Anda di halaman 1dari 57

FACULDADES INTEGRADAS DE PONTA PORÃ (FIP)

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA

A UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA COMO


FERRAMENTA DE GESTÃO ESTRATÉGICA NA
EMPRESA ALTA VISTA IMPORTADOS S.R.L.
EM PEDRO JUAN CABALLERO – PY NO ANO DE 2008

PONTA PORÃ - MS

2008
JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA

A UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA COMO


FERRAMENTA DE GESTÃO ESTRATÉGICA NA
EMPRESA ALTA VISTA IMPORTADOS S.R.L.

Monografia apresentada como exigência parcial


para a obtenção do título de Administrador de
Empresas, apresentada à Banca Examinadora
das Faculdades Integradas de Ponta Porã - FIP,
MS, sob a orientação do Professor Msc. Marcos
Roberto Costa.

PONTA PORÃ - MS

2008
Dedico este trabalho aos que me
incentivaram e acreditaram em meu
potencial para cumprir esta etapa de vida,
especialmente aos Professores que me
auxiliaram a chegar até este ponto e aos que
estão me auxiliando a ultrapassá-lo.
AGRADECIMENTOS

Á minha adorada esposa Maria Heloisa Viegas pelo seu apoio e incentivo incondicionais
para seguir em frente com determinação. A meu Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo que
nos momentos de extremo cansaço deram-me forças para levantar e seguir em frente.
“Se não escolhestes colocar o Reino de Deus
em primeiro lugar, no fim não fará diferença
alguma o que escolhestes”. (Neal A Maxwell)
RESUMO

O trabalho tem como objetivo principal evidenciar a necessidade do


planejamento financeiro principalmente em micro e pequenas empresas onde a
preocupação é sempre maior com a questão do lucro tão somente, ficando em
segundo plano a liquidez que indica a capacidade de pagamento ou
descontrole de gastos. Visa também despertar a consciência no empreendedor
de que cuidar da saúde financeira da empresa não é algo esporádico para
épocas de crise, pois quando elas chegam o tempo de preparação esgotou-se.
É preferível e bem mais eficaz fazer o trabalho preventivo através de um
planejamento responsável e bem executado do que a tomada de medidas
emergenciais como levar o doente à UTI com esperança de que sobreviva até a
crise passar. O modelo escolhido para aplicação foi o de Fluxo de Caixa pelo
Método Direto em virtude de se basear nas informações financeiras através de
um Plano de Contas da Tesouraria, sem a exigência da constituição de um
departamento contábil formal na empresa. Através desse modelo será possível
monitorar todas as Receitas e Despesas e elaborar um controle simples e eficaz
de toda a movimentação financeira, permitindo posteriormente sua projeção
para períodos de até um ano. Por ser extremamente didático não exigirá
conhecimentos específicos de contabilidade e resultará em uma visão ampla e
descomplicada da situação em que a empresa se encontra. Seu sucesso estará
garantido à medida que sua utilização tornar-se constante e envolver em seu
planejamento a equipe por completo, comprometendo a todos com os
resultados esperados. Através de planilhas eletrônicas será extremamente simples
sua elaboração, análise, correções e avaliação. O exercício de planejamento
financeiro capacitará a empresa a executar todos os demais planos estratégicos,
tornando-a cada vez mais madura para avançar e escapar das estatísticas de
mortalidade que envolve o mundo dos negócios. Embora o trabalho tenha sido
desenvolvido com base em uma empresa inserida no mercado do Paraguai, o
modelo de Fluxo de Caixa pelo Método Direto escolhido pelas suas
características é perfeitamente adaptável a qualquer micro ou pequena
empresa do Brasil quer seja do setor de comércio ou serviços como ferramenta
de gestão estratégica.

Palavras-chave: Planejamento financeiro. Lucro. Liquidez. Saúde financeira. Fluxo


de Caixa pelo Método Direto. Ferramenta de gestão estratégica.
ABSTRACT

This work has the main object to evidence the need of financial planning specially
on micro and small businesses where the major concern regards profit alone,
being put aside the quick ratio which indicates the capacity to pay or the lack of
controlling expenses. It targets also the awakening of consciousness in the
entrepreneurs that taking care of the company´s financial health is not something
to be done sporadically in crisis´s season, for when they arrive the time of
preparation is over. It is preferable and a lot more effective to do the preventive
work through a responsible and well executed planning than it is to take
emergency actions, like taking a sick person to the Intensive Treatment Unit of a
hospital, hoping that it will survive until the crisis is over. The chosen pattern to
apply is the Direct Method of Cash Flow, due to its base on the financial
information through an Account Plan of the Treasurer, not demanding the formal
existence of an accounting department within the company. Through this model
it will be possible to oversee all the incomes and expenses and elaborate a simple
and effective control of all the financial flow, allowing afterwards, its projection to
periods of until one year. Because it is extremely didactic it won´t demand specific
accountancy knowledge and it will result in an greater and uncomplicated vision
of the situation in witch the company is found. Its success will be assured as its use
become a constant and involves on its planning the whole team, committing
everyone to the expected results. Through the electronic spreadsheets it will be
very easy to be elaborated, analyzed, corrected and evaluated. The financial
planning exercise will enable the business to execute all the other strategic plans,
thus becoming more mature to go ahead and not be part of the statistical data
regarding business mortality. Though the paper was developed having as its base
a company inserted in the Paraguayan marketplace, the chosen model of Direct
Method of Cash Flow by its characteristics is perfectly adapted to any micro or
small business in Brazil, belonging either to the commercial or service sectors as a
tool of strategic management.
Key-words: Finnancial planning. Profit. quick ratio. Finnancial health. Direct
Method of Cash Flow. Strategical management tool.

TABELAS

Modelo 1: Fluxo de Caixa (Método Indireto) 16

Modelo 2: Fluxo de Caixa (Método Direto) 17

Modelo 3: Fluxo de Caixa Mensal (Método Direto) 18

Modelo 4: Planilha auxiliar de projeção de entradas operacionais 25

Modelo 5: Planilha auxiliar de projeção de entradas não operacionais 25

Modelo 6: Planilha auxiliar de projeção de outras entradas 26

Modelo 7: Planilha auxiliar de projeção de saídas operacionais 26

Modelo 8: Planilha auxiliar de projeção de saídas administrativas 27

Modelo 9: Planilha auxiliar de projeção de saídas financeiras 28

Modelo 10: Planilha auxiliar de projeção de impostos e taxas 29

Modelo 11: Planilha auxiliar de projeção de aquisição de imobilizado 29

Modelo 12: Demonstrativo do Fluxo de Caixa mensal – Método direto 31


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

1.1. PROBLEMA 2

1.2. OBJETIVO GERAL 2

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3

2. PERFIL DA EMPRESA 3

2.1. HISTÓRICO 3

2.2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA 3

2.3. PRODUTOS, SERVIÇOS E MARCAS DE REFERÊNCIA 4

2.4. ORGANOGRAMA 5

2.5. ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO 5

2.6. MISSÃO 6

2.7. VISÃO 6

2.8. OBJETIVOS 6

2.9. SEGMENTO DE MERCADO DA ORGANIZAÇÃO 7

2.10. CONCORRÊNCIA 7

2.11. FORNECEDORES 7

2.12. CLIENTES 8

2.13. PESSOAL E PROGRAMAS DE QUALIFICAÇÃO 8


3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9

3.1. O FLUXO DE CAIXA COMO UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA 9

3.2. ADMINISTRAÇÃO DA FLUXO DE CAIXA 10

3.2.1. Desenvolver um sistema confiável de Fluxo de Caixa 11

3.2.2. Fatores internos que afetam o Fluxo de Caixa 11

3.2.3. Fatores externos que afetam o Fluxo de Caixa 12

3.2.4. Enfoque para a administração do Fluxo de Caixa 13

3.3. REGIME DE COMPETÊNCIA E REGIME DE CAIXA 14

3.4. HORIZONTE E OBJETIVOS DO FLUXO DE CAIXA 14

3.5. PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 14

3.5.1. Planejamento 14

3.5.2. Método 15

4. METODOLOGIA 20

4.1. O MODELO DE FLUXO DE CAIXA A SER UTILIZADO 20

4.2. JUSTIFICATIVA NA ADOÇÃO DO MODELO PELO MÉTODO DIRETO 20

4.3. FUNCIONALIDADES PROPORCIONADAS À EMPRESA 21

4.4. SELEÇÃO DE DADOS 21

4.4.1. O Plano de Contas da Tesouraria 22

4.4.2. Planilhas auxiliares de projeção de Entradas e Saídas 24

4.5. O FLUXO DE CAIXA ELABORADO 30

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS 33

6. CONCLUSÃO 34

REFERÊNCIAS 35
1 INTRODUÇÃO

O universo das empresas, em todas as economias onde se encontram inseridas,


exige planejamento estratégico e gestão financeira que lhes permita enfrentar os desafios
do mundo globalizado. Independentemente do porte da empresa, ela é primeiramente
atingida de forma direta pela situação econômica do mercado onde está instalada e depois
pelos reflexos dos problemas financeiros ocorridos em qualquer parte do mundo.

