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MEDIDA CAUTELAR DE EXIBIÇÃO

1.1 ORIGEM

Como muitos institutos jurídicos, a origem da ação exibitória também vem do direito
romano. A pretensão à exibição era protegida por ação que se exercitava por três formas
diferentes: a "actio ad exhibendum", uma "actio in factum", e o interdito "tabulis exhibendis". A
primeira era preparatória e permitia ao interessado, mediante exame direto da coisa, verificar se
tinha sobre ela algum direito que pudesse fazer valer em outra ação. Para exibição de
instrumentos, concedia o pretor uma "actio in factum". E para a de testamentos, havia o interdito
de "tabulis exhibendis"1.

Consta no Digesto que exibir é apresentar diante do magistrado para facilitar a ação do
demandante, compreendendo tanto pessoas quanto bens móveis. O pedido de exibição podia ser
formulado por quem tinha interesse na exibição e vinculava-se, não raro, a outra demanda2.

1.2. CONCEITO

A medida cautelar de exibição, prevista nos arts. 844 e 845, do CPC, como medida cautelar
que é, visa assegurar um provimento judicial futuro, devendo, assim, apresentar todos os
requisitos, “fumus boni iuris” e “periculum in mora”, como em qualquer medida cautelar.

Exibir, na definição de Ulpiano, "é trazer a público, submeter à faculdade de ver e tocar
(est in publicum producere et videnci tan gendique hominis facultatem praebere). Tirar a coisa do
segredo em que se encontra, em mãos do possuidor (proprie extra secretum ho bere)3.

Visa a propiciar ao promovente o contato físico, direto, visual, sobre a coisa, e não a privar
o demandado da posse do bem exibido. Após o exame, o bem será restituído ao exibidor.

1
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Cautelar, s/ ed. rev. e atual. São Paulo: Livraria e editora
universitária de direito Ltda., 1992, p. 287.
2
MARINS, Victor A. A. Bonfim. Comentários ao Código de Processo Civil, v. 12: do processo cautelar, arts. 813
a 889, coordenação de Ovídio A. Baptista da Silva. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p. 258.
3
Definição encontrada em: THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. 2, 28. ed. Rio
de Janeiro: Editora Forense, 2000, p. 435.
Mas, havendo necessidade, o juiz poderá determinar que o documento permaneça nos
autos, ou que a coisa, durante um certo tempo, se conserve em depósito judicial para dar
oportunidade à inspeção desejada pelo requerente4.

1.3. ESPÉCIES

O Código de Processo Civil trata da exibição em três situações diferentes, embora seja de
máxima relevância o entendimento de todas as espécies, nos deteremos mais especificamente a
medida cautelar preparatória, objeto principal de nosso estudo:

a) a exibição como resultante da ação autônoma principal: pode haver direito, pretensão
e ação de exibição decorrentes de uma relação de direito material que a demanda exibitória
correspondente desde logo satisfaça, e não apenas acautele, isto é, na qual exibida a coisa,
esgota-se o interesse material do autor. Assim, apesar do Código ter colocado a ação
exibitória entre as ações cautelares preparatórias, pode ela ser admitida em satisfação de
pretensões de direito material autônomas

b) como incidente da fase probatória do processo de cognição (artigos 355 a 363 e 381
a 382): o interesse do requerente visa unicamente a prova no processo, é exibição produtora
de prova e não simplesmente asseguradora de elementos de prova, colhidos para que o
autor da ação cautelar de exibição a produza em processo futuro;

c) como medida cautelar exibitória (artigos 844 e 845): Só é admitida como preparatória
de ação principal, sendo, portanto, acessória, visa o interesse do autor de preservar
determinado documento ou coisa, para ser usado como prova em processo futuro.

A ação cautelar de exibição cuida não da verificação da propriedade da coisa ou


declaração de conteúdo ou falsidade do documento, mas sim de assegurar a pretensão de
conhecer dados de uma ação antes de propô-la.

Trata-se de importante forma de medida cautelar para evitar o risco de uma ação mal
proposta ou deficientemente instruída. Assim, evita-se a surpresa ou o risco de deparar, no
curso de futuro processo, com uma situação de prova impossível ou inexistente. Enfim, visa
proteger o processo principal, ao qual será útil.

