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A PROBLEMÁTICA DA FORMACÃO DO ESPAÇO URBANO DO MUNICÍPIO

DE ARAGUAÍNA/TO

Pesquisa desenvolvida pela discente


Patricya Borges Farias,
patiborges@mail.uft.edu.br,
e pelo docente Daniel Vater de Almeida,
Prof. Assistente I da UFT, Mestre em Geografia pela UERJ,
Doutorando em Geografia pelo IGC-UFMG.

INTRODUÇÃO
A proposta aqui apresentada tem como objetivo discutir como a Cidade de
Araguaína, situada ao norte do estado do Tocantins, tem no bojo de sua história, altos e
baixos, no que tange ao processo de formação de seu centro urbano, que vai desde a
construção da rodovia federal BR-153/Belém – Brasília em 1960, até seu papel como
prestadora de serviços, abrangendo as cidades circunvizinhas e sul dos estados do Pará e
Maranhão. Outrossim, políticas públicas implantadas pelo governo federal entre as décadas
de 70 e 80, proporcionaram novos rumos para economia desta municipalidade sob análise,
tais como industrialização e valorização de importações no país em detrimento da economia
de subsistência, acelerando desta forma o movimento migratório do campo para os centros
urbanos.
As constantes transformações que ocorrem em seu centro urbano e que continuam
acontecendo demonstra o importante papel da cidade na rede urbana a qual esta pertence.

OBJETIVOS
O presente artigo tem como objetivo principal estudar a formação do espaço urbano
do município de Araguaína/TO, sob a ótica de sua organização econômica e produção do
espaço. A forma mais exequível desta pesquisa foi analisar o papel de Araguaína/TO na rede
de cidades, desenvolvida pela prestação de serviços que esta comanda para os municípios de
seu entorno. A partir desta leitura foi possível compreender a organização do espaço
intra-urbano da cidade. Tendo como objeto de análise, a cidade de Araguaína/TO, enquanto
prestadora de serviços em saúde e educação, estabelecendo a partir daí uma análise da
dinâmica de re-ordenamento do espaço urbano.

METODOLOGIA
A pesquisa em andamento dá-se a partir de pesquisa e levantamento de dados em
órgãos públicos e privados, bem como revisão bibliográfica, base para qualquer investigação
cientifica. Essa, em particular voltada para a revisão de referências bibliográficas (livros,
revistas especializadas, periódicos, artigos, teses, dissertações e consulta à internet).

Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3

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Apresentar-se-á a interpretação dos dados obtidos, sob a forma de tabelas, gráficos e mapas
no decorrer do trabalho, visando à compreensão do processo de formação deste centro
urbano, assim como sua situação no tempo presente. A análise está organizada da seguinte
forma:

1. Percurso cronológico;
2. Questões norteadoras: Como se concebeu o espaço urbano de Araguaína/TO? Quais
foram os principais fatores que contribuíram de modo positivo e/ou negativo para o
crescimento deste espaço urbano?
3. Discussão das informações coletadas.

RESULTADOS PRELIMINARES
O povoamento do município de Araguaína teve início em 1876 às margens do Rio
Lontra. Era um pequeno povoado conhecido como “Livre nos Deus” por ser uma área de
grandes conflitos entre os seus primeiros ocupantes, os indígenas da tribo Carajás e os novos,
oriundos do Piauí, um casal e seus filhos que nesta localidade alojaram-se, e em seguida
trouxeram suas famílias. Estas deram início a um pequeno cultivo de subsistência, e logo em
seguida à cultura do café, todavia sem sucesso, devido às inúmeras dificuldades encontradas
para escoamento da produção, especialmente a ausência de vias terrestres. Sua área
pertencerá inicialmente ao município de São Vicente (hoje Araguatins), depois ao município
de Boa Vista (hoje Tocantinópolis) e por último, antes de sua emancipação em 1948, é
integrada ao Município de Filadélfia ficando conhecida então como povoado de Araguaína.
Somente em 14 de novembro de 1958 e que esta terá sua emancipação política, tornando-se
uma nova municipalidade. Todo este processo ocorreu ainda na antiga formação territorial do
norte goiano, estado de Goiás, passando a incorporar o atual estado do Tocantins, após sua
criação em 1988. SANTIAGO, 2000.
O processo de expansão de seu centro urbano passa por um longo período de
estagnação, sob o ponto de vista da lógica do modo de produção capitalista. Somente no
plano de metas do governo de Juscelino Kubitschek com a construção BR-153/
Belém-Brasília, a cidade terá um novo estímulo para seu crescimento, tanto pela chegada de
novos habitantes para trabalharem nas obras desta rodovia, como pela utilização da
mão-de-obra local a serviço da mesma. É o que vem afirmar Becker:
“A urbanização não é aí uma conseqüência da expansão agrícola: A
fronteira já nasce urbana, tem um ritmo de urbanização mais rápido que no
resto do país... Na década de 60 e 70 a maior parte do fluxo migratório era
espontâneo, destinava-se ao norte e Goiás e sul do Pará, e era formado por
trabalhadores rurais pequenos ocupantes, posseiros e proprietários sem

capital vindo do nordeste” (BECKER, 1991, p. 44)

