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A memória e a existência colateral Peirceana Em particular, a semiótica Peirceana apóia-se

André Afonso Silva – Disciplina IA005 na relação signo – objeto – interpretante


Prof.Ricardo Gudwin (CP.1.292), sendo o signo comparado a um veículo
que leva à mente algo que vem de fora dela
(CP.1.339), ou ainda, apoiando-se textualmente no
1) Introdução que C.S.Peirce disse “o signo é algo passível de
cognição que, por um lado, é determinado por algo
Este trabalho destina-se a analisar aspectos da diferente de si mesmo, o que chamo de objeto e, por
chamada experiência colateral – conceito outro lado, determina algum tipo atual ou potencial
introduzido por Peirce – e buscar sua correlação de representação mental, a determinação a partir da
com a memória humana. Não estarei aqui qual eu chamo de “interpretante” criado pelo signo”
preocupado com as várias divisões que a memória (CP 1.178). Peirce ainda afirma serem os signos
possui, contudo características da chamada exemplos de terceiridade (C.P. 8.332).
memória de longo termo (LTM) serão observados Em uma primeira análise, poderíamos ser
com mais atenção. levados a pensar ser o contato direto com o objeto a
Desde 1850, com os estudos do filósofo única forma de geração signica, porém em sendo o
alemão Hermann Ebbinghauss, o cérebro humano e signo algo passível de cognição e sendo esta “um
o seu funcionamento são tópicos de interesse das complexo que retrata os fundamentos da
mais diversas ciências. Hoje facilmente podemos subseqüente automatização das respostas; exigindo
encontrar artigos abordando estes temas sob a ótica para tanto as funções superiores como a atenção,
da psicologia, psiquiatria, neurobiologia, passeando percepção, imagem, memória, a simbolização, o
ainda pela computação e pela filosofia. processamento, o pensamento, a resolução de
Aristóteles com as suas 10 classes do problemas, a planificação e a decisão” (1),
pensamento, Leibniz com as monadas, os livros de encontramos meios indiretos de acessar a idéia que
Locke sobre as idéias, Kant “a priori” ou “a o signo nos traz.
posteriori”, Hume e outros tantos tentaram ao longo Em particular a memória em muito nos remete
da história dos pensadores categorizar e entender ao conceito de “experiência colateral” ou
melhor o funcionamento e o mecanismo de “observação colateral” aonde Peirce diz que “por
produção desta máquina cognitiva que o cérebro é. observação colateral quero referir-me ao contato
Contudo, foi com Charles Sanders Peirce, prévio com aquilo que o signo denota” (C.P.
considerado postumamente o maior filósofo 8.179), pois do que adiantaria o mero “contato”
americano, que um novo ponto de vista para as com o objeto se as informações oriundas deste não
classes do pensamento foi introduzido. Peirce criou fossem armazenadas de alguma forma? Além de
3 classes – a primeiridade, a secundidade e a armazenadas, do que adiantaria esta informação se
terceiridade (C.P. 1.299, 1.300) – a partir das quais, não pudesse ser manipulada dentro do processo de
inspirado no conceito de valência dos elementos geração signica?
químicos (C.P. 1.289), poder-se-ia combiná-las Este trabalho propõe-se a analisar a memória
para formar tantas outras classes quantas fossem sob o contexto da semiótica Peirceana, fazendo-se
necessárias (C.P. 1.525), fazendo com que os mister uma incursão nesta área tomando por base
pensamentos passassem a ser os “elementos aspectos estudados pelas mais diversas ciências,
químicos” utilizados na formação das várias buscando achar “insights” que possam nos auxiliar
“formulas” que nossa mente pode abrigar. a criar agentes artificiais, ou ainda modelos
Em particular a terceiridade nos atrai de computacionais, dotados de características
maneira especial, pois a idéia de “terceiro”, sob o inteligentes segundo a ótica da semiótica
ponto de vista Peirceano, “é predominante nas computacional (cybersemiotics). Observando
idéias de mediação, meio, intermediário, Santaella (2) que afirma: “o computador como
continuidade, representação, generalidade, sendo uma máquina e um veículo é, de fato, uma
infinitude, difusão, crescimento e inteligência”. forma sensível, o objeto material que incorpora,
Porém, o que é “inteligência”? Piaget e outros expressa o meio semiótico, sendo assim um signo
tentaram defini-la, entretanto até hoje uma resposta em toda a sua complexidade”; temos um ambiente
abrangente o suficiente ainda não foi encontrada. fecundo para nossa incursão.
Um dos conceitos mais modernos diz ser esta “a
capacidade de processar signos”, mas daí nasce a 2) A memória e a semiótica Peirceana
pergunta: O que são “signos”?
A semiótica é a disciplina que estuda os Neste momento fazemos uma breve,
fenômenos da significação – ou seja, o processo de porém importante, incursão em tão vasto e amplo
criação dos signos – e representação, sendo a base assunto, com a intenção de introduzir conceitos
para o entendimento dos fenômenos da cognição e fundamentais para a formação do conhecimento
da comunicação. sobre a existência colateral, a fim de,
posteriormente, examinarmos sua relação com a Aproveitando o exemplo citado anteriormente, ao
memória humana. falarmos da Bandeira Brasileira, para um Brasileiro
O primeiro conceito importante a ser nato, provavelmente, irão surgir idéias relativas à
