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CENTRO UNIVERSITÁRIO MONTE SERRAT

Juliana Veiga Santos Pellegrino


Natália dos Reis

“BALANÇO SOCIAL – A FALTA DE PADRONIZAÇÃO


PARA A SUA ELABORAÇÃO”

Santos
2007
Juliana Veiga Santos Pellegrino
Natália dos Reis

“BALANÇO SOCIAL – A FALTA DE PADRONIZAÇÃO


PARA A SUA ELABORAÇÃO”

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Centro Universitário Monte
Serrat como exigência parcial para a
obtenção do Título de Bacharel em
Ciências Contábeis

Orientador: Prof. Ms. Fábio Pereira Ribeiro

Santos
2007
Pellegrino, Juliana Veiga Santos
P386b Balanço Social: A falta de padronização para sua elaboração /
Juliana Veiga Santos Pellegrino, Natália dos Reis. – Santos : [s.n.],
2007.
109 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Centro


Universitário Monte Serrat, 2007.
Curso: Ciências Contábeis
Orientador: Prof. Ms. Fábio Pereira Ribeiro

1. Demonstrações Contábeis. 2. Balanço Social. I. Reis, Natália


dos.
Juliana Veiga Santos Pellegrino
Natália dos Reis

“BALANÇO SOCIAL – A FALTA DE PADRONIZAÇÃO


PARA A SUA ELABORAÇÃO”

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Centro Universitário Monte
Serrat como exigência parcial para a
obtenção do Título de Bacharel em
Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Ms. Fabio Pereira Ribeiro

BANCA EXAMINADORA

Nome do examinador:
Titulação:
Instituição:

Nome do examinador:
Titulação:
Instituição:

Local: Centro Universitário Monte Serrat - UNIMONTE


Dedicamos esse trabalho a todas as pessoas
que nos acompanharam nessa jornada
acadêmica, principalmente aos nossos
familiares, amigos e aos verdadeiros mestres,
que nos ensinaram mais do que simplesmente
o que era obrigação, mas nos mostraram
grandes lições de vida.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por nos guiar em mais essa jornada que é
concluída com sucesso. Nas horas em que achávamos que não iríamos mais
conseguir, em que o desânimo, o cansaço das diversas jornadas diárias – trabalhar,
estudar, cuidar da casa, dar atenção à família – Deus, através de nossos entes
queridos e amigos, chegava até nós com uma palavra de conforto, ânimo, até
mesmo um empurrão, uma bronca, oferecendo não somente o que iria nos fazer
bem, mas o que precisávamos no momento.

Aos nossos familiares, pela compreensão de não podermos estar presente e dar a
atenção necessária em determinados momentos. Saibam que toda grande conquista
exige um enorme esforço. Que muitas vezes, no momento, nós não
compreendemos, mas com o passar do tempo, temos a certeza de que valeu a
pena.

Aos nossos amigos, que apesar da nossa ausência, não deixaram de se importar e
preocupar conosco, trazendo palavras amistosas quando era necessário, através de
uma brincadeira, um e-mail, um telefonema, um abraço, e até mesmo retirando
material nas bibliotecas das faculdades da região.

Aos mestres, que souberam extrair, algumas vezes com muito suor e lágrimas, o
melhor de cada um de nós.

De tudo que passou fica uma grande certeza, somos pessoas privilegiadas em ter
ao nosso redor tanto amor e carinho. Com certeza, esse foi o nosso combustível
nesses quatro anos de jornada, que finda da melhor maneira que poderia ser.

Juliana e Natália
"Realizar o Balanço Social significa uma
grande contribuição para consolidação de uma
sociedade verdadeiramente democrática"

Herbert de Souza – o Betinho


RESUMO

As Demonstrações Contábeis ao longo do tempo vem se desenvolvendo e


adaptando de acordo com as necessidades dos usuários das informações nelas
inseridas, pois atualmente, o papel da contabilidade não é apenas registrar fatos,
mas também uma ferramenta que auxilia a gestão empresarial. Acompanhando essa
evolução, o Balanço Social surge como uma demonstração inovadora que une
aspectos de ordem econômica e social em um mesmo documento, de forma
simplificada. Atentando a esse novo nicho que a Ciência Contábil apresenta,
realizou-se um estudo que tem por objetivo demonstrar o que vem a ser o Balanço
Social, seu objetivo e o que há a respeito da padronização desse documento. Para
verificar os resultados, foram feitas pesquisas bibliográficas, pesquisas em sites,
revistas e entrevista, com intuito de explorar mais o tema, que por ser recente, ainda
não possui uma bibliografia ampla, o que trouxe certa dificuldade para o
desenvolvimento do tema. O resultado da pesquisa realizada demonstra que o
Balanço Social mundialmente é reconhecido, e em alguns países possuem base
legal para sua elaboração e divulgação, porém no Brasil atualmente, só observamos
que o mesmo é incentivado por vários órgãos, não possuindo caráter legal, apesar
de não possuir uma padronização, é essencial que as empresas usem a mesma
linguagem para que seja possível a realização de análises, comparações, entre as
empresas que publicam esse documento.

Palavras-chaves: Demonstrações Contábeis. Balanço Social. Padronização.


LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 – Balanço Patrimonial 19


QUADRO 02 – Critérios de Avaliação e Registro 19
QUADRO 03 – Demonstração do Resultado do Exercício 21
QUADRO 04 – Estrutura DLPA 22
QUADRO 05 – Estrutura DMPL – Modelo Detalhado 23
QUADRO 06 – Estrutura DMPL – Modelo Sumariado 23
QUADRO 07 – Modelo DOAR 24
QUADRO 08 – DFC – Método Direto 25
QUADRO 09 – DFC – Metido Indireto 26
QUADRO 10 – Enfoque utilizado nos Estados Unidos, na elaboração do
Balanço Social 34
QUADRO 11 – A concepção do Balanço Social na França 35
QUADRO 12 – A concepção do Balanço Social em Portugal 36
QUADRO 13 – A concepção do Balanço Social na Inglaterra 37
QUADRO 14 – A concepção do Balanço Social na Holanda 37
QUADRO 15 – A concepção do Balanço Social na Bélgica 38
QUADRO 16 – A concepção do Balanço Social na Suécia 38
QUADRO 17 – A concepção do Balanço Social na Alemanha 39
QUADRO 18 – A concepção do Balanço Social no Chile 40
QUADRO 19 – A concepção do Balanço Social no Brasil 43-44
QUADRO 20 – Estrutura de Indicadores 51
QUADRO 21 – Modelo Balanço Social IBASE 56-57
QUADRO 22 – Modelo de DVA 65
QUADRO 22 – Índices Básicos de Desempenho 69
QUADRO 23 – Índices Básicos de Rentabilidade 70
QUADRO 24 – Índices de Gestão de Funcionários 70
QUADRO 25 – Comparativo dos Relatórios Shell na Sociedade Brasileira
(2002 a 2005) 75-77
QUADRO 26 – Relatório Shell na Sociedade Brasileira 2006/2007 77-79
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10
2 ASPECTOS GERAIS 13
2.1 Demonstrações Contábeis 15
2.2 Balanço Patrimonial 17
2.3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 20
2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e
Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 22
2.5 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) 24
2.6 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 25
2.7 Demonstrações Comparativas 27
2.8 Consolidação das Demonstrações Contábeis 27
2.9 Notas Explicativas 27
2.10 Parecer do Conselho Fiscal 28
2.11 Parecer dos Auditores Independentes 28
3 NEOPATRIMONIALISMO 30
4 BALANÇO SOCIAL E PADRONIZAÇÃO 32
4.1 Aspectos Históricos Sobre o Balanço Social 32
4.1.1 Na América do Norte 33
4.1.2 Nos países europeus 34
4.1.3 Na América Latina 39
4.1.4 As peculiaridades da realidade brasileira 40
4.2 Legislação brasileira 45
4.3 Padronização 47
4.3.1 International Organization for Standadization (ISO) 48
4.3.2 Social Accountability International (SAI) - SA 8000 49
4.3.3 Global Reporting Initiative (GRI) 50
4.3.4 Padronização Contábil 52
4.3.4.1 Padronização do Balanço Social 52
4.3.4.2 Instituto Ethos 53
4.3.4.3 Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) 54
4.4 Como Elaborar um Balanço Social 58
4.4.1 Estrutura do Balanço Social 60
4.4.1.1 Balanço Ambiental 61
4.4.1.2 Recursos Humanos 62
4.4.1.3 Demonstrações do Valor Adicionado (DVA) 63
4.4.1.4 Benefícios e Constribuições à Sociedade 66
4.4.2 Indicadores de Avaliação 69
4.4.3 Interpretação do Balanço Social 71
5 ESTUDO DE CASO – SHELL DO BRASIL LTDA. 73
CONSIDERAÇÕES FINAIS 81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83
ANEXOS
ANEXO A – Projeto de Lei 3.116/97
ANEXO B – Projeto de Lei 32/99
ANEXO C – Lei Municipal 8.118/98 – Porto Alegre / RS
ANEXO D – Relatório GRI
ANEXO E – Relatório Ethos
ANEXO F – IBASE – Modelo Balanço Social Cooperativa
ANEXO G – IBASE – Modelo Balanço Social Instituição de Ensino
ANEXO H – IBASE – Modelo Balanço Social Micro e Pequenas
Empresas
ANEXO I – Entrevista com Antonio Lopes de Sá
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

De acordo com Marconi & Lakatos (2001, p. 103), a justificativa “consiste


numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos
motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa”.
O tema “Balanço social: importância da padronização para sua elaboração”,
foi escolhido por representar uma nova visão em relação às demonstrações
contábeis, ainda pouco explorado pelas empresas. Com os dados inseridos nesse
tipo de relatório contábil, é possível analisar as empresas tanto no seu interior, como
a integração com a sociedade que as cercam. Ainda hoje, alguns profissionais
desconhecem o tema (o que acarreta na sua não utilização nas empresas), fazendo
desse relatório um bom indicador sócio-econômico.
Sabe-se, que, hoje em dia, a maioria das empresas tem grande preocupação
com a comunidade que as cercam. Isso gera vantagens tanto para a comunidade
(oficinas para a aprendizagem de alguma profissão, recreação para as crianças
tirando-as da rua, preocupação com o meio ambiente, campanhas educativas, etc.)
como para a empresa (incentivo fiscal, uma melhor imagem da empresa perante a
sociedade, formação de profissionais para atuar dentro das próprias empresas
dentre outros).
A preocupação com a Responsabilidade das empresas, perante a sociedade
já existe há vários anos, mas se intensificou quando órgãos internacionais
começaram a emitir certificados, tais como International Organization for
Standadization (ISO), Qualidade Total, Social Accountability International (SA 8000)
dentre outros, atestando essa preocupação, o que faz com que a imagem delas se
torne cada vez melhor, principalmente no mercado internacional.
O Brasil é um dos líderes da gestão social, o que faz as pessoas dependerem
mais umas das outras, menos do governo, que devido a sua má estrutura, demora a
dar respostas às situações simples.
Pode-se citar como exemplos as seguintes empresas:
• NATURA – preocupação constante com o bem estar de seus
funcionários, parceria com escola pública de Itapecerica da Serra (SP);
• ACHÉ – Creches ou babás para filhos de funcionários, apoio a jovens
carentes em formação para o trabalho;
13

• XEROX – Investiu R$ 550 mil na comunidade da Mangueira (RJ),


crianças e jovens são assistidos por executivos da própria companhia,
visando saída das ruas e da violência urbana;
• PÃO-DE-AÇÚCAR – Investimento em programas que contemplem
amenizar a criminalidade, estudos de causas e possíveis soluções;
• PERDIGÃO – Programas ambientais e programa de financiamento da
casa própria à seus funcionários;
• FLEISCHMANN ROYAL NABISCO – Investimentos na área ambiental,
tratamento de dejetos industriais.

E outras tantas empresas que possuem ótimos programas.


A Responsabilidade Social é um dos novos conceitos que o
Neopatrimonialismo (nova corrente do pensamento contábil) tenta pregar. Essa nova
corrente contábil nasceu e está se desenvolvendo no Brasil, graças ao esforço de
Antônio Lopes de Sá e outros estudiosos brasileiros.
Os fatos gerados pela Responsabilidade Social resultam numa demonstração
contábil chamada Balanço Social. Não podemos classificá-lo em outra
demonstração, pois as informações que são mensuradas em sua análise, não
cabem em nenhuma outra por ter dados muito específicos.
Por ser um novo ramo para a preparação de profissionais de contabilidade, é
que se pensou em explorar sobre esse tema, pois é uma área que precisa de
profissionais muito bem preparados, para cada vez mais, o trabalho contábil ser
reconhecido e respeitado em todos os âmbitos das empresas.
Para Marconi & Lakatos (2001, p. 103), “a formulação do problema prende-se
ao tema proposto: ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e
que se pretende resolver por intermédio da pesquisa”.
Assim, o problema proposto é: Qual a importância da padronização nos
balanços sociais?
Baseando-se em Marconi & Lakatos (2001, p.24), “Toda pesquisa deve ter um
objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende
alcançar”. A pesquisa, como objetivo geral, tem o intuito principal de conscientizar os
estudantes da área, profissionais, mestres e demais interessados da importância
desse relatório contábil, bem como a sua correta utilização, e de forma padronizada,
para que o seu potencial informativo seja explorado ao máximo.
14

Como objetivo específico, a pesquisa visa demonstrar o Balanço Social como


instrumento para a gestão estratégica da empresa, auxiliando no processo de
gestão empresarial. Para tanto, é necessário que haja uma coerência dos dados
apresentados no mesmo, pois sem isso, se torna difícil estabelecer qualquer
correlação entre as empresas, e até mesmo entre relatórios da mesma empresa de
anos diferentes. Nota-se que, por não haver obrigatoriedade na sua publicação, a
padronização se torna difícil e poucos se esforçam para que isso aconteça. Alguns
dos que se preocupam tanto com a sua publicação quanto com sua padronização
em nível nacional, são: o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
(Ibase), e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social; e a nível
internacional, a Global Reporting Initiative (GRI), com diretrizes para
sustentabilidade.
O Ibase é de grande valia para os interessados no assunto proposto, pois ele
propõe um modelo de publicação bem simples e que viabiliza informações dos
quatro grandes grupos que compõem o Balanço Social, que são: Recursos
Humanos, Demonstração do Valor Adicionado, Meio Ambiente e Sociedade.
As principais hipóteses que fornecem uma diretriz a esse trabalho, são:
• A obrigatoriedade da apresentação do Balanço Social facilitará a
padronização.
• A falta de padronização é prejudicial em relação à análise das
empresas.
Na óptica de Demo (1989, p.19) a metodologia trata. “[...] das formas de fazer

ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos”. E ainda

completa, “A finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e prática.”

Com base no exposto acima para que se possa chegar ao objetivo desejado

sobre esse trabalho, serão desenvolvidas pesquisas através do método bibliográfico

que utilizará como recurso: Internet, livros, revistas, Relatórios Anuais das

Empresas, e entrevista.
15

CAPÍTULO 2 ASPECTOS GERAIS

Pode-se entender a contabilidade como uma ciência social que estuda os


fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades de acordo com registros,
classificações, demonstração e análise e interpretação de tais fatos.
De acordo com Kroetz (2000, p. 21):
A Contabilidade é uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial
individualizada, sob aspectos quantitativos e qualitativos, tendo como
objetos a geração de informações e a explicação dos fenômenos
patrimoniais, possibilitando o controle, a análise, a avaliação, o
planejamento e a tomada de decisão, no enfoque passado/presente/futuro.

Na visão de Perez & Begalli (2002, p. 16):


A contabilidade deve ser vista como um sistema de informações, cujo
método de trabalho consiste, simplificadamente, em coletar, processar e
transmitir dados sobre a situação econômico-financeira de uma entidade em
determinado momento e sua evolução.

Para Iudícibus et al (2006, p. 48):


A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de
natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à
entidade objeto de contabilização.

Seguindo o exposto acima, a contabilidade pode ser vista como um sistema


de informações, que transforma dados (fatos contábeis) em informações que são
usadas tanto para avaliar uma entidade, como para uma tomada de decisão, ou
seja, pode ser uma ferramenta de apoio à gestão.
São diversos os usuários das informações geradas para contabilidade, cada
qual com seu foco. Pode-se compreender entre eles:

• Sócios ou Acionistas: necessitam da informação contábil, de forma resumida


e concisa, principalmente para fins de avaliação da rentabilidade e segurança
de seus investimentos;
• Administradores, Diretores, Executivos: necessitam da informação contábil,
de forma detalhada e constante, sobretudo, com as finalidades de controle e
planejamento, visando à tomada de decisões;
• Investidores: é através dos relatórios contábeis que se identifica à situação
econômico-financeira da empresa, dessa forma, o investidor tem em mãos os
elementos necessários para decidir sobre as melhores alternativas de
16

investimentos. Os relatórios evidenciam a capacidade da empresa em gerar


lucros e outras informações;
• Fornecedores de bens e serviços à crédito: usam os relatórios para analisar a
capacidade de pagamento da empresa compradora;
• Bancos, capitalistas e financeiras: necessitam da informação contábil,
principalmente para avaliarem a segurança de seus empréstimos ou
financiamentos;
• Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadação de
impostos, como também para dados estatísticos, no sentido de redimensionar
a economia (IBGE, por exemplo);
• Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor,
fator preponderante para reajuste de salários;
• Outros interessados: funcionários (querem saber se a empresa tem condições
de pagar seu salário ou não), órgãos de classes, pessoas e diversos
institutos, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), O Conselho
Regional de Contabilidade (CRC), concorrentes etc.

Pode-se observar que, cada usuário, de acordo com o seu perfil, possui uma
necessidade diferente, logo, as informações geradas pela contabilidade necessitam
estar relatadas de acordo com tais necessidades.
Para conseguir atingir os diversos usuários, a contabilidade faz uso de suas
demonstrações.

2.1 Demonstrações Contábeis

Denomina-se Demonstrações Contábeis, o conjunto de informações


apresentadas pelas entidades como uma espécie de prestação de contas, com o
objetivo de proporcionar aos usuários, subsídios para a correta gestão do negócio e
obtenção de uma boa análise dos resultados operacionais. As demonstrações
contábeis podem ser compreendidas como a saída do sistema de informação
contábil.
De acordo com Perez Junior & Begalli (2002, p. 125):
Ao término de cada exercício social, a administração deve preparar
demonstrações contábeis com o objetivo de fornecer aos usuários da
17

contabilidade, tanto internos, como externos, informações relativas ao


desempenho financeiro e econômico da empresa durante o período e a
situação patrimonial ao final do mesmo.

Para Braga (1999, p. 70):

As demonstrações contábeis, denominadas demonstrações financeiras na


legislação societária (Lei nº 6.404/76), são utilizadas pelos administradores
para prestar contas sobre os aspectos públicos de responsabilidade da
empresa, perante acionistas, credores, governo e comunidade em geral. Têm
portanto, por objetivo, revelar, todas as pessoas interessadas, as
informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de
possibilitar o conhecimento e a análise da situação econômico-financeira.

Segundo a Lei nº 6.404/76 para as Sociedades Anônimas as demonstrações


exigidas por lei são:
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou da
Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstrações de Origem e Aplicação de Recursos (DOAR),

As três primeiras demonstrações são exigidas tanto para Sociedade Anônima


como para a Sociedade Limitada.
Em relação às demonstrações de obrigatoriedade das S.A. de capital aberto,
vale ressaltar que as mesmas devem ser auditadas por auditores independentes
devidamente cadastrados na Comissão de Valores Mobiliários – CVM e juntamente
com as demonstrações contábeis, devem divulgar Relatório de Administração – no
qual devem estar evidenciados os principais fatos administrativos ocorridos no
exercício, assim como planos para exercícios posteriores, políticas de distribuição de
dividendos, investimentos em outras empresas etc. – e o Parecer do Conselho
Fiscal, se houver.
As demonstrações devem seguir algumas diretrizes de acordo com as Leis e
Órgãos que regulamentam a contabilidade para que possa haver um padrão e que
os objetivos sejam atendidos.
De acordo com Reis (2003 p. 44-45), são elas:
Escrituração. A escrituração da companhia deve ser mantida em registros
permanentes, com obediência tanto aos preceitos da legislação comercial
como aos princípios de Contabilidade geralmente aceitos, observando
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo.
18

Demonstrações comparadas. As demonstrações de cada exercício


deverão ser acompanhadas dos valores correspondentes do exercício
anterior.
Milhares de Unidades. Os valores poderão ser apresentados e, milhares
de unidades monetárias.
Contas semelhantes. As contas de natureza semelhante poderão ser
agrupadas.
Pequenos saldos. Pequenos saldos poderão ser agrupados, desde que
indicada a natureza e não ultrapassem 10% do total do grupo respectivo.
Designações Genéricas. É vedada a utilização de expressões genéricas
inexpressivas, tais como: “diversas contas” ou “contas correntes”.
Regime de competência. A escrituração deve observar o regime de
competência do exercício.
Exercício social. Deverá ter, normalmente, a duração de um ano, ou um
prazo maior, se fixado em estatuto.
Balanços consolidados. Os grupos de sociedades devem publicar
também balanços consolidados.
Dividendo. As sociedades anônimas devem informar o lucro líquido e o
dividendo por ação.
Reajustes. Os investimentos de natureza permanente poderão ser
reajustados pelo processo de equivalência patrimonial ou reavaliação.
CVM e parecer dos auditores independentes. As demonstrações
financeiras das companhias abertas estarão observando, ainda, as normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente
auditada por auditores independentes registrados na mesma comissão.

A DOAR tende a ser substituída pela Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC),


através do anteprojeto de reformulação da Lei nº 6.404/76, que ainda inclui a
Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

2.2 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial tem por finalidade divulgar a posição patrimonial e


financeira da organização em determinado período de tempo, portanto, a mesma é
estática, como se fosse um retrato da organização naquele instante específico.
Para Reis (2003, p. 51) “[...] demonstrativo básico e obrigatório – é uma
apresentação estática, sintética e ordenada do saldo monetário de todos os valores
integrantes do patrimônio de uma empresa em determinada data.”.
De acordo com Iudícibus et al (2006, p.29). “[...] as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar
o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. A composição do
balanço patrimonial é a seguinte: Ativo, são bens e direitos da organização; Passivo,
são as obrigações da empresa com terceiros e por fim, juntamente do lado do
passivo tem-se o patrimônio líquido (as obrigações com os sócios), o qual
representa o valor líquido da empresa (ativo – passivo).
19

É de vital importância para permitir que os usuários façam uma adequada


interpretação e análise das informações, que as contas estejam ordenadas e
uniformes. Para que esse objetivo seja atendido, a Lei nº 6.404/76, por meio dos
arts. 178 e 179, definiu como deve ser a disposição de tais contas, seguindo, para o
Ativo, a classificação em ordem decrescente de realização ou conversibilidade (grau
de liquidez) e, para o Passivo, em ordem decrescente de exigibilidade. Assim:
• no Ativo aloca-se em primeiro lugar as contas com maior liquidez (ativo
circulante), ou seja, as que podem ser mais facilmente convertidas em
disponibilidade. São elas: disponibilidades (caixa, banco), direitos realizáveis
a curto prazo (duplicatas a receber), estoques etc. Em seguida, vem o ativo
realizável a longo prazo (365 dias), onde encontram-se valores realizáveis em
prazo superior ao exercício social, depósitos judiciais, duplicatas a receber,
débitos de sócios etc. Posteriormente tem-se o Permanente, que engloba
Investimentos (aplicações permanentes em outras empresas por exemplo)
Imobilizado (aplicações necessárias à manutenção da atividade da empresa,
compra de maquinário por exemplo) e por fim o Diferido (onde se encontram
aplicações em despesas que contribuirão para resultados de vários
exercícios, por exemplo).
• no Passivo, primeiramente, está o Passivo Circulante, que são as obrigações
com terceiros que devem ter prazo para pagamento dentro do exercício social
(duplicatas a pagar, impostos a pagar, empréstimos bancários, etc). Em
seguida, vem o Passivo Exigível a Longo Prazo, são obrigações que excedem
o exercício social (juros de financiamentos, provisões para contingências,
etc.). Posteriormente, os Resultados de Exercícios Futuros, que compreende
receitas recebidas antecipadamente (receita diferida, lucros a apropriar, etc.).
E por fim, o Patrimônio Líquido, que representa os recursos próprios da
empresa, originados pelos sócios ou por seus resultados operacionais
(lucros/prejuízos acumulados, capital realizado, reservas de capital, etc.).