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Provocando desta forma um novo re-ordenamento do espaço urbano araguainense,
os bairros e setores se multiplicaram de forma desordenada fugindo ao controle do poder
público local. Estes novos setores inicialmente caracterizaram-se como periferias do centro,
baseados num grande contingente de habitantes vivendo em condições subumanas. A
economia da cidade vivenciou novos rumos com a chegada de investidores oriundos de
distintas regiões do país. No quadro abaixo verifica-se a evolução do crescimento
populacional da cidade a partir da década 60, ano de construção da rodovia;
“A importância da Belém-Brasília foi além da simples via de transporte
rodoviário, concretizou uma viabilidade econômica para uma região isolada,
que sofria dificuldades para se desenvolver. O fluxo migratório que se
direcionou para o campo, a criação de novos núcleos urbanos e, “a
reanimação econômica” de outras cidades na região, estabeleceu uma nova
fase de consolidação e organização socioeconômica. A rodovia tornou-se um
grande eixo de escoamento da produção e de interligação entre o sul que
fornece produtos industrializados e o norte, matérias-prima.” (BRITO, p. 81)

ANO POPULAÇÃO
TOTAL URBANA RURAL
1960 10.826 2.382 8.444
1970 37.780 17.372 20.408
1980 72.063 47.956 24.107
1991 103.315 84.614 18.701
1996 105.019
2000 113.143 105.874 7.269
2007 115.759
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000 – Contagem da população 1996 e 2007
Nota-se no quadro acima que em 1960, o município de Araguaína/TO, ainda estado
de Goiás, possuía uma população de 10.826 habitantes, sendo que somente 2.382 destes
residiam em área urbana e 8.444 residiam na zona rural. Já em 1970, essa população cresce
vertiginosamente passando para um total de 37.780 habitantes, cujos 17.372 viviam na área
urbana e 20.408 ainda permaneciam em área rural. Em 1980, através de programas do
governo federal, incentivando a industrialização do país, a população residente no centro
urbano desta municipalidade, ultrapassa a rural alcançando um total de 72.063 habitantes, dos
quais 47.956 residiam na área urbana e 24.107 em área rural. De acordo com o último censo
demográfico realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de
2007, a população de Araguaína/TO figura na ordem de 115.759 habitantes. No mapa

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abaixo podemos melhor visualizar a extensão da rodovia e, conseqüentemente, sua
importância para integração da região norte ao sul do espaço geográfico brasileiro.

Fonte: Tocantins (2000); Borges (2001), Brasil (2008) Organização: Eliseu Pereira de Brito

Apesar dos incentivos fiscais, concedidos a este município, para sua industrialização,
ao longo dos sucessivos governos, durante a ditadura militar, o mesmo não conseguiu
alcançar um patamar de produção industrial comparável com demais regiões do norte e
centro do país, consideradas industrializadas, a partir destes mesmos incentivos. A economia
da cidade baseia-se no agronegócio, que apesar de lucros significativos para pequenos
grupos, pouco contribuem na geração de empregos de forma direta no município. A maior
parte dos empregos ofertados advém do terceiro setor (comércio, serviços e funcionalismo
público).
“...A economia está fundamentada na pecuária extensiva com pouca
exigência de tecnologia e reduzida capacidade de geração de empregos...”
(Relatório Técnico da Revisão do Plano Diretor de Araguaína, 2004)

A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA ÁREA DA SAÚDE EM ARAGUAÍNA/TO E


SUAS IMPLICAÇÕES NA (RE) PRODUÇÃO DO ESPAÇO
Araguaína é uma cidade que desempenha um importante papel na região norte do
estado do Tocantins, no que tange à prestação de serviços na área de saúde, educação,
serviços bancários, dentre outros.
Elencaremos aqui algumas questões quanto ao seu papel como prestadora de serviços
em saúde, e da sua polarização para tais serviços. A cidade abriga, em seu centro urbano,

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diversas especialidades da área de saúde que vão desde atendimento com internação a
atendimentos simples. É o que afirma GASPAR:
“... já apresentava uma rede hospitalar mais complexa, formada por
unidade de saúde com internação e sem internação (...). Essa rede de hospitais
passou a fortalecer a influência já exercida pela cidade nas áreas
circunvizinhas pelas atividades comerciais e agropastoris, ultrapassando,
assim, os limites territoriais do Novo Estado...” (GASPAR, 2002, p.93 e 94).
Essa rede hospitalar citada pela autora compreende atendimentos como saúde da
família, o hospital de referência (público), oferecendo atendimentos de urgência e
especialidades médicas, o hospital e maternidade Dom Orione (privado), que por sua
condição de maternidade tem o segundo maior fluxo de atendimento. Há ainda, uma gama de
clínicas particulares. A tabela 01 mostra de que forma esta distribuído os pacientes internados
no município.
TABELA 01: Origem das pessoas internadas nos principais hospitais da cidade.

