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Manual para a Preparação de

Gás de Aterro Sanitário para Projetos de


Energia na América Latina e Caribe
Banco Mundial
ÍNDICE
LISTA DE FIGURAS ...........................................................................
LISTA DE QUADROS .........................................................................
LISTA DE BOXES.............................. ...............................................
APÊNDICES ......................................................... ...........................
RECONHECIMENTOS.............................................. ............................
SIGLAS E ABREVIATURAS..................................................................
UNIDADES DE MEDIDA, EQUIVALÊNCIAS AOS EUA E FATORES DE
CONVERSÃO
PREFÁCIO..
EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
SUMÁRIO EXECUTIVO.................. ....................................................
1.0 Introdução ao Manual ........................................................................
1.1 Parte I – Compreensão do Recurso LFG e as Aplicações Potenciais.................
1.2 Parte II - Compreensão das Regulamentações Pertinentes, dos Mercados de Energia
e o Financiamento Internacional de Carbono........................................
1.3 Parte III – Avaliação e Desenvolvimento do LFG para Projetos de Energia........
1.4 Resultados Esperados..........................................................................
1.5 Antecedentes....................................................................................
PARTE 1 – COMPREENSÃO DO RECURSO LFG E AS APLICAÇÕES
POTENCIAIS.......................................................................................
2.0 Gás de Aterro Sanitário – Compreendendo o Recurso .................................
2.1 LFG Geração e Fatores da Geração........................................................
2.2 O Modelo Scholl-Canyon. ................................................... .............
2.3 LFG Composição ...........................................................................
2.4 Impactos Potenciais do LFG...............................................................
2.5 Benefícios Potenciais do LFG..............................................................
2.6 Sistema de Coleta do LFG..................................................................
2.7 Funcionamento do Sistema de Coleta do LFG..........................................
2.8 AS Melhores Práticas de Gestão para o Funcionamento dos Projetos de LFG Para
Maximizar o Potencial de Recuperação de Energia.........................................
ÍNDICE
3.0 Tecnologias para Utilização do Gás de Aterro Sanitário .............................
3.1 Aplicações para o Combustível de Grau Baixo..........................................
3.2 Aplicações para o Combustível de Grau Médio ........................................
3.3 Aplicações para o Combustível de Grau Alto...........................................
3.4 Processamento do LFG......................................................................
3.5 Fatores para Seleção da Utilização........................................................
PARTE 2 – COMPREENSÃO DAS REGULAMENTAÇÕES PERTINENTES, DOS
MERCADOS DE ENERGIA E O FINANCIAMENTO INTERNACIONAL DE
CARBONO.........................................................................................
4.0 Políticas, Legislação, Regulamentação, e Mercados de Energia.....................
4.1 Antecedentes..................................................................................
4.2 Designações Energia Elétrica Verde, Adequação de GHG e Reduções
Aceleradas dos Impostos.........................................................................
4.3 Legislação ....................................................................................
4.4 Mercados para Eletricidade.............. ................................................
5.0 Políticas, Legislação, Regulamentação Ambiental e para Gestão de Resíduos
Sólidos..............................................................................................
5.1 Órgão Reguladores e Requisitos para Aprovações......................................
5.2 Propriedade do Aterro Sanitário...........................................................
5.3 Desenho do Aterro e Padrões e requisitos para Operação.............................
5.4 Políticas, Legislação, Regulamentação sobre a Qualidade do Ar............... ....
5.5 Políticas, Legislação, Regulamentação sobre a Qualidade da Água........... .....
5.6 LFG Projetos como Parte de um Sistema Integrado de Gestão de Resíduos
Sólidos........................................................................................ ......
6.0 Financiamento Internacional de Carbono................................................
6.1 O Protocolo de Quioto e o Mercado de Carbono.......................................
6.2 O Ciclo do Projeto MDL....................................................................
6.2.1 Entidades Participantes.......................... ........................................
6.2.2 Procedimentos do Ciclo de Atividades dos Projetos MDL ........................
6.3 O Conceito de Adicionamento e os Cálculos da Redução na Emissão .............
6.4 Processos de Validação/Verificação.......................................................
6.5 LFG Projetos de Utilização e Questões Importantes de Validação/Verificação ..
ÍNDICE
6.6 Desenvolvimento do Mercado de Carbono .............................................
6.7 Abordagens para Contratos de Venda de Carbono ....................................
6.8 Questões de Riscos no Financiamento de Carbono ..................................
PART 3 – AVALIANDO E DESENVOLVENDO PROJETOS LFGTE .............
7.0 Fatores de Risco Relacionados aos Aspectos Ambientais, Financeiros e de Manejo
de Recursos ......................................................................................
7.1 Riscos de Disponibilidade de LFG.......................................................
7.2 Riscos da Tecnologia LFG................................................................
7.3 Riscos da Regulamentação e Aprovação ...............................................
7.4 Fatores de Risco de Mercado/Receita...................................................
8.0 Estudos de Pré-Investimento..............................................................
8.1 Pré-Viabilidade Técnica ...................................................................
8.2 Acesso a Mercado e Arranjos para Eletricidade/Queima de Gás, Estrutura de Preços
e Contrato ...............................................................................
8.3 Cálculos Econômicos para o Projeto....................................................
8.4 Estrutura do Projeto (Parceiros e Papéis) e
Plano de Negócio Preliminar ..................................................................
8.4.1 Direitos ao Recurso LFG Combustível ..............................................
8.4.2 Estratégias para Parcerias ..............................................................
8.4.3 Plano de Negócio Preliminar...........................................................
8.5 Escopo do Estudo de Avaliação de Impacto Social e Ambiental ...................
8.6 Montagem da Equipe do Projeto ........................................................
8.7 Resumo das Abordagens de Desenvolvimento.........................................
8.8 Lições Aprendidas dos Casos de Estudo das Etapas de Pré-Investimento.........
9.0 Desenvolvimento do Projeto .............................................................
9.1 Finalizar Arranjos para Parcerias e Plano de Negócio..............................
9.2 Realizar Avaliação Final do Projeto ....................................................
9.3 Negociar Contrato de Venda de Energia Elétrica e Assegurar Incentivos ...... .
9.4 Assegurar Autorizações e Aprovações ..............................................….
9.5 Contrato de Engenharia, Licitação e Construção, e de Serviços O&M ...........
ÍNDICE
9.6 Implementar Projeto e Iniciar a Operação Comercial ...............................
9.7 Monitorar e Avaliar o Desempenho do Contrato e os Impactos do Projeto .....
9.8 Lições Aprendidas com as Etapas de Desenvolvimento Detalhado dos Estudos de
Caso ...............................................................................................
Materiais de Referência ........................................................................
LISTA DE FIGURAS
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FIGURA 2.1 CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DO ATERRO LFG
FIGURA 2.2 EXEMPLO DE CURVAS DE GERAÇÃO DO LFG
FIGURA 2.3 ETAPAS TÍPICAS DE PRODUÇÃO DO LFG
FIGURA 2.4 CUSTO VERSUS EFICIÊNCIA DE RECUPERAÇÃO
FIGURA 2.5 DETALHE TÍPICO DE UM DRENO VERTICAL PARA
EXTRAÇÃO DO LFG
FIGURA 2.6 DETALHE TÍPICO DE UMA VALA HORIZONTAL DE COLETA DO
LFG
FIGURA 3.1 OPÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DO LFG
FIGURA 6.1a FLOWCHART OF CDM PROJECT ACTIVITY CYCLE
– ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO
FIGURA 6.1b FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA
PROJETOS CDM – ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
FIGURA 8.1a FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA
PROJETOS LFG – ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO
FIGURA 8.1b FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA
PROJETOS LFG – ETAPA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
FIGURA 8.1c FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA PROJETOS
LFG– ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO, COMISSIONAMENTO E
FUNCIONAMENTO DO PROJETO
FIGURA 8.2 PACOTE DE GERAÇÃO DE LFG
FIGURA 8.3 ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO DA UTILIZAÇÃO POTENCIAL
DO LFG
FIGURA 8.4 MONTAGEM DA EQUIPE DO PROJETO
LISTA DE QUADROS
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QUADRO 2.1 QUESTÕES COMUNS SOBRE O SISTEMA DE COLETA DE LFG E
RECUPERAÇÃO DO COMBUSTÍVEL
QUADRO 3.1 TECNOLOGIAS PARA UTILIZAÇÃO DO LFG E VARIAÇÕES DO
FLUXO TÍPICO/ELETRICIDADE
QUADRO 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS, LEGISLÇÃO,
REGULAMENTAÇÃO E MERCADOS APLICÁVEIS DE ENERGIA
QUADRO 4.2 PREÇOS DE ENERGIA PAGOS PELOS DISTRIBUIDORES PARA
OS GERADORES DE ELETRICIDADE NO BRASIL
QUADRO 5.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS, LEGISLÇÃO,
REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAIS E DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
APLICÁVEIS
QUADRO 8.1 DADOS DO ATERRO CANDIDATO – PROJETO POTENCIAL DE
DESENVOLVIMENTO DO LFG
QUADRO 8.2 QUADRO DOS DADOS DE INSUMO PARA ATERRO CANDIDATO
- PROJETO POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO DO LFG
QUADRO 8.3 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES PRELIMINARES DE
CUSTO DO SISTEMA DE COLETA DO LFT EM ATERROS CANDIDATOS
QUADRO 8.4 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES PRELIMINARES DE
CUSTO DO SISTEMA DE UTLIZAÇÃO DO LFG EM ATERROS
CANDIDATOS
QUADRO 8.5 OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO E VARIAÇÕES SOBRE A
APLICABILIDADE
QUADRO 8.6 AVALIAÇÃO CUSTO/RECEITA – ETAPA DE
PRÉ-VIABILIDADE
LISTA DE QUADROS
Página
Seguinte

QUADRO 8.7 COMPARAÇÃO DA ETAPA DE PRÉ-VIABILIDADE DOS


ESTUDOS DE CASO
QUADRO 9.1 COMPARAÇÃO DA ETAPA DE DESENVOLVIMENTO DO
PROJETO DOS CASOS DE ESTUDO
LISTA DE BOXES
Página
BOX 1 IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM DA GERAÇÃO DE LFG &
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO RECURSO COMBUSTÍVEL
BOX 2 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CONDENSADO NO DESEMPENHO DO
SISTEMA DE COLETA DE LFG
BOX 3 APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DOS MOTORES A PISTÃO
BOX 4 ACESSO A, E CONFIRMAÇÃO DOS ÁGIOS NO PREÇO DA
ELETRICIDADE ‘VERDE’
BOX 5 IMPORTÂNCIA DA AUTORIZAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO
PROJETO
BOX 6 PROPRIEDADE DO CRÉDITO DA REDUÇÃO NA EMISSÃO
BOX 7 IMPLICAÇÕES DOS CRÉDIDOS DA REDUÇÃO NA EMISSÃO PARA A
VIABILIDADE DOS PROJETOS LFGTE
BOX 8 IMPORTÂNCIA DA REVISÃO COM A DEVIDA DILIGÊNCIA DO
POTENCIAL DO RECURSO LFG
BOX 9 NEGOTIATING ENERGY SALES CONTRACT CONDITIONS
BOX 10 ESTUDOS DE PRÉ-VIABILIDADE PARA UM PROJETO
DEMONSTRATIVO NO MÉXICO
BOX 11 IMPORTÂNCIA DA DISPONIBILIDADE DE PEÇAS E DA
MANUTENÇÃO REGULAR
BOX 12 SELEÇÃO DA ABORDAGEM DE DESENVOLVIMENTO
BOX 13 RETSCREEN INTERNACIONAL
BOX 14 PARCEIROS MÚLTIPLOS E COMPLEXIDADE PARA O
FINANCIAMENTO DO PROJETO
BOX 15 IMPORTÂNCIA DE ACORDOS CONTRATUAIS E ESPECIFICAÇÕES
TÉCNICAS CLARAS E CONCISAS
APÊNDICES

APÊNDICE A COMPONENTES DO SISTEMA DE COLETA DE GÁS DE


ATERRO SANITÁRIO
APÊNDICE B DOCUMENTO CRITÉRIOS PARA CERTIFICAÇÃOCCD-003
APÊNDICE C ESBOÇOS PARA OS PRINCIPAIS TERMOS DE ACORDO
PARA OS CONTRATOS NECESSÁRIOS PARA EXECUTAR
PROJETOS DE GESTÃO DE LFG

OS ESTUDOS DE CASOS SEGUINTES RELATIVOS AO GÁS DE ATERRO


SANITÁRIO PARA ENERGIAS SÃO PUBLICADOS EM EDIÇÃO SEPARADA

ANEXO A NOVA GERAR, ESTUDO DE CASO DO BRASIL


ANEXO B MONTERREY, ESTUDO DE CASO DO MÉXICO
ANEXO C eTHEKWINI, ESTUDO DE CASO DA ÁFRICA DO SUL (3
ATERROS)
ANEXO D WATERLOO, ESTUDO DE CASO DO CANADÁ
ANEXO E ESTUDO DE CASO CHILENO (4 ATERROS)
ANEXO F ESTUDO DE CASO DA LATVIA (2 ATERROS)
ANEXO G ESTUDO DE CASO DA POLÔNIA (4 ATERROS)
ANNEX H ISTAMBUL, ESTUDO DE CASO DA TURQUIA
RECONHECIMENTOS
O Manual foi preparado por Conestoga Rovers & Associates (Waterloo, Ontario,
Canadá) em nome do Banco Mundial como um elemento importante nos seus
programas de apoio ao desenvolvimento de sistemas de manejo de lixo moderno e
sustentável na LAC e no Caribe. O apoio financeiro foi dado através dos fundos
fiduciários canadenses através da Agência Canadense de Desenvolvimento
Internacional (CIDA) e pelo Programa de Assistência de Gestão do Setor Ambiental
(ESMAP). O ESMAP auxilia o desenvolvimento, teste e divulgação das abordagem de
gestão do LFG. Um componente do recurso ESMAP foi alocado para a preparação
desse Manual e dos casos de estudo associados das experiências com os sistemas de
Gestão do Gás de Aterro Sanitário (LFG) e Gás de Aterro Sanitário em Energia
(LFGTE) na LAC e em cidades selecionadas em outras regiões.

Horacio Terraza foi o Gerente do Trabalho do Banco Mundial para o projeto, auxiliado
por Andrea Semaan, Gloria Leiva e Erica Felix. Kulsum Ahmed forneceu apoio e visão
para desenvolver o conceito original e os quadros de referência para o desenvolvimento
do Manual. Mr. Carl Bartone forneceu o seu incentivo, visão e comentários para
desenvolver o Manual de uma maneira que o torna uma ferramenta útil para incentivar e
apoiar o desenvolvimento de projeto LFG e LFGTE na LAC e no Caribe. Sandra
Greiner, Franck Lecocq, e Johann Heister forneceram comentários e visões valiosas
para o Manual a partir da perspectiva do Fundo Protótipo de Carbono.

Uma série de estudos de caso foi escrita para o Banco Mundial para apoiar e fornecer
exemplos de projetos representativos dos projetos LFG e LFGTE. Visão e apoio valioso
foi dado pelos autores dos estudos de caso incluindo: Dr. Robert Eden of The Barclay
Centre (Turquia); Mr. J.H. Penido Monteiro (Brasil); Mr. Quentin Hurt e Mia Antoni of
Ecoserv (África do Sul); Dr. Hans Willumsen da LFG Consultant (Latvia e Polônia);
Frederick Mosher e Meagan Wheeler da Conestoga Rovers & Associates (Canadá);
Avila Rueda (México), e Dr. Sebastian Valdes (Chile).
O manual se beneficiou enormemente dos insumos recebidos numa sessão de uma
grande oficina realizada em Monterey, México. A presença e a participação ativa dos
participantes na oficina são apreciadas e qualquer comentário feito no esboço do
Manual foi incorporado no documento final.
SIGLAS E ABREVIATURAS

AE Entidades Solicitantes
CDM Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
CER Reduções Certificadas na emissão
CH4 Metano
CIDA Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional
CO2 Dióxido de Carbono
COP/MOP Conferência das Partes /Reunião das Partes
DOE Entidades Operacionais Nomeadas
DNA Autoridade Nacional Nomeada
EB Diretoria Executiva
eCO2 Dióxido de carbono equivalente (essa é a moeda para a discussão das
reduções na emissão de GHG)
EIT Economias em Transição
ELECTROBRAS Empresa de energia elétrica do governo brasileiro, composta por
um consórcio de grandes geradores de eletricidade
ERs Reduções na Emissão (nem sempre GHGs)
ERU'S Unidades da redução na emissão
ERPA Acordo de compra das reduções nas emissões
ESMAP Programa de Assistência de Gestão do Setor Ambiental
GHG Gás de Efeito Estufa (observar que existem diversos, mas os equivalentes
ao dióxido de carbono são a moeda corrente usada para avaliação)
GWP Potencial de Aquecimento Global
H2S Hidróxido de Enxofre
Handbook Manual para a Preparação de Gás de Aterro para Projetos de Energia
HCA Acordo com o País Anfitrião
IC&I Industrial, comercial e institucional (categoria dos tipos de lixo)
IPP Produtores independentes de energia elétrica
IRR Taxa Interna de Retorno
IPCC Painel Internacional sobre a Mudança do Clima
SIGLAS E ABREVIATURAS

JI Implementação conjunta
k Constante usada na modelagem de LFG
kWh Kilowatt hora
LAC América Latina e o Caribe
LBT Tecnologia de biodigestor em Aterro Sanitário
LDC País em desenvolvimento tardio
LFG Gás de Aterro Sanitário
LFGTE Gás de Aterro Sanitário para Energia
MSW Resíduo Sólido Municipal
MW Megawatt
NGO Organização Não-Governamental
O2 Oxigênio
O&M Operação e Manutenção
PCF Fundo Protótipo de Carbono
PDR Relatório Preliminar de Desenho
PP Participantes do projeto
ppb Partes por bilhão (usado para definir as concentrações de gás e líquido)
ppm Partes por milhão (usado para definir as concentrações de gás e líquido)
PROINFA Programa para incentivar fontes alternativas de energia elétrica o Brasil
PVM Protocolo de validação preliminar
ROI Returno sobre o Investimento
SP Subprojeto
UNFCCC Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima
U.S. EPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
UNIDADES DE MEDIDAS, EQUIVALÊNCIAS AOS
EUA E FATORES DE CONVERSÃO

Unidade de Medida Conversão em equivalente dos EUA


1 milímetro (mm) 0.039 polegada (in)
1 metro (m) 3.281 pés (ft)
1 m3/hora (m3/h) 0.589 ft3/minuto (cfm)
1 hectare (ha) 2,471 acres
1 tonelada 1.102 tonelada curta
0 grau Celsius (°C) 32 graus Fahrenheit (°F)
1 mega watt (MW) 3.412.141,635 Btu/hora

Observação: Todos os montantes monetários mencionados no texto estão expressos em


dólares dos Estados Unidos (US$), exceto se de outra forma especificamente
mencionado.
PREFÁCIO
Esse Manual foi desenvolvido para o Banco Mundial facilitar o desenvolvimento da
gestão do gás de aterro sanitário (LFG) e gás de aterro sanitário para projetos de
energia (LFGTE) na América Latina e Caribe (LAC).

O Banco Mundial e o ESMAP embarcaram num projeto para incentivar as iniciativas de


gestão do LFG na região da LAC para possibilitar aos interessados reconhecer a
demanda potencial para os investimentos em LFG e o fornecimento correspondente de
energia elétrica e das reduções na emissão de carbono. Há um potencial emergente para
os projetos de gestão do LFG para criar iniciativas que melhorarão o desenho e o
funcionamento dos aterros sanitários, além de um benefício adicional que forneceria
uma fonte de energia “verde” para a vizinhança do aterro. O projeto do Banco Mundial
/ESMAP, no geral, focaliza o lada da equação da gestão do LFG, nomeadamente:

• documentação das experiências existentes na LAC em cidades selecionados alhures;


• avaliar os obstáculos atuais para aumentar a captura e queima ou utilização do LFG
• identificação das condições mínimas e os arranjos institucionais preferidos para os
projetos de gestão e utilização de LFG bem sucedidos;
• desenvolvimento de atividades de divulgação para incentivar essa atividade não
convencional ambientalmente sólida
• contribuir com a implementação de uma abordagem regional visando a redução das
emissões de metano e para desenvolver as oportunidades de comercialização do
carbono.

A iniciativa do Banco Mundial no geral tem uma abordagem por etapas. A primeira
etapa visa auxiliar os países clientes da LAC a compreender melhor as melhores
práticas, os modelos de negócios e os arranjos para o desenvolvimento de fontes de
energia não-convencionais nos grandes aterros sanitários da região da LAC através dos
sistemas de recuperação e utilização do LFG.

Espera-se que esse Manual seja utilizado por aqueles que são proprietários, operam,
realizam trabalho de engenharia e regulam os locais de aterro sanitário na LAC como
mapa da via para a avaliação de projetos candidatos e para iniciar o desenvolvimento de
projetos de gestão do LFG. O Manual tem a intenção de ser um guia prático que usa
informações de referência e uma série de ferramentas instrutivas para educar, orientar e
estabelecer uma base para a tomada de decisões, avaliação técnica de viabilidade,
avaliação econômica e de mercado sobre todos os aspectos necessários para o
desenvolvimento bem sucedido de projetos de gestão do LFG. Embora esse Manual seja
voltado para a região da LAC, os princípios podem ser aplicados a qualquer região do
globo com ajustes de alguns parâmetros para levar em consideração as diferenças
climáticas e geográficas bem como os fatores econômicos e as influências locais.
EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
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Washington, DC 20433
Telefone 202-473-1000
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necessariamente a visão da Diretoria Executiva do Banco Mundial ou dos governos que ela representa.

O Banco Mundial não garante a exatidão dos dados incluídos nesse trabalho. As linhas de fronteiras,
cores, denominações e outras informações apresentadas em qualquer mapa desse trabalho não implicam
em juízo de qualquer espécie pelo Banco Mundial em relação à situação legal de qualquer território ou o
endosso ou aceitação de tais fronteiras.

DIREITOS E AUTORIZAÇÕES

O material nesse trabalho está sob direito autoral. Copiar ou transmitir partes de ou todo o
trabalho sem a devida autorização poderá ser violação da lei aplicável. O Banco Mundial incentiva a
divulgação do seu trabalho e, normalmente, concede rapidamente a autorização.
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SUMÁRIO EXECUTIVO
A região da América Latina e Caribe (LAC) é altamente urbanizada; em média, 75 por
cento de seus 500 milhões de habitantes vivem em cidade, principalmente nas grandes
cidades, o que leva a concentração de resíduos sólidos e aos problemas correspondentes
de manejo desses resíduos. Muitas cidades da LAC ainda jogam os seus resíduos
sólidos em locais abertos criando problemas com a contaminação da superfície e do
lençol freático por chorume e com a emissão de gás de aterro sanitário (LFG) para a
atmosfera. O LFG é composto, aproximadamente, em 50 por cento de metano e 50 por
cento de dióxido de carbono e é, portanto, considerado um gás de efeito estufa (GHG)
poderoso. As cidades mais importantes e prósperas na LAC começaram a melhorar a
prática da disposição dos resíduos sólidos e introduziram aterros sanitários. Não
obstante a tendência a aterros sanitários na LAC, somente poucas cidades no Chile e no
Brasil coletam ativamente o GHG e utilizam o valor energético inerente ao GHG ou
estão planejando fazê-lo (com apoio do Fundo Global do Meio-Ambiente-GEF), como
em Monterrey, no México, e em Maldonado, no Uruguai. Em contraste com esse uso
benéfico limitado do GHG, a experiência na América do Norte e na Europa é a
existência de várias centenas de projetos de gestão de gás de aterro sanitário (LFG) e de
gás de aterro sanitário para energia (LFGTE) e outros muitos surgindo nessa linha a
cada ano. Assim, há uma significativa oportunidade para aumentar a recuperação de
LFG e a utilização de aterros sanitários na LAC, desde que existam as condições de
mercado apropriadas. A receita gerada por projetos de gerenciamento de LFG pode
proporcionar um grande incentivo para melhorar o desenho e operação dos aterros
sanitários e fazer avançar o sistema de gerenciamento de lixo em cidades da LAC.

A gestão do LFG poderia ser realizada e colocada em prática com êxito na maior parte
dos aterros sanitários na LAC e no Caribe. O custo de capital para a coleta e
infraestrutura de utilização do LFG, e o início dos mercados de carbono e de energia
renovável tornam o desenvolvimento desses projetos mais aplicável a aterros sanitários
grandes e profundos (geralmente maiores do que 1 milhão de toneladas de lixo com uma
profundidade de mais de 15 metros). No entanto, cada projeto potencial de gestão do
LFG deveria ser avaliado com base nas condições locais, incluindo as condições no
aterro sanitário, a oportunidade de vender créditos de carbono, o preço da energia, os
créditos tributários disponíveis e os incentivos verdes disponíveis. Os projetos de
manejo de LFG menores se tornam muito mais viáveis à medida que o valor das CERs e
dos produtos de energia aumenta. Na Europa, a cobrança da energia pode apoiar
projetos instalados de menos de 0,5 MW e menos de 1 milhão de toneladas de lixo.

É necessário que um projeto de LFGTE possa ser interligado a uma grade de energia
urbana ou a uma rede de distribuição de gás ou esteja perto de um usuário final
adequado de energia. No caso das condições da LAC, isto possibilitaria as mais
promissoras aplicações para as cidades grandes e de tamanho médio. Na LAC, existem
atualmente 117 cidades com uma população maior do que 500 mil pessoas. Juntas, essas
cidades perfazem uma população total de 225 milhões de habitantes e uma taxa de
geração de lixo em torno de 74 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano.
Presumindo que a metade dessas cidades preenchesse os critérios gerais para projetos de
LFGTE viáveis, há o potencial de gerar o equivalente a mais de 800 MW de energia
elétrica. Esta estimativa presume uma taxa estável de geração de lixo e 35 por cento de
eficiência na conversão para energia, ambas são premissas conservadoramente baixas
para a LAC.
De igual e possivelmente maior importância é o potencial para atingir reduções da
emissão anual de mais de 40.000.000 de toneladas equivalentes de dióxido de carbono
(eCo2) por ano. À medida que o mercado internacional de carbono evolui, o incentivo
para gerar reduções na emissão através da captura e uso do LFG será elevado nas
cidades da LAC. Há benefícios potenciais na redução das emissões associadas à redução
na emissão de LFG na atmosfera, mas também benefícios adicionais da redução da
emissão podem ser obtidos por meio do deslocamento do uso do combustível fóssil se o
LFG for utilizado por seu valor energético inerente. Atualmente, o mercado
internacional de carbono está em seus primórdios e ainda há incerteza sobre o valor
futuro das reduções de emissão geradas por projetos de gestão de LFG. No entanto, as
projeções atuais do valor das reduções na emissão de parte dos aterros sanitários da
LAC poderiam exceder a USD$100 milhões por ano.

A composição do lixo é o fator mais importante na determinação do potencial de


geração de LFG a partir de um aterro sanitário. O volume potencial de LFG depende da
quantidade e do tipo de conteúdo orgânico dentro da massa do lixo (Environment
Canadá, 1996) já que a decomposição de resíduos orgânicos é a fonte de todo o LFG
produzido. Outros fatores chaves que influenciam a taxa de produção de LFG incluem:
teor de umidade, conteúdo de nutriente, conteúdo de bactéria, nível de pH; temperatura;
e as características de desenho e funcionamento do local no aterro sanitário.

As avaliações da geração do LFG são baseadas numa variedade de técnicas de


modelagem de LFG e em programas de teste de produção no campo. A modelagem do
LFG é dependente do insumo modelo incluindo dados de insumo como as quantidades
anuais de resíduos no local, despejo estimado de resíduos, composição do resíduo, teor
de umidade e clima. Os dados do teste de bombeamento de LFG podem ser usados em
conjunto com a modelagem de LFG para demonstrar as atuais qualidade e quantidade
de LFG bem como para apoiar projeções futuras do recurso.

Todas as instalações de utilização do LFG requerem um sistema de coleta do gás


eficazmente projetado e operado que proporcione um fornecimento de combustível
confiável. Os principais objetivos para o efetivo controle do LFG são compatíveis com
os objetivos de utilização do gás. Embora a ênfase nos vários objetivos possa variar com
base em condições específicas da obra e da localização, os objetivos coletivos para esses
dois sistemas são:
* proteger contra emissões de mau cheiro;
* proteger contra impactos de migração de gás através dos solos nativos para prédios e
para os serviços;
* impedir quaisquer agudas preocupações localizadas sobre qualidade do ar associadas
às emissões de LFG;
* reduzir emissões de GHG à atmosfera; e
* otimizar a recuperação de LFG para uso como combustível ou produto de energia.

Ambos os sistemas de coleta e utilização de LFG deveriam ser capazes de cuidar do teor
de alta umidade inerente ao LFG, o que tipicamente pode causar sérias questões
operacionais que podem limitar a capacidade de extrair e/ou usar o LFG eficazmente.
Dependendo da aplicação, o LFG bruto pode requerer algum grau de processamento de
gás antes de ser utilizado para atender a essas preocupações.
A extração e a utilização do LFG requerem diligência permanente através de toda a vida
útil de um projeto por causa da natureza heterogênea do resíduo que produz o LFG e das
características mutantes do LFG com o tempo. Portanto, os projetos de gestão de LFG
são, de alguma forma, mais sensíveis do que os típicos projetos de infraestrutura e
precisam ser operados e gerenciados com cuidado. A recuperação do recurso
combustível é, na maioria dos casos, uma atividade secundária numa grande área de
manejo de resíduo. A compreensão deste fator é crítica para o êxito de um projeto. É
crítico para o sucesso da indústria de gerenciamento de LFG que as operações e a
interação com as atividades de gerenciamento de resíduo para cada obra em potencial
sejam consideradas como cruciais ao desempenho eficaz e bem sucedido dos sistemas.

Ao se determinar a viabilidade de um projeto, não é só importante considerar as opções


técnicas para o projeto, mas também analisar os mercados potenciais e a legislação
relacionada para assegurar que o projeto seja economicamente viável. O Manual
proporciona um sumário dos materiais de referência pertinentes que são, então, usados
como a base para a integração dos modelos comerciais e financeiros com os dados de
insumo apropriados e a informação específica para projetos de gestão de LFG.

Os governos podem influenciar significativamente a gestão do LFG e o


desenvolvimento de projeto de LFGTE por meio do uso da estrutura tributária que
encoraje a inovação e o desenvolvimento de projeto. O acesso competitivo ao mercado e
aos consumidores de energia é um fator adicional, particularmente para se ter um
projeto de LFGTE bem sucedido. Alguns países na LAC, como a Argentina, têm um
mercado de energia muito competitivo com privatização em andamento. A oportunidade
para os consumidores escolherem energia verde, e os incentivos monetários para
comprar esta energia, se soma aos incentivos financeiros que podem ajudar a tornar
financeiramente viáveis os projetos de LFGTE.

O Protocolo de Quioto estabeleceu a racionalidade e os objetivos pretendidos para uma


estratégia na redução global das emissões. Ao se avaliar um projeto potencial de gestão
de LFG é crucial que se esteja consciente de todos os regulamentos atuais e pendentes
do setor energético e ambiental que potencialmente poderiam afetar a viabilidade do
projeto. Questões proeminentes no desenvolvimento da política de resíduos sólidos
incluem:

* redução de resíduos;
* maximização da reutilização de resíduo e reciclagem;
* incentivo à deposição e ao tratamento de resíduos ambientalmente saudáveis; e
* extensão de serviços de lixo.

Os mercados internacionais de carbono ainda estão em desenvolvimento e em evolução.


O valor futuro das reduções de emissão gerado pela gestão do LFG é especulativo. No
entanto, com o desenvolvimento do ciclo de projeto do CDM (Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo) na UNFCCC (Convenção Quadro da ONU sobre Mudança do
Clima), pode haver formas para obter valor de projetos de gestão de LFG como um
incentivo para melhorar o desenho e o funcionamento de aterro sanitário. Como um
benefício adicional, o desenvolvimento deste mercado poderia suplementar também os
projetos de LFGTE para torna-los mais viáveis financeiramente.
Os projetos de gestão de LFG são parte de uma política integrada e sustentável de
manejo do lixo e atuam para reduzir as emissões de GHG a partir do aterro sanitário. Ao
introduzir um mecanismo de incentivo financeiro no sistema de manejo do lixo, ele
pode ajudar no melhoramento do desempenho global do sistema. Ainda que uma
estratégia agressiva para recuperação e utilização do LFG se justifique, o êxito
dependerá em se ter uma boa capacitação local no manejo do lixo urbano juntamente
com estruturas de política nacional eficazes de energia não-convencional e de manejo
ambiental, e para o comércio de carbono.

Normalmente, espera-se que os projetos de gestão de LFG operem além de vinte anos
para permitir a viabilidade financeira do projeto. Cada projeto precisa ser analisado
separadamente para determinar as circunstancias particulares da obra do projeto
potencial. A expansão e a manutenção do campo do dreno e do bombeamento para
coletar o gás é uma responsabilidade permanente que precisa ser claramente definida
para proteger e garantir os fluxos de receita. Uma compreensão de como a obra do
aterro sanitário é construída e operada é também necessária para determinar a natureza,
o escopo e os custos de um sistema para coletar LFG como fonte de combustível. Este
fator algumas vezes não recebe a atenção e prioridade que merece. Simplesmente dito, é
necessário compreender quanto LFG provavelmente está sendo gerado, mas também é
importante compreender as condições físicas no aterro para determinar a capacidade de
coletar eficazmente o combustível de LFG para uma longa vida útil do projeto.

O principal elemento do custo de capital de um projeto de LFGTE proposto é o


equipamento e as instalações para usar o LFG como um recurso de energia. Como
ilustração, o Manual usará, como um exemplo, a conversão do LFG em energia elétrica
para venda à rede de energia respectiva.

Ao utilizar toda a informação proporcionada no Manual, uma equipe de projeto para um


projeto potencial num local candidato deveria ser equipada com informação e
conhecimento de referência para avaliar o potencial de um projeto de gestão de LFG.
Qualquer avaliação econômica realizada deveria ser baseada em análises de um ciclo de
vida completo para o local candidato e para o projeto potencial.

O manual proporciona a informação observada acima num formato que visa a


proporcionar um documento de referencia adaptado ao usuário para auxiliar uma equipe
de projeto de local especifico que esteja contemplando o desenvolvimento de um
projeto de gerenciamento de LFG na LAC. O Banco Mundial e os autores do manual
tentaram tornar este documento uma ferramenta de referencia de ampla base para
proporcionar algumas necessidades de fundo e informação para auxiliar os
empreendedores, agências, governos e outros no estabelecimento de avaliações e
desenvolvimento de projetos de gerenciamento de LFG. O uso deste manual não visa a
tomar o lugar ou assumir a responsabilidade de uma revisão com a devida diligencia do
local especifico e do plano de negócio para um projeto candidato.
1
Introdução ao Manual
O uso bem sucedido deste Manual depende da provisão de uma base de informação em
todos os aspectos dos sistemas de gestão e de utilização de LFG para aterros sanitários
e uma forte compreensão comercial-financeira desses projetos específicos aos mercados
da LAC. Para alcançar esses objetivos, o Manual foi organizado e apresentado em três
partes distintas, cada qual composta de numerosas seções.

A Seção 1 proporciona uma introdução ao formato global do Manual e uma breve


descrição das Seções que compreendem Parte I, Parte II e Parte III. Proporciona
também à equipe prospectiva um resumo da informação esperada, necessária para levar
o projeto à Fase de Execução do Contrato.

1.1 Parte I – Compreensão do Recurso LFG e das Aplicações


Potenciais

A Parte 1 é formada de seções que permitem ao leitor obter uma compreensão técnica
do recurso LFG e do uso potencial do combustível e está organizada para proporcionar
uma compreensão básica tanto do recurso de LFG como de todos os elementos. A Parte
1 visa ser amplamente aplicável em todos os projetos potenciais dentro da LAC. A
extensão dos materiais discutidos será, se necessário, bastante ampla e haverá algum
presumido pré-conhecimento para usuários do Manual. Materiais de referencia que
proporcionam referência mais detalhada em relação a tópicos individuais apresentados
no Manual serão identificados para os leitores que possam requerer informação
adicional em relação a materiais subjetivos específicos. A Parte 1 do Manual
compreende as seguintes duas Seções:

Seção 2: Gás de Aterro Sanitário – Compreensão do Recurso; e

Seção 3: Tecnologias de Utilização do Gás de Aterro Sanitário.

1.2 Parte II – Compreensão dos Regulamentos Pertinentes, dos Mercados de


Energia e do Financiamento Internacional do Carbono.

A Parte II trata das políticas de energia e do meio-ambiente, os regulamentos e os atuais


mercados de energia. Ela também proporciona uma visão das políticas que ajudam a
mitigar os problemas ambientais e sociais resultantes das praticas de manejo de resíduo
sólido existentes e para implementar sistemas que minimizam as questões potenciais
futuras. A legislação para o gerenciamento de resíduo sólido precisa equilibrar a
proteção e conservação com controles excessivos que inibem o desenvolvimento
econômico. Esta parte também examina mecanismos do Protocolo de Quioto para o
desenvolvimento dos mercados de carbono que poderiam beneficiar paises da LAC. A
Parte II compreende as seguintes Seções:
Seção 4: Políticas de Energia, Legislação, Regulação e Mercados;

Seção 5: Políticas Ambientais, Legislação e Regulação; e

Seção 6: Financiamento Internacional do Carbono.

1.3 Parte III – Avaliação e Desenvolvimento de LFG para Projetos de Energia

Depois da revisão e assimilação dos materiais fornecidos nas Parte I & II, espera-se que
o leitor terá uma apreciação de todos os fatores e insumos que precisarão ser
considerados para o desenvolvimento de uma avaliação de viabilidade de um projeto
especifico e um caso comercial para um projeto de gestão de LFG. A formação
apresentada nas Partes I e II não visa a ser especifica a um local ou país, mas enfoca a
preparação do leitor com a compreensão e fundamento pertinentes para permitir que um
projeto seja avaliado. Espera-se que o Manual será usado por todos os setores da
indústria e possa ser usado por membros individuais da equipe do projeto com áreas de
interesse e experiência diferentes para ajudar a identificar questões chaves que precisam
ser consideradas em cada projeto.

A Parte III do Manual apresenta os enfoques possíveis e a informação necessária para a


avaliação de projetos de gestão de LFG nas obras de aterro sanitário, além de
proporcionar orientação especifica para a avaliação e para o desenvolvimento de um
projeto especifico na LAC. Os estudos de pré-investimento que constituem
coletivamente o estudo de viabilidade e a avaliação de mercado para um projeto
prospectivo são apresentados em detalhes. Depois de completar as atividades e estudos
como descritos no Manual, a viabilidade de um projeto potencial e sua estrutura
comercial básica podem ser estabelecidas, sujeitas a verificação da informação e as
presunções que possam ter sido usadas para a analise.

Um projeto que tenha preenchido os requisitos seguiria então para a etapa do


desenvolvimento detalhado. Essencialmente, esta fase usará a informação que tenha
sido reunida e a desenvolverá como base para a execução de contrato para todos os
diversos acordos que serão necessários para realizar um projeto especifico. A Parte III
compreende as seguintes seções:

Seção 7: Fatores de Risco Relacionados aos Aspectos Ambientais, Financeiros e de


Gestão de Recurso dos Projetos de Manejo de LFG;

Seção 8: Estudos de Pré-investimento; e

Seção 9: Desenvolvimento de Projeto.

1.4 Resultados Esperados

Depois de completar a abrangência do trabalho apresentado neste Manual, espera-se que


o leitor estará numa posição de ser capaz de:
• compreender as características do recurso, culminando especificamente numa
projeção da quantidade-qualidade da geração de LFG no decorrer do tempo;
• desenvolver uma compreensão das políticas especificas de energia da jurisdição
e avaliar suas implicações para o projeto e o valor de mercado dos produtos de
energia aplicáveis;
• desenvolver uma compreensão de quaisquer políticas ou regulamentações
ambientais que possam constituir restrições ao projeto;
• realizar uma avaliação de valor de mercado e analises de sensibilidade para as
varias opções que utilizam o LFG a partir da obra especifica;
• desenvolver um design conceitual para a captura do LFG e sistema de destruição
ou utilização para o enfoque preferido para a obra especifica;
• desenvolver estimativas preliminares de capital e custo operacional para
construir, operar e manter o sistema proposto;
• identificar e avaliar todas as autorizações e aprovações que possam ser
necessárias para construir e operar a instalação proposta;
• desenvolver um cronograma preliminar de projeto;
• desenvolver uma estrutura de negócio e plano financeiro para implementar o
projeto potencial;
• identificar todos os outros critérios e restrições que possam existir para um
projeto especifico; e
• compreender os princípios dos direitos condicionais ao LFG na obra especifica
para permitir que o projeto prossiga à etapa seguinte.

Espera-se que o leitor e a organização representada possam precisar obter apoio e


experiência em varias áreas necessárias para assumir a gestão do LFG, particularmente
projetos de LFGTE. No entanto, o Manual deveria ser uma ferramenta inestimável para
auxiliar na identificação de áreas de apoio que sejam necessárias e para o
enquadramento do escopo dos serviços ou da natureza de quaisquer parceiros que
possam ser necessários para avaliar a viabilidade de um projeto prospectivo na LAC.

1.5 Antecedentes

A região da LAC é altamente urbanizada com 75 por cento de seus 500 milhões
habitantes, em média, morando em cidades, principalmente cidades grandes, levando
assim à concentração de resíduos sólidos e correspondentes problemas de manejo dos
resíduos. Muitas cidades da LAC jogam os resíduos sólidos do munícipio (MSW-
Municipal Solid Waste) em lixões abertos, criando problemas de contaminação por
chorume da superfície e do lençol freático, e a liberação de LFG para a atmosfera,
incluindo volumes significativos de metano, um poderoso GHG. As cidades mais
importantes e prósperas na LAC começaram a melhorar as práticas de disposição dos
resíduos sólidos e introduziram aterros sanitários. Não obstante a tendência na LAC por
aterros melhorados, somente algumas poucas cidades na LAC coletam ativamente o
LFG e utilizam o valor energético inerente ao LFG ou estão planejando faze-lo (com
apoio do GEF) como em Monterrey, México, e Maldonado, Uruguai. Em contraste com
esse uso benéfico limitado do LFG na LAC, a experiência na América do Norte e
Europa é de que existem varias centenas de usinas de LFG visando a recuperação e
utilização de energia ou queima como manejo do LFG, além de muitas mais usinas
estarem surgindo a cada ano. Assim, há uma oportunidade significativa para aumentar a
utilização e recuperação de LFG nos aterros na região da LAC, desde que existam as
condições de mercado apropriadas, ou que possam ser desenvolvida.
A coleta e a utilização de LFG viável é normalmente limitada a grandes e profundos
aterros (por exemplo, acima de 1 milhão de toneladas de resíduos instaladas com uma
profundidade de mais de 15 metros), no entanto as condições para cada obra precisam
ser analisadas individualmente em relação à venda potencial de créditos de carbono,
fixação de preço de energia, créditos tributários e outros incentivos ^verdes^ que
possam estar disponíveis. Para projetos de LFGTE, é também necessário que exista o
potencial para ligar o projeto de LFG a uma rede de energia urbana ou rede de
distribuição, ou esteja perto de algum usuário final de energia (a construção de um
gasoduto com esse objetivo especial é, normalmente, limitada a 3 km). No caso da
LAC, isto limitaria aplicações promissoras de LFGTE às cidades grandes e
intermediarias. Na LAC, há atualmente 117 cidades com população superior a 500 mil
habitantes, com um total de 225 milhões de habitantes e atualmente gerando cerca de 74
milhões de toneladas por ano de resíduos sólidos que é depositado em locais
identificáveis. Presumindo que metade dessas cidades preenchesse os critérios gerais
acima para projetos de LFGTE viáveis, há o potencial de gerar o equivalente a mais de
800 MW de energia elétrica (presumindo condição estável e eficiência de conversão de
35 por cento).

De igual ou possivelmente maior importância é o potencial para atingir reduções anuais


nas emissões de mais de 40.000.000 de toneladas de equivalente dióxido de carbono
(eCO 2) anuais. À medida que o mercado de carbono evolui, o incentivo para gerar
créditos de redução na emissão a partir da captura e do uso de LFG será elevado nas
cidades da LAC. Não haveria somente os benefícios pela redução do GHG por meio da
redução das emissões de metano para a atmosfera, e para projetos de LFGTE também
pela substituição de combustível fóssil que seria utilizado, de outra forma, para
objetivos de energia. O mercado internacional de carbono potencial na LAC, a partir da
exploração de LFG, poderia exceder substancialmente a US$100 milhões por ano.

Enquanto se justifica uma estratégia agressiva para a recuperação e utilização de LFG


na região, o êxito dependerá de se ter boa capacitação local para o manejo de resíduos
urbanos juntamente com as estruturas de política nacional eficazes para gerenciamento
ambiental e de energia não convencional, e para o comercio de carbono.

Uma série de estudos de caso de LFGTE está sendo oferecida como Anexos ao Manual.
Esses estudos de caso preparados independentemente serão usados para ajudar a ilustrar
conceitos, restrições e metodologias que possam ter sido usadas com êxito para
desenvolver projetos de LFGTE ao redor do mundo.

O desenvolvimento de LFG como recurso se baseia pesadamente na operação e


manutenção do projeto para alcançar sucesso. A extração e a destruição ou a utilização
de LFG requerem diligência por causa da natureza heterogênea do resíduo que produz o
LFG e pelas características mutantes do LFG no decorrer do tempo. Portanto, projetos
de gestão de LFG são de alguma forma mais sensíveis do que os típicos projetos de
infraestrutura e precisam ser operados e gerenciados cuidadosamente. A recuperação do
recurso combustível é, na maioria dos casos, uma atividade secundária numa grande
área de manejo de resíduos. A compreensão deste fator é crucial para o êxito de um
projeto. É crucial para o sucesso da indústria de gestão do LFG que a fase de operações
dos projetos e a interação com as atividades de manejo do lixo para cada local proposto
sejam consideradas como crucial para o desempenho dos sistemas.
PARTE 1 – COMPREENDENDO O RECURSO DO
GÁS DE ATERRO SANITARIO E AS APLICAÇÕES
POTENCIAIS

2
Gás de Aterro – Compreendendo o Recurso
2.1 Geração de LFG e Fatores de Geração

O LFG é gerado como resultado de processos físicos, químicos e


microbiológicos que ocorrem dentro do material refugado. Os processos
microbiológicos governam o processo de geração do gás dada a natureza
orgânica da maior parte dos resíduos (Christensen, 1989). Esses processos
são sensíveis ao meio-ambiente e, portanto, há numerosas condições naturais
e antrópicas que afetarão a população microbiológica e, dessa forma, a taxa de
produção do LFG. Estudos de curto prazo feitos em aterros de tamanho
grande, usando dados de testes de produção de LFG, indicam uma amplitude
de produção de LFG entre 0,05 e 0,40 m3 de LFG por quilograma de resíduo
instalado colocado num aterro (Ham,1989). A massa de resíduo é responsável
por tanto os materiais sólidos (75-80% da massa) quanto a umidade (20-25%
da massa). Esta porcentagem é uma função do conteúdo orgânico do resíduo
que é colocado no aterro. Esta quantidade de valores de produção de LFG
pode à primeira vista não parecer grande. No entanto, usando a população
base na LAC e o valor de combustível do LFG, a quantidade anual do
combustível de LFG é equivalente a dezenas de milhões de metros cúbicos de
gás natural cada ano. O típico gás natural apropriado a gasoduto tem
aproximadamente o dobro do valor de aquecimento ou conteúdo de
combustível de um LFG típico.

A composição de resíduo é o fator mais importante na avaliação do potencial


de geração de LFG de um local. O volume potencial máximo de LFG é
dependente da quantidade e do tipo de conteúdo orgânico dentro da massa de
lixo (Environment Canadá, 1996) uma vez que os resíduos orgânicos em
decomposição são a fonte de todo o LFG produzido. Outros fatores que
influenciam a taxa de produção de LFG incluem teor de umidade; conteúdo dos
nutrientes; conteúdo de bactéria; nível de pH; temperatura; e os planos de
operação e projeto específicos ao local. Os resíduos produzidos na LAC têm
tipicamente teor de umidade e material orgânico mais alto do que a maioria dos
resíduos norte-americano ou europeu e, portanto, se esperaria que gerassem
LFG a taxas mais altas ou equivalentes.

A umidade é o fator limitante primordial na taxa de decomposição de resíduo


(McBean et al., 1995; Reinhart, 1996). As condições de umidade dentro do
aterro são uma função de muitos fatores. Aterros são tipicamente construídos e
enchidos em padrão de camada seqüencial. Este fator é importante na
compreensão de como a umidade se move para dentro e através do resíduo. O
efeito de camada tende a resultar em características de fluxo substancialmente
diferentes para o movimento de chorume e infiltração de água no aterro. O
controle do teor de umidade e de outros fatores que influenciam a população
microbiológica que produz o LFG pode ter um grande impacto na porcentagem
do LFG total potencial que é produzido, e a taxa em que é produzido. É
possível controlar de alguma forma a taxa de produção de LFG por meio de
sistemas de manejo de lixo. Aterros sanitários convencionais, como praticado
na América do Norte nas décadas de 1970 e 1980 são referidos geralmente
como ‘tumbas secas’ porque o enfoque assumido em seu projeto foi minimizar
a água que contata o resíduo com o intuito de minimizar incursões do chorume
resultante para dentro do lençol freático. No entanto, esta prática também limita
a taxa de atividade anaeróbica dentro do lixo. A tendência atual é no sentido de
sistemas de Tecnologia de Biodigestor de Aterro Sanitário (LBT-Landfill
Bioreactor Technology), que aumentam o volume de água em contato com o
lixo, para rapidamente estabilizar os resíduos. Esta técnica pode produzir
grandes taxas iniciais de geração de LFG ao mesmo tempo em que diminui
agudamente a sua taxa de geração depois de alguns anos.

Para o objetivo de uma caracterização de local inicial, a produção de LFG pode


ser simplificada como uma função do tamanho e idade do volume de resíduo,
tipo de resíduo e conteúdo de umidade. O volume dos gases de estufa
liberados é diretamente proporcional ao potencial de geração de LFG. É
também relevante a outros impactos potenciais como queixas de mau cheiro e
situações de perigo. Em geral, quanto mais gás for produzido, é mais alta a
probabilidade de que questões de saúde, segurança e incômodo odorífero
serão levantadas, e igualmente importante, que exista utilização de LFG
economicamente viável.

A figura 2.1 proporciona um método de caracterização de um local com base


em seu potencial de produção de LFG. O primeiro passo é determinar o fator
de ajuste na tonelagem com base na composição de resíduo. Este fator de
correção dá conta da proporção de resíduos inertes no aterro, que não
produzirão LFG, e a proporção de resíduos industriais, comerciais,
/institucionais (ICI) no aterro que produzirão menos LFG do que resíduos
domésticos típicos. O fator de ajuste é determinado a partir do diagrama
triangular mostrado na Figura 2.1 com base na proporção de tipos de resíduo
que existam ou serão aceitos no aterro. A capacidade de aterro é multiplicada
pelo fator de ajuste de tonelagem para determinar a capacidade de local
ajustada.
Figura 2.1
CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DO LFG LOCAL
MAUAL DE PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO
PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
O aterro é então classificado como seco ou molhado. Um aterro seco terá uma
decomposição mais lenta do que um aterro molhado e, daí, a taxa de produção
de LFG será mais baixa, e o tempo de produção será mais longo. Alguns dos
fatores que influenciam o teor de umidade de um aterro incluem a precipitação
e a temperatura no local, tipo de cobertura de aterro, condição de cobertura
(isto é, lombada, integridade), tipo de sistema de coleta de chorume, e tipo de
base de aterro ou alinhamento natural. A classificação do local como seco ou
úmido é principalmente uma função da quantidade de precipitação que se
infiltra na massa de lixo. Um enfoque conservador para classificar um local
como molhado ou seco se baseia na média anual das precipitações. Um aterro
em que uma porção significativa do resíduo esta localizada dentro de um
monte de lençol freático/chorume deveria ser considerado também um local
molhado. Para discussão geral dentro deste Manual, locais situados em áreas
com menos de 500 mm/ano serão classificados como locais relativamente
secos, mais de 500 mas menos do que 1000 mm/ano como locais
relativamente molhados, e locais situados em áreas com mais de 1000 mm/ano
como locais molhados. A maioria dos aterros da LAC é considerada local
relativamente molhado ou molhados. Discussão mais aprofundada sobre a
importância deste aspecto relacionado aos locais da LAC será proporcionada
com o debate sobre modelagem e as designações de parâmetro aplicáveis.

