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Questão de Opinião

Revista Bimestral do Grupo PET - Economia da Universidade Federal do Tocantins

Para completar o tripé da universidade, o PET-


Economia também vem trabalhando a extensão junto
Editorial à comunidade. Em parceria o poder público, foi reali-
Por Adriano Paixão, tutor. zado um diagnóstico na comunidade do Setor Taquari,
Palmas – TO, de modo a captar a percepção dos mo-
O grupo PET-Economia da Universidade Fede- radores em relação à oferta e qualidade dos serviços
ral do Tocantins foi criado em outubro de 2009 com públicos, bem como verificar as demandas comunitá-
objetivo de impulsionar as atividades de ensino, pes- rias por ações que envolvam o Poder Público (em es-
quisa e extensão do curso. São muitos os desafios do pecial a Prefeitura Municipal de Palmas – TO) e a Uni-
PET-Economia e do curso de ciências Econômicas. O versidade Federal do Tocantins.
primeiro grande desafio é diminuir os índices de re- O informativo “Questão de Opinião” é uma
provação e evasão do curso. Para combater estes pro- nova atividade do grupo PET-Economia e tem como
blemas, o PET-Economia vem desenvolvendo um diag- principal objetivo fazer com que o petiano analise com
nóstico detalhado para verificar as disciplinas mais o olhar econômico fatos da atualidade que, frequen-
críticas, e a partir daí, juntamente com o colegiado do temente, aparecem nos meios de comunicação. Nesse
curso, propor soluções. Ainda para combater a eleva- primeiro número, o informativo traz questões relacio-
da evasão e reprovações, foi criada a atividade birô de nadas à economia internacional como o impacto do
estudos, que tem como intuito auxiliar os alunos da desastre nuclear no Japão e os seus rebatimentos na
graduação em suas dificuldades encontradas nas dis- economia, a inserção dos produtos fabricados na Chi-
ciplinas ofertadas no decorrer do curso, e, além disso, na no continente africano. O informativo também traz
o birô de estudos funciona como um complemento da como destaque temas relacionados à economia brasi-
monitoria. leira como: mercado de trabalho e previdência, infla-
O curso de ciências econômicas é dos cursos ção, agropecuária, comércio e serviços, atuação do
da UFT com uma concorrência no vestibular muito estado e políticas públicas. E por fim, também são
baixa. No último certame a concorrência foi de apenas discutidos assuntos relacionados ao estado do Tocan-
3,9 candidatos por vaga. Para tentar aumentar o inte- tins como a questão da economia solidária.
resse dos vestibulandos pelo curso, o PET vai começar
no segundo semestre um trabalho de divulgação do
curso nos terceiros anos do ensino médio e nos cursi-
nhos preparatórios para o vestibular da Universidade.
Para isso foi elaborada uma cartilha contendo infor-
mações sobre curso, áreas de atuação do economista,
algumas curiosidades do curso, algumas personalida-
des famosos que são graduados em ciências econômi-
cas e também mostrar as várias possibilidades de en-
sino, pesquisa e extensão que o aluno pode desenvol-
ver no decorrer do curso, tais como: PET, PIBIC, moni-
toria entre outras.
Além das atividades de ensino anteriormente
citadas, os alunos do PET-Economia desenvolvem pro-
jetos individuais de pesquisa, o que propicia ao estu-
dante, já na graduação, o contato com pesquisa de
ponta na área de economia e áreas correlatas, contri-
bui para a integração dos petianos com os vários pro-
fessores do curso, aliado ao fato de que a atividade de
pesquisa também cria um vínculo com a pós-
graduação stricto sensu.

Questão de Opinião
Abril de 2011
Edição Nº 1
Curtas e Rápidas no exterior e contribuir para a desaceleração do Pro-
Por Luana Borges e Laila Cristina Amaral duto Interno Bruto (PIB) mundial. O Japão é a terceira
maior economia do mundo.
