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RESUMO: Os objetivos deste estudo foram classificar o risco para úlcera por pressão (UP) em pacientes admitidos em
unidade de terapia intensiva e identificar os fatores de risco para UP. Pesquisa efetuada em hospital de Fortaleza, em 2009.
Estudo do tipo transversal com abordagem quantitativa, realizado com 63 pacientes, utilizando a Escala de Avaliação de
Risco para UP de Waterlow e formulário com dados clínicos e pessoais. Identificou-se que 31,7% dos pacientes apresen-
taram alto risco para desenvolver UP, 28,6% altíssimo risco e 19% estavam em risco. Encontraram-se associações significantes
quanto ao sexo/ grau de risco (p=0,016); cirurgia de grande porte/ grau de risco (p=0,0001) e continência dos pacientes/
mobilidade (p=0,033). Observou-se que 33,3% dos participantes apresentaram pele saudável. Conclui-se que grande
parcela dos pacientes apresentou alto ou altíssimo risco para desenvolver UP, além de fatores de risco que podem
contribuir direta ou indiretamente para o surgimento dessas lesões.
Palavras-chave: Úlcera por pressão; escalas; unidades de terapia intensiva; enfermagem.
ABSTRACT: The aims of this study were to classify risk for pressure ulcer (PU) in critical patients admitted to an intensive
care unit, and to identify risk factors for PU. This cross-sectional, quantitative study conducted with 63 patients at a hospital
in Fortaleza, in 2009, used the Waterlow Risk Evaluation Scale for PU and a form with clinical and personal data. Very high
risk of developing PU was identified in 28.6% of the patients, high risk in 31.7%, and risk in 19%. Significant associations
were found between sex and risk level (p=0.016); complex procedure and risk level (p=0.0001), and patient continence
and mobility (p=0.033). It was observed that 33.3% of the participants had healthy skin. It was concluded that a major
portion of patients were at high or very high risk of developing PU, and there were risk factors that can contribute directly
or indirectly to such injuries.
Keywords: Pressure ulcer; scales; intensive care units; nursing.
RESUMEN: Este estudio pretendió clasificar el riesgo para úlcera por presión (UP) en pacientes admitidos en unidad terapia
intensiva e identificar los factores de riesgo para UP. Investigación hecha en hospital de Fortaleza-Brasil, en 2009. Estudio
transversal con abordaje cuantitativo, llevado a cabo con 63 pacientes, utilizándose la Escala de Evaluación de Riesgo para
UP de Waterlow y formulario con datos clínicos y personales. Se identificó que 31,7% de los pacientes presentaban alto riesgo
para UP, 28,6% gran riesgo y 19% se quedaban en riesgo. Hubo asociaciones significantes cuanto al sexo/ grado de riesgo
(p=0,016); cirugía de gran porte/ grado de riesgo (p=0,0001) y continencia de los pacientes/ mobilidad (p=0,033). Se observó
que 33,3% de los participantes presentaron piel sana. Se concluye que gran parcela de los pacientes presentó alto y gran
riesgo para UP, además de factores que pueden desarrollar directa o indirectamente esas lesiones.
Palabras clave: Úlcera por presión; escalas; unidades de terapia intensiva; enfermería.
INTRODUÇÃO
As unidades de terapia intensiva (UTI) surgem rigorosos, associados às terapias de maior complexida-
como unidades complexas, destinadas ao atendimen- de, de caráter invasivo ou não. Como exemplos, estão
to de pacientes críticos, que demandam espaço físico aqueles submetidos a cirurgias cardíacas, doenças crô-
específico, recursos humanos especializados e instru- nicas; os portadores de afecções neurológicas sérias ou
mentais tecnológicos avançados. Consideram pacien- de traumas que comprometem a percepção sensorial; e
tes críticos aqueles que apresentam condições clínicas os submetidos a grandes procedimentos cirúrgicos com
graves ou necessidade de controles mais frequentes e exposição a risco das condições vitais1,2.
I
Mestre. Professor da Universidade Federal do Maranhão. Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia. Aluno de Doutorado do Pós-graduação em
Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Imperatriz, Maranhão, Brasil. E-mail: thiagomouraenf@yahoo.com.br.