A capacidade de local ajustada está localizada no eixo esquerdo da tabela de


aterro molhado ou seco. Isto enfoca o efeito que o tamanho do local (pequeno,
médio, grande) tem na produção de gás. O status atual do enchimento do local
está situado no eixo de baixo. Isto é definido como a porcentagem com que o
local é preenchido ou o número de anos desde o fechamento do local. Isso
enfoca a idade do local.

A produção de LFG é determinada pela interseção da capacidade do local


ajustada e a condição atual de preenchimento. A produção de LFG é
categorizada como “alta”, “media” ou “baixa”. Cada categoria é delineada por
números que indicam um nível crescente de severidade dentro da categoria. A
produção máxima de LFG ocorre tipicamente dentro de dois anos de
fechamento do local se o local tiver tido um cronograma de enchimento anual
bastante uniforme. É importante considerar o potencial de produção futura de
LFG na avaliação e planejamento da necessidade de controles de LFG. A
figura 2.1 demonstra que a produção de LFG de um local aumenta a medida
em que ele é preenchido e, daí, lentamente declina depois do fechamento do
local.

Outros assuntos relacionados à produção de LFG, que são de preocupação,


incluem o perigo de migração da sub superfície de LFG e o impacto de LFG
sobre a qualidade do ar.

Os fatores primários que influenciam a distância com que o gás migra desde os
resíduos até os solos adjacentes são a permeabilidade do solo adjacente ao
aterro e o tipo de cobertura de superfície de terra ao redor do aterro.
Geralmente, maior a permeabilidade do solo adjacente ao aterro, maior a
distancia de migração possível. O conteúdo de água do solo tem um efeito
importante em sua permeabilidade com respeito ao fluxo de LFG. À medida
que o conteúdo de água aumenta, a transmissibilidade efetiva de solo ou
resíduo para o fluxo de gás diminui. Alem disso, o tipo de cobertura de
superfície terrestre afeta a ventilação do LFG que pode escapar para a
atmosfera. Superfícies terrestres congeladas ou pavimentadas limitam a
ventilação de gás para a atmosfera e, portanto, aumentam a distancia de
migração potencial. Um alinhamento do aterro pode reduzir grandemente o
potencial para a migração de sub superfície. A presença de solos heterogêneos
ao redor do local ou esgotos e outro serviço de utilidade enterrado aumentara a
distancia de migração potencial ao longo desses corredores. O LFG pode
migrar uma distancia significativa a partir do aterro em esgotos ou leito de
esgoto. A avaliação do potencial para migração sub superfície a partir de um
local deve considerar esses fatores.

Os determinantes primários de impactos de qualidade de ar são a quantidade


de LFG emitida para a atmosfera, a concentração de compostos gasosos no
LFG, a proximidade do receptor do aterro e as condições meteorológicas.

2.2 O Modelo Scholl-Canyon

Modelos matemáticos são uma ferramenta útil e econômica para avaliar o


potencial de geração de LFG no local. Os resultados do modelo podem ser
usados para avaliar o potencial para migração/emissões de LFG perigosas, e
para avaliar a viabilidade do projeto de gestão do LFG.

Há numerosos modelos disponíveis para calcular a produção de LFG. Todos


esses modelos podem ser usados para desenvolver uma curva de geração de
LFG que prediz a geração de gás por algum tempo. A produção de gás total e
a taxa em que os gases são gerados podem variar um pouco com os diferentes
modelos, mas o parâmetro de insumo mais importante que é comum a todos os
modelos é a quantidade do resíduo presumido passível de decomposição. Os
outros parâmetros de insumo podem variar dependendo do modelo usado e
são influenciados por numerosas variáveis, incluindo os fatores que influenciam
a geração de LFG e as incertezas nas informações disponíveis sobre o local,
bem como o manejo da extração de LFG que afeta a geração de LFG ao
induzir qualquer infiltração de ar. Outro fator importante é a quantidade de
tempo presumida entre a colocação do lixo e o começo da decomposição
anaeróbica ou fase metanogênica dentro da massa do lixo. (Augenstein, 1991).

A natureza heterogênea e a variável tempo em todos os aterros dão uma


dificuldade inerente para a coleta de dados acurados de um local sem um
grande gasto no custo corrente. Qualquer modelo de produção é bom somente
na medida dos dados de insumo e freqüentemente há presunções muito
amplas necessárias com respeito a estimar quantidades e tipos de lixo.
Portanto, é apropriado usar um modelo simples que empregue parâmetros
menos numerosos que podem ser designados mais razoavelmente segundo as
condições especificas do local. O êxito previsível de qualquer modelo é
dependente na maior parte no grau de certeza necessário, na confiabilidade
dos dados de insumo, na experiência do individuo analisando os dados, e no
grau de semelhança entre o local em questão e outros locais que possam ter
sido modelados com sucesso. (Zison, 1990).
Todos os modelos usados para determinar a taxa estimada de produção de
LFG do local deveriam estar sujeitos a uma completa análise da sensibilidade
para determinar uma gama de resultados potenciais e para analisar quais
parâmetros têm influência maior nos valores de produção de LFG. A
identificação de parâmetros sensíveis pode levar à coleta de dados dirigidos e
ao melhoramento futuro de previsões de produção de LFG. Dada a natureza
heterogênea das condições dentro do aterro e as limitações típicas nos dados
de insumo que, com maior freqüência, estão disponíveis para um local
candidato, recomenda-se que uma gama de valores e uma avaliação de
sensibilidade possam ser estabelecidas para a avaliação de geração de LFG.
Usando os limites superiores e inferiores de uma geração de LFG versus o
perfil de tempo, baseado nas condições prováveis dentro do aterro, é possível
designar valores e insumos de projeto que são adequados para uso na
avaliação do potencial para um local e quaisquer fatores de risco que possam
ser aplicáveis.

Modelos cinéticos de primeira ordem são usados freqüentemente para avaliar a


produção de metano durante a vida de um aterro. Esses modelos são
adaptados para aterros específicos por numerosas presunções sobre
condições no aterro. O modelo empírico mais amplamente aceito, de primeira
ordem, da decomposição e usado pela indústria e por agências reguladoras,
inclusive a EPA norte-americana, é o relativamente simples e objetivo Modelo
Scholl Canyon. Este modelo está baseado na premissa de que há uma fração
constante de material biodegradável no aterro por unidade de tempo. A
equação de primeira ordem é dada abaixo:

QCH4i = k * Lo * mi * e -kt [1]


QCH4i = metano produzido no ano i a partir da seção i do resíduo
k = constante da geração de metano
Lo = potencial da geração de metano
mi = massa de resíduo despejada no ano i
ti = anos após o fechamento.

É pratica típica presumir que o LFG gerado consiste de 50 por cento de metano
e 50 por cento de dióxido de carbono para que o LFG total produzido seja igual
a duas vezes a quantidade de metano calculado a partir da Equação “1”.

A Equação “1” é a base para o Modelo de Emissões de LFG (LandGEM) do


U.S. EPA, que está disponível a partir do sítio da Internet da Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (U.S. EPA)
(http://www.epa.gov/ttn/atw/landfill/landflpg.html). O Modelo Scholl Canyon
prediz a produção de LFG durante algum tempo como uma função da
constante de geração de LFG (k), do potencial de geração de metano (L0) e
dos registros históricos de despejo de lixo e das projeções do resíduo futuro
num aterro. A U.S. EPA designa valores pré-estabelecidos para cada um
desses parâmetros para uma avaliação preliminar conservadora do aterro. No
entanto, esses parâmetros de insumo precisam ser selecionados com
conhecimento das condições de aterro especificas e da localização geográfica.
Na LAC, as diferenças no conteúdo orgânico do lixo, a presença de umidade,
ou o grau ao qual o resíduo é compactado variarão e, na maioria dos casos,
aumentará o potencial para a geração de LFG em relação ao lixo tipicamente
encontrado na América do Norte e na Europa. Este modelo foi selecionado
para uso neste Manual não porque seja o único modelo disponível, ou mesmo
o melhor modelo disponível. No entanto, o Modelo Scholl Canyon: é adequado
para o objetivo pretendido; é o modelo mais comumente empregado e aceito
nas Américas do Norte e do Sul; e tem a melhor base de dados disponível na
LAC. O Modelo Scholl Canyon é também simples de se compreender e aplicar
e é, geralmente, aceito por aquelas agências e instituições financeiras que
estão interessadas em apoiar esses tipos de projetos na América do Norte e na
LAC.
BOX 1: IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM DA GERAÇÃO DE LFG E DA
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE RECURSO LFG COMBUSTIVEL
Há dois principais aspectos para a avaliação de LFG. Primeiro, é preciso
calcular quanto LFG está sendo produzido num aterro. Segundo, mas muito
mais importante, é necessário avaliar que proporção do LFG pode ser razoável
e confiável obtida durante a longa vida de um projeto (>20 anos).
Por exemplo, o estudo de caso brasileiro abrange dois aterros, o velho lixão
aberto de Marambaia e o novo Aterro Sanitário de Adrianópolis. O aterro de
Marambaia deixou de receber lixo em janeiro de 2003 e tem um total de
aproximadamente 2 milhões de toneladas instaladas. O aterro Adrianópolis
começou o funcionamento em fevereiro de 2003 e deve fechar em 2022. A foto
a seguir proporciona uma vista aérea das áreas de despejo de aterro existentes
e novas.

A modelagem foi realizada em ambos os aterros para avaliar o volume de LFG


que cada um deve gerar usando o Modelo Scholl Canyon. Os volumes de
despejo de resíduo foram baseados em dados históricos do aterro de
Marambaia e os valores projetados para o aterro de Adrianópolis. Os
resultados da modelagem indicam que é possível coletar LFG no aterro de
Marambaia, mas como seria de esperar, a geração de LFG está atualmente em
seu pico e começando um declínio progressivo. O Adrianópolis acabou de abrir
e, embora tenha potencial de recuperação de longo prazo, ainda não esta
gerando quantidades significativas de LFG para serem coletadas e utilizadas.
Estes e todos os outros estudos de caso reforçam consistentemente os
benefícios da identificação antecipada e compromisso com o desenvolvimento
dos sistemas de controle de LFG. Caso se espere até que um aterro feche para
se decidir desenvolver o recurso, pode ser tarde demais. Deveria ser
observado também que pode ser possível coordenar o uso e a transferência de
equipamento e sistemas entre 2 aterros sob o controle do mesmo dono. À
medida que o LFG em um dos aterros esteja progressivamente diminuindo e o
outro aumentando, talvez seja possível coordenar o uso e transferência de
alguns dos recursos e instalações, presumindo que os arranjos contratuais
para o controle de LFG permitam este tipo de coordenação.

A figura 2.2 ilustra a curva de geração de LFG produzida usando o Modelo


Scholl Canyon com os valores pré-estabelecidos da EPA norte-americana
(k=0,05, Lo=170 m 3 de metano por tonelada de resíduo) para um aterro com
uma taxa de enchimento constante de 500.000 toneladas por ano durante 25
anos (de 1990 a 2015). A figura 2.2 será usada neste Manual como um
exemplo ilustrativo para os vários princípios, modelos de planilha e outra
informação que estão sendo proporcionados para auxiliar o leitor na
compreensão e aplicação dos princípios sendo destacados. O gráfico mostra
duas curvas, a quantidade total teórica de LFG produzida e o LFG coletado
presumindo uma eficiência de sistema de coleta típica de 75 por cento. Uma
avaliação da geração de LFG cuja premissa é que 75 por cento do combustível
possa ser coletado não é irracional, mas seria considerada relativamente
agressiva. Uma porcentagem de recuperação de 50 por cento do combustível é
considerada conservadora e prontamente atingível, presumindo-se que tanto a
caracterização do lixo como o exercício de modelagem estejam baseados em
dados e premissas razoáveis.

A constante taxa de geração de metano (k) representa a taxa de decomposição


biológica de primeira ordem à qual o metano é gerado depois a colocação do
resíduo. Esta constante é influenciada pelo teor de umidade, pela
disponibilidade de nutrientes, pelo pH e pela temperatura. Como mencionado
anteriormente, o teor de umidade dentro de um aterro é um dos parâmetros
mais importantes que afetam a taxa de geração de gás. A umidade serve como
um meio para transportar nutrientes e bactérias. O teor de umidade dentro de
um aterro é influenciado primariamente pela infiltração da precipitação através
da cobertura do aterro. Outros fatores que afetam o teor de umidade no aterro
e a taxa de geração de gás incluem o teor de umidade inicial do resíduo; a
quantidade e o tipo da cobertura diária usada no aterro; a permeabilidade e o
tempo de colocação da cobertura final; o tipo do alinhamento de base; o
sistema de coleta do chorume; e a profundidade do lixo no aterro. Típicos
valores k variam de 0.02 para aterros secos a 0,07 para aterros molhados. O
valor pré-estabelecido usado pela EPA dos EUA para aterros com mais do que
25 polegadas (625 mm) de precipitação por ano é de 0,05 (EPA dos EUA,
1994). Este valor se considera que produza uma estimativa razoável de
geração de metano em certas regiões geográficas e sob certas condições de
aterro.
Figura 2.2
EXEMPLO DE CURVAS DE GERAÇÃO DO LFG
MANUAL PARA A PREPAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO
PARA PROJETO DE ENERGIA
Banco Mundial

A tabela a seguir apresenta variações sugeridas e as designações de


parâmetros recomendadas para a taxa constante.

Campos de Valores para K Sugeridos Correspondentes à Precipitação


Anual

Precipitação Anual Campo dos Valores k


Relativament Moderadament Altamente
e Inerte e Degradáve
Degradável l

<250 mm 0.01 0.02 0.03


>250 to <500 mm 0.01 0,03 O,o5
>500 to <1000 mm 0,02 0,05 0.08
>1000 mm 0,02 0,06 0,09

O potencial de geração de metano (Lo) representa a produção total de metano


(m3 de metano por tonelada de lixo). O valor de Lo é dependente da
composição do resíduo e, em particular, da fração de matéria orgânica
presente. O valor de Lo é estimado com base no conteúdo de carbono do
resíduo, na fração de carbono biodegradável e num fator de conversão
estequiométrico. Valores típicos para este parâmetro variam de 125 m 3 de
tonelada/metano de resíduo a 310 m 3 de tonelada/metano de resíduo. A maior
compactação do resíduo não tem efeito direto no parâmetro de Lo. No entanto,
a compactação e a densidade do lixo tem um efeito direto na massa de lixo
num dado volume e, portanto, no potencial de quantidade de LFG que pode ser
produzido durante algum tempo bem como nas características de desempenho
dos sistemas que serão necessários para coletar o LFG.

Tem havido também a percepção de que à medida que aumentam e melhoram


os programas de reciclagem e de compostagem, mais material orgânico, como
resíduo de alimentos e papel, pode ser desviado do aterro, reduzindo a
quantidade de LFG produzida. No entanto, as iniciativas de reciclagem tem tido
mais êxito até o momento na remoção de materiais inorgânicos do fluxo do
resíduo, tanto nos paises desenvolvidos como nos países em desenvolvimento.
Como conseqüência, a pratica típica não tem visto que o valor de Lo aplicável
diminua significativamente. A EPA norte-americana usa um valor pré-
estabelecido Lo de 170 m3 de metano/ tonelada de resíduo. (EPA dos EUA,
1994). O usuário do modelo pode aumentar ou diminuir o Lo para refletir o
conhecimento especifico da caracterização do lixo com conteúdos maior ou
menor de lixo orgânico. A quantidade (em toneladas) de lixo típico aterrado
num ano particular é representada por “m” na equação do Modelo Scholl
Canyon. Em aterros em que haja bons dados indicando que há uma
significativa porção do lixo que é inerte (não irá se decompor), como entulhos
de construção ou de demolição, este parâmetro poderia ser reduzido para
representar somente a quantidade do lixo que não é inerte. Contudo, em
muitos casos há dados insuficientes para se determinar o percentual do lixo
que é inerte.

Só é recomendado que o parâmetro Lo seja reduzido ou a quantidade de lixo


contribuinte seja reduzida se houver dados claros e concisos quantificando o
fluxo de lixo inerte ou relativamente inerte. Como observado anteriormente, o
parâmetro Lo já esta bem reduzido desde o valor teórico que refletiria os
resíduo orgânico puro em reconhecimento do fato de que há umidade e
materiais inorgânicos que compõem alguma parte de qualquer fluxo de lixo.
Uma redução especifica deveria ser feita somente se houver uma porção
prontamente identificável do lixo que seja diferente do lixo típico recebido na
maior parte dos aterros de resíduos sólidos misto convencional. A designação
pré-estabelecida para o Lo já reconhece que há uma mistura de resíduos
orgânicos que podem ser decompostos e de resíduos inorgânicos sendo
depositados num aterro típico. Se houver bons dados em relação às
quantidades e tipos de resíduos, pode ser possível refinar a avaliação de
modelagem usando o seguinte como designações de parâmetros diretrizes
para o fator de Lo. Seria necessário tornar a avaliação de geração de LFG
global uma soma das curvas geradas para os vários tipos de resíduo.
Valores Lo Sugeridos para o Conteúdo do Lixo Orgânico

Categorização do Lixo Valor Mínimo para Lo Valor Máximo para Lo

Lixo Relativamente Inerte 5 25


Lixo Moderadamente 140 200
Degradável
Lixo Altamente Degradável 225 300

2.3 Composição do LFG

A qualidade do LFG depende do sistema microbiológico, do substrato (resíduo)


sendo decomposto, e das variáveis especificas do aterro como acesso a
oxigênio para o aterro e o teor de umidade (Ham, 1989). O LFG é tipicamente
descrito como consistindo de aproximadamente 50 por cento de metano e 50
por cento de dióxido de carbono com menos de 1 por cento de outros
componentes gasosos, inclusive sulfetos de hidrogênio (H2S) e mercaptanos.
Há quatro fases de produção de LFG que ocorrem durante a vida de um aterro.
Farquhar e Rovers predisseram a geração de gás num aterro para lixo
municipal típico na década de 1970. Um gráfico das fases de geração de LFG
pode ser visto na Figura 2.3. A duração de cada uma dessas fases é
dependente de numerosos fatores incluindo o tipo de resíduo, teor de umidade,
conteúdo dos nutrientes, conteúdo de bactéria e nível de pH. Algumas
diretrizes gerais em relação à duração do ciclo de decomposição para as varias
categorias de resíduo são proporcionadas na tabela seguinte. Observe que
esta é uma diretriz geral apenas. A extrema heterogeneidade do lixo num
aterro típico, juntamente com o meio-ambiente num aterro especifico, tem uma
influencia significativa neste fator de tal forma que não pode ser mostrada
simplesmente num base genérica.
FASES CONDIÇÃO PERÍODO - TÍPICO
I AERÓBICA HORAS A 1 SEMANA

II ANÓXICA 1 A 6 MESES

III ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, 3 MESES A 3 ANOS


INSTÁVEL
IV ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, 8 A 40 ANOS
ESTÁVEL

V ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, 1 A 40+ ANOS


DECLINANTE

TOTAL 10 A 80+ ANOS

Figura 2.3
FASES TÍPICAS DE PRODUÇÃO DO LFG
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
FONTE:
FARQUHAR AND ROVERS, 1973,
AS MODIFIED BY REES, 1980,
AND AUGENSTEIN & PACEY, 1991.
Semi-Vidas dos Subprodutos da Biodegradação

Categoria de Lixo Semi-Vida Mínima Semi-Vida Máxima

Rapidamente Degradável ½ ano 1 ½ anos


(alimentos & restos de
jardinagem etc.)
Moderadamente Degradável 5 anos 25 anos
(papel etc.)

Decomposição Pobre 10 anos 50 anos


(algumas partes dos
entulhos de construção e
demolição, etc.)

A primeira fase, decomposição aeróbica, ocorre imediatamente depois do lixo


ter sido colocado, enquanto o oxigênio esta presente dentro do refugo. A
decomposição aeróbica produz dióxido de carbono, água e calor. O próximo
estágio é a fase anóxica, não metanogênica em que compostos ácidos e gás
hidrogênio são formados e enquanto há continuada produção de dióxido de
carbono. A terceira fase é a instável fase metanogenicida. Durante esta fase, a
produção de dióxido de carbono começa a declinar porque a decomposição do
lixo se move desde a decomposição aeróbica para a decomposição
anaeróbica. A decomposição anaeróbica produz calor e água, mas,
diferentemente, da decomposição aeróbica, também produz metano. Durante a
quarta fase, o metano é gerado numa forma entre 40 e 70 por cento do volume
total (McBean, 1995). Tipicamente, o lixo na maior parte dos aterros atingirá a
fase metanogênica estabelecida dentro de menos de 2 anos depois que o lixo
tenha sido depositado. Dependendo da profundidade das cargas do lixo, e do
teor de umidade do resíduo, a fase metanogênica pode ser alcançada tão
rapidamente quanto seis meses após a colocação. O LFG pode ser produzido
num aterro durante numerosas décadas com emissões mantendo-se em níveis
declinantes durante ate 100 anos desde a data de depósito. Isto pode ser visto
na Figura 2.2, que será usada para discussão no Manual como uma
representação típica de um aterro de tamanho moderado na LAC.

2.4 Impactos Potenciais do LFG

A taxa de emissão de LFG que se converte em problema com as autoridades


reguladoras e com os donos de propriedade vizinhos se relaciona com o
numero de parâmetros físicos incluindo a localização do aterro; a topografia
vizinha; usuários de terra adjacentes; as condições meteorológicas ambientes;
e as características do aterro que causam impactos na geração e na coleta
(Mosher, 1996).

São geralmente os constituintes de traço, o sulfato de hidrogênio (H2H) e os


mercaptanos os compostos primários associados às emissões com mau cheiro
dos aterros. Esses compostos tipicamente constituem menos de 1 por cento de
LFG, mas o mau cheiro é específico dos compostos e pode ser detectado em
concentrações químicas específicas até o mínimo de 0,001 a 0,005 partes por
milhão (ppm). O nível em que esses químicos podem ser prejudiciais à saúde
humana varia, mas são tipicamente ordens de magnitude maiores do que as
referenciadas. Isso significa que detectar o odor não é necessariamente uma
indicação de uma preocupação com a saúde, mas pode ser um incômodo real
e uma condição adversa em relação à qualidade de vida na área do aterro.

O odor resultante da emissão do LFG opera num princípio de limite. Assim, se


a quantidade de LFG exceder o nível de limite de condições particulares no
aterro, haverá odor relacionado à produção de LFG. A seguinte analogia pode
ser usada para melhor se compreender o conceito de um limite de odor.
Deixemos o volume de uma xícara representar a quantidade total de LFG que
pode ser emitida antes de se atingir o limite do odor. O tamanho desta “xícara”
para cada aterro é determinado por numerosos fatores, incluindo a localização
do aterro, a topografia vizinha e as condições meteorológicas e ambientais.
Deixemos a água derramada dentro da xícara representar a emissão do LFG
sem tratamento. A xícara pode estar “cheia até a borda” e ainda não derramar
líquido algum. No entanto, se a capacidade da xícara for excedida, mesmo por
uma gota, vai haver fluxo excessivo e o líquido se derramará. Portanto, a
quantidade de água na xícara pode variar com a capacidade da xícara, desde
que o limite de volume não seja excedido. Este conceito é análogo para
emissões odoríferas de LFF. Para se assegurar que o odor incômodo não seja
uma preocupação, a quantidade de LFG emitida precisaria ser menor do que o
limite de odor no aterro, para dadas condições meteorológicas e outras.
Portanto, na situação em que o odor de LFG é uma preocupação de destaque,
é menos importante quanto LFG é coletado em comparação com quanto LFG é
emitido do aterro (Mosher, 1996), e se ou não essa quantidade de LFG emitida
exceda o limite do aterro. Este assunto é um pouco complicado pelo fato de
que o limite não é um número fixo. Ele varia dependendo de condições
meteorológicas sensíveis ao tempo e da distância de separação entre o aterro
e os receptadores do odor (por ex., moradores).

O componente mais importante do LFG, a partir da maioria das perspectivas, é


o metano, que constitui aproximadamente 50 por cento do volume de LFG
produzido. O metano é um perigo potencial por ser combustível e explosivo em
concentrações entre 5 e 15 por cento no ar. O LFG pode migrar abaixo a
superfície do chão nas zonas não saturadas, especialmente durante os meses
de inverno e primavera quando o chão está congelado ou saturado com
umidade na superfície. O LFG pode então se acumular em estruturas fechadas
causando um perigo potencial. O metano não tem odor e é, portanto,
impossível de ser detectado sem instrumentação apropriada.
O metano emitido de aterros pode ser identificado também como um
contribuinte significativo às emissões de gás de efeito estufa (GHG), que
contribuem para o aquecimento global. Num horizonte de tempo de 100 anos,
em comparação com o dióxido de carbono, o metano é considerado 21 vezes
mais eficiente em isolar o calor dentro da atmosfera (IPCC, 1995). Este valor
está atualmente sob revisão e poderia ser potencialmente revisado para cima
no futuro, aumentando ainda mais o incentivo para projetos de gerenciamento
de LFG. O metano gerado de resíduo sólido e de água servida, por meio da
decomposição anaeróbica, representa cerca de 20 por cento das emissões de
metano induzidas pelo homem (IPCC, 1999). As emissões de LFG à atmosfera
podem ser reduzidas por meio das medidas de redução de resíduo tradicionais,
como reciclagem e formação de composto. As emissões podem também ser
reduzidas pela captura e queima do LFG numa alta temperatura, convertendo a
fração de metano do gás em dióxido de carbono e vapor d’água que é menos
prejudicial.

2.5 Benefícios de LFG Potenciais

Embora haja vários pontos negativos que possam surgir da presença do LFG,
há numerosos benefícios associados ao manejo adequado do LFG, e seu uso
potencial como fonte de energia. Os projetos de gestão de LFG que coletam e
queimam o LFG tem o potencial de gerar receita por meio da venda e
transferência de créditos de redução na emissão, o que proporciona um
incentivo e meios para melhorar o desenho e a operação do aterro e para
desenvolver um sistema global de manejo de lixo melhor.

O LFG contém aproximadamente 50 por cento de metano e pode ser


considerado um combustível de valor baixo/médio. Este recurso aproveitado
em numerosas aplicações, incluindo uso de combustível direto em
aquecimento, geração elétrica e subprodutos químicos comerciais. Além da
mitigação da migração de LFF e das preocupações com o odor, a utilização de
LFG pode também gerar receitas com a venda da “energia verde” e de outros
produtos de LFG que podem diminuir os custos de operação e manutenção de
aterro e proporcionar incentivo para melhorar o desenho e operação de aterro.

As reduções de emissão representam os objetivos globais e nacionais para


melhorar a qualidade do ar global. Os pagamentos de Créditos de Emissão
(Créditos de GHG) e da eletricidade da Energia Verde são dois dos
mecanismos chaves que estão sendo propostos para ajudar a atingir o objetivo
de “Reduções de Emissão”. A venda desses créditos pode ser usada para
melhorar a parte econômica de um projeto potencial. Há terminologia
diferenciada usada para se referir às reduções de emissão como ERs, CERs e
créditos de GHC. Esses termos se referem essencialmente ao mesmo item,
que é melhor definido como a quantidade de reduções de emissão convertida e
presente na unidade comum de toneladas equivalentes de reduções de
emissão de dióxido de carbono. Para o equilíbrio do Manual, o termo CER será
usado e a unidade de definição será sempre equivalente a toneladas de dióxido
de carbono. A designação de CER presume que as reduções de emissão
tenham sido certificadas para corresponder um grupo específico de padrões e
requisitos. Pode haver outras agências ou órgãos certificadores que possam
usar acrônimos diferentes, mas os princípios e a base subjacentes para o
reconhecimento e quantificação permanecerão sempre os mesmos.

Antes que qualquer projeto de gerenciamento de LFG possa ser lançado, as


emissões de LFG e os resultantes CERs precisam ser cuidadosamente
avaliados e os mercados potenciais explorados. Isto é discutido em muito mais
detalhe nas seções posteriores.

2.6 Sistema de Coleta de LFG


Há numerosos materiais de referência e informação com respeito aos meios e
métodos bem sucedidos para colecionar e queimar o LFG que estão
geralmente além do escopo deste Manual. NO entanto, uma compreensão
básica da natureza e da operação dos sistemas de coleta de LFG é necessária
para se compreender os elementos fundamentais de um projeto de gestão do
LFG e os fatores de riscos inerentes ao manejo do recurso de LFG. Para se
verem as questões de interconexão e interdependência, oferece-se uma breve
relação dos elementos de um sistema de coleta. Um sistema de coleta de LFG
típico engloba os seguintes componentes:

• campo de coleta de LFG (drenos e valas);


• tubulação de coleta (laterais, subcabeçotes, cabeçotes etc.);
• sistema de encerramento e despejo condensado;
• sistema de ventilação e acessórios relacionadas; e
• queima de LFG.

O gerenciamento de LFG pode ser atingido por meio do uso desses


componentes e há potencial, por meio do desenvolvimento do mercado de
carbono internacional, para este tipo de sistema gerar receita por meio da
criação de créditos de redução de emissão de GHG. A receita proporcionada
por um sistema desses cria um incentivo para melhor desenho e manejo do
aterro e uma contribuição no sentido de melhora do sistema global de manejo
do lixo.

O apêndice A proporciona numerosas figuras para revisão e referência dos


vários componentes de um típico sistema de coleta e queima de LFG.

Campo de Coleta de LFG


U

Uma rede de drenos verticais de extração de LFG e /ou de camadas


horizontais de coleta de LFG é instalada no aterro para coletar LFG. O princípio
operacional básico é bastante simples, aplicar um aspirador para extrair os
gases da massa de resíduo o mais próximo possível à taxa em que o gás está
sendo gerado dentro da área de influência do dreno ou da camada da forma
mais prática. O objetivo-alvo idealizado é estabelecer um gradiente neutro de
pressão/vácuo continuamente por cima de toda a superfície do aterro. É
importante reconhecer que a condição ideal não pode não pode ser alcançada
a um custo razoável e, portanto, é importante equilibrar o custo-benefício de
instalar drenos adicionais numa grade mais apertada de drenos juntamente
com um sistema de tampa complementar versus o valor inerente na
recuperação de combustível.

O aumento de custo para extrair o LFG até aproximadamente 75 por cento do


LFG sendo gerado é considerado relativamente linear em natureza. No
entanto, para alcançar eficiências de recuperação muito altas, talvez seja
necessário empregar uma grade muito apertada de drenos/valas de extração
e/ou um sistema de cobertura sintética, que resultaria importantes aumentos de
custo de capital relativamente ao ganho de recuperação de LFG. A figura 2.4
ilustra a relação entre a eficiência do sistema de recuperação de LFG e o custo
relativo.
Drenos verticais são instalados tipicamente num aterro depois que as
operações de enchimento tenham sido completadas. A figura 2.5 mostra a
construção de um típico dreno de extração de LFG vertical A figura 2.6 mostra
a construção de uma típica vala de extração de LFG horizontal. A utilização de
drenos de extração de LFG verticais tem as seguintes vantagens:

Figura 2.4
CUSTO VERSUS EFICIÊNCIA DE RECUPERAÇÃO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
Figura 2.5
DETALHE TÍPICO DE UM DRENO VERTICAL DE EXTRAÇÃO DO LFG
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
CORTE
CAMADA DE COLETA HORIZONTAL TÍPICA
FORA DE ESCALA

Figura 2.6
DETALHE DA VALA DE COLETA HORIZONTAL TÍPICA DE LFG
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
• melhor controle aéreo das emissões de gás;
• o campo de drenos pode ser expandido para refletir as modificadas
condições de aterro; e
• a coleta de condensação pode ser minimizada.

Para maximizar a eficiência de coleta, os drenos devem ser colocados em


consideração à profundidade e idade do resíduo e à geometria física do aterro.
Se houver uma preocupação em relação à migração da subsuperfície de LFG,
os drenos colocados nos limites exteriores do resíduo deveriam estar
agrupados mais perto para agir como um sistema de controle de migração.

Algumas das regras gerais para a instalação de drenos de extração verticais


são:
• mínimo de 3 a 6 m de profundidade de aterro a ser mantido acima das
perfurações do dreno de extração para minimizar o ar que entra no sistema de
coleta de LFG:
• as perfurações da profundidade para superfície deveriam ser aumentadas
perto das encostas do aterro; e
• a capacidade de instalar drenos ao longo da imersão (4.1) é limitada com o
equipamento de perfuração convencional.

Essas condições podem não ser absolutamente idênticas em cada aterro, mas
elas servem como uma boa diretriz para assegurar o funcionamento apropriado
do sistema de coleta de LFG e minimizar a intrusão de ar na queima da usina
de LFGTE.

As camadas horizontais de coleta de LFG são tipicamente usadas para coletar


gás enquanto o aterro ainda estiver em atividade. Depois da colocação e
compactação de uma carga de lixo, tubos de coleta perfurados são instalados e
daí cobertos com outra camada de resíduo. Isto permite que o LFG seja
coletado desde o resíduo diretamente abaixo de uma área onde preenchimento
ativo esteja ocorrendo. Ainda que esta técnica possa controlar as emissões de
LFG em áreas do aterro ativas, as camadas de coleta horizontais não são
geralmente adequadas para o controle do gás localizado.

Em geral, os princípios operacionais para drenos verticais e camadas


horizontais são os mesmos. Os dois tipos de coletores deveriam ser equipados
com seções de telescópio de tubulação não perfurada para permitir
acomodação de refugo, que ocorre com o tempo. Descobriu-se que de 10 a 15
polegadas de vácuo de coluna de água na cabeça do dreno ou vala
representam um compromisso razoável entre as zonas de maximização de
influência e minimização da intrusão de ar no refugo, ao mesmo tempo do uso
de equipamento econômico de extração de LFG. O raio da zona de influência
com este vácuo varia de menos de 20 m a mais de 100 m, dependendo da
heterogeneidade do resíduo e outras características relacionadas.
Um sistema de coleta de LFG deveria ser usado juntamente com boas práticas
de gerenciamento de chorume. O ajuntamento de chorume dentro do refugo
pode impactar dramaticamente a taxa de recuperação de LFG porque o líquido
nos drenos de extração e valas de coleta restringe eficazmente sua capacidade
de coletar e entregar o LFG. Em aterros extremamente úmidos, a recuperação
de combustível de LFG eficaz pode cair a menos de 50 por cento da
quantidade estimada de LFG que esteja disponível.

Os custos para instalar drenos verticais podem variar dramaticamente como


uma função de custos locais para materiais como agregados, tubo e reboco;
disponibilidade de empreiteiro; tipos de capacidades de equipamento
disponíveis; e as características específicas do desenho do dreno. Por
exemplo, o custo unitário para instalar um dreno até 30 metros de profundidade
numa massa de resíduo típico é mais alto do que para uma profundidade de
apenas 20 metros. Similarmente, os ciclos de reposição/conserto para os
drenos de LFG podem variar substancialmente com base nas condições e
desenho específicos do aterro. Algumas variações típicas para instalações de
LFG são:

Variação Geral dos Custos no Dreno Vertical


Descrição Variação Baixa Variação Alta Comentários
(US$/metro vertical) (US$/metro vertical)

Drenos com $150 $250


diâmetros entre 100
a 150 mm (<15
metros de
profundidade)

Drenos com $200 $350


diâmetros entre 100
a 150 mm (>15
metros mas inferior
a 30 metros em
extensão
Drenos com 900 mm >$500 Esses drenos não
de diâmetro são
(qualquer recomendados
profundidade) como custo
efetivo. A
Rejeição ao
avanço
de um furo
calibrado no lixo
não é evento
incomum que
pode resultar em
aumento no custo
de drenos fundos

Tubulação de Coleta de LFG


U

Uma rede de tubulação é construída para ligar o campo de coleta de LFG à


queima de LFG ou usina de LFGTE. Um típico sistema de coleta de LFG inclui
o seguinte:
• diâmetro pequeno (mínimo de 100 mm), laterais curtas conectando com
os drenos/camadas;
• sub cabeçotes que conectam as laterais; e
• cabeçotes conectando os sub cabeçotes à usina de extração.

Há vários padrões de rede de tubulação de LFG projetados para facilitar a


drenagem de líquidos e minimizar o comprimento da tubulação requerido para
o sistema de coleta. Duas das mais comuns composições são a espinha de
peixe e o cabeçote de anel. O arranjo espinha de peixe tem um único cabeçote
principal com sub cabeçotes e cabeçotes que saem dele. Este é o mais
eficiente uso da tubulação, e pode ser projetado para minimizar a quantidade
de condensação, que se acumula no sistema de coleta de LFG, por meio da
disposição em encosta da maior parte dos tubos em direção aos drenos de
LFG.

Um cabeçote de anel no aterro pode ser usado quando não houver terra
disponível para a construção de um sistema de cabeçote fora do limite do
resíduo. Cabeçotes de anel fora do aterro reduzem parte dos problemas
associados com a colocação de tubos no refugo. Cabeçotes de anel devem ser
equipados com válvulas para permitir o isolamento de partes do aterro, e portos
de monitoramento para monitorar a qualidade e a quantidade de gás. Sistemas
de cabeçote duplo têm sido utilizados em alguns aterros grandes e profundos
que têm uma longa vida ativa de aterro para segregar o gás rico em metano a
partir de porções mais profundas do aterro desde o gás coletado de perto da
superfície que pode ser diluído via intrusão de ar. Há numerosos
critérios/restrições de desenho relacionados às instalações de tubos para
especificar como encostas de mínimo e máximo; remoção da umidade
condensada; estresses de diferenciais e assentamentos totais; e estresses de
carga morta e viva.

Os custos relativos dos sistemas de tubulação para coletar e transportar o LFG


à instalação podem variar substancialmente com base em condições de local
específica e a base de desenho aplicável. Por exemplo, sistemas de tubulação
acima do grau são menos caros de construir e são usados freqüentemente
para sistemas temporários ou consertos no curto prazo mas também têm sido
usados com êxito para sistemas de plena escala a longo prazo. Há vantagens
e desvantagens nos dois enfoques, o acima e o abaixo da superfície, para a
instalação dos sistemas de tubulação de conexão. Os custos de diâmetro
pequeno acima da tubulação de grau podem ser menos que $30/metro, mas
tubulação enterrada de diâmetro maior pode custar até $200/metro ou mais. O
custo é altamente influenciado por fatores como:
• a natureza do desenho (por exemplo, acima ou abaixo do grau);
• a necessidade de remover e mudar de lugar qualquer resíduo;
• a necessidade de acrescentar áreas de enchimento ou grau da tampa e áreas
perimetrais;
• a extensão e números das armadilhas de remoção de condensação;
• o custo do petróleo e produtos associados; e
• a disponibilidade e custos para empreiteiros adequados.
As características específicas de um aterro terão muitas implicações diretas
para as opções de desenho e custos relacionados de sistemas de tubulação.
Como tais, é altamente recomendado que esses custos sejam revisados
cuidadosamente numa base de projeto específico. É também importante
observar que a tubulação de polietileno de alta densidade (HDPE) é altamente
recomendada para a maior parte da tubulação de LFG, além do seu preço ser,
em grande parte, controlado pelo custo relativo do petróleo e da proximidade a
instalações de fabricação de tubos adequadas.

Sistema de Ventilação e Acessórios Relacionados

O sistema de ventilação deveria ter a capacidade para manejar 100 por cento
da taxa estimada de produção do LF no período de pico, além de alguma
capacidade extra para controlar a migração. Algum nível de redundância de
defesa é normalmente recomendado para todos os sistemas de ventilação que
fornecem combustível para um sistema de utilização de LFG que gera receitas.
Dependendo do tamanho e idade de um aterro, uma abordagem por etapas na
construção da usina de controle de LFG é, freqüentemente, benéfica caso os
incrementos graduais na produção de LFG forem antecipados.

Os custos dos sistemas de ventilação são uma função de vários fatores e


podem somente ser designados com base em requisitos específicos para o
sistema como um todo. Alguns dos principais fatores que afetam a seleção dos
ventiladores são:
• variação do fluxo de LFG que se propõe ser coletado;
• desenho de sistema de tubulação e critérios de perda de cabeça;
• vácuo de cabeça de dreno disponível;
• comprimento do sistema de tubulação; e
• demanda de pressão por qualquer sistema de queima ou utilização sendo
fornecido com o LFG.

Como uma diretriz simples, o custo de um sistema de ventilação para uma


aplicação de queima pode variar de $25.000 a $50.000 por 1000 m3/hora de
LFG. Se a aplicação final é uma instalação de utilização, a variação de custo
para o sistema de ventilação pode aumentar por um fator desde 2 a 5, ou mais,
dependendo dos requerimentos de fornecimento de combustível.

Sistema coleta de condensado

O LFG é extremamente molhado e, portanto, produz muito condensado dentro


dos drenos e tubulação de coleta de LFF. É importante que todos os canos
sejam projetados com o mínimo de encostas para que o condensado não
permaneça dentro dos tubos, mas flua no sentido de um dreno ou fossa
próximo. Drenagem imprópria do condensado pode levar a bloqueios na
tubulação que podem estragar grandes partes do sistema de coleta do LFG
limitando a quantidade de LFG que pode ser coletada.

Um separador de fossa e/ou umidade pode remover condensado. Num mínimo,


uma fossa deve ser construída no sistema de tubulação para drenar
condensado e prevenir inundação de canos. Separadores de umidade
removem gotículas de líquido do LFG que flui, portanto reduzindo os efeitos
contrários que o condensado corrosivo possa ter no equipamento de lidar com
o LFG.

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE CONDENSADO PARA O


DESEMPENHO DO SISTEMA DE COLETA DE LFG
Um dos mais comuns problemas operacionais para os sistemas de coleta de
LFG é o bloqueio líquido na tubulação ou drenos, que tem o potencial de aleijar
a operação do sistema. O bloqueio das laterais ou subcabeçotes geralmente
resulta de um acúmulo de condensado. Os sistemas de remoção de
condensado deveriam ser instalados para coletar e remover o condensado de
LFG dos sistemas de tubulação. Os problemas de bloqueio causados por
tubulação de tamanho inadequado ou tubulação projetada com uma encosta
inadequada podem efetivamente terminar a coleta de LFG desde a seção
afetada de um aterro. Outra razão para o acúmulo de condensado é a
instalação desigual ou diferenciada do resíduo que pode causar um
afundamento ou ponto baixo nos sistemas de tubulação que podem então se
encher com condensado. É por esta razão que os sistemas de coleta de LFG
deveriam ser projetados com muita capacidade de excesso e consideração
específica no desenho para identificação e avaliação das questões de
assentamento.

Uma demonstração das conseqüências catastróficas potenciais que o manejo


não efetivo de condensado podem ter é o projeto de LFGTE Kemerburgaz na
Turquia. Durante a fase de início e de comissionamento, descobriu-se
inicialmente que dois terços dos drenos de extração do LFG não tinha pressão
de sucção, o que significou que não houve LFG suficiente para abastecer as
máquinas que estavam sendo utilizadas. Por sorte esta condição foi remediada
depois de uma semana quando se descobriu que uma seção da tubulação
tinha sido instalada de forma que o condensado estava sendo coletado e
bloqueando o cano, impedindo a extração de LFG de uma significativa parte do
aterro.

O projeto de LFGT em Cracóvia, Polônia, tem experimentado dificuldades com


a inundação de suas valas de coleta de LFG horizontais por causa do acúmulo
de chorume dentro da massa de resíduo. No futuro, eles estão planejando usar
só os drenos de extração de LFG verticais para combater este problema. O
projeto de LFGTE em Olsztyn, Polônia, tem experimentado níveis tão elevados
de chorume que todas as perfurações de drenos de extração de LFG verticais
estão bloqueadas e os drenos foram declarados disfuncionais.

No Aterro Waterloo, no Canadá, a quantidade de LFG recuperada não tem


aumentado para corresponder com a quantidade de drenos que estão
colocadas no momento. As condições neste aterro servem para reforçar a
importância da compreensão do aterro e sua operação da mesma forma que as
condições físicas dentro do aterro. O aterro se descobriu ser muito úmido,
prejudicando a capacidade de obter gás que está sendo gerado em algumas
partes do aterro. Sistemas para atender à presença de condensado e rastrear
as impurezas de gás no LFG podem requerer lavadores e outros sistemas de
tratamento semelhantes ao equipamento mostrado na figura anexa de uma
porção da sala de tratamento de gás no Aterro Waterloo.

A importância e os benefícios associados com o gerenciamento de condensado


efetivo para desempenho dos sistemas de gerenciamento de LFG, tanto a curto
como no longo prazo, não podem ser suficientemente declarados. Este é um
item crítico para o êxito de todos os projetos de gerenciamento de LFG que
nem sempre recebe a consideração merecida.

Uma vez separado do LFG, o condensado precisa ser despejado numa


maneira saudável do ponto de vista ambiental. O condensado é geralmente
mais concentrado do que o chorume e pode ser considerado um resíduo de
líquido prejudicial em algumas jurisdições.

Queima de LFG
U

O LFG coletado de um aterro precisa ser despejado de uma forma saudável


sob o ponto de vista ambiental como um sinalizador de tambor embutido e/ou
sistema de utilização. Um sinalizador de LFG pode ser usado como backup
para o sistema de utilização no caso de quedas prolongadas para eventos de
operação e manutenção programadas ou não. A necessidade de um
sinalizador de backup e redundância de equipamento é opcional dependendo
da confiabilidade dos sistemas globais e da sensibilidade a perda em curto
prazo da extração de LFG e capacidade de controle. A queima de alta
temperatura de LFG resulta na conversão de componentes de metano do LFG
a dióxido de carbono e água. Da mesma forma, esta combustão de alta
temperatura assegura que os componentes de traço no LFG são largamente
destruídos. A maioria dos sistemas de utilização de LFG proporciona
eficiências de destruição iguais ou melhores do que as obtidas nas queimas em
tambor blindado.

Da mesma forma que a maioria dos outros componentes do sistema, o custo


dos sistemas de queima é uma função do desenho global do sistema de gestão
do LFG e dos requisitos de desempenho que são esperados para a queima. Há
dois desenhos de queima básicos, a queima de tambor blindado discutida
acima e a queima de gás de lixo que simplesmente acende o metano sem
quaisquer controles de combustão extensivos. Este segundo tipo de queima
está em uso comum em muitas jurisdições, mas não tem sido o foco deste
Manual, primordialmente porque seu uso não é considerado aceitável, caso
haja qualquer intenção de qualificar para os CERs.

Para dar uma simples diretriz de custo, uma queima de gás de resíduo de
combustão de 1000 m3/hora de LFG custaria na faixa de $50.000 e $100.000
dependendo dos controles periféricos e dos apetrechos de segurança
requeridos. Para comparação relativa, um tambor blindado com uma
capacidade semelhante tem uma variação de custo duas vezes a da queima de
gás de resíduo. Alguns componentes como os sistemas refratários ou de
controle podem variar substancialmente de preço dependendo dos requisitos
de desempenho.

2.7 Operação do Sistema de Coleta de LFG

A coleta e a utilização ativas de LFG são altamente efetivas para mitigação de


impactos de LFG no aterro e fora dele bem como para redução de emissões de
GHG para a atmosfera. O potencial de captura de LFG é altamente dependente
de fatores relacionados a desenho de aterro como:

• Configuração do aterro (profundidade do resíduo, área do aterro,


profundidade da mesa de água);
• desenho de sistema de alinhamento;
• desenho de sistema de cobertura;
• adição de umidade/recirculação de chorume; e
• restrições operacionais.

A configuração do aterro tem um grande impacto no potencial de coleta do LFG


de um aterro. Aterros que são preenchidos acima do nível natural tendem a ter
maiores áreas de superfície, desta forma aumentando as chances de emissões
de LFG. Os aterros enchidos abaixo do grau têm uma maior tendência a
migração de LFG fora do aterro por meio de solos próximos.

Um sistema de solo de baixa permeabilidade ou de alinhamento sintético


combinado com um sistema de coleta de chorume é benéfico no controle tanto
da migração como do acúmulo de chorume dentro do refugo. O objetivo
primário de um alinhamento de baixa permeabilidade é mitigar os impactos de
lençol freático potenciais permitindo a recuperação de chorume desde o fundo
do refugo mas é também recomendado para o controle da migração de LFG.

A permeabilidade do sistema de cobertura final é um fator importante no


gerenciamento de LFG e desempenho de sistema. As coberturas de baixa
permeabilidade minimizam a ventilação de LFG para a atmosfera, a intrusão de
ar para dentro do resíduo, bem como a infiltração de umidade. Uma cobertura
de baixa permeabilidade pode ajudar a melhorar o desempenho e áreas de
influência para drenos de extração verticais muito pequenos. No entanto, se o
sistema de cobertura é muito apertado e permite muito pouca infiltração, pode
retrasar ou diminuir a taxa de decomposição na porção superior do aterro que
talvez não seja o conteúdo de umidade ótimo para encorajar a decomposição.
Esses dois fatores competidores devem ser considerados na avaliação de
geração de LFG.

A adição de umidade/estabilização de resíduo rápida é a tendência atual na


recuperação de LFG, de outro modo referido como sistemas de tecnologia de
biodigestor de aterro (LBT-landfill bioreactor technology). Este processo
aumenta a quantidade de água em contato com o resíduo, para estabilizar
rapidamente os resíduos, aumentando significativamente as quantidades
iniciais de LFG produzidas com taxa de geração agudamente diminuída após a
colocação do resíduo. Esta taxa de produção de LFG inicial aumentada
poderia ser benéfica a alguns projetos de utilização de LFG pois poderia
fornecer usinas maiores, mais eficientes. Este enfoque poderia encurtar o
período de pagamento do projeto, afetando adversamente sua viabilidade
financeira a menos que uma serie de células fosse desenvolvida e fosse
utilizada operando em seqüência. Esta estabilização rápida poderia também
potencialmente aumentar a migração e emissões de LFG e, portanto, é melhor
aplicada em aterros com adequada capacidade de coleta de LFG bem como o
alinhamento e a cobertura final como elementos de desenho.

A estabilização rápida precisa ser criticamente avaliada durante os estágios de


desenho do aterro conceituais e preliminares. Num mínimo, as seguintes
questões têm que ser consideradas:

• taxas maiores de produção de LFG num período de tempo menor;


• capacidade de manejo e coleta de LFG aumentada;
• exigência de capacidade maior de destruição (queima e/ou utilização);
• assentamento aumentado do aterro sanitário;
• maior teor de umidade no gás, gerando volumes maiores de
condensado;
• aumento no volume de chorume dentro do aterro;
• capacidade do sistema de coleta do chorume; e
• efeito na característica do chorume.

As operações diárias têm uma influência importante no potencial de


recuperação de LFG. A utilização de cobertura diária permeável, como areia,
resultará em taxas mais altas de infiltração de umidade, portanto levando a
maior conteúdo de umidade no lixo e maior taxa de produção de LFG. A
seqüência e o método de preenchimento do lixo afeta grandemente o tipo de
campo de coleta selecionado. As camadas horizontais de coleta de LFG são
usadas melhor em aterros com carregamentos relativamente rasos em áreas
grandes. Para aterros que usam cobertura diária de baixa permeabilidade, a
disposição em camadas/estratificação de um aterro é ampliada. Isso pode criar
condições de água empoleirada que pode aumentar os custos de coleta de
LFG bem como as taxas de produção de LFG em algumas áreas do aterro.