A falta de gestão financeira eficaz leva as empresas a negligenciar o presente o que


ameaçará sua existência futura caso não apresente índice satisfatório de liquidez, ou seja,
controle de seu Fluxo de Caixa o que lhe permitirá planejar e cumprir compromissos
atingindo metas de crescimento e estabilização.

Na Alta Vista Importados S.R.L. constatou-se a necessidade de implantação de uma


ferramenta de gestão estratégica como o Fluxo de Caixa a fim de que isso permita que a
empresa planeje a formação de estoques, controle Custos Fixos e Variáveis bem como
investimentos para expansão de sua participação no mercado.

A empresa tem apresentado lucro, ou faturado com lucro, porém torna-se


necessário trabalhar com o Fluxo de Caixa no planejamento financeiro para que fique em
evidencia a liquidez da empresa que dará o alerta para faltas ou sobras de recursos
permitindo de antemão a busca de solução para qualquer problema.

Sem uma ferramenta de gestão financeira como o Fluxo de Caixa, a Alta Vista
Importados S.R.L. tem encontrado grande dificuldade para administrar de maneira
eficiente os recursos disponíveis o que é uma deficiência comum no universo das empresas
onde muitas terminam por alimentar as estatísticas de falência.

1.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar e implantar o Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestão Estratégica


Financeira na empresa Alta Vista Importados S.R.L. o que lhe permitirá manter liquidez
satisfatória a fim de executar seu planejamento de investimentos e expansão.

1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

1. Estruturar o fluxo de dados e determinar a forma de alimentação do sistema de


controle de Caixa, Contas a Pagar, Fornecedores, Folha de Pagamento e Obrigações
Sociais, Bancos, Contas a Receber, Estoque e Investimentos.

2. Definir a metodologia que será utilizada para a coleta e tratamento dos dados
gerados pelas operações da empresa conforme discriminadas no tópico 1.

3. Estabelecer o formato do Fluxo de Caixa a ser utilizado com a respectiva


periodicidade e mecanismos para sua realimentação, controle e avaliação.
2 PERFIL DA EMPRESA

2.1 HISTÓRICO

Empresa fundada em 26 de julho de 2006 na cidade de Pedro Juan Caballero,


Departamento de Amambay – Paraguay, com o objetivo de explorar o mercado de vendas
a varejo de produtos de informática, eletrônicos, eletrodomésticos, saúde e beleza
direcionada principalmente aos turistas brasileiros que visitam a região de fronteira.
Iniciou suas atividades com dois sócios sendo Anderson Cramolish Carpes, Brasileiro, e
Miguel Angel Ayala, Paraguaio.

O sócio Anderson C. Carpes, formado em Ciências da Computação pelas


Faculdades Integradas de Ponta Porã (FIP) em 2004, desde então trabalhando na área
visualizou a grande oportunidade de atuar de forma diferenciada no mercado agregando
valor aos produtos oferecendo serviços exclusivos que sua formação acadêmica permitia.

Com isso a empresa logo conquistou uma significativa fatia de mercado passando a
figurar entre as organizações de referência do setor.

Como estratégia para crescimento, recentemente a empresa investiu na ampliação


de sua área de atendimento a clientes atingindo 200 m2 de área de venda, remodelou as
instalações e passou por uma reestruturação fiscal tornando-se uma empresa de importação
e exportação com possibilidades de comprar diretamente dos mercados produtores na Ásia.
2.2 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

A estrutura administrativa conta com Diretoria, Gerencias Financeira,


Administrativa, Comercial que compreende os Consultores de Vendas e Departamento
Técnico.

2.3 PRODUTOS, SERVIÇOS E MARCAS DE REFERÊNCIA

A linha de produtos é composta por 3.600 itens entre os quais estão componentes
de computadores pessoais, notebooks, equipamentos para recepção e distribuição de sinal
de internet, redes sem fio para computadores (wirelles), impressoras, projetores multi-
midia, equipamentos eletrônicos, equipamentos para segurança patrimonial, som
automotivo, celulares, câmeras digitais, eletrodomésticos, cosméticos e perfumes.

Agregando valor às soluções oferecidas aos clientes, vários serviços como os de


treinamento, orientação, configuração de equipamentos são prestados gratuitamente.

Dentre as marcas de renome mundial com que opera estão as seguintes:

• ASUS

• INTEL

• AMD

• HP

• BENQ

• ACER

• TOSHIBA

• SONY

• OLYMPUS
• PIONNER

• EPSON

• SAMSUNG

• LG

2.4 ORGANOGRAMA

A empresa conta com uma equipe de 18 funcionários distribuídos entre as áreas


administrativa, financeira e comercial, sendo o grupo de maior número o dos consultores
de vendas.

Figura 1: Organograma Geral da Empresa

DIRETORIA

GERÊNCIA GERÊNCIA GERÊNCIA

ADMINISTRATIVA FINANCEIRA COMERCIAL

GERENCIAS CRM TESOURARIA CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DEPARTAMENTO

DE SEÇÕES DE ESTOQUE TÉCNICO

CONSULTORES SEÇÃO DE

DE VENDAS PACOTE E TESTES

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. - 2008

2.5 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO


Embora seja uma empresa recém fundada a Alta Vista Importados, por suas
políticas de atuação em todas as áreas, vem conquistando dia-a-dia novos clientes e
fornecedores permitindo com isso a sua expansão acelerada.

A empresa tem efetuado compras e mantido estoques de forma estratégica


adequando os investimentos às disponibilidades, atendendo assim a particularidade do
mercado paraguaio onde as aquisições de produtos para comercialização são
desembolsadas antecipadamente.

Em muitos aspectos já pode ser considerada referência como, por exemplo, nos
investimentos em treinamento e qualificação do pessoal e gerenciamento do
relacionamento com o cliente.

2.6 MISSÃO

Oferecer aos clientes soluções em produtos de tecnologia, orientando-os de forma


que suas expectativas sejam superadas e tenham o melhor custo-beneficio realizando
excelentes negócios com garantia real e um serviço eficaz de pós-vendas.

2.7 VISÃO

Na busca pela satisfação dos clientes ser a empresa referencia do mercado com
treinamento e qualificação constante da equipe acompanhando as melhores práticas e
tendências mundiais.

2.8 OBJETIVOS

O principal objetivo da empresa é o de sempre se manter em estreita relação com os


clientes a fim de acompanhar as tendências e mudanças no segmento de mercado em que
atua. Com isso estabelecer metas e estratégias para alcança-las de modo a obter
crescimento constante e sustentado fazendo valer o slogan: “Preço baixo e garantia de
verdade”.

2.9 SEGMENTO DE MERCADO DA ORGANIZAÇÃO

A Alta Vista Importados atua em um segmento de alta concorrência, o de produtos


de informática e eletrônicos, onde as margens de lucro são extremamente baixas,
disputando em nível de igualdade com muitas empresas de maior porte e mais estruturadas.
Devido à sua política de atuação com foco no cliente, principalmente turistas que vêm à
região de fronteira em busca de produtos de alta tecnologia, tem conseguido superar metas
e se firmar no segmento de varejo de produtos de informática, eletrônicos, câmeras
digitais, eletrodomésticos, saúde e beleza.