De acordo com o exposto acima, segue o Quadro 01:


20

Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo
Ativo Permanente: Resultado de Exercícios Futuros
Investimentos Patrimônio Líquido:
Ativo Imobilizado Capital Social
Ativo Diferido Reservas de Reavaliação
Reservas de Lucros
Lucros ou Prejuízos
Acumulados

Quadro 01: Balanço Patrimonial


Fonte: IUDÍCIBUS ET AL (2006, p.30)

Como se pode observar, o quadro acima está disposto de acordo com o


critério do grau de liquidez e exigibilidade mencionado anteriormente.
Os critérios de acordo com os princípios contábeis para avaliação dos ativos e
de registro dos passivos são aplicados dentro do regime de competência. Abaixo o
Quadro 02 faz uma exposição de forma geral a respeito disso:

O valor dos títulos menos provisão para reduzi-los ao valor provável


Contas a receber
de realização.
Valores Mobiliários Ao custo de aquisição acrescido dos juros e atualização devida e
(temporário) reduzidos ao preço de mercado, quando este for menor.
Ao custo de aquisição ou fabricação, reduzido de provisão para
Estoques
ajustá-lo ao preço de mercado, quando este for inferior.
Ao custo de aquisição deduzido da depreciação, pelo desgaste ou
Ativo Imobilizado perda de utilidade ou amortização ou exaustão. Em certas circuns-
Tâncias é admitida a reavaliação de ativos.
Investimento Relevantes Pelo método de equivalência patrimonial, ou seja, com base no valor
em Coligadas e Controladas do patrimônio líquido da coligada ou controlada proporcionalmente
(incluindo Joint Venture)
à participação acionária.
Outros Investimentos Ao custo menos provisão para reconhecimento das perdas permanentes.
Ativo Diferido Ao custo deduzido de provisão para amortização.
Pelos valores conhecidos ou calculáveis para as obrigações, encargos
e riscos, incluindo o Imposto de Renda e dividendos propostos. Para
Exigibilidades empréstimos e financiamentos sujeitos a atualização monetária ou
pagáveis em moeda estrangeira, pelos valores atualizados até a data
do balanço.
Resultado de Exercícios Demonstrado pelo líquido entre as receitas menos os custos e despesas
Futuros correspondentes ou contrapostos a tais receitas.
Os investimentos e reinvestimentos (lucros retidos) feitos pelos sócios
Patrimônio Líquido
e eventuais acréscimos por reavaliação de ativos.
Quadro 02: Critérios de Avaliação e Registro
Fonte: IUDÍCIBUS ET AL (2006, p.30)
21

2.3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício tem o intuito de informar a


terceiros o resultado obtido pela empresa, ou seja, se a mesma teve lucro ou
prejuízo em determinado exercício, onde são apresentadas as contas de receita e
despesa de forma ordenada, evidenciando os fatores lógicos que influenciaram tal
resultado.
Para Reis (2003, p. 71):
[...]é uma peça contábil que mostra o resultado das operações sociais —
lucro ou prejuízo — e que procura evidenciar tanto o resultado operacional
do período, ou seja, o resultado das operações principais e acessórias da
empresa, provocado pela movimentação dos valores aplicados no Ativo,
como o resultado líquido do período, ou seja, aquela parcela do resultado
que, efetivamente, ficou à disposição dos sócios para ser retirada ou
reinvestida.

Como verificado acima, fica evidenciado tanto o resultado operacional – de


acordo com o objeto social da empresa quanto os resultados não operacionais –
vendas de ativos –, porém a destinação desse valor apurado cabe à outra
demonstração, que é a DLPA ou a DMPL.
De acordo com a definição da Lei 6.404/76 o conteúdo da Demonstração do
Resultado do Exercício deve ser apresentado de maneira dedutiva e vertical,
também separadas em receitas e despesas operacionais e não operacionais e com
os respectivos detalhes necessários das partes que a compõem.
Art. 187 da Lei 6.404/76:
A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e
serviços vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não
operacionais; (Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995)
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a
provisão para o imposto;
VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e
partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de
assistência ou previdência de empregados;
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação
do capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período,
independentemente da sua realização em moeda; e
22

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,


correspondentes a essas receitas e rendimentos.
§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas
avaliações, registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º),
somente depois de realizado poderá ser computado como lucro para efeito
de distribuição de dividendos ou participações.

Os princípios contábeis que norteiam essa demonstração são o da


Realização da Receita e do Confronto das Despesas, que podem ser resumidos no
Regime de Competência, ou seja, as Despesas e Receitas deverão ser
contabilizadas no período de ocorrência do seu fato gerador e não quando pagos ou
recebidos
Conforme Iudícibus et al (2006, p. 31): ”A lei não define com clareza, por meio
da DRE, o conceito de lucro líquido, estabelecendo critérios de classificação de
certas despesas.”.
Pode-se entender que o resultado encontrado nessa demonstração é o lucro
dos acionistas, onde já são deduzidos os impostos e as participações como salienta
Iudícibus et al (2006, p. 31):
De fato, o lucro ou prejuízo líquido apurado nessa demonstração é o que se
pode chamar de lucro dos acionistas, pois, além dos itens normais, já se
deduzem como despesa o Imposto de Renda as participações sobre os
lucros a outros que não os acionistas, de forma que o lucro líquido
demonstrado é o valor final a ser adicionado ao patrimônio líquido da
empresa que, em última análise, pertence aos acionistas, ou é distribuído
como dividendo.

O resultado é subdividido em alguns tópicos, como no Quadro 03:

VENDA DE MERCADORIAS/PRODUTOS/SERVIÇOS
(-) Impostos s/Vendas
(-) Vendas Canceladas
VENDAS LÍQUIDAS
(-) C.M.V. / C.P.V. / C.S.V.
RESULTADO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Vendas / Administrativas / Outras
(+/-) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO
(-) Despesas Financeiras
(+) Receitas Financeiras
(+/-) Resultado da Equivalência Patrimonial
RESULTADO OPERACIONAL
(+/-) RESULTADO NÃO OPERACIONAL
(+) Receita Não Operacional
(-) Despesa Não Operacional
RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS
(-) Imposto de Renda
(-) Contribuição Social
RESULTADO DO EXERCÍCIO
(-) Participações e Contribuições
RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Lucro por ação
Quadro 03: Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: IUDÍCIBUS ET AL (2006, p.329)
23

Contudo, atualmente, nos países desenvolvidos, a tendência para essa


demonstração é segregar os itens em extraordinários e os relativos à operações
esporádicas ao invés do conceito operacional e não operacional relativos às
operações descontinuadas.

2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e


Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

A Lei 6.404/76 permite a admissão de uma ou outra; a DMPL é mais


completa, pois nela há inserida uma coluna de lucros e prejuízos acumulados.
Apesar de não ser de caráter obrigatório para as empresas fechadas, de acordo com
Perez Junior & Begalli (2002, p. 176) “[...] é de muita utilidade, pois fornece a
movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas componentes do
patrimônio líquido [...]”, originando uma clara demonstração do fluxo entre uma conta
e outra (origem e aplicação de recursos) durante o exercício apresentado.
Para Iudícibus et al (2006, p. 31):
Evidencia a mutação do patrimônio líquido em termos globais (novas
integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios
anteriores, dividendos, reavaliações etc.) e em termos de mutações internas
(incorporações de reservas de capital, transferência de lucros acumulados
para reservas e vice-versa etc.).

Nos Quadros 04, 05 e 06, estão representadas as demonstrações aqui


citadas:

SALDO DO EXERCÍCIO ANTERIOR


AJUSTES DOS EXERCÍCIOS ANTERIORES
(-) Efeitos da mudança de critérios contábeis
(-) Retificação de erro de exercícios anteriores
PARCELA DE LUCROS INCORPORADA AO CAPITAL
REVERSÕES DE RESERVAS
(+) De contigências
(+) De lucros a Realizar
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO DE
DESTINAÇÃO DO LUCRO
Transferência para Reservas
(-) Reserva Legal
(-) Reserva Estatutária
(-) Reservas de Lucros a Realizar
(-) Reservas de Lucros para Expansão
(-) Juros sobre o Capital Próprio
(-) Dividendos a Distribuir
SALDO DO EXERCÍCIO
Quadro 04: Estrutura DLPA
Fonte: IUDÍCIBUS ET AL (2006, p.369)
24

Reservas de
Capital Reservas de Lucros
Sub Re
Ágio Reten
Ca- ven- Reser ser Reser
na ção de
pital ções vas vas Reser vas de Lucros
Emis Lucros Tota
Rea para para Esta va Lucros Acumu
são p/ l
liza Insveti Contin- tu- Legal a Reali la-dos
de Expan
do men gências ta zar
Ações são
tos rias
SALDO EXERCÍCIO ANTERIOR
AJUSTES EXERCÍCIOS ANTERIORES
Efeitos da mudança de critérios contábeis
Retificação de erros de exercícios
anteriores
AUMENTOS DE CAPITAL
Com lucros e reservas
Por subscrição realizada
REVERSÕES DE RESERVAS
De contingências
De Lucros a Realizar
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO PARA
DESTINAÇÃO DOS LUCROS
Transferência para reservas
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reservas de Lucros para expansão
Reservas de Lucros a Realizar
Juros sobre o capital próprio a pagar
Dividendos a distribuir
SALDO DO EXERCÍCIO
Quadro 05: Estrutura DMPL - modelo detalhado
Fonte: IUDÍCIBUS ET AL (2006, p.378)

Lucros
Capital Reservas de Reservas
Acumula- Total
Realizado Capital de Lucros
dos

SALDO EXERCÍCIO ANTERIOR


AJUSTES EXERCÍCIOS ANTERIORES
Efeitos da mudança de critérios contábeis
Retificação de erros de exercícios
anteriores
AUMENTOS DE CAPITAL
Com lucros e reservas
Por subscrição realizada
REVERSÕES DE RESERVAS
De contingências
De Lucros a Realizar
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO PARA
DESTINAÇÃO DOS LUCROS
Transferência para reservas
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reservas de Lucros para expansão
Reservas de Lucros a Realizar
Juros sobre o capital próprio a pagar
Dividendos a distribuir
SALDO DO EXERCÍCIO
Quadro 06: Estrutura DMPL - modelo sumariado
Fonte: IUDÍCIBUS ET AL (2006, p.379)
25

Como pode ser observado nos quadros expostos, na coluna ou demonstração


dos lucros acumulados é feita toda a destinação do resultado do exercício. Esses
relatórios permitem aos sócios/acionistas, do ponto de vista gerencial, uma visão
mais adequada à respeito de como o capital próprio da empresa vêm se
comportando, possibilitando identificação de eventuais falhas nas empresas.

2.5 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)

Visa evidenciar as variações financeiras ocorridas na empresa a curto prazo


(exercício social, 365 dias), Ativo e Passivo Circulante, apresentando a diferença
que é o patrimônio líquido da empresa. De acordo com Iudícibus et al (2006, p. 31)
“[...] essa demonstração procura evidenciar as origens de recursos que ampliam a
folga financeira de curto prazo (ou o capital circulante líquido, numa linguagem mais
técnica) e as aplicações de recursos que consomem essa folga”.
As origens são subdivididas em: geradas através as operações da empresa e
obtenção junto aos sócios e através de terceiros a longo prazo (empréstimos,
financiamentos. Estão incluídas nesta a destinação em ativos permanentes e de
logo prazo, destinação de dividendos, devolução de empréstimos a longo prazo
(através de terceiros), ou transferência para o Circulante. Conforme o Quadro 07
temos:

ORIGENS DE RECURSOS
Das operações
(+) Lucro líquido do exercício
(+) Variações monetárias de empréstimos e financiamentos a longo prazo
(-) Participação no Lucro da controlada
(-) Lucro na venda de imobilizado
(-) Lucro ajustado
(-) Dividendos recebidos
Dos acionistas
Integralização de capital
De terceiros
Ingresso de novos empréstimos
Baixa de bem do imobilizado (valor de venda)
Venda de investimentos
Resgate de investimentos temporários a longo prazo
Total das origens
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Aquisição de direitos do imobilizado, ao custo
Adições ao custo no ativo diferido
Integralização de novos investimentos
Aumento em depósitos judiciais
Transferência para passivo circulante dos empréstimos e financiamentos a longo prazo
Dividendos propostos e pagos
Total das aplicações
AUMENTO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
Quadro 07: Modelo DOAR
Fonte: IUDÍCIBUS ET AL (2006, p.395)
26

Como já mencionado anteriormente há uma tendência para se substituir essa


demonstração pelo fluxo de caixa ou completá-la até chegar ao fluxo puro de
disponibilidades, porém a regulamentação legal para tal mudança ainda não foi
aprovada.

2.6 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

A DOAR já vem sendo substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa


(DFC) em alguns países. Isso ocorre em virtude de uma maior facilidade de pelos
usuários.
A DFC procura demonstrar como ocorreram as movimentações de
disponibilidades em um dado período de tempo.

Fluxos de Caixa originados de:


ATIVIDADES OPERACIONAIS
(+) Valores recebidos de clientes ...................................................................
(-) Valores pagos a fornecedores e empregados ...........................................
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social pagos ........................................
(-) Pagamentos de contingências ...................................................................
(+) Recebimentos por reembolsos de seguros ..............................................
(+) Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias .............................
(+/-) Outros recebimentos (pagamentos) líquidos .........................................
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
(-) Compras de Imobilizado ............................................................................
(-) Aquisição de ações/cotas ..........................................................................
(+) Recebimentos por vendas de Ativos Permanentes ..................................
(+) Juros recebidos de contratos de mútuos...................................................
(=) Disponibilidades Líquidas geradas pela (aplicadas nas) atividades de investimentos
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
(+ Integralização de capital ............................................................................
(-) Pagamentos de lucros e dividendos ..........................................................
(+) Juros recebidos de empréstimos ..............................................................
(-) Juros pagos por empréstimos ...................................................................
(+) Empréstimos tomados ..............................................................................
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures .................................................
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos
AUMENTO(REDUÇÃO) NAS DISPONIBILIDADES ...........................................
DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO PERÍODO .................................................

DISPONIBILIDADES NO FINAL DO PERÍODO .................................................

Quadro 08: DFC - Método Direto


Fonte: Anexo I da NPC nº20/1999 do IBRACON
27

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS


Resultado do exercício do período .....................................................................
Ajustes para conciliar o resultado às disponibilidades geradas pelas atividades operacionais:
• Depreciação e amortização ....................................................................
• Resultado da venda de Ativos Permanentes .........................................
• Equivalência Patrimonial ........................................................................
• Recebimento de lucros e dividendos de subsidiárias ............................
Variações nos Ativos e Passivos:
• (Aumento) Redução em Contas a Receber ...........................................
• (Aumento) Redução dos Estoques ........................................................
• Aumento (Redução) em fornecedores ...................................................
• Aumento (Redução) em contas a pagar e provisões .............................
• Aumento (Redução) no Imposto de Renda e CSLL ..............................
(=) Disponibilidades liquidas geradas pelas (aplicadas nas ) atividades operacionais
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Compras de Imobilizado .....................................................................................
Aquisição de ações/cotas ...................................................................................
Recebimento de vendas de ativos permanentes ................................................
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
Integralização de Capital ....................................................................................
Pagamentos de Lucros/dividendos .....................................................................
Empréstimos tomados ........................................................................................
Pagamentos de empréstimos/debêntures ..........................................................
Juros recebidos de empréstimos ........................................................................
Juros pagos por empréstimos .............................................................................
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos
AUMENTO(REDUÇÃO) NAS DISPONIBILIDADES .........................................
DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO PERÍODO ...............................................

DISPONIBILIDADES NO FINAL DO PERÍODO ................................................

Quadro 09: DFC - Método Indireto


Fonte: Anexo I da NPC nº20/1999 do IBRACON

Uma particularidade da DFC é que a mesma se apresenta pelo regime de


caixa, enquanto as outras demonstrações (BP e DRE, por exemplo) são
apresentadas através do regime de competência.
A mesma não possui obrigatoriedade de divulgação, porém muitas empresas
já estão utilizando-a devido à sua simplicidade e abrangência no que tange os
aspectos financeiros que envolvem a rotina diária das empresas.
28

2.7 Demonstrações Comparativas

A Lei das Sociedades por Ações obriga à comparação das demonstrações


contábeis dos dois exercícios.
Infelizmente, não se cuidou de obrigar à plena atualização das
demonstrações referentes aos exercícios comparados, considerando o efeito da
inflação.
O grande objetivo da comparação é que a análise de uma empresa é feita
sempre com vista no futuro. Por isso, é fundamental verificar a evolução passada, e
não apenas de um momento.

2.8 Consolidação das Demonstrações Contábeis

Além dos aprimoramentos no método de avaliação dos investimentos, a lei


exige que, complementarmente às demonstrações contábeis normais, sejam
apresentadas demonstrações contábeis consolidadas da investidora com suas
controladas.
Essa exigência é requerida, todavia, somente para Companhias Abertas e
para Grupos de Sociedade que como tais se enquadrem dentro da nova lei. Assim
sendo, as Companhias Fechadas ou os conjuntos de empresas que não se
formalizarem como Grupos de Sociedades não têm essa obrigatoriedade.
No caso das companhias abertas, abrange as controladas independentemente
de sua relevância (Instrução CVM º247/96). A lei define, também as normas básicas
de consolidação que incluem a necessidade de eliminação dos saldos e transações
inter-companhias, dos lucros ou prejuízos remanescentes nos ativos, a segregação
das partes minoritárias e outros.

2.9 Notas Explicativas

De acordo com o § 4º do art. 176 da Lei 6.404/76:


As demonstrações contábeis serão complementadas por notas explicativas
e outros quadros analíticos ou Demonstrações Financeiras necessários
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
29

As notas explicativas são essenciais para uma completa avaliação da


situação e da evolução patrimonial da empresa.
As mesmas deverão indicar os principais critérios de avaliação dos elementos
patrimoniais, investimentos relevantes em outras sociedade, aumentos através de
reavaliações do ativo, ônus sobre ativos, detalhamento o que diz respeito ao
endividamento da empresa a longo prazo, composição do capital, etc. Levando em
conta que todas estas considerações deverão estar em pleno acordo com os
princípios fundamentais da contabilidade.

2.10 Parecer do Conselho Fiscal

A legislação brasileira não obriga à publicação do Parecer do Conselho


Fiscal; quando este existir, tal parecer precisa ser apresentado à Assembléia Geral
dos acionistas. A prática aponta apesar da divulgação ser optativa, ele é publicado
na maioria das vezes em que existe.

2.11 Parecer dos Auditores Independentes

A auditoria das demonstrações contábeis nada mais é que o exame da


veracidade das informações descritas e cabe ao profissional de auditoria
independente fazer tal avaliação, conforme dispositivos da Lei 6.404/76 e instruções
da Comissão de Valores Mobiliários.
Esse exame é de valia tanto para a publicação das demonstrações aos
usuários da informação contábil tanto externa como internamente, pois os acionistas
não podem acompanhar em tempo integral o trabalho desenvolvido pelo setor de
contabilidade, através do parecer, ele pode ter mais confiança no trabalho que os
profissionais atuantes dentro da empresa estão desempenhando.
Por esse motivo parecer de auditores independentes sobre as demonstrações
é de suma importância.
Apesar de o parecer transmitir credibilidade e transparências às empresas, as
que se enquadram em companhias fechadas e as limitadas, que são a grande
maioria em nosso país, não estão obrigadas nem a publicar suas demonstrações e
como também serem avaliadas por auditores independentes. Somente um grupo
pequeno dessas empresas se preocupa com esse aspecto.
30

Em outros países, com economia avançada, a situação é diferente, a auditoria


é de caráter obrigatório tanto para empresas privadas quanto para as
governamentais, e quando não há exigência em lei, a comunidade de negócios
naturalmente exige, para relações comerciais, linhas de crédito, etc.

De acordo com Iudícibus et al (2006, p. 33):


O Brasil é considerado um dos menos auditados no mundo dos negócios,
como comprovam o dados da proporção do número de auditores em
relação à população, ou do volume de empresas e entidades, inclusive
governamentais. A função, no Brasil, requererá ser multiplicada algumas
vezes para se equiparar aos padrões dos países avançado.
O fato importante a ser destacado é que com um sistema mais transparente
de informações e de prestações de contas e com uma atuação de auditoria
bem maior, muito se aplicará na segurança dos negócios, com redução de
riscos e inadimplência, permitindo inclusive menores taxas de juros. Além
disso, haveria contribuições na diminuição de corrupção e de sonegação de
impostos. Contribuiria, finalmente, para melhoria do nosso país, quanto ao
grau de atratividade de capitais e de investimentos internacionais e sua
competitividade.

Como pode-se observar, a auditoria é um instrumento de grande valia, que


atende à vários usuários da informação contábil, porém no Brasil, ainda não é lhe
concedido o devido valor, em meio à tantos escândalos e casos de corrupção, esse
seria um instrumento vital para a prevenção de fraudes, sejam elas quais forem.
31

CAPÍTULO 3 NEOPATRIMONIALISMO

Tudo na humanidade passa por um processo de evolução, e com a


Contabilidade não seria diferente. Através dos anos, a sociedade como um todo foi
se alterando e com isso, suas necessidades também acompanharam essa
mudança. Para Lopes de Sá (2002, p. 386) “O mundo mudou, comportando
profundas transformações. Essas transformações influíram sobre os conceitos
patrimonialistas.”.
A maior preocupação da corrente Neopatrimonialista é, especialmente,
estabelecer um método de raciocínio para o entendimento sobre o que sucede com
a riqueza patrimonial das empresas e das instituições de fins ideais.
Os pensadores contábeis viram então, que se fazia necessário adaptar os
conceitos às novas exigências da sociedade.
Atualmente, as empresas não devem se preocupar apenas com o que
acontece dentro dela, ela tem uma interação com tudo o que a cerca.
De acordo com Lopes de Sá (2002, p. 385) “[...] a Contabilidade é que deve
cuidar dos fatos relativos aos comportamentos internos e externos da riqueza, nessa
relação <célula social/sociedade como um todo>.”
Pode-se notar que o neopratrimonialismo nada mais é do que uma
conseqüência natural das transformações ocorridas.
A concepção da idéia neopatrimonialista tomou como base cinco grandes
axiomas: transformação, relações lógicas, sistemas, eficácia e prosperidade social.
Conforme Lopes de Sá (2002, p. 387):
Admitindo que no patrimônio tudo se transforma, tudo se relaciona, tudo se
organiza em sistemas, tudo busca a eficácia e nada pode estar alheio aos
continentes da riqueza das células sociais, estabelecemos todo um
processo lógico de construção de uma teoria geral que pudesse alimentar
todas as demais (como vem ocorrendo no momento).

A teoria neopatrimonialista mostra um patrimonialismo estritamente ligado ao


social, ultrapassando o âmbito celular, para outros campos de influência ambiental.
O neopatrimonialismo contábil vem se mostrando competente na análise e no
estudo do fenômeno patrimonial apresentado um caminho que leva o patrimônio da
empresa a ter sanidade com vitalidade e a se perpetuar na temporalidade.
32

O Neopatrimonialismo oferece uma metodologia que amplia as teorias


tradicionais e traz inovações, porém, sem abandonar as conquistas realizadas por
outras escolas de pensamentos.
Quando os primeiros estudos foram desenvolvidos para dar origem às
doutrinas do Neopatrimonialismo contábil foram identificados sete sistemas de
funções patrimoniais: liquidez, resultabilidade, estabilidade, economicidade,
produtividade, invulnerabilidade e elasticidade.
Com a evolução constante dessa novel corrente científica, admitiu mais um
sistema dentro do universo patrimonial, ou seja, um oitavo e que foi o da socialidade,
enfocando as necessidades da célula para com o organismo social no qual se
insere.
O Neopatrimonialismo contábil, como corrente cientifica, só nasceu na década
de 90 do século XX, baseado na Teoria Geral do Conhecimento Contábil (editada
em 1992), mas resultou de pesquisas e reflexões realizadas desde as décadas de
70 e 80 (estas expostas pela primeira vez na Universidade de Sevilha em 1987).
33

CAPÍTULO 4 BALANÇO SOCIAL E PADRONIZAÇÃO

Não se pode abordar o tema Balanço Social sem antes fazer uma breve
menção sobre a Responsabilidade Social, pois o relatório nada mais é do que a
evidenciação das informações geradas através da mesma.
A responsabilidade social pode ser resumida como o compromisso que uma
organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes
que afetam positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo
específico, agindo pró-ativamente e coerentemente no que tange a seu papel
específico na sociedade e a sua prestação de contas para com ela.
O instrumento para aferir de forma adequada os resultados da empresa na
área socioeconômica, ou seja, que permita avaliar e informar os fatos sociais
vinculados à empresa, tanto no seu interior (empresa e empregados), como no seu
meio ambiente (empresa e sociedade) é o Balanço Social.
Um verdadeiro Balanço Social não considera apenas o universo interno da
empresa, mas leva em conta as ações desenvolvidas em benefício de todo esse
período.

4.1 Aspectos Históricos Sobre Balaço Social

A experiência na elaboração do Balanço Social surgiu recentemente, em


resposta à pressão social referente aos diversos problemas decorrentes do
crescimento econômico desordenado afetando a sociedade tanto no aspecto
ambiental como social. De acordo com Tinoco (2001, p.125) “Tudo começou na
década de 60 nos Estados Unidos da América e na Europa, especialmente na
França, na Alemanha e na Inglaterra.”.
Conforme Reis & Medeiros (2007, p. 37-38):
Suas origens vêm da concepção de responsabilidade social adotada
inicialmente no meio empresarial dos EUA, em torno dos anos 30 do século
XX, passando nos anos 60 a ser registrada na Europa e na América Latina.
Essa concepção veio em resposta aos diversos problemas decorrentes do
crescimento econômico — principalmente os relacionados ao meio
ambiente, especialmente no que se refere à poluição e ao uso indevido de
mananciais hídricos e de florestas, e à sua preservação —, em especial no
meio urbano industrial, e também a problemas de ordem trabalhista, como
melhores salários. seguridade social e condições de trabalho.
34

Esses acontecimentos levaram as organizações a encontrarem uma forma


mais adequada de informar à sociedade, através de suas demonstrações, os
reflexos de suas ações sociais e, consequentemente, de suas variações
patrimoniais, surgindo assim a demonstração denominada relatório social e
consagrada, nos anos 70, com o nome de Balanço Social .
O aprimoramento dos modelos e a divulgação do Balanço Social começaram
a se intensificar nos anos 70, na América do Norte e na Europa, destacando-se
principalmente nos EUA, na França, na Bélgica, em Portugal e na Inglaterra.
Como já citado anteriormente, o balanço social demonstra uma evolução dos
relatórios contábeis utilizados atualmente.
Para Reis & Medeiros (2007, p. 37):
A elaboração do Balanço Social nos moldes atuais evidencia uma evolução
dos relatórios contábeis, que apresentam informações e dados sobre
funcionários e atividades sociais praticadas pelas empresas, e do próprio
Balanço Patrimonial, no que se refere às Notas da Diretoria e às Notas
Explicativas, onde são citadas, dentre outras, ações sociais desenvolvidas
pelas organizações em determinado período de tempo, muitas vezes, de
forma pouco abrangente e esclarecedora.