Alguma consideração especial precisa ser feita por causa de questões


associadas com a coleta de condensado, remoção e despejo a partir de
sistemas de tubulação e drenos instalados no aterro e também o condensado
coletado e removido na instalação de utilização de LFG. É também crítico
compreender as implicações da acomodação e da acomodação diferenciada
do resíduo. A quantidade média de acomodação de um aterro depende
primordialmente do desenho específico e das características operacionais do
aterro. A acomodação total que pode ser esperada de um aterro pode variar de
20 a 40 por cento da profundidade total do resíduo, após a sua colocação e
compactação iniciais. Em termos simples, um aterro de 30 metros de
profundidade poderia experimentar total acomodação de 6 a 12 metros quando
da conclusão do processo. A taxa de acomodação está em seu pico quando o
aterro estiver ainda recebendo resíduo ativamente. Tanto a acomodação
relacionada a carga como a acomodação relacionada a decomposição estão
tipicamente em seu pico durante a vida útil do aterro. Mais importante do que a
acomodação total é a acomodação diferenciada. A acomodação em áreas
localizadas pode ser muito maior e muito mais rápida do que a média
dependendo do material aterrado, da quantidade de compactação que recebe e
de outros fatores como intrusão de ar ou a infiltração de água da superfície.
Características como drenos verticais de gás podem ser áreas de problemas
localizadas se não forem levadas em consideração durante tanto a fase de
desenho como uma consideração importante na fase de operações e
manutenção de qualquer projeto.

2.8 Melhores Práticas de Gerenciamento para Operações de LFG


Projetos para Maximizar o Potencial de Recuperação de Energia

A otimização da coleta de LFG está diretamente relacionada à maximização do


potencial de utilização, à realização dos benefícios econômicos da venda de
energia de LFG e à redução das emissões de GHG. É preciso sempre ser
compreendido que a operação de aterro em si é o objetivo primário das
atividades do aterro e de todos os outros sistemas ou atividades de apoio,
sejam benéficas ou não, precisa permanecer subserviente a esta atividade.
Uma área de problema que tem sido observado através da história dos projetos
de gerenciamento de LFG é a operação imprópria de um sistema de coleta de
LFG para apoiar um sistema de utilização que pode causar riscos de incêndios
de aterro e redução da quantidade de combustível que são tanto perigosos
quanto contra-produtivos para ambos os sistemas. A compreensão das
ligações e interações entre esses dois sistemas é importante para desenvolver
e manter um projeto viável através de todo o termo de um contrato de 20 anos
ou mais, o que pode ser crítico para uma usina de LFGTE.

CAMPO DE COLETA DE LFG


U

Um sistema de recuperação de LFG bem desenhado, construído e operado


pode coletar 75 por cento ou mais do LFG produzido num aterro. É importante
para um sistema de coleta ser projetado e operado para igualar o potencial de
geração de LFG em mutação do aterro sem retirada a menos ou a mais do
campo de coleta. Além da taxa de geração de LFG em modificação durante a
vida do aterro, a taxa de geração de LFG efetiva também varia em curto prazo
como uma função de fatores como: condições meteorológicas; acomodação
diferenciada; eficiências de equipamento; e condições de sistema de cobertura.
O campo de coleta precisa ser ajustado para equiparar a efetiva taxa de
geração. um pouco durante a vida do aterro. O campo de coleta de LFG
precisa ser monitorado e ajustado periodicamente para otimizar a eficácia do
sistema de coleta. O ajuste dos controles de válvula para reduzir ou aumentar
os fluxos de LFG de áreas de baixa ou alta produção do aterro é requerido
para maximizar a coleta de LFG sem retirar demais desde essas áreas do
aterro que podem ser suscetíveis á intrusão de ar. Um princípio que é
freqüentemente mal compreendido ou ignorado, mesmo por aqueles que
trabalham na indústria de LFG, é que a base operacional para um dreno ou
vala individual precisa ser baseada somente na qualidade do LFG naquele
dreno ou vala individual. A operação de um dreno ou vala com base em taxas
de recuperação demarcadas ou produções de desempenho esperadas é
contraproducente.

A intrusão de ar para dentro do aterro precisa ser minimizada por ter um


impacto negativo na decomposição natural do resíduo. Dentro de poucos
meses após a colocação, o lixo depositado alcançou tipicamente uma fase
estável de decomposição anaeróbica (sem oxigênio). A essa altura, a
introdução de oxigênio retornará este meio-ambiente para condições aeróbicas,
com o resultado de reduzir a geração de metano e um declínio associado na
recuperação de combustível potencial, maior taxas localizadas de acomodação
diferenciada, temperaturas maiores de sub superfície no resíduo, e
potencialmente maiores problemas de odor. Esta condição pode também levar
a incêndios de aterros e aumenta o potencial para a disseminação de
quaisquer incêndios iniciados.

A monitoração em campo em cada um dos pontos de coleta (cabeças de


dreno/camadas) deveria incluir:

• vácuo;
• pressão diferencial;
• temperatura;
• composição de LFG (metano e conteúdo de 02); e
• posição da válvula.

O monitoramento de cada ponto de coleta deveria começar com a medição do


vácuo/pressão para evitar interferência com a atividade de extração da amostra
de LFG. Os dados essenciais do monitoramento para coletar são o vácuo, a
composição de LFG e a posição de válvula. O que se segue indica as leituras
sob condições de operação ideais para maximizar a recuperação de energia
em cada ponto de coleta:

• Vácuo de no máximo 20 polegadas de WC;


• metano 45 a 55 por cento por volume;
• 02 menos do que 2 por cento por volume.

A tabela 2.1 apresenta uma simples ferramenta de diagnóstico para destacar


alguns problemas comuns na operação das instalações de coleta e utilização
de LFG e suas prováveis soluções.
Quadro 2.1 – Questões Comuns do Sistema de Coleta do LFG e de Recuperação do
Combustível

Diagnóstico Resultados potenciais Solução recomendada


O2 > 2 por cento v/v • Diluição do combustível • Ajuste das válvulas e re-
LFG, portanto com redução equilíbrio baseado na
na recuperação de energia qualidade do gás
• Taxas de acomodação • Verificar a cabeça do
diferenciada aumentada dreno para indicações de
• Temperaturas da sub- tensão na acomodação
superfície altas diferenciada
• Problemas com odor migração das emissões
• Incêndios no Aterro
Sanitário
CH4 < 45 por cento v/v • Como acima • Ajuste das válvulas e re-
equilíbrio baseado na
qualidade do gás
• Verificar a cabeça do
dreno para indicações de
tensão na acomodação
diferenciada
CH4 > 55 por cento v/v • Teor de energia • Ajuste das válvulas e re-
aumentado por unidade equilíbrio baseado na
de LFG recuperado qualidade do gás
• Problema de odor • Caso a qualidade e a
• Tensão na vegetação quantidade de gás forem
• Emissões e migração indicativo de gás
aumentadas adicional na área,
acrescentar drenos ao
sistema
Vácuo > 20 " • Intrusão potencial de ar • Ajuste das válvulas e re-
WC com taxas de fluxo • Taxas de acomodação equilíbrio baseado na
relativas altas diferenciada aumentadas qualidade do gás
• Incêndios no Aterro • Caso a qualidade e a
• Problema de odor quantidade de gás forem
indicativo de gás
adicional na área,
acrescentar drenos ao
sistema
Vácuo < 10 " • Bloqueio/quebra da • Verificar a cabeça do
WC com taxas de fluxo tubulação de extração dreno para indicações de
relativas baixas • Questões do condensado tensão na acomodação
• Problema de odor diferenciada
• Tensão na vegetação • Identificar e cuidar da
Emissões e migração tubulação bloqueada
aumentadas
Como parte do programa regular de monitoramento as válvulas da cabeça do
dreno deveriam ser ajustadas para maximizar a eficácia. Esse ajuste deve ser
realizado na revisão dos dados históricos de desempenho e dentro do contexto
geral de funcionamento de campo. Por exemplo, qualquer variação grande dos
dados históricos nas leituras de vácuo pode indicar defeitos com a tubulação
coletora de LFG, tais como quebras ou inundações devido a acomodação
excessiva. Por essa razão, todos os dados coletados devem ser vistos como
um todo.

Num aterro fechado o potencial de geração de LFG está diminuindo com o


tempo, portanto algumas áreas do aterro podem requerer coleta de LFG
reduzida para equiparar esta geração diminuída. Em aterros ativos o potencial
de geração de LFG aumenta até alguns poucos anos depois do fechamento.
Portanto, o desenho de sistema de coleta de LFG em aterros ativos precisa
permitir a expansão progressiva para acomodar a maior geração de LFG.

USINA DE COLETA DE LFG


U

A operação apropriada e a manutenção regular da usina de coleta de LFG


(incluindo a coleta de condensados, ventilador(es), equipamento associado e
de sinalização) aumentam a eficiência do sistema de coleta e maximiza a vida
do equipamento.

Inspeção regular deveria ser realizada na usina de coleta de LFG para registrar
o fluxo de gás, a temperatura de chama, as concentrações de combustível e
oxigênio do LFG, temperaturas suportáveis, vezes de funcionamento do motor
e quaisquer outros parâmetros críticos. Só pessoal familiarizado com a
operação do sistema de coleta de LFG deveria realizar a correção de
irregularidades ou ajuste da operação do sistema.

Procedimentos menores de manutenção, como engraxamento dos rolamentos,


troca de correias e calibragem dos detectores, podem ser realizados num ciclo
mensal. Grande fechamento do sistema e reforma de equipamento devem ser
realizados anualmente, segundo as recomendações do fabricante do
equipamento.

QUESTÕES DE INTERCONECÇÃO E INTERFERÊNCIA NO SISTEMA


U

A coleta ativa de LFG precisa estar ligada a outros sistemas ativos no aterro,
como operações de aterramento ativos, coleta de chorume, alinhamento de
linha e sistemas de cobertura finais. O desenho final do aterro precisa levar em
consideração todos os sistemas numa maneira progressiva para assegurar a
interconexão de sistemas e a expansão potencial de aterro progressiva.
Algumas das questões de interconexão e/ou interferência com a coleta de LFG
ativa incluem:
• A conexão do sistema de coleta de LFG ao sistema de coleta de
chorume. A quantidade e qualidade de LFG coletáveis a partir do
sistema de chorume podem ser significativas. Uma válvula precisa ser
instalada no ponto de conexão para permitir ajuste de fluxo e pressão
aplicados sobre o sistema de coleta de chorume. O risco desta conexão
é que se vácuo excessivo for aplicado o oxigênio pode ser puxado para
dentro dos sistemas de coleta de LFG e de chorume.. A intrusão de
oxigênio para dentro de ambos esses sistemas pode ser um perigo tanto
de segurança quanto de operação.
• As operações de aterramento em andamento podem resultar em
intrusão de ar no sistema de coleta de LFG bem como no aterro em si.
Em aterros ativos, precisa-se tomar cuidado para proteger/cobrir os
tubos de coleta de LFG com cobertura adequada de resíduo/ínterim
antes da ativação pra minimizar a intrusão de ar. A intrusão de ar
excessiva diluirá o LFG coletado, reduzindo seu conteúdo de energia, e
pode causar incêndios de aterro. Em locais abertos outro risco é
equipamento pesado danificar tubulação subterrânea exposta ou mal
enterrada.
• A expansão progressiva do campo de coleta de LFG é benéfica ao
aumentar a capacidade de coleta de LFG mas pode interferir com o
alinhamento existente e sistemas de cobertura finais. Após a expansão
do campo de coleta de LFG (instalação de drenos/valas e laterais
associadas), qualquer interrupção da cobertura final precisa ser
reconstruída até sua condição original.

Geralmente é sempre importante lembrar que um sistema de gerenciamento de


LFG é uma operação suplementar ao negócio central de aterramento no aterro
candidato. Este fator precisa sempre ser considerado quando olhando a
instalação e operação de sistemas de coleta de LFG em áreas de um aterro
que ainda estão recebendo materiais de resíduo e cobertura.
3
Tecnologias de Utilização de Gás de Aterro
Todas as instalações de utilização de LFG requererem um sistema de coleta de
LFGT que é otimizado para maximizar a recuperação do LFG sem causar
intrusão de ar. A coleta e queima de LFG, por si mesmas, são uma maneira
eficaz de gestão do LFG ao reduzir os problemas de mau cheiro e de migração.
Além disso, a queima de LFG num sinalizador de tambor embutido
efetivamente converte o metano em LFG a dióxido de carbono, efetivamente
reduzindo seu potencial de GHC. As implicações deste fato, em concerto com o
desenvolvimento de um mercado de carbono internacional, são discutidas em
maior detalhe na Seção 6. A queima de LFG, no entanto, não recupera nada da
energia de LFG. Esta seção discute numerosas tecnologias disponíveis para
recuperar parte da energia da LFG e potencialmente proporcionar uma fonte
suplementar de receita ao aterro por meio da venda de produtos de LFG
relacionados.

Um efetivo sistema de coleta, associado a uma instalação de utilização de


LFG, protegeria também contra o mau cheiro e outras emissões, mas como
subproduto da recuperação de combustível em vez de objetivo primário. Num
sistema de coleta de LFG efetivamente projetado e operado, esses dois grupos
de objetivos podem ser feitos plenamente compatíveis.

No entanto, o LFG é um gás molhado com concentrações variáveis de


numerosos gases de traço, que precisam ser considerados no desenho de um
sistema de utilização de LFG. O alto conteúdo de umidade do LFG garante a
presença da umidade no sistema de coleta, o que pode causar problemas
relacionados à remoção de condensado/interferência com a capacidade de
coletar o LFG por meio do sistema de tubulação. Além disso, alguns dos gases
de traço presentes em combinação com a umidade podem causar corrosão do
equipamento. Outras restrições operacionais, tais como os perigos à saúde, o
perigo de explosão pela presença de LFG em espaços confinados, impedem a
utilização do LFG para o funcionamento de aparelhos domésticos. A emissão
de poluentes à atmosfera por meio de emissões de ar também requer
consideração ao se selecionar o tipo de instalação de utilização a se
desenvolver. Dependendo da aplicação, o LFG bruto pode requerer algum
nível de processamento de gás antes de ser utilizado para reduzir essas
preocupações.

O LFG pode ser classificado em três categorias, com base no nível de pré-
tratamento/processamento antes da utilização. Elas são:

Combustível de LFG de baixo teor – A utilização de LFG como combustível de


baixo teor tipicamente requer processamento mínimo, envolvendo câmara(s)
de remoção de condensado como parte do sistema de coleta do LFG e potes
de decantação da umidade para reduzir a quantidade de umidade na corrente
de gás.
Combustível de teor médio – Aparelhos de tratamento de gás adicionais são
usados para extrair mais umidade (com contaminantes) e matéria particulada
mais fina. O processo envolve tipicamente a compressão e a refrigeração do
LFG e/ou tratamento químico ou purificação para remover umidade adicional e
os compostos gasosos como mercaptanos, compostos de enxofre, silício e
compostos orgânicos voláteis.

Combustível de alto teor – A utilização do LFG como combustível de alto teor


envolve extenso pré-tratamento do gás para separar o dióxido de carbono e
outros importantes gases constituintes do metano e para remover impurezas
inclusive mercaptanos, compostos de enxofre, sulfato de hidrogênio e
compostos orgânicos voláteis, e compressão de gás para desidratar o gás.

O combustível de baixo e médio teor produzido a partir do LFG tem um valor de


aquecimento de aproximadamente l6,8 MJ/m3; Este valor de aquecimento é
grosseiramente metade do valor de aquecimento do gás natural. O LFG que
tenha sido processado mais e tratado para produzir combustível de alto teor
possui um valor de aquecimento mais alto (37,3 MJ/m3) do que o combustível
de baixo e médio teor, e pode ser substituído diretamente por gás natural nas
aplicações de tubulação (CRA, 1996).

A figura 3.1 proporciona um instrumento visual para ajudar na compreensão da


discussão seguinte sobre as várias aplicações para os três graduações de
combustível que pode ser produzido a partir do LFG bruto. Ela também ilustra o
maior grau de processamento que é requerido para transformar o LFG de um
combustível de baixo teor numa fonte de combustível mais refinada.
Figura 3.1
Opções de Uso do LFG
Manual para a Preparação de Gás de
Aterro Sanitário para Projeto de Energia
Banco Mundial
3.1 Aplicações do Combustível de Baixo Teor

Aquecimento
U

O LFG pode ser usado com tratamento mínimo para alimentar uma fornalha no
aterro ou fora dela, secagem em estufa, ou uma caldeira. Devido ao valor de
aquecimento relativamente baixo, tal equipamento precisa ser desenhado para
operar com o combustível de LFG. O usuário final precisa ter uma demanda
constante e adequada pelo combustível e estar dentro de estreita proximidade
do aterro. O gás é transportado tipicamente a uma instalação vizinha por meio
de uma tubulação apropriada. É necessário desenhar a tubulação de
suprimento para evitar o acúmulo de condensado dentro dos tubos resultante
em possível bloqueio. O LFG bruto pode também ser usado para pequenos
projetos pilotos ou de demonstração, como aquecimento de uma estufa no
aterro.

Embora o uso direto do LFG faça sentido intuitivo, é preciso que um usuário
adequado já exista em estreita proximidade do aterro. Um “usuário adequado”
significa uma aplicação que possua um perfil de usuário de carregamento de
base, o que demonstra uma demanda de combustível adequada e continuada
o ano todo excedendo a oferta disponível no aterro. Requer também o uso de
equipamento que queime o combustível com tempo de retenção e temperatura
adequado para assegurar eficiência apropriada de destruição dos numerosos
componentes gasosos no LFG. Os critérios para determinar a viabilidade e
adequação deste tipo de projeto são discutidos mais a fundo posteriormente
nesta seção.

Os custos para desenvolver e implementar uma utilização de aquecimento de


baixo teor são mínimas se estiver bem próxima do aterro. Haverá alguns custos
para a tubulação para entregar o combustível de LFG no local desejado. Este
custo é uma função da quantidade de combustível a ser entregue e as
distâncias envolvidas.

Um problema prático com a transmissão de combustível de baixo teor é a


necessidade de remoção de umidade suplementar para assegurar que não
existam questões de transmissão de combustível com queda de condensado e
bloqueio de tubulação. Os requerimentos de entrega de combustível podem
envolver algum processamento de gás limitado ou possivelmente uma
elevação da pressão de abastecimento para os sistemas de aquecimento.
Podem existir também custos de atualização no transporte do gás combustível
para fornecer o LFG ao sistema. É tipicamente recomendado que qualquer
sistema de aquecimento que use o LFG também seja alimentado por outra
forma de abastecimento de combustível durante quaisquer períodos em que o
LFG esteja, por qualquer razão, indisponível.

Caldeira/Turbina de Vapor
U

O LFG de baixo teor pode também ser usado como combustível para caldeiras
para produzir vapor para aquecimento ou geração de eletricidade. Este método
de utilização requer tratamento mínimo porque o LFG potencialmente
danificador não entra em contato com quaisquer peças em movimento em
virtude dos gases estarem contidos dentro de tubos de caldeira, que são mais
fortes.

O vapor produzido pela caldeira poderia ser usado para aquecimento de


espaço, aquecimento de processo ou eletricidade via turbina de vapor. No
entanto, a tecnologia de turbina de vapor requer equipamento adicional como
os condensadores, as torres de resfriamento, o tratamento de água e as
bombas de abastecimento da caldeira. Esta tecnologia tem aplicação potencial
em aterros grandes e com uma capacidade potencial de geração elétrica de
mais de 10 MW. (CRA, 1996).

Em relação à discussão de outras aplicações de aquecimento observadas


acima, o uso do LFG como abastecimento de combustível para um sistema de
caldeira/turbina de vapor requer preparação mínima adicional exceto para o
sistema de abastecimento de combustível para as unidades e quaisquer
modificações do sistema de caldeira necessárias para usar o combustível de
menor teor calorífico.

Micro-turbinas
U

As micro-turbinas podem usar gás de LFG de baixo teor com uma capacidade
de aquecimento tão baixa como 350 Btu/scfm. Elas podem tipicamente
proporcionar até 75 kW de energia elétrica e 85 kW de calor para aplicações
combinadas de calor e energia. Os sistemas de micro-turbinas contêm um
compressor, um recuperador, um combustor, uma turbina e um gerador
magnético permanente, mas requerem um espaço muito pequeno para
operação (Capstone, 2002). A capacidade menor dessas unidades as torna
mais adequadas em aterros mais velhos, menores ou remotos com baixas
taxas de produção de LFG (Environment Canadá, 2002).

Até esta data, as micro-turbinas não se têm provado a opção mais efetiva de
custo para os projetos de LFG de maior tamanho e que geralmente são
considerados aplicáveis para a LAC e o Caribe. Elas são adaptáveis a
pequenas instalações e podem se tornar muito mais apropriadas para
instalações remotas e pequenas, caso o valor da energia elétrica ou CERs
continuar a aumentar os valores da receita que sejam aplicáveis na Europa.
Uma exceção a isto pode ser as aplicações específicas no Caribe onde os
custos da energia elétrica já estão chegando aos da Europa. Com valores de
receita líquida acima de $0.,08 kW/h, os projetos de pequena escala com
micro-turbina ou motores a pistão podem se tornar viáveis.

3.2 Aplicações de Combustível de Teor Médio


Aquecimento
U

O combustível de teor médio tem uma variação mais ampla de aplicações


como combustível do que o de baixo teor por causa da redução dos
constituintes de corrosão. Ele pode ser usado em caldeiras industriais,
secadoras, estufas ou fornalhas a gás. Os custos incorridos em conseqüência
do processamento do gás podem ser compensados por uma redução dos
custos de operação e manutenção, e uma vida mais longa do equipamento de
aquecimento. Como no caso do combustível de baixo teor, é necessário ter um
mercado próximo para o qual possa ser vendido o combustível produzido.

À medida que um projeto entra na categoria de combustível melhorado, os


custos suplementares que precisam equilibrados na avaliação econômica são
os seguintes:

• Condensadores e resfriadores;
• Esfregadores e filtros;
• Sistemas de reaquecimento;
• Sistemas melhorados de ventilador/compressor para compensar as perdas de
calor; e
• Toda tubulação associada, válvulas, instrumentação e controles.

Os custos desses sistemas variarão como uma função das condições de


entrega especificadas para o LFG. Um sistema de processamento de gás pode
variar em valor de $100.000 a $200.000, ou mais, por 1000 m3/h de LFG. À
medida que os sistemas aumentam de tamanho pode haver algumas
economias de escala que seriam esperadas. Um dos itens mais importantes de
custo associados ao processamento de gás não são as implicações de custo
de capital, mas, ao invés, os componentes do custo de operação e
manutenção. Os sistemas de processamento de gás podem ser um dos
subsistemas de mão de obra mais intensivo de uma instalação de LFGTE e os
custos de maior energia parasita e outros elementos descartáveis precisam ser
incluídos na avaliação econômica nos estudos de viabilidade numa base
específica para o aterro e para o projeto.

Motores a Pistão a Gás


U

Motores a pistão que usam LFG de teor médio como combustível são
prontamente disponíveis e podem ser obtidas como unidades modulares ou
dentro de um completo pacote de gerador paralelo. Estão disponíveis em
vários tamanhos com produções elétricas variando de menos de 0,5 MW a
mais de 3,0 MW por unidade. Elas têm um custo de capital comparativamente
baixo por kW e uma maior eficiência do que a maior parte de turbinas a gás e a
natureza modular dos sistemas de motores a pistão proporciona flexibilidade
para maior expansão do que pode ser requerido devido à natureza incerta da
produção de LFG futura. Essas unidades podem ser acrescentadas em
estágios incrementáveis menores do que as turbinas a gás. As desvantagens
desta tecnologia incluem maiores custos de manutenção do que para as
turbinas a gás e uma exigência de pessoal de manutenção especializado. Os
gases de exaustão podem conter alguns produtos de combustão incompleta e
há um alto consumo de óleo lubrificante, o que inclui a necessidade de
provisão de despejo do óleo usado.

A maior parte dos motores a pistão que foram adaptadas para aplicações de
LFG e provadas em uso em numerosos aterros é produzida nos Estados
Unidos e na Europa. Os custos básicos desses itens de equipamento são
geralmente bem conhecidos e bem definidos. O custo de capital desses grupos
de geradores está na faixa entre $600.000 e $800.000 por MW de capacidade
geradora dependendo do tamanho da instalação e da máquina específica que
sejam escolhidas para a aplicação. Tenha cuidado ao usar estes custos porque
eles tipicamente só representam entre 40 a 60% do custo de instalação total
para gerar a energia elétrica e os custos do sistema de coleta de LFG também
são adicionais a este custo.

Observe que encargos de importação e quaisquer taxas relacionadas podem


ser um item significativo e precisam sempre ser incluídos em qualquer
avaliação econômica como um item de custo específico. O tempo que pode
levar para importar qualquer equipamento precisa também ser um item chave
no desenvolvimento de qualquer cronograma de projeto. A necessidade e
extensão de quaisquer peças de reposição recomendadas precisam também
ser discutidas especificamente e avaliadas cm base na disponibilidade dessas
peças no país específico, da mesma forma que o tempo que possa ser
requerido para importar as peças. Uma consideração específica é que um
estoque de peças de reposição muito mais extenso pode ser recomendado do
que possa ser necessário em qualquer dessas outras jurisdições.

Turbinas a Gás
U

As turbinas a gás são disponíveis como sistemas modulares e empacotados.


As turbinas a gás podem ter alguma aplicação para aterros com taxas de
produção de LFG maiores, mais estáveis. As turbinas a gás são geralmente
maiores do que os motores a pistão com produção de energia elétrica variando
de l MW a 8 MW para cada unidade. As turbinas a gás também oferecem
flexibilidade de expansão modular para atender a mudanças na produção de
LFG. No entanto, os estágios incrementais são maiores do que os dos motores
a pistão. As turbinas a gás geralmente têm um custo de capital maior
associado à instalação inicial com eficiências de conversão de energia um
pouco menores em comparação com motores a pistão. No entanto, elas
geralmente oferecem características de emissão de exaustão superiores,
custos de operação e manutenção reduzidos e maior flexibilidade operacional
(capacidade de manter eficiência razoável apesar de flutuações no fluxo e
características do LFG) do que os motores a pistão. Além disso, as turbinas a
gás também oferecem a flexibilidade para proceder diretamente à opção de
ciclo combinado (como descrito abaixo) no futuro, se a produção de LFG
permitir. Essas características positivas das turbinas a gás têm sido avaliadas
por operadores nos Estados Unidos e, em poucos casos, se tem descoberto
que compensa o custo de capital menor e a maior eficiência de conversão de
energia dos motores a pistão.

Há poucas turbinas a gás que têm sido adaptadas com sucesso para
aplicações de LFG. No entanto, o pacote de compressão que precisa preceder
a turbina é a peça de equipamento mais sensível para a confiabilidade eficiente
no longo prazo da instalação. Tipicamente, são os requerimentos para o
estágio de compressão que regerão o nível de processamento de LFG que
será necessário para assegurar custos razoáveis de operação e manutenção
para a instalação.
Dado o número relativamente limitado de aplicações das turbinas que se
espera para a LAC e no Caribe, é altamente recomendado que se obtenha uma
lista de preços específica para aterros grandes no estágio de pré-investimento
para assegurar que esta opção de tecnologia receba uma avaliação justa.

Sistemas de Ciclo Combinado


U

O ciclo combinado usa tanto turbina(s) a gás como turbina(s) a vapor para
produzir eletricidade. Este processo produz uma melhora significativa na
eficiência da conversão elétrica em até mais de 40 por cento e pode ser
realizado pela recuperação e utilização de lixo de alta qualidade a partir de
turbinas a gás numa caldeira de aquecimento de resíduo. O calor do lixo é
então usado para produzir vapor para a turbina a vapor. O uso de calor do lixo
a partir de turbina(s) a gás reduz o volume de LFG requerido para a caldeira.
As usinas de ciclo combinado são geralmente custo efetivas somente no caso
de produção maior do que l0 MW.

Os custos de uma instalação de ciclo combinado num aterro grande adequado


têm um custo de capital menor por capacidade de MW instalada de produção
de energia elétrica por causa do ganho significativo de eficiência na conversão
de energia que pode ser alcançado. Pelo fato de que este tecnologia seria
aplicável só em aterros grandes, não é recomendado que quaisquer custos
genéricos sejam usados. Para esses aterros grandes pode haver mérito
significativo na busca de componentes de equipamento usados para otimizar a
economia global da instalação. Por exemplo, a grande instalação de utilização
de LFG em Toronto, Canadá, no Aterro do Vale Keele, instalou com sucesso
uma instalação de turbina a vapor usando uma combinação de equipamento
novo e usado. O custo de capital desta instalação é menos do que $500.000
por MW de capacidade de geração elétrica.

3.3 Aplicações do Combustível de Alto Teor


Gás de Qualidade de Gasoduto
U

A utilização de LFG de alta qualidade para produzir gás de qualidade de


gasoduto tem sido feita em diversos aterros nos Estados Unidos e na Europa.
O componente de metano do LFG refinado é geralmente usado como
substituto direto do gás natural. O gás de qualidade de gasoduto é fornecido
sob pressão à concessionária local ou diretamente ao(s) consumidor(es).
Portanto, os mercados para este tipo de produto são as usinas de gás natural
próximas ou os usuários industriais.

A produção de gás de qualidade de gasoduto envolve a remoção do dióxido de


carbono e de outros gases presentes no LFG, resultando em gás que é
aproximadamente 98 por cento de metano em volume. O primeiro processo de
utilização de LFG desenvolvido foi a melhora do LFG para gás de alto teor de
Btu por “GSF” em Palos Verdes, Califórnia, em 1975. A receita proveniente das
vendas de produto de gás não cobriu os altos custos de capital e operacionais
deste sistema e não se desenvolveu bem como se esperava originalmente. Em
1972, as instalações de melhoria do LFG na América do Norte incluíam
Houston, Texas (recolocada desde Palos Verdes); Calumet City, Illinois;
Cincinatti, Ohio; Freshkills, Nova York; e Pompano Beach, Flórida. O
melhoramento do LFG está sendo praticado também em outras localidades
incluindo Wellington, Nova Zelândia.

Os custos de capital para desenvolver um abastecimento de gás do tipo de


gasoduto de LFG são governados pelos padrões de qualidade de gás que
precisam ser alcançados. Este enfoque precisa sempre ser desenvolvido num
aterro específico e numa base de projeto específico e não é apropriado sugerir
variações de custo gerais e mesadas. Há freqüentemente alguns
requerimentos conflitantes associados aos direitos de franquia para distribuir
gás natural que podem apresentar dificuldades de cronograma e aprovação
para um projeto de LFGTE. O LFG precisa ser abastecido diretamente a um
importante usuário de combustível que não seja uma rede de distribuição ou,
alternativamente, à principal empresa de energia concorda em aceitar o LFG
melhorado numa base de qualidade especificada.

Venda Comercial de Dióxido de Carbono


U

A produção de dióxido de carbono resulta da separação do LFG em seus


principais componentes que são considerados subprodutos da produção do
combustível de alto Btu derivado do LFG. O dióxido de carbono pode ser
removido do LFG pela absorção de superfície (crivos moleculares), separação
por membrana ou um sistema de tratamento de solvente. Exemplos de
solventes incluem as isoproponolaminas-(MDEA), as alcanolaminas (MEA-DEA
e DGA), carbonato de potássio quente, carbonato de propileno e selexol. Todos
esses sistemas utilizam solventes líquidos que têm afinidades individuais com o
dióxido de carbono e o sulfato de hidrogênio e, em alguns casos, com a água,
mas mostram mínima afinidade com o metano. Isso permite que o metano seja
separado de outros gases para produzir gás de qualidade de gasoduto.

Embora seja tecnicamente viável, não existem instalações conhecidas ou


planejadas para vender dióxido de carbono derivado do LFG. O maior uso de
dióxido de carbono é no processamento de alimentos e nas indústrias de
bebidas. O uso de dióxido de carbono a partir do LFG para este fim tem
aplicações tanto perceptivas como restritivas que tenderiam a limitar o acesso
a este mercado.

Produção de Produtos Químicos


U

Metano e dióxido de carbono, os principais componentes do LFG, podem ser


usados como ração para certos produtos químicos como metanol, fertilizantes
e células de combustível. Esses são processos de proprietário disponíveis para
produzir metanol a partir de LFG. O metanol pode ser usado como combustível
alternativo ou aditivo de combustível para máquinas a gasolina e diesel, e
como um agente embranquecedor alternativo para a indústria de polpa e papel.
Os altos custos de capital, os mercados limitados para produtos e a
complexidade do processo tornam esta opção uma alternativa menos
desejada. A estocagem de gás comprimido e o uso subseqüente são também
tecnicamente viáveis embora as atuais condições de mercado não os tornem
economicamente viáveis no presente.

Células Combustíveis
U

As células combustíveis são uma nova tecnologia que converte diretamente


hidrogênio em energia. O uso de LFG para células de combustível requereria o
uso de um processador de combustível de alto teor, incluindo um transformador
de energia de célula combustível, e uma torre de resfriamento para tratamento
de calor do lixo. Uma usina de geração de energia baseada em célula
combustível seria construída usando numerosas células combustíveis
individuais. Isto tornaria o sistema aumentável, permitindo a sua expansão para
coincidir com o recurso de combustível.

Atualmente, o preço de células de combustível é muito mais elevado do que


outra tecnologia de utilização de LFG porque as células de combustível
requeridas não são produzidas em quantidades comerciais. À medida que
aumenta o número de células produzidas, espera-se que o preço caia,
aumentando a viabilidade econômica de um projeto de utilização baseado em
célula combustível.

Combustível para Veículo


U

O LFG comprimido (CNG) e o LFG liquefeito (LNG), produzidos por meio de


processos proprietários, têm sido usados como combustível para veículos
como parte de um projeto de demonstração no aterro Puente Hills na
Califórnia. Para utilizar o gás, ele precisa primeiro ser tratado para a remoção
de impurezas e o aumento de seu valor de combustível antes de ser
comprimido. As vantagens desta aplicação incluem uma redução no consumo
de combustível fóssil e na poluição de ozônio local. No entanto, há custos
significativos associados à adaptação de veículos para aceitar este tipo de
combustível e o custo de construção dos postos de combustível. (Pappas,
2002)

Estas tecnologias são geralmente de natureza proprietária e a definição de


custo para um projeto específico é necessária para avaliar a aplicação desta
tecnologia num aterro.

3.4 Processamento do LFG


Para empregar a maioria das tecnologias de utilização de LFG descritas acima,
o LFG precisa ser processado, pelo menos até certo ponto. A forma primária de
tratamento do LFG é para remover alguma porção do vapor d’água do LFG
saturado. A redução do teor de umidade do LFG e do número de compostos
gasosos e “particulados” diminui a natureza corrosiva do LFG, o que corta os
custos de manutenção para o equipamento de utilização. A produção de
combustível de alto teor também requer a separação da porção de metano do
LFG a partir de outros gases que não têm nenhum valor calorífico. Da mesma
forma que com algumas das aplicações de combustível de alto teor, as
tecnologias seguintes são geralmente de natureza proprietária e a definição de
custo para um projeto específico é necessária para avaliar a aplicação dessas
tecnologias num aterro.

Remoção de Umidade
U

A degradação de lixo orgânico é um processo exotérmico e, portanto, o LFG é


quente e essencialmente saturado com vapor d’água. O teor alto de umidade,
em combinação com dióxido de carbono, sulfato de hidrogênio e VOCs, cria um
gás potencialmente corrosivo. As técnicas de redução de umidade que podem
ser aplicadas incluem separadores de umidade, eliminadores de neblina,
esfriamento direto, compressão seguida de esfriamento, absorção e adsorção.

Alguns separadores de umidade funcionam girando gás através de um grande


cilindro, diminuindo a velocidade do gás e permitindo a umidade na forma de
gotículas ser coletada nas paredes do cilindro. A maioria dos eliminadores, ou
filtros coalescentes, é tipicamente usada em conjunto com um separador de
umidade. Para coletar gotículas pequenas demais para terem sido
interceptadas pelo separador. Estes são tipicamente construídos de uma tela
de arame através da qual passa o LFG. A maioria dos eliminadores também
intercepta matéria infiltrada nas gotículas de água.

O esfriamento e a compressão do gás diminuem a capacidade de o LFG


guardar água. Este processo é geralmente atingido por meio do uso de
trocadores de calor ar/ar ou ar/líquido. A compressão depois do esfriamento
serve para desidratar mais o ar. No entanto, ela também aumenta a
temperatura do gás, que precisa ser considerado com a utilização final do gás.

A absorção usa um líquido com uma alta afinidade com a água. O LFG a ser
absorvido é ou introduzido no fundo de uma coluna de meio absorvente ou o
meio é borrifado na corrente de LFG. A água é removida do gás por meio de
um processo de reações físicas e químicas com o meio absorvente. O êxito
deste processo depende do meio absorvente específico e das características
do LFG.

As técnicas de absorção usam um material sólido granulado que tem uma


afinidade com água. Neste processo, a água “gruda” no material granulado à
medida que o gás passar. Exemplos destes meios incluem gel de sílica,
alumina e silicatos conhecidos como crivos moleculares. Esta técnica é
algumas vezes usada em conjunto com a absorção em sistemas, tais como
torres empacotadas, colunas de pratos, torres de aspersão e purificadores de
gás Venturri. Com o tempo, a contaminação da mídia especializada empregada
nesses sistemas causa eficiência reduzida e se requer a substituição.

Remoção de Particulado
U

As partículas sólidas transportadas dentro da corrente de LFG precisam ser


removidas em aplicações para uso de combustível de alto e médio teor para
evitar danos aos sistemas de ventilação e aos outros componentes do
equipamento. A maioria da matéria particulada fina está embutida através das
gotículas de umidade no gás. Portanto, a remoção de umidade serve o objetivo
duplo de também remover a matéria particulada. Filtros particulados também
podem ser usados para reduzir o conteúdo particulado do gás, mas esses
filtros requerem um alto nível de manutenção e precisam ser limpos com
freqüência e/ou substituídos.

Remoção de Compostos Gasosos


U

Os compostos gasosos normalmente removidos do LFG são compostos de


enxofre, compostos orgânicos não-metano (NMOCs) e compostos orgânicos
voláteis (VOCs). Estes podem ser removidos por meio do uso de carbono
granulado ativado (GAC), de solventes seletivos ou da esponja de ferro. O
GAC é a ferramenta mais usada comumente para lidar com o tratamento de
hidrocarbonetos e VOC. Uma desvantagem significativa da utilização de GAC
para as aplicações de purificação do LFG é sua alta afinidade com a umidade.
Isto pode ser mitigado pela implementação de um bom processo de remoção
da umidade antes de se usar o GAC.

Processos de solvente seletivos usam vários solventes para seletivamente


adsorver os compostos gasosos. Processos de esponja de ferro podem ser
usados para remover sulfato de hidrogênio do LFG. O sistema usa óxido de
ferro hidratado apoiado em lascas de madeira para reagir e produzir sulfeto de
ferro.

Extração do Dióxido de Carbono


U

O dióxido de carbono não tem valor calórico algum e cria um líquido corrosivo
quando combinado com vapor d’água. Ao usar métodos de extração, adsorção
e de separação de membrana, o dióxido de carbono pode ser removido do
LFG, aumentando o valor calorífico do gás e coletando o dióxido de carbono
para outros fins. Alguma tecnologia proprietária existe para remover o dióxido
de carbono usando um solvente, baixas temperaturas e pressão alta. Alguns
processos usam estágios múltiplos de crivos moleculares para adsorver o
dióxido de carbono. Além disso, membranas que são permeáveis apenas para
a fração de dióxido de carbono do LFG podem ser usadas para separar as
importantes frações de LFG. Todas essas tecnologias são caras e tendem a
limitar sua aplicação a projetos de LFGTE a menos que haja um valor de
mercado muito alto para os produtos combustíveis.

3.5 Fatores de Seleção de Utilização


Como observado acima, várias tecnologias existem para a utilização de LFG. A
alternativa que é adequada melhor para um aterro específico é dependente de
numerosos fatores, incluindo:
• disponibilidade projetada de LFG;
• presença e localização de mercados adequados;
• preço de mercado para produtos fim;
• fatores ambientais e reguladores; e
• custos de capital e operacionais das opções de utilização de sistema,
incluindo custos/questões de processamento e transporte.
A viabilidade de um projeto de LFGTE é largamente influenciada pelo grau em
que o LFG é processado e isto, em parte, é uma função do cálculo econômico
da aplicação específica.

Fatores de Seleção para Geração de Energia Elétrica


U

Vários fatores precisam ser avaliados ao se considerar a geração de


eletricidade com LFG, não importa se a tecnologia envolve micro-turbinas,
motores a pistão, turbinas a gás, ciclo combinado ou turbinas a vapor.

A eficiência da conversão elétrica, que é uma indicação de que porção do valor


de energia do LFG pode ser convertida em energia elétrica, varia com cada
tecnologia. A eficiência pode ser descrita em termos de “taxa de calor”
(Btu/kWh) líquida da usina ou eficiência bruta do equipamento. Esta eficiência é
igual ao valor de energia total no LFG coletado dividida pelo valor de energia
da energia fornecida à grade. A energia líquida fornecida à grade é igual à
produção total, menos quaisquer perdas parasíticas de usina. Essas perdas
parasíticas incluem a energia gasta nos compressores de gás, bombas de
água encamisadas, bombas de óleo lubrificante, pás de radiador, pás de
gerador, transformador de estação e outros auxiliares de estação.

Outros fatores importantes que precisam ser considerados ao se decidir se


utilizar ou não o LFG para a geração elétrica incluem disponibilidade, custo de
instalação, custos de operação e manutenção e emissões, todos os quais são
específicos ao aterro. A disponibilidade é o verdadeiro tempo de geração de
energia dividido pelas horas disponíveis anualmente. Isto é principalmente uma
medida de confiabilidade de equipamento de geração de energia e o
abastecimento do combustível à instalação. Custo/kW instalado descreve o
custo por Kw instalado de uma dada tecnologia. Os custos de operação e
manutenção incluem toda mão-de-obra e materiais usados para produzir
energia e são expressos como $/kWh para a operação de equipamento. Os
encargos de manutenção cobrem consertos grandes e pequenos. As emissões
dos exaustores de uma chama de LFG ou de uma parte do equipamento de
geração precisam ser controladas para ficar dentro dos limites aceitáveis
fixados pelas agências governamentais. As emissões preocupantes incluem
óxidos de nitrogênio, dióxido de carbono, monóxido de carbono,
hidrocarbonetos não metano, compostos orgânicos voláteis (VOCs) e produtos
de combustão incompleta.

A tabela 3.1 apresenta as típicas variações de fluxo requeridas para tornar


viável a implementação das seguintes tecnologias de geração de energia. Ela
também mostra as típicas variações de energia associadas a várias tecnologias
de LFG e taxas de fluxo.

Quadro 3.1 – Tecnologias de Utilização do LFG e as Variações Típicas de


Fluxo/Eletricidade

Tecnologia Variação Típica de Tamanho Preferido Eficiência da


Fluxo da Usina Conversão Elétrica
(líquida para a
grade sem
recuperação do
calor do lixo)
Micro-turbinas < 100 cfm < 100 kW 25-30%

Motores a pistão >150 to 5,000 cfm 0.5 to 12 MW 32-40%

Turbinas a gás >4,000 to 20,000 cfm 3 to 18 MW 26-32%

Turbinas a vapor >6,000 to>25,000 10 to 50 MW 24-29%


cfm
Sistemas de Ciclo >5,000 to>25,000 >10 MW 38-45%
Combinado
Fonte: Environment Canadá, 1996.

BOX 3: APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE MOTORES A PISTÃO

Uma das tecnologias de utilização de LFG mais comuns para projetos de


LFGTE pequenos a relativamente grandes é a dos motores a pistão. Este tipo
de tecnologia é bem adequado para projetos de 0,5 MW a 12 MW ou mais que
é o tamanho da maioria dos aterros potenciais na LAC. Os motores a pistão
são menores em tamanho do que as turbinas e podem acrescentar um
incremento menor de capacidade com um custo de capital menor à medida que
o desenvolvimento do projeto de LFGTE progrida para espelhar a produção do
LFG no aterro.

A tecnologia dos motores a pistão é confiável e os custos para operação e


manutenção das máquinas caíram significativamente desde sua adaptação
inicial para uso com o combustível de LFG durante as décadas de l980 e l990.
O projeto de LFGTE em Waterloo tem tido uma disponibilidade de mais de 98
por cento desde que entrou em linha em 1999. Isto é largamente atribuído a um
cronograma de manutenção cuidadoso desenvolvido pelos fabricantes dos
motores a pistão que é monitorado por um operador, em tempo integral, com
familiaridade com todos os aspectos das características de operações e
desempenho da máquina. O quadro seguinte proporciona um exemplo de um
motor a pistão Jenbacher que tem sido usada para gerar energia elétrica no
aterro de Istambul, na Turquia. Observe também que uma foto das máquinas
Caterpillar usadas no Aterro de Waterloo é apresentada na capa do Manual.
Dos oito estudos de caso proporcionados como anexos ao Manual, sete usam
ou planejam usar motores a pistão para produzir eletricidade, o que serve para
ilustrar a importância desta tecnologia para o desenvolvimento de projetos de
LFGTYE na LAC e no Caribe. Alguns dos projetos de LFGTE na Látvia e na
Polônia são sistemas combinados de calor e energia (CPH) que usam o calor
do lixo gerado pelas máquinas para aquecer os prédios no aterro e fornecem
calor a um sistema de aquecimento do distrito.

Uma análise do custo de ciclo de vida/receita que inclui uma avaliação realista
da disponibilidade de usina em linha para a localização geográfica específica
deveria considerar o seguinte: acesso ao conhecimento técnico requerido,
acesso às peças de substituição requeridas, e o escopo e extensão de peças
de reposição mantidas na instalação. O tempo de produção perdido pode
mudar rápida e dramaticamente a viabilidade econômica de um projeto.

Fatores de Seleção de Usuário Final de Combustível Direto


U

O uso do LFG para aplicações de uso de combustível diretas é essencialmente


viável para todas as variações de tamanho de projetos desde que haja uma
igualdade entre o perfil de geração de LFG e as necessidades de um usuário
prospectivo que esteja localizado relativamente perto (>10 km) de um aterro
candidato. Esta opção é fácil de avaliar e pode ser muito atraente se houver
uma igualdade de mercado-recurso. Infelizmente, há tipicamente só poucos
aterros que estão localizados em estreita proximidade de um consumidor de
combustível adequado. Os fatores a considerar na determinação da adequação
de um usuário final incluem:
• localização do consumidor para determinar o comprimento e localização
de um gasoduto;
• requerimentos de energia do usuário em termos de quantidade e
qualidade; perfil de uso de energia diário e sazonal do mercado
prospectivo;
• tratamento e emissão de gás; custos associados ao tratamento de gás,
gasoduto e conversão de equipamento para utilizar LFG;
• custos de manutenção e operação; e custo de combustíveis alternativos.

Cada um desses itens precisa ser avaliado para as condições específicas ao


projeto de aterro potencial para determinar a viabilidade técnica e financeira do
projeto. Geralmente, o usuário final precisa consumir grandes volumes de
energia numa base anual e ser localizado bem próximo ao aterro para atingir
um retorno adequado ao investimento para o desenvolvimento desse tipo de
projeto LFGTE. Os usuários finais com grandes oscilações diárias e/ou
sazonais na demanda de combustível são menos desejáveis uma vez que o
LFG é produzido no aterro numa taxa relativamente constante e há pouco
volume para estocar o gás dentro do aterro.
PARTE 2 – COMPREENSÃO DAS
REGULAMENTAÇÕES PERTINENTES, DOS
MERCADOS DE ENERGIA E DO
FINANCIAMENTO INTERNACIONAL DO
CARBONO.

4
A Gestão do LFG e as Políticas, Legislação,
Regulamentação e Mercados de Energia
As políticas sobre energia e a legislação relacionada controlam a capacidade
de Mercado para os produtos da gestão do LFG, tais como as reduções das
emissões ou a energia. Os mercados de energia atuais estão no processo de
desenvolverem políticas relacionadas à redução das emissões que são
aplicáveis diretamente aos projetos LFGTE e os custos exigidos para a
produção de diversos produtos da energia para leva-los para o mercado.

Historicamente, os valores “normais” dados ao combustível LFG não foram


adequados para incentivar o desenvolvimento dos projetos LFGTE na LAC.
Uma das condições de mudança que pode oferecer apoio fiscal a qualquer
projeto de gestão do LFG, incluindo os projetos LFGTE, é o valor suplementar
potencial como o “crédito pela redução de emissões“ e como são tratadas as
políticas e a legislação sobre energia na LAC.

Um crédito pela redução de emissões é definido como uma tonelada de gases


do efeito estufa expressa em equivalentes de dióxido de carbono, o quais de
outra forma teriam sido lançados na atmosfera a partir de uma cenário de
referência estabelecido no local. Como as emissões podem ser compostas de
uma combinação de gases (por ex., metano e dióxido de carbono), as
toneladas dos gases individuais estão expressas como equivalentes ao dióxido
de carbono (eCO2) em termos de potencial do alerta global. Isso é feito pela
multiplicação das toneladas de gases individuais por coeficientes técnicos
baseados em princípios científicos que refletem no impacto do aquecimento
global. Por exemplo, uma tonelada de metano é igual a 21 toneladas de dióxido
de carbono (exemplo: 1 tonelada de metano = 21 toneladas de eCO2).

Os créditos da redução de emissões devem ser reais, quantificáveis,


adicionais, verificáveis e únicos. Alguns dos métodos atuais para a
comprovação desses critérios são apresentados e discutidos mais
detalhadamente na Seção 6. Esses créditos podem ser tanto criados
diretamente como resultado da substituição do combustível. Por exemplo, a
substituição do combustível pode ser gás natural como carvão.
Embora os coeficientes técnicos a serem utilizados no cálculo dos créditos de
redução das emissões tenham sido estabelecidos e sejam revisados
periodicamente, o valor econômico dos CERs ainda não foi totalmente
estabelecido. Ainda que as transações envolvendo a compra e a venda dos
créditos da redução de emissões tenham ocorrido nos mercados
internacionais, os preços de mercado ainda não foram estabelecidos para um
grande número de compradores e vendedores. Uma parte significativa do
problema existe porque a maioria das transações comerciais envolveu “ações
voluntárias iniciais” em oposição à fiscalização nos cortes que exigem atividade
significativa. A medida em que se aproxima a data de ratificação do Protocolo
de Quioto, espera-se que, no médio prazo, haja um número significativo de
transações ocorrendo resultando em valor para os créditos da redução de
emissões se firme rapidamente .

Espera-se que o valor econômico de um CER aumente se e quando a


legislação local exigir cortes e que sejam feitas as opções menos onerosas nas
reduções de emissões. Os projetos LFGTE são considerados menos onerosos
do que diversas outras opções para a redução nas emissões e,
conseqüentemente, considera-se que os projetos LFGTE serão rapidamente
comprados pelas principais corporações internacionais como forma de obterem
os créditos da redução de emissões menos onerosos para os seus CERs
requeridos.

Uma razão importante para que o LFGTE seja uma das oportunidades menos
onerosas na redução de emissões é que a combustão do LFG transforma o
metano em dióxido de carbono. Desse modo, os créditos da redução de
emissões são um resultado natural da coleta e queima ou da utilização do LFG,
porque a medida em que ocorre a combustão do metano, as emissões
equivalentes em dióxido de carbono são diminuídas. A adição do valor
econômico aos créditos da redução de emissões nos projetos de gestão do
LFG fornece: um incentivo positivo para a melhoria no desenho e
funcionamento dos aterros sanitários; uma influência positiva para a melhoria
geral no sistema de gestão do lixo; e contribuiria potencialmente para a
viabilidade do financiamento de um projeto LFGTE que resultaria em projetos
desenvolvidos que de outra forma não seriam considerados viáveis
financeiramente.

