Ordinária
também estaria “complementando” o texto constitucional posto que está detalhando matérias
previamente definidas no Texto Maior. Porém, pode-se dizer que tais matérias não exigem um
processo legislativo diferenciado em relação a qualquer outro assunto que o legislador pode tratar,
ou seja, tais regulamentações serão editadas com o mesmo processo legislativo da inovação
comum do ordenamento jurídico. Há de se ressaltar ainda que existem duas situações (Art. 72, III e
V do ADCT) em que a Constituição exige a edição de Lei Ordinária.
Quando a Constituição Federal falar em Lei Específica estar-se-á diante da aptidão material
da Lei Ordinária.
Quanto a Lei Ordinária e Lei Complementar não há que se estabelecer qualquer
hierarquia entre elas, posto que as duas derivam diretamente da Constituição Federal e uma não é
fundamento de validade para a outra, ou seja, para se fazer uma Lei Ordinária não se faz necessário
respeitar o conteúdo de Leis Complementares até porque o que separa as duas é a aptidão material
– a Constituição separou matérias específicas para a Lei Complementar e deixou o “resto” para a Lei
Ordinária.
Pode-se falar, conforme STF, em maior dignidade para a Lei Complementar tendo em vista
que a Constituição separou a esta espécie normativa assuntos considerados “mais importantes”.
Claro que a doutrina não é pacífica neste ponto e alguns tendem a enxergar casos em que
Leis Ordinárias devem obedecer a normatividade estabelecida em Leis Complementares e,
realmente, exemplos há que consubstanciam tal tese, porém, novamente o que se tem e assim deve
ser visto, é uma vontade constitucional de que naquele assunto exista uma Lei Complementar
estabelecendo uma normatividade geral e uma Lei Ordinária tratando do restante da matéria sem
poder contraria a Lei Complementar. Não há possibilidade de o legislador escolher quais casos
serão tratados por Lei Complementar, a própria CF é que fez tal separação de campos e esta
separação não consiste em hierarquia pelas mesmas razões apontadas quando se tratou do fato de
leis federais sobre normas gerais em matéria concorrente se sobreporem às leis estaduais
contrárias.
Por último, cabe ressaltar que tratados e convenções internacionais que não sejam sobre
direitos humanos, não tenham sido aprovados pelo quorum especial de 3/5 em dois turnos de cada
casa do Congresso Nacional, serão dotados de hierarquia semelhante à Lei Ordinária. Isso se dá
porque, segundo o STF, a recepção destes tratados que não sejam sobre direitos humanos se dá
pela aprovação de maioria simples do Congresso Nacional, portanto, não podem tratar de assuntos
destinados às Leis Complementares.
Tanto a Lei Ordinária como a Lei Complementar são frutos dos poderes constituídos, a
diferença está na maior ou menor importância que o constituinte originário quis dar com a rigidez
própria das Leis Complementares. Exemplos: Art. 7º I, 14§9º, 21 IV, 93...

9.3. LEIS DELEGADAS (ART. 68)


São instrumentos normativos editados pelo presidente da República mediante delegação
recebida do Congresso Nacional (Art. 68 §2°). A delegação se dá por meio de resolução na qual
será traçado o âmbito da autorização para a edição da norma delegada. Em geral tratam dos
mesmos temas das Leis Ordinárias (com exceção das matérias vedadas pelo Art. 68§1º).
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9.4. MEDIDAS PROVISÓRIAS (ART. 62)
É inovação da Constituição de 1988, que, no afã de sepultar o tão discutido decreto-lei
(símbolo do autoritarismo do regime pós 1964), veio com o propósito de substituí-lo, mas com
mecanismos que não dessem ao chefe do Executivo os poderes que o seu antecessor (decreto-lei)
dava. A Emenda Constitucional n° 32/2001 traçou as linhas básicas do procedimento e das
limitações impostas à medida provisória. Só pode ser usada em caso de relevância e urgência,
possuem força de lei e devem ser submetidas de imediato à análise do Congresso Nacional para
que este decida sobre a manutenção de seus efeitos e sua eventual conversão em lei no prazo que
a Constituição determina.
Em geral tratam dos mesmos assuntos da Lei Ordinária com exceção das vedações
estabelecidas nos Arts. 62§1º e 246 – a doutrina também menciona a proibição de Medidas
Provisórias tratarem de matérias relacionadas à separação dos poderes, como matérias de iniciativa
do Poder Judiciário.

