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IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA SEGURANÇA

AMBIENTAL E NA SAÚDE PÚBLICA

M. Fátima Alpendurada

Laboratório de Hidrologia da F.F.U.P./IAREN- Instituto da Água da Região Norte


Rua Aníbal Cunha, 164-4050 Porto-Portugal

Sumário: A disposição de resíduos químicos tem-se tornado num processo cada vez
mais complicado. A EPA (Environmental Protection Agency) e vários departamentos
de segurança de Universidades nos Estados Unidos, principalmente, tem vindo a
regulamentar a disposição e tratamento de resíduos perigosos para proteção da
saúde e do ambiente. No nosso País começa-se agora a despertar para esta
realidade, tendo a necessidade da acreditação dos laboratórios de análises
contribuido largamente para a concretização deste aspecto. Neste trabalho, são
apresentadas as preocupações nesta área, bem como são referidas algumas políticas
para a gestão dos resíduos produzidos nos laboratórios químicos.

Palavras chave: saúde pública, protecção do meio ambiente, tratamento de resíduos,


disposição de resíduos

Summary: Disposal of waste and unwanted chemicals has become increasingly


complicated. The U.S. Environmental Protection Agency (EPA) regulates the disposal
and treatment of hazardous waste, including waste laboratory chemicals. Following
these procedures help to protect health and the environment. In our country has began
this process in part by the necessity of laboratories accreditation. Concern in this area
is presented in this work as well as some policies on the management of the wastes
produced in chemical laboratories.

Keywords: public health, environmental protection, waste treatment, waste disposal

1- Introdução

É consensual e generalizada a necessidade de as empresas facultarem aos


empregados um ambiente de trabalho seguro. Mas poderão os laboratórios de
análises continuarem a ser uma excepção? Na verdade, a disposição dos resíduos
dos laboratórios pelo cano de esgoto é ainda a prática mais usada, sendo
encaminhados para as águas dos rios e do mar produtos químicos de elevada
toxicidade, capazes-para certas concentrações- de provocarem profundas alterações
nos sistemas ecológicos. No nosso país, não existe ainda nenhuma lei aplicável às
descargas dos laboratórios, que estabeleça as concentrações máximas de
determinados tóxicos perigosos neles manipulados. Parâmetros como o pH, caudal,
temperatura e carência bioquímica de oxigénio, poderiam ser um começo num
programa de monitorização. A segurança ambiental terá obrigatóriamente que passar
pela prevenção da poluição produzida pelos laboratórios, e, esta prevenção só poderá
ser efectiva através de um programa de gestão de resíduos. Ninguém tem dúvidas
que qualquar medida tomada no domínio da redução da poluição, irá diminuir a
quantidade de substâncias tóxicas ou de contaminantes que atingem o meio ambiente
antes de se ter procedido à rexciclagem, tratamento ou disposição, reduzindo assim o
perigo que representa para a saúde pública, meio ambiente e recursos hídricos. A
aplicação de técnicas de extracção conhecidas como “limpas” ou “verdes”, tais como
a extracção pelo fluido supercrítico e a extração em fase sólida, são modificações que
actualmente fazem parte da metodologia analítica. Estas técnicas constituem um
exemplo e um caminho a seguir, substituindo as técnicas de extracção líquido-líquido,
sempre morosas e consumidoras de grandes quantidades de solventes tóxicos. Mais
recentemente o aparecimento da técnica de microextração em fase sólida, veio
permitir uma ausência total do uso de solventes orgânicos na extracção. São muitos
os incentivos que podem ser explorados na prevenção da poluição nos laboratórios:
redução de custos, maior segurança, melhor imagem pública, maior credibilidade da
parte da opinião pública e dos organismos governamentais, e por último, uma razão
de peso: benefícios para a saúde pública e para o meio ambiente. Todas estas
modificações implicarão uma mudança nas mentalidades, e permitirão aos directores
dos laboratórios o desenvolvimento e implementação de novas metodologias, que
serão um incentivo para produzir mais e melhores resultados, contornando-se assim
aspectos normativos desajustados da realidade tecnológica disponível e desejável.

