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A BRUXINHA QUE ERA BOA

MARIA CLARA MACHADO


Adaptação: ED OLIVEIRA
Personagens (por ordem de entrada em cena):
Narrador
Bruxa Chefe
Ângela
Caolha
Fredegunda
Bruxo Belzebu III
Pedrinho
Narrador – A nossa história ou melhor a história da bruxinha Ângela como toda
história de bruxa que se preze aconteceu lá no fundo da floresta na Escola
de Aprendizado de Bruxarias. A professora Bruxa chefe estava entusiasmada
com a aula.
Bruxa chefe – Muito bem minhas alunas! Quer dizer... quase todas! Bruxinha Ângela
você é a única que me desaponta: seu riso nãoo é de bruxa! Todas
treinando, de novo!
Vozes – Ah ah ah... Ih ih ih...
Bruxa chefe – Muito bem Caolha! Isso mesmo, Fredegunda! Quanto a você, Ângela
aprenda a gargalhar como as suas irmãs, senão será mandada para aTorre
de Piche!
Narrador – A bruxinha Ângela não gostou nem de ouvir o nome da torre onde ficavam
as bruxas boas.
Ângela – Eu não quero ir pra Torre de Piche. Eu preciso ser a pior bruxa do mundo!
Tengo, tengo, tengo, ô maninha,
é de carrapixo!
Vou botar a Ângela na Torre de Piche!
Bruxa chefe – Atenção, meninas! Amanhã será o grande dia do exame! Vocês já
sabem aquela que passar em primeiro lugar vai ganhar a vassoura a jato.
Velha medonha, de faca na mão,
voando sentada no vassourão!
Olha a bruxa, olha a bruxa, iê, lê, iê...
A velha quer pegar criança pra fazer sabão...
Narrador – E chegou o dia do exame! O próprio Bruxo Belzebu III, chefe de bruxaria
da floresta, cuidaria de escolher a terrível ganhadora da vassoura a jato.
Bruxa chefe – Bruxinhas, silêncio! O Bruxo está chegando!
Bruxo – Com licença, Bruxa-chefe?
Bruxa chefe – Entre, senhor Bruxo Belzebu lll, único senhor desta floresta, rei de
todas as feitiçarias, imperador das maldades, hã, hã, hã...
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Bruxo – Chega, chega, Bruxa-chefe! Meninas, vocês sabem que a floresta anda cheia
de fadas, de risos, de crianças, de musiquinhas... E preciso acabar com tudo
isso. Estão faltando feiticeiras, maldades, gênios do mal... A floresta tem que
ser nossa novamente! E eu conto com vocês!
Se a floresta, se a floresta fosse minha...
Eu mandava, eu mandava povoar
de feitiços, de feitiços e maldades,
para o meu, para o meu Bruxo passar!
Bruxo – Agora, que cantamos a nossa música mágica, vamos começar o exame.
Fredegunda, quem foi o primeiro bruxo a atravessar a floresta voando numa
vassoura?
Fredegunda – Foi o senhor, Bruxo Belzebu III!
Bruxo – Muito bem! E você, Caolha, quem foi o primeiro bruxo a comer asa de fada
crua com suco de coqueiro verde?
Caolha – Foi o senhor de toda a floresta, imperador das maldades, o rei de todas as
feitiçarias, Bruxo Belzebu III!
Bruxo – Que maravilha! Com bruxinhas como você a maldade está salva no mundo.
Vamos à outra... Você, Ângela... Quem descobriu o Brasil?
Ângela – Ora, quem descobriu o Brasil foi Pedro Alvares Cabral!
Bruxo – Mas o que é isso? Então você não sabe que antes desse português
desembarcar aqui, eu, Belzebu III, já morava nestas florestas?
Ângela – Ah, seu Bruxo, eu pensei...
Bruxo – Você não pensou nada! E sabe qual é o prêmio para quem não passar nos
exames?
Ângela – Sei, sim... Ficar presa na Torre de Piche e nunca voar na vassoura a jato...
Bruxo – Muito bem! Mas eu vou lhe dar mais uma chance: se você não fizer nenhuma
bruxaria até a noite, será trancada na Torre de Piche! Aliás, todas vocês,
bruxinhas, farão seus testes de maldade hoje!
Tengo, tengo, tengo, ô maninha,
é de carrapixo!
Vou botar a Ângela na Torre de Piche!
Narrador – Fredegunda e Caolha estavam muito felizes com aquela oportunidade.
Ângela, porém, corria atrás das irmãs, que estavam pondo em prática as
aulas de bruxaria, enfeitiçando um garoto chamado Pedrinho, que estava
passeando na floresta.
Bruxas - Uni, duni, tê... Salamê, mingüê... Um feitiço, feiticê... Uni, duni, tê... Pronto!
Enfeitiçamos o menino com suco de dormideira! Agora vamos queimar a
