de manutenção
Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes
Equipe técnica
Dayane Freitas
Adaptação de linguagem
Edson Pinheiro
Revisão técnica
Tatyana Ferreira
Revisão pedagógica
Douglas Zani
Eugênio Santos Goulart
Ilustração
Vitória
2009
© 2009. Senai - Departamento Regional do Espírito Santo
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998. É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, por
quaisquer meios, sem autorização prévia do Senai-ES.
Senai-ES
Gerência de Educação e Tecnologia - Getec
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• Planejamento de Manutenção
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Sumário
Introdução ................................................................................................................................. 9
Desenvolvimento da manutenção ...................................................................................11
Termos mais utilizados.......................................................................................................... 13
Conceitos atuais ..................................................................................................................... 17
Organização da manutenção............................................................................................. 21
Classificação da manutenção............................................................................................. 23
Métodos de manutenção . .................................................................................................. 27
Técnicas de manutenção...................................................................................................... 31
Referências bibliográficas.................................................................................................... 51
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• Planejamento de Manutenção
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• Planejamento de Manutenção
8
Introdução
Achou importante?
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9
• Planejamento de Manutenção
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Desenvolvimento da manutenção
• Planejamento de Manutenção
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Termos mais utilizados
Manutenção
Na prática, a manutenção significa a conservação técnica e econômica
do ativo fixo de uma empresa. De acordo com o que determina a norma
NBR 5462, é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas,
incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item
em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida. A
manutenção pode incluir também a modificação de um item.
Falha
Falha é a perda da função de um equipamento. Para funcionar, um equi-
pamento pode ter critérios diferenciados. Por exemplo, atualmente a
agressão ao meio ambiente pode impedir o funcionamento de um equi-
pamento, portanto, pode ser classificada como uma condição de falha.
Diagnóstico de falha
O diagnóstico de falha é a identificação do mecanismo que provocou a
falha do equipamento. A identificação das causas desse acontecimento
é fundamental para a garantia de desempenho. Atualmente, diversas
técnicas, que vão desde o conhecimento básico dos equipamentos até
o uso de instrumentos sofisticados, auxiliam na análise da falha de uma
Achou importante? máquina.
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• Planejamento de Manutenção
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Item
É qualquer parte, componente, dispositivo, subsistema, unidade funcio-
nal, equipamento ou sistema, considerados individualmente.
Defeito
Desvio de um item em relação aos seus requisitos de funcionamento.
Pane
Incapacidade de um item em desempenhar sua função.
Confiabilidade
Confiabilidade é a probabilidade de um equipamento, célula de produ-
ção, planta ou qualquer sistema, funcionar normalmente em condições
de projeto por um período determinado. Para identificar a possibilidade
de um equipamento falhar ao longo de sua vida útil, existe a chamada
curva da banheira, que está representada a seguir.
Etapa de
mortalidade Etapa de Etapa de
infantil vida normal desgaste
Curva A
Curva B
• Planejamento de Manutenção
14
Período do desgaste acelerado: tempo em que as falhas ocorrem em
função do próprio tempo de uso dos componentes do equipamento. A
taxa de falha aumenta progressivamente, colocando em risco a segu-
rança e a produção. Os custos crescentes de manutenção e as perdas
de produção podem definir o fim da vida útil. Com a velocidade da evo-
lução da tecnologia, os equipamentos podem se tornar obsoletos cada
vez mais rápido.
Manutenibilidade
É um índice que se refere à realização de reparos de falhas dentro de um
prazo preestabelecido, tendo como base o histórico de outros consertos.
Disponibilidade
A disponibilidade representa o tempo no qual um equipamento pode
ser utilizado no trabalho. É composta pelo período efetivamente em uso
e pelo tempo em que o equipamento está em condições operacionais,
mas não em uso em função de outros fatores, ou por estar em reserva
(em stand by).
Prioridade
É um roteiro que detalha a sequência das atividades de manutenção. A
utilização dos recursos dentro de uma prioridade correta, garante a efi-
cácia da manutenção.
Indicadores de desempenho
Os indicadores de desempenho são parâmetros utilizados para avaliar a
eficiência dos trabalhos de manutenção. Os índices mais utilizados são:
TMPR (Tempo Médio para Reparo), TMEF (Tempo Médio entre Falhas) e a
Disponibilidade, que você acabou de estudar.