4.1.1 Na América do Norte

Partiram das universidades os primeiros estudos nos Estados Unidos, e as


características principais dos modelos referiam-se aos aspectos sociais públicos, às
questões da diminuição da violência e da melhoria da relação das empresas com os
consumidores.
No Quadro 10 evidencia-se a evolução dos fatos nos Estados Unidos.
35

Quadro 10: Enfoque utilizado nos Estados Unidos, na elaboração do Balanço Social.
Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.40)

4.1.2 Nos países europeus

O Balanço Social de países europeus reúne informações dirigidas para fora


das organizações, principalmente referentes ao meio ambiente. Mas também
destaca outras informações com um enfoque interno às empresas, relativo a gastos
com bem-estar social, seguridade, informações sobre empregados e condições de
trabalho.
A França serve como referência de elaboração e divulgação do Balanço
Social para os demais países, pois foi o primeiro país a criar uma legislação
referente ao tema, como visto no Quadro 11:
36

Quadro 11: A concepção do Balanço Social na França.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.44)

Os portugueses também aderiram ao Balanço Social, tornando-o obrigatório


por meio da regulamentação expressa em Lei, cuja forma, segundo KROETZ (2000,
p. 56) “[...] foi bastante criticada e questionada, principalmente pela Confederação da
Empresa Portuguesa, que a considerava ‘inoportuna, desajustada das realidades e
gravemente atentatória aos interesses econômicos do País’.”.
Já para Reis & Medeiros (2007, p. 48):
A formatação do Balanço Social português permite uma boa visualização
das práticas da relação capital-trabalho e possibilita o controle e a
observação de longo prazo da qualidade das relações profissionais, cujos
componentes devem estar baseados na realidade do contexto
organizacional, sob pena de a empresa incorrer em contradições e em
fraudes.
37

No Quadro 12, demonstra-se a evolução do Balanço Social em Portugal:

Quadro 12: A concepção do Balanço Social em Portugal.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.45)

Também na Inglaterra, embora não haja obrigatoriedade legal de elaboração


do Balanço Social, há forte discussão sobre o assunto e grande pressão para uma
divulgação mais ampla dos relatórios sociais. Movimentos sociais influenciaram as
entidades a propagar informações sócio-econômicas mais consistentes do que as
contidas nos relatórios contábeis, reconhecendo a necessidade de fornecer
informações com maior amplitude aos seus usuários, como por exemplo, seus
trabalhadores.
38

Quadro 13: A concepção do Balanço Social na Inglaterra.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.47)

O Balanço Social na Holanda, dispõe de informações sobre as condições de


trabalho e estatísticas sobre emprego, no início dos anos 90, por sugestão dos
sindicatos do comércio e da indústria.
Segundo Reis & Medeiros (2007, p. 49):
A Holanda foi o primeiro país a ter publicado os chamados Relatórios
Sociais (Social Jarverslag) no corpo do relatório anual aos acionistas, ou até
no formato de jornal interno, com o objetivo de informar aos trabalhadores,
inicialmente. sobre o andamento da empresa, os resultados apresentados e
projetos em curso, pois não são consideradas informações reservadas
apenas a um pequeno grupo.

Quadro 14: A concepção do Balanço Social na Holanda.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.46)

Na Bélgica, a elaboração do Balanço Social tornou-se obrigatória para todas


as empresas, devendo ser publicado anualmente juntamente com as demais
demonstrações contábeis. A base para sua implementação foi um Decreto Real,
instituído em 27 de novembro de 1973.
De acordo com Reis & Medeiros (2007, p. 49):
O Balanço Social belga destaca-se por sua função decisória para o
governo, objetivando a tomada de decisões no campo da política de
emprego, pois apresenta informações sobre movimentação de pessoal no
período, criação e manutenção de empregos, nível de emprego e outras
referentes à formação dos empregados.
39

No Quadro 15, demonstra-se a evolução do Balanço Social belga:

Quadro 15: A concepção do Balanço Social na Bélgica.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.46)

O Balanço Social na Suécia enfatiza informações aos empregados. Nesse


país, assim como na Alemanha, Holanda e Inglaterra, representantes de
funcionários têm no empregador um parceiro, sendo a comunicação mútua mantida
de forma natural, com informações de grande valia aos assalariados, fazendo do
Balanço Social fonte fiel para a demonstração das ações executadas pelas
organizações, sejam elas trabalhista ou social.

Quadro 16: A concepção do Balanço Social na Suécia.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p. 46)

Na Alemanha, as organizações criam e propagam seus Balanços Sociais


enfocando aspectos ambientais e condições de trabalho.
No Quadro 17, breve histórico do Balanço Social alemão:
40

Quadro 17: A concepção do Balanço Social na Alemanha.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.46)

4.1.3 Na América Latina

Segundo Reis & Medeiros, apud Gonçalves, 1980:


Na década de 60 do século XX, iniciou-se, na América Latina, um processo
de “mediação social”, através de grupos empresariais cristãos, situados no
Chile e no Brasil, reunidos na União Internacional Cristã de Dirigentes de
Empresas (UNIAPAC), que implementaram uma ação de investigação e de
experimentação sobre as relações dos empregados com as empresas,
apoiando-se na base conceitual européia, porém injetando-lhe uma dose de
autenticidade através da cuidadosa consideração da realidade própria das
comunidades latino-americanas, delineando-se, desse modo, elementos
preponderantes para o correto desenvolvimento do Balanço Social.

Também pode-se encontrar em outros países da América Latina, como


Uruguai, Colômbia e Argentina alguns modelos em desenvolvimento. Por ser um
assunto recente, ainda há pouca literatura do assunto.
No Chile (anos 70), foram colocados em prática modelos do Balanço Social
em empresas como a Asociación Chilena de Seguridad, empresa de serviços
relativos a seguros de acidentes do trabalho, com funcionários especializados. O
modelo chileno é composto por indicadores específicos e gerais, tornando possível a
comparação entre dois períodos anuais, permitindo a avaliação do progresso ou
retrocesso nas ações sociais.
41

Quadro 18: A concepção do Balanço Social no Chile.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.53)

4.1.4 As peculiaridades da realidade brasileira

Apesar de o tema ter surgido nos anos 60, somente nos anos 70 se propagou
com maior amplitude a idéia de responsabilidade social, sendo no Estado de São
Paulo onde aconteceram suas principais manifestações, por sua importância
econômica e política.
O Decreto-lei nº 76.900, de 23 de dezembro de 1975 criou a RAIS (Relação
Anual de Informações Sociais), destacado como primeiro tipo de relatório contendo
aspectos de recursos humanos e sociais, de caráter obrigatório (elaboração e
divulgação) para todas as empresas ou mesmo para pessoas que, como
empregadores, mantiveram algum assalariado, por qualquer período de tempo, no
ano da declaração, através de contrato de trabalho regido pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) ou, se funcionário público, pelo Regime Jurídico Unico
(RJU). O estabelecimento que não manteve empregados ou que permaneceu inativo
também está obrigado à sua entrega. Seu conjunto de informações abrange, dentre
outras: nome do empregado, código de inscrição no Programa de Integração Social
(PIS) ou Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), raça,
cor, tipos de salários contratuais, horas de trabalho semanais, pagamento do 13º.
Salário, Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), tipo de vínculo empregatício,
42

grau de instrução dos empregados, contratações e desligamentos, e remunerações


mensais.
A RAIS destaca os aspectos sociais e de recursos humanos, com intuito de
atender as necessidades de controle, estatística e de informações das entidades
governamentais da área social, além de acatar ao pagamento do abono salarial dos
trabalhadores que têm direito a esse benefício, instituído pela Lei número 7.998/90.
Comparativamente ao balanço social francês, o relatório brasileiro é mais
antigo; todavia contém informações inferiores a ele, tanto qualitativa quanto
quantitativamente, não exerce a função de balanço social, e principalmente não é
divulgado para a sociedade.
Cabe ressaltar que, apesar de há quase três décadas as empresas serem
obrigadas a divulgar informações sobre seus funcionários, por meio da RAIS, estas
se destinam ao Ministério do Trabalho e Emprego, exclusivamente para suprir as
necessidades de controle e estatística das entidades governamentais na área social,
principalmente no tocante ao cumprimento da legislação relativa ao Programa de
Integração Social – PIS, e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público - PASEP, ao fornecimento de subsídios para controles relativos ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e Instituto Nacional de Seguridade Social,
INSS, não sendo divulgadas à sociedade.
Em 1977 a ADCE (Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas) já com
uma atuação de âmbito nacional, organizou o 2º Encontro Nacional de Dirigentes de
Empresas, tendo como tema central o Balanço Social da Empresa. Ainda nesse ano,
a delegação Brasileira, liberada por Nelson Gomes Teixeira, Ernesto Lima
Gonçalves e Paulo Caletti, destacou-se na Assembléia Anual da UNIAPAC (União
Internacional Cristã de Dirigentes de Empresa), realizada no México, ao apresentar
o trabalho “Balanço Social – Instrumento a Serviço da Empresa”.
Em 26 de março de 1997, o jornal Folha de São Paulo publicou um artigo do
sociólogo Herbert de Souza, o Betinho (1935-1997), intitulado “Empresa pública e
cidadã”, que serviu como marco, dando origem à discussão, no Brasil, sobre a
adoção do balanço social.
Na visão de Betinho:
[...] o balanço social atende a todos. Para os dirigentes, oferece os
elementos essenciais para as decisões sobre programas e
responsabilidades sociais que a empresa venha a desenvolver. Os
empregados têm a garantia de que as expectativas cheguem até os patrões
de uma maneira sistematizada e quantificada. Os fornecedores e
43

investidores passam a conhecer a maneira como a empresa encara


responsabilidades em relação ao quadro humano o que representa um
indicador de como a instituição é administrada. Todo esse processo chega
até os consumidores, que verificam a qualidade dos produtos. Há uma
aproximação entre a empresa e o mercado consumidor.” (SOUZA,
EMPRESA PÚBLICA E CIDADÃ, 1997)

E ainda complementa:

A idéia do Balanço Social é demonstrar quantitativamente e


qualitativamente o papel desempenhado pelas empresas no plano social,
tanto internamente quanto na sua atuação na comunidade. Os itens dessa
verificação são vários: educação, saúde, atenção à mulher, atuação na
preservação do meio ambiente, melhoria na qualidade de vida e de trabalho
de seus empregados, apoio a projetos comunitários visando a erradicação
da pobreza, geração de renda e de novos postos de trabalho. O campo é
vasto e várias empresas já estão trilhando esse caminho. Realizar o
Balanço Social significa uma grande contribuição para consolidação de uma
sociedade verdadeiramente democrática. (SOUZA, IN BALANCO SOCIAL)

No Brasil, a primeira publicação com a denominação Balanço Social foi da


Nitrofértil, em 1984, realizada e publicada voluntariamente.
Na mesma época, foi publicado o relatório de atividades sociais do Sistema
Telebrás. Em 1992, o Banco do Estado de São Paulo S.A. (Banespa) elaborou um
relatório completo, chamado Balanço Social do Banespa, onde divulgava as ações
sociais realizadas, e foi publicado no início de 1993 com as demais demonstrações
contábeis, compondo, assim, o rol das empresas precursoras do Balanço Social no
Brasil.
Motivadas pelos diversos eventos e artigos gerados, as então Deputadas
Federais Marta Suplicy (PT-SP), Sandra Starling (PT-MG) e Maria Conceição
Tavares (PT-RJ), apresentaram à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3.116/97,
datado de 14 de maio de 1997, que criava a obrigatoriedade de sua elaboração e
publicação anual, pelas empresas privadas que tivessem cem empregados ou mais
no ano anterior à sua elaboração e pelas empresas públicas, sociedades de
economia mista, empresas permissionárias e concessionárias de serviços públicos,
em todos os níveis da administração pública, independentemente do número de
empregados. Esse Projeto de Lei foi arquivado em 01 de fevereiro de 1998.
44
45

Quadro 19: A concepção do Balanço Social no Brasil.


Fonte: REIS & MEDEIROS (2007, p.54-55)
46

Assim, enquanto, nos EUA e na Europa, o principal enfoque do Balanço


Social é a influência das organizações no ‘meio externo” a elas, evidenciando sua
contribuição para a defesa dos recursos naturais e a conservação das condições
normais de uma vida digna, no Brasil, ao contrário, apresenta-se um “balanço social
interno” às organizações, enfocando salários, condições físicas e ambientais de
trabalho, o bem-estar social e a seguridade social e, em segundo plano, evidenciam-
se questões ambientais.

4.2 Legislação brasileira

Em relação ao Balanço Social no Brasil, ainda há poucos trabalhos em termos


legais tanto na esfera federal como na estadual, existindo leis apenas nos
Municípios de Porto Alegre (RS), Santo André e São Paulo (SP), João Pessoa (PB),
e Urbelândia (MG); em nível estadual, no Estado de Rio Grande do Sul; e no federal,
há apenas Projetos de Lei.
No ano de 1997, foram levantadas várias discussões sobre o tema, no qual foi
lançada a campanha em prol da divulgação voluntária pelas empresas do Balanço
Social, visando as mesmas serem reconhecidas como importantes agentes do
desenvolvimento social, independentemente de serem públicas, privadas ou de
qualquer ramo de atividade.
Um grande número de organizações elabora e divulga seu Balanço Social. Em
razão disso, estuda-se a criação de normas legais, visando que um maior número de
empresas divulgue suas atividades de forma regulamentada, fazendo com que essa
publicação chegue a um maior número de usuários que se utilizam da informação
contábil.
Entre os que se empenham nessa discussão estão os empresários,
associações de empresas, CVM, e organizações não governamentais.
No ano de 1996, foi criado pelo Senador Nei Suassuna o Projeto de Lei n° 117,
o qual visa a obrigatoriedade do Balanço Social para as empresas, porém o mesmo
já não se encontra em tramitação no Senado Federal, sendo arquivado no ano de
1999.
As Deputadas Federais Marta Suplicy, Sandra Starling e Maria da Conceição
Tavares propuseram ao Congresso Nacional em 14/05/1997 o Projeto de Lei n°
3.116/97 (Anexo A), que também visava a obrigatoriedade da publicação do Balanço
47

Social, mas devido ao mesmo não atender o Regimento Interno da Câmara no Art.
105 - que salienta que antes da votação esse tipo de projeto deve passar por todas
as comissões pertinentes ao tema em questão - acabou por ser arquivado. Para sua
substituição foi criado pelo Deputado Paulo Rocha o Projeto de Lei n°32/99 (Anexo
B), que ainda se encontra em tramitação. Trata-se de uma reapresentação do
projeto anterior, porém em seu conteúdo, sofreu algumas alterações, procurando
adaptar o texto ao modelo do IBASE, exposto a seguir:
[...] II — Os empregados: número de empregados da própria empresa
existentes no início e no final do ano, número de empregados temporários
existentes no início e no final do ano, bem como o total líquido de
contratações para os dois itens durante o exercício social;
[...] VI — Educação: valor dos gastos com treinamento profissional;
programas de estágios (excluídos salários); outros gastos com treinamento
profissional de empregados; reembolso de educação; bolsas escolares;
assinaturas de revistas, gastos com biblioteca (excluído pessoal); outros
gastos com educação e cultura dos empregados, destacando os gastos
com os empregados adolescentes; relacionando, em cada item, os valores
dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes (Projeto de Lei
n° 32/99).

Há também em tramitação o Projeto de Lei n° 3.407/04, que faz uma ementa


em relação a Lei 8.666/93, que inclui o Balanço Social como um dos critérios de
desempate para licitações públicas.
Na esfera municipal, em 1998 foi sancionada a Lei n° 8.118 pelo Prefeito
Municipal de Porto Alegre, Raul Pont. A lei cria o Balanço Social das empresas
estabelecidas no âmbito do Município de Porto Alegre e dá outras providências,
entre elas a obrigação da apresentação do Balanço Social, por toda e qualquer
empresa que tiver mais de 20 (vinte) empregados, como pode ser observado no
Anexo C.
No âmbito estadual, no Rio Grande do Sul, foi promulgada a Lei n° 11.440, de
18 de janeiro de 2000, promulgada pelo Deputado Paulo Odone Ribeiro, onde cria o
Certificado Responsabilidade Social, procurando incentivar as empresas
estabelecidas no Estado à publicação do Balanço Social.
De acordo com Reis & Medeiros (2007, p. 67):
Também foram promulgadas outras legislações a respeito do Balanço
Social além dos projetos aprovados pela Câmara de Vereadores de Porto
Alegre e pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Por
exemplo, o Projeto n° 39/97, aprovado em 23 de outubro de 1998, que se
transformou na Resolução n°5/98, do Município de São Paulo, de autoria da
Vereadora Aldaiza Sposati, que criou o Dia e o Selo da Empresa Cidadã,
estabelecendo, em nível municipal, 25 de outubro como o Dia da Empresa
Cidadã; a Lei n° 7.672, de 18 de junho de 1998, do Município de Santo
André, São Paulo, de autoria do Vereador Carlinhos Augusto, criando o
48

Selo Empresa-Cidadã, destinado às empresas que instituírem e


apresentarem seu Balanço Social; o Projeto de Resolução n°4/98, aprovado
pela Câmara de Vereadores do Município de João Pessoa, Paraíba, do
Vereador Júlio Rafael, instituindo o Selo Herbert de Souza para as
empresas que apresentarem o Balanço Social; e o Decreto Legislativo n°
118, de 11 de novembro de 1999, instituído pela Câmara Municipal do
Município de Uberlândia, Minas Gerais, criando o Selo Empresa-Cidadã
para entidades que apresentarem o Balanço Social.

Porém, como salienta Kroetz (2000, p. 136):


O conflito de posições inicia a medida que alguns institutos e pessoas
físicas entendem ser necessária a criação de uma lei que venha
institucionalizar o processo, tornando obrigatória a divulgação do Balanço
Social para determinadas entidades. Por sua vez, a grande maioria dos
empresários não concorda com esse procedimento, argumentando que
cabe a cada entidade prestar contas de suas influências para com a
sociedade de forma espontânea.

Uma vez que as empresas são especiais agentes de promoção do


desenvolvimemto econômico, torna-se fundamental a criação de uma consciência
global que possibilite engajar todos nesse processo, ou seja, todo incentivo é válido.

4.3 Padronização

Entende-se a padronização, em linhas gerais, como a unificação do


comportamento dos indivíduos segundo modelos aceitos por um grupo (padrões), ou
seja, todos falando a mesma linguagem para melhor interação entre si, explorando
ao máximo o potencial dos indivíduos para se alcançar um objetivo.
O padrão deve ser estabelecido após várias discussões com todos os
envolvidos no processo, para que se obtenha um consenso e que os padrões
estabelecidos sejam levados à pratica e mantidos.
Para evidenciar um padrão, é necessário que o mesmo sempre seja
documentado, de forma clara, para que se possa obter pleno entendimento do que
foi decidido.
Um padrão é algo dinâmico, ou se já pode ser revisado e quando necessário
alterado a qualquer momento, desde que seja de conhecimento geral de todos os
envolvidos.
A padronização mais comumente utilizada é através das Normas. Como um
grande órgão internacional pode-se citar a ISO, presente em mais de 148 países,
onde propõe normas para processos, fazendo com que a empresa alcance
qualidade total em sua operacionalização.
49

Para se padronizar utiliza-se o que hoje se conhece com o nome de Garantia


da Qualidade, que vem a ser: "Todas as ações planejadas e sistemáticas
necessárias para prover confiança adequada de que um produto ou serviço atenda
aos requisitos definidos da qualidade".
Pode-se abordar a palavra previsibilidade para o processo, isto é, sabendo
todos os passos, todas as partes envolvidas (material, pessoal e controle) é possível
saber antecipadamente o resultado que irá alcançar no final.
O processo de padronização pode ser um pouco demorado, pois na maioria
dos casos é necessária uma reeducação da “cultura das organizações”, pois como é
da natureza humana, o novo, num primeiro momento, é repelido. É interessante que
todos os membros da organização estejam informados a respeito das medidas de
padronização. Por de nada adianta ser bem planejado no papel, se o mesmo acaba
não se tornando usual para o todo.
Sinteticamente a padronização, de acordo com Campos (1992, p. 03):
Esta definição não se limita ao estabelecimento (consenso, redação e
registro) do padrão, mais inclui também a sua utilização (treinamento e
verificação contínua da sua observação). Isto significa que a padronização
só termina quando a execução do trabalho conforme o padrão estiver
assegurada. Pode-se dizer que padronização só termina na cabeça do
usuário. É importante que o gerente brasileiro observe este conceito, pois
há muita empresa que considera que está padronizada porque tem uma
estante cheia de papel.

4.3.1 International Organization for Standadization (ISO)

A ISO, do grego isos (igualdade), é uma organização não governamental com


sede em Genova na Suécia, trabalhando em prol da padronização/normatização em
mais de 157 países no mundo, aprovando normas internacionais em todos os
campos técnicos, com exceção da eletricidade e eletrônica, que são de
responsabilidade da International Electrotechnical Commission (IEC).
A ISO foi criada com o objetivo de unificar os padrões industriais e ser um
facilitador da coordenação internacional.
O seu trabalho se dá através das várias normas que a compõe. A ISO
destaque-se pois seu trabalho pode ser de uso tanto da iniciativa privada, como de
órgãos governamentais.
A certificação da ISO, através do cumprimento das normas, está dividida
atualmente à respeito da:
50

• Gestão da Qualidade (ISO 9001) – é uma ferramenta de grande valia que


possibilita a otimização de diversos processos das organizações
evidenciando a melhoria contínua dos processos;
• Gestão Ambiental (ISO 14001) – com a crescente conscientização dos
impactos ambientais que o planeta vem sofrendo, após vários anos de
utilização indiscriminada de recursos naturais, a Gestão Ambiental, que esse
conjunto de normas aplica, têm o intuito de fazer com que as empresas
avaliem de uma maneira melhor os seus processos, analisando quais os
impactos gerados por eles, atuando com o propósito de diminuí-los e em
muitos casos extinguir tais impactos;
• Responsabilidade Social (ISO 16001) – Demonstra ao mercado que a
organização não existe apenas para explorar os recursos humanos e
econômicos, mas também que a organização atua para o desenvolvimento e
realização profissional de seus empregados, assumindo suas
responsabilidades como agente da promoção sócio-econômica.

No Brasil, o instituto que o representa é a Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT).

4.3.2 Social Accountability International (SAI) - SA 8000

Outro órgão normatizador internacional que merece destaque é o Social


Accountability International (SAI) através da certificação SA 8000, que abrange parte
importante das questões de Responsabilidade Social (RS) das empresas e cobre os
seguintes assuntos: trabalho infantil, trabalho forçado, saúde e segurança, liberdade
de associação e direito de negociação coletiva, discriminação, práticas disciplinares,
carga e horário de trabalho e remuneração.
A norma expõe alguns requisitos para que a empresa seja conhecida como
“usuária” de RS, através do cumprimento de normas e desenvolvimento de
procedimentos e políticas, atendendo as especificidades das leis de acordo com o
lugar em que estejam instaladas.
51

As normas não se aplicam apenas às quatro paredes das organizações, os


clientes e fornecedores também necessitam estar de acordo com a legalidade à
respeito do trabalho.
De acordo com o Manual do Business Meets Social Development (BSD):

Dentre os benefícios oferecidos pela obtenção da certificação SA8000,


destacam-se:
Melhoria do relacionamento organizacional interno através da
demonstração da preocupação com o trabalhador e do estabelecimento de
condições adequadas de saúde e segurança;
Mais informação e, portanto, maior confiabilidade aos compradores;
Melhor gerenciamento da cadeia produtiva;
Segurança para a empresa e para seus investidores;
Consolidação da imagem e reputação da empresa como socialmente
responsável.

No Brasil atualmente 73 empresas estão certificadas dentro dos parâmetros


da SA8000.