2- Segurança nos laboratórios

Os laboratórios devem ser espaços seguros e que não causem qualquer problema
para a saúde, sendo a responsabilidade da instituição, do director do laboratório, do
supervisor do pessoal e, finalmente dos técnicos que nele trabalham. O director do
laboratório deve pensar que os acidentes que acontecem nos laboratórios tem
sempre causas, podendo ser evitados após o estabelecimento de um programa de
segurança (1). O planeamento de tal programa deve ser feito convenientemente e em
tempo, descrevendo os procedimentos de rotina e de emergência, tendo em conta os
produtos químicos, biológicos e radioactivos usados. (2) O estabelecimento de
políticas, práticas e procedimentos para evitar a exposição do pessoal do laboratório a
materiais perigosos, constitui somente uma parte de um plano de segurança, pois é
necessária uma monitorização continuada. Os produtos mais usados são os ácidos e
as bases, compostos inorgânicos, metais, reagentes e solventes orgânicos. Destes
últimos há que evidenciar os álcoois, compostos clorados e hidrocarbonetos, muitos
dos quais possuem propriedades carcinogénicas. (3,4) Estes procedimentos
descrevem ainda métodos para reduzir a quantidade de resíduos produzidos num
laboratório, tratamentos e neutralização dos mesmos. Este documento contém uma
lista de procedimentos descritos por ordem alfabética do nome do produto químico,
classificação e método de disposição.

3- Gestão dos resíduos

Cada ano são produzidos mais de 180 milhões de megatoneladas de resíduos


perigosos em todo o mundo. Geralmente consideram-se resíduos perigosos todos os
que causam ou contribuem significativamente para a morte ou doenças irreversíveis,
ou os que constituem um perigo substancialmente presente ou potencial para a saúde
humana , bem como para o meio ambiente quando imprópriamente tratados,
armazenados, transportados ou dispostos. (5) Como é possível fazer uma gestão
efectiva de compostos perigosos e tão diferenciados? A EPA – Environmental
Protection Agency, tem regulamentação própria e cuidadosamente elaborada para
este fim. “The Resource Conservation And Recovery Act (RCRA) em 1976 confere à
EPA a responsabilidade do regulamento dos resíduos sólidos, parte destes resíduos
considerados como perigosos. Esta gestão refere-se à gestão dos resíduos
perigosos, resíduos de óleos, restrições da disposição no solo, prevendo assim o
acompanhamento dos residuos desde a produção à disposição final. (6)

4 – Prevenção da poluição no laboratório

Na hierarquia da gestão de resíduos da EPA, podem ser considerados quatro etapas


fundamentais: prevenção, reciclagem, tratamento e disposição.Como pode ser
definida a prevenção da poluição? Pela redução da poluição na origem conjuntamente
com outras práticas que reduzam ou eliminem os poluentes prioritáriamente a
qualquer outra etapa na hierarquia da gestão dos resíduos. (7) A redução na origem,
consiste em qualquer processo que reduza a quantidade de substâncias perigosas,
poluentes ou contaminantes que entram na corrente dos resíduos, ou no meio
ambiente antes da reciclagem, reduzindo os perigos para a saúde pública e para o
ambiente. Na figura 1 está indicada de um modo esquemático a redução da poluição
na origem. Nas figuras 2 e 3 estão esquematizados o processo de recuperação e da
disposição de resíduos. A disposição dos resíduos, exige um tratamento prévio em
unidades que alterem física, química ou biológicamente as características da
composição dos resíduos. É sempre preciso criar um espaço para armazenamento
temporário dos resíduos até o tratamento se iniciar. Os incentivos para a prevenção
da poluição podem ser vários: redução de custos e de responsabilidades, imagem
pública, maior credibilidade para os clientes e entidades regulamentadoras, menor
pressão dos organismos legais, benefício para a saúde publica e meio ambiente. Será
também de salientar a importância que a reciclagem pode apresentar.