II
Enfermeira Assistente. Hospital Dr Carlos Albert Studart Gomes. Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: mari_pmoreira@hotmail.com.
III
Doutora. Professora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: joselany@ufc.br.
p.58 • Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):58-63. Recebido em: 23.09.2010 – Aprovado em: 11.12.2010
Recebido em: 04/09/2009 – Aprovado em: 26/01/2011
Artigo de Pesquisa Araújo TM, Moreira MP, Caetano JA
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Recebido em: 23.09.2010 – Aprovado em: 11.12.2010 Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):58-63. • p.59
Avaliação de risco para UP Artigo de Pesquisa
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Consoante aos princípios éticos e legais da pesquisa TABELA 2: Distribuição de pacientes de UTI segundo as
que envolve seres humanos, o trabalho obteve aprova- variáveis sociais, clínicas e cirúrgicas da Escala de
Waterlow. Fortaleza-CE, 2009. (N=63)
ção do Comitê de Ética em Pesquisa (COMEPE), do Ins-
tituto Dr. JoséFrota, sob protocolo no 86145/08.
José Vari ávei s f %
IMC
Média 19 30,2
RESULTADOS E DISCUSSÃO Acima da média 28 44,4
No estudo participaram 63 pacientes admitidos na Obeso 16 25,4
UTI. Eles foram avaliados quanto ao risco para desen- Tipo de pele
volver UP a partir da Escala de Waterlow. Identificou- Saudável 21 33,3
se uma porcentagem superior a 50% em risco para de- Muito fina 16 25,4
Seca 17 27,0
senvolver UP. Entre os pacientes estudados, 19% em Com edema 1 1,6
risco, 31,7% em alto risco e 28,6% em altíssimo risco, Úmida e pegajosa (em temp.) 2 3,2
de acordo com a Tabela 1. A avaliação de risco atua Descorada 5 7,9
como uma ferramenta para a equipe de enfermagem e Quebradiça/marcada 1 1,6
os demais profissionais. Sexo
Observou-se associação significativa (p=0,016) Masculino 35 55,6
Feminino 28 44,4
entre o sexo e a escala de pontuação de risco. Com
relação ao sexo, percebe-se que houve predomínio Idade
14 – 49 13 20,6
do sexo masculino (55,6%) sobre o feminino (44,4%), 50 – 64 23 36,5
conforme a Tabela 1. 65 – 74 18 28,6
Predominaram pacientes com IMC acima da 75 – 80 7 11,1
+ 80 2 3,2
média (44,4%), seguidos pelos pacientes com IMC na
média (30,2%) e pelos obesos (25,4%). Os pacientes Co nt i nê nc i a
Uso de SVD ou continente 55 87,3
deste estudo apresentam índices de sobrepeso e obe- Ocasionalmente incontinente 3 4,8
sidade acima da média brasileira, conforme mostra a Uso de SVD e incontinente fecal 1 1,6
Tabela 2. Ressalta-se que a maioria já é portadora de Duplamente incontinente 4 6,3
doenças crônicas, como as cardiovasculares, e é sabida Mobilidade
a associação existente entre essas doenças e as taxas Total 1 1,6
de sobrepeso e obesidade e seus riscos à saúde. Inquieto/Agitado 2 3,2
Apático 15 23,8
Verifica-se que a maioria dos pacientes apre- Restrito/Contido 45 71,4
sentou pele saudável (33,3%). A pele seca (sem
Características clínicas
oleosidade e/ou umidade) estava presente em 27% Insuficiência cardíaca (IC) 10 15,9
dos pacientes avaliados. A faixa etária dos pacientes Anemia 8 12,7
avaliados variou de 35 a 86 anos, com média de 61,5 Fumante 17 26
anos, mais de um terço dos pacientes (36,5%) encon- IC e outra 16 25,4
trava-se na faixa etária de 50 a 64 anos, seguidos pe- Deficiência neurológica
los de 65 a 74 anos (28,6%) e de 14 a 49 anos (20,6%). Nenhuma das respostas 45 71,4
Dos participantes avaliados, 87,3% faziam uso de son- Diabetes 18 28,6
da vesical de demora (SVD) ou eram continentes, Cirurgia grande porte
6,3% eram duplamente incontinentes (urinária e Acima de 2 horas 26 41,3
fecal), 4,8% ocasionalmente incontinentes e apenas Nenhuma das respostas 37 58,7
1,6% fazia uso de SVD e era incontinente fecal. A Apet i t e
maioria dos pacientes (87,3%), por usar a SVD ou por Normal 24 38,1
Pouco 16 25,4
ter controle sob a continência, não apresenta expo- Somente líquido 22 34,9
sição excessiva da pele à umidade, nesse caso, sendo SNG/SNE 1 1,6
fator protetor para UP, de acordo com a Tabela 2.