4.3.3 Global Reporting Initiative (GRI)

A GRI é um órgão internacional, com sede em Amsterdã na Holanda, que


atua no desenvolvimento de diretrizes para elaboração de relatórios de
sustentabilidade, assim como suplementos setoriais, protocolos e indicadores.
O modelo de relatório criado pela GRI geralmente é aplicável a todas as
organizações, ou seja, sem fins lucrativos, órgãos públicos e outras organizações
grandes ou pequenas.
A visão da GRI é que os relatórios de desempenho econômico, ambiental e
social elaborados por todas as organizações sejam tão rotineiros e passíveis de
comparação como os relatórios financeiros.
As diretrizes, que são a estrutura para o relato, permitem às organizações a
preparação de relatórios que são comparáveis entre si, possibilitando a comparação
da evolução ao longo dos anos e em relação de uma entidade à outra.
Para apoiar à estrutura do relato, a GRI, se utiliza dos seguintes princípios:
Transparência, Inclusividade, Auditabilidade, Completude, Relevância, Contexto de
Sustentabilidade, Exatidão, Neutralidade, Comparabilidade, Clareza e Conveniência.
Os relatórios devem ser estruturados sinteticamente da seguinte maneira:
Visão e Estratégia, Perfil, Estrutura de Governança e Sistemas de Gestão, Índice de
Conteúdo GRI e Indicadores de performance (Anexo D)
52

Conforme o Manual do Business Meets Social Development (BSD), p. 8-11,


os indicadores deverão estar estruturados da seguinte forma:

Categoria Aspecto
Integrado Sistêmicos ou “cross-cutting” Não padronizados
Econômico Impactos Econômicos Diretos Clientes
Fornecedores
Empregados
Provedores de Capital
Setor Público
Ambiental Ambiental Materiais
Energia
Água
Biodiversidade
Emissões, efluentes, e gasto
Fornecedores
Produtos e serviços
Cumprimento
Transporte
Geral
Social Práticas de Emprego e Trabalho Emprego
Decente Relações de Trabalho/gestão
Saúde e segurança
Treinamento e educação
Diversidade e oportunidade
Direitos Humanos Estratégia e gestão
Não-Discriminação
Liberdade de associação e negociação
coletiva
Trabalho Infantil
Trabalho forçado
Práticas disciplinares
Práticas de seguridade
Direitos indígenas
Sociedade Comunidade
Suborno e corrupção
Contribuições políticas
Competição e precificação
Responsabilidade de Produto Saúde e Segurança do cliente
Produtos e serviços
Propaganda
Respeito à privacidade
Quadro 20: Estrutura de Indicadores
Fonte: Manual do Business Meets Social Development (BSD)

Até o momento, cerca de 1000 organizações em mais de 60 países


declararam usar a Estrutura de Relatórios de Sustentabilidade da GRI. Além do que
já foi exposto anteriormente o GRI é um núcleo oficial de colaboração do Programa
das Nações Unidas para o meio ambiente.
53

4.3.4 Padronização Contábil

A padronização contábil é de vital importância, para que as organizações


tenham a mesma linguagem, tornando as posteriores análises mais claras e
precisas.
Tamanha é a importância do assunto, que podemos citar no que tange o
aspecto internacional a Harmonização Contábil, que nada mais é do que uma
padronização das Normas contábeis para que as empresas tenham maior
transparência e credibilidade, tendo em vista que com o mercado globalizado, cada
vez mais empresas de diferentes países atuam em outros países, com isso, acabam
tendo que obedecer às normas dos países de origem e dos países os quais as
empresas estão inseridas.
Um dos órgãos reguladores para que tal processo seja viável é o IASB, que,
no intuito de analisar como o processo de padronização vem se consolidando entre
os países e também observando os esforços dos demais órgãos para que a
padronização seja viável.
No Brasil no início do ano, foi instituída, através da Portaria nº136 a criação
de um grupo técnico para a padronização de procedimentos contábeis em relação à
contabilidade pública, conforme descrito abaixo:
Art. 1º Fica criado o Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos
Contábeis, responsável pela análise e elaboração de diagnósticos e
estudos visando à padronização mínima de conceitos e práticas contábeis,
plano de contas e classificação orçamentária de receitas e despesas
públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2º O Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis terá
caráter consultivo, manifestando-se por meio de Recomendações, e deverá
nortear-se pelo diálogo permanente, tendente a reduzir divergências, em
benefício da transparência da gestão fiscal, da racionalização de custos nos
entes da Federação e do controle social.

4.3.4.1 Padronização do Balanço Social

Apesar de não ser obrigatória a publicação do Balanço Social, seria


interessante uma padronização a respeito do tema, para que os usuários dessa
informação consigam analisar de uma forma mais clara e precisa os dados que
compõem a demonstração.
Para Kroetz (2000, p. 128):
Louvam-se as iniciativas e as práticas espontâneas da divulgação do
Balanço Social, porém, para que tal demonstração consiga perpetuar, faz-
54

se necessário o desenvolvimento de uma metodologia básica capaz de


atender às necessidades dos usuários, suscetível de proporcionar
comparações entre balanços de exercícios de entidades diferentes, mas
que não venham a restringir a criatividade das entidades divulgadoras,
propiciando a elas a possibilidade de continuar criando alternativas e
melhoramentos com vistas a inovar e apresentar cada vez melhor as
influências exercidas perante a sociedade e o meio ambiente.

Com o intuito de estimular as empresas a publicarem o Balanço Social de


forma padronizada, há algumas instituições que se esforçam para criar modelos
específicos, cada um com suas características e particularidades, com o objetivo de
facilitar o entendimento dessas informações. Dentre essas instituições, se destacam:
o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), o Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social e, internacionalmente, o Global Reporting
Initiative (GRI).

4.3.4.2 Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização


não-governamental, foi fundada com a intenção de fazer com que a gestão das
empresas seja socialmente responsável, proporcionando um desenvolvimento
sustentável que beneficia a todos, independentemente do porte e do setor da
empresa. Atualmente conta com 1261 associados, essas empresas possuem cerca
de 2 milhões de empresados e representam aproximadamente 35% do PIB
brasileiro. Através do estabelecimento de padrões éticos, o Instituto visa uma melhor
inter-relação entre acionistas, funcionários, fornecedores, comunidade, acionistas,
poder público e com o meio ambiente.
O Ethos enxerga o Balanço Social como um instrumento de gestão de
práticas responsáveis.
Atualmente o Ethos é considerado como referência internacional,
desenvolvendo projetos em parceria com várias entidades mundo afora.
De acordo com o site do instituto, o Ethos trabalha nas seguintes linhas de
atuação:
1. Ampliação do movimento de responsabilidade social empresarial.
Sensibilização e engajamento de empresas em todo o Brasil, articulação de
parcerias, sensibilização da mídia para o tema da RSE, coordenação da
criação do comitê brasileiro do Pacto Global da ONU etc.
2. Aprofundamento de práticas em RSE. Indicadores Ethos de RSE –
incluindo versões para micro e pequenas empresas e para alguns setores
da economia –, Conferência Internacional anual, para mais de 1.000
55

participantes, constituição de redes de interesse, promoção da publicação


de balanços sociais e de relatórios de sustentabilidade e produção de
publicações e manuais práticos.
3. Influência sobre mercados e seus atores mais importantes, no
sentido de criar um ambiente favorável à prática da RSE.
Desenvolvimento de critérios de investimentos socialmente responsáveis
com fundos de pensão no Brasil, desenvolvimento de programa de políticas
públicas e RSE e participação em diversos conselhos governamentais para
discussão da agenda pública brasileira.
4. Articulação do movimento de RSE com políticas públicas.
a) desenvolvimento de políticas para promover a RSE e desenvolver
marcos legais;
b) promoção da participação das empresas na pauta de políticas públicas
do Instituto Ethos;
c) fomento à participação das empresas no controle da sociedade, por meio
de acompanhamento e cobrança das responsabilidades legais,
transparência governamental e conduta ética;
d) divulgação da RSE em espaços públicos e eventos;
e) estruturação de processos de consulta a membros e parceiros da
companhia.
5. Produção de informação. Pesquisa anual "Empresas e
Responsabilidade Social – Percepção e Tendências do Consumidor",
produção e divulgação de conteúdo e um site de referência sobre o tema na
internet, coleta e divulgação de dados e casos das empresas e promoção
de intercâmbio com entidades internacionais líderes no tema da
responsabilidade social.

O Ethos possui alguns indicadores que são uma espécie de ferramenta que
auxilia a avaliação da gestão em relação à incorporação e monitoramento de
práticas de responsabilidade social
Os indicadores são: Valores, Transparência e Governança, Público Interno,
Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes, Comunidade, Governo e
Sociedade (ANEXO E).
O instituto trabalha com vários manuais, para auxiliar os interessados em RS
a gerar seus relatórios, proporcionando uma melhor interação sobre o assunto,
fazendo a junção de alguns critérios existentes mundo afora com as particularidades
do Brasil, já que atualmente, a literatura sobre a estruturação do Balanço Social é
muito escassa. No site do instituto, pode-se verificar vários manuais, que estão
disponíveis de forma gratuita, facilitando ainda mais a pesquisa dos empresários,
órgãos não-governamentais, etc. que queiram saber mais sobre o assunto.

4.3.4.3 Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE)

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) é uma


organização não-governamental e sem fins lucrativos, criado em 1981, que trabalha
56

em prol da construção de uma sociedade mais justa, sem desigualdades sociais, e


estimulando a participação cidadã nos aspectos que elevem a democratização para
o todo. De acordo com o site do instituto democracia é: “[...] cidadania ativa,
participativa, de sujeitos sociais em luta, nos locais em que vivem, agindo e
construindo – com igualdade na diversidade – a sociedade civil, a economia e o
poder.”
Entre os principais temas que o IBASE atua estão: Responsabilidade social e
ética nas organizações, Fórum Social Mundial, Alternativas democráticas à
globalização, Monitoramento de políticas públicas, Segurança alimentar, Economia
solidária, Democratização da cidade.
Vários agentes sociais participam dos estudos desenvolvidos pelo instituto:
estudantes, professores, organizações de classes, grupos em prol cidadania ativa
etc.
Os principais objetivos institucionais são: Contribuir para uma cultura
democrática de direitos; fortalecer o tecido associativo na sociedade civil e ampliar a
capacidade de incidência em políticas públicas.
Em 1997 visando a participação das empresas quanto aos aspectos de
Responsabilidade social e ética nas organizações, o IBASE, por intermédio do
sociólogo Betinho, estabeleceu uma campanha nacional para a publicação
voluntária do Balanço Social. O instituto desenvolveu um modelo de relatório por
meio do qual as empresas são convidadas a apresentar à sociedade as informações
a respeito de suas ações de responsabilidade social e seus investimentos internos e
externos. Em 1998 o IBASE criou o “Selo Balanço Social IBASE/Betinho”, que são
concedidos as empresas que escolheram esse modelo e que seguem os critérios
determinados pelo instituto, o selo garante que a organização preencheu todos os
quesitos propostos pelo instituto para a divulgação do relatório, porém não tem o
objetivo de certificar ou avaliar as ações de responsabilidade social da empresa.
O modelo já completou dez anos, e passou por algumas revisões, porém seu
formato não foi alterado, o objetivo desse modelo, que é em apenas uma página, é
fazer com que o mesmo seja simples de fácil entendimento. O Balanço Social pode
ser entendido como uma ferramenta de prestação de contas e transparência. Muitas
empresas aderiram a esse modelo.
Abaixo, segue o modelo do Balanço Social de acordo com o instituto:
57

Balanço Social
Anual / 2006

Empresa:
1 - Base de Cálculo 2006 Valor (Mil reais) 2005 Valor (Mil reais)
Receita líquida (RL) 0 0
Resultado operacional (RO) 0 0
Folha de pagamento bruta (FPB) 0 0
2 - Indicadores Sociais Internos Valor (mil) % sobre FPB % sobre RL Valor (mil) % sobre FPB % sobre RL
Alimentação 0 0 0 0 0 0
Encargos sociais compulsórios 0 0 0 0 0 0
Previdência privada 0 0 0 0 0 0
Saúde 0 0 0 0 0 0
Segurança e saúde no trabalho 0 0 0 0 0 0
Educação 0 0 0 0 0 0
Cultura 0 0 0 0 0 0
Capacitação e desenvolvimento
profissional 0 0 0 0 0 0
Creches ou auxílio-creche 0 0 0 0 0 0
Participação nos lucros ou resultados 0 0 0 0 0 0
Outros 0 0 0 0 0 0
Total - Indicadores sociais internos 0 0 0 0 0 0
3 - Indicadores Sociais Externos Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Valor (mil) % sobre RO % sobre RL
Educação 0 0 0 0 0 0
Cultura 0 0 0 0 0 0
Saúde e saneamento 0 0 0 0 0 0
Esporte 0 0 0 0 0 0
Combate à fome e segurança
alimentar 0 0 0 0 0 0
Outros 0 0 0 0 0 0
Total das contribuições para a
sociedade 0 0 0 0 0 0
Tributos (excluídos encargos sociais) 0 0 0 0 0 0
Total - Indicadores sociais
externos 0 0 0 0 0 0
4 - Indicadores Ambientais Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Valor (mil) % sobre RO % sobre RL
Investimentos relacionados com a
produção/ operação da empresa 0 0 0 0 0 0
Investimentos em programas e/ou
projetos externos 0 0 0 0 0 0
Total dos investimentos em meio
ambiente 0 0 0 0 0 0
Quanto ao estabelecimento de
“metas anuais” para minimizar
resíduos, o consumo em geral na ( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a 75% ( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a 75%
produção/ operação e aumentar a ( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 76 a 100% ( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 76 a 100%
eficácia na utilização de recursos
naturais, a empresa
5 - Indicadores do Corpo Funcional 2006 2005
Nº de empregados(as) ao final do
período 0 0
Nº de admissões durante o período 0 0
Nº de empregados(as)
terceirizados(as) 0 0
Nº de estagiários(as) 0 0
Nº de empregados(as) acima de 45
anos 0 0
Nº de mulheres que trabalham na
empresa 0 0
% de cargos de chefia ocupados por
mulheres 0,00% 0,00%
Nº de negros(as) que trabalham na
empresa 0 0
% de cargos de chefia ocupados por
negros(as) 0,00% 0,00%
Nº de portadores(as) de deficiência
ou necessidades especiais 0 0
6 - Informações relevantes quanto 2006 Metas 2007
ao exercício da cidadania
58

empresarial
Relação entre a maior e a menor
remuneração na empresa 0 0
Número total de acidentes de
trabalho 0 0
Os projetos sociais e ambientais ( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) direção (x ) direção e ( ) todos(as)
desenvolvidos pela empresa foram gerências empregados(as) gerências empregados(as)
definidos por:
Os pradrões de segurança e ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) todos(as) + ( ) direção e ( ) todos(as) (x ) todos(as) +
salubridade no ambiente de trabalho gerências empregados(as) Cipa gerências empregados(as) Cipa
foram definidos por:
Quanto à liberdade sindical, ao direito ( ) não se ( ) segue as ( ) incentiva e ( ) não se ( ) seguirá as (x ) incentivará
de negociação coletiva e à envolve normas da OIT segue a OIT envolverá normas da OIT e seguirá a OIT
representação interna dos(as)
trabalhadores(as), a empresa:
( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) direção ( ) direção e (x ) todos(as)
A previdência privada contempla: gerências empregados(as) gerências empregados(as)
A participação dos lucros ou ( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) direção ( ) direção e ( x) todos(as)
resultados contempla: gerências empregados(as) gerências empregados(as)
Na seleção dos fornecedores, os ( ) não são ( ) são ( ) são exigidos ( ) não serão ( x) serão ( ) serão
mesmos padrões éticos e de considerados sugeridos considerados sugeridos exigidos
responsabilidade social e ambiental
adotados pela empresa:
Quanto à participação de ( ) não se ( ) apóia ( ) organiza e ( ) não se ( ) apoiará (x ) organizará e
empregados(as) em programas de envolve incentiva envolverá incentivará
trabalho voluntário, a empresa:
Número total de reclamações e na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
críticas de consumidores(as): _______ _______ _______ _______ _______ _______
% de reclamações e críticas na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
atendidas ou solucionadas: _______% _______% _______% _______% _______% _______%
Valor adicionado total a distribuir (em Em 2006: Em 2005:
mil R$):
Distribuição do Valor Adicionado ___% governo ___% colaboradores(as) ___% governo ___% colaboradores(as)
(DVA): ___% acionistas ___ % terceiros ___% retido ___% acionistas ___ % terceiros ___% retido
7 - Outras Informações
Quadro 21: Modelo Balanço Social IBASE
Fonte: BALANÇO SOCIAL

Como ficou evidente, o modelo é composto por uma planilha com vários
indicadores quantitativos sobre informações em relação a investimentos financeiros,
ambientais e sociais. No total são sete indicadores composto por vários elementos.
Os indicadores são:
• Base de Cálculo – no qual estão inseridas as informações financeiras
que darão base para os seguintes indicadores: receita líquida,
resultado operacional e folha de pagamento;
• Indicadores Sociais Internos – são todos os investimentos da empresa
que beneficiam os colaboradores, sejam de caráter obrigatório ou não:
alimentação, encargos sociais compulsórios, previdência privada,
saúde, educação, cultura, capacitação e desenvolvimento profissional,
creches ou auxílio-creche e participação nos lucros ou resultados;
• Indicadores Sociais Externos – é composto por todos os investimentos
que a empresa realiza para com a sociedade: educação, cultura,
59

saúde, e saneamento, esporte, combate à fome, segurança alimentar,


creches e outros;
• Indicadores Ambientais – são todos os investimentos que a empresa
realiza com o intuito de mitigar os impactos ambientais e os que
também tem o objetivo da melhoria da qualidade do meio-ambiente,
através de vários fatores, como por exemplo, inovação em tecnologia,
revisão dos processos da empresa.
• Indicadores do Corpo Funcional – mostra o relacionamento do corpo
funcional com a empresa, como criação de postos de trabalho,
valorização da diversidade, utilização de trabalho terceirizado;
• Informações Relevantes Quanto ao Exercício da Cidadania
Empresarial – são indicadores qualitativos, que representam uma série
de ações que a empresa executa à todo o público de interesse da
empresa, com grande ênfase ao público interno. Através de diretrizes,
processos, que são utilizados na definição das políticas da empresa;
• Outras Informações – são informações que reúnem aspectos
relevantes para a compreensão das boas práticas de Responsabilidade
Social incorporadas pela empresa. Nesse indicador, a organização
deve apresentar a sua classificação e identificação, e também os
dados da pessoa responsável pelas informações.
Atualmente, várias empresas já divulgam voluntariamente o Balanço Social,
as grandes empresas principalmente, porém o IBASE não restringe as grandes
organizações a elaboração e divulgação, tanto que desenvolveu modelos para as
micro e pequenas empresas, cooperativas, instituições de ensino etc., como mostra
os Anexos F, G e H.

4.4 Como Elaborar um Balanço Social

Divulgado como um demonstrativo técnico-gerencial pelas empresas, o


Balanço Social é um conjunto de informações sobre a situação social das mesmas
em relação aos programas sociais para empregados, entidades de classe, governo e
cidadania, bem como permite aos agentes econômicos, uma visão dessas ações
sociais e relacionam o desempenho econômico-financeiro ao operacional, ao
desenvolvimento econômico e ao crescimento, pois utilizam indicadores tanto para
60

julgar o âmbito econômico quanto os sociais e ambientais, podendo, assim, utilizá-


los como fonte de dados para promover a harmonização, tornando relevante a
constatação da veracidade das informações e sua compreensão.
Para Kroetz, 2000, p. 118:
O Balanço Social propicia a criação de um extenso banco de dados, que,
analisado, pode gerar um número considerável de informações, de acordo
com o interesse e necessidade do usuário, seja ele interno ou externo.

Atualmente o Balanço Social não tem um padrão único para a sua elaboração
aqui no Brasil, porém, são levantados alguns pontos relevantes que devem ser
destacados, principalmente em relação as fontes das informações necessárias para
a sua constituição.
Como ressalta Reis & Medeiros (2007, p.76), apud Kroetz, alguns aspectos que
os relatórios devem conter são:
• abranger o universo das interações sociais entre clientes,
fornecedores, associações, governo, acionistas, investidores e outros,
ampliando o grau de confiança da sociedade na organização;
• apresentar os investimentos no desenvolvimento de pesquisas e
tecnologias e contribuir para a implementação e a manutenção de
processos de qualidade;
• melhorar o sistema de controle interno, permitindo qualificar o
ambiente organizacional, na perspectiva de confirmar a regularidade
da gestão identificada com o gerenciamento social e ecologicamente
correto e divulgar os objetivos e as políticas administrativas, julgando
a administração não apenas em função do resultado econômico, mas
também dos resultados sociais;
• medir os impactos das informações, perante a comunidade dos
negócios, sobre o futuro da entidade, a marca e a imagem do
negócio, revelando, conjuntamente com as demais demonstrações
contábeis, a solidez da estratégia de sobrevivência e crescimento da
entidade;
• formar um banco de dados confiável para a análise e a tomada de
decisão dos mais diversos usuários;
• servir como instrumento para negociações laborais entre a direção da
empresa e os sindicatos ou representantes dos funcionários;
• verificar a participação do quadro funcional no processo de gestão
(fase da gestão participativa).

Esses objetivos traçados necessitam estar de maneira clara na vizualização do


Balanço Social, e como o mesmo atualmente é um demonstração complementar, é
de grande importância que as informações ali expressas também estejam
evidenciadas no Balanço Patrimonial das empresas.
Como já relatado anteriormente, o Balanço Social, nos países os quais se
encontra bem desenvolvido, é utilizado como uma ferramenta para auxiliar a gestão
das empresas com as informações apuradas nele. O grande diferencial dessa
61

demonstração é que o mesmo documentos serve tanto para os acionistas, quanto


para os colaboradores, porque ele reúne indicadores tanto de âmbito econômico
como sociais e ambientais.
Para Tinoco (2001, p. 37): “Nosso entendimento é de que a infirmação social e
a informação econômica devam caminhar e ser divulgadas juntas [...]”. Vários países
europeus já elaboram a demonstração com essa concepção.
O Balanço Social pode ser planejado em duas etapas. Na primeira é necessário
que seja eleito um responsável pela sua coordenação, com o intuito de designar o
que o documento irá evidenciar. Segundo Tinoco (2001, p.42), “O escopo, os meios,
os objetivos a serem alcançados são definidos visando a sua elaboração.”
A segunda etapa é composta por colocar o que foi planejado em prática, de
acordo com as pré-definições referente aos indicadores e as fontes as quais as
informações serão colhidas. O interessante é que esse levantamento seja englobado
no dia-a-dia da rotina administrativa da empresa.
O Balanço Social compreende, de acordo com Tinoco (2001, p.43), “balanço
social em sentido restrito (balanço das pessoas); demonstração do valor adicionado;
balanço ecológico e responsabilidade social da empresa.”
Assim como em Tinoco, Iudícibus et al (2006, p. 33) também salienta que “o
Balanço Social possui quatro vertentes: o Balanço Ambiental, o Balanço de
Recursos Humanos, Demonstração do Valor Adicionado e Benefícios e
Contribuições à Sociedade em geral”.
Abaixo será feita explanação sobre cada um desses itens.

4.4.1 Estrutura do Balanço Social

Resumidamente as vertentes são compostas da seguinte forma:


• Balanço social em sentido restrito (balanço das pessoas) - abrange
informações sobre emprego, remunerações, grau de formação dos
funcionários e o desenvolvimento contínuo através de treinamentos e
cursos, condições de trabalho (higiene e segurança), relações entre os
profissionais e condições de vida dependentes da empresa;
• Demonstração do Valor Adicionado (Agregado) – se dá pela diferença
entre o valor da produção (receita bruta) menos os insumos necessários
62

à essa etapa, ou seja, a geração do valor adicionado menos a


distribuição;
• Balanço Ecológico (Ambiental) – informações sobre a mitigação de
elementos naturais (meio ambiente) em relação aos impactos causados
pelos processos que a empresa utiliza, ocasionando um “passivo
ambiental”
• Responsabilidade Social da Empresa – envolve as campanhas e
medidas adotadas pela empresa para atender aos anseios da demanda
envolvida, está intimamente ligada à gestão da empresa.

Essas vertentes, descrevem e evidenciam a postura da empresa em cada


área de atuação, demonstrando, com valores monetários, como está atuando em
cada área da sociedade.

4.4.1.1 Balanço Ambiental

No início do novo milênio, as empresas precisam estar atentas para o fato de


que as questões ambientais devem ser tratadas como parte de suas atividades,
além dos desafios de gerar lucros e satisfazer seus clientes.
Os empresários precisam estar atentos com relação ao grau de poluição que
suas empresas podem atingir, preocupando-se em manter um nível adequado que
não seja prejudicial ao ambiente e à população que lhes cercam.
Este aspecto do Balanço Social, segundo Iudícibus et al (2006, p. 33):
O Balanço Ambiental reflete a postura da empresa em relação aos recursos
naturais, compreendendo os gastos com preservação, proteção e
recuperação destes; os investimentos em equipamentos e tecnologias
voltados à área ambiental e os passivos ambientais. Poderá ainda ter
características físicas como, por exemplo, descrição das quantidades
comparativas de poluentes produzidos de um período a outro,
acompanhadas dos parâmetros legais.

No modelo proposto pelo IBASE, nesta etapa do Balanço Social, a empresa


irá descrever os investimentos com monitoramento da qualidade dos
resíduos/efluentes, despoluição, gastos com a introdução de métodos não-
poluentes, auditorias ambientais, programas de educação ambiental para os
funcionários e outros gastos com o objetivo de incrementar e buscar o
melhoramento contínuo da qualidade ambiental na produção/operação da empresa.
63

4.4.1.2 Recursos Humanos

A força de trabalho aliado aos recursos tecnológicos é a principal fonte de


geração de riqueza de uma entidade.
Por isso, é necessário que a empresa elabore a sua política de recursos
humanos, que contemple a melhoria física do ambiente de trabalho e a valorização
dos empregados por meio dos programas de capacitação e participação.
A empresa, ao investir em compra de máquinas e equipamentos que facilitam
o trabalho dos empregados e que lhes dão segurança, está contribuindo para a
criação de um melhor ambiente de trabalho, o que é bem visto não somente pelos
empregados, como também pela sociedade em geral.
Para Iudícibus et al (2006, p. 33):

O Balanço de Recursos Humanos visa evidenciar o perfil da força de


trabalho: idade, sexo, formação escolar, estado civil, tempo de trabalho na
empresa etc.; remuneração e benefícios concedidos: salário, auxílios
alimentação, educação, saúde, transporte etc.; gastos com treinamento dos
funcionários. Esses dados podem ser confrontados com diversos
elementos, inclusive com a produtividade ao longo dos períodos. Muito
importante, ainda, é a discriminação dos gastos em benefícios à sociedade
circunvizinha, como centros de recreação, construção e/ou manutenção de
hospitais c escolas para a comunidade etc.