Para os CERs dos projetos de LFG serem reconhecidos e possam ser


vendidos dependerá das regulamentações locais para os aterros sanitários
exijam especificamente a coleta e o tratamento do LFG. Por exemplo, se as
regulamentações dos aterros sanitários numa jurisdição específica exija a
diminuição das emissões (por ex., por razões de saúde ou pelo cheiro) através
de medidas prescritas tais como o uso de sistemas de coleta e de combustão
do LFG, o local e qualquer redução associada às emissões possam ser
passíveis de serem “regulamentadas” e, desse modo, estarem impedidas de
serem reconhecidas como CERs. Conseqüentemente, a redação de qualquer
legislação é um fator chave a ser considerado quando da análise de um projeto
de gestão de LFG potencial. O resultado líquido é que é muito importante
estabelecer se as regulamentações do aterro sanitário exige redução
específica das emissões na atmosfera, já que isso influenciará a possibilidade
das reduções das emissões de serem certificadas e vendidas. Dito
simplesmente, a indústria do aterro sanitário poderia seguir, bem como deveria
ser regida, por qualquer exigência regulatória aplicável à saúde e segurança ou
que possam ser aplicadas a todas as fontes de emissões de gases na
atmosfera dentro de um país. Contudo, as regulamentações específicas que
identificam a indústria da gestão do lixo aplicam um padrão mais alto do que
aqueles aplicáveis às indústrias e aos governos em geral possam injustamente
remover os CERS LFG como um ativo ou mercadoria disponível. A medida em
que o controle futuro das emissões dos Gases do Efeito Estufa-GHG se
desenvolva e se torne mais rígido, as oportunidades de gerar CERS serão
reduzidas. A “janela de oportunidade” atual para projetos de gestão do LFG é
resultado do fosso, na maior parte do mundo, entre a conscientização global de
que as emissões dos GHG devem ser controladas (como ilustrado no Protocolo
de Quioto) e a situação atual da legislação sobre o controle das emissões.
Dada a importâncias das questões levantadas acima, essa seção do Manual
analisa os elementos de políticas, legislação, regulamentação e mercados na
medida em que influenciam o potencial dos projetos LFGTE. Os elementos a
serem considerados incluirão como as alterações nas políticas, legislação e
regulamentações podem ser desenvolvidas ou modificadas para incentivar
projetos LFGTE.

O setor de energia da LAC, primordialmente da Venezuela e do México, é um


exportador de recursos energéticos, sobretudo o petróleo, e espera-se que isso
continue durante os próximos 25 anos. Com relação à eletricidade, a fonte
predominante é a energia hidroelétrica. As projeções (03 de maio) para a
América Latina da Agência Internacional de Energia-AIE sugerem que a
demanda por energia na região duplicará entre 2000 e 2020 e,
conseqüentemente, haverá uma demanda intensa de eletricidade prevista para
o futuro. Isso parece criar um incentivo para os projetos de gestão do LFGTE
que inclui o funcionamento de LFGTE na LAC.

4.1 Antecedentes

A legislação existente em um país da LAC influenciará enormemente o


desenvolvimento potencial de um projeto de LFGTE ao influenciar a
oportunidade de investimento e o retorno econômico para os investidores no
desenvolvimento de projeto. Em vários países da LAC, as políticas, a
legislação e as regulamentações do mercado de energia estão nos seus
primórdios, além de estarem sujeitas à alterações. Portanto, essa seção
discute esses tópicos com o intuito de fornecer orientação sobre como as
regulamentações podem ser alteradas/melhoradas com orientação para
incentivar o desenvolvimento de projeto LFGTE, os quais podem ter uma
influência positiva tanto sobre o setor de energia como sobre todo o sistema
integrado de manejo do lixo.

Os países na LAC estão adaptando as suas estruturas jurídicas e institucionais


para incentivar o desenvolvimento sustentável com o intuito de reverterem as
tendências de degradação ambiental. Do mesmo modo, os governos estão na
busca de eficiência maior na produção de eletricidade através do aumento da
competitividade (por ex., privatização), além da busca de capitais de fontes não
governamentais. Conseqüentemente, a legislação ambiental e as instituições
nacionais estão sendo fortalecidas em resposta à demanda internacional por
proteção contra uma deterioração ambiental ainda maior. Tal legislação,
contudo, enfrenta uma variedade de desafios que incluem questões
jurisdicionais entre as autoridades federais e estaduais.

O desenvolvimento de políticas, legislação, taxação e regulamentação para o


mercado de energia que reflete de maneira positiva sobre as políticas de
LFGTE incentivarão esses projetos e influenciarão na sua viabilidade
financeira.

As regulamentações do setor energético diferem entre os países, não sendo,


portanto, viável a revisão de todas as políticas para a LAC. Além disso, a
maioria dos países está, com poucas exceções, ainda iniciando o
estabelecimento de regulamentações que focalizam o setor energético e, desse
modo, encontra-se atualmente em flutuação. Assim, em vez de focalizar-se
sobre regulamentações específicas sobre energia, o Manual adota uma
“abordagem de lista de verificações".

O Quadro 4.1 foi estruturado para delinear o tipo de questão regulatória ou de


política que possa ser encontrada, a premissa para esse tipo de
regulamentação ou de política, além de um exemplo do tipo de regulamentação
ou de política potencial atualmente em vigor. O Quadro 4.1 tem uma coluna
adicional que permite às pessoas considerarem um local específico para usar o
quadro como uma planilha onde possam anotar informações que se aplicam
especificamente ao local de interesse.
Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES
E MERCADOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Questões Regulatórias ou de Insumos Específicos
Políticas para LFG –para-
Projetos de Energia
Energia Elétrica

1 Autoridade Reguladora para a geração de energia elétrica • É crucial identificar o nível • O Artigo 27 da Constituição
para a localização de projeto candidato ou local de governo e a hierarquia do México prevê direitos
da autoridade para a exclusivos ao estado para a
geração de energia elétrica geração de energia elétrica.
(por ex., federal, estadual, Para outros geradores, a
regional ou outra) eletricidade gerada deve ser
• Está a administração da para uso próprio.
regulamentação sob o mesmo • O selo verde pode ser
nível de autoridade obrigatório através de
governamental (por ex., iniciativa governamental
algumas jurisdições podem (ECP 79 no Canadá) que
passar a administração de uma permite a identificação de
regulamentação para um nível geradores certificados de
diferente de governo ou para “energia verde”
uma empresa ou corporação
controlada pelo governo)?
• Existem mecanismos
legislativos que crie
demanda para a geração
alternativa de eletricidade?
2 Autoridade Reguladora para a distribuição de energia • É crucial identificar o nível • Situações de monopólio
elétrica para localização de projeto candidato ou de local de governo e a hierarquia podem
da autoridade para a dificultar/impossibilitar a
geração de energia elétrica transmissão de eletricidade.
(por ex., federal, estadual, Negociações para taxas de
regional ou outra). Observar derivação são possíveis no
que isso pode ser ou não a Brasil.
mesma regula-mentação ou
autoridade como observado
acima para a geração.
• Está a administração da
regulamentação sob o mesmo
nível de autoridade governa-
mental (por ex., algumas
jurisdições podem passar a
administração de uma regula-
mentação para um nível
diferente de governo ou para
uma empresa ou corporação
controlada pelo governo)?
• Quem é responsável pela
construção e manutenção
das linhas de transmissão
para conectar o aterro
sanitário à rede?
• Qual é a atual estrutura de
distribuição do mercado
(desregulamentação,
empresa estatal, etc.)?
Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES
E MERCADOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Tópicos Regulatórios ou de Premissa para aplicação de Questões Regulatórias Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Política ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Insumos Específicos
Energia
3 Autoridade para Emitir Contratos •A regulamentação permite aos produtores •O Mercado de eletricidade
para os Produtores Independentes independentes de energia elétrica ter acesso à desregulado na Argentina dá
de Energia Elétrica (IPPs) rede de distribuição e ao mercado? o mecanismo para os IPP
• São os produtores independentes de energia venderem para o sistema
elétrica bem vindos ou tolerados num país ou elétrico.
região específica? •No México, o Artigo 27 dá ap
estado direitos exclusivos para a
geração, transmissão e
distribuição ao serviço público.
A Comissão Reguladora de
Energia é a entidade que fornece
as autorizações exigidas para os
investidores do setor privado
instalarem ou importarem
energia elétrica.

4 Estabelecimento de Preços para •Quem estabelece os preços para a energia •O contrato de Getlini's
Energia Elétrica no Atacado gerada elétrica? (Latvia) prescreveu como
pelos IPP’s •Como muda o preço da energia elétrica no decorrer resultado de atrasos no projeto,
do tempo? causando problemas
•Existem limites de tempo para contratos que significativos.
podem prejudicar os preços se ocorrerem atrasos
no projeto?

5 Livre Acesso da Energia Elétrica e •É permitido o “livre acesso” (uso das linhas de Caso exista uma situação de
Cobranças pelo Acesso transmissão para transporte de eletricidade gerada)? monopólio, os custos de
•Caso positivo, quem regula isso? transmissão podem ser
•Quem estabelece o preço para o acesso à grade substantivos.
de transmissão distribuição, e o livre acesso às
mesmas?
•Existem quaisquer tarifas associadas com a
geração privada e acesso para a venda de
eletricidade?
•Quem é responsável pelo desenho do sistema
interligado?
Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES
E MERCADOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Questões Regulatórias ou de Insumos Específicos
Políticas para LFG –para-
Projetos de Energia
6 Autorizações e Aprovações • Quem as emite? •Tipicamente, isso é uma questão
• Autorização para Construção • Quais são os prazos e custos controlada pelo governo
•Autorização para emissões na atmosfera associados com essa questão?
• Autorizações para funcionamento
7 Reduções na Emissão •As liberações de carbono são •As regulamentações obrigando que a
reguladas e por isso não podem coleta do LFG seja exigida afetaria o
ser vendidas? Existem quaisquer valor do crédito de carbono
regulamentações ou políticas • Os projetos poderiam não
relacionadas com a existência de representar o conceito de
liberação do carbono? “adicionamento” sob essas
•As regulamentações impõem regulamentações
quaisquer restrições sobre a
propriedade, transferência ou
validação das reduções na emissão?

8 Categoria Energia Elétrica Verde ou Energia •Está o conceito de energia •Em alguns casos, o preço da
Renovável renovável ou energia verde energia verde inclui a transferência
embutido em quaisquer políticas ou dos créditos pelas reduções na
regulamentações? emissões para as concessionárias de
•A identificação como “energia energia
verde” permitiria aumento de
preço?
•Existem quaisquer requisitos ou
políticas específicas para a
certificação embutida em
quaisquer políticas ou
regulamentações de energia?
•A lei designa automaticamente
os créditos pela energia
renovável aos geradores ou às
concessionárias ou diretamente
aos consumidores?
8 Contratos de Venda de Energia Elétrica •Existe qualquer contrato padrão •Pode existir potencial para alterar
de venda de energia elétrica que a estrutura de preços da
sejam aplicáveis ao projeto eletricidade com o
potencial? estabelecimento de um sistema de
•Existe adicional de tarifa sobre o eletricidade desregulado (e.g. no
preço da eletricidade? México)

9 Testes nas Emissões •Há algum teste específico •A situação normal é que os custos
embutido em quaisquer políticas para os testes e certificação caiam
ou regulamentações sobre sobre a entidade geradora
energia? Isso podem ser um item
caro e afetar a etapa de
financiamento de qualquer projeto
em desenvolvimento? Referir-se
também ao Quadro 5.1 para as
questões de regulamentação ou
política ambiental.
•Caem os custos para os testes
e a certificação de uma fonte de
energia como verde sobre a
agência certificadora (ou
governo) ou sobre o produtor de
eletricidade?
10 Regulamentações ou Políticas Pendentes •É crucial saber se existem •Podem existir questões relacionadas
qualquer regulamentação ou política com a propriedade do lixo? e.g., é o
pendente nas áreas pertinentes aos município no qual o lixo foi gerado ou
projetos LFG para Energia devido é a entidade na qual está localizada o
às implicações diretas associadas aterro sanitário. A solução dessa
com o fluxo da receita e de questão é muito importante.
propriedade das reduções na
emissão que possa ser gerada por
um projeto.
11 Impostos e Taxas •Imposto federal, estadual ou
municipal se aplica ao projeto?
•O imposto sobre importação ou
outra taxa relacionada se aplica
aos projetos de energia
renovável?
12 Tratamento Tributário /Incentivos/Créditos •Aplica-se qualquer isenção •A disponibilidade de créditos
tributária aos projetos e para as fiscais nos EUA foi o iniciador
tecnologias de geração de primordial para que os projetos
eletricidade mais limpa? LFGTE fossem executados.
•Quais são os impostos • No Canadá, existem créditos fiscais
aplicáveis e as taxas de R&D disponíveis
depreciação para esse tipo de
projeto?
Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES E MERCADOS.
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Premissa para aplicação de Questões Regulatórias ou Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Política de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia Insumos Específicos
Há potencial para influenciar a promulgação da
legislação?
•Existem incentives fiscais para o trabalho de R&D
para a geração de energia elétrica verde?
13 Projetos de Energia Sustentável •Há legislação que apóie as iniciativas para se
desenvolver projetos de energia renovável?
14 Aprovações e Cobranças pela •As aprovações e cobranças pela interligação
Interligação podem ser um item significativo com relação ao
custo e cronograma para se desenvolver um projeto
potencial. Quais sãos os requisitos e custos para se obter
esse acesso ao mercado?
•Quais são os requisitos ou restrições técnicas para
se ligar à rede (voltagem, corrente, etc.)?

Uso Direto do combustível


(Gasoduto ou como
Combustível)

15 A Autoridade Reguladora sobre • É crucial identificar o nível hierárquico de


o transmissão e venda do autoridade governamental sobre a geração de
combustível gás natural para a energia elétrica (e.g. federal, provincial, regional ou
localização de um projeto outro)
proposto ou local candidato •Está a administração da regulamentação sob o
mesmo nível de autoridade governamental (e.g.
algumas jurisdições podem passar a administração de um
órgão regulador para um nível diferente de governo ou
para uma empresa estatal de eletricidade).
•Existem quaisquer outros mecanismos legisladores
em vigor para criar demanda para a geração
alternativa de eletricidade?
16 Autoridade para Emitir •A regulamentação permite aos produtores •Em alguns locais, os estipêndios
Contratos Para os Produtores independentes de combustível ter acesso aos dutos de franquia prevêem (além do
Independentes de Combustível de distribuição e aos mercados? dono da franquia) o transporte de
•São os produtores independentes de combustível gases “fabricados”. O LFG pode ser
bem vindos ou tolerados numa região ou num país considerado um gás fabricado.
específico?
•Quais são as limitações de franquia para o transporte de
LFG por um gasoduto aplicáveis?
17 Acesso ao Mercado •Quais obrigações existem para uma concessionária
importante de gás natural para aceitar uma fonte
renovável de energia a partir de combustível?
•Como e quem estabelece o preço pelo combustível
ou isso depende de negociação?
•Pode o consumidor direto escolher utilizar o LFG
ou existem restrições ao acesso?
18 Qualidade do Combustível •Quais são as exigências de qualidade do gás para se ter
acesso ao duto de distribuição?
•Quem estabelece e aprova os critérios de qualidade?
19 Autorizações e Aprovações •Quem as emite?
•Quais são os prazos e custos associados a essa questão?
20 Reduções na Emissão •Existem quaisquer regulamentações ou políticas •Reconhecimento de um crédito
relacionadas com a existência de carbono “liberado” “liberado” para combustíveis não
(valor de crédito de carbono por ‘combustíveis de queimados é permitido no Canadá
carbono não queimados’) para o uso direto de
combustível?
•São colocadas quaisquer restrições sobre
propriedade, transferência ou validação da emissão
por qualquer regulamentação?

Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES E MERCADOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Insumos Específicos
Projetos de Energia
21 Contato de Venda de Combustível •Existe qualquer contrato padrão de venda de
combustível que seja aplicável ao projeto em
potencial?
•Os adicionais sobre a tarifa para os
consumidores existem?
22 Regulamentações ou Políticas • É crucial saber se existem regulamentações
Pendentes ou políticas pendentes nas áreas pertinentes
aos projetos LFG para Energia. Podem haver
implicações diretas associadas com os fluxos de
receita da redução nas emissões e sobre a
propriedade de quaisquer reduções na emissão
geradas por um projeto.
23 Impostos e Taxas •Aplica-se aos projetos imposto federal ou
estadual sobre vendas?
24 Tratamento Tributário, Incentivos e •Aplicam-se quaisquer incentives ou créditos
Créditos fiscais na qualificação de projetos e para
tecnologias para queima mais limpa de
combustível biogás?
•Quais os impostos e taxas de depreciação
aplicáveis para esse tipo de projeto?
•Existem incentives fiscais para trabalho de
R&D relacionados aos projetos de energia
renovável?
25 Projetos de Energia Sustentável •Há legislação que apóie as iniciativas de
desenvolvimento de projetos de energia
sustentável?
Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES
E MERCADOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Insumos Específicos
Projetos de Energia
21 Contratos de Venda de Combustível •Existe qualquer contrato padrão de venda de
combustível que seja aplicável ao projeto em
potencial?
•Existe ágio na tarifa cobrada aos
consumidores?
22 Regulamentações ou Políticas • É crucial saber se existem regulamentações
Pendentes ou políticas pendentes nas áreas pertinentes
aos projetos LFG-para-Energia. Podem haver
implicações diretas associadas com a receita pela
redução nas emissões e à propriedade de qualquer
redução nas emissões geradas por um projeto.
23 Impostos e Taxas • Aplica-se aos projetos imposto federal ou
estadual sobre vendas?
24 Tratamento Tributário, Incentivos e •Aplica-se qualquer incentivo ou crédito fiscal
Créditos aos projetos qualificados e para tecnologias
para queima mais limpa do biogás?
•Quais são os impostos e as taxas de
depreciação aplicáveis a esse tipo de projeto?
•Existe incentivo fiscal para o trabalho de R&D
para projetos de energia renovável?
25 Projetos Sustentáveis de Energia •Há legislação de suporte para as iniciativas
de desenvolvimento de projetos sustentáveis
de energia?
Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES
E MERCADOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Insumos Específicos
Projetos de Energia
Outras Questões de Mercado,

1 Restrições sobre a propriedade de •Existem limitações sobre quem retém a •A legislação mexicana tem
projetos propriedade dos projetos? atualmente restrições sobre a
propriedade
2 Requisitos da representação no país •O Protocolo de Quioto estipula que a
do MDL representação no país do MDL participe em
qualquer transferência internacional de créditos
pela redução nas emissões.
•Que níveis de taxas estão envolvidos?
•Quais as aprovações exigidas?
Quadro 4.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES E MERCADOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões Preocupações Especiais Projeto Potencial -
Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Insumos Específicos
Projetos de Energia
Outras Questões de Mercado

1 Restrições sobre a propriedade nos •Existem limitações sobre quem pode reter a •Atualmente, a legislação
projetos propriedade do projeto? mexicana tem restrições.
2 Requisitos do escritório no país •O Protocolo de Quioto estipula que o escritório no
relacionados com MDL país relacionado com MDL participe em qualquer
transferência internacional de créditos pela redução
na emissão.
•Quais são os níveis das taxas envolvidas?
•Quais as aprovações que são exigidas?
4.2 Denominações de Energia Verde, Adequação de GHG e
Reduções Aceleradas de Impostos.
A legislação nacional para se estabelecer a adequação dos mercados de GHG está em
elaboração em diversos países, incluindo o Reino Unido, a Dinamarca, a Holanda,
Canadá, França, Austrália e Nova Zelândia. Por exemplo, o Canadá aprovou uma
legislação recentemente intitulada ECP-79 que pretende melhorar o potencial dos
investimentos em projetos de eletricidade renovável de baixo impacto, incluindo
projetos LFG. A legislação especifica os tipos de projetos que terão autorização para
utilizar o a certificação Ecólogo, com a qual pretende-se permitir que a energia seja
denominada “verde” e, assim, ser comercializada a um preço mais alto para os
consumidores. Uma cópia da ECP-79 é fornecida como documento de referência no
Apêndice B, sendo a legislação discutida mais detalhadamente na Seção 5.2.

O reconhecimento da energia gerada pelo LFG como “verde” pode dar a oportunidade
para se cobrar dos consumidores um preço maior, assumindo-se que haja desejo e
capacidade de pagamento pelas tarifas aumentadas pelos consumidores.

Uma estratégia bem diferente está sendo usada no Brasil onde os distribuidores de
energia elétrica de fontes alternativas estão negociando preços diferenciados.
Especificamente, os preços normativos estão listados no Quadro 4.2, além de
demonstrarem os preços relativos para a eletricidade produzida através da utilização de
mecanismos de geração diferentes. Isso é uma estratégia alternativa (ao apoio no desejo
dos consumidores em pagar) para incentivar mecanismos específicos de geração de
eletricidade.

Quadro 4.2 – Preços de Energia Pagos pelos Distribuidores aos Geradores de


Eletricidade no Brasil
Mecanismo de Geração US $/MWh Preço Relativo para as
Hidroelétricas (usina
grande)
Hidroelétrica (usina 25.4 1.00
grande)
Carvão 26.3 1.04
Usina hidroelétrica 27.8 1.09
pequena
Biomassa 31.5 1.24
Eólica 39.3 1.55
Solar 92.6 3.65

O governo federal no Brasil criou o PRONFA, o qual foi estruturado para incentivar a
geração de energia verde. Dentro desse programa, a ELETROBRAS, um consórcio de
grandes geradoras no Brasil, garante a compra da eletricidade produzida por pequenos
produtores verdes por um prazo de até 15 anos.

Além disso, as taxas de interligação com a rede elétrica estão sendo reduzidas
para a energia verde que inclui os projetos LFGTE para aproximadamente 50%
do valor cobrado pelas formas tradicionais de energia. Essas medidas são
positivas, mas o preço oferecido aos projetos LFG, os quais seriam
provavelmente tratados como projetos de Biomassa. O preço da receita
especificado no Quadro 4.2 é por si só inadequado para incentivar projetos
LFG sem alguma outra forma suplementação de receita tais como os CERs.
Com a desregulamentação futura, é provável que a estrutura observada acima
seja alterada.

4.3 Legislação

A legislação que permite melhorias econômicas pode ser extremamente


importantes para o aprimoramento do ambiente para incentivar o
desenvolvimento de projetos LFGTE. Os governos podem influenciar
significativamente o desenvolvimento do projeto ao desenvolverem uma
estrutura tributária que incentive a inovação e o desenvolvimento de projeto.
Como exemplo específico, a existência de uma estrutura tributária favorável foi
a gênese para a indústria LFG na Califórnia. Muito da estrutura tributária foi
iniciada com a redução acelerada de impostos como forma de auxiliar na
maturação da indústria da utilização de LFG.

Exemplos da legislação e regulamentações atuais que regem LFG como


recurso energético potencial estão revistas nas seções que se seguem.

A chave para a legislação na medida em que impacta nas instalações LFGTE


é se ela incentiva ou não o desenvolvimento. Existem alterações profundas nas
atuais regulamentações governamentais nos setores elétricos através de atos
como a privatização e aumento da concorrência em muitos países. De
interesse para essa seção está em como as regulamentações são alteradas
e/ou se existe o potencial para influenciar a legislação, para melhorar as
oportunidades para as instalações LFGTE. As seções seguintes revisam a
situação atual e as alterações em andamento, além de resumir o que significa
em termos de potencial de ajustes na legislação para melhorar as
oportunidades para os projetos LFGTE. Assegurar o acesso aos sistemas de
transmissão de energia elétrica ou “livre acesso”, é essencial para a viabilidade
do projeto. Se o proprietário do sistema de transmissão mantiver ou tiver um
monopólio existiriam problemas sérios para se assegurar o acesso ao sistema
de transmissão e, assim, essa é uma questão de importância fundamental para
se avaliar a viabilidade de um projeto LFG.

A LEGISLAÇÃO NO BRASIL E AS IMPLICAÇÕES PARA OS PROJETOS


U

LFGTE

O Brasil tem um potencial energético enorme e uma demanda crescente de


eletricidade. As reservas de combustível fóssil do Brasil são relativamente
pequenas, mas as fontes hidroelétricas são numerosas, além de existir um
potencial enorme relacionado à energia solar e da biomassa. Entretanto, até o
presente, somente duas fontes de energia, nomeadamente a hidroelétrica e a
baseada no petróleo, foram extensivamente utilizadas no desenvolvimento de
energia elétrica no Brasil, com aproximadamente 90 por cento dela originada
nas usinas hidroelétricas. A combinação de demanda crescente, falta de
capacidade para expansão nos setores tradicionais, além dos obstáculos
financeiros, sócio-econômicos e ambientais, tudo indica que o fornecimento
futuro de energia no Brasil dependerá cada vez mais nas fontes alternativas de
energia, o que é bom auguro para as instalações LFGTE se as políticas para
energia e a legislação correlata permitir que esses novos projetos de energia
‘verde’ com preços de mercado o que incentivará o seu desenvolvimento.

Dada a situação acima, uma série de questões são muito relevantes para o
potencial de utilização dos projetos LFGTE:

1) O setor elétrico brasileiro passa atualmente por um processo de reestruturação


com modificações profundas nos seus aspectos institucionais, financeiros e
regulatórios. As mudanças envolvem a privatização da maioria das
distribuidoras controladas pelos estados ou pelo governo federal, a criação da
"Agencia Nacional de Energia" e a criação do "Operador Nacional do Sistema
Elétrico", bem como a reestruturação da ELECTROBRAS.

2) As tarefas do governo federal do Brasil agora estão focalizadas


primordialmente na formulação de novas políticas para o setor elétrico e na
mudança das regulamentações que regem as suas atividades. A descentralização
do setor e a introdução da livre concorrência relacionada à geração e
comercialização de eletricidade facilitaram os investimentos do setor privado, a
redução dos custos bem como um aumento geral nas eficiências dentro do
sistema. O “nascimento” desse mercado aberto baseia-se na criação do "Mercado
Atacadista de Energia" (ou MAE), um ambiente onde as transações comerciais
de eletricidade não estão cobertas por contratos bilaterais entre geradores e
distribuidores de eletricidades, mas as entidades são livres para negociar com
quer que seja.

3) As ramificações dessas mudanças na estratégia de mercado, de um mercado


controlado pelo estado e monopolista para um mercado aberto e de livre
concorrência encontram-se no momento em fase de transição. Até 2001, todos os
contratos relativos à geração e distribuição de eletricidade tinham que ser
cumpridos totalmente, incluindo as previsões de demanda e de crescimento
quando da assinatura desses contratos. Nesse sistema, a eletricidade era vendida
por atacado, incluindo os custos da eletricidade em si, a geração e a distribuição,
e os preços foram totalmente regulamentados pelo Ministério das Minas e
Energias. Em cima disso, os distribuidores de eletricidade só poderiam comprar
de um produtor.

A partir de 2002, os incrementos de demanda adicional tinham que ser


negociados livremente de acordo com as regras estipuladas pelo MME. Com
essa nova estrutura, o preço foi segmentado em três componentes: a própria
eletricidade (custo por Mwh para compra), geração (custo per MWh para gerar)
e o preço da transmissão/distribuição. Os distribuidores podiam, agora, comprar
de qualquer produtor. A partir de 2003, os contratos terão os seus montantes de
eletricidade livremente negociados e comercializados aumentados gradualmente
em 25 por cento ao ano. Pretende-se que o mercado seja totalmente aberto à livre
concorrência em 2006. Isso é um bom auguro para o potencial dos projetos
LFGTE já que os geradores terão um mercado livre para assinar acordos com os
distribuidores.
O preço para utilização das linhas de eletricidade no Brasil depende da
quantidade de energia a ser produzida, a qualidade (confiabilidade) e a fonte.
Desse modo, é negociável o preço que é pago para "transportar" a eletricidade
dentro do corredor de transmissão. Um exemplo da estrutura de preço é US$0,50
+ 25 por cento de ICMS/kW/mes. Conseqüentemente, para uma instalação de 1
MW, o custo do livre acesso para distribuir a eletricidade utilizando-se o sistema
de transmissão disponível seria de aproximadamente US$625/mes. Essa
estrutura de preço totaliza somente US$0,08 centavos/kWh pela taxa de
derivação.

4) O preço de varejo atual da eletricidade no Brasil é de US$18,62/MWh para o


nordeste. Deve-se observar que esse valor representa um desafio muito significativo
para a viabilidade das instalações LFGTE devido ao seu baixo preço.

A LEGISLAÇÃO NO MÉXICO

O crescimento econômico da economia mexicana durante a última década


resultou numa média anual de crescimento de 5,2 por cento na demanda anual
por eletricidade. A capacidade total instalada no México em 1999 era de 35.000
MW e a demanda futura estimada num crescimento de 5,8 por cento ao ano
até 2010. O acesso à eletricidade no país é alto com 95 por cento dos
mexicanos conectados ao sistema elétrico.
As Regulamentações do Setor Elétrico no México

O Artigo 27 da Constituição do México dá direitos exclusivos ao estado pela geração,


transmissão e distribuição da energia elétrica para uso público. Até 1992, a “Comision
Federal de Electricidad (CFE) e a Compania de Luz y Therza del Centro (CLFC)”
controladas pelo estado eram os únicos agentes no setor elétrico. Essa situação alterou-
se em 1992 quando a “Ley del Servicio Publico de Energia Electrica” (a Lei do Setor
Elétrico) foi modificada para permitir a participação de investidores do setor privado na
geração de eletricidade. Desde então, o setor privado pode: i) gerar eletricidade para o
seu consumo próprio; por ex., para co-geração para pequenas indústrias; ii) gerar
energia como produtores independentes de energia para venda exclusiva à CFE; iii)
gerar energia para emergências no caso de falha no sistema público; e iv) importar
energia para o consumo próprio.

A “Comision Reguladora de Energia (CRE)” [Comissão Reguladora de Energia-CRE],


criada em 1995, é uma entidade que dá as Autorizações exigidas ao investidor do setor
privado para instalar ou importar energia elétrica. Foi acordado nas negociações que
SIMEPRODESO solicitaria e receberia da CRE a autorização para co-geração de
eletricidade e a manter essa autorização durante toda a implementação do projeto.

O Futuro do Setor Elétrico do México e o Impacto


sobre as Oportunidades do LF-para-Energia
Os investimentos enormes exigidos para apoiar o crescimento do setor elétrico não
podem mais ser financiados só pelas empresas estatais no México e, por isso, há uma
pressão crescente para re-estruturar e abrir o setor elétrico aos investidores do setor
privado. Estima-se que, além de trazer para o setor elétrico o capital exigido, a re-
estruturação do setor incentivaria a eficiência e a concorrência no mercado de energia
elétrica, o qual deveria beneficiar os consumidores. As alterações propostas pela
administração em final de mandato, as quais o Congresso decidiu adiar para
consideração futura, estão dirigidas para o desmembramento vertical e horizontal das
empresas existentes (CFE e CLFC), com a subseqüente criação de várias empresas de
geração e distribuição, além de uma empresa de transmissão nacional. Seria criado um
mercado nacional de energia elétrica, ao qual todos os agentes qualificados deveriam ter
acesso.

Uma das preocupações relativas a viabilidade dos projeto LFGTE é a


regulamentação existente sobre a geração de energia elétrica no México que
restringe a geração de eletricidade para uso próprio. As regulamentações sobre
venda de energia elétrica no México são muito rígidas, mas o governo federal
está incentivando a geração de energia elétrica para uso próprio (por ex., uma
prefeitura poderia usar a energia elétrica dentro do próprio município para
iluminação pública). Esse tipo de utilização é aceitável dentro das
regulamentações existentes e é benéfica na medida em que evita os custos de
varejo na compra de eletricidade. A economia pode ser significativa como
demonstrado no exemplo abaixo. No México, a CFE compra a eletricidade de
geradores independentes pelos preços seguintes:

Do carvão: 45 $/Mwh
Do óleo diesel: 50 $/Mwh
De geotécnica: 55 $/Mwh
De fontes combinadas: 30 $/Mwh

Entretanto, os governos municipais estão comprando eletricidade para


iluminação pública a 120 $/Mwh, significando que o custo evitado é
substantivo. Observa-se que a lei do setor elétrico mexicano atual exige que
um comprador de no mínimo 80 por cento da energia elétrica tem que estar
disponível e os 20 por cento restantes que podem ser vendidos para a CFE. É
também relevante indicar ser esperado que a venda direta para a indústria será
permitida em breve através das regulamentações governamentais. O acesso
ao sistema de distribuição da CFE pode ser feito a um custo de $1 a
$1,5/MWh.

A única instalação de utilização do LFG atualmente em funcionamento no


México está em Monterrey onde foi desenvolvida uma parceria entre o setor
público e o setor privado num aterro sanitário, funcionando em Salinas Victoria.
Permanece ainda uma questão sobre a experiência técnica e institucional
específica para a identificação, desenho e implementação de projetos de coleta
e de utilização do LFG no México.

Exemplo de Legislação Inovadora no Canadá

Uma importante dimensão adicional para incentivar é a legislação que apóia o


potencial para projetos LFGTE. Por exemplo, no Canadá o Programa de
Escolha Ambiental (Environmental Choice Program, ou ECP-79) especifica os
critérios aplicáveis, os requisitos de verificação e a autoridade subseqüente
para rotular a eletricidade qualificada com o EcoLogo da ECP. A ECP mantém
protocolos de verificação que definem claramente a terminologia e os critérios
de limites associados que permitem a eletricidade pela ‘queima do biogás’,
significando que a eletricidade gerada de um sistema em que os biogases são
coletados para a combustão e conversão em eletricidade (por ex., aterros
sanitários, estação de tratamento de esgotos e usinas de processamento
anaeróbico de lixo orgânico). Para satisfazer as exigências da ECP-79, a
eletricidade pela queima do biogás deve ser gerada de tal forma que o total das
emissões atmosféricas de monóxido de carbono, de matéria particulada, óxidos
de nitrogênio, óxidos de enxofre não excedam a uma quantidade específica
(para maiores detalhes, ver Documentos dos Critérios para Certificação do
Programa de Escolha Ambiental (Environmental Choice Program Certification
Criteria Document, CCD-003) de 9 de janeiro de 2003.

Essa lei é também um exemplo claro da importância da apropriação do CER


com relação aos projetos LFGTE. Isso é discutido na Seção 5 juntamente com
as questões sobre a propriedade do recurso.

Os créditos de equivalência ou de deslocamento podem ser um item


significativo como uma função do tipo de geração de energia que é deslocada
(por ex., usinas termoelétricas a carvão).

Existe interesse considerável em se desenvolver um crédito tributário ao


consumidor pela compra de energia elétrica de fontes como a eólica, solar ou
biomassa. Isso representaria um sistema de crédito tributário de investimento
mais amplo para a pesquisa e o desenvolvimento de energia verde e poderia
ser muito importante para incentivar oportunidades de geração alternativa de
energia. Uma falta de demanda perceptível do consumidor é considerada como
a razão pela qual os produtos da energia verde não são desenvolvidos e
usados como alternativas para os combustíveis fósseis no Canadá. Para criar
aquela demanda, existe o potencial para se introduzir o crédito tributário ao
consumidor. Os créditos tributários para pesquisa e desenvolvimento de
tecnologias para energia verde poderiam auxiliar também a prover incentivos
suplementares, estando atualmente o governo levando em consideração essa
questão.

BOX 4: ACESSO A E CONFIRMAÇÃO DOS PREMIOS NO PREÇO DA


ENERGIA “VERDE”
O investidor independente do Projeto LFGTE de Waterloo, Toromont Energy, teve
grandes dificuldades na obtenção de um contrato para a venda de energia elétrica. O
contrato para desenhar, construir, apropriar e operar uma instalação para utilização do
LFG foi adjudicado em 1995, mas a Toromont não assinou o contrato até 1999 devido a
essas dificuldades de acesso ao mercado. O atraso de vários anos na assinatura inicial
pode ter sido fatal para o projeto se o aterro sanitário estiver se aproximando do
encerramento do aterro. A foto a seguir dá uma visão aérea da usina LFGTE em
Istambul, na Turquia. A subestação elétrica e as linhas aéreas para ligar a usina podem
ser vistas tanto na frente como no fundo da unidade.
O fluxo de receita associado à venda de energia elétrica precisaria vir da Ontário Hydro,
já que, essencialmente, era um monopólio. Inicialmente, a Ontário Hydro demonstrou
pouco interesse no projeto porque as suas políticas não incentivavam projetos de
geração de energia fora da empresa. Baixos valores foram designados para a energia
elétrica no atacado tornando-a economicamente inviável para o desenvolvimento de
nova capacidade geradora nas pequenas usinas do setor privado.

Uma mudança no governo provincial na metade da década de 1990 trouxe o


desmembramento da Ontário Hydro, numa antecipação da transição de um mercado de
energia elétrica regulado para um mercado aberto ou desregulado. Na preparação para a
concorrência, a nova empresa provincial de eletricidade, OPG, começou investindo em
projetos de energia renovável a fim de poderem ofertar ao consumidor “energia verde”
num mercado aberto. Além disso, o governo provincial estabeleceu um programa piloto
de comercialização da redução nas emissões que criou um incentivo adicional para a
OPG na forma de créditos pela redução nas emissões (ERC) e permitiu que a Toromont
vendesse a energia gerada por eles com um ágio sobre a “energia verde”, tornando
financeiramente viável o projeto.

É essencial que o acesso ao Mercado para os produtos energéticos dos


projetos LFGTE torne-se disponível, seja acesso geral ou acesso específico
para projetos qualificados de energia renovável. Mais ainda, esse acesso deve
ser em índices que tornem os projetos economicamente viáveis e/ou flexível o
suficiente para permitir receita suplementar a ser realizada pelos benefícios da
redução nas emissões de um projeto.

4.4 Mercados para a Eletricidade

Acesso competitivo ao Mercado de energia e consumidores é um fator


importante para se ter um projeto LFGTE bem sucedido. Alguns países na
LAC, tais como a Argentina, têm um mercado de energia extremamente
competitivo com a atual privatização. A oportunidade para os consumidores
escolherem pela energia verde, além dos incentivos financeiros para a compra
dessa energia, é adicionada os incentivos financeiros produzidos pelos projetos
LFGTE.

Algumas Considerações de Mercado Aplicáveis:

• Os sistemas LFG funcionam normalmente com carga estável. Situações de


pico não é viável normalmente com o LFG.
• Os mercados de energia num sistema descentralizado e fortemente
competitivo tal como na Argentina podem ser muito complexos. O acesso
simplificado para pequenos projetos qualificados de “energia verde” seria um
ativo importante, de forma ideal com contratos padronizados que são simples
de serem negociados e finalizados.
• Considerar a adoção de certificação Ecologo, ou o seu equivalente, para os
projetos existentes e novos em termos de ‘eletricidade verde’.
• O acesso ao mercado para a venda de energia elétrica é com freqüência
controlado por uma empresa local de eletricidade. A venda da energia elétrica
está sujeita às políticas da empresa. Em algumas regiões, a compra de energia
elétrica de geradores independentes foi congelada ou diminuída devido a um
superávit de energia ou a uma falta de interessa na aceitação de pequenos
geradores independentes. Algumas considerações especiais para os pequenos
geradores ‘verdes’ independentes facilitariam os projetos LFGTE em diversas
áreas da LAC.
• É muito importante que a confiança do investidor/empresário seja aprimorada
em relação à qualificação de projetos de energia ‘verde’. Incerteza sobre os
mercados e regulamentações futuras é um dos maiores empecilhos ao
desenvolvimento de projetos se a legislação não for indutiva ou não seja clara.

Considerações sobre o Acesso ao Mercado no Brasil incluem:

• Há o reconhecimento de pequenas instalações (<30 MW) que provavelmente


poderia englobar a maioria das instalações de LFGTE. Esse reconhecimento é
uma medida positiva que deveria ser considerada em todas as jurisdições
dentro da LAC.
• Há um desconto mínimo de 50 por cento nas taxas cobradas pelo acesso e
uso das redes de transmissão e de distribuição. Essa é uma consideração
crucial e deveria ser considerada para todas as jurisdições dentro da LAC.
• A utilização dos recursos como definido pela Conta de Consumo de
Combustível (Fuel Consumption Account - FCA) tem sido incentivada no Brasil.
Esse é um subsídio especial do governo federal relacionado às iniciativas de
geração de energia que utilizam combustível fóssil, particularmente o diesel.
Devido às preocupações ambientais relativas à produção dos GHGs e para
incentivar a utilização de fontes de energia renováveis e sustentáveis, o Brasil
ampliou os subsídios para as iniciativas que substituem a utilização de tais
combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis tais como o LFG. Essa é
uma medida positiva que deveria ser considerada por todas as jurisdições
dentro da LAC.
• Os Produtores Independentes de Energia podem vender livremente a
eletricidade por eles produzida. A legislação no Brasil garante o acesso à
principal rede de distribuição. Esse é um marco importante, com o objetivo de
tornar fluida a transição de um mercado de energia elétrica regulado que
operava com tarifas fixadas para um mercado desregulado (por ex., com as
tarifas sendo negociadas livremente entre os geradores e distribuidores) com a
Lei no. 964, de 27 de março de 1998, aprovada pelo Congresso brasileiro).
Essa lei definiu os “contratos iniciais” entre os geradores e os distribuidores e
estabeleceu as fundações para a transição de mercado que se baseia no ditos
“contratos iniciais”. A transição se inicia pela desregulamentação das tarifas em
25 por cento ao ano a partir de 2002 até o seu final em 2006. Quaisquer
montantes excedentes de energia elétrica, que tenha sido estabelecido
previamente num contrato inicial, podem ser negociados entre os geradores e
os distribuidores, com base na lei mencionada acima.

Outras Questões sobre o Acesso ao Mercado

• O potencial de um auto-seguro pode ser um ativo para a indústria do LFGTE.


Parece certo que na maioria dos mercados, a receita suplementar e os
benefícios associados com as reduções nas emissões do GHG seriam
necessários para incentivar o desenvolvimento de projetos. A incerteza no
mercado sobre a validação e a existência de reduções das emissões
certificadas (CERs) é um empecilho para o desenvolvimento do mercado.
Algum tipo de fundo ou reserva interna de créditos de carbono, os quais seriam
destinados para compensar quaisquer reduções nos resultados esperados de
um projeto em relação aos créditos de carbono que possam ser causados por
algum evento inesperado, auxiliaria na redução dos riscos do projeto e
incentivariam outros desenvolvimentos.
• Os níveis tarifários para a energia elétrica têm sido relativamente baixos
devido a uma estrutura de preços fixada pelos governos. A habilidade de se
conseguir aumento tarifário é incerta devido ao início de mercados livres de
energia elétrica tais como existirão no Brasil.

5
Políticas, Legislação e Regulamentação
Ambientais e de Manejo de Lixo.

É de suma importância para os governos na LAC delinearem as políticas e os


procedimentos que auxiliem mitigar os problemas ambientais e sociais
resultantes das práticas de manejo de resíduos sólidos existentes e
implementarem um sistema que minimize o potencial dos problemas futuros. O
planejamento do manejo de resíduos sólidos é crucial para LAC proteger a
saúde da população e do meio ambiente, para especificar as medidas de
incentivo para a preservação e recuperação de recursos e para estabelecer
políticas governamentais integradas para o manejo de resíduos sólidos.

Atualmente, existem bem poucas regulamentações que especificam as


exigências em detalhes para o controle e combustão do LFG. Caso essas
regulamentação desenvolvam, como resultado da pressão interna ou externa
em limitar as emissões dos GHG, haverá valor econômico para os CERs, já
que não mais serão considerados como ‘voluntários’. O incentivo financeiro
potencial atual para os projetos de manejo do LFG para a venda de CERS
resulta do fosso entre o reconhecimento global de que as emissões dos GHG
devem ser controladas (por ex., o Protocolo de Quioto) e a situação atual das
regulamentações que controlam as emissões de GHG em todos os aspectos
das respectivas atividades industriais e comerciais em todos os países
desenvolvidos e nos países em desenvolvimento.

É essencial que os legisladores compreendam que a legislação que


especificamente vise as emissões na atmosfera do setor de manejo de
resíduos em vez das emissões na atmosfera em nível nacional para todos os
setores da indústria/comércio pode negar o potencial para o valor do CER. A
legislação visada seria, na realidade, contraproducente em relação ao objetivo
de se incentivar projetos de manejo do LFG na LAC e em outras regiões tanto
nos países desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento. O setor de
manejo de resíduos pode aceitar e se adequar aos padrões que sejam
totalmente protetores da saúde e da segurança e deveria ser regido por todas
as regulamentações relativas às emissões na atmosfera que sejam aplicáveis
para as indústrias e governos na jurisdição aplicável.

O Protocolo de Quioto clama pela criação de créditos pela redução dos GHG
somente nos casos onde a ação for voluntária. Portanto, ao se acessar o
potencial de um projeto de manejo de LFG é essencial que haja consciência de
todas as regulamentações ambientais existentes e futuras que podem afetar
potencialmente a viabilidade do projeto como uma ação voluntária. O
desenvolvimento de regulamentações ambientais mais rígidas poderia eliminar
o potencial para a criação e venda dos créditos pela redução nas emissões de
GHG caso não sejam consideradas cuidadosamente.

O Quadro 5.1 está estruturado de forma semelhante ao Quadro 4.1 e delineia


os tópicos regulatórios ou de políticas potenciais, uma discussão sobre a
aplicação das questões regulatórias e de políticas relacionadas aos projetos de
manejo do LFG, além de um exemplo de tal regulamentação ou de políticas.
Além disso, há uma Quarta coluna para permitir às pessoas que estejam
avaliando o projeto em potencial utilizarem o quadro como uma planilha.
QUADRO 5.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES APLICÁVEIS NAS POLÍTICAS, LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES AMBIENTAIS E PARA O MANEJO DE LIXO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL

Questão Regulatória ou de Discussão & Premissa para aplicação nas Questões Preocupações Especiais Insumos Específicos
Política Regulatórias ou de Políticas para os Projetos LFG para para o Projeto em
Energia Potencial
Manejo de Lixo
1 Autoridade Regulatória sobre o •Quais os níveis de governo têm jurisdição sobre o Brasil
Manejo de Lixo para a manejo de resíduos sólidos? •A exigência de uma avaliação
localização de um projeto ambiental e da licença de
proposto ou local candidato funcionamento está sob controle
nacional
•A aprovação das instalações é
controlada por regulamentações
estaduais
Argentina
•O Pacto Federal sobre o Meio
Ambiente (COFEMA) define as
regulamentações
•Regras municipais e estaduais
específicas têm o suporte das
regulamentações nacionais.
2 Autorizações e Aprovações •Quem as emite? Canadá
•Quais são os prazos e os custos para se obter as •Autorizações regulamentadas
mesmas? provincialmente
EUA
•EPA dos EUA, a subseção D delineia
os controles do aterro sanitário e os
governos estaduais emitem as
autorizações.
Brasil
•Regulamentações nacionais
•Aprovações e autorizações emitidas
pelo órgão estadual de meio-ambiente
•Leva aproximadamente 4 meses
Argentina
•Sistemas Provinciais de Saúde
(SIPROSA) criados pela Lei 5.652, de
26 de setembro de 1984.
QUADRO 5.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES APLICÁVEIS NAS POLÍTICAS, LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES AMBIENTAIS E PARA O MANEJO DE LIXO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL

Questão Regulatória ou de Discussão & Premissa para aplicação nas Questões Preocupações Especiais Insumos Específicos
Política Regulatórias ou de Políticas para os Projetos LFG para para o Projeto em
Energia Potencial
3 Exigência de Consulta Pública • É exigida consulta pública ou envolvimento Canadá
relacionado para satisfazer o processo de revisão •Autorizações são regulamentadas
ambiental? Se for, as implicações de tempo e custos provincialmente
precisam ser identificadas.
4 Propriedade do Local do Aterro •A quem pertence o local em perspectiva e, portanto, o Brasil
Sanitário recurso LFG? •Pode ser o município gerador ou o
município onde o aterro sanitário estiver
localizado
5 Padrões e Requisitos de •Quais são os requisitos de desenho para os aterros Brasil
Desenho e Funcionamento dos sanitários que possam influenciar as características da •Exigência de EIA Resolução do
Aterros Sanitários geração e do recurso LFG? CONAMA No. 001 de 23 de janeiro de
•Por exemplo, a natureza do sistema de cobertura afeta 1986
tanto a taxa de geração de gás como influencia a Argentina
capacidade para capturar efetivamente o LFG. •Lei 5652, 26 de setembro de 1984
•Interferirá o projeto de utilização do LFG com a •Lei 7076, 26 de setembro de 2000
recuperação do local do aterro sanitário e o seu uso final
pretendido?
6 Exigências para Despejo de •Existem obstáculos sobre o tipo de lixo que pode Brasil
Lixo ir para o aterro sanitário, tais como específicos •Órgão estadual do meio ambiente
materiais orgânicos e inorgânicos? regs.
Argentina
•Lei 7076, 26 de setembro de 2000
QUADRO 5.1
LISTA DE VERIFICAÇÕES APLICÁVEIS NAS POLÍTICAS, LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES AMBIENTAIS E PARA O MANEJO DE LIXO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL

Questão Regulatória ou de Discussão & Premissa para aplicação nas Questões Preocupações Especiais Insumos Específicos
Política Regulatórias ou de Políticas para os Projetos LFG para para o Projeto em
Energia Potencial
7 Regulamentações ou Políticas •Existem alterações legislativas ou de políticas previstas
Pendentes que mudem drasticamente a composição do lixo
vindouro? Esse item pode ser crucial em relação à
valorização de qualquer redução potencial nas emissões
para o projeto em potencial.

Qualidade di Ar

7 Teste das Emissões •Existem quaisquer exigências para testes Brasil


específicos para emissão em quaisquer •CONAMA resolução No. 005, 5 de
regulamentações ambientais? junho de 1989
•Qual a freqüência de amostragem exigida? •Lei No. 6938, 31 de agosto de 1981
•Quais são os métodos e as condições de •IBAMA fiscaliza
amostragem exigidas para serem usadas nos •Cada estado tem regulamentação
testes de impacto sobre o ar? específica sob o guarda-chuva
PRONAR
Ex. Estado de São Paulo (CETESB) usa
a resolução No. 003 do CONAMA de
28 de julho de 1990
•A freqüência é baseada no estado
8 Autorizações e Aprovações para •Identificar quais, se houverem, as autorizações e Brasil
o Ar aprovações que possam ser exigidas. •Regulamentações e aprovações
•Identificar os critérios de descarga aplicáveis. estaduais baseadas nos padrões do
•Qual o nível exigido de pré-tratamento do LFG, se PRONAR
houver, para satisfazer as regulamentações aplicáveis? (reg. nacional.)
•Identificar quaisquer exigências de monitoramento e de •Critérios de descarga Resolução No.
apresentação de relatórios após o comissionamento. 008 de 6 de dez. de 1990 e
regulamentações do Órgão Estadual do
Meio Ambiente
•As Diretrizes para Aterros
Sanitários da EU exige que os
operadores controlem o acúmulo e a
migração do LFG bem como para
queimar ou utilizar o LFG
Qualidade da Água
9 Autoridade Regulatória sobre a •Os projetos de LFG geram condensados, o qual é
Água e os Cursos d’Água semelhante ao chorume, mas com altas concentrações de
alguns VOCs. Quais as restrições que regem o manejo e
o depósito do condensado e se existem quaisquer
aprovações associadas com esse item.
10 Manejo de Águas Pluviais e •A natureza do manejo das águas pluviais e dos planos Argentina
Planos de Terraplanagem do de terraplanagem podem ter influências significativas •Lei 7076, de 26 de setembro de 2000
Aterro sobre a disposição do sistema de coleta do LFG e a
natureza de quaisquer controles de condensados. Pode
haver emissões de autorizações que deveriam ser
tratadas para as águas pluviais e a terraplanagem.
5.1 Agências Reguladoras e Requisitos para Aprovação

É importante compreender qual agência ou agências reguladoras com


jurisdição sobre o local. Em alguns casos, como no Brasil, o aterro pode
pertencer e ser operado em nível municipal, ainda que a legislação estadual ou
nacional reja as autorizações e as aprovações para os aterros. É importante ter
consciência de todas as autoridades reguladoras que possam ter legislação
que afete o funcionamento do aterro e poderia potencialmente afetar o sucesso
de qualquer projeto de manejo de LFG em consideração. É importante também
estar ciente de todas as autorizações e aprovações exigidas para o aterro,
além de quem é que as emite e em que nível de governo (o qual empresa do
setor privado).