TABELA 1: Distribuição de pacientes em situação crítica relacionando risco para UP com sexo.
Fortaleza-CE, 2009.
RISCO
SEX O Sem risco Em risco Alto risco Altíssimo TO TA L
risco
f % f % f % f % f %
Masculino 9 69,2 2 16,7 11 55,5 13 72,2 35 55,6
Feminino 4 30,8 10 83,3 9 45,0 5 27,8 28 44,4
TOTAL 13 100 12 100 20 100 18 100 63 100
P=0,016
p.60 • Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):58-63. Recebido em: 23.09.2010 – Aprovado em: 11.12.2010
Artigo de Pesquisa Araújo TM, Moreira MP, Caetano JA
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Entre as características clínicas, destacaram-se do sexo feminino e 22 (50%) do sexo masculino, valo-
15,9% com insuficiência cardíaca (IC); 12,7% ane- res semelhantes aos desta pesquisa. A faixa etária en-
mia; 26% eram fumantes; 25,4% com IC e anemia; contrada neste estudo coincide com os achados na li-
3,2% IC e eram fumantes; 4,8% com anemia e eram teratura, que indica maior risco de desenvolver UP em
também fumantes; e 7,9% com subnutrição do teci- pacientes com faixa etária acima de 60 anos7, 9.
do celular. De acordo com a Organização Mundial de Saúde,
Entre os pacientes avaliados, 28,6% apresentavam o IMC é calculado a partir do peso em quilogramas
Diabetes Mellitus e 71,4% nenhuma das características dividido pela altura em metros ao quadrado (kg/m²),
(diabetes e paraplegia). Quanto aos pacientes que reali- sendo categorizado em baixo peso (IMC < 18,5kg/m²),
zaram procedimentos cirúrgicos com duração acima de peso normal (IMC 18,5 e < 25kg/m²), sobrepeso
duas horas, verificou-se oito pacientes com alto risco e (IMC 25kg/m² e < 30kg/m²) e obesidade (IMC
17 com altíssimo risco para UP (p=0,0001). 30kg/m²). Quase metade dos participantes encontra-
Conforme o cruzamento entre as variáveis mo- va-se com peso acima da média (44,4%), aumentando
bilidade e continência, identificou-se associação es- o risco dos pacientes para UP, conforme a pontuação
tatisticamente significante. Constatou-se que 95,6% da Escala de Waterlow, embora não se tenha estudos
dos pacientes restritos ou contidos ao leito faziam específicos que analisam a associação do sobrepeso e
uso de SVD ou eram continentes. Apesar de estes da obesidade como fator de risco para UP. Contudo, a
pacientes estarem suscetíveis ao desenvolvimento de obesidade com a formação do tecido adiposo diminui-
UP, devido à restrição ou contenção ao leito, 55 paci- rá a vascularização da superfície da pele e a diminuição
entes não estavam expostos à umidade excessiva na da mobilidade, decorrente do sobrepeso, e poderá ser
pele, devido ao uso de SVD ou por sua continência. associada ao aumento do risco desses pacientes7, 14.
