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Unidade 2

A Lógica Matemática
Como Surgiu a Lógica
Matemática?
A estrutura do pensamento lógico, segundo
Aristóteles, era capaz de representar a pró-
pria realidade das coisas. Ideia semelhante
era aceita pelos filósofos medievais, os quais
desenvolveram o saber da Lógica aristotélica
sob o nome de Dialética. Segundo a teoria
destes pensadores, uma sentença correta do
pensamento conseguiria exprimir a realida-
de do objeto, enquanto uma sentença falsa
não seria capaz de exprimir nada. De acordo
BLAKE, W. Newton, 1795.
com a Lógica Clássica os critérios de verda-
de e falsidade eram características do pensa-
Estóicos:
mento e não das próprias coisas, enquanto a
Partidários do estoicismo. Seguidores da
realidade e a irrealidade eram atributos dos
Filosofia de Zenão (340-264 a.C.), Cleanto
seres e não do pensamento. Mesmo assim, se
(séc. III a.C.), Crisipo (280-208), entre outros.
um pensamento fosse verdadeiro, ele teria a
Esta doutrina se caracterizou por sua
capacidade de exprimir a realidade da coisa
preocupação com a questão moral. Os
pensada.
filósofos estóicos pregavam a impassi-
bilidade frente aos prazeres e aos sof- Houve ainda algumas contribuições de
rimentos, devendo valorizar somente a lógicos gregos tardios como os estóicos e os
racionalidade humana. megáricos, porém a contribuição proporcio-
nada por eles ficou sendo muito pouco
Megáricos: conhecida e divulgada.
Lógicos da cidade de Mégara. Dedicavam-
-se ao estudo das sutilezas da Lógica.

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Para os últimos lógicos medievos e para alguns filósofos modernos,
tais como Francis Bacon, a Medievais Lógica era a arte do pensamento,
ela guiaria a razão e os raciocínios nas ciências e nos demais saberes.
Sendo assim, ela deveria fornecer leis, as quais guiariam o pensamento
para a verdade, evitando que ele caísse em contradições e confusões,
assim como também fornecia técni-
cas de avaliação para analisar os
conhecimentos já existentes.
A Lógica até o final do período
moderno não era totalmente for-
mal, pois ela ainda considerava o
valor de veracidade e falsidade das
proposições através da adequação
ou inadequação das mesmas em
relação ao conhecimento que o
sujeito possuía do mundo. Caso
uma proposição exprimisse uma
ideia inexistente no mundo ela
deveria ser considerada falsa. Dife-
rente da Lógica contemporânea
que busca encontrar este valor na
simples forma lógica das proposi-
ções, cada vez mais representadas
por símbolos matemáticos. A Lógica
contemporânea se preocupa cada
vez menos com o conteúdo mate- VINCI, L. da. Cabeça de mulher (La Scapigliata),
rial das proposições. 1491-1508.
Os lógicos atuais, assim como
os matemáticos, criam símbolos Lógicos atuais:
que representam todas as relações A lógica contemporânea funciona de
possíveis nas proposições, as quais acordo com regras criadas pela própria
são o objeto de estudo por exce- razão, ela não pretende mais emitir
lência da Lógica. Através destes enunciados verdadeiros ou falsos sobre
símbolos e da analogia entre eles, o mundo, nem comprovar a sua realidade.
determina-se quais são as relações verdadeiras e falsas nestas senten-
ças, também se define quais as ligações possíveis entre pensamento
e linguagem, assim como qual a própria estrutura do pensamento. A
grande aproximação entre Lógica e Matemática ocorreu principal-
mente porque muitos dos filósofos que se ocupavam com a Lógica
eram também matemáticos, tais como Friedrich Ludwig Gottlob
Frege, (1848-1925), Carnap (1891-1970) e Hans Hahn (1879-1934) e
Whitehead (1861-1947). Eles possuíam a formação necessária para