5-Papel do analista

O analista pode ter um papel decisivo na redução da poluição produzida nos


laboratórios de análise. No estudo dos poluentes ambientais, são actualmente,
usados equipamentos de grande sofistificação que permitem uma boa separação e
quantificação de misturas complexas de poluentes, resultados esses que
posteriormente são analisados estatisticamente. No entanto a etapa que precede a
análise instrumental, e que é conhecida como preparação da amostra, obriga à
utilização de métodos, em alguns casos ainda baseados em técnicas do século
passado, como é o caso da extracção por Soxhlet, que obriga ao uso de grandes
quantidades de solventes orgânicos, muito tóxicos, alguns deles apresentando
propriedades carcinogénicas. Em consequência, no Protocolo de Montreal, resultaram
iniciativas como a paragem da produção de muitos solventes orgânicos. (fig.4) Esta
proibição induziu numa grande mudança na metodologia analítica. Esta mudança,
constitui uma oportunidade para a comunidade científica corrigir os problemas
decorrentes das técnicas de preparação das amostras e procurar alternativas novas.
É o caso do uso das técnicas de extração em fase sólida (fig.5) e da microextracção
em fase sólida (fig.6), que respectivamente usam pequenas quantidades de
solventes orgânicos, ou não usam qualquer solvente.(8,9) Outro aspecto a considferar
é a formação do pessoal que tem acesso à gestão e à manipulação dos resíduos
perigosos através de cursos que visam a gestão dos resíduos, já referida, bem como
os procedimentos de emergência que sejam relevantes para as suas funções.
6- Conclusão

Os laboratórios de análises químicas produzem anualmente grande quantidade de


resíduos perigosos para a saúde e meio ambiente, que consequentemente não
devem ser lançados directamente pelo esgoto , mas sim sujeitos a uma gestão
cuidadosa e rigorosa. Nos Estados Unidos, a EPA –Environmental Protection Agency,
funciona como orgão regulador, sendo elevado o número de procedimentos
disponíveis, que ajudam a definir o melhor plano para dispor , reciclar ou tratar os
resíduos produzidos. Os próprios analistas e químicos podem canalizar os seus
esforços no sentido de desenvolver metodologias analíticas que usem a menor
quantidade possível de solventes orgânicos, ou mesmo eliminá-los, ou substitui-los
por outros menos tóxicos. Este é um desafio que a comunidade científica deve
afrontar conscientemente tornando mais seguros os locais de trabalho e protegendo o
meio ambiente, evitando assim a degradação da qualidade , dos recursos hídricos,
que vem sempre associada a uma pior qualidade de vida e a problemas de saúde
acrescidos.

7- Bibliografia

1- Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, !8th Edition, Ed.
By Arnold E. Greenberg, Leonore S. Clescerl and Andrew D. Eaton (1992)
2- American Conference of Governamental Industrial Hygienists, 1976)
3- Steere N.V. ed.1971. Handbook of Laboratory Safety, 2nd. Ed. Chemical Rubber Co,
Cleveland, Ohio) Existe uma publicação que inclui os procedimentos para a
disposição dos resíduos químicos
4- University of Wiscosin-Madison Safety Department (608) 262-8769 (1993)
Chemichal Safety and Disposal Guide.
5- The American Chemical Society , Dr. Marcus Cooke, Managing Laboratory Waste,
Short Course, New Orleans, 1997
6- Proceedings of the Symposium on the Development and Usage of Personal
monitors for Exposure and Health Effects Studies, June 1979, Publ. EPA –6009-79-
032, EPA Washington D.C.
7- American Chemical Society- Laboratoty Waste Management Short Course, Lisboa,
1994, Cyntia L. Salisbury, Russel W. Phifer
8- J. Pawliszyn and S. Liu, Anal. Chem, 59, 1475 (1987)
9- R.G. Belardi and J. Pawliszyn, Anal. Chem.. 62, 2145 (1990)

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