Também deve ser conhecido o prazo exigido para se obter as autorizações e


as aprovações. Os projetos de manejo do LFG são sensíveis aos prazos
devido ao declínio que ocorre nas taxas de geração do LFG seguido pelo
fechamento do aterro. Os resíduos orgânicos representam na LAC uma porção
significativa do fluxo de refugos (mais do que na América do Norte, por
exemplo) e que esses resíduos degradam normalmente de forma relativamente
rápida com alta produção de LFG. Desse modo, o sistema de recuperação do
LFG precisar estar pronto rapidamente para se assegurar a coleta da maioria
dos biogases gerados.

BOX 5: A IMPORTÂNCIA DA AUTORIZAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO


DE PROJETOS

As autorizações e aprovações são obstáculos esperados dentro do cronograma


do projeto e para a viabilidade do projeto como um todo. O estudo de caso da
África do Sul é um exemplo excelente das implicações potenciais relativas às
autorizações e às aprovações. A exigência mais importante para o projeto em
execução no município de eThekwini, na África do Sul, é a avaliação do
impacto ambiental (EIA). Essa avaliação é exigida pela legislação nacional da
África do Sul, mas é administrada em nível provincial pelo Departamento de
Agricultura e Questões Ambientais de KwaZulu Natal. Inicialmente, obrigatória
pela Lei de Preservação Ambiental, agora é exigida pela Lei Nacional de
Gestão Ambiental, o processo de avaliação de impacto exige uma extensa
consulta entre os interessados e ao público, bem como avaliação técnica antes
de ser revisto pelas autoridades relevantes. As tarefas exigidas para esse
processo específico são extensas como delineadas a seguir:

• Indicação de um especialista ambiental independente para realizar a consulta


pública e gerenciar os estudos especializados;
• Entregar uma solicitação de projeto ao Departamento KwaZulu Natal;
• Desenvolver um relatório inicial e um plano de estudo para a consulta pública
a ser aprovado pela autoridade relevante;
• Consultar os interessados, as autoridades e as partes interessadas de forma intensa em
relação ao empreendimento, além de formular e definir os estudos especializados
necessários exigidos;
• Entregar às autoridades um relatório do escopo e um plano de estudo de
avaliação;
• Realizar os estudos especializados necessários e formular um relatório de
avaliação do impacto ambiental a ser entregue às autoridades;
• Receber um registro da decisão seja autorizando ou negando os planos de
desenvolvimento com base no relatório de impacto; e
• Passar pelo processo de apelação onde qualquer das partes envolvidas
possa apelar da decisão das autoridades.

A Equipe do Projeto subestimou a extensão e o rigor das exigências do EIA no


cronograma original do projeto. No presente, espera-se que os aspectos de
engenharia do projeto não consigam ser iniciados até junho de 2004. Esses
tipos de atrasos podem aumentar os riscos e a probabilidade de sucesso para
um projeto LFGTE. Também não é freqüente que um empreendedor do setor
privado estará desejoso ou capaz de desenvolver um projeto do tamanho e tipo
desejados durante um período prolongado de revisão a menos que exista um
incentivo de lucro incomum.

Obter autorizações e aprovações pode ser um item significativo dentro do


cronograma crucial de um projeto em potencial. Como o tempo é um elemento
importante na viabilidade e na avaliação econômica de um projeto, isso pode,
às vezes, ser um item “realize ou pare” para um projeto potencial e deve ser
considerado como elemento importante em qualquer avaliação de projeto.

A consulta pública pode ser exigida como parte do processo para a obtenção
das autorizações e aprovações para um projeto de manejo de LFG. É
importante identificar esse requisito devido o tempo e os custos envolvidos na
realização de um processo de consulta pública.

5.2 Propriedade dos Recursos

Determinar a propriedade do aterro sanitário e subseqüentemente o recurso


LFG é de importância crucial na avaliação de um projeto de manejo do LFG em
potencial. Isso tem implicações para os contratos de venda do recurso LFG e
quaisquer CERs potenciais gerados pelo projeto. Titulação clara do recurso
LFG e de qualquer redução nas emissões associada deve ser identificada e
rastreada durante o processo desde a sua identificação até uma condição
eventual de CER. Não deve haver de forma alguma políticas, em nível federal
ou estadual, que impliquem ou restrinjam a propriedade das reduções nas
emissões.
BOX 6: PROPRIEDADE DO CRÉDITO PELA REDUÇÃO NA EMISSÃO
É importante que a propriedade de quaisquer créditos pela redução nas emissões seja
designada claramente e que não haja incerteza pairando sobre a validade dos créditos.
No caso do Aterro Sanitário de Waterloo no Canadá, todos os direitos relativos a
quaisquer reduções nas emissões associadas com a geração de energia elétrica foram
transferidos com a venda da energia para a concessionária. A empresa obteve e manteve
uma certificação EcoLogo como fornecedor de energia verde. Nesse arranjo contratual
particular, o comprador não solicitou ou exigiu quantificação e certificação específica
para as reduções nas emissões. Na maioria dos projetos futuros, isso será uma exigência.
Um exemplo de sistema grande de combustão em tambor fechado que está atualmente
em funcionamento no Aterro Sanitário de Keele Valley, perto de Toronto no Canadá é
apresentado na foto a seguir.Esse sistema de queima tem a capacidade de, anualmente,
realizar a combustão do equivalente a mais de 2.000.000 de toneladas de eCO2.

A validação e a certificação das reduções nas emissões têm implicações muito


importantes. É essencial assegurar que as regulamentações não tenham o
efeito de uma expropriação dos créditos pela redução nas emissões. Em outras
palavras, a energia renovável certificada será vendida, na maioria dos casos,
para as concessionárias para distribuição aos consumidores ou diretamente
para os consumidores industriais.
As empresas concessionárias e os consumidores industriais negociarão os
preços de compra da eletricidade, mas podem ou não pagar um ágio para
adquirirem os créditos relativos à redução nas emissões se eles forem
automaticamente associados com a eletricidade para manter a certificação. Se
isso acontecer, o direito do gerador de vender independentemente os CERs
terá sido perdido e o gerador será, desse modo, privado desse valor econômico
suplementar.

5.3 Desenho do Aterro Sanitário e os Padrões e Requisitos para


Funcionamento

É crucial ter uma compreensão clara do desenho atual e futuro e dos padrões de
funcionamento para o aterro sanitário porque os mesmos podem ter de diversas
maneiras um efeito negativo sobre um projeto potencial de manejo do LFG.

A legislação regendo as operações diárias do aterro sanitário tem a capacidade para


afetar a geração de LFG no caso de haver exigências para a construção ou
funcionamento do aterro sanitário. Por exemplo, poderia haver uma exigência para a
utilização de uma cobertura diária de baixa permeabilidade que impediria a capacidade
de coletar o LFG. Poderá haver também impedimentos para a utilização de técnicas tais
como a adição de umidade ao lixo como é utilizada nos aterros sanitários biodigestores
para aumentar a taxa inicial de geração do LFG.

Além disso, a legislação que influencie no tipo de lixo a ser permitido no aterro pode ter
efeitos negativos sobre o projeto de manejo do LFG caso haja ênfase na remoção de
material orgânico do fluxo de resíduos. Isso porque o LFG é gerado pela fração
orgânica do lixo em decomposição. As projeções futuras para o preenchimento do aterro
são um componente significativo para as projeções de geração do LFG e, desse modo,
estão diretamente ligadas ao valor desse recurso e à justificativa econômica necessária
para apoiar o projeto.

É importante não somente ter uma boa compreensão das regulamentações e políticas
atuais regendo o desenho e o funcionamento do aterro, mas também ter consciência da
legislação futura que poderia afetar a viabilidade de um projeto de manejo do LFG. A
vida útil normal desses projetos (10 a 20+ anos), particularmente dos projetos LFGTE,
torna-os vulneráveis à introdução de leis futuras especialmente em relação ao
estabelecimento de reduções nas emissões de GHG voluntárias.

5.4 Políticas, Legislação e Regulamentações sobre a Qualidade do Ar

Na maioria das jurisdições dentro da LAC, as políticas e regulamentações sobre a


qualidade do ar estão ainda em seus primórdios e ainda estão sendo desenvolvidas. Um
princípio importante que parece estar faltando ou ter sido ignorado em relação aos
projetos LFG é que é o total líquido das emissões antes e depois de um projeto que
deveria ser considerado na avaliação dos méritos de um projeto específico ou de um
local candidato. Por exemplo, houve alguns conflitos em se atingir as metas de redução
na emissão em algumas jurisdições na América do Norte como resultado da combustão
de produtos que não o metano (por exemplo, compostos orgânicos voláteis, NOx e
SOx). É recomendado que o impacto e os benefícios líquidos de todas as reduções nas
emissões sejam considerados de forma conjunta na avaliação dos méritos e dos
benefícios de um projeto em perspectiva. Com a maioria do manejo do LFG há um
benefício dramático nos CERs. Há também um benefício significativo em reduzir as
emissões de compostos orgânicos voláteis, na medida em que tanto são contribuintes
para o efeito estufa como emissões de gases tóxicos. Normalmente, há um pequeno
aumento nas emissões de NOx e SOx nos projetos de manejo do LFG, mas a qualidade
geral do ar beneficia-se muito mais do que as implicações desses aumentos menores.

5.5 As Políticas, Legislação e Regulamentações sobre a Qualidade da


Água
Um dos fatores mais importantes que sempre precisam ser reconhecidos nos projetos de
manejo do LFG é que eles estão associados com um local de aterro sanitário. Isso
significa que o desempenho de alguns dos aspectos do desenho, do funcionamento e da
manutenção do aterro sanitário além do próprio manejo do LFG pode ser relevante para
o desempenho estável de longo prazo de um sistema LFG. Os sistemas do gás LFG
geram condensados como líquido residual que precisa ser coletado e depositado. As
quantidades são normalmente pequenas em relação aos volumes do chorume que é
gerado em um aterro. Cuidados devem ser tomados pra não se impor quaisquer
restrições sobre o manejo do condensado e o seu depósito que teriam um custo
proibitivo. O condensado deve ser tratado de forma semelhante ao chorume gerado no
aterro sanitário.
5.6 Projetos de Manejo do LFG como Parte de um Sistema Integrado de
Manejo de Lixo

Em diversos países na LAC ainda estão desenvolvendo políticas, regulamentações e


sistema de manejo de lixo. O manejo ambientalmente correto dos resíduos sólidos
deveriam ir eventualmente além do depósito simples do lixo numa instalação aprovada e
deveria tentar modificar o fluxo geral do processo numa tentativa de se cobrar pela
produção não-sustentável de lixo e de padrões de consumo não preservacionistas. O
conceito e uma abordagem integrada do ciclo de vida no manejo de lixo apresenta uma
oportunidade única de se coordenar e reconciliar o desenvolvimento de um sistema
sustentável de manejo de lixo que integra e trata todas as considerações ambientais de
uma forma pró-ativa e não como reação. Existem inúmeras ferramentas e programas
disponíveis para ajudar no planejamento e nas políticas de um sistema integrado de
manejo do lixo, tais como o CD-ROM Guia de Planejamento do Banco Mundial, “Guia
para o Planejamento Estratégico para o Manejo de Resíduos Sólidos”. Os projetos de
manejo do LFG são parte de um sistema integrado de manejo de lixo e têm um grande
potencial para tornarem tanto um incentivo para a melhoras como para prover recursos
financeiros adicionais que podem diretamente provocar melhorias no sistema geral de
manejo de lixo.

Existem alguns elementos fundamentais importantes para o desenvolvimento


de uma abordagem fundamentada para o manejo integrado de lixo que são
discutidos a seguir.

Redução do Lixo
U

Reduzir a quantidade e a natureza do lixo que estiver sendo gerado é


fundamental para um plano bem sucedido. A redução do lixo só pode ser
verdadeiramente bem sucedida se toda a sociedade adotar e aceitar os
princípios básicos do programa. A natureza dos produtos que são produzidos,
como são manejados, embalados e transportados deve ser considerada. O
consumidor ou usuário final seja a indústria, governo ou a população em geral
devem todos modificar a práticas atuais para se atingir uma meta otimizada de
redução do lixo.

Maximizar a Reutilização e a Reciclagem do Lixo


U

É importante fazer uma alteração fundamental na abordagem e no manejo do nosso


“lixo”. O primeiro conceito que é importante é que, na prática, os materiais precisa ser
removido do fluxo do lixo através de recuperação ou reutilização programada de
materiais ou através da reciclagem dos materiais. Para se fazer isso, é necessário
desenvolver toda uma infra-estrutura e mercados para manejar, processar, vender e
utilizar os materiais recuperados. Todos os aspectos dessa sub indústria precisam ser
desenvolvidos em conjunto. Não é producente ou útil recuperar materiais para os quais
não houver mercados ou demanda. Cada material específico que poderia cair nesta
categoria terá obstáculos econômicos e práticos diferentes. O tamanho do mercado
aplicável e a quantidade de materiais recuperáveis ou reutilizáveis afetarão a viabilidade
de qualquer programa. Espera-se que o movimento em direção ao objetivo ideal seja
realizado passo a passo através dos fluxos de vários produtos. É também provável que
dada a massa crítica de considerações, alguns materiais e alguma quantidade residual de
lixo serão sempre gerados e precisarão ser depositados ou tratados.
Depósito e Tratamento do Lixo Residual
U

Como observado acima, haverá lixo residual que necessitará ser manejado e processado.
Os projetos de manejo do LFG são completamente compatíveis com o movimento
progressivo da política de manejo de lixo integrada e sustentável. Reconhecer que uma
grande parte do LFG que será gerado nos próximos 20 anos é resultado do que já é
depositado nos aterros sanitários valida a premissa de que os projeto de gestão do LFG
deveria ser um elemento chave em qualquer estratégia. Embora seja importante coletar
o LFG, ela é uma atividade secundária além do despejo do lixo no aterro. Daí, existe a
necessidade de integrar o sistema de coleta de gás com as atividades do aterro.

Reconhecer também que, independentemente das metas e objetivos ideais


para uma abordagem de manejo integrado do lixo, a mudança para esse tipo
de sistema será progressiva e não instantânea, os benefícios dos projetos de
gestão do LFG podem se concretizar num futuro previsível. A introdução de um
mecanismo de incentivo financeiro pode ajudar na melhoria geral do
desempenho do sistema e auxiliar no apoio financeiro para o desenvolvimento
de uma abordagem do tipo sistema integrado.

Sustentação
U

A auto-sustentação da gestão de resíduos sólidos deve ser baseada em instrumentos e


incentivos econômicos adequados com implementação viável e sustentável a curto e
médio prazo. Será necessário prover apoio financeiro para incentivar as prefeituras
atingir a auto-sustentação econômica dos sistemas municipais de coleta de lixo através
da criação e implementação de mecanismos de coleta e de taxação compatível com a
capacidade de pagamento da população.

Os governos precisam alcançar um desenvolvimento sustentável que seja


baseado no uso ecologicamente eficiente dos recursos naturais, sociais e
econômicos e integrar os fatores ambientais, sociais e econômicos.

Outras Considerações Aplicáveis


U

Na LAC, o conceito e a estrutura de um sistema integrado de manejo do lixo representa


os ideais para o desenvolvimento de políticas. No curto prazo, um dos primeiros passos
é assegurar que os serviços de coleta e despejo de lixo estejam disponíveis em todos os
respectivos países e regiões. É também necessário assegurar que o lixo seja depositado
em locais que foram selecionados pelas suas características naturais de proteção e
preparados considerando-se as práticas e os controles atuais de desenho de aterros
sanitários. As respectivas populações precisam integrar-se aos conceitos do manejo de
resíduos sólidos no seu dia a dia, tornando-as parte da solução.
6
O Financiamento Internacional do Seqüestro de
Carbono

6.1 O Protocolo de Quioto e o Mercado de Carbono

O Protocolo de Quioto foi assinado em 1997, após a Convenção-Quadro das


Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) em 1992. O Protocolo
estabeleceu metas para a redução nas emissões dos gases do efeito estufa
(GHG) para os países desenvolvidos e para os países em transição, os ditos
países do Anexo B, um programa de comercialização das emissões dos gases
do efeito estufa, além da necessidade de encontros futuros para o
estabelecimento de penalidades pela falha em atingir as metas bem como
regras e regulamentações do novo programa de comercialização das emissões
(Markarenko, 2002). Os países não inscritos no Anexo B, incluindo todos os
países na região da LAC, não têm compromisso quantitativo sob o Protocolo.
No geral, o Protocolo de Quioto afirma que as emissões de seis GHGs nos
países do Anexo B devem estar, entre 2008 e 2012, 5,2 por cento abaixo dos
seus níveis de 1990. Além das atividades nacionais, o Protocolo permite aos
países adequarem os seus comprometimentos através de três ‘mecanismos de
flexibilidade’:

• Comercialização Internacional das Emissões (ET) – comercialização de


Autorizações para emissão entre países industrializados.
• Implementação Conjunta (JI) – criação de compensação pela emissão resultante de
projetos implementados nos países industrializados.
• Mecanismo do Desenvolvimento Limpo (CDM) – créditos de compensação pela
emissão resultante de projetos em países não incluídos no Anexo B. Uma vez
creditadas, as compensações passam a ser denominadas de Reduções Certificadas de
Emissões (CERs).

Os mercados globais de carbono começaram a formar como resultado do


reconhecimento crescente que o futuro incluirá sistema(s) ambiental(is) global com
restrição ao carbono e, desse modo, instituições políticas e econômicas precisam
modificar e/ou reduzir a sua dependência nos combustíveis fósseis. Desde o início do
Protocolo de Quioto, diversos fundos internacionais de carbono foram criados para
auxiliar no desenvolvimento de projetos que reduzam as emissões antrópicas de
carbono.

O Protocolo de Quioto reflete esses obstáculos e age para incentivar os


governos, as corporações e agências internacionais afetadas a tomarem
medidas antes das possíveis medidas reguladoras (Pronove, 2002). O
Protocolo resulta no que é normalmente referido como um sistema "cap and
trade ("cobrir e comercializar”) onde aos países comprometidos é dado um
nível no qual eles precisam “cobrir” as suas emissões. Estima-se que, à medida
em que esses países estabeleçam requisitos reguladores sobre as suas
empresas nacionais para alcançar as metas de redução na emissão, a pressão
reguladora sobre as empresas privadas para atingirem os níveis internos criará
uma demanda pelos créditos compensatórios pelo seqüestro das emissões de
carbono onde for presumidamente menos oneroso.

Um exemplo de alguns dos diversos fundos de carbono estabelecidos em


função do Protocolo de Quioto inclue três fundos estabelecidos pelo Banco
Mundial, o Fundo Protótipo de Carbono (PCF, prototypecarbonfund.org), o
Fundo de Carbono para o Desenvolvimento Comunitário (CDCF,
communitycarbonfund.org), e o Fundo BioCarbono (biocarbonfund.org). As
Nações Unidas e o Instituto Conselho da Terra implementaram o Programa
Mercado de Carbono da UNCTAD/Earth Council
Institute Geneva (ECIG) (r0.unctad.org/ghg/). Além disso, o governo da
Holanda criou o Carboncredits.nl (carboncredits.nl), enquanto que o Reino
Unido criou o
“The Carbon Trust (O Carbono Fiduciário) (www.thecarbontrust.co.uk) para
atuarem como grupo capitalista de risco financiando tecnologia britânica de
redução de carbono . Nos Estados Unidos, o Intercâmbio Climático de Chicago
(CCX) (www.chicagoclimatex.com) está sendo desenvolvido como um mercado
auto-regulador, multinacional e pluri-setorial para as reduções nas emissões do
GHG. Cada fundo de carbono ou compradores potenciais de CER focaliza em
objetivos de algum modo diferentes e cada um tem requisitos qualificativos
diferentes para os tipos de projetos que são elegíveis a financiamento. Esses
fundos e compradores têm também procedimentos diferentes para o
estabelecimento de qual projeto se qualifica e a forma com a qual as emissões
são calculadas, revisadas e certificadas. Contudo, cada um desses fundos se
apóia na ativação do Protocolo de Quioto e nos critérios de processamento do
CDM e JI para tornar “real” as reduções atingidas nas emissões.

O CDM do Protocolo, o qual permite a criação, emissão e venda de CERs para


projetos realizados nos países em desenvolvimento, aumenta o incentivo
financeiro para os órgãos ou empresas interessadas na busca da transferência
de tecnologias limpas. A adição da venda de CER para o fluxo financeiro do
projeto podem aumentar as taxas de retorno interno financeiras (IRR) para um
projeto. Isso é particularmente verdadeiro para os projetos dos resíduos sólidos
relacionados com a coleta e destruição ou utilização do LFG. Num horizonte de
100 anos, em comparação com o dióxido de carbono, o metano tem um
potencial de aquecimento global (GWP) 21 vezes mais eficiente em manter o
calor dentro da atmosfera. Assim, a destruição do metano gera
substantivamente mais redução nas emissões, por volume de gás, do que o
dióxido de carbono. Recentemente, foram realizados estudos que sugerem que
o GWP do metano deveria ser aumentado de 21 para 23 (UNFCCC Terceiro
Relatório de Avaliação), mas isso ainda tem que ter aceitação mundial. Caso
isso ocorra, serviria somente para aprimorar a economia dos projetos de
gestão do LFG. Na media, o aumento IRR para os projetos de resíduos sólidos
envolvendo a destruição/utilização do metano é superior a cinco por cento
(Fernandez-Asin, 2002).
BOX 7: AS IMPLICAÇÕES DOS CRÉDITOS PELA REDUÇÃO NAS
EMISSÕES PARA A VIABILIDADE DOS PROJETOS LFGTE
O advento do Mercado de carbono está incentivando uma revisão nas
propostas de projetos na LAC e no Caribe. O mercado de carbono ainda se
encontra nos seus primórdios e atualmente é difícil de prever qual será a forma
que o mercado tomará. O que é certo é que a receita suplementar com a venda
da redução nas emissões fará com que os projetos de gestão do LFG sejam
muito mais atraentes para se desenvolvam os locais candidatos a aterro
sanitário que, de outra forma, não seriam provido nos sistemas de controle do
LFG ou que teriam sistemas de controle muito reduzidos.

Não é possível superenfatizar a importância da consideração sobre as


reduções nas emissões para a viabilidade de um projeto LFG. Por exemplo, o
projeto LFGTE de eThekwini na África do Sul está sob consideração desde
1995, mas o projeto foi catalisado com a intervenção do Fundo Protótipo de
Carbono (PCF), do Banco Mundial, e da Cúpula Mundial sobre o
Desenvolvimento Sustentável. O projeto engloba três aterros sanitários e um
total combinado de aproximadamente 12,5 milhões de toneladas de lixo. Antes
do envolvimento do PCF no projeto, a coleta e a destruição do LFG nos aterros
eram muito limitadas dadas as restrições orçamentárias. A introdução de
recursos da venda da redução nas emissões permitirá uma expansão da infra-
estrutura de coleta do LFG existente no aterro e permitirá o investimento em
projeto LFGTE. O projeto ainda está na fase de desenvolvimento devido, em
grande parte, a um extenso processo de aprovações ambientais discutido na
BOX 5, mas a análise econômica inicial demonstra que a receita com a venda
dos CERs auxiliaria a recuperar os custos de capital para desenvolvimento
ainda maior do sistema de coleta do LFG. Suplementaria também os custos de
produção de energia de modo que ela poderia ser vendida por 90 por cento da
taxa atual oferecida ao Departamento de Eletricidade pela única empresa de
energia da África do Sul que utiliza e produz primordialmente energia gerada
do carvão.

Testemunhos semelhantes em relação à necessidade de consideração sobre


as reduções nas emissões podem ser feitos para os estudos de casos europeu,
canadense e mexicano. Todos os estudos de casos bem sucedidos utilizaram e
alavancaram benefícios ambientais associados com a redução nas emissões
para viabilizar e obter o apoio público e regulatório necessário para o
desenvolvimento de projetos.

Outras entidades do Anexo B, mesmo aquelas fora do guarda-chuva de Quioto, podem


estar interessadas na compra dos créditos pelas emissões. Por exemplo, a legislação
estadual em alguns estados dos Estados Unidos exige que as usinas elétricas limitem as
suas emissões de dióxido de carbono e permite a compra de créditos externos pelas
emissões para atingirem essa exigência (por ex., Oregon). Empresas individualmente
podem também estar interessadas em investir em tais projetos foram do guarda-chuva
de Quioto, em termos de boas relações públicas, mesmo se não houver exigência
reguladora que os obrigue.

Os requisitos detalhados podem variar dependendo do regime jurídico sob o qual o


comprador queira as compensações pela emissão sejam validadas. Contudo, os
conceitos e os componentes centrais de qualquer projeto de financiamento de carbono
são provavelmente muito semelhantes. O material a seguir baseia-se nos requisitos par o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto e são
considerados como típicos nas atividades de financiamento de carbono e dos créditos
atuais pela emissão de carbono.

6.2 O Ciclo do Projeto MDL

Para se criar CERs, todos os projetos MDL precisam seguir um procedimento


especificado (o Ciclo de Projeto MDL) delineado pela UNFCCC em seu sítio na
internet (www.unfccc.int). A seção a seguir descreve resumidamente esse
procedimento. A Figura 6.1 fornece uma ferramenta visual para ilustrar esse
processo. As partes interessadas nos detalhes do Ciclo do Projeto MDL devem
procurar o sítio na internet da UNFCCC.
MARCO
Figura 6.1a
FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG
ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PRA PROJETOS DE ENRGIA
BANCO MUNDIAL
Marco
Figura 6.1b
FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE PROJETO LFG
ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
BANCO MUNDIAL
6.2.1 Entidades Participantes

O Ciclo do Projeto MDL requer o envolvimento de várias entidades diferentes. O que se


segue delineia os nomes e as funções das diversas entidades participantes no ciclo
MDL.

Conferência das Partes/Reunião das Partes (COP/MOP) – Esse órgão tem


autoridade sobre o MDL, além de fornecer orientações. O COP/MOP tem a
decisão final sobre todas as recomendações feitas pelo EB relativas aos
padrões DOEs e de credenciamento. O COP/MOP é também responsável pela
revisão dos relatórios anuais da EB e pela distribuição regional tanto dos
projetos DOEs como MDLs. Além disso, o COP/MOP deve auxiliar no arranjo
dos recursos MDL.

Diretoria Executiva (EB) – A Diretoria Executiva é composta por dez membros,


U U

cinco representando cada Grupo Regional da ONU, dois representando os


países do Anexo B (países comprometidos com as metas de redução nas
emissões no Protocolo de Quioto) dois representando os países não incluídos
no Anexo B (países que não se comprometeram com as metas de redução nas
emissões no Protocolo de Quioto) e um representando pequenos estados
insulares em desenvolvimento. A EB é totalmente responsável ante a
COP/MOP com relação aos procedimentos, credenciamento de DOEs e pela
distribuição regional de projetos e dos DOEs credenciados. Além disso, a EB
publica informações como parte do MDL e age como guarda registro para os
projetos MDL.

Participantes do Projeto (PP) – Entidades do setor privado e/ou do setor


U U

público interessadas em participar no processo MDL estão obrigadas a


assegurar que o projeto seja consistente com a documentação apresentada.
São responsáveis pela escolha de uma DOE credenciada para validar e
verificar as atividades dos seus projetos como parte do ciclo do projeto MDL.
Ao registrar o projeto, um PP assinará um documento indicando os métodos de
comunicação a serem utilizados com a EB e as alocações dos CERs.

Entidade Operacional Nomeada (DOE) – Essas entidades são


U U

responsabilizáveis perante o COP/MOP através da EB e devem satisfazer os


procedimentos estabelecidos pela EB. São selecionadas pelo PP, certificadas
pela EB e são responsáveis pela validação do projeto MDL proposto e pela
verificação e certificação das redução nas emissões antrópicas dos GHG. São
responsáveis pela apresentação de qualquer possível conflito de interesses
surgidos com um projeto MDL bem como pela manutenção de um registro para
cada projeto pelo qual tenham realizado a validação, verificação e certificação.

Entidade Solicitante (AE) – Essa entidade tem a autorização para apresentar


U U

novas metodologias a serem revisadas pela EB. Isso é permitido pela


presunção de que a a equipe de avaliação do MDL tenha sido nomeada pela
EB para a AE e que a AE mantenha a documentação da nova metodologia
apresentada à EB.

Autoridade Nacional Nomeada (DNA) – Todos os PP devem selecionar uma


U U

DNA para o processo MDL (o escritório MDL). A Secretaria MDL anuncia


publicamente essa autoridade. O PP é obrigado a obter evidência por escrito
da DNA de que a atividade do projeto apresentado ao processo MDL é
voluntária e é consistente com o desenvolvimento sustentável no país anfitrião.

Secretaria do MDL – A Secretaria é responsável pelo provimento dos serviços


U U

técnicos e de secretariado para a EB bem como para outros sub-comitês MDL.


Isso inclui a divulgação da informação apresentada à EB, tais como os
documentos do desenho do projeto ou a descrição da metodologia aprovada
através do sítio na internet da EB, além de manter um registro desses
documentos durante todo a vida do projeto. Identifica também projetos
promissores, fornece orientação e incentiva projetos para investidores
externos.

6.2.2 Procedimentos do Ciclo de Atividades dos Projetos MDL

O procedimento a ser seguido ao solicitar um projeto MDL está sendo


continuamente refinado à medida que as modalidades do Protocolo de Quioto
evoluem; entretanto, a premissa básica para cada marco tem sido definida e é
apresentada abaixo. Ver a Figura 6.1 para um esboço visual dos marcos que
incorporam o Ciclo dos Projetos MDL na forma de um flluxograma.

Desenho- Uma atividade do projeto é proposta ao se entregar um Documento


de Desenho do Projeto (CDM-PDD) ao DOE. O CDM-PDD inclui uma descrição
geral do projeto, uma descrição da metodologia básica, a duração do
projeto/período de crédito, a metodologia e o plano de monitoramento, cálculo
das emissões de GHG, impactos ambientais e comentários dos interessados.
O formato para CDM-PDD está delineado no Anexo B da Decisão 17/CP.7
(cdm.unfccc.int/Reference/Documents/cdmmp). Além disso, é exigido do PP obter
evidência por escrito do país Anfitrião, através da DNA, que o projeto é uma
ação voluntária.

Caso a atividade do projeto proposto utilizar uma base de referência ou


metodologia de monitoramento que não tenha sido previamente aprovada pela
EB, então esta metodologia deve ser apresentada à EB através do DOE ou AE
ao ser preenchida a documentação relevante para a sua inclusão no CDM-
PDD.

Nova Metodologia - O processo de avaliação de uma nova metodologia leva


U U

aproximadamente quatro meses. A metodologia proposta é encaminhada tanto


para a EB como para o comitê de metodologia. Além disso, a metodologia fica
à disposição do público para a sua revisão. O comitê de metodologia seleciona
dois especialistas para avaliarem a metodologia proposta e apresentarem
recomendações para a EB. O comitê de metodologia revisa essas
recomendações e formula a sua própria recomendação que então é levada em
consideração pela EB. A EB aprova ou rejeita a nova metodologia.

Validação – O DOE avalia independentemente a atividade do projeto com base


U U

no CDM-PDD em relação aos requisitos do CDM. Esses requisitos incluem


evidência escrita do país Anfitrião que o empreendimento voluntário do projeto
além de todas as regulamentações do país anfitrião ou outro órgão regulador
com jurisdição sobre o local da atividade do projeto CDM. É também exigido
que o país anfitrião seja um país não incluído no Anexo B. O PP deve incluir os
seus CDM-PDD e documentação de apoio, prova de que foi solicitado os
comentários dos interessados locais em relação à atividade do projeto, ter sido
analisado o impacto ambiental do projeto inclusive os impactos além fronteira e
que os ERs resultantes do projeto sejam adicionais, dentro dos limites do
projeto, e podem ser razoavelmente atribuídos à atividade do projeto. Deve
também ser confirmado que as metodologias usadas para monitorar os Ers é
uma metodologia previamente aprovada pela EB ou que tenha sido
apresentada à EB para revisão e aprovação da nova metodologia. O DOE é
responsável também, como parte do processo de validação, pela solicitação e
recebimento dos comentários das Partes, interessados e organizações não-
governamentais (ONGs) credenciados na UNFCCC.

Registro – A atividade do projeto é apresentada para registro quando o DOE


U U

determinar que o projeto tenha sido considerado como válido. Essa validação é
enviada para a EB através da apresentação de um relatório de validação, uma
solicitação de registro e da taxa de registro, a menos que uma das Partes ou
três membros da EB requeira uma revisão. Caso a revisão for requerida, deve
ser tratada dentro de duas reuniões do COP/MOP (aproximadamente seis
meses).

Verificação – O DOE monitorará periodicamente a atividade do projeto para


U U

verificar as reduções nas emissões alcançadas pelo projeto. Isso poderá incluir
visitas ao local, uma revisão dos registros de desempenho, entrevistas com os
participantes do projeto e interessados locais, coleta de mensurações,
manutenção das práticas estabelecidas, além de testes de exatidão do
equipamento de monitoramento para assegurar a validade das reduções nas
emissões e das metodologias usadas para calcula-las. Os resultados da
verificação serão disponibilizados tanto para o público em geral como para a
EB no formato de um relatório de verificação.

Certificação - O DOE emite um relatório escrito, baseado em seu relatório de


U U

verificação, que a atividade do projeto atingiu uma certa quantidade de ERs


durante um período de tempo especificado. Este documento é disponibilizado
para os PP, Partes, EB e para o público. Esse relatório constitui também uma
solicitação para a emissão dos CERs.
Emissão – A emissão dos CERs será considerada final depois de 15 dias, a
U U

não ser que uma das Parte dos PP ou, pelo menos, três membros da EB
solicitem uma revisão, Se for solicitada uma revisão, ela deverá ser realizada
dentro de 30 dias após a sua solicitação e a decisão deverá ser conhecida
pelos PP e pelo público. Sob instruções da EB, o administrador de registro de
MDL emitirá a quantidade de CERs especificada na conta pendente da EB no
registro de MDL. O número de CERs exigido para cobrir os custos das
despesas e auxiliar atingir os custos de adaptação serão lançados nas contas
de gestão de MDL apropriadas. O saldo dos CERs será lançado nas contas do
PP de acordo com a sua solicitação.

6.3 O Conceito de Adicionamento e os Cálculos da Redução nas


Emissões

A definição de MDL do conceito de adicionamento como expressado pela


Decisão 17/CP.7, #43 da UNFCCC é:

"Uma atividade de projeto MDL A é adicional se as emissões antrópicas


dos gases de efeito estufa por fontes sejam reduzidos abaixo daquelas
existentes na ausência da atividade de projeto MDL registrada."
O Protocolo de Quioto expressa, no Artigo 12.C, que "as reduções nas
emissões resultantes de cada atividade do projeto sejam certificadas pelas
entidades operacionais... com base em.… reduções nas emissões que sejam
adicionais a qualquer emissão que ocorra na ausência da atividade de projeto
certificada ". Esse conceito tem o significado da diferença entre “atividade
normal” e a atividade de projeto proposta. Esse conceito de adicionamento
como aplicado na gestão do LFG tem dois aspectos: as reduções nas
emissões através da combustão do LFG e as reduções nas emissões
associadas como a utilização do combustível LFG para compensar a utilização
de outros combustíveis. As reduções adicionais nas emissões (ERs) pode ser
calculada como a diferença positiva entre as emissões de referência ou as
emissões resultantes do funcionamento no cenário normal, e as emissões
resultantes após a realização do projeto proposto. Esse conceito fornece a
necessidade de se estabelecer um cenário de emissões de referência que
ocorreria se o projeto não fosse realizado, além do monitoramento cuidadoso
das emissões durante a atividade do projeto e para verificar as ERs resultantes
do projeto.

Como afirmada na seção anterior, a metodologia utilizada para estabelecer o


cenário de referência e as reduções
nas emissões resultantes da atividade do projeto devem ser aprovadas pela EB
antes do registro do projeto na Secretaria de MDL.

6.4 Processos de Validação/Verificação

O Documento de Desenho do Projeto (PDD) descreve em detalhes a atividade


do projeto a ser empreendido pelos participantes do projeto. A informação a ser
incluída nesse documento está listada no Anexo B da Decisão 17/CP.7 da
UNFCCC, Modalidades e procedimentos para um mecanismo de
desenvolvimento limpo como definido pelo Artigo 12 do Protocolo de Quioto
(disponível no endereço cdm.unfccc.int/Reference/Documents/cdmmp).

A validação é uma avaliação independente realizada por uma DOE da


atividade do projeto com base no PDD em relação à exigências do MDL como
listadas na Decisão 17/CP.7 da UNFCCC. Os critérios para validação estão
listados na Decisão 17/CP.7, #37. da UNFCCC. Esse passo é crucial porque a
validação da atividade do projeto, e as metodologias subseqüentes de
monitoramento, é um pré-requisito para o registro da atividade do projeto junto
ao MDL. Esclarecimentos adicionais sobre as exigências para a validadção a
ser verificada pela DOE estão delineadas no Relatório UNFCCC sobre a Oitava
Reunião da Diretoria Executiva, Apêndice 3, Esclarecimentos sobre os
Requisitos de Validação a serem Verificados pela Entidade Operacional
Nomeada.

A CDM EB avalia e nomeia tanto os órgãos jurídicos nacionais como as


organizações internacionais capazes de validar as atividades de projeto MDL
potenciais com as DOEs. Essa nomeação é feita provisoriamente, ficando
pendente a confirmação do COP/MOP.

Uma vez validado e registrado o projeto com o MDL, precisa-se então ser
verificado que os procedimentos de monitoramento estabelecidos no PDD são
seguidos de forma exata e os dados coletados desses procedimentos são
exatos. Os dados reais coletados devem também ter uma referência cruzada
pelas premissas feitas para calcular as ERs estimadas resultantes da atividade
do projeto para testar a exatidão e para ajustar qualquer premissa que tenha se
demonstrado incorreta. Esse processo é realizado pelas DOEs e acontece
periodicamente durante a vida do projeto.

O processo de verificação está concluído com a elaboração de um relatório de


verificação, no qual a DOE certifica por escrito que a atividade do projeto
resultou na redução das emissões de GHG antrópicas durante o período
discreto sob o qual a atividade do projeto tenha sido realizada.

6.5 Projetos de Uso do LFG e Questões Importantes da Validação


/Verificação

A validação e a verificação dos CERS gerados como resultado de projetos de


gestão do LFG estão preocupados primordialmente com a avaliação da base
de referência do projeto, da adicionalidade e das questões de mensuração e
monitoramento. O manejo do LFG tem uma vantagem bastante significativa
sobre muitos projetos ou atividades que podem gerar reduções nas emissões
por serem rapidamente e facilmente verificáveis usando dados registrados
reais tanto para os fluxos medidos como pela caracterização do combustível
LFG que estiver sendo utilizado. Haverá também dados registrados
demonstrando o desempenho do equipamento que usa o combustível. Isso
essencialmente significa que o processo de verificação é simples e utiliza
instrumentação de leitura direta como cálculos diretos para apresentar as
reduções nas emissões associadas com a combustão do LFG. O potencial
para calcular qualquer CERs suplementares potenciais para compensação ou o
reconhecimento da troca também é da mesma forma simples e direto, o qual se
baseia nos dados registrados.

Ainda que a verificação seja simples, como observado acima, para os projetos
de gestão do LFG, o processo de validação precisa ainda satisfazer todos os
requisitos para alcançar o CER ou o reconhecimento de situação semelhante.
Para estabelecer a base de referência e o adicionamento das reduções nas
emissões para cada projeto potencial, é crucial a compreensão do recurso
LFG. É importante que as partes interessadas na realização de um projeto de
redução nas emissões avalie cuidadosamente o local proposto para o aterro
sanitário e compreenda as sensibilidades do local e como isso afetará o
sucesso final do projeto. Com relação às emissões de metano, preocupações
de segurança e social devem ser analisadas além dos benefícios potenciais do
projeto avaliado a partir dessa perspectiva. É também importante considerar
como o projeto de gestão do LFG afetará as operações de preenchimento do
aterro, já que esse é o objetivo primordial da existência do aterro sanitário.

O Modelo Scholl Canyon, explicado na Seção 2.2, pode ser usado para
desenvolver estimativas de produção do metano durante a vida útil do aterro
sanitário como apresentado na Seção 8.0. O metano produzido pelo aterro
sanitário desde o início das atividades do aterro sanitário até quando não
houver mais LFG suficiente a ser coletado seria proposto como representando
a “atividade normal” ou condição de referência para um projeto potencial de
redução nas emissões. A condição de referência do projeto para se calcular a
redução na emissão poderá ser influenciada por medidas de controle de LFG
pré-existentes no aterro sanitário ou pelos requisitos para qualquer autorização
de funcionamento que poderá ser relacionado especificamente ao controle do
LFG.

Ao se criar e oferecer os créditos num mercado internacional é importante


compreender que existem diversos fatores que deveriam ser levados em conta
ao se estabelecer o preço de qualquer crédito ofertado. Existem diversas
necessidades de informações que podem aparecer ao se estabelecer a
validade das reduções nas emissões. Estimativas iniciais para o estudo de
base, como parte do estudo de viabilidade do projeto, avaliam um período de
10 a 14 semanas e um custo de cerca de US $25.000 a US $50.000, além de
prosseguir por todo o Ciclo MDL totalizaria aproximadamente em US $150.000
a US $250.000.

Nos projetos onde houver diversas partes contribuindo com o projeto (por ex,,
lixo é produzido em um município enquanto que o aterro está localizado em
outro), é importante estabelecer a propriedade inequívoca dos créditos, já que
representam um bem vendável. Outras preocupações com o estabelecimento
das reduções nas emissões que influem o processo de validação são a
situação de evolução do processo do ciclo MDL e o desenvolvimento dos
critérios de regulamentação no país anfitrião.

Em resumo, a gestão do LFG deve ser direta para a verificação. O aspecto


mais crítico é a validação das reduções qualificada nas emissões. Devem ser
tratadas com base em local e jurisdição específica.

6.6 O Desenvolvimento do Mercado de Carbono

É complicado o desenvolvimento do mercado de carbono e da terminologia


associada à redução nas emissões de carbono. Antes que as partes
interessadas na realização da compra das reduções potenciais de GHG, ou da
sua venda, seria útil compreender que o “mercado” encontra-se atualmente em
fase de transição e está evoluindo a cada Conferência das Partes (COP)
realizada anualmente que procura esclarecer os termos, as condições e as
metodologias exigidas para se implementar o Protocolo de Quioto. Como tal, o
valor “real” dessas reduções nas emissões ainda é bastante especulativo em
sua natureza, ainda que alguma quantia em dinheiro e alguns direitos tenham
sido trocados de mão. A maioria dos “negócios” realizados foi aqueles com
atividade voluntária inicial.

Mercados preliminares de experiência para os créditos de carbono e as fontes


de informações para informações mais detalhadas são os seguintes:

• Fundo Protótipo de Carbono, prototypecarbonfund.org;

• Fundo de Carbono para o Desenvolvimento Comunitário,


communitycarbonfund.org;

• O Fundo BioCarbono, biocarbonfund.org;

• The UNCTAD/Earth Council Institute Geneva (ECIG) Programa Mercado de


Carbono,r0.unctad.org/ghg/;

• Carboncredits.nl, carboncredits.nl;
• Fundo Fiduciário de Carbono, www.thecarbontrust.co.uk; e

• The Chicago Climate Exchange (CCX), www.chicagoclimatex.com.

6.7 Abordagens para a Contratação de Venda de Carbono

O refinamento da documentação jurídica pertinente à venda e transferência de


créditos de carbono está em constante alteração com as reuniões
subseqüentes da Conferência das Partes (COP), com cada reunião servindo
para esclarecer ainda mais os detalhes do Protocolo de Quioto.
Os instrumentos legais usados no estabelecimento de uma atividade do projeto
variarão dependendo se o projeto estiver recebendo financiamento através de
um fundo de carbono ou se participa diretamente em um ciclo de projeto MDL
ou JI.

Contratos são exigidos para se estabelecer acordos entre todas as partes


participando no projeto. Como parte de engajamento em qualquer tipo de
atividade de comercialização de carbono, os contratos precisam ser
estabelecidos entre:

• todas as partes envolvidas na realização do projeto de redução nas emissões;

• o fundo de carbono ou qualquer outra entidade provendo recursos para


financiar o projeto e os participantes do projeto;

• a DOE selecionada para avaliar, validar e verificar as reduções nas emissões


produzidas pelo projeto e pelos participantes do projeto; e

• a entidade financiadora do MDL e os participantes do projeto (quando do


registro do financiamento).

Os detalhes desses acordos deveriam ser estabelecidos nos contratos do


projeto como discutido na seção 9.0 deste Manual.

O FPC do Banco Mundial é uma fonte potencial de financiamento dos projetos


que aderem aos critérios de projetos MDL. Já implementou uma série de cinco
contratos como parte do processo de projeto. Esses contratos são discutidos
abaixo como um exemplo da documentação de um sistema de contrato do
fundo de carbono. Os diversos fundos de carbono, além de outras fontes de
financiamento, terão objetivos e conteúdos similares, mas com documentação
diferenciada associada aos mesmos. Os cinco documentos legais atualmente
usados pelo FPC em suas transações de compra das reduções nas emissões
são:

• Carta de Endosso do Projeto ou de Não Objeção (LoE);

• Carta de Intenção (LoI);

• Carta de Aprovação (LoA);

• Acordo de Compra das Reduções na Emissão (ERPA); e


• Acordo com o País Anfitrião (HCA) – observar que isso só é exigido para os
projetos de Implementação Conjunta (JI).

A LoE é escrita pelo país anfitrião do projeto (País Anfitrião) para o Banco
Mundial que atua como Curador para o FPC (Curador). A LoE é um endosso
unilateral do País Anfitrião do Projeto e normalmente é procurado pelo FPC
quando um projeto potencialmente viável é identificado. O propósito da LoE é
minimizar o risco para o FPC que um País Anfitrião possa mais tarde
determinar que o projeto não está alinhado com os seus critérios de
sustentação e (ou por outras razões) se recusar a emitir uma LoA. Nos casos
em que o LoA já tiver sido dada or estiver disponível num curto espaço de
tempo, O Curador pode dispensar a exigência de uma LoE.
A LoI é o primeiro documento escrito assinado entre a Entidade do Projeto e o
Curador.

A LoI é primordialmente uma carta de exclusividade que fornece ao FPC os


direitos exclusivos para negociar as condições de compra das reduções nas
emissões da Entidade do Projeto. Se a Entidade do Projeto retirar-se
unilateralmente das negociações, a LoI exigirá que ele pague uma quantia para
cobrir os custos de preparação do projeto.

A LoA é uma carta formal do País Anfitrião em que ele concede a aprovação
formal do projeto dentro dos propósitos do Artigo 12 do Protocolo de Quioto.
Umas exigência mais importantes da LoA é a confirmação de que o projeto
contribui para o desenvolvimento sustentável do País Anfitrião. A LoA é
exigida pelo Protocolo de Quioto e é, desse modo, essencial para a aceitação
do projeto pelo UNFCCC.

O ERPA é o principal documento legal que rege a compra e a venda das


reduções nas emissões pelo FPC. A entidade do projeto concorda, através do
ERPA, em vender todos os direitos, títulos e interesses sobre todas, ou sobre
uma porção especificada, das reduções dos gases de efeito estufa gerados
pelo projeto. O conjunto de direitos, títulos e interesses é definido como as
“Reduções nas Emissões”(ou Ers). O Curador concorda em pagar o preço de
compra especificado na entrega do relatório de verificação que verifica o
número das reduções nas emissões dos gases de efeito estufa produzido.
Além das provisões de compra e venda importantes sob o ERPA, existe uma
série de seções descrevendo as diversas obrigações, representações e
garantias bem como as condições precedentes ao desembolso dos recursos
que cobrem atividades tais como a implementação bem sucedida do projeto,
além do gerenciamento dos riscos identificados do projeto.

O HCA é exigido somente para os projetos JI e é acordado entre o País


Anfitrião e o Curador. No HCA, o País Anfitrião concorda em transferir um
montante de unidades de redução na emissão (ERUs) equivalente à
quantidade de ERs gerados pelo projeto para as contas dos participantes do
projeto FPC. Observar que a transferência real não está programada para
ocorrer até o início do primeiro período de compromisso do Protocolo de
Quioto.

6.8 As Questões de Riscos no Financiamento de Carbono


Existem diversos fatores de risco relacionados à gestão dos projetos LFG e no
financiamento de carbono. Esses fatores de risco podem tanto focalizar o
gerador dos créditos de redução nas emissões como o comprador dos créditos.
Algumas fontes potenciais de risco podem incluir:

• questões de tempo tanto para a obtenção dos contratos e para a validação


das reduções nas emissões;

• prazo de contratos insuficientes para o projeto tornar-se econômico;

• valor da redução na emissão no tempo;

• responsabilidades potenciais pelos projetos que não atingem o número de


reduções nas emissões;

• dependência da “situação voluntária” do projeto na legislação do país


anfitrião; e

• exatidão científica na seleção, monitoramento e controle do projeto.

A prioridade do comprador de CERs será essencialmente a de conseguir o


custo menos oneroso para os créditos das emissões a serem comprados. É
preferido que se dê ênfase sobre o mínimo de complexidade na transação. A
lista a seguir fornece alguma consideração para os compradores (e para a
compreensão dos vendedores) para minimizar os riscos potenciais do
financiamento de carbono como a seguir:

• pacotes de créditos para facilitar a negociação dos acordos;

• garantias do vendedor asseguram a validade das reduções;

• risco de crédito baixo e risco de desempenho baixo da contra-partida;

• demanda maior por transações simples em vez de investimentos. É muito


importante que o vendedor cria um pacote de venda efetivo; e

• a propriedade das reduções precisa ser claramente estabelecida no contrato.


A quantificação, o monitoramento e a verificação têm que ser feita por
terceiros.

A prioridade do vendedor de CERs, por outro lado, desejará o preço mais alto
possível pelos créditos das emissões a serem compradas. Algumas
considerações sobre uma oferta auxiliarão a minimizar os riscos e aprimorar o
esforço mercadológico potencial das reduções nas emissões incluem:

• quantidade e preço;

• o ano em que a atividade foi realizada;

• o ano em que a redução foi gerada;

• a localização e o método de redução;


• o ano base para medir a mudança incremental; e

• responsabilidade aceita pelo vendedor.

Ainda que a discussão precedente apresente um esboço resumido da questão


do financiamento internacional de carbono, e o ciclo de atividades de projetos
MDL UNFCCC, uma coleção mais abrangente de materiais de referências está
disponível no sítio da Internet UNFCCC CDM www.unfccc.int/cdm. Pessoas
potencialmente interessadas em desenvolver um projeto deveriam consultar
esse sítio na Internet para obterem informações detalhadas relacionadas ao
processo do MDL, às atualizações que possam ocorrer, os requisitos da
documentação e gabaritos apropriados.
PARTE 3 – AVALIANDO E DESENVOLVENDO
PROJETOS DE GESTÃO DO LFG

7
Os Fatores de Risco Relacionados aos Aspectos
Ambientais, Financeiros e de Manejo de Recursos dos
Projetos de Gestão do LFG.

O desenvolvimento crescente dos projetos LFGTE na América do Norte e na


Europa durante a última década aumentou a confiança do investidor nos
projetos LFGTE. Contudo, a recuperação de energia do LFG ainda não é tida
como uma indústria madura e, com freqüência, funciona nas margens da
viabilidade econômica e do conhecimento de engenharia com os incentivos não
econômicos dirigindo alguns projetos. Portanto, os riscos associados aos
projetos LFGTE devem ser bem compreendidos e apresentados, já que esses
fatores levarão aos empreendedores, usuário final e/ou financiador a vê-los
como projetos de alto risco.

No contexto do Manual, o risco é usado para se referir a todos os aspectos que


não possam ser razoavelmente conhecidos antes do início do projeto e tornar
todos os compromissos financeiros e de tempo exigidos para a execução de
um projeto LFGTE. Isso inclui os riscos e as incertezas que estão relacionados
a:

• taxa de geração e disponibilidade do LFG;

• tecnologia usada para coletar e utilizar o LFG; e

• a(s) fonte(s) potencial(is) de receita do projeto.