Conforme mostra a Tabela 3. O tipo de pele, outro ponto avaliado pela Escala
Com relação ao uso de medicações em alta do- de Waterlow, é de extrema importância na avaliação
sagem como esteróides, citotóxicos e anti-inflama- de risco para UP. A pele seca pode ser também um
tórios, elucida-se a predominância de drogas analgé- sinal de desidratação, que se caracteriza pela dimi-
sicas, anti-hipertensivas, antiinflamatórias e anti- nuição de água e perda de eletrólitos totais do orga-
coagulantes utilizadas pelos pacientes em dosagens nismo. A pele seca apresenta elasticidade diminuída,
padrão. pouca tolerância ao calor, à fricção e à pressão, tor-
O perfil de pacientes internados contribui para nando-a susceptível à ruptura15.
o aumento desse risco, como o agravamento do qua- Comprovou-se que 3,2% dos pacientes avalia-
dro clínico e o uso de medicações com efeitos cola- dos apresentaram pele úmida e pegajosa, sendo este
terais prejudiciais. Pacientes em unidades de terapia também fator de risco significativo para a ocor-
intensiva estão mais propensos o desenvolverem UP rência de UP, pois a umidade em excesso torna a
decorrente da diminuição da mobilidade e restrições pele mais fragilizada, mais susceptível ao atrito e à
no leito. O quadro clínico e a patologia desses paci- maceração15,16.
entes contribuem para o risco13. A International Continence Society (ICS) define
Pesquisa realizada em Hospital Universitário, no incontinência urinária (IU) como uma condição na
município de São Paulo, no qual foi aplicada a escala qual a perda involuntária de urina é um problema so-
de Waterlow com 44 pacientes, identificou 22 (50%) cial ou higiênico e é objetivamente demonstrável17.
MOBILIDADE
CONTINÊNCIA To t a l I n qu i e t o / Apático Restrito/ TO TA L
agitado contido
f % f % f % f % f %
Uso de SVD(*) ou
continente 1 100 1 50 10 66,7 43 95,6 55 87,3
Ocasionalmente
incontinente - - - - 2 13,3 1 2,2 3 4,8
Uso de SVD(*) e
incontinente fecal - - - - - - 1 2,2 1 1,6
Duplamente
incontinente - - 1 50 3 20 - - 4 6,3
TOTAL 1 100 2 100 15 100 45 100 63 100
(*)
Sondagem vesical de demora. Teste qui-quadrado p=0,033
Recebido em: 23.09.2010 – Aprovado em: 11.12.2010 Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):58-63. • p.61
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Estudo realizado no hospital da Universidade de São Ao analisar os últimos itens da escala, notou-
Paulo verificou a prevalência de IU em adultos e idosos se que determinados medicamentos, principal-
hospitalizados, dos 77 pacientes incluídos na pesquisa, mente os de uso contínuo, como sedações e drogas
27 apresentaram perdas urinárias, caracterizando uma vasoativas, podem contribuir para o desenvolvi-
prevalência total para incontinência urinária de 35%18. mento das UP. Enquanto que os analgésicos e seda-
A incontinência fecal (IF) é geralmente defi- tivos prejudicam a mobilidade, os anti-hipertensivos
nida como perda involuntária de fezes sólidas e lí- reduzem o fluxo sanguíneo e a perfusão tissular, fa-
quidas19. Na Escala de Waterlow, o item incontinên- zendo com que pacientes que os utilizam se tornem
cia fecal demonstrou ser um dos mais relevantes para mais susceptíveis à pressão11.
o desenvolvimento de úlcera por pressão, podendo Os fatores de risco pontuados na Escala de Water-
relacionar-se ao aumento de cerca de vinte e duas low auxiliam a equipe de enfermagem nas ações
vezes do risco de desenvolvimento de UP quando preventivas e nas orientações realizadas aos fami-
associado à incontinência urinária. Os pacientes liares no momento da alta da UTI. A equipe de
avaliados apresentam baixo risco em relação à IU e enfermagem pode estabelecer uma comunicação
IF, devido à baixa frequência em neste estudo20. direta com os familiares, a fim de dar continuida-
de nas medidas preventivas e tratamentos esta-
A avaliação da anemia pode ser realizada
belecidos para UP 25.