Fonte: Jornal O Globo
Venda de veículos bate recorde histórico
Aumento da cesta básica em Palmas chega a 20%
No primeiro trimestre de 2011 as vendas de
veículos, no Brasil, somaram 825.000 unidades, incluí- em fevereiro
dos automóveis, caminhões e ônibus e excluindo mo-
tocicletas. Só em março foram vendidas 306.171 uni- Todos os produtos da cesta básica aumenta-
dades. Os principais motivos do aumento das vendas ram significativamente em Palmas, com exceção da
são: taxas e prazos atraentes no financiamento, pro- margarina que teve uma queda de -1%, A constatação
moções constantes no setor e a expansão da renda e foi do Conselho Regional de Economia 25ª Região do
do mercado de trabalho. Tocantins, através do Comitê de Pesquisa da Cesta
Fonte: Gazeta on line Básica da Capital – CBP. Segundo dados da pesquisa
divulgada o custo para uma família (casal e duas crian-
Mercado prevê inflação de 5,9% para 2011 ças) no mês de fevereiro de 2011 correspondeu ao
valor de R$ 606,78, consumo capaz de atender às ne-
Economistas que operam no mercado finan- cessidades alimentares básicas. A pesquisa ainda cal-
ceiro prevêem inflação, medida pela metodologia do culou o salário-mínimo ideal para a região do Tocan-
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IP- tins, referente ao mês de fevereiro, onde o que seria
CA), deste ano de 5,88%. A informação é do Banco necessário para atender estas demandas preceituadas
Central por meio do relatório Focus - documento que deveria ser de R$ 1.699,19, ou seja, 3,12 vezes o valor
é fruto de pesquisa com os economistas dos bancos na do salário-mínimo vigente de R$ 545,00.
Fonte: Assessoria de Imprensa Corecon-TO
semana anterior. A estimativa inflacionária subiu qua-
tro vezes este ano, mas ainda encontra-se dentro da
meta, que é de 4,5%. Aumento de preço da energia elétrica
Fonte: Paduacampos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
Tocantins e Reino Unido discutem parcerias e informou que dez distribuidoras de energia elétrica
investimento terão suas tarifas reajustadas em abril. Entre as com-
panhias que solicitaram reajuste tarifário estão: CE-
O cônsul geral britânico, John Doddrell, ciente MIG (de Minas Gerais), CPFL Paulista (São Paulo), NE-
do potencial agrícola do Tocantins, discutiu com o OENERGIA (Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambu-
cônsul honorário José Antônio de Sousa Neto e com o co). O índice de reajuste ainda não está definido, mas
secretário da Agricultura, da Pecuária e do Desenvol- as empresas pedem de 6,71% a 17,56% de aumento.
Fonte: veja.abril
vimento Agrário, Jaime Café, na manhã do dia 29 de
março, em São Paulo, a possibilidade de parcerias e
investimentos no Estado. John Doddrell se mostrou Brasil vai importar mais gasolina
encantado ao ouvir as iniciativas voltadas para a pisci-
cultura como, por exemplo, a meta do governo de A Petrobras poderá importar mais gasolina em
transformar o Tocantins em referência nacional na maio se o consumo no mercado interno continuar
tecnologia de produção de peixes. alto. Neste mês, a Petrobras recebeu carregamentos
Fonte: Secretaria da agricultura do Tocantins. com 1,5 milhão de barris (cada barril tem 159 litros) de
gasolina importados dos Estados Unidos. Segundo a
Maremoto afeta economia do Japão e do mundo empresa, as refinarias estão produzindo em capacida-
de máxima. Esse volume de importação tem o objetivo
O maremoto de 11 de março deve frear o de fazer um pequeno estoque de segurança conside-
crescimento da economia japonesa, que ainda tenta se rando que é suficiente para apenas três dias de con-
reerguer após a crise financeira internacional de 2008. sumo.
