Jéssica Ribeiro
SALVADOR, 2011
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem havido grande interesse, por parte da comunidade
científica, pelos ácidos graxos poliinsaturados ômega 3, principalmente EPA
(eicosapentaenoic acid ) e DHA (docosahexaenoic acid ), encontrados em
peixes e óleos de peixe. A base desse interesse, pela ingestão dietética de
EPA e DHA, vem de estudos populacionais e epidemiológicos, os quais
mostraram que o consumo de peixe está associado a diminuição dos
coeficientes de morbimortalidade pelas doenças cardiovasculares.
Os principais alimentos em que você pode encontrar uma maior quantidade de
ácidos graxos W -3 (EPA e DHA) são, mariscos peixes e algas. especialistas
em produção animal estão concentrando sua atenção sobre o enriquecimento
de ácidos graxos -3 W em produtos como ovos, leite e carne, a fim de alcançar
a maioria da população os benefícios destes nutrientes. (GONZALEZ, 2002)
Os AG w-3 de origem marinha, é formado nos cloroplastos das plantas
marinhas como fitoplâncton que alimentam os peixes de água profunda. Os
peixes vão armazenar o EPA e DHA, principalmente no tecido adiposo,
músculo e vísceras. (GONZALEZ, 2002)
A origem e a forma de preparo de alimentos ricos em ômega 3 podem afetar a
biodisponibilidade e o teor deste nutriente nos alimentos. Por exemplo, peixes
de cativeiro têm teor mais baixo de ômega-3 do que os mesmos peixes quando
selvagens. De seu lado a semente de linhaça, sofre rápida oxidação e para não
perder a sua quantidade efetiva de ômega-3 precisa ser triturada e
armazenada em recipiente escuro e fechado, e consumida em no máximo 72h.
(WAITZBERG)
(CARRERO et al., 2005)
(g / %)
Durante a gravidez
Durante o crescimento
No sistema cardiovascular
Sistema nervoso
Câncer
ÓLEO DE PRÍMULA
Para mulheres, a prímula tem sido utilizada para combater os sintomas da TPM
(tensão pré menstrual) como o inchaço nos seios, retenção hídrica,
irritabilidade. (GOLZÁLEZ, 2006)
Outros efeitos tem sido relatados como o potencial do GLA em reduzir a perda
de água através da pele e aumenta a tolerância à exposição dos raios
ultravioleta; combate coronariopatias (reduz o colesterol LDL e aumenta o
colesterol HDL), infecções virais, mal de Alzheimer e acalma crianças
hiperativas (GOLZÁLEZ, 2006)
ÓLEO DE ALHO
O alho (Allium sativum L.) é um alimento funcional rico em alicina que possui
ação antiviral, antifúngica e antibiótica, tem considerável teor de selênio agindo
como antioxidante e aliina que apresenta ação hipotensora e hipoglicemiante.
Alguns compostos sulfurados presentes no alho possuem atividade
vasodilatadora e hipocolesterolemiante, reduzindo o risco de doenças
cardiovasculares. As demais substâncias encontradas no alho possuem
atividade imunoestimulatória e antineoplásica. (DALONÇO et al., 2009)
Estudos epidemiológicos e experimentais evidenciam a ação anticarcinogênica
do alho, principalmente devido à presença de seus componentes sulfurados.
Abdullah et. al comprovou a atividade dos leucócitos de pessoas alimentadas
com alho 139% superior do que os leucócitos do grupo de pessoas que não
incluíram o alho em sua alimentação. Esta proteção parece ser resultado de
vários mecanismos incluindo: bloqueio da formação de compostos
nitrosaminas, hepatoproteção seletiva contra substancias carcinogênicas ,
supressão da bioativação de vários carcinogênicos, aumento do reparo do
DNA, redução da proliferação celular e/ou indução da apoptose. Possivelmente
vários desses eventos ocorrem simultaneamente e a ação dos componentes
sulfurados parece ser influenciada por diversos componentes da dieta. Por
exemplo, a presença de selênio, seja como parte da dieta, seja como
componente do suplemento de alho, contribui para aumentar a proteção contra
a carcinogênese mamária induzida pelo 7,2 dimetilbenza(a)antraceno (DMBA).
(MARCHIORI)
Apresenta vários efeitos benéficos às doenças do aparelho circulatório, tais
como diminuição dos níveis de colestero, LDL-colesterol e da pressão arterial.