através da observação dos padrões de hemoglobina
e hematócrito dos pacientes. Em unidades de te-
rapia intensiva, com quadro clínico agravado, as CONCLUSÃO
alterações nos níveis de hemoglobina e hema-
tócrito são reflexos de sangramentos ativos, nu- Entre a população estudada, verificou-se risco
trição inadequada e infecções. Esse déficit provo- para o desenvolvimento de UP em maioria dos par-
ca diminuição da oxigenação tecidual e da tole- ticipantes, gerando uma preocupação para os pro-
rância tissular, elevando o risco de lesão por fissionais que prestam assistência a esses pacientes.
hipóxia tecidual. Saliente-se que a anemia pode A identificação do risco de cada paciente permite
ser decorrente de procedimentos cirúrgicos, rela- que estratégias de prevenção sejam elaboradas e
cionada a longos períodos de jejum ou qualquer implementadas, visando a reduzir a incidência de
outro evento em que o paciente possa ter perdido lesões por pressão nas unidades hospitalares.
frações de volume de sangue 21, 22. Verificou-se também um número elevado de
pacientes que faziam uso de sonda vesical de demo-
A maioria dos pacientes não apresentava dia-
ra (SVD) ou eram continentes, condições essas que
betes (71,4%). A neuropatia periférica e o déficit
dificultam o surgimento de UP, por dificultarem a
na cicatrização dos pacientes acometidos com dia-
exposição excessiva da pele à umidade.
betes aumentam o risco para desenvolver UP, como
outras complicações
outras complicações da
da doença. O Diabetes Mellitus Quanto à mobilidade, corrobora-se que a maio-
(DM) é um distúrbio crônico-degenerativo carac- ria estava restrita ou contida ao leito. A restrição ou
terizado pela deficiência total (DM Tipo I) ou par- contenção de pacientes ao leito pode ser instituída por
prescrição médica, na qual há necessidade de especifi-
cial de secreção de insulina e/ou resistência insu-
car repouso absoluto ou relativo. São motivos: altera-
línica (DM Tipo II). Segundo dados estatísticos, o
ções neurológicas; segurança; pelo uso de drogas como
DM afeta 7,6% da população urbana brasileira de
hipnóticos, ansiolíticos, antidepressivos, analgési-
30 a 69 anos, sendo responsável por incapacitações
cos opiáceos a anti-histamínicos; procedimentos ci-
e complicações como retinopatias, nefropatias e
rúrgicos ou pós-operatórios de cirurgias que exijam
neuropatias23.
mobilização reduzida parcialmente ou totalmente,
A avaliação do tempo de cirurgia apresen- deixando, desta forma, os pacientes vulneráveis ao
tou 41,3% dos participantes com tempo cirúrgico surgimento de UP.
acima de 2 horas. Estudos apontam que o tempo Esta pesquisa apresentou algumas limitações,
em que decorre a cirurgia é fator que pode deter- tais como amostra reduzida, em detrimento de sua
minar a formação de UP. Procedimentos cirúrgi- realização em hospital de médio porte. Logo, poder-
cos prolongados, cujo paciente, durante todo o se-ia obter algumas associações das variáveis esta-
período intra-operatório, é mantido em uma mes- tisticamente significativas não identificadas neste
ma posição; cirurgias vasculares ou manutenção estudo. Pelo fato de a Escala de Waterlow ter sido
da pressão durante a cirurgia sugerem uma maior aplicada até 48 horas da admissão do paciente na
incidência de lesão por pressão. Cisalhamento e UTI, algumas vezes não foi possível identificar a pre-
fricção são causas de desenvolvimento de UP du- sença de fatores de risco pela precocidade da avalia-
rante reposicionamentos de pacientes em mesas ção, não descartando a possibilidade desses fatores
cirúrgicas 21,24. surgirem nos dias subsequentes.
p.62 • Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):58-63. Recebido em: 23.09.2010 – Aprovado em: 11.12.2010
Artigo de Pesquisa Araújo TM, Moreira MP, Caetano JA
Original Research
Artículo de Investigación
Recebido em: 23.09.2010 – Aprovado em: 11.12.2010 Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):58-63. • p.63