Houve destruição de parte da infraestrutura do país e Fonte: Jornal Extra
várias fábricas de eletroeletrônicos e automóveis fo-
ram afetadas direta ou indiretamente. O fato pode
causar enorme impacto nas linhas de produção desses
setores na Ásia o que pode interromper investimentos
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Edição Nº 1
Substitutos na produção: açúcar e álcool não respeita os direitos humanos e a liberdade da sua
população.
Os preços dos combustíveis estão em alta no Os Estados Unidos estão observando de perto
Brasil. O álcool já aumentou 20,5% nas últimas quatro as ações da China, Washington percebeu que o tama-
semanas. A explicação se dá por pelo menos três fato- nho da política do governo chinês na África, especial-
res: a) a disparada do petróleo, pressionado por causa mente destinadas a garantir o acesso aos recursos do
dos conflitos na Líbia; b) entressafra e; c) preços atra- continente, tornou-se uma ameaça para seus próprios
entes do açúcar no mercado internacional que levam interesses. Além dos Estados Unidos, o FMI também
os produtores de cana brasileiros a optar pela produ- está preocupado com as condições de empréstimos,
ção desse produto, o que diminui a oferta interna do que ele qualifique arriscadas, ou seja, irresponsáveis. E
álcool. Açúcar e álcool são exemplos clássicos de pro- alguns economistas africanos criticam a política da
dutos chamados China de trazer os trabalhadores chineses para traba-
lhar no lugar dos africanos que vão ficar desemprega-
dos. Poucos africanos que são empregados por eles
Internacional recebem salários de miséria, já que a China é reputada
de ter uma mão de obra muito barata.
A China e a África Em fim, essa invasão econômica da China no
Por Genick Masongele continente africano divide muitos analistas econômi-
cos. Aqueles que defendem essa parceria com a China
A segunda maior potencia econômica do mun-
e aqueles que simplesmente a condenam. Cada grupo
do atualmente, a China que estava ausente na econo-
parte da comparação entre os investimentos da longa
mia da África, está ficando mais presente no mercado
data dos Ocidentais e dos chineses, para responder a
do continente africano. Um continente que tinha uma
questão que tudo mundo tem sobre a viabilidade da
economia voltada totalmente aos Estados Unidos e
cooperação Sino-Africana. Acreditamos que a África
aos antigos colonos europeus, ele que dependia só das
vai alcançar o seu desenvolvimento para a felicidade
instituições de financiamento desses países citados,
de todos os africanos.
com a FMI que era a única parceira econômica. Por
que a China está sendo a parceira econômica mais
preferida pelos países africanos? Desastre no Japão: A Energia Nuclear Compensa?
A Economia da África sempre foi dominada pe- Por Rogério Cardoso
los países Europeus apesar de não existir mais a colo-
nização. Os colonos tinham como política de tirar to- Sexta 11 de março, o Japão é atingido por um
dos os tipos de riquezas do continente africano para o forte tremor de 8,9 graus na escala Richter, o maior da
enriquecimento da Europa, mesmo depois da inde- história do país.
pendência política da maioria dos países africanos Quase três anos após a grande crise provocada
depois de 1960, a economia da África foi voltada aos pelos papéis podres no mercado imobiliário america-
países europeus e à Casa Branca, principalmente a no, o mundo se vê, novamente, diante de uma crise.
França e a Inglaterra, que tinham mais colônias no Os números do desastre assustam: 12.431 mortos e
continente africano. Essa parceria econômica não é 15.153 desaparecidos e ao menos 46.027 edifícios
considerada uma relação de igual para igual por mui- foram destruídos. A totalização dos danos materiais,
tos africanos, que pensam que a África é a parte me- de acordo com o governo japonês, está entre 190 e
nos ganhadora nessa relação. 295 bilhões de dólares, além de precisar de mais de 10
A China veio sendo a parceria econômica com trilhões de ienes para reconstruir o país. Não bastasse
os países africanos, de igual para igual, segundo os tudo isso, o terremoto ainda provocou danos à usina
chineses essa parceria é diferente das outras porque nuclear de Fukushima. Muito mais grave e de propor-
todas as partes vão sair ganhadoras. O Governo chinês ções ainda desconhecidas, o acidente nuclear tem
está investindo muito dinheiro para financiar as infra- grande potencial de elevar ainda mais o prejuízo hu-
estruturas que os europeus não faziam mais. Os proje- mano, ambiental, e econômico do Japão.