Hosp. Hosp. e Mate rnidade Hosp. De Doe nças %


Estado Comunitário Dom Orione Tropicais Total
TO 6.618 8.122 1.311 16.060 77
PA 2.322 1.011 354 3.687 18
MA 641 271 84 996 4,7
OUTROS 15 27 - 42 0,3
9.596 9.431 1.749 20.785 100
Fonte: Pesquisa a campo, set., out., Nov. Org. Jacira G. Gaspar.

Na tabela acima, verifica-se que o Hospital de Comunitário de Araguaína (público) é


o que recebe maior parte dos pacientes oriundos de outros estados, mormente vindos do
Pará e Maranhão. Em segundo lugar, o Hospital e Maternidade Dom Orione (privado), que
por sua condição de maternidade, tem o segundo maior fluxo de pacientes, tanto no que diz
respeito a consultas, como internações.
Essa condição de pólo referência em saúde faz que a cidade desenvolva no seu centro
urbano, uma estrutura para atender toda essa demanda, tais como a organização das vias
urbanas de forma a facilitar o acesso a estes locais. O comércio voltado para as áreas da
saúde e hospitalar também ganha destaque na economia local.

A EDUCAÇÃO E SEUS DESDOBRAMENTOS NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO

A prestação de serviços voltados para educação hoje no município de


Araguaína são de grande relevância para (re) produção do espaço, sobretudo nas áreas do

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entorno do ITPAC (Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos), instituição privada de
ensino superior que instalou-se na cidade em 1998. Dentre os cursos ofertados, está o de
medicina, principal foco de investimento desta IES, contribuindo em parte, para que a cidade
reafirme seu papel, enquanto pólo de referência em prestação de serviços de saúde.
A instituição em questão instalou-se num setor periférico ao centro da cidade, onde o
início de suas atividades provocou mudanças substanciais na ocupação e valorização do solo
urbano do entorno, provocando um processo de segregação social e espacial da população
local, bem como, a ocupação dos “espaços vazios”, que na realidade são áreas de
especulação imobiliária. Parte das famílias de antigos(as) proprietários(as) foram forçadas a
vender seus pequenos lotes de terra localizados na área em questão, distanciando-se ainda
mais do centro da cidade. Abaixo, observamos claramente, uma imagem que retrata o perfil
das casas que dividem o mesmo espaço com as novas residências, configurando a paisagem
local.

FARIAS, P atricya Borges Data: 20/11/2009 FARIAS, P atricya Borges Data:

20/11/2009

“... o que se tem é uma situação na qual os pobres são induzidos, por seu
baixo poder aquisitivo, a residirem em locais afastados do CBD e das
eventuais amenidades naturais e/ou desprezados pelos moradores mais
abastados” (SOUZA, 2008)
E como vem afirmar SOUSA, a cidade se desenvolve, aumenta sua população, mas,
conjuntamente, as desigualdades tornam-se facilmente perceptíveis em seu espaço a imagem
acima retrata a desigualdade encontrada em um mesmo setor só que em diferentes pontos,
essas residências estão localizadas no Setor São Miguel, sendo poucas as residências,
pertencentes a famílias com baixo poder aquisitivo que ainda se encontram no local. Esse
desenvolvimento dá margem a alguns questionamentos, como por exemplo: Para quem se
destina tais recursos investidos? De que forma a sociedade araguainense se beneficia deste
desenvolvimento?
As contradições existentes no discurso desenvolvimentista, não serão aqui
solucionadas, porém questionadas, servindo de base para novas fontes de pesquisas, uma vez

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que a sociedade não é algo estanque, isto é, sempre existirão novos desdobramentos, a serem
pesquisados e discutidos.

REFERÊNCIAS

BECKER, Berta K. Amazônia. São Paulo: Ática, 1991.

BRITO, Eliseu Pereira de. Brito, Eliseu Pereira de. O papel de Palmas - TO na rede de
integração regional. – Dourados: UFGD, 2009. 260f

GASPAR, Jacira Garcia. Araguaína e sua região: saúde como reforço da polarização.
Recife: UFPE, 2002. 176 p.: il

SANTIAGO, Claudivan. Araguaína História e Atualidade. ED. UNITINS, 2000.

SOUSA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento Urbano. 4° Ed., Bertrand Brasil,
Rio de Janeiro, 2008.

OLIVEIRA, Lucimara Albieride. Avaliação do Plano Diretor de Araguaína. Araguaína,


2004. Disponível em: <www.araguaina.to.gov.br/SecobrasPlanoDiretor.html> acessado em 4
de dezembro de 2009.

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