4
THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito Processual Civil, op. cit., p. 435.
Humberto Theodoro Júnior esclarece que o locador ou o herdeiro que exigem, frente
ao locatário ou ao inventariante, exibição do bem locado ou inventariado, são titulares de
uma situação substancial, autônoma e definida que lhes assegura o direito à vistoria da
coisa. Mas o interessado que obtém mandado de exibição da coisa para obter dados a
respeito de suas características ou de sua posse, a fim de munir-se dos elementos
necessários ao ajuizamento de uma reivindicatória, nenhum interesse material imediato
apresenta. Sua pretensão é acautelar o processo principal para que ele seja proposto sem os
riscos peculiares ao exercício desbaseado da pretensão reivindicatória5.

Segundo Luiz Fux6, a exibição de documento ou coisa de natureza cautelar pressupõe


a necessidade urgente de o juiz ver e tocar a prova na sua representação física, sob pena de
desaparecimento.

Trata-se de ação de preceito cominatório, pois o juiz determina a exibição do


documento ou coisa, sob a cominação de serem admitidos como verdadeiros os fatos que,
por meio deles, a parte pretendia provar (artigo 359, do CPC).

O juiz que julgar a medida cautelar será o juiz prevento para o julgamento da ação
principal, conforme art. 800, do CPC.

c.1. CABIMENTO (art. 844, CPC):

c.1.1. Exibição de coisas móveis: "I – coisa móvel em poder de outrem e que o
requerente repute sua ou tenha interesse em conhecer".

Para Ovídio Baptista, é necessário observar que o art. 844, I, do CPC deixa de fora
de seu campo de incidência as seguintes hipóteses:

“1) a exibição de documento "em poder de outrem" que o requerente


"repute seu", ou "tenha interesse em conhecer", ao prever somente
"coisa";

2) a exibição de documento que o requerente nem repute seu nem tenha


apenas interesse em conhecer, uma vez que o conteúdo dele lhe seja
perfeitamente conhecido; e que, mesmo assim, não alegando nem

5
THEODORO JÚNIOR, Humberto.Curso de Direito Processual Civil, op. cit., p. 437.
6
FUX, Luiz. Curso de direito processual civil, 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p. 1634.
propriedade nem "interesse em conhecer" o documento, tenha legítimo
interesse em vê-lo exibido em juízo;

3) a ação exibitória que tenha por objeto coisa móvel que o requerente
não "repute sua" nem tenha "interesse em conhecer", mas tenha legítimo
interesse em ver exibida em juízo, para formar prova a ser eventualmente
produzida em processo futuro”7.

Como o preceito remete apenas a coisa móvel, a exibição de imóveis se dará como
uma das hipóteses de cautelar exibitória inominada ou atípica, a ser fundamentada no
artigo 798, do CPC.

c.1. 2. Exibição de documentos: "II – documento próprio ou comum, em poder de co-


interessado, sócio, condômino, credor ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha
em guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou administrador de bens
alheios."

São requisitos da exibição de documentos: - o documento deve ser próprio ou


comum; - deve estar em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou devedor;
ou de terceiro, que o tenha em sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário
ou administrador de bens alheios.

Assim, não é todo documento que se pode pretender seja exibido: o documento há
de ser próprio, isto é, pertencente ao autor, ou comum, ou seja, ligado a uma relação
jurídica de que participe o autor.

Segundo a jurisprudência: “Documento comum não é apenas o relativo a ambas as


partes, mas também o referente a uma das partes e terceiro” (RT 622/161).

Humberto Theodoro Júnior acredita que em face da exigência do texto legal de que
o documento seja próprio ou comum, não parece viável pretender de terceiro a exibição de
documento particular dele, obtido sem intervenção do promovente e sem relacionamento
direto com o negócio jurídico invocado pelo requerente, ainda que possa ser útil à defesa
dos interesses da parte8.