2.10 CONCORRÊNCIA

A concorrência é extremamente acirrada onde a grande diferenciação está no valor


agregado oferecido com os produtos através da consultoria de venda que orienta o cliente
na compra para suprir suas necessidades reais, visto que se torna fácil encontrá-los em
praticamente todas as empresas do mercado. A Alta Vista tem optado por fornecer
soluções em produtos originais e com garantia estendida de seis meses a um ano, dando
assim ao cliente a tranqüilidade de que necessita para efetuar sua compra e assim superar a
concorrência.

2.11 FORNECEDORES
A empresa conta com um grupo de fornecedores composto principalmente por
importadoras que atuam junto aos mercados produtores de outros países como por exemplo
China, Malásia e Taiwan, disponibilizando a curto prazo as novidades procuradas pelos
clientes ou repondo estoques de produtos de alto giro. À medida que os produtos nesse
mercado se renovam constantemente devido ao avanço tecnológico é importante se ter ao
alcance tais fornecedores.

Por outro lado a relação de confiança deve ser grande, pois em sua quase totalidade
as compras de produtos para venda são pagos antecipadamente devendo a empresa
aguardar a entrega destes. E o que se nota entre a Alta Vista Importados e seus
fornecedores é exatamente essa confiança.

2.12 CLIENTES

Com o foco no cliente, a preocupação da empresa é oferecer-lhes sempre soluções


adequadas de produtos e serviços com garantia real para eventuais problemas de fabricação
encontrados. Por sua vez os clientes estão desenvolvendo confiança em suas relações de
compras com a Alta Vista Importados o que geralmente os fideliza e proporciona a
indicação para outros consumidores.

A empresa está desenvolvendo um departamento de relações com o cliente onde


trabalhará fortemente com pós-venda, atendimento via web site e serviço personalizado de
garantia e assistência técnica visando estreitar ainda mais as relações com o mercado
consumidor.

2.13 PESSOAL E PROGRAMAS DE QUALIFICAÇÃO

O clima organizacional é constantemente observado para que os membros da


equipe se relacionem resolvendo imediatamente os conflitos que surgem de forma a gerar
aprendizado e permitir superação de obstáculos com crescimento individual e coletivo.
Semanalmente é realizada uma reunião onde são tratados todos os assuntos de
interesse do grupo sendo que a cada semana um funcionário tem a oportunidade de
preparar e conduzir a agenda e debate sendo assim treinado em princípios de liderança.

Atualmente a empresa desenvolve sob a orientação do Gerente Administrativo um


Programa de Qualidade Total a partir do “5S” com o tema: “Qualidade Total é o Nosso
Objetivo – Porque a Razão é Você: Cliente”.

Com esses cuidados aliados ao treinamento constante em todas as áreas a equipe


tem evoluído e conseguido superar desafios.

3 O FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

ESTRATÉGICA

As empresas deveriam ter como parte integrante de suas atividades o


controle efetivo do Fluxo de Caixa como ferramenta de planejamento financeiro
executado e acompanhado regularmente. Tal fato normalmente passa a ocorrer
quando se instala a situação crítica de falta de liquidez, pois somente então é
que o Caixa passa a ser acompanhado com mais atenção.

Segundo FREZATTI (2007, p. 24) “Isto é válido, mas parece a estratégia do


doente que evitava hábitos saudáveis até ser realmente confrontado com a
perspectiva de morte”. Pressionadas pelas dificuldades nos negócios as empresas
se apegam ao controle de caixa tentando evitar a falência o que na maioria dos
casos já não produz o efeito desejado ou necessário.

Na maior parte do tempo as empresas estão focadas no resultado


econômico de suas atividades, ou seja, o lucro gerado a partir de suas
operações, porém ao chegar a crise o que passa a importar é o resultado
financeiro, o Caixa disponível ao longo de um período necessário à sua
adequação frente às novas exigências do mercado.

A situação ideal é a do equilíbrio entre esses dois controles, resultado


econômico (lucro) e resultado financeiro (liquidez), pois sua interdependência
fica clara de acordo com FREZATTI (2007, p. 24): “O princípio da continuidade
novamente evocado apresenta-se de grande utilidade, pois, uma vez realizado
o resultado econômico, o resultado financeiro, se monitorado, deverá ser
efetivado”.

Para alguns administradores ou em algumas empresas, o Fluxo de Caixa é


visto como um instrumento tático, ou seja, de aplicação somente imediata, mas
a visão ampliada desse conceito leva ao Fluxo de Caixa como instrumento
estratégico com um alcance maior permitindo a análise de cenários com trinta,
sessenta, noventa dias ou até cinco anos como ocorre nas multinacionais.

O Fluxo de Caixa utilizado como instrumento de gestão estratégica leva a


empresa a planejar seus negócios não só a curto prazo, mas também, e
principalmente, a longo prazo. Nesse caso a antecipação da falta de liquidez
permite a prevenção e solução do problema muito antes que ele ocorra de fato
e ainda a sobra de liquidez orienta a aplicação de recursos na expansão de
atividades, abertura de filiais, ampliação dos estoques, modernização de
equipamentos, instalações etc.

Para Frezatti o universo das organizações que se vale de um Fluxo de


Caixa com extremo longo prazo é pequeno, porém:

Na verdade, nem toda empresa tem condições e


necessidade de dispor de um fluxo de caixa para 15 anos
para poder sentir-se segura quanto ao futuro. O que se
pretende é o questionamento e a avaliação de toda a
empresa, para que não se perca uma oportunidade de
otimização do instrumento por falta de percepção
(FREZATTI, 2007, p. 26).

A elaboração e utilização do Fluxo de Caixa como uma ferramenta de


gestão estratégica torna-se então um aliado da organização que lhe permitirá
manter-se no mercado e à frente da concorrência extremamente acirrada.

3.1 ADMINISTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

O Fluxo de Caixa é a principal ferramenta da gestão financeira para


planejar, controlar e analisar as receitas, as despesas e os investimentos, levando-
se em consideração um determinado período projetado. É possível, após a sua
elaboração, verificar e planejar eventuais sobras ou faltas de recursos de caixa o
que permitirá a tomada de medidas que eliminem essas situações.

A administração do Fluxo de Caixa também permite distinguir o resultado


econômico (lucro) do resultado financeiro (caixa), pois mesmo a empresa
obtendo lucro não significa que terá liquidez ou o inverso tendo liquidez não
significa que terá lucro ao longo do tempo.

Eis alguns aspectos que podem gerar diferenças entre o lucro e o Fluxo de
Caixa:

• A impontualidade das receitas e o não-reconhecimento das


perdas com devedores duvidosos podem gerar diferenças
momentâneas ou permanentes.

• Receitas geradas no caso de investimentos no mercado


financeiro, mas que somente são recebidas no final do período
embora haja reconhecimento dos juros.

• O capital de giro também sofre impacto, pois os períodos de


recebimentos e pagamentos são diferentes.

3.1.1 Desenvolver um sistema confiável de Fluxo de Caixa

Ao elaborar a projeção do Fluxo de Caixa todos os cuidados deverão ser


tomados para que o realizado seja registrado e possibilite comparações a fim de
aprimorar as elaborações futuras. As demonstrações entre projeção e realizado
possibilitarão a análise de alternativas para novos investimentos e os motivos que
ocasionaram mudanças da situação financeira da empresa.

Segundo Edson Cordeiro da Silva o Fluxo de Caixa se tornará referência


nas seguintes situações:

Para o fluxo de caixa tornar-se referência de gestão, é


necessário que seja possível: mensurar o efeito resultante
entre as decisões gerenciais e o nível de liquidez; aumentar
o horizonte de projeção, consequentemente aumentar uma
visão futura da empresa; acompanhar os processos
vigentes, bem como fazer uma revisão contínua desses
processos no caso de eventuais mudanças nos negócios
(SILVA, 2006, p. 13).

Essa visão vem reforçar o fato de que o fluxo de caixa é uma ferramenta
de gestão estratégica que possibilita a organização de qualquer porte, gerir de
modo eficiente e eficaz seus recursos financeiros.

3.1.2 Fatores internos que afetam o Fluxo de Caixa

Existem diversos fatores internos que afetam o fluxo de caixa, provocando


distorções entre a projeção e o realizado comprometendo a liquidez da
empresa:

• Aumento no prazo de vendas a fim de atrair mais clientes o que


provoca desencaixe entre o recebimento e desembolso para
pagamento dos fornecedores e despesas.

• Compras além das expectativas de vendas projetadas.