9.5. DECRETOS LEGISLATIVOS


São os atos normativos internos produzidos pelo Legislativo, mas que repercutem
externamente e decorrem da competência exclusiva do Congresso Nacional prevista no art. 49 e Art.
62 §3º. O Presidente da República não tem poder de sanção ou veto nestas matérias.
O que os separa das Leis Complementares e Ordinárias é justamente o campo de atuação
restrito aos artigos supracitados. Ou seja, apenas naquelas matérias é que estão autorizadas as
edições de Decretos Legislativos.
Os Decretos Legislativos que aprovarem tratados internacionais “comuns” terão status de Lei
Ordinária.
Os Decretos Legislativos que aprovarem tratados ou acordos internacionais sobre direitos
humanos por 3/5 dos votos dos parlamentares de cada casa do Congresso Nacional em dois turnos
de votação serão considerados como normas constitucionais, já que terão status de Emenda
Constitucional.

9.6. RESOLUÇÕES
Atos normativos internos produzidos pelas Casas Legislativas no tratamento de matérias de
sua competência. Podem ser editadas pela Câmara, Senado ou Congresso.
Estão autorizados no Art. 51 (resoluções da Câmara), nos Arts. 52 e 155 §1º IV e §2º, IV e V
“a” e “b” (resoluções do Senado) e, também há caso de Resolução do Congresso no Art. 68 §2º e
§3º.
O Presidente da República não tem poder de sanção ou veto nestas matérias.
Quando são da Câmara ou do Senado são aprovadas discutidas e votadas apenas dentro da
casa respectiva, quando são resoluções do Congresso este vota em sessão conjunta.
As Resoluções, assim como os Decretos Legislativos, não podem invadir o campo normativo
próprio das Lei Complementares e das Leis Ordinárias.

10. DECRETOS AUTÔNOMOS E OUTRAS NORMAS PRIMÁRIAS


A partir da EC 32/2001 foi dada ao Presidente da República a capacidade de dispor, mediante
decreto sobre: a) a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e b) extinção de funções ou
cargos públicos, quando vagos.
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Esta competência não prevê a edição de lei anterior para regulamentação pelo Decreto e por
isso o decreto utilizado tem sido referenciado como decreto autônomo por buscar seu fundamento
de validade diretamente do texto constitucional. Por causa desta autonomia será situado no mesmo
status das leis primárias.
Claro que o decreto “autônomo” só pode tratar das duas situações acima enunciadas sob
pena de inconstitucionalidade, posto que, por regra, decreto se presta a especificar uma lei anterior.
Lembre-se que a competência do Presidente da República para editar decretos “autônomos” é
delegável nos termos do Art. 84 parágrafo único.
Também podem ser citadas no mesmo âmbito de normas primárias todas as outras normas
que são leis em sentido material, ou seja, textos que mesmo não fazendo parte do Art. 59 buscam
seu fundamento de validade diretamente na Constituição (como os regimentos internos de tribunais
– Art. 96, I, a).
Para que uma norma seja primária deve possuir normatividade, autonomia, abstração,
impessoalidade e generalidade