casa dele!
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Narrador – Fredegunda e Caolha saíram voando para fazer suas maldades. E Ângela
ficou ali, quietinha, pensando na terrível Torre de Piche! Até que Pedrinho
acordou, assustado!
Pedrinho – Ué, cadê o meu casaco e o meu chapéu?
Ângela – A Fredegunda levou embora...
Pedrinho – Quem é Fredegunda? E quem é você?
Ângela – Eu sou a bruxinha Ângela. A Fredegunda é outra bruxinha, minha irmã. Tem
também a Caolha, a mais mazinha da classe. Acho que ela vai ganhar a
vassoura a jato e passear aí por cima das árvores...
Pedrinho – Ora, sua mentirosa, quem roubou foi você e fica aí inventando essas
histórias complicadas. Mas você pensa que eu tenho medo, é? Você vai ver
só!
Narrador – Mas Ângela começou a chorar e deixou Pedrinho muito confuso...
Pedrinho – Que esquisito! Nunca vi uma bruxa chorar! Quem sabe voce é uma fada
disfarçada?
Ângela – Mas fada não gosta de andar de vassoura a jato como eu gosto! Xiiiiiiiii!
Pedrinho – O que foi? O que foi?
Ângela – A Caolha e a Fredegunda sairam dizendo que iam queimar sua casa!
Pedrinho – Então eu preciso correr!
Ângela – Ei, ei! Tome a minha vassoura. Ela não corre muito mas você chega mais
rápido do que a pé.
Voando baixo, me apavorei,
passou raspando, eu até gritei...
Olha a bruxa, olha a bruxa, iê, iê, iê...
A velha quer pegar criança pra fazer sabão!
Narrador – Mas, enquanto isso, chega o Bruxo, bufando de raiva!
Bruxo – Bruxinha Ângela, eu vi tudo!
Ângela – Viu, é? Viu o quê?
Bruxo – Onde já se viu uma bruxa chorar? E ainda por cima emprestar a sua
vassoura, que é só das bruxas?
Narrador – E, no meio daquele discurso todo, Caolha e Fredegunda chegaram, rindo e
falando só de maldades!
Bruxo – Bruxinhas más do meu fedorento reino, respondam... Qual é o prêmio para
aquelas que emprestam sua vassoura e não sabem fazer maldades?
Todas – A Torre de Piche! A Torre de Piche!
Tengo, tengo, tengo, ô maninha,
é de carrapixo!
Vou botar a Ângela na Torre de Piche!
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Bruxo – E agora, o resultado final do exame: Caolha, você, que é a pior bruxa da
classe, vai receber a vassoura a jato. Você, Ângela, ganhou o seu prêmio
merecido: a Torre de Piche!
Ângela – Oh não!
Bruxo – Fredegunda, minha bruxa de confiança, ira vigiar a Torre para que a Ângela
não fuja.
Fredegunda – Sim, senhor Bruxo!
Bruxo – E, antes de eu me retirar, só mais um aviso: tomem muito cuidado. Não
podemos ouvir a nossa música mágica tocada na flauta! É uma arma
poderosa contra nós. Se ela for tocada estaremos perdidos. Adeus,
bruxinhas!
Narrador – O que a bruxinha Ângela mals temla acabou acontecendo Lá estava ela
presa na Torre matutando um jeito de afastar a bruxinha Fredegunda da
vigilância.
Ângela – Fredegunda, por favor! Eu estou com muita sede. Vá buscar um pouco de
agua...
Fredegunda – Não posso. São ordens do bruxo.
Ângela – Mas, Fredegunda, você já pensou se eu acabar morrendo de tanta sede? O
Bruxo não vai gostar nem um pouco, não é?
Fredegunda – É mesmo, você tem razão. Eu vou buscar água, mas se você tentar
escapar, o castigo será dobrado!
Narrador – Enquanto Fredegunda se afastava, Ângela viu Pedrinho que se
aproximava, equilibrando-se na vassoura.
Pedrinho – Bruxlnha, Ângela quem prendeu você?
Ângela – Foi o Bruxo Belzebu III.
Pedrinho – Que pena! Eu vim o mais rápido que pude, sabe? Eu consegui me livrar da
Caolha... Ela não conseguiu incendiar a minha casa!
Ângela – Pois é, mas mesmo assim ela ganhou a vassoura a jato. E o meu prêmio foi
ficar aqui na Torre de Piche, o resto da minha vida!
Pedrinho – Não... Eu vou tirar você daí!
Ângela – Como? A chave ficou com a Caolha. E você precisa tomar cuidado, porque a
Fredegunda já-já está de volta com a água que eu pedi.
Pedrinho – Mas deve haver algum jeito...
Ângela – Ah, eu ouvi o Bruxo dizer que se a nossa música mágica for tocada na
flauta, ela acaba com toda a bruxaria. Mas por aqui quase ninguém sabe
tocar flauta...