A tecnologia LFGTE está comprovada e tem potencial real para os locais nos
quais a geração, o Mercado, a legislação e as condições de investimento são
indutoras para o desenvolvimento de um local específico para o LFG.
Entretanto, as regulamentações e as políticas relacionadas com a utilização do
LFG ainda estão em fase de desenvolvimento na LAC, ainda que essas
políticas e regulamentações tenham o potencial para serem moldadas a favor
do desenvolvimento de tais projetos, a situação atual de incerteza deles
representa um risco e uma preocupação para empreendedores potenciais e
para as instituições de financiamento. Com o desenvolvimento potencial futuro
de um mercado internacional de carbono, há também uma oportunidade para
aprimorar mais o retorno so investimento em projetos LFGTE para aumentar a
probabilidade de que se tornem uma realidade na LAC.

7.1 Riscos da Disponibilidade do LFG

Os mecanismos para a geração do LFG e os fatores que afetam a quantidade


e a taxa de geração final do LFG são discutidos na Seção 2.0. Uma diminuição
na quantidade do LFG disponível causará impacto sério no sucesso de
qualquer projeto de gestão do LFG que se apóie nele como fonte direta ou
indireta de receita. Existem três áreas onde podem existir riscos de
disponibilidade do LFG: a quantidade de lixo que possa estar disponível para a
produção do combustível LFG; as características do lixo que produz o
combustível LFG; e o ambiente local que controla o processo de decomposição
anaeróbica que produz o combustível LFG.

A primeira área de risco é a quantidade real de lixo disponível. O risco é


introduzido caso haja incerteza sobre a quantidade de lixo já no local ou se
houver dúvidas relacionadas às quantidades futuras de lixo a ser aceito e
depositado em um local candidato. A segunda fonte de risco é a incerteza
sobre o percentual do lixo que é orgânico, sendo ambos presentes no aterro
sanitário proposto e o fluxo futuro de lixo e, assim, contribuir para o recurso
futuro do combustível LFG. No Modelo Scholl Canyon, uma gama de valores
de Lo representa essa incerteza. A terceira fonte de risco é a incerteza sobre
as condições sob as quais o lixo está em decomposição. Isso está
representado no Modelo Scholl Canyon por uma gama de valores k, baseados
nas condições do local.

Alguns dos riscos ou algumas das incertezas podem ser mitigadas com os
dados do teste de bombeamento em conjunção com o modelo LFG para
demonstrar a qualidade e as quantidades atuais auxiliando a refinar os insumos
parâmetros para o modelo. Entretanto, isso não mitiga todos os riscos já que
os testes de bombeamento podem somente indicar os recursos para o período
de realização do teste de campo, não podendo fornecer indicação alguma
sobre o recurso de gás futuro. Tipicamente, para se obter o financiamento para
um projeto de utilização, uma empresa privada exigirá um nível de segurança
razoável em que os modelos de taxa de produção e coleta de LFG sejam
representativos das condições reais.

O risco de disponibilidade pode ser reduzido e gerenciado através de diversas


formas:

• aplicando um multiplicador conservador (baixo) à curva de recuperação do


LFG modelada como proteção contra qualquer queda do combustível LFG
disponível;

• construindo e operando um sistema de coleta do LFG durante um período


mínimo acordado para verificar a presença e a quantidade do recurso LFG;

• executando o empreendimento em Etapas para minimizar os riscos de capital


associados com superdimensionamento do sistema de utilização do LFG, o
qual é o componente mais caro de um projeto; e
• utilizando qualquer ou todas as opções acima em algum tipo de combinação.

Quantificar esse fator de risco ou qualquer dos demais é difícil e não há uma
resposta ou formula simples que possa ser utilizada. O princípio básico que
quanto maior for o percentual de recuperação do LFG assumido, maior serão
os riscos inerentes do projeto. Isso é evidente em si, mas não é fácil quantificar
e precisa ser feito baseado especificamente no projeto.

BOX 8: A IMPORTÂNCIA DE UMA REVISÃO DO POTENCIAL DO


RECURSO LFG COM A DILIGÊNCIA DEVIDA
Um teste de bombeamento do recurso de LFG potencial pode auxiliar na
redução de algumas incertezas ao se estimar a quantidade de LFG disponível
no local e isso pode dar alguma confiança adicional aos parceiros financiadores
do projeto.
O estudo de caso do Aterro Sanitário de Kemerburgaz na Turquia dá um
exemplo claro do porque a análise do recurso LFG, incluindo o teste de
bombeamento, deveria ser responsabilidade das partes que tenham interesse
nos resultados para prover incentivo para se concluir e interpretar
apropriadamente os resultados do teste. Neste local, o teste de bombeamento
parecia indicar que havia suficiente LFG disponível no local para fazer gerar 4 a
6 MW de eletricidade. O teste de bombeamento foi realizado por um
empreiteiro sem experiência com a natureza e a importância do teste de
bombeamento e sem qualquer interesse próprio ou responsabilidade associada
com os resultados do teste. Subseqüentemente ao teste de campo, a primeira
etapa da usina foi construída com a capacidade para gerar 4 MW de
eletricidade. Até o presente, o local não foi capaz de suportar a primeira etapa
de desenvolvimento do LFGTE. Nesse ponto, não está claro se existiram
questões relativas ao recurso LFG ou questões sobre o desempenho do
sistema que foram as causas da queda do combustível. Esse exemplo de
estudo de caso reforça a premissa de que o fator mais crítico para qualquer
projeto LFGTE é saber e compreender tanto o local como o combustível em
termos práticos, além de assegurar que há flexibilidade no desenho e nas
estimativas de desempenho da instalação. Há grande risco financeiro se o
combustível LFG for avaliado de forma inapropriada. As partes com experiência
comprovada em projetos LFG deveriam realizar a avaliação que seria, então,
cuidadosamente revisada pelas partes com interesse no sucesso do contrato.
O quadro subseqüente reforça e ilustra alguns dos elementos mais importantes
do monitoramento do recurso LFG para assegurar que há uma compreensão
sólida do combustível potencial e que a uma alta confiabilidade no suprimento
do combustível pode ser mantida.

7.2 Riscos da Tecnologia LFG

Uma outra fonte de risco com projeto LFGTE é o equipamento utilizado para
coletar e gerir o LFG e o seu funcionamento. As tecnologias para coletar e
utilizar o combustível LFG são, em geral, bem desenvolvidas e confiáveis. Não
é a tecnologia ou o equipamento que colocam o projeto em risco, mas sim, as
condições específicas do aterro que podem limitar a aplicação e/ou a eficácia
das tecnologias já comprovadas.

Todo o LFG que estiver sendo gerado dentro do lixo não pode ser coletado.
Um sistema coletor de LFG bem desenhado e operado pode coletar
normalmente 75 por cento ou mais da quantidade total de LFG que é gerado.
Na subseção anterior, foi observado que a quantidade de LFG gerada é só
estimativa, e ela só é boa na medida em que os dados disponíveis e a
aplicação da avaliação do modelo do LFG também o forem.

Os riscos adicionais associados à taxa de coleta de LFG estão associados com


O&M dos sistemas coletores de LFG. O funcionamento e a manutenção fraca
ou inapropriada (O&M) poderá resultar na deterioração do sistema coletor de
LFG e na redução da quantidade e qualidade do LFG. Isso pode causar
impacto significativo na economia de utilização e pode ser uma preocupação
considerável para o proprietário da usina de utilização. A compreensão da
responsabilidade e das obrigações de todas as partes é essencial. Um aterro
sanitário funciona sob condições dinâmicas e é essencial que o programa O&M
seja pró-ativo e capaz de se adaptar e mudar no decorrer do tempo. Haverá,
por necessidade, um programa em andamento para reparação, substituição e
expansão para cuidar das condições alteradas num aterro sanitário em
evolução.

Existem implicações potencialmente sérias (por ex., incêndios no aterro


sanitário) relacionadas com o funcionamento inapropriado do sistema de
recuperação do gás ou de exagero no sistema. Super bombeamento de um
dreno de LFG pode ter sérias implicações de segurança, mas pode também
afetar negativamente o suprimento de combustível através da diluição e
redução da quantidade disponível de LFG e, desse modo, reduzir o valor
calorífico (o ideal é que o LFG coletado contenha metano com,
aproximadamente, 50 por cento do volume). Deve-se recordar sempre que um
sistema de extração de LFG bem desenhado e operado pode ter uma ampla
variação na taxa de coleta entre os drenos dada a extrema heterogeneidade da
massa de lixo.

Para contrabalançar os riscos, é importante que todo projeto utilize a


abordagem de análise do custo do ciclo de vida com avaliação de sensibilidade
para todas as áreas de incerteza encontradas na análise. Os contratos poderão
estipular taxas de coleta de LFG mínimas e/ou garantias com penalidades para
o não cumprimento, mas isso normalmente é inaceitável para os donos do
aterro sanitário e coloca um risco financeiro indevido para o proprietário do
aterro. Os riscos podem ser mitigados satisfatoriamente ao se assegurar os
níveis de esforços, organogramas e procedimentos associados com as
atividades de O&M. A adoção de uma política oficial tal como a implementação
de um sistema de manejo ambiental tipo ISSO-14000 no aterro pode aumentar
a segurança.

Expandir e manter um dreno coletor de LFG no campo para coletar gás é uma
responsabilidade que precisa ser definida claramente para proteger e
assegurar os fluxos de receitas para qualquer projeto LFGTE. A maioria dos
projetos LFGTE tem uma vida útil potencial acima de 20 anos e ao se preservar
esse ativo de longo prazo pode auxiliar em assegurar a
viabilidade/oportunidade financeira para gerar um retorno apropriado para o
investimento.

O LFG é um gás úmido e potencialmente corrosivo que poderá exigir algum


nível de pré-tratamento antes da sua utilização. Esse item é primordialmente
uma questão financeira que se relaciona com o custo da vida útil de um projeto
e não é um risco de tecnologia já que as tecnologias normalmente são bem
desenvolvidas e testadas.

Uma outra área de risco é o potencial de conflito entre o aterro sanitário em


funcionamento e o sistema coletor e de utilização do LFG. Na maioria dos
casos, os melhores locais para os projetos de gestão de LFG são aqueles que
usam o LFG de um aterro em atividade. Para ter esse trabalho, o desenho e o
funcionamento do sistema LFG não pode intervir com o propósito primordial do
aterro, o despejo de lixo. Isso inclui a resolução de conflitos entre o
funcionamento e os sistemas (i.e., sistema coletor de chorume) no aterro em
atividade.

Em ambos casos, ter pessoal operacional bem treinado que compreende a


natureza do recurso LFG, além as operações básicas do aterro sanitário, pode
mitigar o risco.

7.3 RISCO DE REGULAMENTAÇÃO E APROVAÇÃO

A implementação futura das regulamentações que exijam a coleta do LFG


poderá prover um obstáculo para o desenvolvimento de vários projetos de
gestão do LFG porque a criação de crédito pela redução na emissão só pode
ser alcançada através de ação voluntária. Portanto, os legisladores devem
estar conscientes de todas as implicações potenciais da legislação criada para
cuidar da coleta e utilização do LFG.

A coordenação das autorizações e aprovações para aterros sanitários em


atividade que permaneça operacional concorrentemente ao projeto de gestão
do LFG é essencial para a viabilidade do projeto. Quaisquer conflitos entre os
requisitos e os objetivos de cada operação precisam ser solucionados e
acordados através da integração e cooperação apropriada de modo que a
viabilidade do projeto não seja afetada.

O prazo necessário para se obter as autorizações e aprovações é também um


risco. Os projetos de gestão do LFG são sensíveis ao tempo devido ao forte
declínio que ocorre nas taxas de geração do LFF após o encerramento do
aterro e, especialmente nas regiões da LAC onde o conteúdo orgânico do lixo e
as taxas de decomposição são mais altos do que na América do Norte e na
Europa.

7.4 Os Fatores de Risco Mercado/Receita

A natureza marginal da maioria dos projetos de gestão do LFG, particularmente


os projetos LFGTE, significa que freqüentemente eles baseiam-se em mais de
uma fonte de receita para torna-los viáveis..
Diversos aspectos desses fluxos de receitas são externos ao projeto, mas
podem ter um impacto importante sobre a economia do projeto. Esses fatores
incluem a incerteza em relação ao preço futuro da eletricidade ou do
suprimento de combustível. Há também o risco que ocorre com a incerteza
relacionada com o valor futuro das reduções nas emissões.

A competitividade dos projetos LFGTE dependerá do preço de Mercado das


fontes de energia concorrentes. O cálculo econômico do LFG é normalmente
atado ao preço do combustível fóssil, exceto se existirem incentivos de custo e
de preços. Num mercado aberto, os consumidores provavelmente descontarão
as vendas de LFG devido aos riscos percebidos com a utilização de fonte não
convencional de combustível. Segue-se que, num mercado aberto, os projetos
LFG serão provavelmente mais viáveis financeiramente nos países com custos
de energia mais altos.

O número de partes reivindicando propriedade do LFG poderá, algumas vezes,


complicar a utilização do LFG como um recurso e o acesso a receita
suplementar associada com os CERs. As questões de propriedade e de
direitos dependem da natureza da indústria do lixo nas jurisdições específicas
na LAC.

A Seção 4.0 delineia em detalhes algumas das implicações que as mudanças


no mercado de energia podem ter sobre os projetos LFGTE. A seção 5.0
delineia em detalhes algumas das implicações que as mudanças nas
regulamentações governamentais podem ter sobre os projetos de gestão do
LFG. A seção 6.0 delineia o desenvolvimento atual do mercado de
financiamento de carbono.

Em todos os casos, é importante reconhecer as fontes potenciais de risco para


o projeto de modo que eles possam ser calculados e gerenciados
corretamente. Como parte da avaliação econômica do projeto, uma análise de
sensibilidade deveria ser realizada para quantificar o impacto que as mudanças
nos diversos fluxos de receita possam ter sobre o projeto.

O modo mais simples e mais efetivo para eliminar o risco de mercado é


simplesmente através de negociação e execução de contratos de longo prazo
para a venda de energia e CERs que dão suporte a um ROI adequado para
permitir o prosseguimento de um projeto proposto. É freqüentemente possível
conseguir garantias de desempenho e disponibilidade para compensar
qualquer risco de desempenho do equipamento. Pode ser possível obter
seguro para os projetos contra moedas e para alguns dos riscos de mercado.
Idealmente, a estrutura de regulamentação em diversos países na LAC poderia
implementar políticas e regulamentações que poderiam auxiliar assegurar que
os valores da energia para os projetos de “energia verde” fossem, de algum
modo, protegidos; pelo menos, para os projetos negociados e executados com
base nas receitas suplementares.

BOX 9: NEGOCIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO CONTRATO DE VENDA DE


ENERGIA
A obtenção garantida de ágio para a energia “verde” pode ser algo difícil de se
fazer, particularmente enquanto as empresas de energia estiverem somente
começando a considerar seriamente a energia elétrica gerada de fontes
renováveis. Uma vez construída a usina, a equipe do projeto LFGTE está em
desvantagem nas negociações, particularmente nos mercados de energia
regulamentados. O projeto LFGTE de Getlini fornece um exemplo dessas
dificuldades.

A equipe do projeto LFGTE de Getlini LFGTE em Riga, Latvia, determinou que


a atividade mais lucrativa para a usina era a produção de eletricidade para ser
vendida à rede. Inicialmente, foi negociado um contrato de dois anos com a
empresa de energia elétrica. Esse contrato incluía um ágio no peço para a
energia “verde”que aumentou o preço de venda da eletricidade de $40
USD/MWh para $52 USD/MWh. Entretanto, alguns atrasos ocorreram no
projeto e o contrato terminou, exigindo novas negociações. Desta vez, a
empresa de eletricidade decidiu em não oferecer um ágio no preço da energia
elétrica produzida no aterro. As negociações estão atualmente em andamento
para esse projeto, mas o ágio de 30% na receita com as vendas da energia
elétrica tem óbvias implicações diretas e graves para a viabilidade financeira do
projeto.

A foto a seguir é a vista da entrada da usina de LFGTE no Aterro Sanitário de


Keele em Toronto, Canadá. Essa é uma usina geradora de 35 MW que está em
funcionamento por quase dez anos, com vida útil de, pelo menos,

outros 15 anos e que foi construída com um custo de capital de


aproximadamente $500.000 (US$) por MW de capacidade geradora instalada.

Desde a construção da usina LFGTE de Getlini, o governo da Látvia criou lei


que obriga as empresas de eletricidade a comprarem energia elétrica
produzida de fonts renováveis com ágio estabelecido. Sob a nova legislação,
leva-se normalmente de 2 a 3 meses para se negociar e aprovar um contrato.
Infelizmente, essa lei não é retroativa e, portanto, não auxiliam nas
negociações de energia elétrica em Getlini.
8
Estudo de Pré-investimento
As seções 8 e 9 estão desenhadas para usar as informações genéricas e o
material de suporte, fornecidos na Parte 1 e Parte 2 do Manual, para ilustrar
como levar um projeto proposto através das diversas etapas necessárias para
se avaliar e executar um projeto de gestão de LFG bem sucedido. A Figura 8.1
apresenta um fluxograma das diversas etapas nessas duas seções para
auxiliar com texto as explicações fornecidas.

Desenvolver projetos candidates é um exercício complexo, mas os benefícios


potenciais são ambientalmente significativos e podem ser economicamente
significativos se certas condições de mercado e valores para produtos
energéticos existirem. O desenvolvimento de um projeto de gestão do LFG
pode prover incentivo para melhorar o desenho e o funcionamento geral do
aterro sanitário através de suporte financeiro para o sistema de manejo do lixo,
além da redução nas emissões de GHG.

Na seção 8, o Manual tentará dar ao leitor a capacidade para avaliar se um


projeto proposto pode ser ou não potencialmente viável. Espera-se que seja
necessário ter uma “abordagem de equipe” para avaliar completamente a etapa
de pré-investimento para um projeto de gestão do LFG proposto, mas espera-
se que um usuário do Manual possa realizar uma primeira seleção da
probabilidade de um projeto proposto vir a ser desenvolvido. O Manual deve
prover também a base para o leitor formular e perguntar corretamente as
questões para avaliar a viabilidade de um projeto proposto nas áreas que
possam estar fora da experiência e especialidade do leitor. Reconhece-se que
a experiência e os conjuntos de habilidades requeridos para avaliar
completamente um projeto exigirá provavelmente uma abordagem de equipe.
O Manual pode ser usado para formular a base para a montagem de uma
equipe de projeto que tenha a experiência e os recursos requisitados para
seguir adiante com o projeto.

Existem alguns princípios e questões muito básicas que precisam ser sempre
questionadas e cuidadas na etapa de pré-investimento que leve a um projeto
de gestão do LFG bem sucedido. No final da etapa de pré-investimento, o que
se segue deve ser compreendido e quantificado claramente:
OBSERVAÇÃO: EXISTEM MARCOS E REQUISITOS ESPECÍFICOS NO PROCESSO MDL
QUE PRECISAM SER COORDENADOS JUNTO COM O DESENVOLVIMENTO GERAL DO PROJETO.
Figura 8.1a
FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG
ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDAL
Figura 8.1B
FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG
ETAPA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDAL
Figura 8.1C
FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG
ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO, COMISSIONAMENTO E OPERAÇÃO DO PROJETO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDAL
(i) O recurso LFG precisa ser estimado e as análises de sensibilidade
concluídas para as quantidades de gás presente e futura que podem ser
geradas e recuperáveis no aterro proposto. Isso inclui a quantificação de
quaisquer riscos ou incertezas que possam afetar as quantidades de gás
recuperáveis;

(ii) Os mercados para os produtos energético e os benefícios da redução na


emissão precisam ser conhecidos e quantificados juntamente com uma
compreensão clara da propriedade e controle do LFG e de quaisquer CERs
potenciais;

(iii) A equipe do projeto precisa ser estabelecida com a compreensão total das
áreas de responsabilidade e responsabilização;

(iv) O desenho conceitual precisa estar concluído num nível que permita
adequar as estimativas de custo tanto para o capital como para os custos
operacionais para apoiarem as negociações para os fluxos de financiamento e
de receita; e

(v) Precisa haver uma compreensão de como o projeto de gestão do LFG


integrará a instalação de manejo do lixo em geral e do sistema que gera o
recurso LFG, incluindo uma compreensão clara de quaisquer regulamentações,
aprovações ou políticas que possam afetar o projeto proposto.

Os princípios e os objetivos básicos deveriam ser revisados no final da etapa


de Pré-Investimento para assegurar que estejam totalmente tratados antes de
se seguir para a etapa de desenvolvimento detalhado do projeto.

BOX 10: ESTUDOS DE PRÉ-VIABILIDADE DE UM PROJETO


DEMONSTRATIVO NO MÉXICO

Existem diversas condições que deveriam ser vistas ao se considerar um


projeto LFGTE potencial. Nos casos em que existam vários locais que têm o
potencial para o seu desenvolvimento, existem questões importantes que
necessitam ser analisadas para se escolher o melhor local ou locais para
investir.

Como um aterro é construído e operado é importante para a compreensão do


desenvolvimento potencial de um local proposto. A foto a seguir é um local
enorme em Salvador, Brasil que tem células grandes concluídas e áreas novas
em desenvolvimento. Um aterro que ainda estiver aberto recebendo lixo pode
auxiliar a dar segurança da sustentação do recurso LFG como combustível.
O Banco Mundial realizou um estudo de pré-viabilidade para selecionar um
local candidato para abrigar um projeto demonstrativo de LFGTE no México. O
estudo original analisou 33 aterros para satisfazer os critérios iniciais: acima de
500.000 habitantes; precipitação mínima de 200 mm; e uma temperatura média
anual entre 15°C e 30°C. Os 33 aterros iniciais foram avaliados em relação a
compatibilidade técnica, financeira e institucional para um projeto LFGTE. Essa
avaliação incluiu:

• Questões técnicas em nível regional e municipal;


• As condições econômicas; e
• As considerações financeiras, sociais, políticas e jurídicas.
Isso levou a uma lista curta de sete municípios com um total de dez aterros
sanitários, aos quais foram enviados questionários solicitando informações
técnicas, institucionais e sociais sobre os aterros.
Os usos finais para o LFG que foram considerados incluíram:
• Geração de energia elétrica para ser vendida à CFE (a ser utilizada na rede)
ou para o município;
• Fornecimento direto de LFG para as indústrias próximas;
• Fornecimento de metano comprimido para uso doméstico através de
gasoduto industrial; e
• Purificação do LFG a ser usado como gás metano a ser utilizado como
combustível para veículos

Análise financeira, técnica e de acesso ao mercado dessas opções levou à


conclusão que a melhor opção era pela venda da eletricidade para o município
anfitrião.
As considerações sociais incluíram um estudo comparado do número de
varredores de rua no local e a distância até as residências, além da postura
das autoridades e sindicatos locais.

Quando se concluiu as comparações, o Aterro Sanitário de Salinas Victoria em


Monterrey, México, foi selecionado como o local para o projeto demonstrativo.
Após a seleção desse local, foi realizado um estudo detalhado de viabilidade
técnica e financeira, refinando ainda mais as informações anteriores, antes do
compromisso final do projeto e o início da construção.

8.1 Pré-viabilidade Técnica

Para avaliar a viabilidade de qualquer projeto é importante, primeiro,


compreender a natureza e as características específicas do combustível que se
tornará a base do projeto. Para os projetos de LFG, o combustível é, na
realidade, um subproduto do sistema de manejo do lixo que coloca matéria
org6ancia no aterro. O reconhecimento desse fator é crucial para a
compreensão dos elos que o projeto proposto precisa ter com o sistema de
manejo do lixo que gera o combustível. Isso significa também que algum
conhecimento e compreensão prévios do sistema de manejo do lixo geral são
um pré-requisito para o desenvolvimento de uma unidade de gestão do LFG
bem sucedida no local proposto e no gerenciamento dos riscos econômicos do
projeto. É importante para todos os participantes do projeto estarem
conscientes da natureza do recurso do LFG e do sistema de manejo do lixo,
mesmo nos casos onde outras partes possam reter a responsabilidade pelo
suprimento do combustível LFG. Um recurso LFG não deveria ser visto
simplesmente como um outro serviço tal como o fornecimento do combustível
de gás natural. É importante para todos os participantes compreenderem esse
fator ao se determinar os riscos/vantagens respectivos de um projeto proposto.

O Quadro 8.1 apresenta um quadro geral do sistema de manejo do lixo que


deve ser preenchido até onde seja prático, como base para o desenvolvimento
das estimativas iniciais da geração do LFG e para avaliar os limites de certeza
na estimativa de geração. Os objetivos primordiais no preenchimento do
Quadro 8.1 são obter a melhor base possível para a estimativa da massa de
matéria orgânica que estaria disponível no aterro proposto para a geração do
LFG e para obter uma compreensão básica das condições gerais do local para
auxiliar na estimativa de recuperação do LFG. Esse exercício para
compreender o combustível é aplicável para todos os projetos propostos,
incluindo a responsabilidade pela coleta de suprimento do combustível LFG.
Nesse ultimo caso, a diligência devida in se ter a compreensão do recurso do
combustível ainda é necessária para a revisão e negociação dos prazos e das
condições para qualquer arranjo contratual entre as partes.
QUADRO 8.1
PLANILHA DE DADOS DO LOCAL CANDIDATO – DESENVOLVIMENTO DE PROJETO POTENCIAL
DE LFG
MANUAL PARA A PREPAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
Nome do Aterro: Localização do Aterro:

Nessa etapa do processo, os estudos de pré-viabilidade técnica serão um


estudo e uma inspeção total do local sem a exigência de pesquisas intrusivas.
Em muitos casos, poderá ser difícil obter todas as informações sugeridas no
Quadro 8.1. Isso não impede a avaliação de ser concluída, mas afetará a
abordagem no desenvolvimento da análise de sensibilidade da geração e
recuperação esperada do LFG. Queiram referir-se à Seção 2 para uma revisão
das equações modelos e das diretrizes para a seleção dos parâmetros de
insumos apropriados adequáveis ao local específico em avaliação.

Utilizando toda a informação agrupada no Quadro 8.1 é possível, então,


designar os parâmetros modelos e gerar uma estimativa inicial da geração de
gás. Uma análise de sensibilidade do potencial de geração de gás deveria,
então, ser elaborada usando-se uma gama de parâmetros de insumos
conservadores que deveria estar baseada no conhecimento específico do local.
Além disso, a geometria (por. ex., profundidade ou lixo e área de aterro) e a
meteorologia (precipitação e condições de temperatura) específicas para o
local serão utilizadas para auxiliar o desenvolvimento da análise de
sensibilidade da geração de gás.

Um dos fatores que merece atenção especial no caso da avaliação da geração


de LFG é a estimativa futura. O LFG é gerado pelo lixo que já tenha sido
depositado no aterro, mas é também uma função do lixo que está projetado a
ser depositado no aterro nos anos vindouros. A estimativa de geração de gás
leva em consideração esses elementos, mas há necessidade de uma revisão
secundária das projeções das quantidades futuras de lixo para se ver como as
alterações no insumo lixo no aterro pode afetar um projeto potencial.

Assim, é necessário aplicar um fator de eficiência ou de coleta nas estimativas


de geração do LFG apontadas acima para designar uma quantidade
recuperável de LFG. Essencialmente, esse fator reconhece que nem todo o
LFG que estiver sendo gerado pode ser coletado. Como discutido na seção
2.6, existem compensações econômicas entre o custo da coleta e a eficiência
da coleta. Um sistema coletor de gás bem desenhado pode coletar
normalmente 75 por cento ou mais da quantidade total de gás que é gerado. O
nível de certeza e o risco financeiro inerente podem ser gerenciados
efetivamente, assumindo-se que os parâmetros de insumo apropriados são
designados para a modelagem, além de haver uma compreensão sólida dos
sistemas de manejo de lixo específicos para o local.

Para facilitar o processo de seleção inicial, uma planilha modelo simples foi
fornecida para auxiliar na etapa de avaliação inicial do recurso. Essa planilha
baseia-se no Modelo Scholl Canyon escrito na seção 2.2. O Quadro 8.2 é um
quadro de dados de insumo que pode ser usada para elaborar a informação
sobre a quantidade de lixo a ser usada na modelagem da geração do. O
quadro exige estimativas das quantidades de lixo expressa em toneladas
métricas para cada um dos anos em que o aterro estiver em funcionamento e
para as projeções futuras de depósito de lixo. Para alguns locais, isso pode ser
um simples exercício, mas para outros que têm dados limitados, isso poderá
exigir algum esforço e premissas para desenvolver o campo de insumos
necessário. Para esses locais com pouco ou nenhum dado, a estimativa da
quantidade de lixo pode ser difícil. Normalmente, sabe-se o ano em que o
aterro foi inaugurado, mas freqüentemente as quantidades anuais de lixo
depositado não estão disponíveis sobre parte ou toda a história do local.
Assumindo-se que há um plano de aterro válido e limites definidos par o
despejo do lixo, poderá ser possível estimar o volume de lixo no local com base
nos dados históricos e atuais para a determinação do volume de ar que fica no
aterro. Então, é necessário converter esse volume em densidade aproximada
do lixo baseado numa compreensão dos equipamentos e das práticas de aterro
utilizadas.
QUADRO 8.2
QUADRO DOS DADOS DE INSUMO DE UM LOCAL CANDIDATO – DESENVOLVIMENTO DE PROJETO POTENCIAL DE LFG
MANUAL PARA A PREPAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL

Parâmetros Modelos

Taxa de produção de gás de aterro sanitário, k = 0.05 year-1


Produção potencial de CH4, Lo = 170
Produção potencial de Gás, Lo = 340 m3/tonnes
Período antes do início da produção de gás, lag = 1 years
Ano de abertura do aterro sanitário 1990
Ano de encerramento do aterro sanitário 2015
Número de anos de produção após encerramento do aterro sanitário 50
Metano (em volume) 50%
Fator de ajuste para quantidade de lixo inerte 0%
Fator de recuperação assumido 70%

Preencha SOMENTE as células sombreadas.

Dados do Gás
Densidade do CH4 (STP 0.72 kg/m3
Densidade do CO2 (STP 1.97 kg/m3
Valor Energético 18.63 MJ/m3
500 Btu/ft3
As densidades do lixo num aterro sanitário pode variar de menos de 500kg /m3 a mais de 1000 kg/ m3 e devem ser designadas com
base no conhecimento das condições específicas do local, incluindo a geometria do aterro. Com freqüência, é uma boa prática a
verificação cruzada da quantidade estimada em relação as estimativas industriais de geração de lixo per capita para a área geográfica
onde estiver localizado o aterro. O fator de risco das projeções das quantidades de LFG gerado depende da confiança sobre a massa
de lixo depositada. Designar as quantidades disponíveis e projetadas de lixo é um passo crucial já que são essas quantidades que
representam o potencial do recurso. Qualquer análise de sensibilidade deveria ser desenvolvida com o conhecimento da gama
potencial de matéria orgânica a ser decomposta dentro do aterro proposto.

Caso haja uma parte do aterro, o qual é sabido conter lixo não orgânico e, portanto, não decomposto (não contribui na geração de gás
tal como entulho de tijolo ou concreto), pode-se aplicar um fator de redução nas quantidades de lixo que é usada como insumo no
Quadro 8.2 para o percentual de lixo inorgânico presente. Só é recomendado fazer uma redução direta para o lixo inorgânico se
existirem registros que documentem essas quantidades. Deve-se reconhecer que o exercício de modelagem aplicado é empírico por
natureza. Se designado corretamente, os parâmetros modelo têm a intenção de reconhecer que somente uma parte da quantidade
total de lixo é orgânica. O parâmetro Lo leva esse fator em consideração. O parâmetro Lo normalmente está na faixa de 170 m3/ton de
lixo, assumindo-se um conteúdo médio de umidade de 25 por cento. De fato, esse é um valor médio devido o lixo inorgânico que não
se decompõe não geraria gás LFG e uma tonelada de matéria orgânica que possa ser totalmente decomposta teria um Lo
aproximando-se a 400 m3/ton.

É importante que qualquer análise de pré-viabilidade para um projeto em perspectiva dê muita atenção para a avaliação do recurso
LFG. Todos os cálculos subseqüentes, as quantidades retiradas e as projeções financeiras basear-se-ão nessa estimativa e, por isso,
merece uma atenção e compreensão estrita.

Após a conclusão do quadro da quantidade de insumo, a modelagem da geração de LFG pode utilizar, assim, os dados para gerar as
curvas de geração de gás específicas para o local. O Quadro 8.2 utiliza os dados compilados e calcula as taxas anuais de geração de
LFG para cada ano da vida útil de geração do local proposto. A Figura 8.2 apresenta os dados de geração do LFG num formato de
gráfico para facilitar a interpretação e auxiliar no dimensionamento da instalação de coleta e de utilização do LFG. A Figura 8.2
apresenta uma análise de sensibilidade potencial para a geração de LFG que pode, assim, ser usada para designar os parâmetros de
desenho do projeto e das metas de coleta de LFG. A FigurA 8.3 utiliza as curves produzidas na Figura 8.2 e designa uma quantidade
potencialmente recuperável de LFG num número que demonstra também o fluxo aproximado de LFG típico necessário para a geração
de energia elétrica (em incrementos de 1 MW).
Figura 8.2
GRÁFICO DA GERAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
A seleção de uma constante k e um parâmetro Lo específico para o local para a
modelagem em computador requer alguma compreensão das características do local e
do lixo. No exemplo específico dado, assumiu-se o seguinte:

• os valores para k de 0.04 e 0.06 foram utilizados já que o local presumidamente


encontra-se em clima quente com mais de 30 polegadas anuais de precipitação;

• a quantidade de lixo anual foi estabelecida em 500.000 tons./ano. Assumiu-se para


os propósitos desse exemplo que não há informação caracterizando especificamente o
lixo disponível que permitiria ajustar-se essa quantidade. A variação para Lo foi fixada
entre 150 a 190 m3/ton de lixo, dado que o lixo é suposto como uma mistura típica de
resíduos sólidos municipais, industriais, comerciais e institucional não danosos; e

• uma analise de sensibilidade deveria usar tanto os valores menores como maiores
para Lo e k no desenvolvimento de uma análise da geração potencial de LFG. A curva
LFG gerada será usada como base para todas as discussões posteriores relativas às
etapas de pré-viabilidade e de desenvolvimento detalhada.

As curvas usadas na Figura 8.3 para a análise subseqüente são baseadas nos fluxos
médios de gás da análise de sensibilidade e uma taxa de recuperação do LFG
assumida de 75 por cento.

Usando-se a curva de geração de LFG, é necessário agora designar a base do


desenho para um sistema coletor de LFG. Normalmente, uma taxa de fluxo máximo de
segurança é para o dimensionamento preliminar de um sistema coletor de LFG. É boa
prática usar o pico de geração de LFG, na parte superior da curva, para dimensionar
esses elementos do desenho. O elemento sistema coletor é uma pequena parte do
custo total de um sistema completo. Entretanto, é também um fator limitante para a
capacidade de um sistema de utilização. É extremamente recomendado que o sistema
coletor seja dimensionado para a quantidade máxima de gás que potencialmente
poderia ser coletado com base nas análises de modelagem. Os custos da tubulação
de maior diâmetro é um elemento relativamente menor dos custos, mas poderia ser
um estorvo no desenvolvimento futuro se for sub-dimensionado. O outro fator
dominante no desenvolvimento tanto do desenho conceitual como do custo de um
sistema coletor é dirigido pela área de depósito de lixo ou as pegadas do aterro. É
necessário saber também a profundidade do lixo para se estabelecer a densidade
apropriado do drenos de extração ou das camadas para a extração do LFG neste
aterro.
Regras gerais para o desenho conceitual de um sistema LFG incluem:

• permitir um sistema de anel ao redor da célula de despejo;

• estabelecer o dreno inicial em 60-75 m sobre o centro. Na etapa de pré-viabilidade,


pode-se simplesmente usar a área disponível para depósito de lixo, dividida pela área
de influência presumida para cada dreno;

• curvas positivas de toda a tubulação para permitir que o condensado gerado pelo
LFG drene da tubulação para impedir que o líquido bloqueie o fluxo de LFG na
tubulação;
•vácuo aplicado disponível para dreno individual de gás ou para as camadas não
deveria exceder a 20 polegadas de coluna d’água; e

• os sistemas de tubulação deveriam ser selecionados para fluxo alto, velocidade baixa
e minimizar as perdas por atrito no sistema.
QUADRO 8.3
LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS
SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial

Item Descrição. Unidade Quantidade Preço Unitário ($US) Sub-total

A Desenvolvimento e Administração do Projeto


1 Gerente/administração do Projeto L.S
2 Estudos e Avaliações de Pré-Investimento L.S
3 Desenvolvimento do Projeto e Revisão com L.S
Devida Diligência s L.S
4 CER ou Aplicação de Custo/Taxa Equivalentes L.S
5 Autorizações e Aprovações L.S
6 Mobilização e Início do Projeto L.S
7 Títulos L.S
8 Seguros L.S
9 Plano de Saúde e Segurança L.S

B. Sistema de Coleta de LFG


1 Perfuração e Instalação do Dreno M
2 Escavação e Valas m3
3 Dreno Vertical de Extração de LFG Conexões e EA.
Câmaras Well Head c/w valve, orifício, tubos,
acessórios, Perfuração c/ cobertura abóboda
4 Escavação de Valas Horizontais p/ Extração de l.m.
LFG
EA
5 Válvula chambers (c/w tubulação e acessórios) l.m.
6 a) Cabeçalho c/w 450mm dia. tubos, acessórios,
válvulas
b) Cabeçalho c/w 400mm dia. tubos, acessórios,
válvulas
c) Cabeçalho c/w 350mm dia. tubos, acessórios,
válvulas
d) Cabeçalho c/w 300mm dia. tubos, acessórios, l.m.
válvulas
e) Cabeçalho c/w 250mm dia. tubos, acessórios,
válvulas
f) Cabeçalho c/w 200mm dia. tubos, acessórios,
válvulas l.m.
7 a) Sub-cabeçalho c/w 200mm dia. tubos, l.m.
acessórios, válvulas
b) Sub-cabeçalho c/w 150mm dia. tubos,
acessórios, válvulas EA.
c) Sub-cabeçalho c/w 100mm dia. tubos, l.m.
acessórios, válvulas l.m.
8 Limpeza da tubulação e câmaras l.m.
9 Tubulação lateral para valas c/w 150mm dia. l.m.
tubos, acessórios, válvulas
Tubulação lateral para valas c/w 100mm dia.
tubos, acessórios, válvulas
10 Câmara de captura do condensado
11 Condensate forcemains
12 Galerias e cruzamentos
13 Buried airline and fittings
QUADRO 8.3
LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS
SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
Banco Mundial
gerar múltiplos de mega watts (MW) equivalentes de energia elétrica. Usando o
exemplo fornecido, segue-se que uma instalação de 7 MW poderia ser
totalmente usada por período de 20 ou mais anos sem risco significativo algum
de disponibilidade de combustível para suprir essa instalação. Uma afirmação
semelhante poderia ser feita para uma instalação de até 9 MW caso não
existam reduções significativas nas quantidades futuras de lixo recebido pelo
aterro. Entretanto, para a instalação de 7 MW acima, há algum risco de que o
aterro sanitário não possa ser capaz de suprir o combustível LFG adequado
para todo o período de 20 anos de contrato se houver qualquer alteração
significativa na programação futura do lixo depositado no aterro. Essas
questões e as sensibilidades associadas ao risco são mais evidentes a medida
em que aumenta o tamanho da unidade. Na etapa de pré-investimento, o uso
desse tipo de abordagem de seleção pode auxiliar assegurar uma decisão do
tipo “prosseguir” ou “terminar. Por exemplo, caso o cálculo econômico de uma
instalação de 7 MW oferecer um ROI adequável ao interesse da equipe
empreendedora pelo seu prosseguimento, o estudo de pré-investimento pode
ser concluído com uma abordagem por etapas que reconheça a condição de
referência base e que os benefícios adicionais e o aprimoramento maior no
custo econômico geral possa ser alcançado por um projeto maior. Caso a
instalação de 7 MW seja economicamente viável, a decisão “prosseguir” ou
“não prosseguir” para um local proposto já terá sido tomada. Contudo, se o
cálculo econômico indicar que uma instalação mínima de 9 MW ou maior seja
requerida para que um projeto proposto seja viável, será necessário, assim,
esforço adicional para avaliar os riscos de alcançar a capacidade mínima do
projeto. O nível do esforço e a necessidade de dados e informações
específicas do local antes da decisão sobre o prosseguimento ou não seja
tomada. É importante que os critérios de investimentos estejam claros e os
obstáculos conhecidos e estabelecidos para se usar de modo efetivo a
avaliação de pré-viabilidade.

O Quadro 8.4 provê um esboço para os elementos operacionais chaves de um


sistema de utilização do LFG.
Usando esse formato, uma estimativa preliminar do custo de capital pode ser
desenvolvida para o tamanho da instalação em consideração. As análises das
sensibilidades (por ex., usinas de 4,5 e 6 MW) para compreender os cálculos
econômicos relativos de cada opção. Os princípios utilizados a serem aplicados
a uma usina geradora de energia elétrica serão aplicados também para outros
usos finais do combustível LFG. Algumas considerações adicionais ou distintas
para um projeto de uso direto do combustível são:

• perfil do uso do combustível nos mercados. Isso significa uma compreensão


do perfil de uso do combustível por hora, dia, semana, mês e ano;

• acesso aos mercados através de gasodutos existentes e novos;

• requisitos de entrega do combustível, incluindo pressão, qualidade do gás,


além do teor de umidade; e

• prazo dos acordos para a venda do combustível LFG. Os contratos


necessitarão tratar das garantias para a compra de quantidades mínimas de
LFG definidas e quaisquer implicações relacionadas à diminuição ou o não
fornecimento do combustível LFG.
Utilizando-se toda a informação discutida acima e nesse Manual, a equipe do
projeto de um projeto potencial em um local proposto deveria ser equipada com
informações e conhecimento para permitir-lhe começar estabelecer a estrutura
para uma oferta e uso do recurso LFG.
QUADRO 8.4
LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS
SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.4
LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS
SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
Banco Mundial

O último elemento, potencialmente o mais crucial, dos insumos técnicos para


os estudos de pré-investimento é o subsídio necessário para o funcionamento
e manutenção tanto do sistema coletor como de utilização. Qualquer avaliação
econômica deveria basear-se numa análise completa dos custos da vida útil
para qualquer aterro proposto ou projeto potencial. Embora seja difícil elaborar
orçamento dos custos operacionais sem o conhecimento específico do sistema
candidato e da tecnologia selecionada, o Quadro 8.5 fornece algumas diretrizes
preliminaries que podem ser utilizadas na etapa de pré-investimento.
Quadro 8.5 –Custos Operacionais e de Manutenção e Variações de Aplicação

Descrição Aplicação Variação Anual de Comentários


Custo
Coleta e Queima de LFG
Custo Base Todos os $30,000 to $40,000 Assume-se que o sistema de
locais coleta ativo existe
Adicionar $1500 a Somente aplicável como uma
>10 hectares $2500 por hectare, p/ regra preliminar básica e deve
cada hectare adicional ser revisada na etapa de
na área de disposição detalhamento do projeto
E.g., um aterro típico de 30
hectare teria um custo O&M
anual variando entre $75,000 a
$115,000

>50 hectares Adicionar $1000 to


E.g., um aterro típico de 75
$2000 por hectare, p/
hectare teria um custo O&M
cada hectare adicional
anual variando entre
na área de disposição
$105,000 to $190,000

Utilização do LFG
<1 MW NA Tipicamente, esses aterros não
são viáveis para utilização caso
tenham que pagar pelo custo de
coleta do LFG
Poderia ser considerado caso o
custo ativo da coleta de gás
não for incluído

>1MW, $0.012 to E.g., uma instalação típica de 2


< 3MW $0.015/kWh MW teria um custo anual de
O&M variando entre $210,000
a $260,000

E.g., uma instalação típica de 6


>5 $0.011 to MW teria um custo anual de
$0.014/kWh O&M variando entre $580,000
to $735,000

E.g., uma instalação típica de


>10 MW $0.009 to 12 MW teria um custo anual de
$0.012/kWh O&M variando entre $950,000
to $1,260,000

Os dados acima dão alguma orientação relacionada aos custos O&M para uma
usina. Os custos para uma usina de combustível direto precisam ser
desenvolvidos caso a caso, mas alguns princípios básicos se aplicam. Os
custos fornecidos nessa serão não incluíram provisão alguma para os custos
administrativos que serão discutidos no contexto das condições específicas de
mercado.

É importante que qualquer projeto na LAC ou no Caribe considere o tempo e os


custos dos impostos e taxas sobre importação para todas as peças
sobressalentes e de reposição de equipamento tanto nas etapas de viabilidade
como na avaliação detalhada. Não é simplesmente o custo dos itens que é
crucial, mas o efeito do tempo perdido sobre o fluxo de receita para o projeto. A
natureza e o tamanho de qualquer inventário de peças sobressalentes
deveriam ter uma relação inversa para facilitar o recebimento das peças
sobressalentes e dos serviços necessários para a realização das atividades de
manutenção regular ou de emergência.

8.2 Acesso de Mercado e Arranjos para Compensação, Preços e Estrutura


Contratual para a Energia/Gás

As seções anteriores focalizaram a compreensão do recurso LFG e os custos


para coleta-lo e utiliza-lo. A segunda área de dados chaves de insumos
necessários para realizar uma análise preliminar é compreensão total das
condições específicas de mercado aplicáveis ao local e ao país no qual ele
está localizado. As Seções 3 e 4 delinearam as tecnologias es questões do
Mercado de energia que precisam se consideradas. Esses princípios utilizados
para desenvolver o componente custo para as opções de uso, as quais
juntamente com o Mercado/receitas que possam estar potencialmente
disponíveis para o projeto, permitirão a revisão de pré-investimento ser
concluída.

É necessário identificar todos os requisitos legais e técnicos aplicáveis ao


projeto proposto. Do mesmo modo, as condições do local e de mercado
poderão eliminar claramente algumas das opções de uso do combustível e
focalizar a equipe empreendedora em uma ou duas tecnologias possíveis ou
clientes.

O acesso ao mercado é a primeira questão chave desse aspecto da revisão de


pré-investimento. A seção 4 forneceu um esboço das considerações sobre as
regulamentações e as políticas relacionadas com a venda direta do LFG ou
relacionadas aos produtos energéticos. Normalmente, um projeto LFGTE não
suportaria os custos de uma extensa infra-estrutura de transporte e
fornecimento de energia ou de produtos combustíveis, exceto para distancias
relativamente curtas ou para instalações localizadas nas imediações do local
do aterro. Isso torna a maioria desses projetos potenciais dependentes da infra-
estrutura já existente. Freqüentemente, a região geográfica e/ou política onde o
local proposto estiver localizado poderá ter regras e limitações muito
específicas com relação à venda, acesso e/ou distribuição de produtos
energéticos. Os projetos LFGTE são considerados normalmente pequenos
projetos do ponto de vista de energia, mas muitas instalações e burocracias
são muito protetoras da sua gestão e do controle do mercado, com interesse
limitado nas exceções para as suas regras e políticas atuais. Isso tanto é um
problema como uma oportunidade para os projetos LFGTE. Nas áreas onde
existam obstáculos de regulamentação ou de custos proibitivos para acessar
os geradores ou fornecedores não-concessionários, esses tipos de projetos
deveriam ser tratado separadamente como uma categoria separada de
geradores.
Para dar prosseguimento à avaliação de pré-investimento é necessário agora
designar todos os campos do insumo receitas e qualquer outro subsídio de
custo menor para um projeto proposto. As receitas deveriam ter a forma de um
valor esperado para qualquer CER ($ por tonelada de eCO2) gerado por um
projeto proposto, além da receita líquida do produto combustível advinda das
ligações, tarifas ou outras taxas relacionadas. É recomendado que a análise de
sensibilidade seja realizada usando tanto as estimativas esperadas e mais
conservadoras (pessimistas) das vendas líquidas de energia e de CER.

8.3 Cálculo Econômico do Projeto

Todos os dados e custos de Mercado precisar ser colocados em um modelo


planilha simples para determinar se o projeto pode ou não ser viável e
identificar os limites nos quais o projeto poderia ser desenvolvido. O Quadro
8.6 fornece um modelo de planilha inicial como uma ferramenta de seleção na
revisão de pré-investimento. (Observar que uma cópia eletrônica das planilhas
de insumo mais importantes, incluindo o Quadro 8.6, é fornecida num disco de
computador no final do Manual).

No Quadro 8.6 foi incluído com todos os dados de insumo necessários na parte
superior da planilha, além de células de insumo sombreadas para facilitar a
entrada dos insumos de um projeto proposto. Uma série de parâmetros pré-
estabelecidos também foi sugerida com uma explicação do insumo fornecidos
no disco de computador. Ao se mover o cursor sobre a célula de insumo
revela-se essas explicações, além dos insumos sugeridos. Os valores
fornecidos nas células de insumo são usados para calcular os diversos fluxos
de caixa mostrados no canto esquerdo do quadro. Esses valores são
projetados assumindo-se um prazo de 20 anos para o projeto e são utilizados
para avaliar a viabilidade econômica preliminar do projeto.

As questões de custo e das áreas de preocupação podem ser bem diferentes


nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento. O Manual tem
tentado consistentemente enfatizar a importância da compreensão das
questões específicas do local e da geografia relacionadas tanto com o desenho
como com a construção de uma usina, bem como com o seu funcionamento e
manutenção através do serviço ativo prorrogado. A necessidade de
capacitações para tanto operar como para dar manutenção a um sistema
coletor de LFG e/ou um sistema LFGTE é extensa. Para os projetos na LAC e
no Caribe, deveria haver grande ênfase nos aspectos do funcionamento e da
manutenção de um projeto. Essa consideração pode afetar as decisões
relativas à tecnologia preferida que seja a mais apropriada para um local
específico num determinado município, estado ou país. Por exemplo, a
instalação de uma usina geradora de eletricidade num local que tenha quedas
freqüentes e prolongadas de energia poderá tornar um projeto não econômico,
exceto se a venda de energia for adequada para contrabalançar o tempo
perdido.
Quadro 8.6
AVALIAÇÃO DE CUSTO / RECEITA – ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE EVERGIA
Banco Mundial
Um outro exemplo poderia ser o grau de automação e controle da usina
desenhada. Nos países em desenvolvimento, pode ser mais custo efetivo
construir uma redundância adicional para partes chaves do sistema que possa
não ser assegurado nos países desenvolvidos. Dito simplesmente, assegurar
que as condições e obstáculos específicos estejam identificados e
considerados na avaliação de viabilidade aplicável a um local proposto. Os
parágrafos seguintes fornecem um esboço resumido dos valores de insumo e
como são usados na avaliação econômica.

Custo de Capital

O custo de capital refere-se aos custos calculados com o uso do Quadro 8.3 e
do Quadro 8.4 para os sistemas de coleta e de utilização do LFG,
respectivamente.

Custo Operacional Anual

Os custos operacionais anuais para os sistemas de coleta e de utilização de


LFG foram discutidos na seção anterior. O custo operacional anual para o
sistema de utilização de LFG depende do tipo de tecnologia escolhida para
utilizar o LFG e a quantidade de processamento de LFG requerida para operar
o sistema. Tanto nos sistemas de coleta como de utilização há um equilíbrio
entre o custo de capital do sistema e o custo operacional anual. Esse equilíbrio
é determinado de certo modo pelo tamanho do projeto e pelas tecnologias
específicas que estejam sendo usadas. O subsídio administrativo refere-se ao
custo administrativo de apoio necessário para manter a usina e monitorar os
aspectos do projeto relacionados ao comércio.

BOX 11: A IMPORTÂNCIA DA DISPONIBILIDADE DE PEÇAS E DA


MANUTENÇÃO REGULAR
A instalação para a utilização do LFG de Gdansk na Polônia é uma usina
combinada de aquecimento e energia elétrica (CHP). Os dois
motores/geradores LFG Wola são produzidos na Polônia, e a sua construção e
o seu funcionamento são relativamente muito simples. Há, portanto, facilidade
para se conseguir peças sobressalentes e serviços para a unidade se
comparada com outras três usinas CHP de LFG apresentadas no estudo de
caso da Polônia. A manutenção dos motores fabricados na Alemanha, em
especial, na usina de Krakow tem sido onerosa e demorada porque exige
serviço que venha da Alemanha.