7
SILVA, Ovídio A. Baptista. Curso de Processo Civil, v. 3 – Processo Cautelar (tutela de urgência), 3. ed. rev.,
atual. e ampl. Porto Alegre: Fabris, 2000, p. 274-6.
8
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, op.cit., p. 438.
De forma contrária, entende parte da doutrina que seria possível a exibição de
documento particular de terceiro, desde que comprovada a imprescindível utilidade deste
para o processo.

c.1.3. Exibição de escrituração e documentação comercial: "III – escrituração


comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivo, nos casos expressos em lei."

Em regra, a contabilidade mercantil está sujeita a sigilo. Os casos de conhecimento


de seu conteúdo dependem de expressa permissão legal.

As medidas previstas nos artigos 381 e 382 referem-se a incidentes da fase


probatória do processo; mas, as mesmas medidas poderão ser decretadas em caráter
preparatório ou cautelar, antes da ação principal, com base do artigo 844, III.

O artigo 381, do Código de Processo Civil admite a exibição integral da


contabilidade mercantil da empresa: na liquidação da sociedade e na sucessão por morte
do sócio. Já o artigo 382, do CPC prevê a exibição parcial que deve incidir sobre a parte
da escrituração e documentos de que se pode extrair a sua que interessa ao processo, nos
demais litígios.

Em princípio, o exame de livros comerciais fica limitado às transações entre


litigantes, mas pode ser total nos casos expressos em lei, como, por exemplo, na
liquidação de sociedade.

Nesse sentido concorrem as Súmulas 390 do STF: "A exibição judicial de livros
comerciais pode ser requerida como medida preventiva"; e Súmula 260 do STF: "O
exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes".

1.4. NATUREZA JURÍDICA

A natureza jurídica do pedido de exibição cautelar é de ação, pois, embora tenha caráter
acessório quanto a matéria, não há o que se discutir no que diz respeito a sua autonomia
processual, isto, porque é proposta em processo apartado, do qual resultará a citação do requerido
e posterior sentença.

1.5. PROCEDIMENTO
Conforme o artigo 845, do Código de Processo Civil, o procedimento da medida cautelar
exibitória é o mesmo preconizado para a exibição incidental (artigos 355 a 363 e 381 a 382).
Ovídio Batista (84), contudo, entende que como o artigo prevê apenas "no que couber", haverá
aplicação subsidiária das normas previstas para a exibição incidental, "o que não é muito, dado
que a maioria dos preceitos que regulam a exibição incidental de documentos não se adapta à
disciplina das ações cautelares". Assim, para o autor, o procedimento será o procedimento
cautelar comum (também no que couber), previsto nos arts. 796-812, complementado pelas
normas dos arts. 355 a 363 e 381 a 382.

Dessa forma, a ação cautelar de exibição será promovida por meio de uma petição inicial e
contestada pelo demandado, para tanto oportunamente citado para a causa.

O pedido de exibição cautelar ou preparatório será feito com os requisitos do processo


cautelar, “fumus boni iuris” e “periculum in mora”.

Ao ajuizar a ação cautelar, o autor indicará qual a ação principal a ser proposta, permitindo
ao juiz verificar se a exibição é relevante para a propositura e o desfecho da ação principal. É
obrigatória a referência à lide principal e seu fundamento.

1.5.1. Medida Cautelar exibitória contra parte: Quando o réu da ação cautelar exibitória
é um dos sujeitos da lide – pessoa que irá figurar no processo principal como parte, o
procedimento cautelar observará os artigos 356 a 359 e terá início por petição inicial, que
deverá conter, além dos requisitos ordinários (artigos 282 e 801), os seguintes elementos
(artigo 356): - a individuação, tão completa, quanto possível, do documento ou da coisa; - a
finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa; - as
circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe
e se acha em poder da parte contrária.

Assim, estando em ordem a inicial, o juiz a despachará mandando que o réu seja citado
para responder em cindo dias (artigo 357, do CPC). O réu, então, poderá tomar três
atitudes:

a)exibir em juízo a coisa ou documento, a exibição exaure o processo cautelar;

b)silenciar-se, a revelia importará admissão da veracidade dos fatos alegados pelo autor
(artigo 803);
c)contestar o pedido, recusando o dever de exibir ou afirmando que não possui o objeto
a exibir, o juiz poderá facultar às partes a instrução da causa, designando, se necessário,
audiência de instrução e julgamento (artigo 803, parágrafo único, do CPC).