tos financiados pelos chineses são visíveis e tangíveis, Segundo a Organização das Nações Unidas
porque eles constroem estradas, portos, minas, etc. É (ONU), serão necessários dois anos para avaliar a gra-
considerado um ponto muito positivo pela população. vidade desse acidente nuclear. De acordo relatório
A China tem a visão de não se meter nas políticas in- publicado pela Organização em Viena (06/04), o nú-
ternas dos governos locais, porque na verdade eles mero de mortes provocadas por acidentes nucleares,
são muito parecidos. Ela não é um país democrático, nos últimos 60 anos foi da ordem de 46 pessoas. O
documento, porém, não considerou o acidente de
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Chernobyl, o qual provocou a morte de 47 pessoas. grau, com freqüência ao longo do tempo. Uma expli-
Em termos de acidentes atômicos, os números são cação é o fato que muitos fatores causadores perma-
bem maiores, foram 203 nas últimas seis décadas, ou necem e, por isso, as chances de culminarem em de-
seja, uma média de três por ano. terminados resultados aumentam. Porém, no Brasil
Surge então a questão, até que ponto o uso isso parece ser bem especial, principalmente agora.
desse tipo de energia vale a pena? O grande ponto Vejamos alguns problemas atualmente bem discutidos
positivo da utilização da energia nuclear é o fato de em âmbito nacional: Inflação e falhas da atuação go-
não utilizar combustíveis fósseis, considerado o grande vernamental.
vilão do aquecimento global. As desvantagens estão Foquemos no caso da inflação, que é um caso
na geração de resíduos radioativos, do perigo aos fun- bem especial. Os índices atuais preocupam a muitos
cionários, e à segurança mundial. Apesar de os resí- que viveram a chamada “década perdida” em que o
duos serem baixos, eles são altamente radioativos e Brasil enfrentou uma inflação bem severa e passou por
tem uma vida média de 24 mil anos. O Brasil, por e- grandes dificuldades para obter a esperada estabiliza-
xemplo, mesmo após 26 anos de produção de energia ção de preços que possibilitaria focar as políticas eco-
nuclear, ainda não tem solução definitiva para os resí- nômicas em outros objetivos de médio e longo prazo.
duos de Angra 1 e 2. Os danos decorrentes de aciden- É claro que a inflação atual, felizmente, não
tes em usinas nucleares atingem várias gerações. Um está naquele patamar dos anos 80 e inicio dos anos
exemplo é o acidente de Chernobyl que contaminou 90, mas exige medidas imediatas que a controlem, até
radioativamente uma área de 150.000 km² dos quais por que um possível problema de expectativa de gran-
4.300 km² foi interditada indefinidamente. Não bas- de inflação que, por vezes, anda junto com a memória
tasse isso, existe, ainda, o risco de desvio dos resíduos inflacionária é um agravante que poderia dificultar, e
com intuito de construir as chamadas bombas sujas. muito, o combate e o controle da inflação. Por isso,
Os sistemas fotovoltaicos, considerados há que o governo está buscando medidas bem imediatas
muito tempo como uma forma limpa de gerar eletrici- referentes ao problema como corte de gastos e manu-
dade, mas que sempre esbarravam no alto custo teve tenção das taxas de juros em patamares altos, por
uma reviravolta em 2010 de acordo com o artigo pu- exemplo.
blicado em agosto do ano passado por John Blackburn No que se refere às causas geradoras da infla-
(professor de economia na Duke University) e seu alu- ção, pode-se citar o excesso de gastos do governo que
no Sam Cunningham. O artigo, intitulado “Custo solar estimulam muito o consumo (para se defender da
e nuclear – A virada histórica”, diz que a virada história crise mundial) e os choques externos.