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Pedrinho – Então, vou perguntar pro meu pai. Ele entende muito desses assuntos de
bruxaria e sabe tocar flauta!
Narrador – Mas quando Pedrinho ia saindo chegou a bruxinha Caolha e o enfeitiçou.
Caolha – Uni, duni, tê... Salamê, mingüê ... Um feitiço, feiticê... uni, duni, tê... Ah, ah,
ah... Vocês pensavam que iam me enganar, não é? Mas... Cadê a
Fredegunda?
Narrador – Fredegunda vinha chegando, ofegante!
Vai pilotando seu vassourão,
se não desvio, vou pro caldeirão!
Olha a bruxa, olha a bruxa, iê, iê, lê...
A velha quer pegar criança pra fazer sabão!
Caolha – Por onde você andou, hem?
Fredegunda – Ora, Caolha, não pense que só porque você ganhou a vassoura a jato
pode gritar comigo assim!
Caolha – Grito e grito mesmo! Porque eu sou a pior de todas as bruxas!
Fredegunda – Pior coisa nenhuma! Você nem conseguiu botar fogo na casa do
Pedrinho! Você gosta mesmo é de contar farol, isso sim!
Caolha – E você, que nem sabe tomar conta de uma bruxinha à toa? Fica por aí,
passeando...
Fredegunda – Sua mentirosa! Vou acabar com você!
Narrador – E, enquanto as bruxas brigavam, o feitiço passou. E Pedrinho, mais que
depressa, fugiu com a vassoura a jato da Caolha.
Caolha – Ai, o Bruxo me mata se souber que o menino levou a vassoura a jato!
Tengo, tengo, tengo, ô, manínha,
é de carrapixo.
Vou tirar a Ângela da Torre de Piche.
Narrador – Daí a pouco Pedrinho voltou voando, com a flauta de seu pai, e começou
a tocar a música mágica.
Vozes – Oh! Nâo, flauta não! Não posso ouvir flauta! Ai, estou ficando dura! Socorro!
Pedrinho – Ah, ah, ah! Estão todas duras que nem pedra. Bem que o meu pai disse!
Ângela – Depressa, Pedrinho! Tira a chave da mão da Caolha!
Pedrinho – Pronto, bruxinha, você está livre! Xiii, lá vêm o Bruxo e a Bruxa-chefe!
Acho melhor a gente se esconder ali atrás daquela árvore para pegá-los
distraídos!
Bruxo – Oh, mas que é que está acontecendo aqui?
Bruxa chefe – Estão todas feito estátuas!
Bruxo – Vamos tirar esse encanto...
Ela tinha a boca escancarada!
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E na sua boca tinha um dente só!
Cinco metros de altura,
no pescoço tinha um nó!
Avise a polícia, avise Mané,
avise a garotada para dar no pé!
Olha a bruxa, olha a bruxa, iê, iê, iê...
A velha quer pegar criança pra fazer sabão...
Bruxos – Água mole, em pedra dura, tanto bate até que fura. Uni, duni, tê... Salamê,
mingüê... Um feitiço, feiticê... Uni, duni, tê...
Narrador – Mas os bruxos não puderam terminar sua fala em bruxês, que é a lingua
dos bruxos, pois logo ouviram o som da flauta com a música mágica.
Bruxo – Ai... ai... essa música não! Não toquem essa música na flauta, que horror! Ai,
estão quebrando as minhas forças, eu não vou agüentar...
Narrador – Os dois bruxos ficaram durinhos como pedra. Pedrinho e a bruxinha
Ângela carregaram todos para a Torre de Piche, trancaram a porta e
jogaram a chave fora.
Pedrinho – Pronto! Vocês vão ficar ai pro resto da vida! A floresta vai ser de novo das
fadas passarinhos e de todos os bichos!
Ângela – E a maldade vai ficar trancada na Torre de Piche, pra sempre!
Narrador – Pedrinho e Ângela contentes da vida subiram na moderníssima vassoura a
jato e foram fazer acrobacias no céu da floresta, agora livre de toda
bruxaria!
Se a floresta, se a floresta fosse minha.
Eu mandava eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes,
para o meu, para o meu amor passar!

FIM

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