abordado é relativo ao signo. Na concepção de beleza natural do nosso País, a localização
Peirce, o signo é “algo que conhecido por nós, faz geográfica, a língua, os sotaques, a gente,
com que conheçamos algo mais” (3, 4, 6), ou ainda, lembranças de viagens e experiências boas vividas
“a palavra signo, como será utilizada aqui, denota nas várias paisagens naturais que aqui temos,
qualquer objeto do pensamento que gera qualquer enfim, a lista tenderia ao infinito caso
tipo de ação mental, sendo esta voluntária ou não, concebêssemos alguém (ou algo) que contivesse
relacionando a alguma coisa de outra forma esta gama de conhecimento, e é importante
conhecida (...) Todo signo denota alguma coisa, e a observar um detalhe: geralmente estas idéias
qualquer coisa que o signo denote será chamado de “aparecem” na nossa mente sem uma ação
objeto deste signo (...) Chamarei a idéia ou a ação voluntária nossa, de maneira automática aqueles
mental que o signo gerou e que, por sua causa, fez pensamentos e sensações florescem no consciente,
com que o interprete atribuísse o objeto ou os não importando serem estes positivos ou negativos.
objetos ao signo, de interpretante ”. (3, 5) Então a ação mental que o signo gera está
Como diz Fidalgo e Gradim, “Peirce diretamente relacionada ao passado, ao histórico de
compara o pensamento à audição de uma melodia, vida do interprete, já que, como o próprio Peirce
em que temos uma percepção direta dos sons que a afirma “antes de podermos interpretar a memória
compõem e uma percepção indireta do seu todo. ou a sugestão, estes já serão passado; antes de
Cada som é uma nota e dele temos consciência podermos interpretar a emoção atual que implique
(ouvimo-lo) num determinado momento, uma memória, ou a atual emoção que implique em
separadamente dos sons que ouvimos antes e dos uma sugestão, como esta interpretação leva tempo,
sons que ouviremos depois. Em contrapartida, a então esta emoção parou de ser presente e agora é
melodia é um elemento mediato à consciência, passado. Então não conseguimos chegar a nenhuma
mediado pelos sons que a compõem. Tal como a conclusão do presente, mas somente do passado”
melodia, também o pensamento é uma ação que (C.P. 1.167).
tem começo, meio e fim, e consiste na congruência Peirce aborda a questão da memória em
da sucessão de sensações que passam pela mente”, vários trechos da sua obra, estabelecendo uma
ou ainda, nas palavras de Peirce, “o pensamento é a ligação entre o presente e o passado ao dizer “tudo
linha de uma melodia através da sucessão das isto é verdade na primeira apresentação de uma
nossas sensações” (C.P. 5.389). realidade direta, porém quando isto aparece para ser
Observamos assim uma relação de criticado, ele mesmo já é passado e é representado
causalidade que une de maneira indecomponível os pela memória” (C.P. 1.146), ou, mais ainda, “um
elementos participantes da semiose – processo de fato percebido é uma memória que ainda não se
interpretação – sugerida por Peirce, já que nota– separou do fato que gerou esta percepção” (C.P.
som–melodia ou signo–objeto–interpretante, cada 2.146). Logo, pela percepção Peirceana, o presente
qual dentro do seu universo, faz parte de um todo serve somente como base de geração do substrato
que envolve o interprete em uma relação direta com no qual realmente trabalhamos e tiramos nossas
a triade estabelecida. conclusões e aprendizados. Isto ilustra de maneira
Infere-se desta relação que o conjunto de inequívoca o caráter de secundidade que reveste a
impressões vividas pela pessoa afeta de maneira memória. Em vários outros trechos Peirce reafirma
direta e de forma sensível a reação mental causada esta característica dizendo, por exemplo, “que no
pelo signo. Por exemplo, a figura do Hino passar do tempo em nossa mente, o passado aparece
Nacional, que é um tipo de signo, pode trazer atuando direto sobre o futuro, sendo seu efeito
excelentes recordações para os que aqui nasceram e chamado de memória, enquanto que o futuro só
vivem como também pode gerar uma sensação de pode atuar direto sobre o passado por intermédio de
saudade muito grande da pátria mãe para aqueles terceiros” (C.P. 1.325).
que para cá foram expatriados, ou ainda, em termos Peirce diz serem os terceiros “algo que
musicais, a música sempre será a mesma, porém a depende de um segundo e independe de um quarto”
interpretação da música irá depender (C.P. 1.297) e por sua vez diz que “segundo é algo
exclusivamente do músico que a toca. que depende de um primeiro e independe de um
Logo, os registros mnemônicos do terceiro” (C.P. 1.296) e “um primeiro existe por si
individuo passam a ter um papel significativo, já só, não dependendo de um segundo” (C.P. 1.295).
que, por meio destes, o cérebro pode conceber um Utilizando a matemática, podemos dizer
conjunto de informações e sensações muito amplo que um número gerado de forma totalmente
por intermédio de uma seqüência de semioses que arbitrária é um exemplo daquilo que Peirce chama
só encontrarão limite nas fronteiras do de primeiro. Uma formulação possível é dada pela
conhecimento do interprete ou em limitações seguinte linha de código, comum em várias
psicológicas que eventualmente possam existir. linguagens de programação:
ou pelo menos não a coloca de maneira tão
a = random(); explicita quanto hoje as ciências que estudam este
assunto o fazem.
Assim “a” receberá um numero Chegamos assim ao ponto que une a