Valorizando seus funcionários com políticas que auxiliem no seu trabalho e


contribuam para uma melhor formação profissional, a empresa estará motivando-os
a participarem mais ativamente de suas atividades, contribuindo para um aumento
na produtividade.
Normalmente, a explicitação do pessoal é, normalmente, abordada como:
• emprego;
• remunerações e outros benefícios (custo com pessoal);
• formação profissional e desenvolvimento contínuo;
• condições de higiene e segurança no trabalho;
• relações profissionais;
• outras condições dependentes da empresa;
• absenteísmo.
64

No modelo do IBASE, esta etapa do Balanço Social está contida no item


“Indicadores sociais internos”, no qual é demonstrando o que a empresa investe no
funcionário em alimentação, previdência privada, saúde, educação, cultura,
capacitação e desenvolvimento profissional, creches e auxílio-creche, participação
nos lucros ou resultados e outros benefícios.

4.4.1.3 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

Iudícibus et al (2006, p. 34), salientam que:


A Demonstração do Valor Adicionado objetiva evidenciar a contribuição da
empresa para o desenvolvimento econômico-social da região onde está
instalada. Discrimina o que a empresa agrega de riqueza à economia local
e, em seguida, a forma como distribui tal riqueza.

A Demonstração do Valor Adicionado – DVA –, é um complemento do


Balanço Social, o qual deixa transparente e em linguagem simples, o quanto a
empresa gerou de riquezas para a sociedade, qual foi a participação do governo,
quanto foi a remuneração aos donos do capital, qual foi o valor destinado à
remuneração do trabalhador e quanto receberam os terceiros financiadores do
capital de giro da empresa.
De acordo com a CMV, no seu OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº
01/2005, as instruções para o preenchimento do DVA são as seguintes:

As informações são extraídas da contabilidade e, portanto, deverão ter como


base o princípio contábil do regime de competência de exercícios.
1 – RECEITAS (soma dos itens 1.1 a 1.3)
1.1 – Vendas de mercadorias, produtos e serviços
Inclui os valores do ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja,
corresponde à receita bruta ou faturamento bruto.
1.2 – Provisão para devedores duvidosos – Reversão/Constituição
Inclui os valores relativos à constituição/baixa de provisão para devedores
duvidosos.
1.3 – Não operacionais
Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais
como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na
baixa de investimentos, etc.
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (soma dos itens 2.1 a 2.4)
2.1 - Matérias-primas consumidas (incluídas no custo do produto vendido).
2.2 - Custos das mercadorias e serviços vendidos (não inclui gastos com
pessoal próprio).
2.3 - Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (inclui valores relativos
às aquisições e pagamentos a terceiros).
Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais,
serviços, energia, etc. consumidos deverão ser considerados os impostos
(ICMS e IPI) incluídos no momento das compras, recuperáveis ou não.
2.4 - Perda/Recuperação de valores ativos
65

Inclui valores relativos a valor de mercado de estoques e investimentos, etc.


(se no período o valor líquido for positivo deverá ser somado).
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (diferença entre itens 1 e 2).
4 – RETENÇÕES
4.1 – Depreciação, amortização e exaustão
Deverá incluir a despesa contabilizada no período.
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (item 3
menos item 4).
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA (soma dos
itens 6.1 e 6.2)
6.1 Resultado de equivalência patrimonial (inclui os valores recebidos como
dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo). O resultado de
equivalência poderá representar receita ou despesa; se despesa deverá ser
informado entre parênteses.
6.2 - Receitas financeiras (incluir todas as receitas financeiras
independentemente de sua origem).
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (soma dos itens 5 e 6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (soma dos itens 8.1 a 8.5)
8.1 – Pessoal e encargos
o
Nesse item deverão ser incluídos os encargos com férias, 13 salário, FGTS,
alimentação, transporte, etc., apropriados ao custo do produto ou resultado
do período (não incluir encargos com o INSS – veja tratamento a ser dado no
item seguinte).
8.2 – Impostos, taxas e contribuições
Além das contribuições devidas ao INSS, imposto de renda, contribuição
social, todos os demais impostos, taxas e contribuições deverão ser incluídos
neste item. Os valores relativos ao ICMS e IPI deverão ser considerados
como os valores devidos ou já recolhidos aos cofres públicos, representando
a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores
considerados dentro do item 2 – Insumos adquiridos de terceiros.
8.3 – Juros e aluguéis
Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a
quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições
financeiras, empresas do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo-se as
despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros.
8.4 – Juros sobre o capital próprio e dividendos
Inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas. Os juros sobre o capital
próprio contabilizados como reserva deverão constar do item "lucros retidos".
8.5 – Lucros retidos/prejuízo do exercício
Devem ser incluídos os lucros do período destinados às reservas de lucros e
eventuais parcelas ainda sem destinação específica.

O modelo de DVA tem a seguinte estrutura:


66

Demonstração do Valor Adicionado

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRIÇÃO

1-RECEITAS

1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços

1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)

1.3) Não operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

2.1) Matérias-Primas consumidas

2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos

2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.4) Perda/Recuperação de valores ativos

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – RETENÇÕES

4.1) Depreciação, amortização e exaustão

5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO

8.1) Pessoal e encargos

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Juros e aluguéis

8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos

8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício

* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

Quadro 22 – Modelo de DVA


Fonte: CVM – Comissão de Valores Mobiliários (2005)

Para Tinoco (2001, p. 68), “a elaboração da DVA não tem o objetivo de


substituir a Demonstração de Resultado do Exercício, cuja função principal é
informar como se forma o resultado líquido de determinado período. Na DVA, o
objetivo principal é fornecer informações a diversos grupos participantes nas
operações, ou seja, os stakeholders”.
Esta demonstração procura comparar o valor da produção de uma
entidade com o custo dos insumos adquiridos fora da empresa, tanto em forma de
produtos como de serviços. A Contabilidade utiliza a DVA, para identificar e divulgar
quanto a atividade da empresa gera de recursos adicionais para a economia local,
como e para quem os distribui.
67

A DVA é uma demonstração de grande interesse, para fins de análise


financeira, já que evidencia como foi que a empresa produziu riqueza.
A DVA é um importante componente do Balanço Social que tem como
principais objetivos a apresentação do valor da riqueza gerada pela entidade e a
forma de distribuí-la. É apresentado ainda, um modelo de DVA divulgado pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tendo em vista que atualmente no Brasil
diversas empresas já estão elaborando tal demonstração e muitas começam a
publicá-la juntamente com as demais informações.

4.4.1.4 Benefícios e Contribuições à Sociedade

A Responsabilidade Social das empresas e o comprometimento dela com


a sociedade em que atua é uma obrigação incontestável.
Nesta etapa do Balanço Social, conforme Iudícibus et al (2006, p. 34): “Na
quarta faceta do Balanço Social tem-se a evidenciação do que a empresa faz em
termos de benefícios sociais como contribuições a entidades assistenciais e
filantrópicas, preservação de bens culturais, educação de necessitados etc.”
Aqui, a entidade irá demonstrar quanto das riquezas geradas em suas
atividades é destinado a beneficiar a comunidade na qual está inserida.
Para Tinoco (2001, p. 116):
A responsabilidade social pressupõe o reconhecimento da comunidade e da
sociedade como parte interessada da organização, com necessidades que
precisam ser atendidas. Significa, ainda, a responsabilidade pública, ou
seja, o cumprimento e a superação das obrigações legais decorrentes das
próprias atividades e produtos da organização. É também o exercício de
sua consciência moral e cívica, advinda da ampla compreensão de seu
papel no desenvolvimento da sociedade.

No modelo de Balanço Social proposto pelo IBASE isto será evidenciado


em “Indicadores Sociais Externos”, por meio dos quais se propõe demonstrar os
investimentos que a empresa está fazendo em sua comunidade. Os itens propostos
pelo modelo aparecem como indicações de setores importantes nos quais a
empresa deve investir como educação, cultura, saúde e saneamento, esporte,
combate à fome e outros.
O Ethos, através de estudos dos relatórios feitos no Brasil e no exterior,
desenvolveu, através de várias diretrizes, um modelo para a estruturação do
68

Balanço Social, apoiando-se pelo coteúdo dos relatórios da GRI, do IBASE, e


outros.
A estrutura do relatório procurou eglobar itens que podem ser utilizados por
qualquer tipo de empresa, seja qual for o porte, o seguimento, etc. A utilização da
estrutura da mesma maneira que é proposta possibilita a comparação dos relatórios,
para qualquer que seja a análise.
Segue abaixo a estrutura que o Ethos recomenda:
Apresentação
01 Mensagem do Presidente
02 Perfil do Empreendimento
03 Setor da Economia
Parte l – A Empresa
04 Histórico
05 Princípios e Valores
06 Estrutura e Funcionamento
07 Governança Corporativa
Parte II – A Atividade Empresarial
08 Visão
09 Diálogo com Partes Interessadas
10 Indicadores de Desempenho
10.1 Indicadores de Desempenho Econômico
10.2 Indicadores de Desempenho Social
10.3 Indicadores de Desempenho Ambiental
Anexos
11 Demonstrativo do Balanço Social (Modelo IBASE)
12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais)
13 Notas Gerais

O modelo do Balanço Social segue a estrutura do IBASE já sitada


anteriormente, que foi desenvolvida com a colaboração da CVM e atualmente
diversas empresas 3estão utilizando esse modelo pela sua simplicidade e natureza
quantitativa financeira, o que facilita a elaboração e proporciona uma padronização
para que as empresas conseigam estruturar comparações aumentando seu
desempenho em investimentos sociais.
69

Abaixo segue a lista de empresas que utilizaram o modelo e os critérios


sugeridos pelo IBASE e que receberam o direito de usar o Selo Balanço Social
IBASE/Betinho 2007:

1. Antônio Ruette Agroindustrial Ltda - www.usinaruette.com.br


2. Cia Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira - www.cedro.ind.br
3. Cocam Cia de Café Solúvel e Derivados - www.cocam.com.br
4. Coelce – Cia Energética do Ceará - www.coelce.com.br
5. Copag da Amazônia S/A - www.copag.com.br
6. Cosern – Cia Energética do Rio Grande do Norte - www.cosern.com.br
7. Dori Alimentos Ltda - www.dori.com.br
8. ICEC Construções Metálicas Ltda - www.icec.com.br
9. Masa da Amazônia Ltda - www.masadaamazonia.com.br
10. Nardini Agroindustrial Ltda - www.nardini.ind.br
11. Petrobras- Petróleo Brasileiro S/A - www.petrobras.com.br
12. Refrigerantes Marajá S/A - www.marajarefrigerantes.com.br
13. Saint-Gobain Canalização S/A - www.saint-gobain-canalizacao.com.br
14. Sanasa - Soc. de Abastecimento de Água e Saneamento S/A -
www.sanasa.com.br
15. Usina Alvorada Açúcar e Álcool Ltda - www.usinaalvorada.com.br
16. Usina São Domingos Açúcar e Álcool S/A - www.usinasaodomingos.com.br
17. Vale do Ivaí S/A Açúcar e Álcool - www.valedoivai.com.br

Os autores Reis & Medeiros (2007, p.81), afirmam que:

A adoção da estrutura de Balanço Social desenvolvida pelo IBASE e pela


CVM fica evidenciada no rol de 286 empresas brasileiras que publicam o
Balanço Social, sendo que 84% destas o publicam através do modelo
sugerido, evidenciando sua ampla aceitação, sobretudo por empresas de
grande e médio portes. As empresas que adotaram a publicação através da
estrutura sugerida estão divididas entre os segmentos de indústria,
comércio e prestação de serviços, em variados ramos de atividade, tais
como laboratórios farmacêuticos, energia, seguros, telefonia, financeiro,
automotivo, eletricidade, calçados, construção, petroquímica, transporte
ferroviário, siderurgia, editoras, agropecuária, correios, comunicação,
transporte urbano, hotelaria, turismo, fundações, hospitalar, laboratórios,
mineração, alimentação, perfumaria, celulose, previdência privada,
telecomunicações, montadoras de veículos, dentre outros. A ampla adesão
ao modelo do IBASE prende-se à sua simplicidade, com questionários
curtos, claros, objetivos e fáceis de preencher.

Com o intuito de que cada vez mais empresas façam o Balanço Social e o
divulguem, o IBASE em conjunto com outros órgãos, como o Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), estão elaborando um trabalho
para que as empresas de pequeno porte também adotem a prática da elaboração e
divulgação do Balanço Social, sendo usada como uma excelente ferramenta para a
gestão estratética, pois muitos dos pequenos empresários acabam prestando
serviços para as grandes organizações.
70

4.4.2 Indicadores de Avaliação

Os indicadores auxiliam na contrução, interpretação e numa melhor utilidade


do Balanço Social, pois permitem um acomoanhamento do desempenho das
organizações, possibilitanto uma comparação entre o planejado e o realizado, com
informações que podem ser diárias, mensais, semestrais ou anuais. De acordo com
Tinoco (2001, p. 234) “Permitem, ademais, avaliar o desempenho da empresa com
as empresas do setor a que esta pertence.”
Para que seja feita a avaliação há diversos índices que são considerados
coomo os de: desempenho, rentabilidade, gestão de funcionários.
Abaixo os quadros demonstram esses índices:

Quadro 23: Ìndices Básicos de Desempenho


Fonte: REIS & MEDEIROS APUD TINOCO (2007, p. 86)
71

Quadro 24: Ìndices Básicos de Rentabilidade


Fonte: REIS & MEDEIROS APUD TINOCO (2007, p. 88)

Quandro 25: Ìndices de Gestão de Funcionários


Fonte: REIS & MEDEIROS APUD TINOCO (2007, p. 91)
72

Como observou-se nos quadros, os índices possibilitam, por meio de sua


análises, o melhor posicionamento a respeito das atividades das organizações,
contribuindo também para o acompanhamento, o controle e a tomada de decisões
dos usuários das informações.

4.4.3 Interpretação do Balanço Social

Para que o Balanço Social seja utilizado como um instrumento que realmente
apresenta informações úteis e relevantes, isto é, capaz de desencadear ações em
todos os grupos que interagem com a empresa, deve conter os parâmetros
solicitados por seus diversos usuários, o que é obtido através da aplicação de uma
metodologia de elaboração e divulgação objetiva e transparente e que esteja em
consonância com as informações requeridas por quem as utiliza.
A análise do Balanço Social, individual ou em conjunto com as demais
demonstrações contábeis, sobre os diversos elementos produzidos pelo sistema de
formações das organizações proporciona meios para a preparação de inúmeros
indicadores de qualidade, permitindo o acompanhamento e a avaliação da evoluição
tanto quantitativa quanto qualitativa das relações organizacionais e de sua riqueza
patrimonial. O Balanço Social pode ser um instrumento que reforça e amplia, por
exemplo, a qualidade dos negócios efetuados pelas organizações, divulgando seus
investimentos e pela influência sobre o ambiente externo, servindo, ainda, como
instrumento gerencial, à medida que apresenta indicadores e parâmetros que podem
contribuir para o desenvolvimento do planejamento organizacional.
Através das informações contidas no Balanço Social, pode-se construir um
estado harmônico ou uma sintonia entre contabilidade, qualidade, organização
(estrutura e recursos), comunidade e meio ambiente, conjunto que busca a
qualidade organizacional, social e ambiental.
A estrutura do Balanço Social, para que este seja utilizado como um
instrumento que contém informações úteis a seus usuários e capaz de desencadear
ações a todos os grupos que interagem com a empresa, deve permitir um
acompanhamento do desempenho das organizações, possibilitando a confrontação
entre o planejado e o realizado. Para que esse relatório, pelas informações que
contém, por sua abrangência, seu conteúdo e sua transparência, possibilite, no
momento de sua análise, um melhor acompanhamento do desempenho das
73

empresas, favorecendo também o confronto do efetivamente realizado com o


planejado, deve apresentar uma série de relatórios de indicadores, os quais poderão
ser elaborados a qualquer tempo, permitindo a obtenção de um melhor
posicionamento a respeito do desenvolvimento de atividades das organizações e
contribuindo também para o acompanhamento, o controle e a tomada de decisões
dos usuários das informações.
74

CAPÍTULO 5 ESTUDO DE CASO – SHELL DO BRASIL LTDA.

Todas as atividades da companhia norteiam-se pelo respeito às pessoas. A


Shell assume a condição de empresa socialmente responsável quando põe
em prática seus princípios empresariais e mantém vigilância sobre o
cumprimento dos mesmos em toda a sua cadeia produtiva. Além de ter
atenção aos funcionários, ao fornecedor, ao cliente e às comunidades nas
quais opera, a companhia realiza investimentos sociais e adota o diálogo
como premissa básica para a construção de um futuro sustentável no País.
(SHELL, 2007)

Foi com essa visão futurística, e hoje, realizada, que a Anglo-Mexican


Petroleum Products Companyempres, empresa de transporte de óleo combustível,
em 1913, chega ao Brasil. Em 2007, a Shell do Brasil Ltda. – razão social adquirida
em 2002 - completou 94 de Brasil, passados por diversos processos de
modernização até tornar-se uma das maiores distribuidoras de combustíveis do
País. Focada em valores éticos onde reúne o desenvolvimento econômico aos
princípios de preservação do meio ambiente e o respeito ao ser humano, a Shell
segue em sua caminhada na sociedade brasileira.
Nesse tempo, a Shell agregou às suas conquistas o respeito à sociedade
brasileira e a preocupação com o meio ambiente, fazendo com que a evolução,
investimentos, tecnologias e desafios sempre fizessem parte de seu negócio.

Em 1942, marcando o início de sua trajetória de incentivo à cultura, arte e


projetos sociais no País, foi criada a Filmoteca Shell. Em 1981, foi lançado o Prêmio
Shell de Música, uma das mais tradicionais premiações na área. No ano seguinte, foi
lançado o guia Shell Responde, premiada publicação de dicas de automobilismo e
de educação no trânsito, com distribuição gratuita nos postos de abastecimento de
combustível. Em 1985 a Shell inicia o patrocínio McLaren, parceria que, em 10
temporadas, conquistou seis campeonatos mundiais de construtores e sete de
pilotos – incluindo Ayrton Senna, a partir de 1988 -, mas em 1996 a patrocinada
passa a ser a Ferrari. Em 1989 foi criado o Prêmio Shell de Teatro. Em 1990, houve
a participação da Shell na restauração do Monumento do Cristo Redentor, no Rio de
Janeiro. No mesmo ano, propõe a suas empresas em todo o mundo o programa
Desafio Ambiental, com instigantes metas de segurança operacional em relação ao
meio ambiente; passa a apoiar o Programa Mata Atlântica, no Jardim Botânico,
também no Rio de Janeiro, para inventário botânico e revegetação, que se prolonga
por oito anos, até a sua conclusão. Em 1999, é lançado o Sistema Integrado de
75

Saúde, Segurança, Segurança Patrimonial e Meio Ambiente (HSSE-MS), um dos


pilares da política corporativa do Grupo Shell.

A Shell acredita que ser uma empresa cidadã implica em estimular uma
postura semelhante em seus funcionários, por isso, a companhia lançou em 2000 o
programa de voluntariado: o Saber Dividir, que estimula a participação direta de
seus colaboradores em projetos sociais e realiza campanhas de arrecadação por
meio de uma gincana. Em 2001, é criado o Programa Iniciativa Jovem, programa
que busca estimular o desenvolvimento local, dando suporte para que jovens
empreendedores iniciem seu próprio negócio, contribuindo para a geração de renda.
No mesmo ano, com o objetivo de auxiliar clientes a reduzir o consumo de energia, é
criada a Shell Energy Efficiency.

Pioneira no ramo, em 2007 o único óleo combustível do mercado brasileiro


especialmente aditivado para melhorar sua queima, o OC Plus, voltado para a
indústria, ganha nova fórmula, que reduz as emissões de material particulado.

Como pode ser observado, a empresa sempre esteve ligada aos aspectos de
Responsabilidade Social, sendo destaque tanto aqui no Brasil como no exterior. No
site da empresa há diversas publicações sobre governança corporativa e vários
outros temas, entre eles, o Relatório Anual Shell para a Sociedade Brasileira. No
ano de 2002 a companhia começou a divulgar no seu site tal peça, no qual está
inserido o Balanço Social

O Relatório Anual Shell para a Sociedade Brasileira é uma das peças


utilizadas pela Shell — elaboradas com base em modelos reconhecidos por sua
excelência, como os Indicadores Ethos e o Balanço Social do Ibase — para dar
transparência às suas operações. O mais importante é que esses documentos
extrapolam o âmbito dos dados financeiros e concedem especial atenção aos
aspectos social e ambiental.

A seguir, será feito um breve estudo sobre a evolução do Balanço Social da


empresa entre os anos de 2002 a 2006.
76

2002 2003 2004 2005


VALOR Valor (R$ Valor (R$
1. DADOS OPERACIONAIS Valor (R$) (MIL) mil) mil)

Receita líquida (RL) 9.490.433.033 11.471.626 13.586.192 15.615.183

Resultado operacional (RO) (50.287.187) (722.181) (26.160) -5.509

Folha de pagamento bruta (FPB) 167.205.426 220.013 214.200 193.379


2. NÚMEROS DA SHELL 2002
Nº de funcionários 1.825 sd sd sd
Nº de beneficiários com plano de saúde 1.825 sd sd sd
Salário-base médio R$ 3.658 sd sd sd
Total de associados ao plano de previdência 2.065 sd sd sd
Ativos 1.746 sd sd sd
Aposentados 280 sd sd sd
Pensionistas 39 sd sd sd
VALOR Valor (R$ Valor (R$
3. INDICADORES SOCIAIS INTERNOS Valor (R$) (MIL) mil) mil)

Alimentação 4.662.926.51 5.196 5.200 6.400

Encargos sociais compulsórios 41.939.175.21 55.000 58.600 nd

Previdência privada 16.001.559.30 1.186 3.125 1.712

Plano de Saúde + Dental 5.009.397.23 5.230 6.232 9.300


Seguro vida 748.020.23 939 485 548

Creches / auxílio creches 76.297.00 124 46 233


Capacitação e desenvolvimento profissional (valor referente apenas a RH
corporativo) 3.757.953.35 3.661 2.000 2.400

Participação nos lucros ou resultados 13.858.546.98 23.964 15.508 26.000


Outros:

Salário-base médio sd 4 5 4,9


VALOR Valor (R$ Valor (R$
4. INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS Valor (R$) (MIL) mil) mil)

Cultura sd R$ 790.00 764 634

Educação sd R$ 30.00 122 379 52


Outros:

Geração de renda ensino profissionalizante e empreendedorismo sd R$ 792.78 1.503 768

Programa de Voluntariado (tempo e doações) sd R$ 135.71 306 146 63


Total das contribuições para a sociedade (investimentos na cidadania) e
meio ambiente:* 1.730.000.00 1.748 2.696 1.914 83

Tributos (excluídos encargos sociais) 336.700.000.00 572 532 nd

Total - Indicadores sociais externos sd 2.321 3.228 nd


* (neste item estão relacionados os programas sociais de geração de renda; culturais e ambientais)
VALOR Valor (R$ Valor (R$
5. INDICADORES AMBIENTAIS 2002 (MIL) mil) mil)
113.211 130.890 121.131
metros metros metros
Consumo de água** 119.291 m3 cúbicos cúbicos cúbicos
Consumo de energia** 20.630.518 Kw/h 13.534Mw/h 15.530 Mw/h 16.206Mw/h
Nº total de acidentes de trabalho 48 sd sd sd
Nº de acidentes com afastamento 2900% sd sd sd
Total investimento em Saúde Segurança e Meio Ambiente (Sistema HSSE-
MS) US$ 19.5 milhões sd sd sd

Investimentos relacionados com a produção/ operação da empresa (HSSE) sd 36.000 37.600 34.527

Investimentos em programas e/ou projetos externos (educação ambiental) sd 356 1.085 400

Total dos investimentos em meio ambiente sd 36356 38.685 34.927


Quanto ao estabelecimento de “metas anuais” para minimizar resíduos o ( ) não ( ) não ( ) não
consumo em geral na produção/ operação e aumentar a eficácia na possui possui possui
utilização de recursos naturais a empresa metas metas metas
( ) cumpre ( ) cumpre ( ) cumpre
sd de 0 a 50% de 0 a 50% de 0 a 50%
77

( ) cumpre ( ) cumpre ( ) cumpre


de 51 a75% de 51 a 75% de 51 a75%
(x) cumpre ( x ) cumpre ( x ) cumpre
de 76 a de 76 a de 76 a
100% 100% 100%
** A partir de 2003 são reclassificados de "Outros: Indicadores de
Ecoeficiência"
6. INDICADORES DE RECURSOS HUMANOS (Corpo Funcional) 2002 2003 2004 2005
Nº de empregados ao final do período** 1825 1820 1.725 1.657
303 (durante o
Nº de admissões durante o Período período) 184 121 127
105 (durante o
Nº de empregados(as) terceirizados(as) período) 182 nd nd
Nº de estagiários(as) 147 109 106 82
208 (ao final do
Nº de empregados(as) acima de 45 anos período) 215 228 249
447 (ao final do
Nº de mulheres que trabalham na empresa período) 464 445 424
15.90% (ao final do
% de cargos gerenciais ocupados por mulheres período) 18,13% 25,15% 20%
33 (ao final do
Nº de negros(as) que trabalham na empresa período) 33 30 34
0% (1,03% por não 0% (1,65% 0 (3,07% 0% (20%
brancos) (ao final do por não- por não- por não-
% de cargos gerenciais ocupados por negros(as) período) brancos) brancos) brancos)
Outros
Total de associados ao plano de previdência privada sd 1746 2.063 1.854
Ativos sd 1422 1.736 1.516
Aposentados sd 285 290 298
Pensionistas sd 39 37 40
** incluindo expatriados a partir de 2004