Terceirização
Terceirizar significa que uma empresa irá contratar os serviços de outra
corporação que não fazem parte de sua atividade principal, inclusive a
manutenção, com o objetivo de reduzir os custos finais de produção.
• Planejamento de Manutenção
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Análise de risco
A complexidade das tarefas das equipes de manutenção exige uma ava-
liação completa do potencial de risco envolvido. Essa análise envolve o
conhecimento de todos os fatores que afetam a segurança das ativida-
des de manutenção para um determinado serviço e as medidas necessá-
rias para evitar acidentes.
• Planejamento de Manutenção
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Conceitos atuais
Veja, a seguir, cada um desses conceitos que estão presentes nas estrutu-
ras de manutenção das grandes empresas em diferentes graus de inten-
sidade e nos aspectos de utilização.
Ainda segundo esse conceito, todos os dias melhorias devem ser imple-
mentadas, tanto no que diz respeito à estrutura organizacional quanto
aos profissionais.
• Planejamento de Manutenção
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RBM (Manutenção Baseada na
Confiabilidade)
Esse método, chamado de preditivo, permite o monitoramento das con-
dições reais do equipamento e a identificação prematura de sintomas
que podem levá-lo à falha. Essa identificação torna possível tomar deci-
sões que podem evitar a falha ou informar o momento ideal em que a
equipe de manutenção deve atuar.
O RBM deve ser aplicado em combinação com o TPM e a RCM para que
os níveis máximos de desempenho (benchmarking) sejam atingidos.
• Planejamento de Manutenção
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• Planejamento de Manutenção
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Organização da manutenção
• Planejamento de Manutenção
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Classificação da manutenção
Manutenção centralizada
Nesta organização, o pessoal de manutenção está localizado em uma
mesma área, normalmente sob a responsabilidade de um supervisor e
não está ligado a nenhum departamento da corporação. A maior parte
dos profissionais atende a todas as necessidades da área. O planejamento
geral da manutenção preventiva e corretiva, os registros de ocorrências,
os arquivos e as decisões de compras dos escritórios e às máquinas ficam
sob uma única responsabilidade.
Gerência de
produção
Unidade A Unidade B
Gerência de
manutenção
+
Todas as oficinas
Unidade C Unidade D
Vantagens
• Mão-de-obra agrupada por especialidades.
Gerência de
produção
Achou importante? • Maior rapidez às solicitações.
Faça aqui suas anotações. • Facilidade de recrutar pessoal para deslocamentos internos.
Unidade A Mnt A Unidade B Mnt B
• Planejamento de Manutenção
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• Redução de custos por causa do aproveitamento de pessoal.
• Redução da mão-de-obra subcontratada.
• Maior facilidade na aquisição de equipamentos externos.
• Solução de problemas similares em toda a fábrica.
• Troca de experiências entre especialistas.
• Agrupamento de todas as informações sobre manutenção, como
fichas, desenhos, registros e suprimentos.
Desvantagens
• Perda de tempo em deslocamentos.
• Baixa eficiência da equipe.Gerência de
produção
• Tempo de resposta pode ser intolerável.
• Supervisão mais difícil.
Unidade A Unidade B
• Maior quantidade de encarregados e mestres.
• Tempo para de familiarizar com toda a fábrica.
• Falta de disponibilidade dos especialistas.
Gerência de
manutenção
+
Manutenção descentralizada Todas as oficinas
Gerência de
produção
Não existe
coordenação
central
Desvantagens
• Menor flexibilidade no atendimento de serviços especiais.
• Tensão entre supervisores por conta do deslocamento de pessoal
para outras áreas.
• Tendência em superdimensionar a equipe e maior burocracia com
subdivisões hierárquicas.
• Aquisição de equipamentos idênticos para diferentes áreas.
• Dificuldades para contratar especialistas.
Sistema misto
Quando há um sistema de manutenção misto, a fábrica possui várias
oficinas que realizam os serviços de emergência e de maior prioridade,
e uma central que realiza os serviços mais complexos e na qual ficam
alojados os recursos mais caros, como guindastes, empilhadeiras, tor-
nos, fresas, retíficas, instrumentos de controle dimensional e outros itens
importantes para a execução de serviços de manutenção.
• Planejamento de Manutenção
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Organização das instalações na manutenção descentralizada
Gerência de
produção
Gerência de manutenção
Oficina central
-Desmontagem
-Sobresalentes
-Recondicionados
-Sobrecarga da área
Vantagens
• Instalações centralizadas e descentralizadas, que proporcionam um
atendimento adequado à indústria.