completamente aleatório, não dependendo de memória à existência colateral, ou observação
qualquer parâmetro passado para a função que irá colateral como referido em alguns pontos, que
gerar este valor. Peirce referenciou em seus Papers, já que as
Peirce diz que primeiros estão ligados à informações só ficam retidas em nossa mente,
liberdade, independência, novidade (C.P. 1.302), constituindo assim a nossa memória, quando
enfim, elementos subjetivos ou objetivos da acompanhadas de emoções que façam a pessoa
realidade, aonde inexistam uma relação sentir-se bem.
determinística entre o elemento e o algo a priori.
Já a secundidade tem como exemplo uma 3) A experiência colateral e a memória
função do tipo:
“Experiência colateral”, “observação
a = f( s(k-1), s(k-2), ..., s(k-n)) = f(e) colateral” e “conhecimento colateral” são termos
utilizados por Peirce referindo-se ao mesmo fato
aonde s(k-1), s(k-2), ..., s(k-n) expressa os designado como sendo uma maneira indireta de
vários estados que a função assumiu, ou em outras acessar o objeto, dando uma garantia maior de que
palavras, a memória de estados da função. Diz a idéia surgida foi a acertada, tendo em vista a
Peirce estar a idéia de segundo relacionado às idéias grande diversidade que há entre o objeto e o signo
de causa ou de força estática (C.P. 1.325), já que (10). Este conhecimento pretérito é utilizado com
em ambos os casos existem pares aonde os maestria pelos bons professores ao levar o saber aos
participantes atuam mutuamente um sobre o outro. seus alunos, já que os signos utilizados durante o
Saindo da lógica fria dos números, não se processo de ensino, quando bem elaborados e
pode olvidar que o ser humano tem emoções, que, combinados, vão de encontro com o conteúdo
na maior parte, senão na totalidade, das vezes estão pretérito que os alunos possuem, fazendo a
ligadas diretamente às nossas memórias. O conjunção perfeita entre a experiência colateral
relacionamento entre estas e aquelas é algo acumulada na mente de cada um do corpo discente
interessante, pois estas sempre estão ligadas a com os novos conhecimentos passados na hora,
aquelas, porém aquelas nem sempre estão ligadas permitindo ao aprendiz formar o novo
estas. conhecimento. Para ilustrar este conceito podemos
Peirce nos seus artigos fala tanto das observar o seguinte trecho da obra Peirceana:
emoções (C.P. 1.250), como fala dos sentimentos
(C.P. 1.306) afirmando ser toda emoção uma “Take for example, the sentence "the Sun is blue."
forma de cognição (C.P. 1.376) ou ainda uma Its Objects are "the Sun" and "blueness." If by
forma de predicação em cima de um objeto (C.P. "blueness" be meant the Immediate Object, which is
5.247). Ora, o termo utilizado por Peirce nos remete the quality of the sensation, it can only be known by
ao fato do objeto exigir ou não um complemento. Feeling. But if it means that "Real," existential
Considerando-se a memória como o objeto, teremos condition, which causes the emitted light to have
a emoção associada à memória como seu predicado. short mean wave-length, Langley has already
Em sendo a memória uma secundidade e em sendo proved that the proposition is true. So the "Sun"
as emoções primeiridades (C.P. 6.32), encontramos may mean the occasion of sundry sensations, and
aqui a relação semiótica entre a memória e a so is Immediate Object, or it may mean our usual
emoção, inferindo-se, pois, que a toda memória interpretation of such sensations in terms of place,
estará (considerando-se a memória de fatos of mass, etc., when it is the Dynamical Object.”
passados pela pessoa) ligada uma emoção. (C.P. 8.183)
McGaugh afirma ser este o porquê do processo de
rememoração ocorrer de maneira mais fácil ou até Utilizando-se de uma frase Peirce
simplesmente ser inviabilizado (7) em determinadas introduz dois conceitos novos (que serão abordados
situações: o inconsciente da pessoa bloqueia o a seguir) para nos mostrar a necessidade da
acesso a determinada informação de tal maneira experiência colateral para o entendimento da frase
que o passado traumático parece ficar “enjaulado” colocada por ele.
em alguma sela do inconsciente. Antes, porém, de clarificar os conceitos de
Vale ressaltar que são 5 as emoções objeto dinâmico e imediato, vale a leitura de outro
básicas (9) - amor, raiva, tristeza, prazer e medo – trecho, aonde Peirce nos diz:
sendo as demais oriundas destas e, atualmente,
sabe-se que emoção é completamente diferente de “We must distinguish between the Immediate
sentimento (8). Peirce, contudo, não faz esta Object, -- i.e. the Object as represented in the sign,
distinção (C.P. 1.304, 1.311, 1.376, 2.643, 5.292) -- and the Real (no, because perhaps the Object is
altogether fictive, I must choose a different term, Um fato interessante a ser observado é o
therefore), say rather the Dynamical Object, which, de Peirce ter utilizado frases ao abordar a
from the nature of things, the Sign cannot express, experiência colateral. Acredito ter Peirce se
which it can only indicate and leave the interpreter utilizado deste artifício para indicar de uma maneira
to find out by collateral experience” (C.P. 8.314) mais concreta algo que é extremamente abstrato:
fora do universo textual a abordagem de
A partir do descrito por Peirce, podemos sentimentos tornar-se-ia extremamente dificultosa,
entender o conceito de objeto dinâmico como talvez, até, impossível, já que o nosso vocabulário