1.5.3. Medida Cautelar exibitória contra terceiro: Quando a pretensão à exibição dirige-
se não contra o sujeito da lide (aquele que vai ser sujeito do processo principal ou de
mérito), mas contra um terceiro que detém a coisa ou documento o rito que será observado
é o dos artigos 360 a 362, do CPC.

A petição também deverá conter, além dos requisitos ordinários (artigos 282 e 801),
os seguintes elementos (artigo 356): - a individuação, tão completa, quanto possível, do
documento ou da coisa; - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o
documento ou a coisa; - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o
documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.

Após, o juiz mandará que o terceiro (réu da ação cautelar) seja citado para responder
em dez dias (artigo 360, do CPC).

O terceiro, da mesma forma que a parte, poderá:

a)exibir em juízo a coisa ou documento, a exibição exaure o processo cautelar;

b)silenciar-se, a revelia importará admissão da veracidade dos fatos alegados pelo autor
(artigo 803);

c)contestar o pedido, recusando o dever de exibir ou afirmando que não possui o objeto
a exibir, o juiz poderá facultar às partes a instrução da causa, designando, se necessário,
audiência de instrução e julgamento (artigo 803, parágrafo único, do CPC).

1.6. JURISPRUDÊNCIA

"A exibição cautelar, em qualquer das suas formas, seja para a exibição de coisa, seja para a
exibição de documentos, não pode ser principal e autônoma, devendo sempre ser preparatória."
(JTJ 203/233).

PROCESSUAL CIVIL – MEDIDA CAUTELAR – EXIBIÇÃO JUDICIAL DE


DOCUMENTOS – ARTS. 801, III e 844/CPC – Em princípio, as medidas cautelares estão
vinculadas a uma ação principal, ou a ser proposta ou já em curso (art. 800/CPC). Todavia, a
jurisprudência, sensível aos fatos da vida, que são mais ricos que a previsão dos legisladores, tem
reconhecido, em certas situações, a natureza satisfativa das cautelares, como na espécie, em que a
cautelar de exibição exaure-se em si mesma, com a simples apresentação dos documentos. A
medida cautelar de cunho administrativo e voluntário que objetiva a colheita de prova para
potencial e futura utilização não obriga a propositura da ação principal, não sendo obrigatório,
portanto, que dela conste a indicação da lide e seu fundamento. Recurso especial não conhecido.
(STJ – REsp 104356 – ES – 4ª T. – Rel. Min. César Asfor Rocha – DJU 17.04.2000 – p. 00067).

MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL DE EXIBIÇÃO DOS EXTRATOS BANCÁRIOS DAS


CONTAS VINCULADAS AO FGTS – VIA INADEQUADA – 1. A medida cautelar incidental
prevista no art. 844 do CPC, em que se fundou a pretensão dos requerentes, tem natureza
preparatória de uma futura ação principal, sendo cabível na hipótese de haver necessidade prévia
dos dados que se pretende obter. 2. O pedido de exibição dos extratos das contas vinculadas ao
FGTS, formulado contra parte integrante da relação processual, deve ser feito na ação principal
de cobrança. 3. Apelação a que se nega provimento. (TRF 3ª R. – AC 455.656 – SP – 1ª T. – Rel.
Des. Fed. Oliveira Lima – DJU 29.02.2000 – p. 543).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MARINS, Victor A. A. Bonfim. Comentários ao Código de Processo Civil, v. 12: do


processo cautelar, arts. 813 a 889, coordenação de Ovídio A. Baptista da Silva. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2000.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Cautelar, s/ ed. rev. e atual. São Paulo:
Livraria e editora universitária de direito Ltda., 1992.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. 2, 28. ed. Rio de
Janeiro: Editora Forense, 2000.

FUX, Luiz. Curso de direito processual civil, 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004.

SILVA, Ovídio A. Baptista. Curso de Processo Civil, v. 3 – Processo Cautelar (tutela de


urgência), 3. ed. rev., atual. e ampl. Porto Alegre: Fabris, 2000.

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, v. 3, 3ª


ed., Editora Saraiva, 2010.

DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil, 10ª ed., Rio de
Janeiro, Editora Lumen Juris, 2008.

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