• Permite melhor adaptação dos recursos, de acordo com as necessi-
dades específicas da empresa.
Desvantagens
• É preciso gerenciar adequadamente o sistema para aperfeiçoá-lo.
• Planejamento de Manutenção
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Métodos de manutenção
Corretivo
Método que consiste em uma situação não planejada para a execução
da manutenção. Nesse caso, a intervenção só ocorrerá quando o equipa-
mento perder sua função. Conhecido também como Run To Failure (RTF)
ou “operar até quebrar”, esse método está limitado a equipamentos nos
quais a consequência da falha não seja significativa para o processo pro-
dutivo como, por exemplo, motores de pequena potência, ar condicio-
nado simples e exaustores de restaurantes.
Preventivo
Método em que há um programa regular de inspeção, ajustes, limpeza,
lubrificação, troca de peças, calibração e reparo de componentes e equi-
pamentos. É baseada no tempo e não considera as condições do equipa-
mento. A atuação periódica da inspeção e da manutenção pode reduzir
os níveis de falhas em emergências e melhorar a disponibilidade dos
equipamentos.
Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
• Planejamento de Manutenção
27
RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
Equipamento: Código:
Responsável: Setor:
Itens a serem verificados Vr. Padrão Vr. Medido Obs.
Limite de
X1 alerta
X2 Limite de
reparo/troca
4 8 12 16 20 24 28 32 Tempo
(semanas)
Preditiva
A manutenção preditiva, ou manutenção baseada na condição, utiliza
técnicas de inspeção que monitoram a evolução do estado do equi-
pamento e atuam no momento mais adequado. É possível quando o
componente pode causar falha por alteração do nível de vibração, calor,
alteração de espessura, trincas e desgastes.
• Planejamento de Manutenção
28
de fluxo; a análise de motores elétricos; a detecção de vazamento; o
monitoramento da corrosão; a análise visual e de ruído. Algumas dessas
técnicas, você vai estudar ainda neste material.
Produtiva
A atuação da manutenção para melhorar o desempenho das máquinas
tornou-se muito importante com o aumento da competitividade entre
as empresas. A manutenção produtiva aplica inúmeras técnicas e fer-
ramentas de análise para alcançar níveis de desempenho superior das
máquinas e equipamentos.
NÃO
SIM
NÃ
O uso de técnica de
SIM Manutenção preditiva
monitoramento das condições
ação baseada na condição
dos equipamentos é viável?
• Planejamento de Manutenção
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• Planejamento de Manutenção
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Técnicas de manutenção
Análise de vibração
A análise de vibração é uma técnica que consiste na identificação do nível
de vibração que pode diferenciar o estado normal de funcionamento de
uma máquina, de uma situação irregular. Após identificar as anormalida-
des, essa análise permite relacionar o aspecto da vibração com a causa
do problema.
Velocidade de
Classificação das máquinas
vibração
0,71 Excelente
Excelente
1,12 Excelente
Bom Excelente
1,80
Bom
2,80
Atenção Bom
4,50
Atenção Bom
7,10
Atenção
11,20
Inadmissível Atenção
Inadmissível
18,00 Inadmissível
Inadmissível
29
30
25
18
20
16
14
15
9
10
6 5
5 3
0
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ol
es
et
Fo
es
D
En
O
R
D
El
R
Alinhamento
Para realizar o alinhamento das máquinas, o procedimento é o seguinte:
após a montagem dos cubos de acoplamento da máquina movida a motriz,
os equipamentos são posicionados nas bases para o início do processo.
• Planejamento de Manutenção
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Valores de referência para o alinhamento:
Tolerância de alinhamento
Rotação
Valor recomendado (máximo) Valor limite (máximo)
(RPM)
Deslocamento* Ângulo Deslocamento* Ângulo
Importância do alinhamento
Como você viu, o desalinhamento é uma das principais causas de vibra-
ções em máquinas. Mas o que ocorre quando um equipamento fica
desalinhado? Acontece a variação da posição relativa entre os eixos a
serem acoplados em relação a uma linha de simetria que, normalmente,
é a linha de centro de um dos equipamentos.
• Planejamento de Manutenção
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• Vazamento de óleo nas vedações do mancal.
• Afrouxamento dos parafusos da base.
• Afrouxamento ou quebra dos parafusos do acoplamento.
• Aquecimento do acoplamento. Naqueles em que há elastômeros,
verifique o efeito da temperatura.