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passar o rigor matemático a este saber. O curioso é que esta troca
entre Lógica e Matemática foi um caminho de mão dupla. Visto que
enquanto os matemáticos transformavam a estrutura da Lógica, ma-
tematizando-a cada vez mais, eles também utilizavam muitas das de-
finições proporcionadas por ela para definir os conceitos e os termos
da Matemática.
A Lógica contemporânea está cada vez mais distante da lingua-
gem falada no cotidiano, visto que é inteiramente construída através
de símbolos arquitetados à semelhança da Matemática. A visão que
os filósofos possuíam da Lógica se alterou muito em consequência da
influência recebida deste saber. Além disso, a própria visão dos sábios
em relação à Matemática também se alterou bastante com o passar do
tempo, porque desde a antiguidade até o século XVIII ela era conside-
rada como o saber mais exato, certo e seguro que poderia existir. Um
saber praticamente divino, pois mesmo que todos os homens desapa-
recessem do mundo, dois mais dois continuariam a ser quatro. Todas
as figuras geométricas, definições, números, operações matemáticas e
símbolos existiam independentemente da razão humana e da própria
existência do homem no mundo.
Conceito que se transforma a partir do século XIX com Peano, o
qual considera a Matemática como um saber Giuseppe Peano: Matemático
italiano do século XIX. (1858
inteiramente construído pelo intelecto humano. -1932).
Os objetos de estudo da Matemática, segundo
ele, são apenas entidades idealizadas pela razão do homem, não pos-
suindo qualquer realidade própria. Ou seja, só existem enquanto par-
ticipam do pensamento humano, nunca por si mesmos.
Esta visão da Matemática contamina o modo como se concebe a
Lógica. Porque da mesma forma como se compreendeu a Matemáti-
ca como um saber construído através de uma linguagem simbólica,
criada pelo homem, a Lógica também ganha um conjunto de símbo-
los, cada qual com sentido único, criados intelectualmente. A Lógica
passou a ser considerada como um saber que avalia a verdade e a fal-
sidade do pensamento, através de provas e demonstrações do próprio
pensamento e não através de provas originárias da relação que o ho-
mem tem com o mundo. O pensamento não visa mais a demonstração
de proposições verdadeiras ou falsas em analogia ao real, e nem da
existência ou inexistência do que há no mundo através da estrutura do
pensamento, assim como era na Lógica aristotélica. Um pensamento
verdadeiro, de acordo com a Lógica contemporânea, pode não repre-
sentar absolutamente nada no mundo.

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Enquanto disciplina da Filoso-
Teoria do Conhecimento: é o conjunto
fia, a Lógica é um saber que não se das várias teorias desenvolvidas ao longo
confunde de forma alguma com a da história da Filosofia por diversos pen-
Teoria do Conhecimento, porque sadores sobre como o homem conhece,
ela não visa a compreensão do mun- ou como ele adquire conhecimentos. Po-
do ao nosso redor e nem como nós demos citar vários exemplos de teorias
somos capazes de formar idéias e sobre a forma como o homem é capaz de
conhecimentos sobre ele, pelo con- aprender, ou ainda, como ele apreende o
trário, é um saber absolutamente mundo, tais como: o empirismo (conheci-
independente do mundo. Visto que mento através da experiência), o raciona-
é criado pelo próprio pensamento e lismo (conhecimento através da reflexão
obedece às suas próprias regras. racional), o criticismo kantiano (teoria
desenvolvida por Kant que tenta expli-
car como o homem percebe o mundo ao
Lógica Formal e Informal seu redor e como ele cria idéias em sua
mente), entre várias outras.
A Lógica Formal, desde a Grécia
antiga, sempre esteve ligada à Filosofia influenciando na forma como
este discurso é construído. Porém, é nítido que sempre houve dois
tipos de discurso muito diferentes. Um mais ligado à investigação das
regras que governam o pensamento, a Lógica propriamente dita, e
outro sobre as mais variadas questões, como, por exemplo, o que é a
felicidade, o prazer, o conhecimento, ou ainda, o que é a moral. São
dois tipos de discurso, ou formas argumentativas muito distintas.
Embora as regras da Lógica tenham proporcionado alguns princí-
pios de como o pensamento deve funcionar, ele não define de forma
absoluta o encadeamento de idéias quando estamos discutindo sobre
a moral, ou sobre o prazer, por exemplo. Não há uma sequência rígida
de proposições, as quais devem ser seguidas para que se conquiste a
verdade. Contudo, define-se de forma muito clara a seqüência de sen-
tenças existentes na Lógica. Poderíamos dizer que enquanto o Lógico
Formal trabalha com a conexão de expressões, o filósofo trabalha com
a coerência de conceitos.