referente ao estímulo externo; a realidade externa não é rico o suficiente para expressar e explicar
ao interprete; aquele elemento do mundo exterior emoções como o amor, por exemplo.
que gera no interprete algum tipo de reação Emoções, portanto, ficam como as
emocional ou cognitiva interior à sua mente, sendo, responsáveis pela introjeção (aqui tomando por
portanto, somente alcançável por intermédio dos base o conceito advindo da psicanálise - processo
nossos sentidos; aquele objeto do mundo externo ao de identificação por meio do qual uma pessoa
qual o signo tenta representar, porém nunca o absorve como parte integrante do ego, objetos e
consegue de forma completa (C.P. 8.314). Já o qualidades inerentes a esses objetos;
objeto imediato é a codificação interna à mente da direcionamento afetivo dos impulsos e reações de
pessoa, gerada por aquele estímulo, com base nas uma pessoa, mais para uma imagem subjetiva e
capacidades cognitivas que possui (11). internalizada de um objeto do que para o próprio
A transformação do estímulo externo (e objeto; interiorização - Hoauiss) e consecutivo
aqui, utilizo a concepção psicológica de estímulo, armazenamento nas várias memórias da
que é “a parte do mundo exterior de complexidade representação signica advinda do contato com o
variável, cuja mudança qualitativa e/ou quantitativa estímulo externo. No contato textual utilizado por
gera reações correspondentes, proporcionais aos Peirce, as emoções ficam isoladas e são acessadas
graus e tipos desta mudança, e capazes de serem de maneira indireta, por meio de uma seqüência
distinguidas quanto à qualidade e quantidade” – semiótica iniciando-se no ícone textual, que remete
dicionário Houaiss) em algo palpável para nós, algo ao conteúdo armazenado na memória semântica
que realmente tenhamos compreensão, portanto, (base de dados fundamental para o processamento
depende diretamente daquilo que tenhamos signico, onde ficam contidas informações que
“armazenado”, pois de nada adiantaria o contato formam o nosso saber), formando as palavras e
prévio com o objeto, se não pudéssemos colher e depois as frases. O novo objeto formado por este
armazenar alguma impressão. Para corroborar isto, conjunto, pode nos remeter à memória episódica
utilizo-me de outra passagem aonde Peirce nos diz: (caso o fato descreva uma situação vivida pelo
interprete), chegando, enfim, a emoção atrelada a
“All that part of the understanding of the Sign lembrança do fato, completando assim toda a
which the Interpreting Mind has needed collateral vivência que o interprete tem ao entrar em contato
observation for is outside the Interpretant. I do not com o signo textual inicial.
mean by "collateral observation" acquaintance Em todo o momento o conceito de
with the system of signs. What is so gathered is not experiência colateral introduzido por Peirce faz-se
COLLATERAL. It is on the contrary the presente, pois, como já dito, a memória funciona
prerequisite for getting any idea signified by the como um grande campo armazenador do conteúdo
sign. But by collateral observation, I mean previous advindo deste contato, transformando a memória na
acquaintance with what the sign denotes. Thus if essência da própria experiência colateral Peirceana,
the Sign be the sentence "Hamlet was mad," to permitindo assim que observação colateral não seja
understand what this means one must know that só o produto, mas também a produtora signica.
men are sometimes in that strange state; one must Ademais, podemos observar características
have seen madmen or read about them; and it will intrínsecas da memória que dão base para esta
be all the better if one specifically knows (and need afirmação, tais como:
not be driven to presume) what Shakespeare's
notion of insanity was. All that is collateral 1) A memória, referindo-me tanto às experiências
observation and is no part of the Interpretant.” passadas pela pessoa, como na sua perspectiva
(C.P. 8.179) funcional – ou seja, a capacidade de armazenar
dados – dificilmente pode ser separada das
“I think by this time you must understand what I emoções; (12)
mean when I say that no sign can be understood --
or at least that no proposition can be understood -- 2) A memória é a grande biblioteca de informações
unless the interpreter has "collateral acquaintance" sobre as quais o sistema cognitivo trabalha para
with every Object of it.” (C.P. 8.183) trazer à tona a compreensão dos fatos;
3) A memória não armazena uma réplica exata do
conteúdo apresentado, mas somente sua parte Com auxílio de ferramentas
significativa; (13) computacionais adequadas, certamente uma
modelagem da memória, observando aspectos
4) A memória possui diversas divisões (16). A semióticos, é possível, objetivando a criação de
memória episódica – uma das divisões da LTM – é uma base sólida para entender o conceito abstrato
o maior sistema neurocognitivo que temos (14), da experiência colateral.
possuindo características semânticas (15), ou seja,
mecanismos que permitem o processamento de
signos lhe são inatos;
5) Referencias Bibliográficas
5) As emoções funcionam como facilitadoras e
motivadoras ao processo de aprendizado (17), que, (1) – Kolb, B., & Whishaw, I. Q. (1985).
dentre outros sistemas, envolve uma série de Fundamentals of human neuropsychology (2nd
memórias (18). edition). San Francisco: W. H. Freeman, 706p.