• Desgaste excessivo do acoplamento.
• Ruptura do eixo na região do mancal ou do acoplamento.
• Perda de óleo ou graxa pelo acoplamento.
Tipos de desalinhamento
Observe a figura abaixo. Ela apresenta o desalinhamento que
ocorre nas pontas de eixo dos equipamentos. É a combinação do
desalinhamento angular (Θ) com o paralelo (Y).
Métodos de alinhamento
Existem alguns métodos e aparelhos que corrigem o desalinhamento.
Essa escolha depende do grau de precisão necessário ao perfeito fun-
cionamento do equipamento e da disponibilidade de pessoal treinado.
Compare os métodos a seguir.
Monitoramento do alinhamento
Balanceamento
Os equipamentos rotativos apresentam sempre um deslocamento
do centro de gravidade em relação ao eixo de simetria de rotação da
máquina, mesmo com os mais precisos processos de fabricação. Durante
a rotação, o deslocamento do centro de gravidade provocará o apareci-
mento de forças de inércia que causam a vibração da máquina.
Desbalanceamento
O desbalanceamento de massa é causado pelo deslocamento do cen-
tro de gravidade do rotor da máquina em relação ao centro de rotação.
Durante a rotação do eixo, a massa desbalanceada irá causar forças e
vibrações nos mancais.
Tipos de desbalanceamento
O desbalanceamento de massa se divide em dois tipos: estático e dinâ-
mico. O primeiro ocorre quando o eixo de rotação da máquina está para-
lelo ao eixo de distribuição de massa. Nesse caso, o balanceamento pode
ser corrigido em um único plano.
Análise de óleo
A análise de óleo é o segundo tipo de técnica de manutenção, que come-
çou a ser aplicada na década 50. A crise do petróleo intensificou seu uso,
que passou a cumprir uma nova função na manutenção das máquinas:
permitir o monitoramento das condições do óleo lubrificante.
Fundamentos da análise
A análise do óleo lubrificante tem dois objetivos: identificar as condições
do óleo e as possíveis falhas do equipamento. Além disso, nessa etapa é
possível escolher a função do lubrificante correto; manter o lubrificante
limpo (filtragem) e seco, e garantir o bom desempenho da lubrificação.
Coleta de amostras
A análise do óleo é realizada em amostras de lubrificantes retiradas
do equipamento. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados na
obtenção destas, por exemplo: deve-se garantir a homogeneidade da
amostra; o equipamento deve estar operando quando a coleta for feita;
a quantidade necessária é normalmente de meio litro; não pode haver
contaminação no local de retirada da amostra; o recipiente de coleta
deve estar isento de contaminação; o ponto de coleta deve ser sempre
o mesmo. Além disso, é necessário deixar escoar um pouco de lubrifi-
cante antes da coleta e identificar corretamente a amostra com as infor-
mações necessárias.
• Planejamento de Manutenção
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Tipos de análise de lubrificantes
As análises dos lubrificantes podem ser divididas em quatro grupos: aná-
lise físico-química; análise de contaminações; espectrometria e ferrogra-
fia. Confira os detalhes de cada uma delas.
Análise físico-química
Tipo de ensaio que tem como objetivo identificar as condições do lubri-
ficante e pode ser efetuada de forma pontual, ou seja, com medidas
isoladas. Podem ser feitas também análises periódicas para o acompa-
nhamento das condições do lubrificante.
Viscosidade cinemática
A viscosidade é a principal propriedade dos óleos lubrificantes, definida
como a medida de resistência do óleo ao fluir. A viscosidade diminui
devido à contaminação por solvente ou óleos de menor viscosidade, ou
aumenta por causa da oxidação, da presença de insolúveis, da água e da
contaminação por óleos de maior viscosidade.
• Planejamento de Manutenção
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Total Acid Number (TAN) e Total Base Number
(TBN)
A determinação do Número Ácido Total (TAN) e do Número Base Total
(TBN) é essencial na indústria de óleos. O TAN representa o número de
acidez total. A oxidação dos óleos, tais como os lubrificantes e os hidráu-
licos, é uma das principais causas de avarias mecânicas. O índice de aci-
dez mede a extensão da oxidação desses óleos. As normas que definem
esse ensaio são ASTM D664 e ASTM D974. A unidade é mgKOH/g.