“A lógica formal pode fornecer ao lógico informal exploratório uma bússola para que se oriente,
mas não uma rota estabelecida e menos ainda trilhos que tornem óbvio o caminho”. (RYLE, 1993).

A Lógica Formal, desde Aristóteles, sempre se aproximou muito


da Matemática euclidiana, porque progride geometricamente em suas
Relativo a Euclides, matemático e conclusões, assim como busca um ideal
geômetra que viveu parte de sua vida na de sistematização de idéias, proíbe nuan-
Grécia. (aproximadamente 300 a.C.).
ces de significado e, invariavelmente, as
conclusões devem ser provadas e não simplesmente sugeridas.

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Para o discurso filosófico em geral, o que validará um argumen-
to não é a sua adequação com as sentenças anteriores e posteriores,
mas a simples constatação se o argumento utilizado é relevante no
contexto na discussão ou não. Caso ele possua pouca ou nenhuma
importância, será simplesmente descartado como inválido. Diferente
da Lógica formal, a qual descartará um argumento se ele for utilizado
no momento inadequado em uma cadeia de teoremas. É desnecessário
dizer que para o primeiro tipo de discurso o reconhecimento de um
argumento falacioso é muito mais complicado.
Enganador, ardiloso, fraudulento, ilusório.

As Análises da Lógica Matemática


Procura estabelecer os procedimentos pelos quais determinamos a
falsidade ou a veracidade de uma proposição em relação às outras.
Estas proposições transmitem pensamentos, afirmam fatos e ex-
primem juízos que formamos a respeito dos entes. Ex: “A lua é o sa-
télite da Terra”, “Três vezes cinco é igual a 5 x 3”. “Vou ao cinema se
conseguir dinheiro”, “se chove a rua fica molhada”, entre outras. Não
são consideradas proposições frases do gênero: “O gato da menina”,
“Cinco”, “Talvez”, etc.
As frases poderão ser consideradas verdadeiras (V) ou falsas (F) e
a estes valores dá-se o nome de valor lógico de uma proposição. Cada
uma das proposições poderá conter apenas um valor lógico, ou seja, se
uma proposição for verdadeira não poderá ser falsa e vice-versa.

Proposições simples – ou atômicas.


São proposições que não contém nenhuma outra proposição como
parte integrante de si mesmas. Estas proposições são designadas atra-
vés das letras proposicionais minúsculas: p, q, r, s,...
Ex: p: João é japonês.
q: Maria é bonita.
r: Cinco mais cinco é igual a dez.

Proposições compostas – ou moleculares.


São juízos formados por mais de uma proposição. São designadas
através das letras latinas maiúsculas: P, Q, R, S,...
Ex: P: João é japonês e Maria é bonita.
Q: Maria é bonita ou Pedro é feio.
R: Se cinco mais cinco é igual a dez, então duas vezes cinco é
igual a dez.
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Quando é necessário deixar claro que uma proposição composta é
formada por várias proposições simples, escreve-se: P (p, q,...)
A análise destas proposições moleculares ocorre por meio dos
conectivos. Chamam-se de conectivos as palavras utilizadas para
formar novas sentenças a partir das já existentes.
Estes conectivos são representados através dos seguintes símbolos:
~ = negação (não)
= conjunção (e)
= disjunção (ou)
= condicional (se... então)
= bicondicional (se e somente se)
( ) = indicam prioridades

Os Conectivos
De acordo com o princípio do terceiro excluído, uma proposição
simples ou será verdadeira ou falsa, não há outra possibilidade. Porém,
quando as proposições são complexas a determinação de sua verdade
ou falsidade, ou seja, do valor lógico das proposições moleculares se
dá exclusivamente pelo valor de verdade ou falsidade contido nas
proposições simples que a compõe.
Para que se determine o valor lógico desta categoria de proposi-
ções utiliza-se um recurso denominado de tabela-verdade. Nesta tabe-
la aparecem todos os possíveis valores lógicos das proposições que a
compõe.
Por exemplo, da proposição complexa:

“João é inteligente e Maria é dedicada”.