7. INFORMAÇÕES RELEVANTES QUANTO AO EXERCÍCIO DA


CIDADANIA EMPRESARIAL 2002 2003 2004 2005
Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa: 78 72,15 nd nd
Nº de acidentes de trabalho sd 48 22 18
Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram
definidos por: [ ] direção ( ) direção ( ) direção ( ) direção
[X] direção e (x) direção ( x ) direção (x) direção
gerências e gerências e gerências e gerências
( ) todos(as) ( ) todos(as) ( ) todos(as)
[ ] todos empregado empregados( empregado
empregados s(as) as) s(as)
Os padrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho foram ( ) direção e [ x ] direção e [ x ] direção
definidos por: gerências gerências e gerências
( ) todos os [ ] todos os [ ] todos os
empregado empregado empregado
sd s s s
(x) [] []
todos(as) + todos(as) + todos(as) +
CIPA CIPA CIPA
( ) não se ( ) não se ( ) não se
[ ] não se envolve envolve envolve envolve
(x) segue as ( x ) segue (x) segue as
Quanto à liberdade sindical ao direito de negociação coletiva e à [X] segue as normas da as normas normas da
representação interna dos trabalhadores a empresa: normas da OIT OIT da OIT OIT
( ) incentiva ( ) incentiva
[ ] incentiva e segue e segue a ( ) incentiva e e segue a
a OIT OIT segue a OIT OIT
A previdência privada contempla: [ ] direção ( ) direção ( ) direção ( ) direção
[ ] direção e ( ) direção e ( ) direção e ( ) direção e
gerências gerências gerências gerências
(x) (x) (x)
todos(as) todos(as) todos(as)
[X] todos empregado empregados( empregado
empregados s(as) as) s(as)
O Plano de Saúde contempla: ( ) direção ( ) direção ( ) direção
( ) direção e ( ) direção e ( ) direção e
sd gerências gerências gerências
(x) (x) (x)
todos(as) todos(as) todos(as)
empregado empregados( empregado
s(as) as) s(as)
A participação nos lucros ou resultados contempla: [ ] direção ( ) direção ( ) direção ( ) direção
[ ] direção e ( ) direção e ( ) direção e ( ) direção e
gerências gerências gerências gerências
(x) (x) (x)
todos(as) todos(as) todos(as)
[X] todos empregado empregados( empregado
empregados s(as) as) s(as)
78

( ) não são ( ) não são


[ ] não são considerado ( ) não são considerado
considerados s considerados s
Na seleção dos fornecedores os mesmos padrões éticos e de ( ) são ( ) são ( ) são
responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa: [ ] são sugeridos sugeridos sugeridos sugeridos
(x) são ( x ) são (x) são
[X] são exigidos exigidos exigidos exigidos
Quanto à participação de empregados em programas de trabalho voluntário ( ) não se ( ) não se ( ) não se
a empresa: [ ] não se envolve envolve envolve envolve
[ ] apóia ( ) apóia ( ) apóia ( ) apóia
[X] organiza e (x) organiza ( x ) organiza (x) organiza
incentiva e incentiva e incentiva e incentiva
Quadro 26 - Comparativo dos Relatórios Shell na Sociedade Brasileira (2002 a 2005)
Fonte: shell

2006 2005
1 Dados Operacionais valor (R$ mil) valor (R$ mil)
Receita líquida (rl) 17.420.023 15.615.183
Resultado operacional (ro) 95.205 –5.509
Folha de pagamento bruta (fpb) 270.567 193.379
2 Indicadores Sociais Internos valor (R$ mil) valor (R$ mil)
Alimentação 6.936 6.400
Encargos sociais compulsórios nd nd
Contribuição para a previdência privada 1 3.975 1.712
Plano de Saúde + Dental 10.979 9.300

Capacitação e desenvolvimento profissional (valor referente apenas a RH corporativo Shell) 3.900 2.400
Creches ou auxílio-creche 198 233
Participação nos lucros ou resultados 29.869 26.676
Outros:
Salário-base médio 5.2 4.9
Seguro de vida 657 548
3 Indicadores Sociais Externos valor (mil) valor (R$ mil)
Cultura 687 634
Educação 589 379
Outros:

Geração de renda ensino profissionalizante e empreendedorismo 984 768


Programa de Voluntariado (tempo e doações) 25 146
Total das contribuições para a sociedade 2.286 1.915
Tributos (excluídos encargos sociais) 755.244 790.616
Total – Indicadores sociais externos 757.530 792.531
4 Indicadores Ambientais valor (mil) valor (R$ mil)

Investimentos relacionados com a produção/operação da empresa (hsse) 25.884 34.527

Investimentos em programas e/ou projetos externos (educação ambiental) 491 400


Total dos investimentos em meio ambiente 26.375 34.927
( x ) não possui ( x ) não possui
metas metas
( ) cumpre de 0 ( ) cumpre de 0
a 50% a 50%
( ) cumpre de 51 ( ) cumpre de 51
a 75% a 75%
Quanto ao estabelecimento de “metas anuais” para minimizar resíduos o consumo em geral na produção/ ( ) cumpre de 76 ( ) cumpre de 76
operação e aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais a empresa: a 100% a 100%
Outros: Indicadores de Ecoeficiência
127.102 metros 121.131 metros
Consumo de água cúbicos cúbicos
Consumo de energia 17.024 Mw/h 16.206 Mw/h
Nº total de casos reportáveis (trc) 33 18
Acidentes com perda de tempo (lti) 17 11
79

Nº de acidentes rodoviários 5 4
Nº derrames 8 15
Derrames (ton) 32 56
Fatalidades 5 4
5 Indicadores do Corpo Funcional

Nº de empregados(as) ao final do período (incluindo expatriados) 1.965 1.657


Nº de admissões durante o período 351 127
Nº de empregados(as) terceirizados(as) nd nd
Nº de estagiários(as) 3 103 85
Nº de empregados(as) acima de 45 anos 337 249
Nº de mulheres que trabalham na empresa 479 424
% de cargos de chefia ocupados por mulheres 21% 20%

Nº de indígenas, negros, amarelos e pardos que trabalham na empresa 294 (18%) 306 (18%)

% de cargos de chefia, ocupados por indígenas, negros, amarelos e pardos 5,50% 3%


% de empregados por faixa etária
menos de 30 anos 31% 32%
31-40 anos 39% 39%
41-50 anos 24% 23%
51-60 anos 6% 5 5%
mais de 61 anos 0,20% 0,10%
% de empregados por região
Norte 4% 5,20%
Nordeste 8,30% 7,10%
Sul 6,20% 6,20%
Sudeste 79% 79%
Centro-Oeste 2,50% 2,50%

% de empregados abrangidos por acordo de negociação coletiva 100% 100%

Percentual de empregados que recebem regularmente análises de desempenho e de desenvolvimento de


carreira 100% 100%
Taxa de rotatividade de empregados 12% 11%
Nº de doenças ocupacionais 12 nd
Outros
Total de associados ao plano de previdência privada 1.959 1.854
Ativos 1.613 1.516
Aposentados 304 298
Pensionistas 42 40

6 Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial 2006 Metas 2007


Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa nd nd
Nº de acidentes de trabalho 33 26
( ) direção ( ) direção
( x ) direção e ( x ) direção e
Os projetos sosiais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram definidos por: gerências gerências
( ) todos(as) ( ) todos(as)
empregados(as) empregados(as)
( ) direção e ( ) direção e
gerências gerências
( ) todos os ( ) todos os
Os padrôes de segurança e salubridade no ambiente de trabalho foram definidos por: empregados empregados
( x ) todos(as) + ( x ) todos(as) +
CIPA CIPA
( ) não se ( ) não se
envolve envolve
(x) segue as (x) segue as
normas da OIT normas da OIT
Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à representação interna dos(as) ( ) incentiva e ( ) incentiva e
trabalhadores(as), a empresa: segue a OIT segue a OIT
80

O Plano de Saúde contempla: ( ) direção ( ) direção


( ) direção e ( ) direção e
gerências gerências
(x) todos(as) (x) todos(as)
empregados(as) empregados(as)
A participação dos lucros ou resultados contempla: ( ) direção ( ) direção
( ) direção e ( ) direção e
gerências gerências
(x) todos(as) (x) todos(as)
empregados(as) empregados(as)
( ) não são ( ) não são
considerados considerados
( ) são sugeridos ( ) são sugeridos
Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e ambiental
adotados pela empresa: (x) são exigidos (x) são exigidos
( ) não se ( ) não se
envolve envolve
Quanto à participação de empregados(as) em programas de trabalho voluntário, a empresa: ( ) apóia ( ) apóia
(x) organiza e (x) organiza e
incentiva incentiva
Quadro 27 - Relatório Shell na Sociedade Brasileira 2006/2007
Fonte: SHELL

Após o estudo das publicações, de 2002 a 2007, do Balanço Social da


empresa Shell do Brasil S/A, pode-se verificar a gradativa e significativa evolução da
estrutura da Demonstração e de suas informações.
No ano de 2002 nota-se que, embora as informações não sejam tão
divergentes das constantes nos Balanços dos anos seguintes, a reestruturação do
Balanço tornou sua interpretação muito mais fácil.
As informações constantes nos campos do primeiro item – Dados
Operacionais – não sofreram modificações nos anos estudados. Sabe-se que os
dados que o compõem são de extrema importância para o conhecimento do
funcionamento da empresa. Nele estão a alma e a movimentação da empresa.
O segundo conjunto de informações – Números da Shell – foi distribuído a
outros itens a partir de 2003. Nota-se que estes números faziam parte da estrutura
social da empresa, não eram dados isolados.
Os Indicadores Sociais Internos mostram os investimentos da empresa para o
bem estar de seus funcionários e agregados. Com a reestruturação de 2003, passa
a ter como integrante desse conjunto de informações, um dos Números Shell de
2002: o salário-base médio.
Como Indicadores Sociais Externos, são mostrados os interesses da Shell
com a Educação e a Cultura, entre outros aspectos, deixando explícita sua
preocupação não só com seu ambiente interno, como também o externo.
Nos Indicadores Ambientais, a Shell salienta sua preocupação com o
ambiente, acentuando informações quanto ao consumo de água e energia, bem
81

como os investimentos na área ambiental. Números como o de acidentes e os de


afastamento por acidentes também integram o item.
Os Indicadores de Recursos Humanos ressaltam os números relativos ao
corpo funcional da empresa. Subdivididos entre raça, sexo e pela faixa etária, a
Shell mostra que não há preconceito quanto à contratação de funcionários.
A Shell ainda dispõe, entre os indicadores de seu Balanço Social, as
Informações Relevantes quanto ao Exercício da Cidadania, dando ênfase ao direto à
participação de seus funcionários quanto à escolha do modo de funcionamento da
empresa, pois, quando possível, são procurados para que juntos, opinem sobre o
que acham, ou não, necessário para o bom andamento da empresa.
É notável que, em 2007, a estrutura do Balanço Social publicado pela Shell do
Brasil S/A esteja muito mais clara e objetiva. De fácil visualização, os itens não se
misturam tanto quanto nos anos anteriores. Nota-se que os números publicados não
sejam mais tratados como somente números. São informações de grande valor. Não
estão ali somente enfeitando uma demonstração. Fica evidenciada a grandiosa
importância dada a esses números pela empresa.
Com novas divisas entre os indicadores já padronizados pela empresa, pode-
se visualizar melhor quando e aonde a empresa quer chegar. Fazendo sua parte,
tem-se a certeza de que, dessa maneira, não haverá alternativa, senão sua ainda
maior ascensão empresarial.
82

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a nova posição que as empresas vêm se enquadrando, é visível o


crescimento da Responsabilidade Social, pois atualmente, as empresas não mantêm
suas portas abertas apenas com a preocupação de gerar lucro, embora este ainda
seja o seu grande objetivo. Tudo na sociedade é interligado, e isso se reflete na
saúde da empresa: funcionários motivados trabalham mais e melhor, agregando
uma maior qualidade ao valor final do produto ou serviço; o uso constante e
consciente de materiais reciclados e re-aproveitáveis endossam a preocupação com
a natureza; e o maior número de investimentos na comunidade com objetivo de
inclusão social, como cursos, palestras e assistências específicas.
Após a exploração do tema proposto, pode-se averiguar que a função do
Balanço Social não se restringe apenas a ser uma espécie de marketing da
empresa. Trata-se de uma feliz ferramenta que pode ser de grande valia para
auxiliar nas tomadas de decisão da gestão da empresa – seja qual for seu porte –
por apresentar informações de caráter social e econômico. Porém não são muitos
profissionais que detêm esse conhecimento.
Nota-se também que, apesar de não haver, até o momento, nenhuma
regulamentação legal no que diz respeito à sua obrigatoriedade, há manifestações
de ordem municipal, estadual e federal, bem como manifestações oriundas de
organizações não-governamentais, incentivando sua publicação voluntária e
atuando para a conscientização empresarial sobre o assunto. Cabe ressaltar que o
principal papel das empresas não são ações de ordem social – o que deveria ser
papel do governo – porém, no mercado cada vez mais competitivo isso se torna um
diferencial, ou seja, em licitações, concorrências internacionais, clientes cada vez
mais exigentes, as empresas que praticam tais ações possuem uma melhor imagem.
Observa-se também que a padronização é importante para que as empresas
tenham uma linha de raciocínio e informações concretas e lineares a respeito do que
se está informando. Porque, se não houver uma padronização mínima, as
informações poderão ser publicadas e extraídas de acordo com os interesses
individuais de cada empresa – tendenciosas ao aspecto positivo – o que
impossibilita uma posterior comparação e análise imparcial das empresas, pois no
Balanço Social estão evidenciados tanto aspectos positivos, quanto negativos.
83

Contudo, deve-se respeitar a particularidade de cada seguimento empresarial.


Não haveria como padronizar essa Demonstração de uma maneira única a todos os
portes empresariais, bem como para organizações – governamentais ou não –,
prestadores de serviços, cooperativas ou quaisquer outros ramos empresariais.
Após o término dessa pesquisa, acredita-se na extrema importância da
publicação do Balanço Social, que não necessita ser obrigatória, contudo, é
interessante que medidas do governo ganhem força em relação a esse documento,
para que o incentivo seja cada vez maior, e que esse diferencial seja cada vez mais
valorizado, não necessitando um rigor legal para impor a obrigatoriedade da sua
elaboração e divulgação, o que se faz necessário é que todas as empresas utilizem
a mesma linguagem.
84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e


interpretação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 205 p.

DEMO, Pedro. Metodologia cientifica em ciências sociais. 2. ed. São Paulo:


Atlas, 1989. 287 p.

CAMPOS, Vicente Falconi. Qualidade total: padronização de empresas. Belo


Horizonte: FUNDACAO CHRISTIANO OTTONI, 1992. 122 p.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de


contabilidade das sociedades por ações. : aplicável às demais sociedades. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2006. 569 p.

KROETZ, César Eduardo Stevens. Balanço social: teoria e prática. São Paulo:
Atlas, 2000. 162 p.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho


científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório,
publicações e trabalhos científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 219 p.

PEREZ JUNIOR, José Hernandez; BEGALLI, Glaucos Antonio. Elaboração das


demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 276 p.

REIS, Arnaldo Carlos de Rezende. Demonstrações contábeis: estrutura e analise.


São Paulo: Saraiva, 2003. 272 p.

SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 400
p.

SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à


contabilidade: orientações de estudos, projetos, relatórios, monografias,
dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. 181 p.

TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço social: uma abordagem da


transparência e da responsabilidade publica das organizações. São Paulo:
Atlas, 2001. 243 p.

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SÁ, Antonio Lopes de. Artigo: Tendências e Futuro da Contabilidade. Disponível


em : <www.fiscosoft.com.br> Acesso em: 20/09/2007

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Disponível em:<http://www.saintl.org/index.cfm?fuseaction=document.show
DocumentByID&nodeID=1&DocumentID=60> Acesso em: 20/10/2007
85

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<http://www.iso.org/iso/home.htm> Acesso em: 31/10/2007

_________. Pesquisa de Normas. Disponível em: <http://www.abnt.com.br/


default.asp?resolucao=1024X768 > Acesso em: 31/10/2007

_________. GRI: Diretrizes para padronização de relatórios de sustentabilidade


Disponível em: <http://www.bsd-net.com> Acesso em: 29/10/2007

_________. Relatório Shell na Sociedade Brasileira 2006/07. Disponível em:


<http://www.shell.com/static/br-pt/downloads/news_and_library/rel2006/relatorio_
shell_2007.pdf.> Acesso em: 25/10/2007.

_________. Relatório Shell na Sociedade Brasileira 2002 a 2005. Disponível em:


<http://www.shell.com/home/content/brpt/news_and_library/shell_report/relatorio_an
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_________. OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005. Disponível em:


<http://www.cvm.gov.br/port/atos/oficios/OFICIO-CIRCULAR-CVM-SNC-SEP-01-
2005.asp#1.12 > Acesso em: 23/10/2007

_________. Balanço Social. Disponível em: <http://www.balancosocial.org.br>


Acesso em: 11/10/2007

_________. Lei nº 8118/1999. Disponível em:<http://www.crcrs.org.br/legisla.htm>


Acesso em: 05/11/2007.

_________. Andamento dos Projetos de Lei. Disponível em:


<http://www.camara.gov.br> Acesso em: 05/11/2007.

_________. Projeto de Lei nº 032/99. Disponível em:


< www.balancosocial.org.br/media/PL_032-99.doc> Acesso em: 05/11/2007.

_________. Projeto de Lei nº 3.116/99. Disponível em:


< www.balancosocial.org.br/media/PL_3116-97.doc > Acesso em: 05/11/2007.
ANEXO A

Câmara dos Deputados


PROJETO DE LEI Nº 3.116 DE 1997
( Das Sras. Marta Suplicy, Maria da Conceição Tavares e Sandra
Starling)

Cria o balanço social para as empresas que menciona


e dá outras providências.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º. Ficam obrigadas a elaborar, anualmente, o Balanço Social:

I – as empresas privadas que tiveram cem empregados ou mais no ano


anterior à sua elaboração;

II – as empresas públicas, sociedades de economia mista, empresas


permissionárias e concessionárias de serviços públicos em todos os níveis da administração
pública, independentemente do número de empregados.

Art. 2º. Balanço Social é o documento pelo qual a empresa apresenta dados
que permitam identificar o perfil da atuação social da empresa durante o ano, a qualidade de
suas relações com os empregados, o cumprimento das cláusulas sociais, a participação dos
empregados nos resultados econômicos da empresa e as possibilidades de desenvolvimento
pessoal, bem como a forma de sua interação com a comunidade e sua relação com o meio
ambiente.

Art. 3º. O Balanço Social deverá conter informações sobre:

I – A empresa: faturamento bruto; lucro operacional; folha de pagamento


bruta, detalhando o total das remunerações e valor total pago a empresas prestadoras de
serviço;

II – Os empregados: número de empregados existentes no início e no final


do ano, discriminando a antigüidade na empresa; admissões e demissões durante o ano;
escolaridade, sexo, cor e qualificação dos empregados; número de empregados por faixa
etária; número de dependentes menores; número mensal de empregados temporários; valor
total da participação dos empregados no lucro da empresa; total da remuneração paga a
qualquer título às mulheres na empresa; percentagem de mulheres em cargos de chefia em
relação ao total de cargos de chefia da empresa; número total de horas-extras trabalhadas;
valor total das horas-extras pagas;
III – valor dos encargos sociais pagos, especificando cada item;

IV – Valor dos tributos pagos, especificando cada item;

V – Alimentação do trabalhador: gastos com restaurante, tiquete- refeição,


lanches, cestas básicas e outros gastos com a alimentação dos empregados, relacionando, em
cada item, os valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

VI - Educação: valor dos gastos com treinamento profissional; programas de


estágios (excluídos salários); reembolso de educação; bolsas escolares; assinaturas de revistas;
gastos com biblioteca (excluído pessoal); outros gastos com educação e treinamento dos
empregados, destacando os gastos com os empregados adolescentes; relacionando, em cada
item, os valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

VII – Saúde dos empregados: valor dos gastos com planos de saúde;
assistência médica; programas de medicina preventiva; programas de qualidade de vida e
outros gastos com saúde; relacionando, em cada item, os valores dos respectivos benefícios
fiscais eventualmente existentes;

VIII – Segurança no trabalho: valor dos gastos com segurança no trabalho,


especificando os equipamentos de proteção individual e coletiva na empresa;

IX – Outros benefícios: seguros (valor da parcela paga pela empresa); valor


dos empréstimos aos empregados (só o custo); gastos com atividades recreativas; transportes;
creches e outros benefícios oferecidos aos empregados; relacionando, em cada item, os
valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

X – Previdência privada: planos especiais de aposentadoria; fundações


providenciárias; complementações; benefícios aos aposentados; relacionando, em cada item,
os valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

XI – Investimentos na comunidade: valor dos investimentos na comunidade


( não incluir gastos com empregados) nas áreas de cultura, esportes, habitação, saúde pública,
saneamento, assistência social segurança, urbanização, defesa civil, educação, obras públicas,
campanhas públicas e outros, relacionando, em cada item, os valores dos respectivos
benefícios fiscais eventualmente existentes;

XII – Investimentos em meio ambiente: reflorestamento; despoluição;


gastos com introdução de métodos não-poluentes e outros gastos que visem à conservação ou
melhoria do meio ambiente, relacionando, em cada item, os valores dos respectivos benefícios
fiscais eventualmente existentes;

Parágrafo Único: Os valores mencionados no Balanço Social deverão ser


apresentados relacionando-se o percentual de cada item em relação à folha de pagamento e ao
lucro operacional da empresa.

Art. 4º. As empresas mencionadas no artigo 1º. deverão dar publicidade ao


seu balanço social, na forma do artigo 7º e 8º. desta lei, até o dia 30 de abril de cada ano.
Parágrafo Único: As empresas que são obrigadas a publicar balanço
patrimonial e financeiro seguirão os prazos previstos na legislação específica, e farão publicar
o Balanço Social juntamente com aquele.

Art. 5º O Poder Executivo poderá utilizar-se das informações do Balanço


social das empresas com vistas à formulação de políticas e programas de natureza
econômico- social, em nível nacional e regional.

Art. 6º É facultada às empresas não mencionadas nos incisos I e II do artigo


1º a apresentação do balanço social.

Art. 7º O Balanço Social será afixado na entrada principal dos


estabelecimentos da empresa nos seis primeiros meses da sua divulgação.

Art. 8º É garantido o acesso e divulgação do Balanço Social aos


empregados da empresa e às autoridades e órgão governamentais e do Legislativo, sindicatos,
universidades e demais instituições públicas ou privadas ligadas ao estudo e à pesquisa das
relações de trabalho ou da promoção da cidadania.

Art. 9º As obrigações contidas na presente lei não substituem quaisquer


outras obrigações de prestação de informações aos órgãos públicos anteriormente
estabelecidas pela legislação.

Art. 10 As empresas que não atenderem ou fraudarem, no todo ou em parte,


ao disposto na presente lei, ficarão impedidas de participar de licitação e contratos da
Administração Pública, de se beneficiar de incentivos fiscais e dos programas de crédito
oficiais e serão sujeitas à multa pecuniária no valor a ser definido pelo Executivo, que será
dobrada em caso de reincidência.

Parágrafo Único: O Poder Executivo deverá dar publicidade das empresas


que não cumprirem o disposto no artigo 1º ao final de cada exercício.

Art. 11 O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de noventa dias a


contar da sua publicação, dispondo sobre as medidas necessárias à sua plena eficácia,
inclusive sobre os critérios de fiscalização e os órgãos competentes ao seu fiel cumprimento.

Art. 12 Esta lei entra em vigor no exercício financeiro subseqüente ao de


sua publicação.

Art. 13 Revogam-se as disposições em contrário.

JUSTIFICATIVA

Um dos consensos mundiais neste final de século, expressado inclusive na


Cúpula do Desenvolvimento Humano de Copenhague/95, diz respeito ao compromisso das
empresas de se emprenharem na promoção do desenvolvimento social.
Nas últimas décadas, assiste-se a uma crescente preocupação das empresas,
no Brasil e em todo o mundo, em realizar investimentos que contribuam para a qualidade de
vida de seus trabalhadores e da comunidade onde a empresa se insere.

Em nosso país, medidas de diferentes naturezas (incentivos fiscais, por


exemplo) já têm sido tomadas com o intuito de estimular tais práticas.

Amplia-se a consciência sobre a responsabilidade de preservação do meio


ambiente e da viabilidade de aplicação de parte dos lucros auferidos, em programas ou
projetos que beneficiam não só os trabalhadores e trabalhadoras da empresa, mas também
outros setores sociais.

Ao mesmo tempo, novos contextos marcam o mundo do trabalho, tais como


a diminuição do trabalho assalariado, aumento da participação feminina e processos de
reconversão tecnológica. Novos mecanismos de negociação entre empregados e
empregadores são estabelecidos e se consolida, cada dia mais, a necessidade de maior
visibilidade de indicadores desses contextos.