O alho também tem atividade antioxidante que inativa espécies reativas de
oxigênio e aumenta enzimas celulares antioxidantes como a superóxido-
dismutase (SOD), catalase, glutationaperoxidase e glutationa. (SANTIAGO et
al., 2009)
Em um estudo feito por Banerjee et al. (2002) apud Santiago et al. (2009)
observaram que a administração diária, via oral, de 125, 250 e 500 mg/kg de
alho homogeneizado com água destilada em ratos por 30 dias, promoveu
menor dano causado pelo estresse oxidativo e menor mudança estrutural no
miocárdio em corações isolados dos ratos que sofreram isquemia e posterior
reperfusão.(SANTIAGO, et al. 2009)
A ação antioxidante da aliina , alicina e do ajoeno justificam o efeito do alho
sobre as LDL pois inibem a peroxidação lipídica por meio da inibição da enzima
xantina-oxidase e de eicosanóides. O alho também eleva a capacidade total
antioxidante do organismo devido à ação dos bioflavonóides quercetina e
campferol, por meio de um mecanismo mediado pelo óxido nítrico e in vitro,
age diretamente como varredor dos radicais livres. A alicina mostra analogia
estrutural com o dimetilsulfeto, o qual possui uma boa capacidade varredora de
radicais livres. A presença de selênio em sua composição também contribui
com este efeito. Isto quer dizer que os compostos sulfurados aliados aos
bioflavonóides incrementam a ação medicamentosa do alho. (MARCHIORI)
Uma menor cardiotoxicidade também foi demonstradapor Mukherjee et al.
(2003) apud Santiago et al. (2009), além de uma diminuição da expressão do
fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), em ratos que foram tratados durante 30
dias com doses únicas.
O alho possui também inulina, um polissacarídeo de reserva que tem
importantes propriedades funcionais, classificando-se como um fruto-
oligossacarídeo de ligações b-2,1 entre as frutoses da cadeia principal,
contendo uma glucose terminal e cadeias laterais de frutose ligadas. Esta
molécula estimula os componentes do sistema imune, ajuda na absorção de
cálcio, favorece a síntese da vitamina B e diminui parâmetros lipídicos. A
inulina age como fibra alimentar e prebiótico, melhorando a flora intestinal,
resultando em alívio de constipação, melhoria da composição de lipídios do
sangue e eliminação da produção de substâncias putrefativas no trato
intestinal. Este polissacarídeo resiste à lise no sistema digestivo humano, o que
favorece seu emprego para produtos dietéticos. Ao alcançar o cólon, sofre
degradação por Bifidobactérias o que estimula o crescimento bacteriano no
cólon, inibe o crescimento de bactérias patogênicas e putrefativas, reduz a
formação de produtos tóxicos da fermentação e age na prevenção do câncer
de cólon. (DALONÇO et al., 2009)
O tipo e a concentração dos compostos extraídos do alho dependem do seu
grau de maturação, práticas de produção de cultivo, localização na planta,
condições de processamento, armazenamento e manipulação. A maioria dos
componentes sulfurados não está presente nas células intactas. Quando o alho
é amassado, partido, cortado ou mastigado, vários de seus componentes
sulfurados são liberados no interior da célula vegetal. A interação entre os
vários compostos desencadeia reações em cadeia, gerando um conjunto de
componentes. Isso justifica a necessidade de consumo imediatamente após o
preparo, e sem que haja ação de calor ou qualquer outro tipo de tratamento
térmico , o que diminui muito as concentrações dos fitoquímicos sulfurados em
questão . (MARCHIORI)
RECOMENDAÇÕES
CONTRAINDICAÇÕES
Não recomendado o uso do óleo de prímula por gestantes, uma vez que pode
levar a uma ruptura tardia das membranas e aumento da ocitocina. Assim
como pessoas que ingerem algum tipo de medicamente anticoagulante como
aspirina, clopidogrel, AINES tais como diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno,
dalteparina, enoxaparina, heparina, warfarina, etc. (GOLZÁLEZ, 2006)
REFERÊNCIAS
Santiago, M.B.; Nascimento, A.M.; Couto, W.C.S.; Oliveira Neto, W.N.; Lessa,
F.C.R.; Franquini, J.V.M.; Pinto, V.D.1; Andrade, T.U Efeito da administração
do Allium sativum sobre as alterações cardiovasculares de ratos Wistar com
infarto do miocárdio Rev Ciênc Farm Básica Apl.,2009;30(1):75-82
ISSN 1808-4532