P Q

P Q
1 V V
2 V F
3 F V
4 F F

Estas são todas as combinações possíveis para a proposição acima.


Podemos considerar as duas proposições verdadeiras, a primeira ver-
dadeira e a segunda falsa, a primeira falsa e a segunda verdadeira, ou
as duas falsas. Observem que os valores lógicos se alternam de dois em
dois na primeira coluna e de um em um na segunda.

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Se tomarmos como exemplo uma proposição molecular formada
por três proposições simples, de quatro combinações possíveis, pas-
saremos para oito possibilidades. A cada proposição simples a mais,
o número de combinações possíveis aumenta proporcionalmente. No
caso de uma proposição formada por quatro sentenças, por exemplo,
a tabela verdade possuiria dezesseis linhas.

“João é inteligente, Maria é dedicada e José é relapso”.


P Q R

P Q R
1 V V V
2 V V F
3 V F V
4 V F F
5 F V V
6 F V F
7 F F V
8 F F F

Da mesma forma como ocorreu na tabela anterior, os valores ló-


gicos V e F se alternam nesta tabela de quatro em quatro na primeira
coluna, de dois em dois na segunda e de um em um na terceira.
A forma de indicar o valor lógico das proposições é V = valor,
(p) = proposição e V ou F para verdadeiro ou falso.
Por exemplo: “O sol é verde”. V (p) = F.

Cálculo Proposicional
O cálculo proposicional são as operações lógicas que podemos
estabelecer entre as proposições. Semelhante às operações realiza-
das na Matemática, a lógica do cálculo proposicional também pos-
sui algumas operações básicas, tais como: a negação, a conjunção,
a disjunção, a disjunção exclusiva, a condicional e a bicondicional.
É importante salientar que estas operações lógicas visam somente
estabelecer o valor lógico (V ou F) das proposições em suas relações
e não no que diz respeito ao seu conteúdo.

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Negação
A negação de uma proposição “p” se dá quando o valor lógico
de V ou F aparece representado de forma oposta em “não p”. Simbo-
licamente a negação da proposição “p” aparece representada como
“~p”.
Podemos formular uma tabela-verdade de negação da seguinte forma:

p ~p
V F
F V

Ou seja, podemos representar uma negação através das igualda-


des: ~V = F, ~F = V e V (~p) = ~V (p). O valor de uma proposição
negativa é igual à negação de uma proposição afirmativa.
Por exemplo:
p: 5 + 3 = 8 (V) e ~p: 5 + 3 8 (F).
V (~p) = ~V(p) = ~V= F
O valor da proposição negativa é igual ao valor da negação da pro-
posição positiva. Ou seja, a negação da verdade igual à falsidade.
Ou, em outro exemplo:
p: “Curitiba é a capital de São Paulo” (F) e ~p: “Curitiba não é a
capital de São Paulo”.
V(~p) = ~V(p) = ~F = V
O valor da proposição negativa é igual à negação da proposição
afirmativa. Ou seja, a negação da falsidade é igual ao valor de verdade
da proposição.
A forma mais simples de realizar uma negação é a de colocar a
palavra “não” antes do verbo, como na proposição já utilizada:
“Curitiba é a capital de São Paulo” e
“Curitiba não é a capital de São Paulo”.
Porém existem ainda outras formas de realizar a negação em pro-
posições. Como por exemplo:
“Maria é estudiosa” e,
“Não é verdade que Maria seja estudiosa”.
Ou simplesmente, “É falso que Maria seja estudiosa”.

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Não esquecer que a negação da proposição “Todos os homens são mortais” é “Nem
todos os homens são mortais”, ao passo que a negação de “Nenhum homem é imortal”
é “alguns homens são imortais”.