Acrescer a obrigatoriedade de elaboração do Balanço Social é responder a


uma demanda de prestação de contas formal dos investimentos feitos na empresa.

Registre-se que desde 1977 é obrigatória, na França, a elaboração do


Balanço Social das empresas, com grande detalhamento dos padrões de atendimento aos
trabalhadores.

Trazendo o debate para o Brasil, este tema tem merecido a atenção de


Herbert de Souza, o Betinho, que propôs que fossem incluídas no Balanço Social novas
dimensões, incorporando os investimentos das empresas na comunidade externa à empresa
(Folha de São Paulo, 26.03.97).

Apresentá-los numa só peça demonstrativa contribuirá para identificar o


perfil social das empresas. Não gera novos encargos, nem novas cláusulas sociais, apenas
expões a realidade.

Elaborar o Balanço Social é um estímulo à reflexão sobre as ações das


empresas no campo social. O Balanço Social estimulará o controle social sobre o uso dos
incentivos fiscais ou outros mecanismos de compensação de gastos com trabalhadores.
Ajudará na identificação de políticas de recursos humanos e servirá como parâmetro de ações
dos diferentes setores e instâncias da empresa, no campos das políticas sociais.

Além disso, contribuirá, fundamentalmente, como encorajamento à


crescente participação das empresas na busca de maior desenvolvimento humano e vivência
da cidadania.

Sala das Sessões, 14 de maio de 1997.

Deputada MARTA SUPLICY (PT/SP)


Deputada MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES (PT/RJ)
Deputada SANDRA STARLING (PT/MG)
ANEXO B

PROJETO DE LEI Nº 0032 DE 1999


(Do Sr. Paulo Rocha)

Cria o balanço social para


as empresas que menciona e dá outras providências.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º. Ficam obrigadas a elaborar, anualmente, o Balanço Social:

I – as empresas privadas que tiveram cem empregados ou mais no ano


anterior à sua elaboração;

II – as empresas públicas, sociedades de economia mista, empresas


permissionárias e concessionárias de serviços públicos em todos os níveis da administração
pública, independentemente do número de empregados.

Art. 2º. Balanço Social é o documento pelo qual a empresa apresenta dados
que permitam identificar o perfil da atuação social da empresa durante o ano, a qualidade de
suas relações com os empregados, o cumprimento das cláusulas sociais, a participação dos
empregados nos resultados econômicos da empresa e as possibilidades de desenvolvimento
pessoal, bem como a forma de sua interação com a comunidade e sua relação com o meio
ambiente.

Art. 3º. O Balanço Social deverá conter informações sobre:

I – A empresa: faturamento bruto; lucro operacional; folha de pagamento


bruta, detalhado o total das remunerações e valor total pago a empresas prestadoras de
serviço;

II – Os empregados: número de empregados existentes no início e no final


do ano, discriminando a antigüidade na empresa; admissões e demissões durante o ano;
escolaridade, sexo, cor e qualificação dos empregados; número de empregados por faixa
etária; número de dependentes menores; número mensal de empregados temporários; valor
total da participação dos empregados no lucro da empresa; total da remuneração paga a
qualquer título às mulheres na empresa; percentagem de mulheres em cargos de chefia em
relação ao total de cargos de chefia da empresa; número total de horas-extras trabalhadas;
valor total das horas-extras pagas;

III – valor dos encargos sociais pagos, especificando cada item;

IV – Valor dos tributos pagos, especificando cada item;


V – Alimentação do trabalhador: gastos com restaurante, tiquete- refeição,
lanches, cestas básicas e outros gastos com a alimentação dos empregados, relacionando, em
cada item, os valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

VI - Educação: valor dos gastos com treinamento profissional; programas de


estágios ( excluídos salários); reembolso de educação; bolsas escolares; assinaturas de
revistas; gastos com biblioteca ( excluído pessoal); outros gastos com educação e treinamento
dos empregados, destacando os gastos com os empregados adolescentes; relacionando, em
cada item, os valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

VII – Saúde dos empregados: valor dos gastos com planos de saúde;
assistência médica; programas de medicina preventiva; programas de qualidade de vida e
outros gastos com saúde; relacionando, em cada item, os valores dos respectivos benefícios
fiscais eventualmente existentes;

VIII – Segurança no trabalho: valor dos gastos com segurança no trabalho,


especificando os equipamentos de proteção individual e coletiva na empresa;

IX – Outros benefícios: seguros (valor da parcela paga pela empresa); valor


dos empréstimos aos empregados (só o custo); gastos com atividades recreativas; transportes;
creches e outros benefícios oferecidos aos empregados; relacionando, em cada item, os
valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

X – Previdência privada: planos especiais de aposentadoria; fundações


providenciárias; complementações; benefícios aos aposentados; relacionando, em cada item,
os valores dos respectivos benefícios fiscais eventualmente existentes;

XI – Investimentos na comunidade: valor dos investimentos na comunidade


( não incluir gastos com empregados) nas áreas de cultura, esportes, habitação, saúde pública,
saneamento, assistência social segurança, urbanização, defesa civil, educação, obras públicas,
campanhas públicas e outros, relacionando, em cada item, os valores dos respectivos
benefícios fiscais eventualmente existentes;

XII – Investimentos em meio ambiente: reflorestamento; despoluição;


gastos com introdução de métodos não-poluentes e outros gastos que visem à conservação ou
melhoria do meio ambiente, relacionando, em cada item, os valores dos respectivos benefícios
fiscais eventualmente existentes;

§ único: Os valores mencionados no Balanço Social deverão ser


apresentados relacionando-se o percentual de cada item em relação à folha de pagamento e ao
lucro operacional da empresa.

Art. 4º. As empresas mencionadas no artigo 1º. deverão dar publicidade ao


seu balanço social, na forma do artigo 7º e 8º. desta lei, até o dia 30 de abril de cada ano.

§ único: As empresas que são obrigadas a publicar balanço patrimonial e


financeiro seguirão os prazos previstos na legislação específica, e farão publicar o Balanço
Social juntamente com aquele.
Art. 5º O Poder Executivo poderá utilizar-se das informações do Balanço
social das empresas com vistas à formulação de políticas e programas de natureza
econômico- social, em nível nacional e regional.

Art. 6º É facultada às empresas não mencionadas nos incisos I e II do artigo


1º a apresentação do balanço social.

Art. 7º O Balanço Social será afixado na entrada principal dos


estabelecimentos da empresa nos seis primeiros meses da sua divulgação.

Art. 8º É garantido o acesso e divulgação do Balanço Social aos


empregados da empresa e às autoridades e órgão governamentais e do Legislativo, sindicatos,
universidades e demais instituições públicas ou privadas ligadas ao estudo e à pesquisa das
relações de trabalho ou da promoção da cidadania.

Art. 9º As obrigações contidas na presente lei não substituem quaisquer


outras obrigações de prestação de informações aos órgãos públicos anteriormente
estabelecidas pela legislação.

Art. 10 As empresas que não atenderem ou fraudarem, no todo ou em parte,


ao disposto na presente lei, ficarão impedidas de participar de licitação e contratos da
Administração Pública, de se beneficiar de incentivos fiscais e dos programas de crédito
oficiais e serão sujeitas à multa pecuniária no valor a ser definido pelo Executivo, que será
dobrada em caso de reincidência.

§ Único: O Poder Executivo deverá dar publicidade das empresas que não
cumprirem o disposto no artigo 1º ao final de cada exercício.

Art. 11 O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de noventa dias a


contar da sua publicação, dispondo sobre as medidas necessárias à sua plena eficácia,
inclusive sobre os critérios de fiscalização e os órgãos competentes ao seu fiel cumprimento.

Art. 12 Esta lei entra em vigor no exercício financeiro subseqüente ao de


sua publicação.

Art. 13 Revogam-se as disposições em contrário.

JUSTIFICATIVA

Um dos consensos mundiais neste final de século, expressado inclusive na


Cúpula do Desenvolvimento Humano de Copenhague/95, diz respeito ao compromisso das
empresas de se emprenharem na promoção do desenvolvimento social.

Nas últimas décadas, assiste-se a uma crescente preocupação das empresas,


no Brasil e em todo o mundo, em realizar investimentos que contribuam para a qualidade de
vida de seus trabalhadores e da comunidade onde a empresa se insere.
Em nosso país, medidas de diferentes naturezas (incentivos fiscais, por
exemplo) já têm sido tomadas com o intuito de estimular tais práticas.

Amplia-se a consciência sobre a responsabilidade de preservação do meio


ambiente e da viabilidade de aplicação de parte dos lucros auferidos, em programas ou
projetos que beneficiam não só os trabalhadores e trabalhadoras da empresa, mas também
outros setores sociais.

Ao mesmo tempo, novos contextos marcam o mundo do trabalho, tais como


a diminuição do trabalho assalariado, aumento da participação feminina e processos de
reconversão tecnológica. Novos mecanismos de negociação entre empregados e
empregadores são estabelecidos e se consolida, dada dia mais, a necessidade de maior
visibilidade de indicadores desses contextos.

Acrescer a obrigatoriedade de elaboração do Balanço Social é responder a


uma demanda de prestação de contas formal dos indicadores desses contextos.

Registre-se que desde 1997 é obrigatória, na França, a elaboração do


Balanço Social das empresas, com grande detalhamento dos padrões de atendimento aos
trabalhadores.

Trazendo o debate para o Brasil, este tema mereceu a atenção de Herbert de Souza, o
Betinho, que propôs que fossem incluídas no Balanço Social novas dimensões, incorporando
os investimentos das empresas na comunidade externa à empresa (Folha de São Paulo,
26.03.97), tendo as deputadas Marta Suplicy, Maria da Conceição Tavares e Sandra Starling,
apresentado projeto de semelhante teor na última legislatura sob o nº 3.116. Embora não
tenham sido reeleitas para esta legislatura, a importância da questão continua a exigir
regulamentação, razão pela qual estou reapresentando o tema.
Apresentá-los numa só peça demonstrativa contribuirá para identificar o perfil social
das empresas. Não gera novos encargos, nem novas cláusulas sociais, apenas expões a
realidade.

Elaborar o Balanço Social é um estímulo à reflexão sobre as ações das empresas no


campo social. O Balanço Social estimulará o controle social sobre o uso dos incentivos
fiscais ou outros mecanismos de compreensão de gastos com trabalhadores. Ajudará na
identificação de políticas de recursos humanos e servirá como parâmetro de ações dos
diferentes setores e instâncias da empresa, no campos das políticas sociais.
Além disso, contribuirá, fundamentalmente, como encorajamento à crescente
participação das empresas na buscas de maior desenvolvimento humano e vivência da
cidadania.

Sala das Sessões.

Deputado Paulo Rocha PT/PA


ANEXO C

LEI MUNICIPAL Nº 8.118 DE 1998


(Porto Alegre – RS)

Cria o Balanço Social das Empresas estabelecidas no


âmbito do Município de Porto Alegre e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE.

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O Balanço Social é um instrumento que afere os resultados dos fatos sociais realizados pelas
empresas de pequeno, médio e grande porte, tanto no que diz respeito aos benefícios para seus
empregados, quanto à comunidade a que estão vinculadas, no âmbito do Município de Porto Alegre.

Art. 2º O Balanço Social será composto pelos seguintes indicadores:

I – folha de pagamento bruta = valor total da folha de pagamento, incluídos os encargos sociais;

II – alimentação = restaurante, tíquete-refeição, lanches, cestas básicas e outros gastos com a


alimentação dos empregados;

III – previdência privada = planos especiais de aposentadorias, fundações previdenciárias,


complementações, benefícios aos aposentados;

IV – saúde = plano de saúde, assistência médica, programas de medicina preventiva, programas de


qualidade de vida e outros gastos com saúde;

V – educação = treinamento, programas de estágios, reembolso de educação, bolsa de estudos,


assinaturas de revistas, gastos com biblioteca e outros gastos com educação e treinamento dos
empregados;

VI – outros benefícios = seguros, empréstimos, gastos com atividades recreativas, transportes,


creches e outros benefícios oferecidos aos empregados;

VII – impostos = taxas, contribuições e impostos federais, estaduais e municipais;

VIII – contribuições para a sociedade = investimentos na comunidade, nas áreas de cultura, esportes,
habitação, saúde pública, saneamento, segurança, urbanização, defesa civil, educação, pesquisa,
obras públicas, campanhas públicas e outros gastos sociais na comunidade, sem fins lucrativos;

IX – investimentos em meio ambiente = reflorestamento, despoluição, gastos com introdução de


métodos não poluentes e outros gastos que visem à conservação do meio ambiente;

X – número de empregados no final do período = número de empregados registrados no último dia do


período;
XI – número de admissões durante o período = admissões efetuadas durante o período,
especificando o número de homens e de mulheres, bem como a respectiva remuneração para a
mesma função.

Art. 3º O Balanço Social deverá ser apresentado por toda e qualquer empresa com sede em Porto
Alegre, até o dia 30 (trinta) de abril do ano seguinte, assinado por Contador ou Técnico em
(1)
Contabilidade, com registro no Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.

Art. 4º A empresa que apresentar o Balanço Social receberá da Câmara Municipal de Porto Alegre o
Selo da Cidadania.

Parágrafo único. O Selo da Cidadania de que trata o caput deste artigo será entregue em Sessão
Solene do Poder Legislativo Municipal.

Art. 5º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da sua
publicação.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 05 de janeiro de 1998.

Raul Pont – Prefeito


Cezar Alvarez – Secretário Municipal de Administração.

(1) Artigo alterado pela Lei nº 8.197, de 22-07-98.


ANEXO D

Conteúdo do Relatório (resumido)

1. Visão e estratégia
Descrição da estratégia da organização em relação à sustentabilidade, incluindo uma
declaração do CEO.
1.1 Declaração da visão e estratégia da organização em relação a sua contribuição para o
desenvolvimento sustentável.
1.2 Declaração do CEO (ou cargo sênior equivalente) descrevendo elementos chaves do
relatório.

2. Perfil
Visão geral da estrutura da organização e operações e do escopo do relatório.
Perfil Organizacional
2.1 Nome da organização.
2.2 Maiores produtos e/ou serviços, incluindo marcas se apropriado.
2.3 Estrutura operacional da organização.
2.4 Descrição de maiores divisões, empresas operadoras, subsidiárias, e joint ventures.
2.5 Países nos quais há operações da organização.
2.6 Natureza de propriedade; forma legal.
2.7 Natureza dos mercados servidos.
2.8 Escala da organização.
2.9 Lista de partes interessadas, atributos chaves para cada uma e seu relacionamento
com a organização.
Escopo do Relatório
2.10 Pessoa(s) de contato para o relatório, incluindo endereços de e-mail e web
2.11 Período de relato (ex; ano fiscal/calendário) para a informação fornecida
2.12 Data do relatório anterior mais recente (se houver).
2.13 Limites do relatório (países / regiões, produtos / serviços, divisões / plantas / joint
ventures / subsidiárias) e quaisquer limitações específicas no escopo.
2.14 Mudanças significativas em tamanho, estrutura, propriedade, ou produtos / serviços
que ocorreram desde o relatório anterior.
2.15 Base para relato sobre joint ventures, subsidiárias de propriedade parcial, plantas
alugadas, operações, e outras situações que podem significativamente afetar a
comparabilidade de período a período e / ou entre organizações.
2.16 Explicação da natureza e efeito de quaisquer re-declarações de informação dada em
relatórios anteriores, e as razões para tal re-declaração (ex: fusões/aquisições, mudança
de anos/períodos base, natureza de negócios, métodos de medição).
Perfil do Relatório
2.17 Decisões de não aplicar os princípios GRI ou protocolos na preparação do relatório.
2.18 Critério/definições utilizados em qualquer contabilidade para custos e benefícios
econômicos, ambientais, e sociais.
2.19 Mudanças significativas de anos anteriores nos métodos de mensuração aplicados a
informações econômicas, ambientais e sociais chaves.
2.20 Políticas e práticas internas para melhorar e prover garantia sobre a relevância,
completude, e veracidade do relatório de sustentabilidade.
2.21 Política e prática atual com relação à providência de garantia independente para
todo o relatório.
2.22 Meios pelos quais leitores do relatório podem obter informação adicional e relatórios
sobre aspectos econômicos, ambientais e sociais das atividades da organização, incluindo
informação
de plantas específicas (se disponível).
3. Estrutura de Governança e Sistemas de Gestão
Descrição da estrutura organizacional, políticas, e sistemas de gestão, incluindo os
esforços de engajamento de partes interessadas.
Estrutura e Governança
3.1 Estrutura de governança da organização, incluindo comitês maiores nos quais o
conselho de diretores que são responsáveis por estabelecer a estratégia e por dirigir a
organização.
3.2 Porcentagem do conselho de diretores que são independentes, diretores não-
executivos.
3.3 Processo para determinar expertise que os membros do conselho precisam para guiar
a direção estratégica da organização, incluindo assuntos relacionados a riscos e
oportunidades ambientais e sociais.
3.4 Processos em nível de conselho para dirigir a identificação e gestão dos riscos e
oportunidades econômicas, ambientais e sociais da organização.
3.5 Ligação entre proventos executivos e alcance de metas financeiras e não-financeiras
da organização (ex. desempenho ambiental, práticas trabalhistas).
3.6 Estrutura organizacional e indivíduos chave responsáveis pela direção,
implementação, e auditoria de políticas econômicas, ambientais, sociais e outras
relacionadas.
3.7 Declarações de missão e valores, códigos de conduta ou de princípios desenvolvidos
internamente, e políticas relevantes para o desempenho econômico, ambiental e social e
status de implementação.
3.8 Mecanismos para acionistas providenciarem recomendações ou direção ao conselho
de diretores.
Engajamento de partes interessadas
3.9 Base para identificação e seleção das maiores partes interessadas
3.10 Metodologias para consulta a partes interessadas relatadas em termos de
freqüência de consulta por tipo e por grupo de parte interessada.
3.11 Tipo de informação gerada pelas consultas de partes interessadas.
3.12 Uso da informação resultante de engajamento de partes interessadas.
Princípios Orientadores e Sistemas de Gestão
3.13 Explicação se e como a forma ou princípio de precaução é tratado pela organização.
3.14 Comitês, conjunto de princípios ou outras iniciativas econômicas, ambientais e
sociais voluntárias e externamente desenvolvidas dos quais a organização segue ou
assina.
3.15 Principais participações como membro em associações industriais e de negócios,
e/ou ONGs nacionais/internacionais
3.16 Políticas e/ou sistemas para gerenciar impactos gerados, incluindo:
. Gestão da cadeia de fornecimento e desempenho ambiental e social do fornecedor; e
. Iniciativas de excelência sobre produtos e serviços.
3.17 Forma da organização para gerenciar impactos indiretos econômicos, ambientais e
sociais resultantes de suas atividades.
3.18 Maiores decisões durante o período de relato a respeito da localização ou mudanças
nas operações.
3.19 Programas e procedimentos relacionados com o desempenho econômico, ambiental
e social.
Inclui a discussão de:
. Determinação de prioridades e metas;
. Programas para melhoria de desempenho;
. Comunicação e treinamento interno;
. Monitoramento do desempenho;
. Auditoria interna e externa; e
. Análise crítica da alta direção.
3.20 Status de certificações relacionadas a sistemas de gestão econômica, ambiental e
social.
4. Índice de Conteúdo GRI
Tabela fornecida pela organização identificando onde a informação listada nas Diretrizes
está localizada dentro do relatório da organização.
5. Indicadores de performance
Medem o impacto ou esforço da organização dividido em indicadores de desempenho
integrado, econômico, ambiental e social. Dentro do contexto do GRI, os indicadores de
desempenho podem ser tanto quantitativos quanto qualitativos.
ANEXO E

INDICADORES ETHOS

• Valores, Transparência e Governança - Valores e princípios éticos formam a


base da cultura de uma empresa, orientando sua conduta e fundamentando sua
missão social. A noção de responsabilidade social empresarial decorre da
compreensão de que a ação das empresas deve, necessariamente, buscar trazer
benefícios para a sociedade, propiciar a realização profissional dos empregados,
promover benefícios para os parceiros e para o meio ambiente e trazer retorno
para os investidores. A adoção de uma postura clara e transparente no que diz
respeito aos objetivos e compromissos éticos da empresa fortalece a legitimidade
social de suas atividades, refletindo-se positivamente no conjunto de suas
relações.
• Público Interno - A empresa socialmente responsável não se limita a respeitar
os direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista e nos
padrões da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ainda que esse seja
um pressuposto indispensável. A empresa deve ir além e investir no
desenvolvimento pessoal e profissional de seus empregados, bem como na
melhoria das condições de trabalho e no estreitamento de suas relações com os
empregados. Também deve estar atenta para o respeito às culturas locais,
revelado por um relacionamento ético e responsável com as minorias e
instituições que representam seus interesses.
• Meio Ambiente - A empresa deve criar um sistema de gestão que assegure que
ela não contribui com a exploração predatória e ilegal de nossas florestas. Alguns
produtos utilizados no dia-a-dia em escritórios e fábricas como papel,
embalagens, lápis etc têm uma relação direta com este tema e isso nem sempre
fica claro para as empresas.Outros materiais como madeiras para construção
civil e para móveis, óleos, ervas e frutas utilizadas na fabricação de
medicamentos, cosméticos, alimentos etc devem ter a garantia de que são
produtos florestais extraídos legalmente contribuindo assim para o combate à
corrupção neste campo.
• Fornecedores - A empresa socialmente responsável envolve-se com seus
fornecedores e parceiros, cumprindo os contratos estabelecidos e trabalhando
pelo aprimoramento de suas relações de parceria. Cabe à empresa transmitir os
valores de seu código de Conduta a todos os participantes de sua cadeia de
fornecedores, tomando-o como orientador em casos de conflitos de interesse. A
empresa deve conscientizar-se de seu papel no fortalecimento da cadeia de
fornecedores, atuando no desenvolvimento dos elos mais fracos e na valorização
da livre concorrência.
• Consumidores e Clientes - A responsabilidade social em relação aos clientes e
consumidores exige da empresa o investimento permanente no desenvolvimento
de produtos e serviços confiáveis, que minimizem os riscos de danos à saúde
dos usuários e das pessoas em geral. A publicidade de produtos e serviços deve
garantir seu uso adequado. Informações detalhadas devem estar incluídas nas
embalagens e deve ser assegurado suporte para o cliente antes, durante e após
o consumo. A empresa deve alinhar-se aos interesses do cliente e buscar
satisfazer suas necessidades.
• Comunidade - A comunidade em que a empresa está inserida fornece-lhe infra-
estrutura e o capital social representado por seus empregados e parceiros,
contribuindo decisivamente para a viabilização de seus negócios. O investimento
pela empresa em ações que tragam benefícios para a comunidade é uma
contrapartida justa, além de reverter em ganhos para o ambiente interno e na
percepção que os clientes têm da própria empresa. O respeito aos costumes e
culturas locais e o empenho na educação e na disseminação de valores sociais
devem fazer parte de uma política de envolvimento comunitário da empresa,
resultado da compreensão de seu papel de agente de melhorias sociais.
• Governo e Sociedade - Construção da Cidadania pelas Empresas. É importante
que a empresa procure assumir o seu papel natural de formadora de cidadãos.
Programas de conscientização para a cidadania e importância do voto para seu
público interno e comunidade de entorno são um grande passo para que a
empresa possa alcançar um papel de liderança na discussão de temas como
participação popular e corrupção.
ANEXO F

Balanço Social Anual das Cooperativas / 2006


1 - Identificação
Ramo de atividade: ( ) agropecuário ( ) consumo ( ) crédito ( )
Nome da cooperativa: educacional
( ) especial ( ) infra-estrutura ( ) habitacional ( ) mineral ( ) produção ( )
CNPJ: saúde
Tempo de existência: ( ) turismo e lazer ( ) trabalho ( ) transporte ( ) outro ____________
Atuação da cooperativa: ( ) local ( ) regional ( ) nacional / ( ) urbana ( )
Responsável pelo preenchimento: rural
2 - Indicadores de Corpo Funcional 2006 2005
Cooperados(a
s) Empregados(as) Nº TOTAL Cooperados(as) Empregados(as) Nº TOTAL
Nº de pessoas na cooperativa (em 31/12) 0 0 0 0 0 0
Nº de admissões durante o período 0 0 0 0 0 0
Nº de saídas e demissões durante o período 0 0 0 0 0 0
Nº de trabalhadores(as) terceirizados(as) 0 0
Nº de pessoas com funções administrativas 0 0 0 0 0 0
Nº de pessoas não-alfabetizadas 0 0 0 0 0 0
Nº de mulheres que trabalham na cooperativa 0 0 0 0 0 0
% de cargos de chefia ocupados por mulheres 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Remuneração média das mulheres R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Remuneração média dos homens R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Nº de negros(as) que trabalham na cooperativa 0 0 0 0 0 0
% de cargos de chefia ocupados por negros(as) 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Remuneração média dos(as) negros(as) R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Remuneração média dos(as) brancos(as) R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Nº de portadores(as) de deficiência ou
necessidades especiais 0 0 0 0 0 0
3 - Indicadores de organização e
gestão 2006 2005