• Ciclos de produção muito longos em dissonância com o prazo


médio de aquisição da matéria prima.

• Folha de pagamento e despesas fixas incompatíveis com as


receitas.

• Endividamento elevado gerando altos custos financeiros.

• Ociosidade de ativo fixo como máquinas, equipamentos e


veículos.

3.1.3 Fatores externos que afetam o Fluxo de Caixa

Entre os fatores externos que afetam o fluxo de caixa estão os seguintes:


• Queda nas vendas em função de retração do mercado ou
recessão econômica.

• Surgimento de novos concorrentes para disputar a mesma fatia de


mercado.

• Mudanças nas regras de impostos elevando alíquotas.

• Aumento da inadimplência administrada.

Para que esses fatores não comprometam o fluxo de caixa há


necessidade de que todos os setores da empresa trabalhem de forma entrosada
e todas as decisões a serem tomadas sejam antes analisadas em conjunto com o
administrador financeiro a fim de medir-se o impacto delas no caixa e os
interesses da empresa sejam preservados.

Confirmando essa situação diz SILVA (2006, p.13): “Assim, o fluxo de caixa é
um instrumento gerencial, que permite apoiar o processo decisório da empresa,
de modo que ela alcance os resultados estabelecidos”.

3.1.4 Enfoque para a administração do Fluxo de Caixa

A elaboração e administração do fluxo de caixa deverão ficar a cargo de


um profissional que tenha um conhecimento geral do caixa do ponto de vista
das atividades desenvolvidas pela empresa, conhecendo amplamente todas as
suas áreas e oportunidades de negócios com a visão e preocupação do
aumento de receitas e redução de despesas. Comprometimento com a
competitividade e desempenho, também são essenciais, cobrando o
Departamento de Vendas para uma maior liquidez nas vendas, o Departamento
de Compras para cumprir os prazos e orçamentos estabelecidos.

Transmitir à direção da empresa a visão da importância do fluxo de caixa


como instrumento gerencial uma vez que nem todos executivos terão essa
compreensão. A elaboração do fluxo de caixa deve contar com a participação
de todas as áreas da empresa que deverão estar comprometidas com a
seriedade das informações passadas e participarem da discussão e análise dos
impactos nos resultados antes que o planejamento seja colocado em prática.

Quanto aos investimentos deve definir o perfil em que a empresa deseja


operar, escolhendo instituições financeiras, políticas de crédito para os clientes,
política de cobrança das vendas a prazo e os agentes que executarão essa
tarefa.

3.2 REGIME DE COMPETÊNCIA E REGIME DE CAIXA

O regime de competência é adotado pela Contabilidade a fim de apurar


o resultado econômico e medir a rentabilidade das transações, que reconhece
as receitas no momento da venda e as despesas no momento em que são
contratadas.

O regime de caixa é adotado pela Administração Financeira para


planejar e controlar as necessidades e sobras de caixa e apurar o resultado
financeiro, que reconhece as receitas no momento em que são recebidas e as
despesas, no momento em que são pagas. Esses dois regimes não conflitam
entre si, sendo interdependentes se complementam.

3.3 HORIZONTE E OBJETIVOS DO FLUXO DE CAIXA

A visão de futuro da empresa a ser proporcionada pelo fluxo de caixa e


seus objetivos levará em conta os resultados que se pretende alcançar.

O horizonte do planejamento vai depender dos objetivos da


sua elaboração. Se o objetivo principal do fluxo é o
planejamento financeiro de curto prazo, é aconselhável
que sua elaboração seja, diária, semanal ou mensal. O fluxo
de caixa diário é um instrumento poderoso de controle, que
servirá também como forma de implantar uma cultura de
planejamento financeiro dentro da empresa (SEGUNDO
FILHO, 2005, p. 42).

A falta dessa cultura constitui um sério obstáculo ao controle financeiro


pois mesmo em empresas de maior porte a resistência à implantação do fluxo de
caixa é grande. O motivo principal talvez esteja vinculado à falta de disciplina
dos executivos que resistem a seguir uma ordem estabelecida acreditando que
com as vendas em curso ou crédito disponível sempre haverá disponibilidade
financeira para superar momentos de escassez de recursos no caixa.

Entre os objetivos do fluxo de caixa ainda podemos encontrar o


planejamento das necessidades de captação de recursos de maneira a
preservar a liquidez; fornecimento de recursos para a realização das transações
definidas no planejamento financeiro; pagamento das obrigações dentro do
vencimento; aplicação de forma eficaz dos recursos disponíveis, entretanto sem
comprometer a liquidez; planejamento e controle dos recursos financeiros
utilizando análise e controle das atividades de planejamento de vendas e análise
para as necessidades de capital de giro; visar o equilíbrio financeiro dos fluxos de
entrada e saída de recursos; diagnosticar desembolsos elevados de caixa em
épocas de baixa.

3.4 PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

3.4.1 Planejamento

Faz parte do Orçamento Geral da empresa o Orçamento de Caixa que é


elaborado para períodos de seis meses a um ano, podendo ser previsto para
períodos menores, trinta, sessenta, noventa dias, nesse caso é chamado de
Previsão de Caixa ou Projeção do Fluxo de Caixa.

É muito difícil verificarmos um Fluxo de Caixa que seja uniforme durante o


mês, pois a empresa apresenta períodos sazonais o que o torna mais eficiente se
planejado e demonstrando diariamente para períodos curtos de trinta e sessenta
dias. Quanto maior o período de projeção, tanto maior será a incerteza de
concretização dos fatos por isso o ideal é que as projeções sejam elaboradas de
forma mensal, trimestral ou semestral.

Uma vez elaboradas as projeções do Fluxo de Caixa as mesmas devem ser


atualizadas com base no fluxo real ocorrido na empresa e os ajustes realizados
de acordo com as condições do mercado a fim de aproximar o máximo possível
o que foi projetado do resultado financeiro efetivo.

Todas as informações obtidas deverão ser analisadas a fim de se checar a


qualidade das mesmas antes do seu lançamento no Fluxo de Caixa para que
todo o trabalho não seja comprometido com dados falsos ou distorcidos.

3.4.2 Método

A escolha do método pelo qual a elaboração do Fluxo de Caixa será


realizada é de extrema importância porque viabilizará sua utilização como
instrumento de gestão, sua continuidade e demonstrará de fato a realidade
financeira existente na organização.

Para a utilização do Método Indireto a empresa deverá ter sua


contabilidade rigorosamente realizada dentro da legalidade. Ele apresenta
baixo custo e com a utilização de dois balanços patrimoniais, o do inicio e o do
final do período, a demonstração de resultados e algumas informações
adicionais obtidas na contabilidade pode ser colocado em prática. Algumas de
suas desvantagens estão no tempo necessário para gerar as informações pelo
regime de competência e a interferência da legislação fiscal na contabilidade
oficial o que pode gerar distorções.

Modelo 1: Fluxo de Caixa (Método Indireto)


FLUXO DE CAIXA US$

1 - Receitas Operacionais

1.1 - Lucro Líquido do Exercício

( + ) Receitas ou ( - ) Despesas que não afetaram o Caixa

( - ) Receita de equivalência patrimonial

( + ) Depreciação e amortização

( + ) Baixa de Ativo Permanente

( + ) Despesas com Devedores Duvidosos

= Lucro Líquido do Exercício

1.2 - Aumento ou Redução de Ativos Operacionais

( - ) Clientes

( - ) Contas a Receber diversas

( + ) Adiantamentos diversos

( - ) Estoques

( - ) Despesas antecipadas

= Redução nos Ativos Operacionais

1.3 - Aumento ou Redução de Passivos Operacionais

( + ) Fornecedores

( + ) Impostos e Contribuições

( - ) Credores Diversos

( + ) Imposto de Renda

= Aumento nos Passivos Operacionais


= Aumento de Caixa Originado das Atividades Operacionais

2 – Investimentos

2.1 - Receitas com vendas de:

( + ) Imobilizado

( + ) Permanentes

2.2 - Aquisições de:

( - ) Imobilizado

( - ) Permanentes

= Redução de Caixa Originada de Investimentos

3 – Financiamentos

( + ) Intregalização de Capital

( + ) Novos Empréstimos e Financiamentos obtidos

( - ) Amortização de Empréstimos e Financiamentos

( - ) Dividendos pagos

= Aumento de Caixa Originado de Financiamentos

Resumo

Saldo inicial

( + ) Aumento de Caixa no período ( 1 + 2 + 3)

= Saldo Final

Fonte: Adaptado de Silva (2006, p. 77).