de preços em relação à energia nuclear ocorreu aos 16 Nesse sentido, é de se ressaltar que o foco das
centavos por quilowatt-hora. Enquanto os custos da medidas de estabilização deveria ser a parte fiscal (no
energia solar vêm caindo, os da energia nuclear vêm corte dos gastos) em detrimento das altas taxas de
aumentando, de acordo com Mark Cooper (integrante juros que comprometem os investimentos em capital
sênior da Escola de Direito da Universidade de Ver- produtivo. Ademais, é mais interessante fazer uma
mont). O problema está nos subsídios que as usinas política fiscal que seja sustentável ao longo do tempo,
nucleares recebem, no caso americano. ou seja, é mais benéfico fazer uma política contra os
É preciso, portanto, que o governo tome a imensos desperdícios, corrupção, e usos ineficientes e
frente do processo e passe de fato a promover a insta- ineficazes dos recursos públicos (que estão presentes
lação de formas limpas e não radioativas de produzir ao longo da história no governo brasileiro) que fazer
energia, aonde for possível, para que mais desastres, um simples congelamento de concursos por um ano e
como o recente ocorrido no Japão e de proporções mais alguns cortes também temporários sem que se
ainda desconhecidas, não ocorram nesse mundo que faça uma reforma administrativa (com reestruturação
presencia, numa frequência cada vez mais assustado- operacional e de pessoal na máquina pública, por e-
ra, mais e mais desastres naturais. xemplo) para se ter menos corrupção, mais inteligên-
cia e prudência nos gastos dos recursos públicos em
todos os níveis de governo.
Nacional No entanto, essas medidas tomadas são justi-
Por Melquisedeque Oliveira
ficadas pelo fato de que inflação impõe a necessidade
de ações que se realizem e dêem resultados em perío-
Inflação e atuação governamental
dos bem curtos de tempo, porém deveria essas medi-
No Brasil, é normal que diversos fatos e pro- das ser acompanhadas com a reforma na administra-
blemas históricos e econômicos se repitam, em algum ção pública supracitada, uma vez que essas serviriam
para prevenir situações como essa no futuro, e ainda

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contribuiriam para diversos outros objetivos essenci- um rebanho bovino de aproximadamente 38 milhões
almente importantes para a sociedade brasileira. de cabeças de gado, sendo que 89% desse total encon-
tram-se apenas em três estados: Pará (15 milhões de
cabeças), Rondônia (11 milhões de cabeças) e Tocan-
Agropecuária tins (7 milhões de cabeças). Além da pecuária de cor-
Por Railene Veloso
te, a pecuária leiteira também se destaca na região,
com uma produção total em cerca de 1,7 bilhões de
Um breve relato sobre a agropecuária litros de leite, sendo que 93% desse total são produzi-
dos em apenas três estados, Rondônia (708 milhões de
O termo “Agropecuária” remete a fusão de a- litros), Pará (643 milhões de litros) e Tocantins (213
gricultura com pecuária. A agropecuária desempenha milhões de litros).
um papel muito importante no Brasil, tanto no passa- O Tocantins não merece destaque apenas na
do1 como no presente. A produção agropecuária em- criação bovina, pois por fazer parte do Cerrado, a cor-
prega aproximadamente 10% da população e respon- reção do solo ácido com calcário e fertilizantes garante
de por 8% do PIB brasileiro. A expansão da agropecuá- uma expressiva monocultura de soja. Entretanto, ape-
ria no país é bem propícia devido à grande demanda sar de a economia tocantinense apresentar evoluções
do mercado interno e grandes extensões de terras a cada ano, sua contribuição para o Produto Interno
com relevo e clima favorável. Bruto (PIB) nacional ainda é pequena, apenas 0,5%. No
A região Norte do Brasil é considerada uma âmbito regional, a participação do Tocantins para o
fronteira agrícola, nela são produzidos desde produtos PIB é de 8,3%. A composição do Produto Interno Bruto
tradicionais, como mandioca, milho e arroz, até de do Tocantins é a seguinte: agropecuária com 17,8%,
exportação, como a soja, uma cultura bem difundida indústria com 24,1% e serviços com 58,1%.