Análise de contaminação
Outro tipo de análise é o da contaminação do lubrificante, que ocorre
devido à presença de substâncias externas que se infiltram no sistema
pelo desgaste do equipamento, ou por reações que ocorrem no próprio
lubrificante. Os principais ensaios utilizados na manutenção para detec-
tar a presença de lubrificantes são o Karl Fisher e a destilação, e os Inso-
lúveis em pentano. Veja.
Insolúveis em pentano
Este ensaio determina a saturação do lubrificante por presença de inso-
lúveis em pentano, ou seja, representa a porcentagem, em peso, de
material (exceto água e combustível) contido num óleo lubrificante. Tal
material inclui partículas metálicas de desgaste, óxidos resultantes da
corrosão, aditivos, fuligem, material carbonizado proveniente da degra-
dação do lubrificante e mistura de outras sujidades.
• Planejamento de Manutenção
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Espectrometria
A espectrometria é o terceiro tipo de análise dos lubrificantes. Pode ser
feita pelo método da absorção atômica ou da emissão ótica. Em termos
gerais, identifica todos os elementos químicos presentes no lubrificante.
A amostra é introduzida numa câmara de combustão e os materiais são
“desintegrados” até o seu nível atômico. Cada elemento químico possui
frequências particulares, como impressões digitais, tornando possível a
identificação.
Photomultiplier tube
Rowland circle
Secondary slit
Sample
Lens
Grating
Primary slit
Spectometer Source
monocromador
lâmpada de e fotodetector
catodo ôco
queimador
amplificador
Ferrografia
A ferrografia é o último tipo de análise dos lubrificantes. Essa técnica de
manutenção preditiva foi desenvolvida com a finalidade de aumentar a
confiabilidade do diagnóstico das condições das máquinas.
Analítica
Permite a observação visual das partículas de desgaste, para que sejam
identificados os tipos de desgastes presentes. A figura mostra esquema-
ticamente o procedimento para a preparação de um ferrograma para o
exame analítico. Observe.
Ferrógrafo Analítico
Modelo FM III
Ferrograma
Tubo de ensaio
com amostra Campo magnético de
de lubrificante intensidade crescente
segundo um gradiente ao
logo do ferrograma
Quantitativa
Este exame permite a classificação das partículas de acordo com o tama-
nho e a quantidade. O acompanhamento da evolução destes valores
permite avaliar as condições de deteriorização do equipamento. Veja a
seguir, a classificação das partículas:
Interpretações:
7,00 2,40
2,20
A
6,00 2,00
1,80
5,00 1,60
P L 1,40
L 4,00 + 1,20
P S 1,00 C
2,00 0,80
0,60
1,00 0,40
0,20 B D
0,00 0,00
Últimos 14 Exames (tempo real)
PLP L+S ALERTA
Acompanhamento pela ferrografia quantitativa
• Planejamento de Manutenção
42
A seguir, observe uma comparação entre as análises por espectometria
e ferrografia.
• Planejamento de Manutenção
43
Termografia
Termografia significa análise de temperatura. A medição da temperatura
consiste em uma técnica de manutenção que identifica a quantidade
de calor presente nos equipamentos. Os níveis de temperatura podem
indicar o estado de funcionamento e estabelecer os valores normais e
anormais para a operação.
Temperatura
A temperatura de um corpo está diretamente relacionada à energia
cinética de suas moléculas. As variações de temperatura podem ter ori-
gens diversas, tais como: mecânica, elétrica, química, física, atômica, por
atrito, por Efeito Joule, por combustão, pressão e reação nuclear.
• Planejamento de Manutenção
44
Medição localizada
A medição localizada permite a identificação de um valor pontual da
temperatura por coleta. Os instrumentos para esse caso são de fácil utili-
zação. Para aplicar esse método, é muito importante identificar o ponto
ideal para o monitoramento. É importante ressaltar que o uso isolado do
procedimento não é suficiente. Na maioria das vezes, é preciso detectar
e diagnosticar os problemas do equipamento de uma forma eficiente
que garanta a atuação da manutenção de forma preditiva.
Termopares
Utiliza como princípio de funcionamento o efeito Seebeck, que se trata
da produção de uma diferença de potencial entre dois materiais que
estão a diferentes temperaturas. A faixa de medição destes instrumentos
varia entre -200 e 2000 oC, de acordo com o par de materiais utilizados. O
erro pode variar de +/- 0,5 a +/- 2,5 oC.