No Método Direto se utilizará as informações sobre despesas, investimentos


e receitas de caixa projetados e já conhecidos diariamente seguindo critérios
técnicos e não fiscais. Esse método permite ainda a implantação da cultura de
administrar pelo caixa de forma mais rápida e frequentemente pode-se utilizar
planilhas e mapas auxiliares recebidos das diversas áreas da empresa que os
produzem a partir de suas próprias informações.

Modelo 2: Fluxo de Caixa Diário (Método Direto)

DATA: XX / XX / 20X8

CONTAS VALORES EM US$

1 – ENTRADAS P R D

Vendas a Vista

Recebimento de Títulos em Carteira

Recebimento de Títulos em Bancos

Descontos de Títulos

Receitas com alugueis

Receitas Financeiras

Vendas de imobilizado

Outras receitas diversas

Total de Entradas

2 – SAÍDAS

Fornecedores

Compra de mercadorias a vista

Salários

Energia Elétrica

Telefones
Despesas com manutenção

Despesas administrativas

Despesas com vendas

Despesas financeiras

Impostos

Compras de imobilizado

Outras despesas diversas

Total de Saídas

3 - ENTRADAS - SAÍDAS (1 - 2)

4 - SALDO INICIAL DE CAIXA

5 - DISPONIBILIDADES (3 + 4)

6 - EMPRÉSTIMOS A CAPTAR

7 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS A RESGATAR

8 - AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS

9 - SALDO FINAL

Fonte: Adaptado de Silva (2006, p. 73).

Obs: P = Valor Projetado; R = Valor Realizado; D = Diferença entre P e R em


US$

Modelo 3: Fluxo de Caixa Mensal (Método Direto)


PERÍODOS

CONTAS JANEIRO FEVEREIRO

1 – ENTRADAS P R D P R D

Vendas a Vista

Recebimento de Títulos em Carteira

Recebimento de Títulos em Bancos

Descontos de Títulos

Receitas com alugueis

Receitas Financeiras

Vendas de imobilizado

Outras receitas diversas

Total de Entradas

2 – SAÍDAS

Fornecedores

Compra de mercadorias a vista

Salários

Energia Elétrica

Telefones

Despesas com manutenção

Despesas administrativas

Despesas com vendas

Despesas financeiras

Impostos

Compras de imobilizado
Outras despesas diversas

Total de Saídas

3 - ENTRADAS - SAÍDAS (1 - 2)

4 - SALDO INICIAL DE CAIXA

5 - DISPONIBILIDADES (3 + 4)

6 - EMPRÉSTIMOS A CAPTAR

7 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS A RESGATAR

8 – AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS

9 - SALDO FINAL

Fonte: Adaptado de Silva (2006, p.


77).

Obs: P = Valor Projetado; R = Valor Realizado; D = Diferença entre

P e R em US$

Segundo CAMPOS FILHO (1999, p. 48): “Na comparação entre os dois


métodos, é importante irmos além dos aspectos técnicos e considerarmos a
realidade em que vivemos principalmente a realidade brasileira”.

Não é somente a realidade brasileira, mas pelos exemplos veiculados na


mídia de anos recentes até mesmo no mercado americano os balanços são
maquiados e fraudados abertamente, portanto planejar em elaborar Fluxo de
Caixa pelo Método Indireto restringe-se a um universo reduzido de empresas.
Reafirmando essa realidade podemos constatar que até mesmo os grandes
organismos financeiros internacionais têm consciência disso.

Eu trabalhei no Oriente Médio, no inicio da minha carreira e


aprendi que balanços de empresas não valem nada. Lá no
meio do deserto, era preciso conversar com os clientes
sobre os planos dos negócios deles. É Assim que funciona
um banco de relacionamento. A política de crédito do
HSBC facilita esta aproximação. Ela se baseia no fluxo de
caixa dos clientes. Para conhecê-lo, é preciso entrar fundo
em seus negócios e nas suas vidas pessoais (GEOGHEGAN,
apud CAMPOS FILHO et. ali 1999, p. 47).

Conforme ressaltado por Campos Filho o Método Direto para o


planejamento e elaboração do Fluxo de Caixa vai atender à quase totalidade
das empresas permitindo-lhes os ajustes necessários e o controle financeiro
efetivo tão necessário à sua saúde econômica.

No Brasil não é diferente, pois instituições bancárias do porte do Banco do


Brasil baseiam-se em instrumentos como o Fluxo de Caixa para a análise e
concessão de crédito às micro-empresas e pequenas empresas. O fluxo
financeiro bem elaborado e de forma responsável correspondendo à realidade
da empresa torna-se uma ferramenta que abre portas para a expansão dos
negócios através da obtenção de financiamento com juros extremamente
baratos em instituições ligadas ao governo se comparados com o mercado.

4 METODOLOGIA

4.1 O MODELO DE FLUXO DE CAIXA A SER UTILIZADO

A fim de comprovar a utilidade de uma ferramenta de gestão financeira


eficiente pela empresa Alta Vista Importados S.R.L. será utilizado o modelo de
Fluxo de Caixa pelo Método Direto com o registro das receitas, despesas e
investimentos de valores projetados, realizados e diferenças negativa ou positiva
como orientação para o planejamento futuro.

Inicialmente o horizonte inicial de projeção será trimestral, subdividido


mensalmente, baseado nos registros de meses anteriores com o respectivo
número de dias úteis de operações.

4.2 JUSTIFICATIVA NA ADOÇÃO DO MODELO PELO MÉTODO


DIRETO
O modelo de Fluxo de Caixa mensal pelo Método Direto baseia-se em um
Plano de Contas da Tesouraria que registra e detalha toda a movimentação
financeira da empresa de forma simples e direta permitindo seu
desenvolvimento, implantação, acompanhamento, avaliação e correção
mesmo em organizações que não tenham um Departamento Contábil
estruturado.

Para as micro e pequenas empresas torna-se uma ferramenta viável por


estar relacionada ao seu dia-a-dia operacional, não exigir profissionais com
formação contábil específica e permitir que os sócios, administradores, gerentes,
supervisores participem de sua gestão de acordo com sua respectiva área.

Mesmo para empresas que não possuam um software de gestão


comercial e financeira será perfeitamente aplicável em função de seu fácil
desenvolvimento através de planilhas eletrônicas do *Excel (*Excel é marca
registrada da Microsoft Corporation), podendo ser detalhado com tabelas
auxiliares.

4.3 FUNCIONALIDADES PROPORCIONADAS À EMPRESA

Utilizado dentro dos moldes desenvolvidos proporcionará à Alta Vista


Importados S.R.L. respostas a questões básicas como quando há disponibilidades
financeiras para compras, investimentos em novos produtos, campanhas de
marketing, campanhas promocionais ou expansão dos negócios.

Permitirá também a previsão e o planejamento para a escassez de


recursos com tempo suficiente a fim de orientar os administradores nas decisões
a serem tomadas para sanar o problema com relativa tranqüilidade.

4.4 SELEÇÃO DOS DADOS

O primeiro passo será o desenvolvimento do Plano de Contas da


Tesouraria que norteará todas as operações de receitas, despesas e
investimentos da empresa permitindo assim a elaboração do planejamento do
Fluxo de Caixa.

Este Plano se difere do Plano de Contas Contábil que é regido pelas


normas contábeis, portanto dará liberdade à empresa de elaborá-lo de forma a
se adequar às suas particularidades permitindo o controle de todas as operações
financeiras ocorridas por meio do Caixa.

Associado ao Plano de Contas da Tesouraria serão elaboradas as Planilhas


Auxiliares que receberão as informações extraídas dos documentos previamente
classificados de acordo com os código estabelecidos para cada entrada ou
saída e convertidos para a cotação no câmbio em dólar americano vigente no
mercado Paraguaio no regime de competência da receita ou despesa
realizadas.