6) Análises utilizando fMRi (Functional Magnetic (2) – Santaella, L.B.. (2005).The Computer as a
Ressonance Imaging) mostram que existem funções semiotic medium. Artigo não publicado, disponível
ligadas tanto a memória de trabalho quanto ao em formato eletrônico no site da autora, no
processo cognitivo envolvido na regulação das endereço http://www.pucsp.br/~lbraga/art.html;
emoções (19);
(3) – Marty, R., 76 Definitions of Sign By C.S.Peirce,
7) Ainda utilizando fMRI, achados sugerem ser as disponível on-line no endereço http://www.univ-
emoções as responsáveis pela modulação das perp.fr/see/rch/lts/marty/76defeng.htm
funções neurais envolvidas no resgate e
processamento das memórias armazenadas na (4) – Fidalgo, A. & Gradim, A., Manual de
memória episódica (20); Semiótica, Biblioteca On-line das Ciências da
Computação (www.bocc.ubi.pt), Universidade da
4) Conclusões Beira Interior, 2005, 224p.;

Por fim, posso concluir que: (5) – Manuscripts of Charles Sanders Peirce, 849,
1911;
No processo de interpretação de um objeto
por mais de um interprete, a experiência colateral (6) – Peirce, C.S., Semiotics and Significs - The
ajuda a garantir a menor variabilidade de Correspondence Between Charles Sanders Peirce
interpretações – tendo a memória papel importante and Victoria Lady Welby, ed. Hardwick, Charles S.,
neste processo – aumentando assim a segurança no Indiana University Press, 1977, Bloomington,
processo de comunicação. Indiana, p. 32.