na região e que ao mesmo tempo é a que mais provo- Embora não tenha a maior contribuição no
ca desmatamento da floresta Amazônica. A economia PIB, a agropecuária é a atividade responsável por,
da região é constituída basicamente por atividades aproximadamente, 99% das exportações do estado. A
ligadas ao setor primário, com destaque para o extra- pecuária bovina de corte é um dos grandes elementos
tivismo (vegetal, animal e mineral) e agropecuária. econômicos do Tocantins. O estado também é grande
O cultivo de produtos alimentícios ocorre, produtor agrícola, com destaque para o cultivo de
especialmente, em propriedades rurais de pequeno arroz, mandioca, cana-de-açúcar, milho e, principal-
porte, nas quais são desenvolvidas plantações por mente, soja.
meio de mão-de-obra familiar e aplicação de técnicas
rudimentares, fatores que resultam em uma baixa
produtividade. Dentre os produtos estão a mandioca, Mercado de Trabalho
arroz, feijão e milho, tendo como destino o abasteci- Por Milena Oliveira e Evaldo Gomes
mento da família do produtor e a comercialização no
mercado local. Em geral, os índices de produtividade O mito da previdência brasileira
da agricultura nortista são baixos se comparados a
outras regiões do país. É comum ouvir na mídia especialistas afirma-
A atividade pecuária também tem crescido na rem que a previdência está em crise e que uma de
região Norte, modificando a paisagem de forma signi- suas principais causa é o excesso de assistências soci-
ficativa, pois a vegetação da Floresta Amazônica é ais deduzidas em sua receita, determinadas pela Cons-
substituída pela pastagem. Geralmente essa atividade tituição de 1988. O fato é que, com o regime de parti-
rural é desenvolvida de maneira tradicional ou exten- lha, a aposentadoria é paga a quem contribuiu e tam-
siva, os animais são criados soltos, sem receber maio- bém é garantido um benefício a quem contribuiu pou-
res cuidados, resultando em baixa produtividade. As co ou a quem nunca contribuiu. Além disso, é respon-
principais criações são de bovinos e bubalinos, desses sável por transferências de benefícios sociais a grupos
a região possui o maior rebanho do Brasil. sociais marginalizados. A tão desejada reforma previ-
Grandes transnacionais aplicam vultosos capi- denciária, tem como objetivos a transparência admi-
tais em imensas propriedades ocupadas pela atividade nistrativa e a redução das despesas do setor, com vis-
da criação bovídea. Atualmente, a Região Norte possui tas a acabar com o chamado “rombo previdenciário”,
como se uma reforma numa área tão importante para
o país não tivesse que passar pelo crivo da conjuntura
1
Desempenhou papel importante para o processo de povoamento econômica. Será que uma reforma administrativa na
do território brasileiro, pois na medida em que as propriedades previdência social seria capaz de solucionar os pro-
rurais desbravavam, no interior do país surgiam vilas e povoados

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blemas acima citados se a economia estivesse em crise cos para ser alocados de acordo com suas responsabi-
estrutural, com altas taxas de desemprego e redução lidades, tanto na prestação de serviços públicos, quan-
da capacidade produtiva instalada como na última to na concessão de benefícios sociais. De outro, os
década do século XX? cidadãos, bem como, e principalmente, as empresas,
Essa pergunta nos leva a deduzir que a macro- com queixas recorrentes sobre o peso dos tributos em
economia influencia as receitas previdenciárias de tal seus orçamentos.
forma que uma reforma no sistema previdenciário Acredita-se, normalmente, sem considerar os
pode não solucionar seus problemas de endividamen- embates acerca das atribuições do Estado que as di-
to em um ambiente econômico conturbado, e temos versas correntes ideológicas travam que a ele cabe o
um bom exemplo na história recente brasileira. Até o papel de arrecadar recursos e alocá-los da melhor
início da década de 1980, mesmo em crise inflacioná- maneira com o intuito de promover o desenvolvimen-
ria o balanço contábil anual da previdência social era to do país e, consequentemente, reduzir a gritante
geralmente equilibrado, mesmo depois da ampliação desigualdade econômica e social.