Conjunção
A conjunção de duas proposições “p e q”, representadas por “p q”,
possuirão o valor lógico de verdade quando as duas proposições forem
verdadeiras e de falsidade para todos os demais casos. Poderemos formar
a seguinte tabela-verdade:

p q p q
V V V
V F F
F V F
F F F

Poderemos representar o valor das proposições da seguinte forma:


V V = V, V F = F, F V = F e F F=F

Ou ainda:
V(p q) = V (p) V (q)

Exemplos:
1. p: “A árvore faz fotossíntese” (V)
q: “9 < 10” (V)
p q: A árvore faz fotossíntese e 9 < 10 (V)
V(p q) = V (p) V (q) = V V = V

2. p: “Curitiba é maior que São Paulo” (F)


q: “São Paulo é maior que Fortaleza” (V)
p q: Curitiba é maior que São Paulo e São Paulo é maior que
Fortaleza. (F)
V(p q) = V (p) V (q) = F V = F

3. p: “3 + 3 = 6” (V)
q: “5 – 2 = 4” (F)
p q: “3 + 3 = 6 e 5 – 2 = 4” (F)
V(p q) = V (p) V (q) = V F = F

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4. p: “O mercúrio é azul” (F)
q: “São Paulo é uma cidade litorânea” (F)
p q: “O mercúrio é azul e São Paulo é uma cidade litorânea” (F)
V(p q) = V (p) V (q) = F F = F

Disjunção
Simbolicamente a disjunção aparece representada da seguinte for-
ma: “p q”, ou seja, “p ou q”. O valor de verdade se dá quando pelo
menos uma das proposições é verdadeira. Somente quando as duas
proposições forem falsas o valor da proposição será falso.
Através destas definições poderemos formar a seguinte tabela-verdade:

p q p q
V V V
V F V
F V V
F F F

Consideramos as igualdades:
V V=V V F=V F V=V F F=F

Ou seja:
V(p q) = V(p) V(q)

Exemplos:
1. p: “A laranja é uma fruta cítrica” (V)
q: “Shakespeare escreveu Romeu e Julieta” (V)
p q: “A laranja é uma fruta cítrica ou Shakespeare escreveu
Romeu e Julieta” (V)
V(p q) = V(p) V(q) = V V = V

2. p: “12 3 = 4” (V)
q: “24 > 25” (F)
p q: “12 3 = 4 ou 24 > 25” (V)
V(p q) = V(p) V(q) = V F = V

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3. p: “Shakespeare escreveu Guerra e Paz” (F)
q: “7 é um número primo” (V)
p q: “Shakespeare escreveu Guerra e Paz ou sete é um número
primo” (V)
V(p q) = V(p) V(q) = F V = V

4. p: “O Rio de Janeiro é a capital de São Paulo” (F)


q: “São Paulo é a capital da Bahia” (F)
p q: “O Rio de Janeiro é a capital de São Paulo ou São Paulo é a
capital da Bahia” (F)
V(p q) = V(p) V(q) = F F = F

Disjunção Exclusiva
A principal diferença entre a simples disjunção e a disjunção ex-
clusiva é que nesta última, apenas uma das sentenças poderá ser verda-
deira. Na simples disjunção as duas proposições poderão ser tomadas
como verdades, ou como conteúdos complementares. Por exemplo, eu
poderei dizer que “Maria é inteligente ou muito dedicada”, sendo que
estes dois sentidos poderão ser verdadeiros ao mesmo tempo. Maria
poderá ser inteligente e dedicada. Ao passo que quando digo “Ou
Sofia é filha de José ou não é”,uma das duas proposições deverá ser falsa
necessariamente. Ou ainda quando afirmo “Marcos nasceu no Norte
do Brasil ou no Nordeste”, “Tiago comeu o bolo ou não comeu”, uma
das proposições é verdadeira e outra falsa, não há como conciliar as
duas afirmações.
Representamos a disjunção exclusiva através do símbolo , na
tabela-verdade abaixo observamos que o valor das proposições da
disjunção exclusiva apenas serão falsos quando as duas proposições
forem verdadeiras ou quando as duas forem falsas.

p q p q
V V F
V F V
F V V
F F F

Ou seja, V V=F V F=V F V=V F F=F

V(p q) = V(p) V(q)

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Condicional
Esta categoria de proposições exprime o pensamento “se... então”,
também chamada de implicação. A proposição “p”, também chamada
neste caso de antecedente, deverá exprimir as condições necessárias
ou suficientes para “q”, denominada de consequente. De modo que
a única implicação com valor de verdade falso será quando “p” for
verdadeira e “q” falsa. Em todos os outros casos o valor da proposição
será verdadeiro.
Podemos construir a seguinte tabela verdade:

p q p q
V V V
V F F
F V V
F F V

Utilizamos as igualdades:
V V=V V F=F F V=V F F=V

V(p q) = V(p) V(q)