Uma particularidade dos mercados de informática, eletroeletrônicos, som


automotivo e perfumaria localizados em Ciudad Del Este, Salto Del Guairá e
Pedro Juan Caballero no Paraguai onde está situada a Alta Vista Importados
S.R.L. é que as operações de compra e venda internamente nas empresas são
baseadas em dólar americano, voltando a ser contabilizadas em Guarani, a
moeda oficial do país, no momento da declaração ao fisco na cotação oficial
estabelecida.

Portanto a fim de unificar os valores para a elaboração do Fluxo de Caixa


todas as operações de entrada e saída serão convertidas pela cotação do dólar
de acordo com seu regime de competência.

Todas as projeções do Fluxo de Caixa também serão elaboradas com


base no dólar americano para a padronização dos demonstrativos e a futura
comparação entre o projetado e realizado para as correções que se fizerem
necessárias.

4.4.1 O Plano de Contas da Tesouraria

Com base na análise dos documentos de entrada e saída disponíveis em


poder do Departamento Financeiro, elaborou-se o Plano de Contas da
Tesouraria, observando-se as necessidades e particularidades de controle
existentes na empresa. Plano esse que tem o fim de propiciar aos responsáveis
pela manutenção e utilização dessa ferramenta uma visão clara sobre a
escassez ou excesso de recursos para que decisões estratégicas sejam tomadas
em tempo hábil.

ALTA VISTA IMPORTADOS S.R.L.

Plano de Contas da Tesouraria

Código
Conta Descrição Conta

1 ENTRADAS

1.1 ENTRADAS OPERACIONAIS

1.1.1 Vendas a Vista

1.1.2 Vendas a Prazo

1.1.2.1 Vendas com Cartão de Crédito

1.1.2.2 Vendas com Duplicatas

Recebimento de Faturas de Cartão de


1.1.3 Crédito

1.1.4 Recebimento de Duplicatas

1.1.5 Descontos de Duplicatas

1.1.6 Antecipações de clientes

1.2 ENTRADAS NÃO OPERACIONAIS

1.2.1 Receitas Financeiras


1.2.2 Vendas de Imobilizado

1.3 OUTRAS ENTRADAS

1.3.1 Outras Receitas Diversas

2 SAÍDAS

2.1 SAÍDAS OPERACIONAIS

2.1.1 Fornecedores

Compra a vista de Mercadorias para


2.1.1.1 Venda

2.1.1.2 Pagamento de Duplicatas

2.1.2 Despesas Comerciais

2.1.2.1 Fretes e correios

2.1.2.2 Material de embalagens

2.1.2.3 Propaganda e Publicidade

2.1.2.4 Promoções e Patrocínios

2.1.2.5 Energia Elétrica

2.1.2.6 Água

2.1.2.7 Telefone Fixo

2.1.2.8 Telefone Celular

2.1.2.9 Combustíveis

2.1.2.10 Manutenção de veículos

2.1.2.11 Devoluções a clientes


2.2 SAÍDAS ADMINISTRATIVAS

2.2.1 Despesas com Pessoal

2.2.1.1 Salários

2.2.1.2 Comissões

2.2.1.3 Prêmios de Produtividade

2.2.1.4 Diárias

2.2.1.5 Salário família

2.2.1.6 Férias

2.2.1.7 13º Salário

2.2.1.8 Refeições

2.2.1.9 Assistência médica e remédios

2.2.1.10 Vestuário

2.2.1.11 Rescisões

2.2.1.12 IPS

Prêmios de seguro de vida e acidentes


2.2.1.13 pessoais

2.2.1.14 Pro-Labore

2.2.1.15 Viagens e estadias

2.2.2 Honorários Contábeis

2.2.3 Honorários Advocatícios

2.2.4 Despesas com Cartórios e Justiça

Material de higiene, limpeza e


2.2.5 conservação
2.2.6 Material de expediente e impressos

2.2.7 Prêmios de seguro patrimonial

2.2.8 Prêmios de seguro de veículos

2.2.9 Despesas com Manutenção

2.2.9.1 Manutenção de edifício

2.2.9.2 Manutenção de equipamentos

2.3 SAÍDAS FINANCEIRAS

Amortização de empréstimos e
2.3.1 financiamentos

Juros sobre empréstimos e


2.3.2 financiamentos

2.3.3 Juros sobre desconto de títulos

Tarifa da Administradora de Cartão de


2.3.4 Crédito

2.3.5 Tarifas e taxas bancárias

2.3.6 Descontos concedidos a clientes

2.4 SAÍDAS COM IMPOSTOS E TAXAS

2.4.1 IVA

2.4.2 IR

2.4.3 Taxa de Funcionamento

2.4.4 Taxas diversas

2.4.5 Impostos e taxas sobre veículos

2.5 AQUISIÇÃO DE IMOBILIZADO


2.5.1 Equipamentos de informática

2.5.2 Móveis, utensílios e instalações

2.5.3 Veículos

2.6 OUTRAS SAÍDAS NÃO OPERACIONAIS

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. - 2008

4.4.2 Planilhas Auxiliares de Projeção de Entradas e Saídas

As planilhas auxiliares têm a função de desmembrar as contas detalhando


assim os valores de entrada e saída permitindo a efetiva análise e controle sobre
o Fluxo de Caixa da empresa, podendo ainda ser objeto de avaliação
separadamente da ferramenta em si.

O exercício de desmembramento permitirá que os executores visualizem


com mais detalhes a situação de entrada e saída de recursos, possibilitando a
elaboração de planos para melhor aplicação dos recursos disponíveis,
contenção de despesas ou ainda a busca de novos nichos de mercado para o
incremento das vendas.

Nesse processo, é possível comprometer cada departamento de forma a


ter uma participação responsável e efetiva no planejamento estratégico da
empresa, o que ao longo do tempo trará o amadurecimento necessário à
solidificação do empreendimento.

No modelo 4 temos a Planilha Auxiliar de Projeção das Entradas


Operacionais, decorrentes das atividades diretas da empresa, que auxiliará na
seqüência todo o planejamento de despesas e investimentos.
DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 4 - Planilha Auxiliar de Projeção de Entradas Operacionais

2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

1.1 ENTRADAS OPERACIONAIS 75.880,00 92.135,00 107.950,00

1.1.
1 Vendas a Vista 57.000,00 69.000,00 81.000,00

1.1. Recebimento de Faturas de Cartão de


3 Crédito 15.230,00 18.415,00 21.680,00

1.1.
4 Recebimento de Duplicatas 3.650,00 4.720,00 5.270,00

1.1.
5 Descontos de Duplicatas 0,00 0,00 0,00

1.1.
6 Antecipações de clientes 0,00 0,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

A projeção das entradas operacionais nesta planilha foi baseada em


períodos históricos anteriores com a quantidade equivalente de dias úteis de
trabalho, levando-se em conta os índices de cancelamento de faturas de cartão
de crédito e inadimplência em Contas a Receber.

Os modelos 5 e 6 tratarão das Entradas Não-Operacionais e Outras


Entradas originadas principalmente de receitas financeiras, venda de imobilizado
e receitas diversas que não fazem parte das operações normais da empresa.
DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 5 – Planilha Auxiliar de Projeção de Entradas Não Operacionais

2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

1.2 ENTRADAS NÃO OPERACIONAIS 0,00 0,00 0,00

1.2.
1 Receitas Financeiras 0,00 0,00 0,00

1.2.
2 Vendas de Imobilizado 0,00 0,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

Entre essas receitas pode estar o recebimento de juros sobre aplicações


bancárias, ganhos em operações de compra e venda de dólares ou ainda
prestação de serviços técnicos a clientes para instalação e configuração de
equipamentos de redes sem fio (wirelles).

DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 6 - Planilha Auxiliar de Projeção de Outras Entradas

2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

1.3 OUTRAS ENTRADAS 0,00 0,00 0,00


1.3.1 Outras Receitas Diversas 0,00 0,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

A planilha do modelo 7 trata da Projeção das Saídas Operacionais,


destacando os fornecedores e despesas relacionadas a vendas ou com os
esforços para a realização das mesmas.

DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 7 - Planilha Auxiliar de Projeção de Saídas Operacionais

2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

2.1 SAÍDAS OPERACIONAIS 60.494,00 73.201,00 80.494,00

2.1.1 Fornecedores

Compra a vista de Mercadorias para


2.1.1.1 Venda 46.720,00 56.530,00 62.183,00

2.1.1.2 Pagamento de Duplicatas 11.860,00 14.350,00 15.785,00

2.1.2 Despesas Comerciais

2.1.2.1 Fretes e correios 500,00 605,00 708,00

2.1.2.2 Material de embalagens 65,00 79,00 92,00

2.1.2.3 Propaganda e Publicidade 325,00 325,00 325,00

2.1.2.4 Promoções e Patrocínios 0,00 200,00 200,00

2.1.2.5 Energia Elétrica 245,00 260,00 280,00


2.1.2.6 Água 18,00 18,00 18,00

2.1.2.7 Telefone Fixo 281,00 303,00 318,00

2.1.2.8 Telefone Celular 327,00 359,00 395,00

2.1.2.9 Combustíveis 153,00 172,00 190,00

2.1.2.1
0 Manutenção de veículos 0,00 0,00 0,00

2.1.2.1
1 Devoluções a clientes 0,00 0,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

A análise dessa projeção permite uma comparação com o total de


entradas para avaliar a necessidade de recursos extras a fim de garantir o
funcionamento satisfatório da empresa. A conta “Fornecedores” é um indicador
importante nesse acompanhamento para que não haja excesso de compras e
futuro endividamento ou falta de produtos que gere a perda de negócios e
espaço no mercado.

O modelo 8 auxiliará no planejamento da formação e manutenção da


equipe de colaboradores, permitindo implementar melhorias nas condições de
trabalho, pois a demanda de recursos poderá facilmente ser monitorada.

DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 8 - Planilha Auxiliar de Projeção de Saídas Administrativas


2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

2.2 SAÍDAS ADMINISTRATIVAS 10.920,00 11.695,00 19.248,00

2.2.1 Despesas com Pessoal

2.2.1.1 Salários 4.265,00 4.265,00 4.265,00

2.2.1.2 Comissões 2.905,00 3.510,00 4.112,00

2.2.1.3 Prêmios de Produtividade 0,00 350,00 550,00

2.2.1.4 Diárias 87,00 87,00 87,00

2.2.1.5 Salário família 0,00 0,00 0,00

2.2.1.6 Férias 0,00 0,00 585,00

2.2.1.7 13º Salário 0,00 0,00 5.600,00

2.2.1.8 Refeições 192,00 192,00 192,00

2.2.1.9 Assistência médica e remédios 0,00 0,00 0,00

2.2.1.1
0 Viagens e estadias 0,00 900,00 0,00

2.2.1.1
1 Rescisões 830,00 0,00 0,00

2.2.1.1
2 IPS 201,00 201,00 265,00

2.2.1.1 Prêmios de seguro de vida e acidentes


3 pessoais 0,00 0,00 0,00

2.2.1.1
4 Pro-Labore 1.600,00 1.600,00 3.200,00

2.2.1.1
5 Cursos, treinamento e congressos. 250,00 0,00 0,00

2.2.2 Honorários Contábeis 152,00 152,00 304,00


2.2.3 Honorários Advocatícios 500,00 0,00 0,00

2.2.4 Despesas com Cartórios e Justiça 0,00 0,00 0,00

Material de higiene, limpeza e


2.2.5 conservação. 70,00 70,00 70,00

2.2.6 Material de expediente e impressos 18,00 18,00 18,00

2.2.7 Prêmios de seguro patrimonial 0,00 0,00 0,00

2.2.8 Prêmios de seguro de veículos 0,00 0,00 0,00

2.2.9 Despesas com Manutenção

2.2.9.1 Manutenção de edifício 50,00 0,00 0,00

2.2.9.2 Manutenção de equipamentos 0,00 50,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

Da mesma forma que em outras projeções a planilha de despesas


administrativas permite acompanhar de forma mais detalhada o que cada
conta representa no total de gastos da empresa. A conta de Despesas com
Pessoal assim como a de Fornecedores tem um peso grande na demanda de
recursos da empresa, sendo um dos pontos-chave para a sobrevivência do
negócio.

O modelo 9 auxiliará na projeção das saídas financeiras que se não forem


devidamente monitoradas podem comprometer outras áreas da empresa.

DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 9 - Planilha Auxiliar de Projeção de Saídas Financeiras


2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

2.3 SAÍDAS FINANCEIRAS 4.321,00 4.370,00 4.464,00

2.3. Amortização de empréstimos e


1 financiamentos 3.560,00 3.450,00 3.380,00

2.3.
2 Juros sobre empréstimos e financiamentos 0,00 0,00 0,00

2.3.
3 Juros sobre desconto de títulos 0,00 0,00 0,00

2.3. Tarifa da Administradora de Cartão de


4 Crédito 761,00 920,00 1.084,00

2.3.
5 Tarifas e taxas bancárias 0,00 0,00 0,00

2.3.
6 Descontos concedidos a clientes 0,00 0,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

Sua projeção deve ser real e por se tratar de compromissos com


instituições bancárias e financeiras exige que sejam cumpridos nos prazos
estabelecidos para evitar os custos onerosos de juros que certamente
comprometem recursos para investimentos na expansão e melhoria do negócio.

Pode-se observar no modelo 10 a projeção de impostos e taxas que


aparentemente para o trimestre em questão são relativamente baixos, porém
somente o IVA que incide sobre as vendas internas será devido nesse momento.

O imposto de renda da empresa será devido no encerramento do


exercício após a apuração do lucro e as demais taxas sempre no inicio de cada
semestre. A empresa aguarda o registro como importadora o que exigirá numa
próxima etapa o planejamento do recolhimento dos impostos relativos as
operações de importação.

DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 10 - Planilha Auxiliar de Projeção de Impostos e Taxas

2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

2.4 SAÍDAS COM IMPOSTOS E TAXAS 462,00 575,00 660,00

2.4.
1 IVA 462,00 575,00 660,00

2.4.
2 IR 0,00 0,00 0,00

2.4.
3 Taxa de Funcionamento 0,00 0,00 0,00

2.4.
4 Taxas diversas 0,00 0,00 0,00

2.4.
5 Impostos e taxas sobre veículos 0,00 0,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

A planilha do modelo 11 auxiliará na projeção e planejamento para a


aquisição de imobilizado. Esse planejamento levará a um inventário que permitirá
o planejamento para atualização de equipamentos, móveis, utensílios e veículos.
No caso de equipamentos de informática, embora o período previsto para
depreciação seja de quatro anos, há necessidade de atualização no que se
refere a tecnologia de comunicação sem fio.
DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

Modelo 11 - Planilha Auxiliar de Projeção de Aquisição de Imobilizado

2008 - 4º TRIMESTRE - US$

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

2.5 AQUISIÇÃO DE IMOBILIZADO 0,00 4.150,00 4.150,00

2.5.
1 Equipamentos de informática 0,00 1.800,00 1.800,00

2.5.
2 Móveis, utensílios e instalações. 0,00 2.350,00 2.350,00

2.5.
3 Veículos 0,00 0,00 0,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

O formato dos oito modelos de planilhas auxiliares de projeção é


extremamente simples justamente com o objetivo de facilitar o seu
entendimento, a coleta e lançamento dos dados para a elaboração e
acompanhamento do Fluxo de Caixa.

A organização, classificação e arquivo dos documentos, bem como a


conversão para uma moeda padrão, nesse caso o dólar americano, de todas as
despesas faz-se necessário levando-se em conta que na região de fronteira
Pedro Juan Caballero – PY e Ponta Porã – BR também se utiliza o Real e Guarani.

4.5 O FLUXO DE CAIXA ELABORADO

Após a organização, análise e classificação dos documentos de entrada e


saída do período anterior escolhido como base e de acordo com os critérios e
objetivos estabelecidos pela empresa foi elaborado o Fluxo de Caixa para o
quarto trimestre de 2008 com seus valores projetados em dólar americano.

A Demonstração do Fluxo de Caixa a seguir já cumpre sua função que é a


de dar aos administradores da empresa a visão futura da situação, apontando
as eventuais necessidades ou sobras de recursos para o planejamento de
captação ou investimento.

O modelo escolhido e aplicado, sendo bastante simples, demonstra sua


eficácia ao apresentar os dados projetados (P), permitir a atualização da
planilha com o realizado (R) e acompanhamento da diferença (D) a fim de se
corrigir distorções nas futuras projeções a serem elaboradas.