de seus gastos determinada pela Carta de 1988. Então Dessa forma, entende-se que quanto mais o
a causa dos déficits previdenciários não pode ter sido Estado conseguir recolher, melhor será seu desempe-
estritamente a ampliação das transferências, mas nho quanto ao que se propõe realizar, dado a uma boa
também, e principalmente devido aos problemas pe- administração dos recursos. No entanto, segundo da-
los quais o mercado de trabalho passou nas chamadas dos da CEPAL - Comissão Econômica para a América
décadas perdidas, como a abertura cambial e a im- Latina e o Caribe - o Brasil lidera, ao mesmo tempo, o
plementação do Plano Real em 1993, que necessitou ranking latino-americano de tamanho de carga tribu-
de uma contração no consumo, levando milhões de tária e de gasto social. O país chega a gastar na área
trabalhadores à informalidade e ao desemprego e social, em proporção ao PIB, mais que o dobro do que
consequentemente levando prejuízo à arrecadação é gasto por muitos países pobres da América Latina.
previdenciária. Contudo, ainda apresenta um dos maiores índices de
A população brasileira ainda é jovem, temos concentração de renda da região e também do mun-
muita mão-de-obra disponível, não tem lógica afirmar do.
que nossa dívida previdenciária tem a mesma causa, Certo é que a desigualdade no Brasil data de
por exemplo, que a dos países europeus: o excesso de séculos, e que, portanto, não irá desaparecer rapida-
pagamento de aposentadorias. Lá a relação aposenta- mente, e que de fato, houve avanços nos últimos a-
dos/trabalhadores já está relativamente alta. Aqui nos, porém, avanços a parte, a situação do país ainda
ainda temos condições de solucionar nossa divida é muito precária. A concentração de renda ainda é
previdenciária através da ampliação da arrecadação, alta, especialmente quando se compara com outros
como fez o governo recentemente, ao incentivar que países da região que apresentam renda per capita,
trabalhadores autônomos se legalizassem e também desenvolvimento econômico, social e institucional,
com o aumento do número de trabalhadores formali- menores.
zados nos últimos anos devido a políticas distributivas, Se é possível verificar uma elevada arrecada-
sem deixar de lado as necessárias reformas adminis- ção e um alto gasto social no país, em comparação
trativas, principalmente relacionadas aos vícios patri- com os demais países da região, e ao mesmo tempo
monialistas do Estado brasileiro. uma redução de desigualdade que não é satisfatória,
Afirmar que o problema é excesso de benefí- na referida comparação, entende-se que algo está
cios aos trabalhadores é nada mais que corporativismo errado com o modelo brasileiro de financiamento e
dos grupos patronais e de suas marionetes na mídia e gasto social.
no congresso. Nesse contexto pode-se inferir que esse pa-
drão permite que haja uma tributação superior aos
mais pobres, que aquela que se faz aos mais ricos, em
Estado e Sociedade proporção à sua renda. Ou ainda, que o gasto público
Por Milena Oliveira e Evaldo Gomes
acaba beneficiando proporcionalmente mais aos que
possuem maior renda do que aqueles que possuem
Por uma nova política tributária uma menor.
Ou seja, o problema não está na quantidade. É
Existe no Brasil uma batalha acirrada, travada necessário sim um debate entre sociedade e Estado,
entre os agentes, acerca da quantidade de impostos. mas que este busque uma maior qualidade da tributa-
De um lado, o Estado defendendo a necessidade de ção (impostos progressivos) e dos gastos governamen-
arrecadar um montante importante de recursos públi- tais.