Exemplos:
1. p: “O mês de Fevereiro tem 28 dias” (V)
q: “Nos anos bissextos o mês de Fevereiro têm 29 dias” (V)
p q: “Se o mês de Fevereiro têm 28 dias, então nos anos bissex-
tos o mês de Fevereiro têm 29 dias”. (V)
V(p q) = V(p) V(q) = V V=V

2. p: “3 – 2 = 1” (V)
q: “10 3 = 4” (F)
p q: “Se 3 – 2 = 1, então 10 3 = 4” (F)
V(p q) = V(p) V(q) = V F=F

3. p: “Todos os meses têm 30 dias” (F)


q: “O mês de Abril tem 30 dias” (V)
p q: Se todos os meses têm 30 dias, então o mês de Abril tem 30 dias”
V(p q) = V(p) V(q) = F V=V

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4. p: “Aristóteles escrevia na forma de diálogos” (F)
q: “40 + 30 = 60” (F)
p q: “Se Aristóteles escrevia na forma de diálogos, então
40 + 30 = 60” (V)
V(p q) = V(p) V(q) = F F=V

A condicional “p q” não afirma que o conteúdo da segunda proposição é deduzido de “p” como sua consequência
necessária. A única coisa que é possível deduzir são as relações entre os valores lógicos das duas proposições, da forma como
foram estabelecidos na tabela--verdade acima. Não é possível deduzir seu conteúdo. Então, de acordo com a tabela-verdade
poderemos fazer a seguinte implicação lógica: “3 + 3 = 6 Pelé é um jogador de futebol”. “Se 3 + 3 = 6, então Pelé é
um jogador de futebol” e o valor de verdade da relação entre as duas proposições será verdadeiro por mais que o teor das
proposições não seja compatível.

Bicondicional
Esta categoria de proposições é definida através da expressão “p se e somente se q”,
também chamada de equivalência. O valor de verdade é encontrado quando as proposições
“p” e “q” forem verdadeiras, ou ambas falsas. Ou seja, “p” é condição suficiente e necessá-
ria para “q”, assim como “q” é condição suficiente e necessária para “p”. Assim como nas
outras operações lógicas, analisa-se o valor lógico da relação entre as proposições e não o seu
conteúdo relacional.
As proposições bicondicionais formam a seguinte tabela-verdade:

p q p q
V V V
V F F
F V F
F F V

Formamos as seguintes igualdades:


V V=V V F=F F V=F F F=V

V(p q) = V(p) V(q)


Exemplos:
1. p: “O fogo queima” (V)
q: “O gelo é frio” (V)
p q: “O fogo queima, se e somente se o gelo é frio” (V)
V(p q) = V(p) V(q) = V V = V

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2. p: “Paris é a capital da França” (V)
q: “22 3 = 70” (F)
p q: “Paris é a capital da França se e somente se 22 x 3 = 70” (F)
V(p q) = V(p) V(q) = V F = F

3. p: “O ano possui dez meses” (F)


q: “30 + 1 = 31” (V)
p q: “O ano possui dez meses se e somente se 30 + 1 = 31” (F)
V(p q) = V(p) V(q) = F V = F

4. p: “Salvador é uma cidade de São Paulo” (F)


q: “Curitiba é a antiga capital do Rio de Janeiro” (F)
p q: “Salvador é uma cidade de São Paulo, se e somente se
Curitiba é a antiga capital do Rio de Janeiro”. (V)
V(p q) = V(p) V(q) = F F = V

Fractal
As demonstrações da lógica matemática
progridem necessariamente, assim como
a imagem de um fractal reproduz-se
geometricamente.

http://upload.wikimedia.org

Fractal de Mandelbrot.

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As Tabelas-Verdade
A construção das tabelas-verdade ocorre através da análise entre
os conectivos lógicos que a compõe. Ao analisarmos estas relações
entre proposições devemos obedecer a esta hierarquia de conectivos:
~, , , ,
O símbolo ( ) indica prioridade de resolução.