A disponibilidade para a usina de Gdansk é dada abaixo.

Ano Horas de Funcionamento Disponibilidade


1999 7406 84.5%
2000 7006 80.0%
2001 7705 88.0%
2002 8380 95.7%
Observar que a disponibilidade dos motores aumentou significativamente em 2002. Isto
foi o resultado da introdução de um acordo de serviço com uma empresa local de
motores que incluiu o fornecimento de peças sobressalentes, tendo sido diminuído o
tempo de entrega.

Esse exemplo seve para reforças a ênfase na atenção aos contratos de


funcionamento e de manutenção para as instalações na LAC e no Caribe. O
reconhecimento das implicações da perda de receita pela redução na
disponibilidade da usina de 95% ou mais para 90% ou menos pode ser uma
consideração to tipo “fazer ou quebrar” para o projeto.

Custo de Financiamento Anual

Os insumos seguintes descrevem o ambiente de investimento no qual o projeto


está sendo considerado. O período de financiamento pode ser ajustado para
avaliar a janela econômica na qual o projeta esteja funcionando. Esses
parâmetros de insumos são combinados para se calcular o valor do
“Financiamento”. A taxa de inflação deve ser designada com base nas
tendências econômicas nacionais históricas e projetada para a localização do
projeto proposto.

A venda de energia elétrica, de combustível direto, de CER e de royalties


garantidos é determinada através da negociação com a empresa
concessionária devida e entre os participantes do projeto. A relação entre
esses insumos e a viabilidade econômica geral do projeto é discutida em mais
detalhes na Seção 9.0. As análises da sensibilidade deveriam ser realizadas
para avaliar a variação do preço e dos “pontos de equilíbrio” num composto do
fluxo de receita que tornem o projeto potencialmente atraente
economicamente.

Premissas

A seção seguinte delineia as premissas que precisam existir para avaliara a


viabilidade do projeto.

O valor do LFG para aquecimento é normalmente 50% do metano em voluma


ou de aproximadamente 500 BTU/ft3, mas pode alterar dependendo das
condições de funcionamento do sistema de coleta do LFG. Os CERs ou
créditos GHG têm atualmente valor especulativo e de curta duração, mas que
espera-se que tenham um valor de longo prazo crescente no futuro numa
economia restritiva ao carbono. A receita líquida da energia elétrica é
determinada como a diferença entre os custos de geração de eletricidade e o
preço pelo qual a energia elétrica possa ser razoavelmente vendida para uma
empresa concessionária sem os custos de ligação e de livre acesso para
acessarem a rede elétrica. A Seção 8.2 esboça resumidamente os limites
mínimos na variação de preço necessários para viabilizar projetos LFGTE de
vários tamanhos. O insumo para uma suplementação com gás natural para os
projetos que ganhariam algum benefício com o aumento do combustível LFG
durante os períodos de pico que gerariam receita maior para os geradores ou
durante a etapa declinante de geração do LFG para otimizar o uso do
equipamento e maximizar a receita de longo prazo potencial.
A eficiência do sistema de recuperação expressa o percentual razoável da
produção teórica total de LFG que pode ser recuperada para o propósito de
sua utilização. Uma eficiência pré-estabelecida de 75 por cento foi utilizada,
mas pode ser modificada com base no conhecimento das condições
específicas do local.

Premissas da Produção de Energia Elétrica

Essa seção delineia premissas feitas sobre o equipamento usado no intuito de


se usar o LFG. Essa planilha foi desenhada focalizando sobre a geração direta
de aquecimento e eletricidade como usos principais para o LFG. Uma análise
financeira semelhante deveria ser realizada para os projetos que considerem o
uso de uma outra tecnologia de utilização do LFG.

O potencial de demanda e o potencial de geração dos diversos equipamentos


de geração de eletricidade propostos deveriam ser um insumo. A maioria dos
projetos para a geração de energia elétrica utilizará tecnologia de motores
recíprocos. O uso e a aplicação do modelo planilha é idêntico à outras
tecnologias para a geração de eletricidade, mas exigirão a entrada dos valores
parâmetros de insumos relacionados à tecnologia específica e os valores pré-
estabelecidos podem variar de forma muito substantiva. O fator de redução
parasita de energia elétrica, a eficiência da conversão energética e o fluxo
requerido de LFG ou a suplementação de gás para cada motor ou turbina
avaliada deveria ser fornecido pelo fabricante do motor com base nas
projeções de LFG compiladas previamente e transferidas para a planilha. A
disponibilidade em tempo real do equipamento gerador de eletricidade variará
de certo modo no decorrer do tempo como uma função da idade do
equipamento bem como dos protocolos de funcionamento e de manutenção
seguidos. A manutenção do equipamento é um fator crucial na manutenção da
eficiência da conversão de energia no momento, ou próximo a ele, de pico.

O número de motores disponível no local normalmente irá variar para refletir o


perfil da curva de produção de LFG resultante da utilização dos insumos no
Quadro 8.2, e explicados na Figura 8.3. Como uma função dos valor dos
produtos energéticos, o equipamento de geração de eletricidade normalmente
precisará ser usado por 10 ou mais anos para que a sua aquisição e
funcionamento forneçam retorno financeiro aceitável para os investidores.

Nenhuma tentativa foi feita na revisão dos cálculos econômicos de pré-


investimento para designar um ROI e IRR estimados. Existem diversas
variáveis que permanecer por serem definidas nesta etapa e o propósito dessa
primeira etapa da revisão dos cálculos econômicos de pré-investimento é
avaliar o fluxo de caixa básico para o projeto e dar alguma apreciação aos
cálculos econômicos do projeto para as negociações e discussões com os
diversos parceiros, autoridades reguladores, empreiteiros e proprietários do
local que precisarão ser realizadas para o desenvolvimento detalhado do
projeto. Deveria estar bem claro, nesse nível de pré-investimento, qual o preço
básico de Mercado e os fluxos de receitas que seriam necessários para tornar
o projeto viável. Em alguns casos, doações e outras fontes de recursos de
suporte podem ser encontradas para os projetos qualificados que satisfizeram
os critérios específicos de seleção. Pode também haver a necessidade de uma
discussão aberta com os parceiros financiadores potenciais, os quais exigirão
um grau de informação identificada para iniciar as negociações preliminares.
Seguindo o fluxograma, dado como Figura 8.1a, a equipe de projeto para um
projeto proposto deveria ter avaliado o interesse na solicitação do MDL ou
outra forma de financiamento que possa ter requisitos de aplicação e
verificação. Essas solicitações e avaliações suplementares basear-se-ão em
todas as mesmas informações e dados adquiridos durante a avaliação de pré-
investimento e deveriam ser buscadas concomitantemente ao desenvolvimento
geral do projeto, caso o acesso a essa fonte de financiamento seja procurada
para o projeto.

Nesta fase da etapa de pré-investimento, o participante majoritário ou


proponente deveria ter, também, uma idéia razoável relacionada com os
cálculos econômicos e os valores gatilhos da receita necessários para
incentivar um projeto passar para a etapa do desenvolvimento detalhado. O
participante majoritário ou proponente deveria ter identificado, também, os
recursos e os arranjos de parcerias que seriam necessários para formar uma
equipe com todas as habilidades exigidas e os recursos necessários para o
desenvolvimento do projeto. A natureza e a composição da equipe de projeto
precisará sempre de ser nomeada com base em projeto específico.

8.4 Estrutura do Projeto (Parceiros e Papéis) e o Plano de Negócios


Preliminar

Existem tantas estratégias diferentes de contratação e execução que poderiam


ser desenvolvidas e aplicadas nos projetos de gestão do LFG como aquelas
existentes para todos os outros projetos de infra-estrutura ou projetos
relacionados com a mesma. Contudo, os aspectos específicos dos projetos de
gestão do LFG podem ter riscos ou requisitos de especialidades atípicos que
podem não estar disponíveis in todas as regiões da LAC. Cada uma das
diversas áreas, bem como cada um dos tipos de arranjos contratuais e de
negócios, será discutido com a sua aplicação tanto nos projetos grandes como
nos pequenos projetos.

8.4.1 Direitos sobre o Recurso LFG Combustível

Assume-se que a revisão de pré-investimento tenha indicado que há o


potencial de um projeto financeiramente viável, dependendo da validação
detalhada dos insumos e das premissas que tiverem sido feitas. Um dos
primeiros aspectos de um projeto que precisa ser confirmado para torna-lo
viável é os direitos sobre o LFG e as condições ou critérios sob os quais esses
direitos são dados ou transferidos.

Quanto mais próximo o elo que o proprietário do recurso LFG tiver com o
projeto, maior a probabilidade do projeto se tornar viável. O proprietário do local
do aterro sanitário e do recurso LFG combustível tem a perspectiva mais
simples e mais fácil para o desenvolvimento de um projeto de LFG. Contudo,
com freqüência o proprietário do local do aterro é uma entidade pública com
pouca ou nenhuma capacidade para agir como um empreendedor do recurso
LFG. A especialização e os recursos para desenvolver um projeto de gestão do
LFG, particularmente um projeto LFGTE, estão além da capacidade,
especialização e experiência de uma empresa de manejo de resíduos
municipal ou estadual. Essa é uma das razões primordiais pela qual os projetos
potenciais permanecem, ainda, sem desenvolvimento. Em muitas jurisdições
na LAC, o reconhecimento do valor potencial inerente das reduções nas
emissões de GHG pode fazer do cálculo econômico para uso do recurso LFG
uma realidade futura. Uma das principais exigências para as reduções nas
emissões de GHG para darem um insumo benéfico a esses projetos é a
titulação clara e a validação dos CERs. A maneira específica na qual um
projeto é desenvolvido e como são validadas e transferidas as reduções nas
emissões são cruciais para o sucesso de um projeto.

É também importante para o Proprietário do recurso LFG combustível


compreender que a maneira na qual o sistema de manejo do lixo é
desenvolvido e operado tem uma relação direta sobre a viabilidade de um
projeto. O despejo atual dos resíduos sólidos num aterro sanitário assegura a
presença futura do recurso LFG e protege o seu valor inerente. O aspecto
risco-retorno de um projeto de gestão de LFG é uma função da natureza do
envolvimento do Proprietário do local e do recurso combustível. Por exemplo, o
Proprietário poderia escolher dar simplesmente o acesso ao LFG em troca de
royalty do projeto. Diversas questões precisam ser respondidas e
contratualmente solucionadas.

• Qual é o ponto de entrega do combustível LFG?

• Quem opera e mantém o sistema de coleta do LFG e como/ou por quem os


custos associados são pagos?

• Quais as garantias ou obrigações que existem para a entrega do combustível


LFG? As questões tais como as quantidades mínimas de compra ou entrega de
combustível precisam ser identificadas e tratadas.

• A quem pertence os CERs e quem é contratualmente responsável pela


validação dos CERs?

A forma mais simples de envolvimento para o Proprietário é permitir o acesso


ao combustível por um preço pré-acordado e sob condições específicas. A
venda do combustível LFG pode basear-se nas informações sobre a taxa de
fluxo e a qualidade do gás que é coletada e registrada de forma contínua e
paga através de cronograma de pagamento pré-acordado.Nessa forma de
contrato, a formula e as estruturas de preço deveriam ser mantidas o mais
simples possível. Alguns esquemas de pagamento muito envolventes com
fatores de ajustes extensos foram usados, mas não são recomendados, exceto
em condições especiais. Essencialmente, deveria ser usada a base de
mensuração mais simples e mais transparente. Os esquemas de royalties que
são contingentes a fatores além do controle das partes são desencorajados.

Ainda que a venda direta do recurso combustível para um empreendedor


pareça ser bem simples, ela tem algumas desvantagens:

• o custo do royalty é uma obrigação inerente ao projeto que pode inibir os


arranjos de financiamento e fazer com que seja mais difícil para o projeto
iniciar; e

• o compromisso com a eficiência e o desempenho do sistema de coleta de


LFG não está sob o controle direto do projeto e poderá levar a conflitos e
litígios futuros de funcionamento e desempenho.
Num arranjo de certa forma modificado, o Proprietário do Local pode tornar-se
parte da equipe de projeto, beneficiando-se do projeto de alguma maneira pré-
acordada como uma função do desempenho geral do projeto LFGTE. Nesse
caso, o financiamento é muito mais fácil normalmente de se obter, e os riscos
no projeto são distribuídos entre os membros da equipe de projeto.

Independentemente do envolvimento direto do Proprietário do recurso LFG no


projeto, é especialmente obrigatório que essa questão seja identificada e
resolvida antes que mais trabalho ou investimento no projeto proposto seja
realizado.

8.4.2 Estratégia de Parcerias

A abordagem mais eficiente e de maior custo efetivo para realizar qualquer


projeto ou empreendimento é utilizar o menor grupo de participantes que
coletivamente tenha os recursos técnicos, financeiros necessários, e de acesso
ao mercado e gerenciamento do projeto para construir e operar com sucesso
uma usina durante o período de vida útil do recurso LFG combustível
recuperável. Com freqüência, o compartilhamento e a diminuição dos riscos
podem ter também um peso sobre o número e as características dos
participantes no projeto.

Os projetos LFGTE, no que se refere aos projetos do setor de energia,


normalmente seriam considerados como projetos pequenos. Os custos de
capital para os projetos, incluindo tanto o sistema de coleta e o sistema de
utilização variam de menos de $1.000.000 (US$) até um máximo de
$20.000.000 para os locais de maior potencial. Como uma regra geral, o custo
do componente de utilização representará normalmente 70 por cento ou mais
do custo total do projeto. Uma das características mais atrativas dos projetos
LFGTE é o benefício da redução na emissão relativamente grande que é
alcançado por esses projetos de recuperação de energia pequenos ou médios.
Independentemente do tamanho modesto que o projeto possa ter, os requisitos
para o desenvolvimento do projeto e os requisitos de especialização
dessemelhantes para esses projetos podem exigir uma série de arranjos
contratuais diferentes e/ou arranjos de consórcios, além do vários contratos
que possam ser necessários para se ter acesso aos mercados de energia
aplicáveis.

Em todos os casos, o grau do risco inerente é equilibrado pelo retorno


potencial. Por exemplo, a venda do LFG como combustível pode suscitar
pouco ou nenhum risco, mas pode reduzir a probabilidade do prosseguimento
do projeto. Embora os projetos sejam de tamanho modesto do ponto de vista
do custo de capital, existem múltiplas partes e diversas estratégias de
contração que poderiam ser usadas com base nos obstáculos específicos do
projeto e das condições locais de mercado.

Para qualquer projeto LFGTE, o que se segue esboça os arranjos e estratégias


contratuais possíveis para a implementação de um projeto juntamente com as
considerações e obstáculos mais importantes. Observar que alguns dos
arranjos contratuais observados abaixo não são necessariamente mutuamente
exclusivos e poderiam ser utilizados em combinações diferentes para se
adequar às condições específicas do local.
O Proprietário como Empreendedor
U

A forma mais simples de implementação seria quando o proprietário do local ou


do recurso escolhe permanecer como o único acionista do projeto. Nesse caso,
são exigidos os acordos seguintes:

• um acordo para a validação dos CERs com a definição clara sobre o título das
reduções nas emissões;

• um acordo para a venda de produto energético específico a partir do uso do


recurso LFG. Isso incluiria quaisquer opções de utilização e de tecnologias
disponíveis. No caso da venda de energia elétrica ou venda direta de
combustível, poderá haver a necessidade de acordos múltiplos tanto para a
venda dos produtos energéticos como para os acordos de acesso ao sistema
de distribuição para se fazer chegar a energia elétrica até o consumidor.
Poderá haver acordos de cessão para se ganhar o direito ao acesso ao
mercado, etc.;

• um acordo para o desenho e construção da usina. Existem estratégias de


contratação/implementação distintas que poderiam ser empregadas tanto para
o sistema de coleta como do equipamento de utilização que incluem os
Contratos Construir/Apropriar/Operar, contratos de gerenciamento de projetos
“chaves na mão”, contratos para desenho, etc.; e

• um acordo ou acordos para o funcionamento e a manutenção das diversas


instalações. Isso poderia incluir os arranjos do tipo arrendamento que
minimizaria a demanda inicial por capital para construir e comissionar a
instalação.

A abordagem do Proprietário como Empreendedor tem o custo geral mais


baixo para o empreendimento devido a estrutura mais simples de propriedade.
Entretanto, nessa abordagem todos os riscos financeiros do projeto são do
Proprietário do Local, alguns deles podem estar for a da especialização,
experiência e mandato, especialmente se o Proprietário for um município ou
algum outro órgão governamental. Embora essa abordagem seja mais simples
contratualmente, ela essencialmente estabelece o Proprietário como empresa
concessionária. Em várias jurisdições, poderá haver limitações relacionadas à
franquias impedindo que o Proprietário forneça combustível para vários partes,
exceto se o(s) usuário(s) do combustível estiver(em) localizada nas
adjacências imediatas do aterro sanitário com uma linha comum de
propriedade coloca o Proprietário.

Nos casos em que isso for uma opção, deveria ser explorada e, quase
certamente, terá o melhor retorno sobre o investimento com o risco menor se
houver mercado adequado disponível e preparado para executar acordos de
longo prazo para o uso do combustível. Isso presume que o perfil de utilização
do combustível seja compatível com a geração de LFG no Aterro e que o
Mercado esteja sempre disponível para receber o LFG.

Venda de LFG para Empreendedor pelo Proprietário do Aterro Sanitário


U

A outra forma mais simples de implementação seria quando o proprietário do


local ou do recurso escolhe vender o LFG que é coletado para um
empreendedor. Nesse caso, não haveria arranjos de parceria ou de consórcios.
Todos os Acordos apontados anteriormente seriam ainda exigidos e um outro
contrato seria requerido para a venda do LFG e de todos os direitos associados
ao Empreendedor. O Empreendedor poderá ter acesso a terra arrendada para
desenvolver o projeto sob as condições de um acordo. Essa abordagem põe
um ônus alto sobre o empreendedor para conseguir financiamento para o
projeto e tornará o projeto como de alto risco exigindo um retorno geral maior
sobre o investimento antes que o projeto possa prosseguir. A venda de LFG
para o Empreendedor será vista como um custo direto do projeto, exceto se
garantias sejam dadas com relação ao fornecimento do combustível LFG
(qualidade e quantidade), o projeto poderá estar fadado a ser considerado de
alto risco por qualquer parceiro financiador ou investidor em perspectiva.

Venda dos Direitos do LFG pelo Proprietário do Aterro Sanitário ao


U

Empreendedor

A venda dos direitos do LFG para um empreendedor é semelhante ao arranjo


anterior com a diferença real somente sendo que o empreendedor possa ter
responsabilidades e custos adicionais para instalar e gerir alguma parte ou todo
o sistema de coleta. Essa abordagem tem a vantagem de que uma das partes
seja responsável por todos os aspectos dos sistemas de gestão e de utilização
do LFG. Uma desvantagem adicional é que o empreendedor do LFG torne-se
envolvido muito mais diretamente numa série de aspectos operacionais do
desenvolvimento e funcionamento do aterro sanitário, o qual poderá, às vezes,
gerar conflitos e litígios se não forem tratados nos arranjos contratuais do
projeto.

Arranjo para Parceria Público/Privada sobre a Propriedade do Aterro Sanitário


U

ou Consórcio com o Empreendedor

Um arranjo de parceria entre os setores público e privado é, de alguma forma,


mais complexa do ponto de vista contratual do que as opções anteriores, mas o
riscos do projeto estão melhor distribuídos com a especialização específica e
os recursos para acessar e gerenciar os seus riscos respectivos.

Em todas as abordagens anteriores, a situação e a condição de operação do


aterro sanitário permanecem como elementos cruciais na revisão de pré-
investimento, independentemente de qual das partes retenha a
responsabilidade pela coleta e gestão do recurso LFG. Normalmente, o melhor
recurso LFG estará associado com os aterros sanitários que ainda estão em
operação e recebendo lixo. A compreensão das implicações e das interações
entre as atividades de despejo de lixo e aquelas associadas com a coleta e
utilização efetiva do recurso LFG ainda é fundamental para a compreensão do
cálculo econômico, riscos e retorno do projeto.

8.4.3 Plano Preliminar de Negócio

No final da etapa de pré-investimento, é necessário documentar os resultados


das avaliações técnicas e econômicas num esboço de um plano de negócio
que inclua:

• uma descrição do tamanho e escopo básico do projeto proposto;


• a avaliação preliminar do recurso LFG combustível documentando qualquer
informação confirmatória de acompanhamento requerida ou pesquisas que
possam ser necessárias antes da conclusão com a devida diligência da etapa e
prosseguir para a etapa de desenvolvimento detalhado do projeto;

• a avaliação preliminar de mercado e da abordagem preferida para utilizar o


recurso LFG;

• um desenho conceitual em nível adequado de detalhamento para permitir


estimativas preliminares de custo;

• um plano de implementação, incluindo a identificação da estratégia preferida


para contratar e utilizar o recurso LFG;

• uma revisão dos custos de capital e operacionais da tecnologia e do desenho


conceitual preferidos;

• uma análise econômica e financeira da opção preferida; e

• a identificação da abordagem de financiamento para realizar o projeto; e

• qualquer outra informação específica do local ou do projeto necessária para


obter a aprovação de manejo ou quaisquer outras aprovações necessárias
para se prosseguir para a próxima etapa do projeto.

O esboço geral do Manual foi desenvolvido de forma que possa ser usado
como uma descrição preliminar e um índice de matérias dos principais
elementos do plano de negócio em apoio ao projeto. As diversas ferramentas e
quadros fornecidos podem ser usados como planilhas para se colocar as
informações básicas necessárias para concluir o plano de negócio preliminar.

8.5 Escopo do Estudo de Avaliação do Impacto Ambiental e Social

Os impactos associados com o LFG são em grande parte dependentes do


caminho pelo qual o LFG é exposto aos seres humanos ou introduzido no meio
ambiente. A geração e a presença do LFG pode resultar numa variedade de
impactos adversos, incluindo a emissão de gases de efeito estufa, de
segurança e de danos à saúde e efeitos perturbadores como mau cheiro.

Os benefícios primordiais da recuperação de LFG são o controle dos impactos


adversos potenciais e a redução da responsabilidade do proprietário do local. O
controle e a utilização de LFG beneficia o público ao reduzir e remover
efetivamente os impactos negativos do LFG. Além disso, o retorno econômico
da utilização do LFG coletado pode dissipara alguns dos custos de
funcionamento e manutenção dos aterros sanitários, além de poder ser
utilizado para melhorar outros aspectos do sistema de manejo do lixo.

O desenvolvimento de um programa de utilização abrangente do LFG


beneficiará a comunidade local de diversas maneiras importantes. Esses
benefícios incluem ma variedade de fatores econômicos, de empregos,
ambientais, de saúde e de estética. A construção de instalações para a coleta e
o processamento de LFG será realizada utilizando-se a mão de obra local,
criando oportunidades de emprego para a população local. Alguns desses
benefícios são de longo prazo, 20 anos ou mais de funcionamento e
manutenção das instalações. Essas funções representam também os níveis de
educação e treinamento para capacitar a mão de obra local para operar e
manter o equipamento e as instalações.

Como o sucesso do projeto de utilização de LFG depende da produção de


produtos vendáveis (i.e., eletricidade), a extração de LFG será otimizada e
monitorada ativamente para assegurar a utilização máxima, além de reduzir os
riscos para a segurança e para a saúde da exposição ao LFG não coletado.
Espera-se que a produção de energia elétrica através do projeto de utilização
torne-se popular entre a população local, além de que as sessões informativas
sejam parte integrante do projeto proposto.

Para se ter os benefícios totais do projeto de utilização, é importante que todos


aqueles diretamente afetados pelo projeto sejam completamente informados
sobre o projeto em realização e os seus benefícios ambientais e comunitários.
Um plano de envolvimento da população deve ser elaborado para estabelecer
como a população será envolvida no projeto e como permitir um fórum para
discussão que inclua a todos aqueles que serão afetados. A inclusão dos
grupos vulneráveis é de especial importância no desenvolvimento desse plano.
Uma vez conhecidas as preocupações dos grupos afetados pelos gestores do
projeto de utilização, considerações devem ser feitas para tratar dessa
preocupações e para mitigar qualquer impacto negativo para a população
afetada.

Os catadores de lixo são um grupo de preocupação específica já que são


prevalentes nas regiões menos prósperas da América Latina e dependem do
aterro sanitário como fonte de receita direta. Nas áreas onde os catadores de
lixo vivem diretamente sobre a massa de lixo e acendem fogo sobre a massa
para cozinhar ou recuperar materiais do lixo, eles arriscam a ter danos devido a
presença de LFG potencialmente inflamável e/ou explosivo. Um exemplo de
mitigação desse risco é algumas cidades na LAC que tiveram sucesso na
organização dos catadores de lixo de tal forma que eles podem recuperar os
materiais do lixo antes dele ser depositado no aterro sanitário (Johannessen,
1999).

Uma outra consideração que precisa ser feita quando o aterro sanitário é
aberto ao público é a da segurança. Os drenos de extração no sistema de
coleta do LFG seriam visíveis e acessíveis a qualquer um na massa de lixo.
Uma outra consideração que deve ser feita quando o aterro sanitário for aberto
ao público é a de segurança. No interesse de preservação de um sistema de
coleta de LFG bem mantido e em funcionamento, a proteção de indivíduos
presentes sobre a massa de lixo e a manutenção de uma relação congruente
entre os proprietários da instalação de utilização e os catadores de lixo, é
importante que as bocas dos drenos sejam seguras contra vandalismos e
invasões. Considerações devem ser feitas com relação ao desenho escolhido
da boca de dreno e os equipamentos de cobertura e de fechamento a ser
empregado, caso seja uma questão em potencial no aterro.

Uma redução nas emissões globais de metano de 15 a 20 por cento


estabilizaria o metano na atmosfera nos níveis atuais (Thorneloe and Peer,
1990). A utilização de LFG na produção de energia substitui a carga de
combustível fóssil usado na produção de quantidades equivalentes de energia.
O LFG é relativamente um combustível de “queima limpa” se comparado a
outros combustíveis. Qualquer grupo empreendendo uma atividade de
utilização do LFG contribuiria de forma concreta e significativa nos esforços de
redução global dos gases de efeito estufa, bem como na redução nos impactos
ao meio ambiente local. A participação em tal projeto indicaria que o(s)
grupo(s) envolvido(s) no projeto estaria confirmando a importância da
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do
Protocolo de Quioto através da redução nas emissões do gás de efeito estufa.
Os benefícios econômicos diretos podem incluir apoio futuro das agências de
desenvolvimento ou de empresas do setor privado, além da reputação de estar
sendo consciente social e ambientalmente.

8.6 Criação da Equipe do Projeto

Um dos aspectos cruciais inferidos em todo o Manual é que um projeto bem


sucedido requer a criação e a coordenação de uma equipe do projeto que
tenha todas as capacitações e especializações requeridas junto com o
conhecimento geográfico e de mercado específico de um local proposto. A
Figura 8.4 apresenta uma visão geral de todos os elementos necessários
requeridos para avaliar, desenhar, executar e operar um projeto LFGTE bem
sucedido com a exceção possível que alguns poucos projetos possam escolher
não buscar um processo formal de certificação de CER no lugar de algum outro
tipo de processo de certificação de “energia verde”. Embora todas as funções
observadas sejam requeridas para todos os projetos, espera-se que empresas
individuais ou os seus representantes possam ter papéis múltiplos que reflitam
a sua especialização e o tamanho do projeto específico. Como observado
anteriormente, é preferível manter tão pequena a equipe do projeto quanto seja
prático. Esses conceitos não são mutuamente excludentes, mas colocam um
desafio para o desenvolvimento de qualquer projeto. A importância da
montagem de uma equipe que possa satisfazer todas as exigências não pode
ser super enfatizada. Uma revisão dos estudos de caso auxiliará ainda mais a
reforçar a necessidade de se montar uma equipe de projeto equilibrada com o
menor número de participantes que tenham especializações e recursos para
tornar realidade o projeto.
Figura 8.4
MONTAGEM DA EQUIPE DO PROJETO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
Ao se montar uma equipe do projeto, o proponente principal ou empreendedor
precisa avaliar os seus próprios recursos e identificar quais os aspectos que
podem ser realizados com os seus próprios meios e quais os aspectos que
precisam ser adicionados com outros participantes. Precisa haver uma
compreensão clara das metas e objetivos do projeto e do investimento antes
que a equipe do projeto seja montada. Os papéis mais importantes da equipe
que precisam estar em equilíbrio e quais precisam ser tratados
satisfatoriamente antes de um plano de desenvolvimento do projeto possa
seguir adiante são:

• Gerenciamento do Projeto – É necessário uma boa compreensão geral do


negócio e das metas financeiras juntamente com, pelo menos, uma apreciação
de todos os elementos técnicos de um projeto bem sucedido.

• Especialização em Recurso LFG – Todas as projeções econômicas,


requisitos financeiros, arranjos de acesso ao mercado, etc, dependerão
fortemente na habilidade para: designar a quantidade de LFG que está
disponível; obter o combustível LFG que está disponível; para o fornecimento
contínuo de LFG durante todo o período de qualquer acordo que tenha sido
negociado. Toda a equipe do projeto precisa ter confiança nessas projeções e
desejar basear o sucesso do projeto na especialização dos membros dessa
equipe.

• Especialização na Utilização do LFG – A habilidade em utilizar o combustível


LFG é um pré-requisito necessário para um projeto bem sucedido. Essa
especialização está, em geral, disponível através dos principais fabricantes de
equipamentos, dos fornecedores e dos consultores da indústria e, de certa
maneira, as garantias de desempenho nessa área são mais fáceis de serem
obtidas.

• Especialização Financeira – A habilidade para avaliar e gerir os aspectos


financeiros do projeto e compreender os aspectos de risco desse tipo de
projeto é essencial para as decisões chave relacionadas à aprovação para
prosseguir com um projeto baseado nos valores de mercado negociados para
os produtos energéticos e para os CERs.

• Especialização em Acesso ao Mercado – A habilidade para manter contratos


de longo prazo para a venda dos produtos energéticos e os CERs gerados por
um projeto LFGTE é fundamental para o sucesso e para a gestão dos riscos de
um projeto.

8.7 Resumo das Abordagens de Desenvolvimento

O objetivo do Manual é fornecer uma documentação de base e para o


desenvolvimento de projeto de gestão de LFG, voltada para o usuário, que
possa auxiliar a facilitar, na medida do possível em um só documento,
abordagem e orientações pra auxiliar e incentivar o desenvolvimento de
projetos de gestão de LFG em toda a LAC. Os projetos que são o assunto do
Manual variam em valores de menos de $5 milhões a mais de $20 milhões em
custo de capital. Em relação aos projetos típicos de recuperação/utilização de
energia, os tamanhos dos projetos não são exageradamente grandes.
Entretanto, da perspectiva dos projetos candidatos à redução nas emissões, a
indústria de gestão de LFG representa uma das maiores áreas de potencial
para a redução nas emissões com um dos menores custos por tonelada
equivalente de reduções do dióxido de carbono. Dado isso, a importância
relativa da indústria do LFG para o objetivo global de redução na emissão de
GHG como expressa no Protocolo de Quioto é inegável.

Esse benefício da redução na emissão é alcançado mais simplesmente através


do incentivo e apoio ao desenvolvimento de projetos de gestão do LFG que
podem conseguir ganhos reais e significativos agora e no futuro. Existem
diversas abordagens de desenvolvimento que poderiam ser consideradas ou
que poderiam ser modificadas para refletir as preferências ou condições
específicas do projeto.

Abordagem de Desenvolvimento A – Consórcio entre o Proprietário do


Local/Consumidor de CER com Programa de Implementação
Desenho/Execução

Esse tipo de abordagem poderia ser bem sucedido para iniciar um projeto de
coleta e queima de FLG para gerar CERs, mas não tem sido bem sucedido
normalmente para se iniciar projetos LFGTE na América do Norte ou na LAC.
Normalmente, o negócio primordial dos Proprietários do Aterro é o
funcionamento dos sistemas de manejo do lixo. O negócio das instalações
LFGTE requer conjuntos de habilidades e especializações diferentes daqueles
normalmente disponíveis para o funcionamento de um sistema de manejo de
lixo. Como resultado, os projetos podem tender a ficaram parados na etapa de
pré-investimento e, independentemente da economia potencialmente atraente,
e podem nunca ser desenvolvidos.

Uma boa abordagem que reduziria os riscos e melhoraria a probabilidade de


um projeto LFGTE bem sucedido seria desenvolver parte do recurso de LFG
com o valor do CER no local proposto. Esse tipo de abordagem presumiria que
a receita dos CERs seria adequada para apoiar a instalação do sistema de
recuperação do LFG para combustão em cilindro blindado. Só isso fornece um
incentivo para melhorar o desenho e o funcionamento do aterro sanitário.
Somente exigiria um desenvolvimento parcial do local para demonstrar a
credibilidade e a confiabilidade do recurso LFG combustível. Isso permitiria ao
Proprietário do Local a solicitar ofertas tangíveis dos empreendedores para
utilizar o recurso energético LFG.

Abordagem de Desenvolvimento B – Programa de Implementação


Empreendedor Construção-Propriedade-Operação num Arranjo de
Parceria Público/Privada

A maioria dos projetos LFGTE é iniciada e dirigida por um proponente do setor


privado. Uma revisão dos papéis chave da equipe para o desenvolvimento de
projetos LFGTE listados na Seção 8.6 ilustra o fato de que o negócio das
instalações de LFGTE exige um conjunto de habilidades e especializações
diferentes daquelas normalmente disponíveis para o funcionamento do sistema
de manejo de lixo. Torna-se claro que um proponente líder do setor privado
normalmente é mais propenso a desenvolver um projeto bem sucedido.
No mínimo, será exigido de um Proprietário do Local de ser um participante
ativo no projeto geral, a partir do ponto de vista da cooperação com o
funcionamento ativo do aterro sanitário e com o funcionamento dos sistemas
de coleta de LFG. De forma ideal, o Proprietário do Local deveria ver um
retorno por qualquer direito do LFG transferido como uma parte do retorno de
um projeto bem sucedido do que uma tarifa direta para o combustível. Isso
permitirá o compartilhamento de alguns riscos entre todos os participantes do
projeto.

BOX 12: SELEÇÃO DA ABORDAGEM DE DESENVOLVIMENTO


Existe uma série de abordagens de desenvolvimento que pode ser bem
sucedida para os projetos LFGTE. A Administração Regional de Waterloo
(RMOW) revisou todas as opções disponíveis e fez a sua escolha, a seleção de
um empreendedor independente para o projeto LFGTE de Waterloo. A RMOW
instalou e operava um sistema de coleta e queima de LFG durante vários anos
antes de iniciar um projeto LFGTE. A quantidade real de LFG e a qualidade dos
dados do sistema de coleta ativo foram usadas para realizar a análise
econômica do projeto LFGTE. A RMOW decidiu não ser o operador
proprietário, primordialmente devido a falta de especialização em seu quadro
funcional, além do fato de que esse tipo de projeto de capital não tenha sido
aceito como dentro do mandado geral da RMOW. Ao contrário, uma solicitação
de propostas ao setor privado solicitando ofertas para desenvolver um projeto
de LFGTE no aterro usando recursos comprovado.

O empreendedor privado que apresentou a proposta ganhadora para o projeto


foi a Toromont Energy Inc.(Toromont), uma subsidiária da Toromont Industries
Ltd., e o fornecedor dos motores a pistão para LFG CaterpillarTM em Ontário,
Canadá. A Toromont decidiu-se por usar motores a pistão para gerar
eletricidade a partir do LFG para vender à empresa provincial concessionária
de energia elétrica. Um terceiro sócio era a Ontario Hydro, o monopólio
provincial de eletricidade cuja participação foi requerida para permitir a venda
da eletricidade gerada pelo projeto para a rede elétrica.
O contrato entre a Toromont e a RMOW garante que a instalação para a
utilização de LFG deve estar em funcionamento 90 por cento do tempo que a
RMOW esteja fornecendo LFG para a instalação. Caso essa garantia não seja
satisfeita, é exigido que a Toromont pague à TMOW uma quantia equivalente
aos royalties que resultariam se a usina estive funcionando em 90% da sua
disponibilidade. Não foi exigida da RMOW garantia alguma para a Toromont;
assim, a RMOW estava protegida contra todos os riscos associados a uma
usina LFGTE. A usina de Toromont ultrapassou substantivamente o fator
disponibilidade para cada de operação quase sem nenhuma parada sem
programação. De fato, quase todas as paradas não programadas foram
resultantes dos problemas com a rede da Ontario Hydro

e não pelo funcionamento da usina. A foto a seguir dá uma visão da instalação


de coleta de LFG e da tubulação para a usina LFGTE no Aterro Sanitário de
Waterloo no Canadá.
Deveria ser também observado que os fatores motivadores finais que tornaram
o projeto uma realidade foram que a Ontario Hydro forneceu um fluxo
aprimorado de receitas para a energia elétrica gerada pela usina, enquanto ela
recebia a transferência de qualquer consideração sobre redução nas emissões
que eventualmente poderia agregar a partir da geração de energia elétrica
usando o LFG como combustível.

8.8 Lições Aprendidas para a Etapa de Pré-Investimento com os Estudos


de Caso

As lições aprendidas com os oito estudos de caso servem para reforçar a


aplicação e uso de diversas ferramentas e informações que coletivamente
formam o Manual até esse ponto. O Quadro 8.7 resume as exigências
aplicáveis à etapa de pré-investimento e fornece um resumo das experiências
dos casos de estudo.

Deveria ser observado que os projetos dos casos de estudo se encontram


atualmente em etapas de desenvolvimento variadas. Os projetos na África do
Sul e no Brasil encontram-se atualmente na metade da etapa de pré-
investimento, enquanto que no projeto LFGTE em Liepaja, Latvia, a construção
foi parada porque uma equipe grande de participantes do projeto que tinham
exigências complexas para a aprovação dos recursos. O resto dos projetos
concluiu a etapa do desenvolvimento detalhado e estão na etapa operacional
com a usina concluída/comissionada. O projeto LFGTE de Waterloo está em
funcionamento desde 1999, enquanto que os projetos chilenos concluíram a
sua fase de operação e não mais se encontram em serviço.

QUADRO 8.7A
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS NO ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7A
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS NO ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7A
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS NO ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7B
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE CASO – PROJETOS
DESENVOLVIDOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE
ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7B
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE
CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7B
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE
CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7B
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE
CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7B
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE
CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
QUADRO 8.7B
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE
CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial

Os estudos de caso servem para reforçar consistentemente a importância de


se seguir os pontos mais importantes colocados em toda a Seção 8 do Manual,
incluindo:

i. avaliar cuidadosamente o recurso LFG;

ii. assegurar mercados para os produtos energéticos e os CER's;

iii. estabelecer uma estrutura de projeto sólida e estrutura de contratação;

iv. cuidar dos requisitos de autorizações, políticas e das regulamentações; e

v. compreensão e incorporação dos requisitos de funcionamento e manutenção


como elementos chave no sucesso de um projeto.
Esta seção do Manual presume que o plano de negócio preliminar tenha sido
terminado e que a equipe do projeto tenha negociado ou tenha obtido os
direitos ao recurso de LFG por um período definido. Um período definido,
tipicamente variando de 90 dias a seis meses, será então usado para realizar
quaisquer avaliações ou revisões de diligência devidas finais, executar os
acordos ou contratos necessários e obter quaisquer aprovações que possam
ser requeridas antes que seja iniciada a fase de implementação do projeto.
Neste estágio do projeto, a equipe começará a incorrer em gastos significativos
para refinar e desenvolver o projeto.

Tipicamente, os contratos condicionais relativos ao recurso de LFG que


possam ser ligados a eventos e marcos específicos, precisam ser executados
antes de um dono/empreiteiro potencial possa fazer os compromissos
significativos de tempo e custo para levar o projeto adiante. Primeiro, os
direitos finais ao LFG e as condições sob as quais eles devem ser recebidos
precisam ser estabelecidas num acordo executado (presumindo-se que este
não é um projeto de um só dono). Provavelmente, haverá eventos destacados
ou condições específicas identificadas neste acordo que precisam ser
concluídos ou o contrato poderia ser frustrado. Os tipos de termos/condições
incluiriam:

• a verificação de quaisquer presunções ou condições chaves relacionadas


com o recurso de LFG por meio dos programas de avaliação de campo que
tenham sido identificados, juntamente com quaisquer outros critérios de metas
que tenham sido estabelecidos;

• finalização dos acordos de acesso a mercado e vendas para produtos de


energia e CERs;

• finalização de quaisquer acordos sobre royalty ou receita aplicáveis ao


projeto;

• acordo final com relação a todas as responsabilidades de operações e


manutenção para os sistemas tanto de coleta quanto de utilização de LFG;

• quaisquer aprovações de financiamento requeridas; e

• quaisquer Autorizações e aprovações regulamentadoras.

Com o contrato condicional primário agora em vigor, a equipe do projeto pode


então proceder ao desenvolvimento do desenho detalhado e seguir adiante
com o projeto. Entre 5 a 10 por cento do custo global do projeto será gasto
antes que possa começar a implementação física do projeto prospectivo.

9.2 Realização da Avaliação Final do Projeto

Para a maioria dos projetos de gestão do LFG, os cálculos econômicos do


projeto incluem a consideração do valor das CERs. É necessário que quaisquer
aplicações ou documentação de apoio para assegurar que quaisquer futuras
reduções de emissões geradas de um projeto candidato obtenham plena
aprovação e o valor associado seja preparado e apresentado ao mesmo
tempo. Isto provavelmente requererá informação gerada numa revisão de
diligência devida para apoiar o processo de aprovação. Haverá também a
necessidade de aprovação de projeções de custo e acordos com terceiros pela
agência ou organização que concede os CERs para validá-los. Essas
projeções de custo precisam ser incorporadas em todas as estimativas para
tanto o capital inicial quanto os gastos operacionais anuais. Os custos podem
variar de $25.000 a $50.000 para a avaliação inicial e de $15.000 a $25.000
para as verificações anuais subseqüentes.

Dependendo do tamanho relativo do projeto e da sensibilidade dos cálculos


econômicos do projeto para a disponibilidade de combustível, a revisão, com a
diligência devida do projeto LFG, pode ser bastante simples ou pode envolver
um programa de campo extenso. Se os cálculos econômicos do projeto forem
marginais, há mais sensibilidade para a capacidade da usina e sistemas
globais. Em virtude de os aterros serem grandes e muito heterogêneos,
precisa-se de cuidado na extrapolação de quaisquer dados de campo de uma
parte de um aterro a outra. A produção de LFG e a caracterização de gás
representativa de um aterro não serão realmente conhecidas até que o sistema
de coleta seja instalado e se torne funcional. Por isso, recomenda-se que um
projeto seja colocado em prática e construído com tanto flexibilidade quanto
redundância para assegurar que o sistema possa ser operado
economicamente. É freqüentemente mais fácil e menos arriscado colocar em
funcionamento parte do equipamento das instalações até que a fase inicial do
projeto tenha sido completada e comissionada.

Para revisar este princípio, considere novamente o exemplo apresentado na


figura 8.2. Usando a curva de gás recuperável projetada, parece haver LFG
adequado disponível para apoiar uma instalação de geração de energia elétrica
de 11 MW em carregamento total durante mais de 15 anos. Numa capacidade
de geração de l0 MW, a modelagem indica que a instalação poderia funcionar
em plena carga durante mais de 20 anos. No entanto, se olharmos à curva
inferior na figura 8.3 que foi gerada presumindo uma quantidade reduzida
futura de resíduo sendo despejada no aterro candidato, podemos ver que a
quantidade de LFG que poderia ser coletada e utilizada apoiaria plenamente
apenas uma instalação menor de 7 MW para um termo pleno de 20 anos. O
nível e a extensão da avaliação de diligência devida neste projeto deveriam
depender de quão crítica a consideração de tamanho é para a economia do
projeto viável. Se o projeto fosse marginal à capacidade de 7 MW, seria
necessário realizar a confirmação extensiva para mitigar os riscos do projeto. O
enfoque seria compreender e avaliar os riscos da futura corrente de resíduos
sólidos. É aparente, ao se olharem as projeções, que há relativamente pouco
ou nenhum risco de recurso de combustível no curto prazo. Portanto, o tempo e
os recursos na fase de diligência devida seriam gastos melhor na compreensão
do sistema de gestão dos resíduos sólidos que fornece os resíduos orgânicos
ao aterro e quaisquer riscos de que os futuros volumes e características de
resíduo não venham a mudar numa forma prejudicial ao projeto.

No exemplo apresentado na figura 8.3, estamos usando um aterro em ativa


expansão como exemplo. Se fôssemos considerar o desenvolvimento de um
projeto de gestão de LFG num aterro fechado ou que estivesse fechando no
futuro relativamente próximo, os esforços de sensibilidade e diligência devida
teriam que colocar uma ênfase mais alta na geração corrente de LFG e nas
características de recuperação. Esse enfoque básico requer e enfatiza uma
compreensão dos sistemas de gestão de resíduo ao invés de simplesmente as
condições correntes no aterro. Os dados de insumos usados nas figuras 8.1 e
8.2 deveriam ser revisados se quaisquer dados de refinamento forem obtidos a
esta altura. É também recomendado que uma série de testes de sensibilidade
seja feita usando premissas diferentes com respeito às quantidades de resíduo
disponíveis e ao tempo de colocação. Isto permite o desenvolvimento de um
“envelope” de geração de LFG que mostrará os casos teóricos de “melhor” e
“pior” para volumes de geração de LFG.

A revisão de diligência devida do recurso potencial pode variar de $20.000 a


mais de $100.000 se um teste de bombeamento de campo for considerado
necessário. Os custos variarão como função da base de dados e da informação
existentes que podem se tornar disponíveis com respeito a tanto ao aterro
quanto ao sistema de gestão de resíduo que fornece o resíduo ao aterro.

Após a re-confirmação da avaliação do recurso LFG, então é necessário seguir


adiante com os desenhos dos respectivos sistemas de coleta e utilização para
refinar os insumos de custo aos modelos econômicos. Isso envolve
essencialmente a finalização do desenho do sistema de coleta.
Requer-se uma pesquisa topográfica detalhada do aterro candidato. Os
específicos vendedores de equipamento e fornecedores importantes precisam
ser estabelecidos e obtida uma cotação com base no desenho. O nível de
refinamento e finalização requerido no desenho é uma função das margens e
valores de mercado esperados para os produtos de energia e CERs.
Tipicamente, os custos de capital e de operação precisam ser elevados a mais
ou menos 10 por cento. As tabelas 8.3 e 8.4 podem ser expandidas e refinadas
para incluir a informação de custo detalhado necessária para completar o
capital e insumos de custo operacionais para a fase de desenvolvimento do
projeto detalhado.

Os cálculos econômicos da fase de pré-investimento foram apresentados na


tabela 8.6. A esta altura, os insumos para este planilha podem ser refinados e
ajustados para refletir a informação obtida na revisão de diligência devida. Se
os cálculos econômicos do projeto forem firmes, pode não haver necessidade
alguma de refinar o modelo além do apresentado. No entanto, se os cálculos
econômicos do projeto forem marginais e o financiamento for difícil de obter,
um enfoque de modelagem dos cálculos econômicos mais complexos talvez
seja requerido. Há várias ferramentas disponíveis para fazer este tipo de
análise. Um deles está destacado no Box 13.

BOX 13: RETSCREEN INTERNACIONAL

Uma das ferramentas de modelagem de projeto de gestão de LFG disponível é


o RetScreen Internacional, um software integrado e padronizado de análise de
projeto de energia renovável desenvolvido pelo Departamento Canadense de
Recursos Naturais. O RetScreen está atualmente sendo reformulado para
acrescentar um modelo de avaliação de biogás/LFG. Este módulo estará
disponível no website do RetScreen (www.retscreen.net) no início de 2004.
HTU UTH

Uma imagem de tela do modelo é mostrada na figura seguinte.


Este módulo proporciona um projeto econômico inicial e pode ser usado para
proporcionar refinamentos à avaliação do ROI e do IRR. Adicionalmente, os
benefícios e implicações da recuperação do calor de resíduo e outros
aumentos aos sistemas globais podem ser revistos.

Tipicamente um projeto de gestão de LFG é considerado um benefício


ambiental e social significativo. Este tipo de projeto, eficazmente gerenciado e
operado, pode tanto melhorar a qualidade de vida, saúde e segurança dos
cidadãos local quanto abrir mais empregos para a operação e manutenção da
instalação. As agências de financiamento específico ou de apoio podem
requerer prestação de contas particular e outras atividades, como reuniões
públicas e sessões de informação, para qualificar para apoio de financiamento.
Os programas locais, nacionais e internacionais específicos que possam ser
aplicáveis deveriam ser revisados e, quando requerido, os requerimentos
aplicáveis deveriam ser cumpridos. Em geral, os projetos de LFGTE podem ser
positivos para mudança social e ambiental e deveriam ser utilizados por seu
valor positivo de relações públicas e os benefícios sociais associados às
respectivas comunidades nas quais eles seriam localizados.

9.3 Negociar Contrato de Vendas de Energia e Garantir Incentivos

Com todo o trabalho da diligência devida e de verificação terminados, todos os


contratos finais para a venda de produtos de energia precisam ser concluídos e
executados. Há numerosos enfoques e formatos para os contratos que
poderiam ser adequados a este objetivo. Em algumas jurisdições, pode haver
contratos modelos básicos padronizados já vigentes para o uso tencionado
para vendas de energia e contratos de vendas de energia. Um princípio
importante e freqüentemente ignorado para qualquer contrato é que ‘mais
simples é sempre melhor’, desde o ponto de vista da compreensão das partes
e para a implementação e aplicação do princípio de acordo do contrato.
Infelizmente, a natureza dos arranjos de contrato, muitas vezes com múltiplas
partes envolvidas e com variados objetivos/expectativas para o projeto, torna
os acordos freqüentemente mais complexos do que desejáveis. Os fatores
complicadores para os projetos de LFGTE incluem a natureza dos participantes
típicos com suas formações e atividades comerciais, em geral, amplamente
variadas. Com freqüência, precisam ser negociados acordos múltiplos que são
contingentes (condicionais) a outros acordos negociados e que podem não
estar totalmente sob controle das partes envolvidas. Adicionalmente, contratos
podem ser condicionais ao término bem sucedido de certos eventos ou marcos
tais como Autorizações e aprovações ambientais ou de energia chaves ou
outros acordos com terceiros que poderiam incluir acordos ou facilidades de
acesso.

Os estudos de acesso a mercado realizados no estágio de pré-investimento


podem custar na faixa de $10.000 a $30.000. A dotação de custo total para
negociar e finalizar acordos de acesso a mercado pode variar grandemente
como uma função dos regulamentos de mercado e de sua complexidade. As
dotações de custo totais para este item podem ser de $50.000 a $100.000 ou
mais para acordos complexos em instalações grandes. Projetos menores
teriam dificuldade em custear esses gastos e espera-se que acordos
padronizados possam eventualmente ser desenvolvidos baseados em modelos
usados em outros países/jurisdições.
BOX 14: PARCEIROS MÚLTIPLOS E A COMPLEXIDADE DE
FINANCIAMENTO DO PROJETO
O projeto de LPTGE em Liepaja, Látvia, está sendo financiado por uma
combinação de doações e empréstimos de um total de sete instituições
diferentes. O financiamento é em geral dirigido a um componente particular do
projeto, como a usina de LFGTE ou o campo de coleta de LFG. Para o projeto
se qualificar para o financiamento ou doação, há processos de aprovação
particulares, únicos a cada instituição, que precisam ser seguidos.