Modelo 12 - DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA MENSAL


MÉTODO DIRETO

2008 - 4º Trimestre - US$

Código Contas SIT Outubro Novembro Dezembro

1 ENTRADAS

1.1 Entradas Operacionais P 75.880,00 92.135,00 107.950,00

D (75.880,00) (92.135,00) (107.950,00)

1.2 Entradas Não Operacionais P 0,00 0,00 0,00

D 0,00 0,00 0,00

1.3 Outras Entradas P 0,00 0,00 0,00

D 0,00 0,00 0,00

TOTAL DE ENTRADAS P 75.880,00 92.135,00 107.950,00

R 0,00 0,00 0,00

D (75.880,00) (92.135,00) (107.950,00)

2 SAÍDAS

2.1 Saídas Operacionais P 60.494,00 73.201,00 80.494,00

D (60.494,00) (73.201,00) (80.494,00)

2.2 Saídas Administrativas P 10.920,00 11.695,00 19.248,00

D (10.920,00) (11.695,00) (19.248,00)

2.3 Saídas Financeiras P 4.321,00 4.370,00 4.464,00


R

D (4.321,00) (4.370,00) (4.464,00)

2.4 Saídas com Impostos e Taxas P 462,00 575,00 660,00

D (462,00) (575,00) (660,00)

2.5 Aquisição de Imobilizado P 0,00 4.150,00 4.150,00

D 0,00 (4.150,00) (4.150,00)

2.6 Outras Saídas Não Operacionais P 0,00 0,00 0,00

D 0,00 0,00 0,00

TOTAL DE SAÍDAS P 76.197,00 93.991,00 109.016,00

R 0,00 0,00 0,00

D (76.197,00) (93.991,00) (109.016,00)

3 Saldo de Caixa (TE - TS) P (317,00) (1.856,00) (1.066,00)

R 0,00 0,00 0,00

D 317,00 1.856,00 1.066,00

4 Saldo Inicial de Caixa P 1.150,00 833,00 (1.023,00)

5 Saldo Atualizado de Caixa (3 + 4) P 833,00 (1.223,00) (2.089,00)

R 0,00 0,00 0,00

D (833,00) 1.023,00 2.089,00

6 Captação de Empréstimos P

D 0,00 0,00 0,00


7 Aplicações ou Resgates P

D 0,00 0,00 0,00

8 Saldo Final do Fluxo de Caixa (5 + 6 + 7) P 833,00 (1.023,00) (2.089,00)

R 0,00 0,00 0,00

D (833,00) 1.023,00 2.089,00

Fonte: Alta Vista Importados S.R.L. – 2008

Obs: P = Valor Projetado; R = Valor Realizado; D = Diferença entre P e R


em US$

A projeção para o quarto trimestre de 2008 indicou, caso a expectativa se


confirme, que no mês de novembro haverá falta de recursos no valor de US$
1,023.00 e no mês de dezembro haverá falta de recursos no valor de US$ 1,066.00.
Isso indica aos administradores a necessidade de ações para corrigir a distorção
o que após uma análise mais apurada poderão optar pela maximização de
entradas, redução de despesas previstas, busca de novos recursos por meio de
empréstimos ou resgate de aplicações.

Esse Demonstrativo deverá ser revisado, ter suas informações atualizadas


através do controle e lançamento dos documentos que registram as entradas e
saídas na Tesouraria diariamente, tornando-se assim uma ferramenta eficaz de
gestão.

É importante salientar que o processo de entrada e saída de recursos do


Caixa na Tesouraria deve estar formalizado com as normas claras e de
conhecimento de todos os envolvidos. Toda e qualquer receita ou despesa
deverá estar registrada em documento, classificada de acordo com a respectiva
conta do Plano de Contas da Tesouraria para que os resultados sejam
mensurados e passíveis de comparação entre a projeção do Fluxo de Caixa e o
que ocorreu de fato.

Nas micro e pequenas empresas os sócios ou proprietários devem


estabelecer um pró-labore e de maneira disciplinada fazerem sua retirada
mensal evitando assim confundir o Caixa da empresa com o próprio bolso,
desfalcando a mesma dos recursos necessários e previstos para cumprir os
compromissos assumidos.

Quando esse procedimento não é seguido de forma clara, geralmente a


empresa enfrenta dificuldades para honrar compromissos e cumprir o
planejamento estabelecido para manter-se atuante no mercado.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Ao se visualizar as demonstrações projetadas através das planilhas


auxiliares e sua junção na planilha principal do Fluxo de Caixa percebe-se a
importância da gestão financeira eficiente na empresa. Embora neste primeiro
momento o horizonte projetado tenha sido restrito a um trimestre, para a Alta
Vista Importados S.R.L. o exercício mostrou-se extremamente necessário e lhe
permitirá consolidar os planos futuros.

O mercado onde a empresa está inserida é extremamente dependente


das variações de câmbio do dólar em relação ao Real e da disposição de
compra dos consumidores brasileiros, portanto as projeções elaboradas mostram
que não há uma margem de segurança para enfrentar momentos de queda
brusca nas vendas.

Outro fator a ser considerado é a venda em cartão de crédito


internacional que obrigatoriamente deve ser fechada em Guarani ficando
vulnerável às sensíveis perdas no efetivo recebimento quando é realizada a
compra de dólares americanos para fazer frente aos compromissos.
A necessidade de recursos no valor total de US$ 2,089.00 apontada na
projeção do quarto trimestre de 2008 pode ser amenizada com a prestação de
serviços, o que ainda está sendo considerado pela empresa e exigirá de toda a
equipe comprometimento para fechamento das contas.

Observa-se que as contas de Despesas com Pessoal e Fornecedores têm


peso predominante no desempenho de todo o Fluxo de Caixa o que após a
implantação dessa ferramenta devem ser geridas de maneira sistemática e
eficaz. As compras de mercadorias para venda devem ser mais criteriosas
obedecendo a uma hierarquia de produtos com maior giro e lucratividade e
com o menor estoque possível em virtude da disponibilidade de reposição
imediata pelas importadoras.

Justamente pela falta de planejamento do Fluxo de Caixa há um


compromisso financeiro relativamente elevado conforme discriminado na
Planilha Auxiliar de Projeção de Saídas Financeiras que a partir da implantação
dessa ferramenta de gestão estratégica poderá ser sanado e evitado no futuro.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No universo das micro e pequenas empresas a grande preocupação do


empreendedor é sempre o lucro e com isso há um descuido perigoso quanto à
liquidez, tanto imediata como corrente, que pode determinar o êxito ou fracasso
do negócio.

O Fluxo de Caixa como ferramenta de gestão estratégica a partir da área


financeira provou-se de vital importância para a Alta Vista Importados S.R.L. assim
como será para as empresas de todos os portes desde que elaborado de
maneira criteriosa e pelo método que propicie sua execução, análise e
correções quando necessário. Com essa ferramenta os administradores
conseguirão visualizar a condição de cumprimento dos pagamentos assumidos e
o descontrole de gastos caso isso venha a ocorrer.

A empresa inserida em um ambiente que comercializa produtos de alta


tecnologia, mas que é extremamente volátil sente os efeitos globalizados de crise
econômica que provoca com rapidez queda nas vendas, falta de produtos ou
alta de preço destes. Sua estrutura gerencial e contábil ainda simples terá no
Fluxo de Caixa pelo Método Direto um modelo ideal para o seu atual ciclo de
vida e sua utilização eficaz proporcionará sobrevivência e saúde financeira do
empreendimento.

Outro fator determinante para o sucesso no planejamento estratégico


financeiro da empresa será o de que através do Fluxo de Caixa pelo Método
Direto, por sua forma simples será possível projetá-lo comprometendo toda a
equipe na sua execução e correções treinando-os para gerirem cada um em
sua esfera o que diz respeito à participação no sucesso do empreendimento.

REFERÊNCIAS

CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos fluxos de caixa. 1ª ed. São Paulo:
Atlas, 1999.

FREZATTI, Fábio. Gestão do fluxo de caixa diário. 1ª ed. São Paulo, Atlas, 2007.

SEGUNDO FILHO, José. Controles financeiros e fluxo de caixa. 1ª ed. Rio de


Janeiro: Qualitymark Editora, 2005.

SILVA, Edson Cordeiro da. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. 2ª
ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Anda mungkin juga menyukai