Das seguintes proposições simples:

p = “João estuda” e q = “Pedro trabalha”.

Poderemos formar as seguintes proposições:

(p q) q
Se João estuda e Pedro trabalha, então Pedro trabalha.

(p ~q) p
Se João estuda e Pedro não trabalha, então João estuda.

p q
João estuda se e somente se Pedro trabalha.

p ~q
João estuda se Pedro não trabalha.

~(p q)
João não estuda e Pedro não trabalha.

Tomemos o primeiro exemplo para a construção de uma tabela


verdade. Os valores lógicos iniciais, em vermelho, obedecem à regra já
estabelecida acima, eles se alternam de dois em dois para “p” e de um
em um para “q”. Iniciamos a resolução desta tabela pelos termos con-
tidos dentro do parêntesis (colunas 1 e 3). No caso estas duas propo-
sições estão ligadas pelo conectivo , para o qual só será considerada
verdadeira a relação entre dois valores verdadeiros.

(p q) q
V V V
V F F
F V V
F F F
1 2 3 4 5

40
Em seguida será considerada a relação entre as colunas 2 e 5, de
acordo com a hierarquia dos conectivos estabelecida. Na relação con-
dicional só será considerada falsa a relação quando o termo antece-
dente for verdadeiro e o segundo falso. O resultado aparece em azul
na coluna quatro.

(p q) q
V V V V V
V F F V F
F F V V V
F F F V F
1 2 3 4 5

Quando todos os resultados de uma tabela-verdade forem falsos


teremos uma proposição contraditória, quando todos os resultados
forem verdadeiros teremos uma tautologia e quando aparecerem re-
sultados verdadeiros e falsos haverá uma fórmula indeterminada, ou
contingência.
Exemplo de tabela-verdade com resultado contraditório:

(p q) ~ (p q)
V V V F F V V V
V F F F F V V F
F F V F F F V V
F F F F V F F F
1 2 3 4 5 6 7 8

Primeiro se resolvem as colunas 1 e 3, com o conectivo . Depois


as colunas 6 e 8, com o conectivo . A coluna 7 se transforma na co-
luna 5, ou seja, todos os resultados verdadeiros se transformam em
falsos e os falsos em verdadeiros. Para então se chegar ao resultado
final entre as colunas 2 e 5, também com o conectivo , o qual aparece
na coluna 4.
Exemplo de tabela-verdade com resultado contingente:

~ p ~ q (p q)
F V F F V V V V V
F V V V F F V F F
V F V F V V F V V
V F V V F V F V F
1 2 3 4 5 6 7 8 9

41
Da mesma forma que na tabela anterior, primeiro se resolve a ope-
ração entre parêntesis. Depois as negações, o conectivo , para que
então se encontre o resultado final na coluna 6.
No caso de um encadeamento de idéias mais longo também é pos-
sível transformar estes pensamentos em símbolos lógicos:

“Se as uvas caem, então as raposas as comem”.


p q

“Se as raposas as comem, então estão maduras”.


q r

“As uvas estão verdes ou caem”.


~r p

“Segue-se que, a raposa come as uvas se e somente se as uvas caem.”


q p

Ou seja, ((p q) (q r) (~r p)) (q p)), para estabele-


cermos a tabela-verdade, cada um dos termos da proposição deverá
ser colocado em uma coluna própria. O número de linhas da tabela
será estabelecido de acordo com número de proposições, no caso da
proposição acima, que contém três termos, p, q e r, a tabela terá 8 li-
nhas. O valor de verdade ou falsidade inicial (escritos em vermelho) se
alternam nesta tabela de quatro em quatro linhas na proposição p, de
dois em dois na proposição q e de um em um na proposição r, assim
como já foi explicado no início desta unidade.