11. ORDENAMENTOS JURÍDICOS DOS OUTROS ENTES


Sabendo que o Brasil é uma federação e sabendo que os Entes da federação possuem
autonomia (conforme Art. 18), então, não existe hierarquia quanto às espécies normativas da
União e os ordenamentos jurídicos distritais, estaduais e municipais.
Os ordenamentos jurídicos distritais, estaduais e municipais serão sempre limitados
territorialmente e não tem a capacidade de suspender normas da União que tenham aplicação
nacional.
A Lei Orgânica do DF e as leis do DF só se aplicam dentro do espaço territorial do Distrito
Federal, as constituições estaduais e as leis estaduais só se aplicam dentro do espaço territorial de
cada estado e, por último, as leis orgânicas municipais e as leis municipais só se aplicam dentro do
espaço territorial de cada município.
Havendo conflito entre as leis da União e as normas estaduais ou distritais, ou ainda,
municipais a verificação de qual deverá prevalecer há de ser sempre a partir da Constituição,
portanto, o problema aqui não é de hierarquia e sim de competência constitucional – conforme
já ressaltado anteriormente. E justamente por isso que a última palavra quando houver conflito de
lei local e lei federal está expressamente dada ao STF no Art. 102, III, “d”, modificado por meio da
EC 45/2004 por se tratar de um conflito com fundo constitucional.
Se a competência foi dada à União prevalece esta e a lei conflitante do Estado, DF ou
Município será declarada inconstitucional, caso a competência constitucional tenha sido dada ao
Estado/DF ou Município/DF então a lei da União é que será declarada inconstitucional porque
invadiu a competência dos outros entes.

12. LEI ORGÂNICA DO DF


Apesar do nome Lei Orgânica do DF, esta norma é tratada como Constituição (com
hierarquia semelhante às Constituições dos Estados), pode-se perceber esta diferenciação pelo
fato de que o Art. 32 que dá autorização para o DF criar sua Lei Orgânica só subordina esta à
Constituição Federal, diferentemente das leis orgânicas municipais. Várias decisões do STF já
equipararam a LODF às constituições estaduais, também a Lei 9868/99 que instituiu o controle de
constitucionalidade das leis distritais tendo como parâmetro a Lei Orgânica do DF e julgamento
perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, mostrando claramente se tratar de Constituição
com nome de Lei.
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13. EMENDAS À LEI ORGÂNICA


Basicamente as mesmas considerações sobre a Emenda Constitucional (da Constituição
Federal – ver o item 3) valem para as Emendas à Lei Orgânica, ou seja, se respeitarem seus
condicionamentos passam a servir de parâmetro para controle de constitucionalidade no âmbito
distrital, se não respeitarem podem ser declaradas inconstitucionais pelo Tribunal de Justiça do DF.

14. O DF E A COMPETÊNCIA DE ESTADO E DE MUNICÍPIO


As normas distritais podem tratar de matérias reservadas aos estados ou destinadas a
municípios – Art. 32 §1º da CF.
Não foram previstas como espécies normativas no DF (ver a Lei Orgânica do DF), a Lei
Delegada e a Medida Provisória.

15. CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS


As constituições estaduais estão subordinadas diretamente à Constituição Federal.
As constituições estaduais servem de parâmetro no controle de constitucionalidade tanto
para as emendas constitucionais estaduais e as leis estaduais, quanto, em parte, para as leis
orgânicas dos municípios do seu estado e respectivas leis municipais, ou seja, as constituições
estaduais são as normas de maior hierarquia dentro dos tipos normativos que o Estado tem
competência para produzir. Em outras palavras, pode-se dizer que a Constituição Estadual (e as
Emendas estaduais válidas) são normas de hierarquia superior dentro do ordenamento jurídico
parcial do Estado.
Por óbvio é bom relembrar que as constituições estaduais (e também a Lei Orgânica do DF
ou dos Municípios) podem ser declaradas inconstitucionais se contrariarem os princípios da
Constituição Federal.

16. EMENDAS À CONSTITUIÇÃO ESTADUAL


Basicamente as mesmas considerações sobre a Emenda Constitucional (da Constituição
Federal – ver o item 3) valem para as Emendas à Constituição Estadual, ou seja, se respeitarem
seus condicionamentos passam a servir de parâmetro para controle de constitucionalidade no
âmbito estadual, se não respeitarem podem ser declaradas inconstitucionais pelo respectivo Tribunal
de Justiça.

