CINTIA CARRERA
CRISTIANE RODRIGUES
FERNANDA GUILABEL
ILMA IAJIMA
PATRICIA GRILLO
HEMODIALISE
Objetivos
Os objetivos da hemodiálise são os seguintes:
• Extrair do sangue as substâncias nitrogenadas tóxicas.
• Remover o excesso de água.
Incidência
• 65 mil brasileiros necessitam de hemodiálise por conta do mau funcionamento
dos rins; destes estima-se que 30% dos casos de insuficiência renal crônica,
tenha como causa a hipertensão arterial.
• A pressão alta não controlada juntamente com a Diabetes é causa freqüente de
lesão nos rins, que pode levar o indivíduo ao processo de hemodiálise.
• A cada ano, cerca de 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por
hemodiálise ou diálise peritoneal.
Tempo de duração
Processo da Hemodiálise
• Cãibras musculares.
• Hipotensão (queda rápida da pressão arterial): náuseas, vômitos, diaforese,
taquicardia e vertigem são sinais comuns de hipotensão.
Complicações graves:
• Embolia gasosa: pode ocorrer quando o ar penetra no sistema vascular do
paciente.
• Hipovolemia.
• Extravasamentos sanguíneos: ocorre quando as linhas sanguíneas se
desconectam, ou quando as agulhas de diálise são deslocadas acidentalmente.
• Arritmias: podem resultar das alterações eletrolíticas e do pH ou a partir da
remoção de medicamentos antiarrítmicos durante a diálise.
• Desequilíbrio dialítico: resulta dos deslocamentos de líquido cerebral.
• Choque.
• Convulsões.
Complicações a longo prazo
• Anemia e fadiga: Podem ser causadas por perda hemática acelerada (por
hemólise e sangramento) e por distúrbio da produção de eritropoietina. A insônia,
fadiga e mal-estar geral são persistentes. A deterioração do bem-estar físico e
emocional, falta de energia e de força, e a perda de interesse contribuem
negativamente para a intensificação da anemia.
Problemas psicossociais
O paciente renal crônico sofre um forte abalo emocional e social assim que são
identificados os primeiros sintomas da doença. Sua vida se transforma radicalmente,
pois a hemodiálise, tratamento ao qual precisa se submeter, traz profundas mudanças na
rotina de vida do paciente e seus familiares, tais como: freqüência constante centros de
diálise; restrições hídricas e alimentares; mudança nas atividades de rotina (as quais
incluem a jornada de trabalho regular e vida social).
Falar sobre o emocional do paciente renal crônico é antes de tudo reconstruir
uma trajetória de perdas que vai muito mais além da função renal. O caminho do
paciente renal é atravessado por uma série de problemas, afetando o indivíduo, sua
família e todo o seu contexto, de uma maneira geral.
O paciente se vê imerso em uma parafernália de máquinas, intervenções
cirúrgicas, medicamentos e dietas que não podem assegurar-lhe a cura nem o retorno de
sua saúde. O desenvolvimento da doença torna-o um paciente crônico que sofre, a partir
de então, uma série de perdas, conduzindo-o a um esfacelamento total de sua vida física,
orgânica e social. Com a doença ocorre uma modificação na sua imagem corporal, seu
corpo agora é repleto de cicatrizes das fístulas e cateter, dos exames e cirurgias. Ele fica
marcado por ela, e passa a ter uma fisionomia característica não de si, mas de sua
doença.
O paciente renal crônico perde a liberdade que atinge atividades escolares,
domésticas ou profissionais; passa a depender da Previdência Social, da máquina, da
família, da sorte... o que gera insegurança, acarretando um desgaste e estresse
emocional intenso, na maioria dos casos. Tais situações acarretam alguns sentimentos
como medo, ansiedade, insegurança, culpa e raiva o que pode trazer como
conseqüência, uma diminuição da auto-estima e um comportamento de resistência em
seguir o tratamento adequadamente, trazendo prejuízos ao quadro clínico. Estes
sentimentos são normais e fazem parte do processo de aceitação da doença e seu
tratamento. Geralmente, o paciente apresenta uma melhora do quadro de ansiedade,
quando conhece melhor a doença e se situa em sua realidade.