Termoresistores
O funcionamento deste instrumento, superior ao termopar, consiste
na propriedade de os condutores alterarem sua resistência elétrica
de acordo com a variação da temperatura. São conhecidos como
PTCs, ou seja, coeficiente de dilatação térmica positiva. O sensor
utiliza um único material, que pode ser platina, níquel e cobre. O
mais conhecido é o Pt 100, que utiliza a platina com 100V (0oC). A
faixa de medição desses instrumentos é de -200 a 850 oC e o erro
não supera +/- 1 oC, na maior parte da faixa de medição.
Termistores
Utilizam a propriedade dos semicondutores, que variam sua resistência
de acordo com a temperatura. São conhecidos como NTCs, coeficiente
de dilatação térmica negativa, e utilizam a mistura de diversos materiais
em sua fabricação.
Ensaios não-destrutivos
Os ensaios não-destrutivos constituem experiências ou medições a que
se submetem componentes ou, mais propriamente, as superfícies dos
componentes para detecção de anomalias que, segundo determinados
critérios, são consideradas inaceitáveis. Por não afetar o normal funcio-
namento das peças nem as danificar, esse ensaio é considerado não-des-
trutivo. Esse é o motivo pelo qual é usado em manutenção para detectar
falta de homogeneidade e corrigir defeitos.
Principais ENDs
Os ensaios não-destrutivos mais utilizados são: inspeção visual, dureza,
líquido penetrante, partículas magnéticas, ultrassom e radiografia. A
seguir, confira as principais características desses ensaios.
Inspeção Visual
Inspeção visual é um END largamente utilizado para avaliar as condições
de um componente ou equipamento durante atividades de fabricação
ou manutenção. É de fácil execução, baixo custo e, geralmente, não
requer equipamento especial.
Dureza
• Planejamento de Manutenção
47
São utilizados para medir durezas após as ligas constituintes dos compo-
nentes terem sido submetidas a ciclos de aquecimento e arrefecimento,
como ocorre após a soldadura e os tratamentos térmicos de alívio de
tensões posteriores à soldadura.
Líquido penetrante
É um método de ensaio não-destrutivo utilizado para detectar descon-
tinuidades abertas na superfície de materiais sólidos e não-porosos, ou
seja, a identificação de fissuração superficial e identações. Essa técnica
permite a inspeção de grandes superfícies de forma simples e eficiente.
Partículas magnéticas
O ensaio por partículas magnéticas é utilizado na localização de des-
continuidades superficiais e subsuperficiais de materiais ferromagné-
ticos. Essa técnica é amplamente utilizada para o controle de áreas
soldadas e, particularmente, em locais sujeitos a elevadas tensões e
cargas cíclicas (fadiga).
• Planejamento de Manutenção
48
gimento de pólos magnéticos. A aglomeração indicará o contorno do
campo de fuga, fornecendo a visualização da localização e do formato
da descontinuidade.
Ultrassom
O uso da detecção de ondas ultrassônicas é um componente importante
na realização de ensaios não-destrutivos. Essa técnica é utilizada para
detectar defeitos, medir espessuras ou caracterizar materiais. Dispositivos
especiais, chamados transdutores, permitem captar essas ondas de alta
frequência, que se reflete cada vez que encontra uma descontinuidade.
Radiação Penetrante
A denominação teve origem na propriedade que certas formas de energia
radiante possuem de atravessar materiais opacos à luz visível. Podemos
distinguir dois tipos de radiação penetrante usadas em radiografia indus-
trial: os raios x e gama, que se diferenciam da luz visível por possuírem um
comprimento de onda extremamente curto, o que lhes dá a capacidade
de atravessarem materiais que absorvem ou refletem a luz visível.
• Planejamento de Manutenção
49
A radiografia permite a produção de imagens que identificam, com pre-
cisão, a localização e o tamanho dos defeitos. Essa imagem fica regis-
trada em um filme fotográfico, que é colocado do lado oposto da peça
em relação à fonte de emissão radioativa no momento da execução do
teste.
Teste hidrostático
O teste hidrostático é utilizado para a identificação de defeitos em reser-
vatórios pressurizados. Este teste faz parte de um dos requisitos de segu-
rança para a liberação operacional de equipamentos como caldeiras e
vasos de pressão (Ver NR13 – caldeiras e vasos de pressão).
• Planejamento de Manutenção
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Exercícios
Achou importante?
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• Planejamento de Manutenção
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6- De que forma a análise do óleo fornece informações para a avaliação
das condições dos equipamentos
• Planejamento de Manutenção
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Referências bibliográficas
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• Planejamento de Manutenção
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