17. MEDIDAS PROVISÓRIAS (E LEIS DELEGADAS) NO ÂMBITO ESTADUAL,


DISTRITAL OU MUNICIPAL
Os Estados (DF e Municípios) não são obrigados a adotar Medidas Provisórias ou Leis
Delegadas como espécies normativas em seu território, porém, podem fazê-lo se quiserem. A título
de ilustração cabe dizer que Acre, Santa Catarina e Tocantins prevêem o instituto da Medida
Provisória no âmbito estadual e o Município de Palmas-TO também previu a possibilidade de edição
de Medida Provisória Municipal.
Notícia do STF: 16/08/2006 - 19:10 - Plenário declara constitucional norma catarinense que permite edição
de MP pelo Estado
Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 11
Por maioria de ministros, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou constitucional
dispositivo da Constituição do Estado de Santa Catarina que prevê a possibilidade de o governador daquele
Estado editar medidas provisórias. A decisão de hoje foi tomada no julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 2391, ajuizada em 2001 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), contra a Assembléia
Legislativa catarinense (Alesc).
No final de maio, o julgamento da ADI 2391 foi interrompido após o pedido de vista da ministra Cármen
Lúcia Antunes da Rocha. Na ocasião, já haviam votado a ministra Ellen Gracie, relatora da ação, e os ministros
Sepúlveda Pertence – acompanhando o voto da relatora, no qual julgou improcedente a ADI – e Carlos Ayres
Britto, que julgou-a procedente.
O julgamento foi retomado em maio com a análise do mérito referente à possibilidade da edição de
medida provisória na esfera estadual. A relatora lembrou que, no julgamento da ADI 425, “a Corte reconheceu,
por maioria, a constitucionalidade da instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse
instrumento esteja expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os
princípios e limitações impostas pela Constituição Federal”.
Ellen Gracie citou o voto do relator da ADI 425, ministro Maurício Corrêa (aposentado), ao afirmar que o
parágrafo 1º, do artigo 25, da Constituição Federal reservou aos Estados “as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição. Quis o constituinte que as unidades federadas pudessem adotar o modelo do
processo legislativo admitido para a União, uma vez que nada está disposto, no ponto, que lhes seja vedado”.
De acordo com a relatora, se a Constituição Federal não autorizou explicitamente os Estados-membros a
adotarem medidas provisórias, “ela ofereceu, no entanto, forte e significativa indicação quanto a essa
possibilidade quando estabeleceu no capítulo referente à organização e regência dos Estados a competência
desses entes da federação para „explorar diretamente ou mediante concessão os serviços locais de gás
canalizado na forma da lei, vedada, diz a Constituição, a edição de medida provisória para a sua
regulamentação‟ (artigo 25, parágrafo 2º, da CF)”.
Para a ministra Ellen Gracie, “concluir de forma diversa nos levaria a indagar inevitavelmente se teria
sentido endereçar tal restrição ao presidente da República num dispositivo que trata apenas de atividade
exclusiva dos outros partícipes da federação, que não a União, ou ainda porque motivo a Constituição Federal
imporia uma proibição específica quanto à utilização pelos Estados-membros de um instrumento legislativo que
lhes fosse vedado a instituir”.
Ellen Gracie concluiu seu voto no sentido da constitucionalidade da adoção de medidas provisórias pelos
Estados, “com a condição inafastável de que esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição
Estadual e nos mesmos moldes impostos pela Constituição Federal, tendo em vista a necessidade da
observância simétrica do processo legislativo federal”.
Hoje, todos os ministros votaram de acordo com o voto da relatora, vencido o ministro Carlos Ayres
Britto. Nesta ADI, não votou o ministro Gilmar Mendes por ter atuado como advogado-geral da União na época.