Procedimento para integralização das quotas- ( ) pagamento à vista ( ) desconto de ( ) pagamento à vista ( ) desconto de
partes débitos trabalhistas ( ) desconto débitos trabalhistas ( ) desconto parcelado
parcelado das retiradas ( ) sem das retiradas ( ) sem capital social ( )
capital social ( ) outro _ outro _
Valor da maior remuneração repassada ao(à)
cooperado(a) R$ 0,00 R$ 0,00
Valor da menor remuneração repassada ao(à)
cooperado(a) R$ 0,00 R$ 0,00
Valor do maior salário pago ao(à)
empregado(a) R$ 0,00 R$ 0,00
Valor do menor salário pago ao(à)
empregado(a) R$ 0,00 R$ 0,00
Destino das sobras ( ) investimentos ( ) rateio entre os(as) ( ) investimentos ( ) rateio entre os(as)
cooperados(as) ( ) fundos ( ) outro cooperados(as) ( ) fundos ( ) outro
______ ______
Fundos existentes ( ) fundo de reserva ( ) fundo para
( ) fundo de reserva ( ) fundo para
educação ( ) outro
educação ( ) outro _______________
_______________
Espaço de deliberação sobre o destino das ( ) conselho administrativo ( ) conselho ( ) conselho administrativo ( ) conselho
sobras ou débitos fiscal ( ) assembléia ( ) outro fiscal ( ) assembléia ( ) outro
_______ _______
Parâmetro utilizado para distribuição das sobras ( ) proporcional às retiradas ( ) em partes ( ) proporcional às retiradas ( ) em partes
entre os(as) cooperados(as) iguais ( ) proporcional às quotas- iguais ( ) proporcional às quotas-partes
partes ( ) outro ______ ( ) outro ______
Quantidade de assembléias realizadas 0 0
Freqüência média nas assembléias pelos(as)
cooperados(as) 0,0% 0,0%
Decisões submetidas à assembléia ( ) investimentos ( ) destino das sobras ( ) investimentos ( ) destino das sobras ou
ou perdas ( ) pagamento de credores ( perdas ( ) pagamento de credores ( )
) novos produtos ( ) novos produtos ( ) admissão/afastamento de
admissão/afastamento de sócio ( ) outro sócio ( ) outro ______
______
Outros órgãos sociais existentes na cooperativa 0 0
Renovação dos cargos diretivos ( ) 1/3 ( ) 2/3 ( ) total ( ) sem ( ) 1/3 ( ) 2/3 ( ) total ( ) sem
renovação renovação
Freqüência do(s) instrumento(s) de prestação ( ) diário ( ) semanal ( ) quinzenal ( ) ( ) diário ( ) semanal ( ) quinzenal ( )
de contas mensal ( ) outra _______________ mensal ( ) outra _______________
Critério principal para admissão de novos(as) ( ) experiência ( ) idade ( )
( ) experiência ( ) idade ( ) conhecimento
cooperados(as) conhecimento sobre cooperativismo
sobre cooperativismo ( ) participação na
( ) participação na comunidade ( )
comunidade ( ) parentesco ( ) outro ______
parentesco ( ) outro ______
Critério principal para afastamento de ( ) desempenho na função ( )
( ) desempenho na função ( ) cumprimento
cooperados(as) cumprimento de horário ( )
de horário ( ) comportamento cooperativo
comportamento cooperativo
( ) outro _________
( ) outro _________
Espaços de representação do cooperativismo em ( ) OCB ( ) Anteag ( ) ADS/CUT
( ) OCB ( ) Anteag ( ) ADS/CUT
que a cooperativa atua ( ) Concrab/MST ( ) outro
( ) Concrab/MST ( ) outro ______________
______________
Número de cooperados(as) sindicalizados(as) 0 0
A cooperativa apóia a organização de outros ( ) sim, oferecendo assessoria ( )
( ) sim, oferecendo assessoria ( ) sim,
empreendimentos de tipo cooperativo sim, emprestando recursos materiais
emprestando recursos materiais e/ou humanos
e/ou humanos ( ) não ( ) outros
( ) não ( ) outros apoios _______
apoios _______
Principais parceiras e apoios ( ) sindicato ( ) ONGs ( )
( ) sindicato ( ) ONGs ( ) Sescoop/OCB Sescoop/OCB ( )
( ) instituição religiosa ( ) governo federal instituição religiosa ( ) governo
( ) estadual ( ) municipal ( ) outros ______ federal ( ) estadual (
) municipal ( ) outros ______
Principal fonte de crédito 0 0
Número total de acidentes de trabalho 0 0
Exitem medidas concretas em relação à saúde e ( ) não ( ) sim, fornecendo
segurança no ambiete de trabalho? equipamentos ( )
( ) não ( ) sim, fornecendo equipamentos
sim, realizando campanhas,
( ) sim, realizando campanhas, capacitações e
capacitações e fornecendo
fornecendo equipamentos ( ) organização de
equipamentos ( ) organização de
comissões ( ) outras _______________
comissões ( ) outras
_______________
A participação de cooperados(as) no planejamento ( ) não ocorre ( ) ocorre em nível
( ) não ocorre ( ) ocorre em nível de chefia
da cooperativa: de chefia ( ) ocorre
( ) ocorre em todos os níveis
em todos os níveis
A cooperativa costuma ouvir os(as) cooperados(as) ( ) não ( ) sim, sem data definida
( ) não ( ) sim, sem data definida
para solução de problemas e/ou na hora de buscar ( ) sim, periodicamente com data
( ) sim, periodicamente com data definida
soluções? definida
4 - Indicadores econômicos (em R$)
2006 2005
Faturamento bruto
0,00 0,00
Receitas sobre aplicações fianceiras em 31/12
0,00 0,00
Total das dívidas em 31/12
0,00 0,00
Patrimônio da cooperativa
0,00 0,00
Patrimônio de terceiros
0,00 0,00
Impostos e contribuições
0,00 0,00
Remuneração dos(as) cooperados(as) - não inclui
benefícios 0,00 0,00
Folha de pagamento/salários e encargos
0,00 0,00
Valor da quota-parte
0,00 0,00
Sobras ou perdas do exercício
0,00 0,00
Fundos
0,00 0,00
5 - Indicadores sociais internos
(benefícios para cooperados(as) e empregados(as) 2006 2005
- em R$)
Cooperados(a Empregados(a Cooperados(a
s) s) s) Empregados(as)
Alimentação 0,00 0,00 0,00 0,00
Saúde 0,00 0,00 0,00 0,00
Segurança no trabalho 0,00 0,00 0,00 0,00
Investimentos em cultura e/ou lazer 0,00 0,00 0,00 0,00
nº de nº de nº de nº de beneficiários(as):
beneficiários(as): beneficiários(as): beneficiários(as):
Educação/alfabetização, ensino fundamental,
médio 0 0 0 0
ou superior nº de nº de nº de nº de beneficiários(as):
beneficiários(as): beneficiários(as): beneficiários(as):
Capacitação profissional 0 0 0 0
nº de nº de nº de nº de beneficiários(as):
beneficiários(as): beneficiários(as): beneficiários(as):
Capacitação em gestão cooperativa 0 0 0 0
nº de nº de nº de nº de beneficiários(as):
beneficiários(as): beneficiários(as): beneficiários(as):
Creche ou auxílio-creche 0,00 0,00 0,00 0,00
Ações ambientais relativas à produção/operação 0,00 0,00 0,00 0,00
Outros 0,00 0,00 0,00 0,00
6 - Indicadores sociais externos 2006 2005
(investimentos na comunidade - em R$)
Compras de outras cooperativas 0,00 0,00
Vendas para outras cooperativas 0,00 0,00
Venda de bens e/ou serviços terceirizados 0,00 0,00
Investimentos em programas e/ou projetos
ambientais externos 0,00 0,00
Investimentos em cultura e lazer 0,00 0,00
nº de pessoas beneficiadas ___ nº de pessoas beneficiadas ___
nº de entidades beneficiadas ___ nº de entidades beneficiadas ___
Investimentos em educação/alfabetização para a
comunidade 0,00 0,00
nº de pessoas beneficiadas ___ nº de pessoas beneficiadas ___
nº de entidades beneficiadas ___ nº de entidades beneficiadas ___
Gastos com ações sociais/doações (financeiras,
produtos e/ou serviços)/ajudas humanitárias 0,00 0,00
nº de pessoas beneficiadas ___ nº de pessoas beneficiadas ___
nº de entidades beneficiadas ___ nº de entidades beneficiadas ___
Outros 0,00 0,00
Total dos investimentos sociais
externos 0,00 0,00
7 - Outras informações
0
ANEXO G

Balanço Social / 2006 Modelo para instituições de ensino,


fundações e organizações sociais
1 - Identificação

Nome da instituição: Tipo/categoria (conforme instruções):


Natureza jurídica:[ ] associação [ ] fundação [ ] sociedade sem fins lucrativos?[ ] sim [ ] não Isenta da cota patronal do INSS?[ ]sim
[ ] não
Possui Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS)? [ ] sim [ ] não Possui registro no: [ ] CNAS [ ] CEAS [ ]
CMAS
De utilidade pública? [ ] não Se sim, [ ] federal [ ] estadual [ ] municipal Classificada como OSCIP (lei 9790/99)? [ ] sim [ ] não
2006 2005
2 - Origem dos recursos Valor (mil Valor (mil
reais) reais)
Receitas Totais 0 100% 0 100%
a. Recursos governamentais (subvenções) 0 0,00% 0 0,00%
b. Doações de pessoas jurídicas 0 0,00% 0 0,00%
c. Doações de pessoas físicas 0 0,00% 0 0,00%
d. Contribuições 0 0,00% 0 0,00%
e. Patrocínios 0 0,00% 0 0,00%
f. Cooperação internacional 0 0,00% 0 0,00%
g. Prestação de serviços e/ou venda de produtos 0 0,00% 0 0,00%
h. Outras receitas 0 0,00% 0 0,00%
2006 2005
3 - Aplicação dos recursos Valor (mil Valor (mil
reais) reais)
Despesas Totais 0 100% 0 100%
a. Projetos, programas e ações sociais (excluindo pessoal) 0 0,00% 0 0,00%
b. Pessoal (salários + benefícios + encargos) 0 0,00% 0 0,00%
c. Despesas diversas (somatório das despesas abaixo) 0 0,00% 0 0,00%
Operacionais 0 0,00% 0 0,00%

Impostos e taxas 0 0,00% 0 0,00%

Financeiras 0 0,00% 0 0,00%

Capital (máquinas + instalações + equipamentos) 0 0,00% 0 0,00%

Outras (que devem ser discriminadas conforme relevância) 0 0,00% 0 0,00%

4 - Indicadores sociais internos (Ações e 2006 % sobre 2005 % sobre metas


benefícios para os(as) funcionários(as)) Valor (mil receita Valor (mil receita 2007
reais) reais)
a. Alimentação 0 0,00% 0 0,00% 0
b. Educação 0 0,00% 0 0,00% 0
c. Capacitação e deenvolvimento profissional 0 0,00% 0 0,00% 0
d. Creche ou auxílio-creche 0 0,00% 0 0,00% 0
e. Saúde 0 0,00% 0 0,00% 0
f. Segurança e medicina no trabalho 0 0,00% 0 0,00% 0
g. Transporte 0 0,00% 0 0,00% 0
h. Bolsas/estágios 0 0,00% 0 0,00% 0
i. Outros 0 0,00% 0 0,00% 0
Total - Indicadores sociais internos 0 0,00% 0 0,00% 0

5 - Projetos, ações e contribuições para a sociedade (Ações e 2006 % sobre 2005 % sobre metas
programas aqui listados são exemplos, ver instrução) Valor (mil receita Valor (mil receita 2007
reais) reais)
a. Assistência jurídica R$
R$ R$ ______
_________ 0,00% _________ 0,00% _
Nº pessoas Nº pessoas
beneficiadas: Nº beneficiadas: Nº _______
entidades beneficiadas: entidades beneficiadas: _______
b. Diversidade, etnia e questão racial
R$ _________ 0,00% R$ _________ 0,00% R$ _______
Nº pessoas Nº pessoas
beneficiadas: Nº beneficiadas: Nº _______
entidades beneficiadas: entidades beneficiadas: _______
c. Educação popular/alfabetização de jovens e
adultos(as) R$ _________ 0,00% R$ _________ 0,00% R$ _______
Nº pessoas Nº pessoas
beneficiadas: Nº beneficiadas: Nº _______
entidades beneficiadas: entidades beneficiadas: _______
d. Empreendedorismo/apoio e capacitação
R$ _________ 0,00% R$ _________ 0,00% R$ _______
Nº pessoas Nº pessoas
beneficiadas: Nº beneficiadas: Nº _______
entidades beneficiadas: entidades beneficiadas: _______
e. Segurança alimentar / combate à fome
R$ _________ 0,00% R$ _________ 0,00% R$ _______
Nº pessoas Nº pessoas
beneficiadas: Nº beneficiadas: Nº _______
entidades beneficiadas: entidades beneficiadas: _______
Valores totais R$ 0 0,00% R$ 0 0,00% R$ 0
6 - Outros indicadores 2006 2005 metas 2007

Nº total de alunos(as) 0 0 0
Nº de alunos(as) com bolsas integrais 0 0 0
Valor total das bolsas integrais R$ R$ R$
Nº de alunos(as) com bolsas parciais 0 0 0
Valor total das bolsas parciais R$ R$ R$
Nº de alunos(as) com bolsas de Iniciação Científica e
de Pesquisa 0 0 0
Valor total das bolsas de Iniciação Científica e de R$ R$ R$
Pesquisa
7 - Indicadores sobre o corpo funcional 2006 2005 metas 2007

Nº total de empregados(as) ao final do período 0 0 0


Nº de admissões durante o período 0 0 0
Nº de prestadores(as) de serviço 0 0 0
% de empregados(as) acima de 45 anos % % %
Nº de mulheres que trabalham na instituição 0 0 0
% de cargos de chefia ocupados por mulheres % % %
Idade média das mulheres em cargos de chefia 0 0 0
Salário médio das mulheres R$ R$ R$
Idade média dos homens em cargos de chefia 0 0 0
Salário médio dos homens R$ R$ R$
Nº de negros(as) que trabalham na instituição 0 0 0
% de cargos de chefia ocupados por negros(as) % % %
Idade média dos(as) negros(as) em cargos de chefia 0 0 0
Salário médio dos(as) negros(as) R$ R$ R$
Nº de brancos(as) que trabalham na instituição 0 0 0
Salário médio dos(as) brancos(as) R$ R$ R$
Nº de estagiários(as) 0 0 0
Nº de voluntários(as) 0 0 0
Nº portadores(as) necessidades especiais 0 0 0
Salário médio portadores(as) necessidades especiais R$ R$ R$
8 - Qualificação do corpo funcional 2006 2005 metas 2007

Nº total de docentes 0 0 0
Nº de doutores(as) 0 0 0

Nº de mestres(as) 0 0 0

Nº de especializados(as) 0 0 0
Nº de graduados(as) 0 0 0
Nº total de funcionários(as) no corpo técnico e
administrativo 0 0 0
Nº de pós-graduados (especialistas, mestres e
doutores) 0 0 0

Nº de graduados(as) 0 0 0

Nº de graduandos(as) 0 0 0

Nº de pessoas com ensino médio 0 0 0

Nº de pessoas com ensino fundamental 0 0 0

Nº de pessoas com ensino fundamental incompleto 0 0 0

Nº de pessoas não-alfabetizadas 0 0 0

9 - Informações relevantes quanto à ética,


2006 metas 2007
transparência e responsabilidade social

Relação entre a maior e a menor remuneração


0,0 0,0
O processo de admissão de empregados(as) é: __% por indicação __% por __% por indicação __% por
seleção/concurso seleção/concurso
A instituição desenvolve alguma política ou
ação de valorização da diversidade em seu [ ] sim, institucionalizada [ ] sim, institucionalizada
quadro funcional? [ ] sim, não institucionalizada [ ] não [ ] sim, não institucionalizada [ ] não
Se "sim" na questão anterior, qual?
[ ] negros [ ] gênero [ ] opção sexual [ ] negros [ ] gênero [ ] opção sexual
[ ] portadores(as) de necessidades [ ] portadores(as) de necessidades
especiais especiais
[ ] _______________________ [ ] _______________________
A organização desenvolve alguma política ou
ação de valorização da diversidade entre [ ] sim, institucionalizada [ ] sim, institucionalizada
alunos(as) e/ou beneficiários(as)? [ ] sim, não institucionalizada [ ] não [ ] sim, não institucionalizada [ ] não
Se "sim" na questão anterior, qual?
[ ] negros [ ] gênero [ ] opção sexual [ ] negros [ ] gênero [ ] opção sexual
[ ] portadores(as) de necessidades [ ] portadores(as) de necessidades
especiais especiais
[ ] _____________________ [ ] _______________________
Na seleção de parceiros e prestadores de
serviço, critérios éticos e de responsabilidade [ ] não são considerados [ ] não são considerados
social e ambiental: [ ] são sugeridos [ ] são exigidos [ ] são sugeridos [ ] são exigidos
A participação de empregados(as) no [ ] não ocorre [ ] ocorre em nível de [ ] não ocorre [ ] ocorre em nível de
planejamento da instituição: chefia chefia
[ ] ocorre em todos os níveis [ ] ocorre em todos os níveis
Os processos eleitorais democráticos para
escolha dos coordenadores(as) e diretores(as) [ ] não ocorrem [ ] ocorrem regularmente [ ] não ocorrem [ ] ocorrem regularmente
da organização: [ ] ocorrem somente p/cargos intermediários [ ] ocorrem somente p/cargos intermediários
A instituição possui Comissão/Conselho de [ ] todas ações/atividades [ ] ensino e [ ] todas ações/atividades [ ] ensino e
Ética para o acompanhamento de: pesquisa pesquisa
[ ] experimentação animal/vivissecção [ ] experimentação animal/vivissecção
[ ] não tem [ ] não tem
10 - Outras Informações
0
ANEXO H

Balanço Social Anual da MPE / 2006


1 - Identificação

Nome da empresa:
Atividade econômica: [ ] comércio [ ] indústria [ ] serviço [ ] agronegócio Opção ao simples? [ ] não [ ] sim [ ] Municipal [ ] Estadual [ ]
Federal
2006 2005
2 - Indicadores econômicos % %
sobre o sobre o
Valores em R$ FB Valores em R$ FB
Faturamento bruto (FB) 0 0
Impostos e contribuições 0 0,00% 0 0,00%
Folha de pagamento e encargos sociais 0 0,00% 0 0,00%
2006 2005
3 - Indicadores sociais internos % %
(investimentos sociais para funcionários - ver instruções) sobre o sobre o
Valores em R$ FB Valores em R$ FB
Alimentação 0 0,00% 0 0,00%
Saúde 0 0,00% 0 0,00%
Segurança no trabalho 0 0,00% 0 0,00%
Educação/alfabetização, ensino fundamental, médio ou
superior 0 0,00% 0 0,00%
Capacitação e desenvolvimento profissional 0 0,00% 0 0,00%
Creche ou auxílio-creche 0 0,00% 0 0,00%
Outros 0 0,00% 0 0,00%
Total dos investimentos sociais internos 0 0,00% 0 0,00%
2006 2005
4 - Indicadores sociais externos % %
(investimentos na comunidade - ver instruções) sobre o sobre o
Valores em R$ FB Valores em R$ FB
Gastos com filantropia/doações (financeiras, produtos 0 0,00% 0 0,00%
e/ou serviços)/ajudas humanitárias Nº pessoas beneficiadas: Nº pessoas beneficiadas:
Nº entidades beneficiadas: Nº entidades beneficiadas:
Investimentos e incentivos ao voluntariado 0 0,00% 0 0,00%
Nº pessoas beneficiadas: Nº pessoas beneficiadas:
Nº entidades beneficiadas: Nº entidades beneficiadas:
Investimentos em cultura/projetos culturais e/ou 0 0,00% 0 0,00%
artísticos Nº pessoas beneficiadas: Nº pessoas beneficiadas:
Nº entidades beneficiadas: Nº entidades beneficiadas:
Investimentos em educação/alfabetização 0 0,00% 0 0,00%
Nº pessoas beneficiadas: Nº pessoas beneficiadas:
Nº entidades beneficiadas: Nº entidades beneficiadas:
Outros 0 0,00% 0 0,00%
Nº pessoas beneficiadas: Nº pessoas beneficiadas:
Nº entidades beneficiadas: Nº entidades beneficiadas:
Total dos investimentos sociais externos
(R$ e % sobre FB) 0 0,00% 0 0,00%
2006 2005
5 - Indicadores do corpo funcional Empresário(a) Empregados(as Nº Total Empresário(a) Empregados(as Nº Total
/Sócios(as) ) /Sócios(as) )

Nº de pessoas que trabalham na empresa (em 31/12) 0 0 0 0 0 0


Nº de admissões e novos(as) sócios(as) no período 0 0 0 0 0 0
Nº de demissões e saídas no período 0 0 0 0 0 0
Nº de pessoas beneficiadas com o primeiro emprego 0 0 0 0
Nº de estagiários(as) durante o período 0 0 0 0
Nº de pessoas com grau de parentesco com os(as)
sócios(as) 0 0 0 0 0 0
Nº de pessoas não-alfabetizadas 0 0 0 0 0 0
Nº de pessoas acima de 45 anos 0 0 0 0 0 0
Nº de mulheres que trabalham na empresa 0 0 0 0 0 0
Nº de negros(as) que trabalham na empresa 0 0 0 0 0 0
Nº de portadores(as) de deficiência ou necessidades
especiais 0 0 0 0 0 0
Nº de pessoas da MPE realizando trabalho voluntário na
comunidade 0 0 0 0 0 0
6 - Indicadores relevantes quanto ao
2006 metas 2007
exercício da cidadania empresarial
Relação entre a maior e a menor
remuneração na empresa 0,0 0,0
Número total de acidentes de trabalho 0 0
A empresa costuma ouvir os(as)
funcionários(as) [ ] Não [ ] Sim, sem data definida [ ] Não [ ] Sim, sem data definida
para solução de problemas e/ou na hora de
buscar [ ] Sim, periodicamente com data definida [ ] Sim, periodicamente com data definida
soluções?

Existem medidas concretas em relação à [ ] Não [ ] Sim, fornecendo equipamentos [ ] Não [ ] Sim, fornecendo equipamentos
segurança, à saúde e para garantir um bom [ ] Sim, realizando campanhas, capacitações [ ] Sim, realizando campanhas, capacitações
ambiente de trabalho na empresa? e fornecendo equipamentos e fornecendo equipamentos
A empresa estimula a educação básica,
ensino [ ] Não [ ] Sim, para os(as) sócios(as) [ ] Não [ ] Sim, para os(as) sócios(as)
médio e superior (supletivo e regular) dos(as) [ ] Sim, para todos(as) [ ] Sim, para todos(as)
funcionários(as)?
A empresa adota como prática
selecionar/contratar [ ] Não [ ] Sim, parte do corpo funcional [ ] Não [ ] Sim, parte do corpo funcional
pessoas nas comunidades próximas? [ ] Sim, todos(as) os(as) funcionários(as) [ ] Sim, todos(as) os(as) funcionários(as)

A empresa adota uma política regular de [ ] Não [ ] Sim, para algumas pessoas [ ] Não [ ] Sim, para algumas pessoas
participação nos lucros ou resultados? [ ] Sim, para todos(as) [ ] Sim, para todos(as)

7 - Outras Informações

0
ANEXO I

Prezadas
Com os meus cumprimentos seguem as respostas:
Prof. Antônio Lopes de Sá
1 - Na sua concepção, qual a importância da Responsabilidade Social (RS) para a
sociedade atualmente?

Trata-se de um dever ético; assim como possuímos responsabilidades conosco


devemos igualmente possuí-la em relação a terceiros.
2 - Para o Sr., o Balanço Social (BS), pode ser compreendido como uma evolução
das demonstrações contábeis?

Sem dúvida é um passo à frente e que começou a ser dado já há quase 100
anos.
3 - Qual a importância da utilização e utilidade do BS atualmente, em sua opinião?

Evidenciar a importância da participação das empresas em relação aos


valores humanos e da vida no planeta.
4 - Qual a importância da utilização e utilidade da Demonstração do Valor
Adicionado (DVA)?

Mensurar a referida expressão de valor da empresa face ao mundo externo à


mesma.
5 - Em sua visão, a obrigatoriedade por força de lei da elaboração do BS é
interessante?

Assim como as relações de direito devem ser obrigações o mesmo deve ocorrer
face às demais, no caso a relativa aos valores da vida em sociedade.
6 - Qual a norma ou medida mais recente em relação ao BS em tramitação no CFC,
CVM, IBRACON, etc., para a regulamentação do BS no país?

As entidades referidas estão todas na atualidade empenhadas em enfocar a


matéria e já se manifestaram sobre isso. A questão, é, portanto, do momento.
7 - Na sua opinião, a padronização do BS é importante para o pleno entendimento,
divulgação e análise do BS?

A padronização deve ser um veículo de orientação e não uma camisa de ferro,


pois, as empresas e instituições possuem particularidades.
8 - É de seu conhecimento algum modelo que seja usado atualmente, que facilite o
processo de padronização do BS?

Já é expressivo o número de empresas que adota o Balanço dito Social (na


verdade ele não é um balanço social, mas de participação social do
empreendimento.)
9 - Qual a abordagem do Neopatrimonialismo em relação à Responsabilidade Social
e o BS?

A doutrina Neopatrimonialista está fundamentada em metodologia holística;


em decorrência disso tudo o que se encontra fora do patrimônio, mas, sobre
ele influi ou recebe influências é objeto de indagação no Neopatrimonialismo.
10 - Somente as grandes organizações deveriam se preocupar com os aspectos de
RS e suas demonstrações?

Preocupações todos devem necessariamente ter em relação ao social,


ambiental e humano, mas, as pequenas empresas não possuem estruturas
para atender a tal exigência, pois demanda controles especiais onerosos.

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