As emoções têm papel fundamental na (7) – McGaugh, J.L.; Memory and emotion: the
formação das memórias, principalmente nas LTM, making of lasting memories; New York : Columbia
tendo em vista que podem bloquear ou facilitar o University Press, 2003, 162p.;
processo de memorização.
(8) – Damásio, A.; Fundamental Feelings, Nature
A experiência colateral além de ser um Magazine, October, 2001, p.781;
signo em si, tem a capacidade de gerar novos signos
participando da semiose não só como produto, mas (9) – Ekman, P. Strong evidence for universals in
também como produtora de signos. facial expressions: A reply to Russell’s mistaken
critique. Psychological Bulletin, 115, 268– 287,
Por estarem guardadas nas memórias, 1994;
principalmente nas LTM, somente partes da
experiência real, acredito serem inatos à memória (10) – Linz, A.M.G, A experiência colateral e sua
mecanismos de processamento sígnico. importância para a semiose telejornalistica, Núcleo
de Semiótica na Comunicação, XXVI Congresso
Como invariavelmente ocorre um processo Anual em Ciência da Comunicação, 2003;
de semiose pretérito ao da memorização, acredito
serem as memórias um grande banco de (11) – Taborsky, E., The internal and external
interpretantes “compactados” resultantes destas semiosic properties of reality; Semiosis, Evolution,
representações dos objetos do mundo real com os Energy, Development, Volume 1, Number 1, March
quais o interprete tenha entrado em contato. 2001;
(12) – Clocksin, WF. Memory and emotion in the
cognitive architecture. In Visions of Mind (D.
Davis, ed.), IDEA Group Publishing: Hershey, PA.,
122-139, 2004;

(13) - Hoerl, C. & McCormack, T., Perspectives on


time and memory, Oxford Press 2001;

(14) – Schacter & Tulving, E., Memory Systems,


MIT Press, 1994;

(15) – Howard, M.W. & Kahanna, M.J., When does


semantic similarity help episodic retrieval?, Journal
of Memory and Language 46, 85-98, 2002;

(16) – Klein, SB, Cosmides L., Tooby J.,Chance S.,


Decisions and the evolution of memory: multiple
systems, multiple functions, Psychological Review,
vol.109, no.2, 306-329. 2002;

(‘7) – Franklin S., McCauley L., Feelings and


emotions as motivators and learning facilitators,
Architetures for modeling emotions, AAAI Spring
Symposia Technical Series Technical Reports SS-
04-02. 2004;

(18) - Anwar, A., and S. Franklin. Sparse


Distributed Memory for "Conscious" Software
Agents. Cognitive Systems Research 4:339-354.
2003;

(19) – Ochsner KN, Gross JJ, Gabrieli JDE, Bunge


SA; Rethinking feelings: a fMRI study of the
cognitive regulation of emotion, Journal of
Cognitive, 14:8, pp.1215-1229, MIT, 2002;

(20) – Maratos EJ, Dolan RJ, Morris JS, Henson


RNA, Rugg MD; Neural activity associated with
episodic memory for emotional context,
Neuropsychologia, 39, pp.910–920, 2001;

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