18. LEIS ORGÂNICAS DOS MUNICÍPIOS


As Leis Orgânicas dos Municípios são, conforme previsão na Constituição Federal,
subordinadas totalmente pela Constituição Federal e em parte pela Constituição Estadual.
A Constituição Estadual (CE) não pode estabelecer condicionamentos às Leis Orgânicas dos
Municípios contrários aos estabelecidos pela Constituição Federal e nem tratar de assuntos de
interesse local do Município em seu conteúdo, o papel da CE é criar condicionamentos apenas
quando certos assuntos necessitarem de tratamento uniforme no âmbito espacial do Estado (como
questões sobre educação, saúde, meio ambiente, transporte).
As Leis Orgânicas dos Municípios podem ser declaradas inconstitucionais quando
contrariarem a CF no que se refere a estes assuntos em que as normas estaduais têm preferência.
Quando uma Lei Orgânica confrontar com a Constituição Estadual pode ser que
prevaleça a Lei Orgânica (porque a Constituição Estadual feriu a Constituição Federal) ou pode ser
que a Lei Orgânica seja declarada inconstitucional por ferir a Constituição Estadual, neste último
caso o julgamento é no Tribunal de Justiça do Estado. Podemos concluir dizendo que existe
condicionamento parcial, entre a Constituição Estadual e a Lei Orgânica – esta deve respeitar
princípios daquela.
Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 12
19. EMENDAS À LEI ORGÂNICA
Basicamente as mesmas considerações sobre a Emenda Constitucional (Constituição Federal
e Estadual – ver o item 3) valem para as Emendas à Lei Orgânica Municipal, ou seja, se respeitarem
seus condicionamentos passam a servir de parâmetro para controle de legalidade, se não
respeitarem os limites estabelecidos na Lei Orgânica podem ser declaradas ilegais.

20. SUPERIORIDADE DA LEI ORGÂNICA PERANTE O ORDENAMENTO


JURÍDICO MUNICIPAL
A Lei Orgânica Municipal serve de fundamento de validade para a elaboração das leis
municipais, sendo assim, quando uma lei municipal contrariar a Lei Orgânica estará contrariando
uma norma superior. O único problema aqui é que não se trata, propriamente, de
inconstitucionalidade e sim de ilegalidade. Ilegalidade porque estaríamos diante de um confronto de
lei com lei e por isso se fala em ilegalidade, porém, independentemente da nomenclatura utilizada
fixe-se que há hierarquia entre a Lei Orgânica do Município e as leis produzidas dentro do Município.
O julgamento sobre o confronto da Lei municipal e a Lei Orgânica cabe à justiça do Estado – juiz
estadual de primeiro grau.

21. CONDICIONAMENTOS DAS LEIS MUNICIPAIS


As normas municipais são subordinadas totalmente por normas constitucionais federais,
subordinadas a princípios da Constituição Estadual e ainda pela Lei Orgânica do Município.
Nos dois primeiros casos poderão ser declaradas inconstitucionais, no último caso (confronto com a
Lei Orgânica) poderá sofrer a sanção da ilegalidade.

22. ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS (TODOS OS ENTES)


Os atos normativos secundários devem ser produzidos conforme as leis e tendo em vista
a competência territorial determinada na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas
Leis Orgânicas. Caso estes atos sejam produzidos em desconformidade com as Constituições ou
Leis poderão ser declarados inconstitucionais ou ilegais – vai depender da autonomia do ato
normativo – se autônomo, geral, abstrato e em desconformidade direta com a Constituição pode-se
falar em inconstitucionalidade, quando, por qualquer forma contraria a lei que o fundamenta se falará
em ilegalidade. Os atos normativos secundários servem, precipuamente, para especificar os
comandos gerais e abstratos das leis, ou seja, para dar concretude às leis. Também são utilizados
como instrumentos de organização e mando no âmbito administrativo.

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