Portanto o que será que causa mais dor, a doença ou o tratamento?
É difícil saber, mas seja qual for a resposta, a intervenção psicológica se
justifica, pois tem o objetivo de tentar amenizar a dor provocada pelo tratamento.
Como atuamos
Iniciativa feita há nove anos pela Unifor leva 400 pessoas a aprender a ler e escrever
durante as sessões de hemodiálise
Aos 13 anos de idade, Felipe Lopes ainda não sabe ler e nem escrever. Não por
negligência dos pais ou falta de interesse. Felipe é paciente renal crônico e necessita
fazer hemodiálise três vezes por semana. Seu estado de saúde não permite que ele
freqüente a escola regularmente e, com isso, tem dificuldade em acompanhar, com
naturalidade, os amigos da mesma idade. Sua história é a da muitos outras crianças e
jovens com a mesma doença. Alguns, como é o caso de Felipe, na fila para o
transplante, outros passarão o resto da vida se submetendo a diálise.
Ansiedade e sofrimento, nesses casos, se confundem. A dor do tratamento se
mistura a dor em não poder viver o cotidiano. Pouco se pode fazer com relação à
Medicina. O caminho é o único a seguir. Mas eles se multiplicam quando se interfere na
questão de outros ângulos. É o caso do projeto Educação e Saúde, dos cursos de
Psicologia, Pedagogia, Ciências Sociais e Letras, da Universidade de Fortaleza (Unifor).
Por meio dele, os pacientes, inclusive os mais velhos, são alfabetizados ou
recebem reforço escolar, durante a quatro horas da diálise, três vezes semanais. Além de
educar, os 11 bolsistas, quatro voluntários e uma professora-coordenadora desenvolvem
atividades lúdicas durante o tempo em que permanecem ligados à máquina de
hemodiálise. “Há ainda o exercício da afetividade fraterna entre alunos e pacientes que
se sentem isolados da vida diária”, afirma a coordenadora, Hermínia Lima.
A iniciativa existe há nove anos e nasceu, conta a professora, quando uma
adolescente acometida de síndrome renal manifestou forte desejo de dar continuidade a
seus estudos, solicitando que isso fosse feito durante as horas difíceis das sessões de
tratamento. De lá para cá, 400 pessoas já foram alfabetizadas.
A equipe atua no Instituto do Rim, no Meireles; no Instituto de doenças Renais,
na Av. Bezerra de Menezes; e na Policlínica do Rim, no Centro. São 99 pessoas
beneficiadas, entre 12 crianças e jovens, 78 adultos e nove idosos. “Me sinto muito bem
quando eles chegam aqui com as atividades”, diz uma das pacientes. A primeira
coordenadora do projeto, Lina Maria Fernandes Gil, conta que o trabalho tem
reconhecimento nacional. “Inclusive, conquistou, duas vezes consecutivas, o prêmio
nacional de Cidadania Empresarial: em 2001, em Salvador; e 2002, em Brasília.
O aluno e supervisor, Vítor Mendonça, explica o número restrito de voluntários
no fato das salas das clínicas serem repletas de máquinas, fios e outros acessórios que
ocupam os espaços, além do trânsito de enfermeiros. “Logo, não se pode colocar muitas
pessoas nessas salas, pois lá acontecem muitas ocorrências que necessitam de espaço e
atenção especial para serem realizadas”. Ao transformar a clínica em sala de aula, avalia
a atual coordenadora, Hermínia Lima, os alunos da Unifor têm exercido influência
direta na auto-estima dos pacientes, melhorando a reação deles ao tratamento. “Hoje,
eles se sentem mais valorizados”, atesta.