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Edição Nº 1
Comércio e Serviços Tocantins
Por Pedro Ricelly Gama Por Pablyne de Farias

O Brasil em Alta Velocidade Economia Solidária no Tocantins

É com esse título que o Plano Nacional de As Secretarias de Estado do Tocantins junta-
Banda Larga do Governo Federal pretende expandir o mente com entidades sociais, instituições financeiras e
acesso à internet (fixa e móvel) para aproximadamen- religiosas apresentaram propostas de projetos para
te 90 milhões de usuários até o ano de 2014, além de promover a inclusão produtiva no Tocantins. Uma
tornar mais eficientes os serviços públicos que care- ação grandiosa e integrada de governo para apoiar
cem de informatização. Há que se considerar que é investimentos econômicos e sociais nos grupos popu-
uma proposta ousada e, se alcançados seus objetivos lares em situação social bastante vulnerável, ou seja,
integralmente, trará efeitos econômicos significativos, junto às cooperativas, associações e pequenos empre-
tais como: a queda no preço e a melhora na qualidade endimentos, além de pessoas beneficiadas por pro-
dos serviços já ofertados no mercado gramas e projetos sociais.
Apesar da percebida melhora da conexão ao Na prática esses projetos devem capacitar os
longo da última década, o país ainda está longe de beneficiários, dar apoio logístico na organização de
atingir os padrões internacionais. Segundo dados da unidades produtivas, fortalecer e estimular a produção
OECD, o Brasil oferta uma das bandas largas mais ca- e a comercialização de produtos obtidos na economia
ras do mundo, média de U$77,28 enquanto que o solidária.
México, por exemplo, tem média de U$63,89. A entra- O secretário de Trabalho e Assistência Social,
da do Governo nesse setor, além de propiciar a inclu- Agimiro costa, expôs em nota que “a Economia Solidá-
são de áreas do território mais afastadas à rede mun- ria faz parte de um dos eixos para solucionarmos o
dial de computadores por meio dos incentivos aos problema da miséria no Estado, e o nosso papel é ofe-
investimentos em infra-estrutura descritos na propos- recer subsídios para as comunidades conseguirem a
ta, forçará uma queda nos preços significativa, dado sua autonomia”.
que o valor por acesso à internet de 512kbps será de Estão registrados no Estado do Tocantins 502
R$30,00. empreendimentos sociais de Economia Solidária, nú-
Em função do reduzido número de empresas mero que deve ser ampliado após alguns meses de
que atua nesse mercado, a estratégia que possivel- trabalho desse núcleo aqui no Estado.
mente será adotada por elas é a de oferecer pacotes Essa atitude do governo, juntamente com os
com velocidades maiores do que as atuais para conse- outros grupos sociais envolvidos, terá grande signifi-
guir a fatia de mercado que o plano não abarcará: cado na mudança do quadro social do Estado do To-
consumidores residenciais que já possuem acesso à cantins. Essa iniciativa poderá diminuir em grande
internet, mas com velocidade superior a 512kbps, o parte a miséria e a fome no Estado, com a ajuda da
que ocasionará um rápido aumento de qualidade no criação de novas cooperativas e o incentivo àquelas
serviço. que já existem.
Espera-se que as dificuldades de se cobrir toda
a imensa extensão territorial do país sejam superadas,
ademais, que o Brasil consiga “conectar-se” antes dos
grandes eventos que sediará em 2014, Copa do Mun-
do de Futebol, e 2016, Jogos Olímpicos, que os recur-
sos destinados a esse projeto não se diluam ao longo
do enorme processo burocrático por qual passará e
que, acima de tudo, esse esforço resulte em um ganho
de bem-estar social considerável à população brasilei-
ra.

Questão de Opinião
Abril de 2011
Edição Nº 1
EXPEDIENTE
Petianos:
Evaldo Gomes Júnior
Genick Masongele
Laila Cristina Amaral
Luana Borges
Melquisedeque Tavares
Milena Oliveira
Pablyne de Farias
Pedro Ricelly Gama
Railene Veloso
Rogério Cardoso

Tutor:
Adriano Paixão

Questão de Opinião
Abril de 2011
Edição Nº 1

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