((p q) (q r) (~ r p) ) (q p))
V V V V F V V V V
V V V F V F V V V
V F F V F V V F V
V F F F V F V F V
F V V V F V F V F
F V V F V F F V F
F F F V F V F F F
F F F F V F F F F
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

42
Através da hierarquia de conectivos a serem seguidos para a resolução da tabela, o pri-
meiro a ser trabalhado será a negação. Portanto, todos os valores lógicos de ~r devem ser
transformados. Quando um valor for verdadeiro deverá ser transformado em falso e vice-
-versa. Os valores da coluna 10 foram transformados para a coluna 9. O próximo passo será
resolver todas as relações contidas entre ( ). O valor de verdade ou falsidade desta resolução
será obtido de acordo com as operações básicas do cálculo proposicional estudadas acima.
Portanto, na primeira relação (p q), só será considerada falsa a relação quando o primeiro
valor for V e o segundo F; todas as demais relações serão verdadeiras. As demais resoluções
também obedeceram ao mesmo critério do cálculo proposicional já analisados.

((p q) (q r) (~ r p) ) (q p))
V V V V V V F V V V V V V
V V V V F F V F V V V V V
V F F F V V F V V V F F V
V F F F V F V F V V F F V
F V V V V V F V F F V F F
F V V V F F V F V F V F F
F V F F V V F V F F F V F
F V F F V F V F V F F V F
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

O próximo passo é verificar o valor da resolução das duas proposições iniciais contidas
entre parêntesis, portanto as colunas 2 e 6. Neste caso aparece o conectivo , para o qual só
será considerado V se os dois valores forem verdadeiros. E em seguida relacionar os valores
lógicos da coluna 11 com a coluna 4, para o qual também aparece o conectivo , assim sendo
deverá ser resolvido da mesma forma que a relação anterior. Finalmente se obterá a resposta
final quando analisarmos o resultado da coluna 8 com a coluna 15. Tal como aparece na
tabela abaixo:

((p q) (q r) (~ r p) ) (q p))
V V V V V V V V F V V V V V V V
V V V F V F F F V F V V V V V V
V F F F F V V F F V V V V F F V
V F F F F V F F V F V V V F F V
F V V V V V V F F V F F V V F F
F V V F V F F F V F V F V V F F
F V F V F V V F F V F F V F V F
F V F V F V F V V F V F V F V F
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Como todos os resultados foram verdadeiros, esta relação lógica se trata de uma tautologia.

43
A Equivalência Lógica
Definimos uma equivalência lógica quando a tabela-verdade de
uma proposição for idêntica à tabela-verdade de outra proposição.
Por exemplo: P (p,q,r,...) Q (p,q,r,...). O símbolo utilizado para de-
monstrar a equivalência lógica é: . A resolução das tabelas-verdade
ocorre da mesma forma como vimos acima: O valor inicial de verdade
e falsidade é apresentado nas tabelas em vermelho, na sequência são
solucionados as operações com os conectivos: ~, , , , . É im-
portante observar que na equivalência lógica obtemos dois resultados
idênticos, caso as proposições sejam equivalentes.

Importante: Não confundir com , o primeiro símbolo faz referência à equivalência


lógica e o outro símbolo à operação bicondicional.

A regra da dupla negação: afirma que quando há uma dupla negação o resultado equiv-
ale à afirmação.
p ~p ~~p
V F V
F V F
1 2 3

Exemplos de equivalências lógicas:


1. No exemplo abaixo se comprova a equivalência entre as proposições:

(p q) (~ p q) q

Ou seja, o resultado da tabela-verdade é idêntico: linhas 4 e 10.

(p q) (~ p q) q
V V V V F V V V V
V V F F F V F F F
F V V V V F V V V
F F F F V F V F F
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

44
2. Aqui também se comprova a equivalência lógica entre as proposições:

p ~q ~r p r q

p ~ q ~ r p r q
V F F V V F V V V V V V
V F F V V V F V F F V V
V V V F F F V V V V F F
V V V F V V F V F F V F
F F F V V F V F F V V V
F F F V V V F F F F V V
F F V F V F V F F V V F
F F V F V V F F F F V F
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

3. A proposição ~ (p q ~ r) é idêntica a proposição ~ p (q r).

~ (p q ~ r) ~ p (q r)
V V V V F F V F V V V V V
F V V V V V F F V F V F F
V V F F F F V F V V F V V
V V F F F V F F V V F V F
V F F V F F V V F V V V V
V F F V F V F V F V V F F
V F F F F F V V F V F V V
V F F F F V F V F V F V F
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

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