O maior contribuinte ao projeto é uma doação do Instrumento para Políticas


Estruturais para Pré-Acesso (ISPA – Instrument for Structural Policies for Pré-
Acession) da União Européia (EU). O financiamento da ISPA é dirigido para a
usina de aquecimento e energia combinados (CHP) que está sendo construída
para utilizar o LFG. Para obter o financiamento, um representante do ISPA
colocado no Ministério do Meio Ambiente da Látvia precisa aprovar os
documentos. O empreiteiro selecionado para o projeto precisa receber
aprovação tanto do representante do ISPA como do Ministério da Fazenda
antes de ser enviado à Delegação da EU em Riga para aprovação. Um
relatório de aprovação precisa também ser escrito. O rascunho e daí o contrato
final com os empreiteiros precisam então ser aprovados por meio das
seguintes medidas. Para este projeto este processo levou um total de oito
meses antes que qualquer trabalho pudesse começar.

O longo processo de aprovação para o ISPA, bem como os outros seis


doadores, tem tornado muito difícil criar e manter cronogramas de construção,
e para assegurar que a fase de construção do projeto possa ser coordenada
sem atrasos custosos. Isto tem levado a paralisações com respeito a certas
questões técnicas, legais e de mercado necessárias para sustentar um projeto.
Atualmente, o projeto ainda não foi implementado.

Tipicamente, quanto mais doadores contribuem ao projeto de LFGET, mais


aprovações precisam ser obtidas para receber o financiamento. Isto é,
particularmente, problemático quando existem prolongados processos de
aprovação e diferentes procedimentos de aplicação. Quaisquer demoras que
interferem com o cronograma do projeto de LFGTE são arriscados por causa
da sensitividade ao tempo da geração de LFG. Além disso, os atrasos de
construção podem aumentar com freqüência de forma significativa os custos do
projeto.

Geralmente, quanto mais simples a equipe de projeto e os arranjos financeiros


forem, mais fácil será implementar suavemente o projeto. É muito difícil obter
apoio do setor privado para um projeto que é sujeito a tantas restrições além do
controle dos participantes do projeto.

Os fluxos de receita podem advir de mais de uma fonte, às vezes muito mais
fontes dependendo do valor do produto e da venda de CERs. Se, como é o
caso mais freqüentemente, a economia do projeto não funciona sem múltiplos
fluxos de receita, a complexidade da fase de desenvolvimento do projeto pode
aumentar substantivamente. Parceiros financeiros olham fluxos de receita e
mercados “novos e em desenvolvimento” como um risco maior, particularmente
para projetos que têm um período de retorno relativamente longo para o
investimento de capital inicial.

No entanto, mesmo tendo sido dado o acima, os significativos benefícios


ambientais, sociais e práticos associados aos projetos de gestão de LFG ainda
podem ser atraentes aos investidores que sabem e compreendem os atuais
mercados de energia e ambientais e acreditam na natureza dos mercados de
energia em evolução.
A base dos contratos para um típico projeto de gestão de LFG requer
tipicamente os tipos de acordos enumerados abaixo. Uma linguagem
específica para contratos adequada para uso em toda a LAC está além do
escopo do Manual. No entanto, se oferece no Apêndice C uma breve relação
dos termos sugeridos que deveriam fazer parte de cada um desses tipos de
contrato.

Acordo para a Venda do LFG incluindo Todos os Direitos ao Gás

Presume-se que a propriedade e controle dos direitos ao LFG sejam


claramente definidos e controlados. O arranjo de compartilhamento de receita
precisa estar claro e sem ambigüidade ou caso contrário poderia agir como um
empecilho ao prosseguimento do projeto. Um arranjo em que os direitos ao
LFG e quaisquer CERs sejam pagos com base nos retornos líquidos a partir do
projeto é o mais provável a encorajar um projeto a prosseguir. Este acordo
pode ser condicional, mas precisa estar vigente para dar a um proponente ou
empreiteiro a capacidade de negociar acordos subseqüentes.

Acordo para Venda de CERs

Um acordo para vender ou transferir CERs deveria ser um termo de um acordo


para o produto de energia primário ou ele poderia ser separado e vendido
como produto a outras partes. Para projetos de LFGTE, este fluxo de receita é
com freqüência o fator que tornará um projeto de gestão de LFG viável e
precisa ser negociado concomitantemente com qualquer acordo para produto
de energia primário e ou executado concorrentemente ou vinculado
condicionalmente. Pode haver um fator complicador percebido dado que o
processo de certificação está evoluindo e as reduções de emissão não são
certificadas como “reais” até depois que o projeto seja implementado e os
resultados de desempenho tenham sido documentados por um revisor de
terceira parte aprovado.

Acordo para Venda de Produto de Energia Primário

O proponente ou empreiteiro precisa negociar os termos de venda dos


produtos de energia primários provenientes da instalação de LFGTE. Esta
negociação poderia ser simples se houver acordos de forma padronizados
vigentes e se o preço líquido do produto de energia sob o corrente “negócio
como de costume” possa satisfazer ou exceder o esperado ROI do investidor
ou empreiteiro. No entanto, para a maioria dos projetos candidatos, a atração
do combustível de LFG como um combustível “verde”,pode ser necessária para
obter um valor de combustível robustecido que é necessário para tornar o
projeto economicamente viável. Esse requerimento “verde” pode tirar a maioria
dos projetos de LFGTE dos contratos padronizados e os levar a termos e
condições negociados. É também crítico negociar o prazo relativo dos fluxos de
receita e as condições sob as quais os produtos de energia precisam ser
abastecidos. A natureza de quaisquer garantias de suprimento e desempenho
é fator crítico para a economia e viabilidade do projeto.

Financiamento, Doação e Outros Acordos

Pode haver uma série de outros acordos que precisam ser negociados e
executados concorrentemente com os citados acima. Por exemplo, um projeto
de LFGTE pode requerer um acordo separado para acesso de ganho a um
sistema ou rede para a venda e/ou transmissão dos produtos de energia.
Acordos precisam ser condicionais com a execução da doação ou arranjos
financeiros. Em todos os casos as ligações entre esses vários acordos
precisam ser compreendidas e vistas como fatores dentro da fase de
desenvolvimento do projeto numa base de aterro específico.

9.4 Assegurar Autorizações e Aprovações

O processo de obter as Autorizações e aprovações necessárias pode ser


demorado e crítico para o cronograma global de desenvolvimento e
implementação do projeto. Os requisitos e passos de autorização deveriam ser
incorporados como itens específicos dentro do plano de desenho e fornecidos
para o desenvolvimento do projeto. A natureza e extensão das Autorizações e
aprovações serão uma função da localização/jurisdição do aterro específico e
do tipo/tamanho específico do projeto de LFGTE que esteja sendo proposto.
Este processo pode levar de poucas semanas a um ano dependendo dos
requisitos específicos.

É sempre fortemente recomendado que o empreiteiro ou proponente se reúna


com as autoridades/agências de aprovação para revisar o escopo e momento
de apresentação dos documentos requeridos e obter insumos necessários para
o desenvolvimento do desenho. As áreas chaves específicas a projetos de
LFGTE são as seguintes:

Autorizações e Aprovações Ambientais

• Autorizações para a Gestão de Resíduos ou Aterro Sanitário: É preciso


U U

enfrentar quaisquer modificações ou revisões nas autorizações para os


sistemas de gestão de resíduo que prescrevam, limitem ou de outra forma
afetem a colocação e gestão dos resíduos que geram o LFG. Este é um item
particularmente importante uma vez que será o futuro enchimento de resíduo
que controlará o tamanho do recurso futuro e a capacidade do proponente ou
empreiteiro para prontamente acessar e utilizar o recurso eficazmente.
Algumas jurisdições podem requerer reuniões públicas e a circulação de
resumos do plano proposto aos acionistas e aos donos de propriedades
adjacentes.

• Autorização de Teste de Qualidade do Ar e Emissões: é preciso obter


U U

qualquer autorização referente à qualidade do ar requerida para o equipamento


usado na instalação de LFGTE. A avaliação e autorização de ruído podem às
vezes se tornar uma consideração chave.
• Autorizações de Despejo de Resíduo Líquido e Condensado: É preciso obter
U U

qualquer autorização requerida para a disposição de condensados, óleos ou


outros produtos líquidos residuais da instalação de LFGTE.

Autorizações e Aprovações de Planejamento e Relativos à Construção


U

• Aprovações de Zoneamento e Planejamento: Pode existe um requerimento a


U U

obter aprovação para o uso específico de terreno industrial para a instalação de


LFGTE. Algumas jurisdições podem requerer reuniões públicas e a circulação
de esboços do plano proposto entre os acionistas e os proprietários adjacentes.

• Várias Autorizações e Aprovações para Construções: Essas autorizações


U U

podem variar grandemente com base nos requerimentos específicos para


aterro e a jurisdição. Embora essas autorizações normalmente sejam obtidas
facilmente, o tempo e o custo para obtê-las devem ser considerados no
planejamento de desenvolvimento para o projeto. Pode haver código de
edificações específico e os padrões de segurança aplicáveis ao uso de gases
de combustível que deveriam ser especificamente revistos e resolvidos no
desenvolvimento do desenho.

Autorizações e Aprovações Relacionadas à Interconexão


U

• Pode haver autorizações e aprovações específicas necessárias do


sistema de conexão para levar os produtos de energia a seus mercados
prospectivos. No caso de geração e venda de energia elétrica, os custos e
requerimentos de interconexão podem s tornar um item significativo no
caminho crítico para o desenvolvimento de projeto e merece enfoque particular
durante a fase de desenvolvimento de projeto.

O proponente/empreiteiro precisará manter comunicações estreitas com as


autoridades de aprovação durante seu processo de revisão para assegurar que
quaisquer questões ou considerações sejam abordadas e incorporadas no
desenvolvimento de desenho. Isso ajudará a assegurar que o comissionamento
e início da instalação possam prosseguir numa forma ajustada ao tempo como
se destaca no cronograma de projeto global. Este tipo de projeto pode cair fora
da típica base de referência para muitas dos órgãos revisores. Nesse caso, a
natureza de quaisquer requerimentos ou obrigações pode em geral ser
negociada para o melhor interesse de todas as partes se um bom plano de
comunicações for desenvolvido e implementado com as várias agências e
acionistas.

O custo de Autorizações e aprovações pode variar grandemente dependendo


da localização e dos requerimentos específicos do aterro. Não é possível
estabelecer uma soma genérica para Autorizações e aprovações. Os custos
incluiriam as taxas de pedido de autorização e aprovação juntamente com o
tempo e recursos necessários para desenvolver documentação técnica de
apoio para os pedidos. Um montante de 1 a 2% do custo de capital do projeto
poderia ser um ponto de começo para estimativas preliminares para essas
somas. Isto precisa ser refinado no local do aterro e jurisdição específicos.

Algumas Autorizações e aprovações podem exigir um processo de consulta


pública. Dependendo do escopo do processo, este custo poderia ser
negligenciável ou chegar até $50.000 ou mais, dependendo dos requerimentos
específicos. Se houver importantes aprovações de zoneamento e planejamento
associadas à localização e construção de um projeto, esses custos deveriam
ser ainda mais elevados.

9.5 Contrato de Engenharia, Licitação e Construção, e Serviços de O&M

As estratégias de desenho e construção podem variar dependendo da


composição da Equipe de Projeto e dos recursos de que ela possa dispor.
Cada equipe de projeto requererá uma equipe de desenho nomeada para o
projeto na Fase de Pré-Investimento. O desenvolvimento do desenho precisará
avançar concomitantemente com a fase de desenvolvimento detalhada do
projeto. Presume-se que um bom desenho conceitual tenha sido desenvolvido
e estabelecido na Fase de Pré-Investimento. Neste estágio de
desenvolvimento, o desenho detalhado está sendo preparado para a fase de
construção e implementação bem como a documentação de apoio necessária
para preparar e apresentar quaisquer pedidos de aprovação e autorização
requeridas. Esses documentos de desenho precisam estar preparados para
todos os projetos irrespectivamente da estratégia de
construção/implementação que possa ser empregada. Tipicamente esses
pedidos requererão um completo pacote de desenho e especificações
detalhadas de materiais/equipamento que definam o escopo das obras numa
maneira apropriada a construir. A natureza dos aspectos finais do desenho é
alimentada por dois fatores básicos: os requisitos de autorização e aprovação;
e a estratégia de contratação/implementação.

A discussão para a fase de trabalho descrita abaixo inclui uma visão geral de
seus objetivos e tarefas. Quaisquer considerações e/ou restrições de desenho
que possam afetar o cronograma de trabalho ou orçamento estão também
apresentadas.

Todos os critérios de desenho chaves e qualquer revisão de desenho


alternativa serão estabelecidos e aprovados pela Equipe de Projeto numa base
permanente através da fase de desenho do projeto para assegurar que o
cronograma do projeto possa ser otimizado.

O desenvolvimento de desenho é geralmente considerado como um processo


de quatro estágios: Pré-desenho/Desenho Conceitual; Desenho Preliminar;
Desenho Intermediário; e Desenho Final.

FASE DE PRÉ-DESENHO/ DESENHO CONCEITUAL


U

Essas atividades terão sido completadas na Fase de Pré-Investimento como


detalhado na Seção 8 do Manual. Um desenho conceitual completo de coleta,
prédios, serviços e sistemas de utilização de LFG deveria ser usado como base
do desenho em escala total.

FASE DE ENGENHARIA PRELIMINAR


U
O objetivo primário da fase de engenharia preliminar deste projeto será
estender e desenvolver o desenho conceitual. Quaisquer restrições específicas
ao projeto e aos critérios de desenho que devem reger o projeto deveriam já ter
sido identificados e plenamente definidos.

Antes da preparação de quaisquer propostas de desenho, certas atividades de


aquisição de dados seriam completadas como um componente do desenho
preliminar para aumentar a informação que estava disponível para realizar o
desenho conceitual. A informação tipicamente precisa incluir:

• completar uma pesquisa detalhada do aterro existente para aumentar e


completar a identificação de suas características, dos serviços públicos,
sistemas de drenagem e estruturas in loco que possam impactar os requisitos
de projeto;

• realizar uma avaliação geotécnica confirmadora como pode ser requerido: e

• revisar e avaliar a prática atual e de desenvolvimento de projeto de aterro


sendo usada no local. Todas as atividades de aquisição de dados, critérios de
desenho e restrições completadas deveriam ser resumidos num Relatório de
Desenho Preliminar (PDR-Preliminary Design Report). O PDR, incluindo os
planos esquemáticos, as alternativas viáveis e os desenhos, deveria estar
preparado para confirmar a direção e o escopo da fase engenharia de
desenvolvimento que serão realizados. A apresentação do PDR deveria incluir,
mas não estar limitada a:

• uma apresentação detalhada, além das premissas, para todos os


elementos específicos requeridos para demonstrar como o desenho proposto
irá satisfazer os objetivos de projeto globais:

• uma descrição detalhada dos componentes propostos no desenho para


demonstrar o conhecimento da relação, compatibilidade e desempenho dos
componentes;

• um sumário das alternativas do desenho com respeito aos


requerimentos dos regulamentos e diretrizes aplicáveis do Ministério do Meio-
Ambiente e Energia e outras agências reguladoras que requerem notificação e
insumo para o projeto;

• detalhes dos critérios do equipamento e do desenho de instrumentação


que serão usados no processo de seleção de equipamento final;

• uma seção que descreva a informação das condições existentes e as


atividades de aquisição de dados de campo que foram realizadas e, se
requerido, identificação de quaisquer dados extras para serem obtidos durante
as Atividades da Fase de Engenharia e Desenvolvimento;

• um cronograma de construção preliminar será preparado e apresentado.


Equipamento importante ou itens a serem fornecidos que possam ter prazos
prolongados de entrega serão identificados para as subseqüentes fases de
desenho. Este item é crítico em qualquer enfoque rumo à otimização da fase
de construção futura;
• preparação de todos os desenhos das condições existentes
completados em 100 por cento, pois eles serão como a base de muitos
desenhos subseqüentes;

• um resumo e uma tabela de conteúdos para o pacote de desenho


esperado que compreenderá o desenho final. Alguns desenhos adicionais para
os desenhos alternativos preferidos, a serem fornecidos, incluiriam tipicamente
os planos de aterro, as seções típicas e os detalhes juntamente com o
fluxograma do processo; e

• uma estimativa de custo atualizada num nível adequado de


detalhamento que incorpore todas as avaliações e trabalhos de pesquisa
realizados até a data.

Cada estágio de desenho subseqüente deveria ser uma extensão ao PDR para
completar progressivamente detalhes para satisfazer requerimentos de critérios
de desenho.

FASE DE DESENHO INTERMEDIÁRIO


U

A fase de Desenho Intermediário é a fase primária de desenvolvimento de


desenho na qual o conceito de desenho aprovado é estendido e cada um dos
elementos individualmente identificados, selecionados e coordenados num
pacote funcional. O objetivo primário desta fase é, portanto, simplesmente
declarado para continuar o desenvolvimento do desenho preliminar. Não há
oportunidade alguma para revisar o conceito de desenho, mas, ao invés, esta
fase inclui extensa revisão e verificação do conceito de desenho.

Durante a Fase de Desenho Intermediário, será tipicamente preparada a


documentação de desenho que incluirá a seguinte informação:

• uma tabela de conteúdos ampliada com a lista de desenhos que comece


a dar nomes de desenho específicos e proporcione ao cliente uma
compreensão do escopo e conteúdo do eventual pacote de desenho final; e

• um grupo parcial de desenhos incluindo:

1) Condições Existentes,
2) Plano de Aterro (95 por cento),
3) Plano/Perfis para todas as características principais,
4) Detalhes Típicos,
5) Desenhos de Layout de Instalação,
6) Importantes Desenhos de Equipamento e
7) Diagramas de Processo e Instrumentação.

Observação: Geralmente os desenhos e detalhes proporcionados


estarão completos exceto para as notas adicionais e as referências
cruzadas dos desenhos ainda não concluídos. O pacote de desenho é
tipicamente considerado adequado para apresentação como
documentação de apoio a quaisquer pacotes de pedido de autorização e
aprovação que possam ser requeridos para o projeto de LFGTE
específico.

• literatura de produto e especificação do fabricante para os ítens críticos


ou chaves;

• uma lista de materiais detalhada será preparada;

• um relatório de desenho pode ser requerido para apoiar quaisquer


pedidos de autorização. Informação de apoio que confirme que os materiais
selecionados satisfazem os critérios de desenho estabelecidos seria
proporcionada como parte do relatório;

• um cronograma de construção resumido e atualizado que proporcione


datas chaves e a seqüência da construção. Quaisquer itens chaves ou
entregas de equipamento que sejam críticos serão especificamente
identificados no cronograma de projeto;

• um resumo de rascunho da inspeção de construção proposta e dos


programas de teste de materiais que serão requeridos (p. ex., teste estrutural,
de gradação de solo, de compactação, teste de pressão etc.);
• cópias rascunho de pedidos de autorização requeridos identificados
durante a Fase de Desenho Preliminar e requerimentos de tempo para as
aprovações; e

• um resumo rascunho de um Plano de O&M completo com dotações de


custo atualizadas.

FASE DE DESENHO FINAL


U

A preparação do desenho final será realizada depois do término das atividades


da Fase de Desenho Intermediário e revisão de quaisquer comentários ou
modificações associados à revisão de pedidos de documentos de
agência/autoridade. Este estágio do projeto pode incluir, mas não ser limitado
a:

• completar um relatório de desenho final;

• completar um grupo de desenhos que estão prontos para construção;

• completar os arranjos de licitação para o equipamento e materiais para


construção

• finalizar um relatório de desenho final que inclua todos os cálculos de


desenho e informação de seleção de equipamento e materiais etc.;

• proporcionar um cronograma de construção atualizado;

• proporcionar um cronograma para as projeções do custo de capital para


auxiliar na gestão /controle do orçamento. Estimativa de custo atualizado será
preparada, somente se for requerido devido a quaisquer mudanças de escopo;
• proporcionar um programa de garantia de qualidade de construção que
detalhará quaisquer elementos e requerimentos para o programa de controle
de inspeção/qualidade para demonstrar que o desenho está sendo
implementado de acordo com sua intenção;

• obter todas as aprovações reguladoras necessárias; e

• preparação e apresentação do Plano de O&M completo.

Os passos e a seqüência detalhados para todas as fases de desenho antes do


desenho final são idênticos para todos os modos de entrega do projeto. No
estágio de desenho final, o modo de entrega para construir e comissionar a
instalação precisa ser selecionado ou haveria alguma redundância e gasto
desperdiçado na documentação e nas áreas de desenvolvimento de contrato.

BOX 15: IMPORTÂNCIA DE ACORDOS CONTRATUAIS CLAROS E


CONCISOS E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
O desenvolvimento do Projeto de LFG de Kemerburgaz na Turquia teve lugar
num período de dez anos começando em 1992. A usina foi finalmente
comissionada em novembro de 2002. O empreiteiro do projeto de LFG foi um
consórcio consistindo do empreiteiro local para a reabilitação do aterro e duas
empresas inglesas, uma especializada em sistemas de extração de LFG e a
outra em equipamento de utilização de LFG. Os consultores do projeto foram
uma firma local, que contratou uma companhia alemã, como sub-empreiteiro
para assessorar em questões relacionadas a LFG.

O desenho conceitual e a especificação do projeto foram preparados como um


rascunho por uma empresa norte-americana muito antes de ter começado a
detalhada avaliação do aterro. Isso significou que estava faltando um grande
número de detalhes e de informação específica do aterro. Tudo foi traduzido
para o turco e, depois, de volta ao inglês. O desenho e a especificação foram
subseqüentemente usados por um empreiteiro local e por um consultor local,
com algum dos insumos dados por um consultor alemão sub contratado. Isto
causou confusão, questões de interpretação e muitos atrasos na
implementação do projeto porque houve má comunicação e má compreensão
entre os vários parceiros de projeto e partes no projeto.

A preparação de acordos claros e concisos e da documentação técnica é


essencial para um projeto bem sucedido independentemente do número de
partes envolvidas e a duração da fase de desenvolvimento do projeto. Este
estudo de caso também serve para reforçar que deveria haver claras linhas de
prestação de contas do desempenho do projeto e que, onde prático, o mínimo
número de partes que tenham a requerida experiência será o enfoque mais
eficiente e eficaz em termos de custo para desenhar e implementar o projeto.

Os passos e a seqüência detalhados para todas as fases de desenho antes do


desenho final são idênticos para todos os modos de entrega do projeto. No
entanto, há numerosos modos de entrega que se pode selecionar para
completar o projeto. Cada modelo de entrega difere em seu enfoque, contratos
e custo, ao mesmo tempo em que ainda completa o trabalho. Um modo de
entrega será selecionado para se adequar ao projeto e aos participantes do
projeto e aos investidores. Um breve resumo dos enfoques opcionais de
entrega do projeto e das características inerentes de cada um é proporcionado
abaixo.

Método de Entrega do Projeto Proprietário Convencional/Engenheiro/


Empreiteiro (Conventional Owner/Engineer/Contractor)

Neste enfoque. O dono do recurso de LFG inclui uma equipe de


engenharia/desenho familiarizada com todos os aspectos do recurso de LFG
para desenhar a instalação de utilização de LFG e a infra-estrutura de coleta do
LFG. Uma vez que o Proprietário tenha aprovado um desenho para a
instalação proposta, a equipe de engenharia/desenho então prepara os
documentos do contrato num pacote para propostas de empreiteiros
interessados. Os empreiteiros potenciais preparam as propostas para o projeto
de construção, preparam contratos com os sub-empreiteiros como requerido e,
uma vez adjudicados, empreendem a construção com sub-empreiteiros
apropriados segundo o pacote de desenho especificado. Tipicamente, a equipe
de engenharia/desenho também monitora o progresso da construção, a
qualidade, os pagamentos e o desempenho em benefício do dono. Fatores
positivos que influenciam a seleção deste método de entrega de projeto
incluem:

• este é o método mais amplamente usado que é compreendido com


todas as partes entendendo seu papel e os riscos potenciais sendo assumidos;

• na maioria dos casos a proposta mais baixa de empreiteiros


interessados constrói instalação; e

• o proprietário tem completo controle sobre os elementos do desenho e


as características específicas para a instalação.

Potenciais desvantagens e as preocupações para se utilizar este método de


entrega de projeto incluem:

• o método de entrega de projeto é um pouco demorado enquanto as


atividades de projeto são realizadas num enfoque de acordo com o passo à
medida que as atividades de desenho são completadas antes da construção;

• o proprietário aceita responsabilidade pelo desenho conforme


especificado na documentação de construção com aumentos potenciais em
pretensões de empreiteiro em relação a questões de desenho/e de construção;

• há potencial para relacionamentos de trabalho adversários entre o


proprietário, a equipe de engenharia/desenho e empreiteiros; e

• uma vez que o empreiteiro use um enfoque de custo mínimo para


completar o projeto, tempo de supervisão potencialmente significativo pode ser
requerido pelo proprietário ou pela equipe de engenharia/desenho para
gerenciar o desempenho e qualidade do projeto.

Método de Entrega de Projeto Desenho Construção (Design-Build)


U U

O método de entrega de projeto desenho construção tem crescido em


popularidade nos últimos anos. Para um projeto desenho construção, o dono
do recurso de LFG contrata uma única entidade para desenhar e construir o
projeto. Tipicamente, um empreiteiro associado com uma firma ou firmas de
engenharia que têm equipe de engenharia contratada proporcionam este tipo
de método de entrega. Também tem se tornado comum onde as firmas de
engenharia oferecem serviços de desenho embutido por ter ou um empreiteiro
contratado ou pessoal de construção/contratação na casa. Um contrato de
desenho embutido de reviravolta vai um passo à frente por meio da seleção,
aquisição e instalação de móveis, equipamento e treinamento que dão ao dono
uma instalação completa que está pronta para ocupação e operação. Fatores
positivos que influenciam a escolha deste método de entrega de projeto
incluem:

• tipicamente o custo do projeto está garantido e os tempos de iniciação


do projeto diminuídos em comparação com o sistema tradicional de desenho-
proposta-embutidos;

• um dono lida com uma única entidade para todas as questões de


desenho e construção que também reduzem o potencial para pretensões de
extras; e

• há potencial para porções de financiamento pela equipe de desenho


embutido.

Potenciais desvantagens e as preocupações com a utilização do método de


entrega de projeto de desenho embutido incluem:

• há potencialmente menos verificações e compensações entre o


empreiteiro e a equipe de desenho com o potencial de adversidade técnica
para o dono do recurso de LFG;

• é crítico para tanto o projetista quanto o empreiteiro compreender os


conceitos de processo e desenho por detrás dos recursos de LFG para obter
desempenho de projeto ótimo com este método de entrega de projeto;

• o dono aceita menos controle da intenção de desenho do projeto com


menos documentos de desenho completos disponíveis para informação. Isto
pode ser mitigado com claros requerimentos de intenção, desempenho e
requisitos de comunicação do projeto antes do início dele;

• há potencial para menor número de propostas competitivas dada a falta


de especialista de firmas em todos os aspectos do recurso de utilização de
LFG e de experiência de contratação; e
• pode haver dificuldade em proporcionar serviços de desenho embutido a
proprietários do recurso de LFG no setor público com barreira regulamentadora
para este tipo de método de entrega de projeto.

Método de Entrega de Projeto de Desenho-Construção-Operação (Design-


U U

Built-Operate)

O método de entrega de projeto de desenho-construção-operação é


semelhante à discussão acima do método de desenho-construção de
reviravolta por estender a responsabilidade da equipe de desenho e construção
para operar a instalação de utilização de LFG. Essencialmente, o dono do
recurso de LFG supera em fontes como um grupo de serviços o desenho, a
construção e a operação da instalação proposta. Os fatores que influenciam a
escolha do projeto de entrega incluem:

• o dono lida com uma entidade contratual para custos de capital e


operação e atividades de manutenção para tipicamente uma corrente de
receita de termo fixo com termos de operação renováveis;

• há uma redução no risco para o dono por ter garantias de desempenho


com uma entidade que desenha, constrói e operar a instalação de utilização; e

• o proprietário transfere o risco de falhas operacionais à equipe de


desenho-construção-operação.

Potenciais desvantagens e as preocupações para o uso desse método de


entrega incluem:

• a disponibilidade de firmas com experiência e pessoal para gerenciar o


recurso de LFG talvez não proporcione o custo mais competitivo; e

• o proprietário tem influência e controle reduzidos do recurso de LFG durante a


vida do contrato.

Método de Entrega de Projeto Construção-Propriedade-Operação (Built-


U U

Own-Operate)

Uma variação do método de projeto de desenho-construção-operação acima é


onde o dono faz contrato com entidades capazes de construir, possuir e operar
um projeto de utilização de projeto. Essencialmente, isso é igual a vender o
LFG ao que der proposta mais elevada e conceder certos direitos de acesso e
ocupação a porções do aterro candidato durante o termo do acordo. Fatores
positivos que influenciam a escolha do projeto de entrega incluem:

• o dono tem um enfoque de risco reduzido para gerenciar o recurso de


LOFG; e

• este dono não está compromissado com custos de capital e operação


associados com a instalação.

Há também variações e modificações em relação ao acima que poderiam ser


usadas para adaptação a condições específicas de projeto. Os contratos de
desempenho e incentivo poderiam ser desenvolvidos. Enfoques de compra
total ou arrendamento para comprar poderiam ser desenvolvidos. Esse tipo de
enfoque poderia ser utilizado quando um dono de aterro possa estar
interessado no direito futuro de adquirir a propriedade de uma instalação algum
tempo durante o termo do contrato. Há também diferentes formas em que
possa ocorrer a propriedade de uma instalação. A instalação poderia ser
possuída e operada por uma corporação ou empreendimento conjunto de mais
de uma corporação. Um projeto também poderia instalar uma única companhia
limitada que tenha um ou mais acionistas que controlem a corporação. Embora
haja muitas variações em relação ao acima, os métodos de entrega discutidos
são capazes de satisfazer os requisitos para estabelecer e operar um projeto
de LFGTE viável para se adequar aos requerimentos de aterro específico em
aterros através da LAC.

9.6 Implementação do Projeto e Iniciação da Operação Comercial

A seção anterior proporcionou um esboço geral do processo de


desenvolvimento de desenho global para instalações de LFGTE. Os passos
chaves seguintes são aplicáveis a todos os projetos de LFGTE
independentemente do modo de entrega ou natureza da propriedade projetada.

Tarefas de gestão de construção específicas são subdivididas em duas áreas


importantes de atividade: administração da construção e supervisão da
construção. Os itens importantes que serão realizados em cada uma dessas
áreas são:

Administração da Construção
U

• estabelecer e administrar todos os contratos com sub-empreiteiros e


fornecedores;

• acompanhamento de tarefas e cronogramas de construção;

• medição, cálculo e registro de quantidades e preparação de certificados


de pagamento de progresso;

• revisão de quaisquer modificações no escopo e, onde requerido,


negociar solicitações de mudança de pedido;

• inter-relacionamento com quaisquer autoridades regulamentadoras


como requerido;

• assegurar que termos e condições de permissão sejam satisfeitos e


encarados:

• assegurar a revisão de todos os desenhos de oficina e relações de


dados de materiais completados por equipe de desenho apropriada;

• auxiliar no desenvolvimento de ferramentas de treinamento e


coordenação de treinamento de equipe;
• organizar e administrar a fase de comissionamento completa com a
resolução de qualquer documentação de garantia que seja requerida; e
• proporcionar toda informação de pagamento para o término do projeto
tanto substancial quanto final.

Supervisão da Construção
U

• supervisionar todas as atividades de construção de campo;

• revisão do trabalho de sub-empreiteiros para assegurar cumprimento do


desenho tencionado;

• arranjar teste de materiais e equipamento e rever os resultados;

• coordenar e participar de reuniões de progresso de construção


regularmente marcada, incluindo a preparação e distribuição de atas e agendas
de reunião;

• medição e registro das instalações existentes para preparação de


Desenhos de Registro;

• proporcionar todo o layout de construção; e

• coordenar inspeção e teste de QA/QC de todos materiais e sistemas


requeridos.

Comissionamento e Início de Instalação/Fase de Operações


U

Na melhor forma, uma entidade designada reterá toda a responsabilidade pelo


comissionamento, treinamento e operações iniciais do sistema de coleta e da
instalação de utilização com auxílio do dono do recurso. Comissionamento
específico e início de instalação e atividades de operação para a instalação de
utilização incluem o seguinte:

• comissionamento pré-inicial, verificações elétricas e mecânicas da coleta de


LFG e equipamento de utilização;

• operação pré-inicial do campo de coleta de LFG;

• instalar, equilibrar e otimizar campo de poço no aterro;

• instalar e equilibrar ventiladores de gás e qualquer equipamento de


processamento de gás;

• instalar e estabilizar equipamento de utilização (p. ex., máquina/geradores);

• comissão/teste de sistemas e controles de interconexão de instalação;

• questões de solução de problemas e instrumentação, calibragem ou


programação;

• completar treinamento de operador;


• completar verificações e autorizar início de operações regulares; e

• finalizar manuais de O&M e desenhos como registrados dentro de seis meses


do início do sistema.

Operação Regular Pós-Comissionamento


U

• periodicamente monitorar e equilibrar campo de poço de LFG (recomendar


um mínimo de uma vez cada dois meses);

• operar o sistema global e o equipamento de monitoração dentro dos critérios


específicos;

• manter e prestar serviço nas máquinas de acordo com os requisitos do


fabricante; e

• regularmente avaliar a qualidade do gás para consideração do intervalo do


processamento de gás e manutenção de máquina

Relações Públicas e Comunicações


U

• manter boas relações públicas (corte de fita, visitas públicos, release para a
imprensa).

9.7 Monitorar e Avaliar Desempenho de Contrato e Impactos de Projeto

Um dos itens que precisam ser enfatizados através deste Manual é a natureza
de um recurso de combustível de LFG. A coleta de LFG, enquanto pode ser
tanto confiável e relativamente continuada através do tempo, só será assim se
houver apropriado cuidado e atenção do operador tanto nas operações dos
sistemas quanto na extensão de modificação/progressiva do sistema de coleta
de LFG durante a vida do projeto. O recurso de LFG nunca deveria ser
pensado, nem tratado, como um recurso estático ou passivo. Isso coloca
ênfase adicional na compreensão da operação dinâmica do aterro e dos planos
de manutenção que serão requeridos para assegurar operação efetiva e
desempenho global dos sistemas de LFGTE.

PLANO DE OPERAÇÕES E MANUTENÇÃO


U

Um Plano de O&M detalhado que proporcione um documento favorável ao


usuário para operar de forma eficaz e eficazmente em termos dos custos e
manter a instalação é um pré-requisito para um projeto bem sucedido. Tem se
descoberto com freqüência que típicos planos de O&M preparados pelo
Empreiteiro muitas vezes acusam a falta de certa informação básica para
tornar o documento acessível ao usuário. Um esboço da documentação de
O&M é o seguinte:

• Volume 1 – Documento Sumário


Este volume proporciona o seguinte:

- visão geral da instalação;


- critérios regentes;
- descrição em linguagem simples das operações das instalações;
- atividades de manutenção regulares e tempos de ciclo;
- protocolos/procedimentos de segurança e saúde;
- condições de alarme e medidas de resposta;
- nome e contato de todos os fornecedores e dos recursos de apoio
técnico; e
- visão geral do escopo, conteúdo e organização de apêndices técnicos
que continuam em volumes subseqüentes;

• Volumes 2-4 – Documentação Técnica

A documentação técnica para a instalação, para os materiais e


equipamento é organizada num formato consistente com a organização
de formato Máster para especificações de construção. Para projetos
grandes isto pode significar três ou quatro volumes grandes mas o
formato organizacional é essencialmente o mesmo. O Volume 2 incluiria
tipicamente os “desenhos como registrados” e as obras do aterro e
documentação de serviços. O Volume 3 incluiria informação mecânica,
de tubulação, válvulas e informação relacionada e o Volume 4 incluiria a
informação elétrica, de instrumentação e documentação de controles.

Programas de Desempenho e Monitoramento de Obediência


U

Há programas de monitoramento separados requeridos para as operações em


andamento de tanto o sistema de coleta de LFG quanto os sistemas de
utilização de LFG bem como o programa de monitoramento de obediência para
as instalações. Cada um desses programas precisará ser estabelecido e
integrado ao programa de monitoramento global para os sistemas de gestão
de LFG. O item mais crítico é a natureza dinâmica do aterro e campo de coleta
que mudarão continuamente com o tempo. O sistema de coleta de LFG terá
que ser continuamente mantido, consertado e expandido com base nos
resultados dos programas de monitoramento. Alguns dos elementos chaves
que precisarão ser incluídos nesses programas são:

• parâmetros operacionais (vácuo, qualidade e temperatura de gás) para cada


um dos poços de gás individuais ou trincheiras e para o sistema geral:

• inspeção e monitoramento do aterro particularmente com respeito a quaisquer


questões de acordo diferencial:

• fluxos e volumes de gás para poços/trincheiras individuais e os vários ramos


que compreendem o sistema global:

• quantidades de combustíveis de LFG utilizadas e observadas por algum


tempo;

• parâmetros operacionais do sistema ventilador;

• caracterização e quantidades de condensado e outro resíduo líquido; e


• parâmetros operacionais do sistema de utilização de LFG incluindo
monitoração de emissões como requerido.

Sempre haverá programas de monitoramento de aterro específico que


precisam ser desenvolvidos e incorporam todos os acima e quaisquer
requerimentos específicos de autorização ou aprovação. A consideração mais
importante na monitoração de sistemas de gestão do LFG é lembrar que o
aterro é dinâmico e continuamente em mudança requerendo atenção pró-ativa
a todos os componentes e sistemas de apoio.

9.8 Lições Aprendidas de Fases de Desenvolvimento Detalhadas de


Estudos de Caso

Todos menos três projetos representados em oito estudos de casos avançaram


além da fase de pré-viabilidade de desenvolvimento de projeto. A tabela 9.1
resume algumas das lições aprendidas através do desenvolvimento de projetos
e o que se segue reforça, resumidamente, alguns dos itens chaves aprendidos
de estudos de caso.

Projeto de LFGTE Waterloo (Canadá)


U

Este projeto tem sido operacional durante aproximadamente cinco anos e está
funcionando bem e é o único estudo de caso que seria caracterizado como
estando num modo operacional de estado relativamente firme. Há duas lições
chaves aprendidas deste projeto. Primeiro, levou mais de seis anos para
negociar e finalizar um contrato para levar a mercado e vender energia elétrica
da instalação. Isto serve para reforçar a necessidade de estabelecer acesso a
mercado como uma área importante para enfrentar e prevenir de se tornar um
impedimento a desenvolver projetos de LFGTE na LAC. Segundo, este aterro
está sendo operado com clara separação de responsabilidades entre a coleta
de LFG e as funções de utilização de LFG. Este enfoque pode ser feito para
trabalhar se tanto o dono quanto o empreiteiro tem áreas claras e
contratualmente bem definidas de responsabilidade.

O custo para coletar o LFG deste aterro é de aproximadamente $300.000


(US$) por MW de capacidade de geração de eletricidade. Este custo é variável
e sujeito a condições de aterro específico e à configuração do aterro.

O custo da usina de Waterloo no Canadá é de menos de l,5 milhões (US$) por


MW instalado de capacidade de geração e incorpora numerosos sistemas para
facilitar a expansão do sistema futuro. O projeto não recebeu nenhum
financiamento de doação ou outro apoio financeiro e tem sido um sucesso
financeiro para os participantes numa receita de base para energia elétrica de
aproximadamente $0,045/kWh (US$). Mais informações relativas às projeções
do custo de capital e as alocações dos recursos são fornecidas no estudo de
caso, incluído como um Anexo a este Manual.

Pro jetos de LFGTE El Molle, Lo Errazuris, Le Panto e La Feria (Chile)


U

Os estudos de caso chilenos foram os únicos estudos de caso que


apresentaram um exemplo do uso direto de LFG como combustível. Em um
caso o LFG foi processado, misturado com gás de petróleo e encanado para a
cidade de Santiago. Em outro caso, o LFG foi utilizado por uma grande
indústria agrícola próxima. Um terceiro projeto queimou o LFG inicialmente e
depois posteriormente o bombeou para uso a uma empresa de gás local.
Esses projetos ajudam a demonstrar que a solução preferida pode assumir
muitas formas e a fase de pré-investimento deveria ser implementada com isto
em foco.

Projeto de LFGTE de Getlini (Látvia)


U

Há dois projetos de LFGTE sendo desenvolvidos na Látvia: o projeto Getlini e o


projeto Leipaja. O projeto Leipaja foi paralisado antes da construção por causa
dos requerimentos de aprovação diferentes do grande número de investidores.
QUADRO 9.1
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO
ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Item Waterloo Istambul
Canadá Turquia
Dados do Aterro:
REFERIR-SE AOS QUADROS 8.7a e 8.7b
PARA TODOS OS DADOS BÁSICOS DOS
LOCAIS.
Etapa de Desenvolvimento do Projeto
Finalizar arranjos de parcerias e plano de • Toromont teve o risco • Projeto licitado pela Prefeitura de
negócio primário do fornecimento de Istambul que montou um comitê de
LFG sem cláusula de trabalho do projeto dentro do
penalização ou garantia de departamento de obras públicas
fornecimento de LFG • A Prefeitura manteve a
• Toromont é responsável por propriedade do aterro sanitário
todos os aspectos da • Empreiteiro, Yapisal-Soiltec-
instalação de utilização do Organics, selecionado de uma lista
LFG curta de candidates baseado no preço,
• RMOW manteve toda a responsável pelo fornecimento de
responsabilidade pelo financiamento, “chaves a mão” pelo
funcionamento do aterro fornecimento e comissionamento da
sanitário e pela coleta do LFG instalação e negociação para conexão
• Os créditos foram com a malha de distribuição
transferidos para a Ontario • Consultores locais, Bimtas,
Hydro pela redução nomeado pela Prefeitura para
potencial na emissão supervisionar as obras
• Consultores especialistas sub-
contratados, IGA
Ingenieurgesellschaft Abfall mbH de
Stuttgart, contratados para dar
assistência durante as etapas de
desenho e construção.
Realizar a avaliação final do projeto • RMOW não poderia garantir • As garantias do empreiteiro de
as quantidades de LFG devido funcionar os motores por dois foi
os riscos retirada durante as negociações
• Os registros de cinco do contrato porque foram
anos de funcionamento consideradas como alto risco e
mitigaram os riscos da poderiam custar muito para a
Toromont Prefeitura sendo parte do contrato
• uso de tecnologias
comprovadas para a utilização
do LFG auxiliou a conseguir
aprovação em relação às
regulamentações
Negociar os contratos de venda de energia e • Ontario Hydro negociou e • Nenhuma taxa especial para a
assegurar os incentivos executou um contrato para eletricidade da usina. O produtor
compra de “energia verde” teve que encontrar clientes e
com um ágio sobre o preço vender a eletricidade por um
(aproximadamente $0.015 preço negociado.
acima do preço de compra por • Nenhuma consideração foi dada
atacado) por um período de 5 para ERCs dada a condição da
anos após o início do Turquia de país não-membro da UE.
funcionamento da usina.
• Além dos 5 anos, o preço
será aquele de mercado à
época.
Assegurar autorizações e aprovações A certificação EcoLogo foi • Acordo de Compra de Energia
obtida e mantida durante o Elétrica (PPA) negociado
período de monitoramento e individualmente com o cliente.
de pagamento de uma taxa • Atrasos foram resultados dos
anual. riscos percebidos para um novo
• C de A do Ar exigido para projeto.
o funcionamento dos motores • O contrato de energia negociado
LFG. por um período mínimo de 10
• Testes anuais exigidos anos dadas as incertezas sobre a
para manter a certificação viabilidade e confiabilidade do
da usina. fornecimento de LFG agora que o
• Programa de testes da aterro sanitário foi fechado
emissão realizado para • Tedas, companhia de eletricidade,
avaliar e confirmar os recusou pagar pela eletricidade
níveis de emissão do gerada antes do comissionamento
motor. formal da usina.
QUADRO 9.1
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO
ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Item Waterloo Istambul
Canadá Turquia
Contrato para os serviços de engenharia, • Toromont terceirizou a maior • O empreiteiro, Yapisal-Soiltec-
licitação e construção e O&M parte dos desenhos e das obras Organics, foi selecionado a partir de
de construção e operação para uma lista curta de cinco empreiteiros.
empreiteiros qualificados. Todo A seleção ocorreu durante uma
o comissionamento, reunião aberta dos empreiteiros da
funcionamento e manutenção lista curta que puderam apresentar
com recursos próprios. proposta para o fornecimento do
• Esforço significativo para menor preço para o projeto,
negociar e finalizar as resultando em economia de quase $
exigências para a 8,5 milhões USD.
interconexão que deveriam • Os documentos de licitação e
ser satisfeitas para ligar os contratação foram revistos por
grupos de geradores à especialista qualificado antes de
malha elétrica. se lançar o edital para o projeto
Implementar o projeto e iniciar a operação • O comissionamento e o • A usina de LFG a ser construída
comercial início de funcionamento da em duas etapas: Etapa 1 4MW e
usina foi um processo Etapa 2, 2 MW
tranqüilo com um mínimo de • Existiram atrasos para importar
dificuldades. o equipamento para o país já que
• O sistema de coleta e não se enquadra em nenhuma
queira do LFG já funciona há categoria específica de
mais de 5 anos antes do início importação e, portanto, exigiu
do funcionamento do sistema muita discussão e avaliação para
LFGTE. determinar o imposto a ser
• A disponibilidade em cobrado.
tempo real tem sido muito alta • A substituição prefeito de
(>98%) e a maior parte do Istambul provocou uma parada
tempo indisponível foi nas obras e atrasos demorados
organizado para as atividades no pagamento ao empreiteiro.
de manutenção ou
desligamento da malha elétrica
que inicialmente foram
causadas por motivos externos
não relacionados com a usina.
• Desenvolvimento da usina
por etapas.
Inicialmente, 4 motores em
linha. Um quinto motor foi
adicionado em 2003. Espera-se
adicionar o sexto em 2005
Monitorar e avaliar o desempenho do • Altos níveis de • Em retrospectiva, o teste da
contrato e os impactos do projeto água/chorume no aterro deveria ter sido realizado sob a
sanitário limitaram na supervisão do empreendedor da usina
recuperação e eficiência de de LFG.
alguns drenos de extração de • O contrato dos consultores para
LFG. a supervisão (Bimtas) deveria ter
sido amarrado ao sucesso do
projeto em termos do restante do
tempo e do orçamento. A ausência
dessas amarras permitiu uma relação
de adversários entre o empreiteiro e o
consultor, incentivando a busca de
culpas pelo consultor, o que atrasou o
projeto.

QUADRO 9.1
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO
ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Item Santiago
Chile
Valparasio (El Molle) Errázuris Le Panto La Feria
Dados do Aterro:
REFERIR-SE AOS QUADROS 8.7a e 8.7b PARA
P P

TODOS OS DADOS BÁSICO DO LOCAL.


Etapa de Desenvolvimento do Projeto
Finalizar os arranjos de parcerias e o plano de • O LFG extraído entre 1986 e 1998 pela empresa de gás
negócio local GASVALPO
(Valparaiso);
• O Aterro Sanitário de Lo Errázuris (Santiago) foi
explorado pela empresa de gás local (GASCO) entre 1984 e
1994, quando o aterro sanitário encerrou as suas atividades
Realizar a avaliação final do projeto • Nenhuma informação disponível quando da publicação
deste
Negociar o contrato de venda da energia elétrica e • Nenhuma informação disponível quando da publicação
assegurar os incentivos deste.
Assegurar autorizações e aprovações • Nenhuma informação disponível quando da publicação
deste.
Contrato de engenharia, licitação e construção e • Nenhuma informação disponível quando da publicação
serviços de O&M deste.
Implementar o projeto e iniciar a operação comercial • Quando em funcionamento, o aterro sanitário de Lo
Errázuris (Santiago) gerava 4,5 milhões de m3
de LFG. O LFG (30% do total) foi misturado ao gás natural e
levado para a cidade, fornecendo entre 18 e 20% da demanda
total de gás da Cidade de Santiago.
• O aterro sanitário de Le Panto era uma instalação grande,
mas totalmente fora de controle. Recebia resíduos sólidos de
21 municípios ao redor de Santiago, recebendo uma média de
4.000 toneladas/dia de resíduos sólidos. O aterro sanitário foi
fechado em 2002. O LFG gerado no aterro sanitário foi usado
por uma agro-indústria vizinha.
• O aterro sanitário de La Feria landfill funcionou de abril
de 1977 até agosto de 1984. Subseqüente
a julho de 1982, o LFG gerado no aterro foi enviado para a
companhia de gás local (GASCO). Antes daquela data, o
LFG era simplesmente queimado. O aterro foi fechado no
final da década de 1980. Em 1993, um projeto de recuperação
do Aterro foi iniciado juntamente com a Universidade de
Valparaiso. O programa foi concluído em 1997 e constituiu-
se no reflorestamento do Aterro.
Monitorar e avaliar o desempenho do contrato e os • Nenhuma informação disponível quando da publicação
impactos do projeto deste.
QUADRO 9.1
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO
ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Item Latvia
Getlini (aterro Getlini (células Liepaja (aterro Liepaia (células
sanitário velho) de energia) sanitário velho) de energia)
Dados do Aterro:
REFERIR-SE AOS QUADROS
8.7a e 8.7b PARA TODOS OS
P P

DADOS BÁSICOS DO LOCAL.


Etapa de Desenvolvimento do • A construção de Liepaja a ser iniciada em setembro de 2003
Projeto
Finalizar os arranjos de parcerias e • A finalização da aprovação do empreiteiro ISPA resultou em atraso no
o plano de negócio início das etapas de detalhamento do desenho e da construção (Liepaja).
Realizar a avaliação final do • Nenhuma informação disponível quando da publicação deste
projeto
Negociar o contrato de venda da • Atraso na construção causou o cancelamento do contrato de energia a
energia elétrica e assegurar os preços de eletricidade “verde”, reduzindo substantivamente as receitas
incentivos do projeto (Getlini).
Assegurar autorizações e • As autorizações e aprovações exigidas foram obtidas de 11 grupos ou
aprovações órgãos diferentes, resultando num processo lento e prolongado (tanto
para Getlini como para Liepaja).
Contrato de engenharia, licitação e • Nenhuma informação disponível quando da publicação deste
construção e serviços de O&M
Implementar o projeto e iniciar a • Nenhuma informação disponível quando da publicação deste
operação comercial
Monitorar e avaliar o desempenho • Fluxos variáveis de LFG foram extraídos durante os primeiros 8 meses de
do contrato e os impactos do funcionamento para se ganhar compreensão das características de geração de
projeto gás do aterro e para otimizar o funcionamento do sistema (Getlini).
• Estimativas de produção do LFG foram muito altas, resultando na produção
não adequada de energia elétrica.
QUADRO 9.1
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO
ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Item Polônia
Torum Gdansk Cracóvia Olsztyn
Dados do Aterro:
REFERIR-SE AOS QUADROS 8.7a e 8.7b P P

PARA TODOS OS DADOS BÁSICOS DO


LOCAL.
Etapa de Desenvolvimento do Projeto
Finalizar os arranjos de parcerias e o plano • A usina de LFG de Torun pertence e é operada pela Biogaz
de negócio Investor Co., a qual tem acionistas do município, MPO, empresa de
eletricidade, empresa de aquecimento e um empreiteiro privado.
• As usinas de Gdansk e Krakow LFG pertencem e são operadas
pelo MPO.
• A usina de LFG de Olsztyn é do sistema BOO da Legajny
Renewable Energy Generation SP.z.o.o, a qual pertence a dois
investidores dinamarqueses: ESCO (75%) e o Fundo de Capital de
Investimento para a Europa Central e Oriental [Capital Investment
Fund for Central and Eastern Europe (25%)].
• Olsztyn – Legajny Renewable Energy Generation Sp.z.o.o. arrenda
o terreno da usina CHP, o contrato para venda de eletricidade é com a
Zaklad Elektroenergetyczny w Olsztynie
S.A., o contrato de venda de calor é com a Gosp. Orgrodnicze
"Legajny"”Sp. z.o.o.
•Para Gdansk e Cracóvia, não existem royalties porque o dono do
aterro sanitário é também o proprietário da usina
• Não são pagos os royalties para o proprietário do aterro sanitário
em Torun.
• O acordo de royalty para Olsztyn em confidência.
Realizar a avaliação final do projeto • Nenhuma informação disponível quando da publicação deste.
Negociar o contrato de venda da energia • Os preços reais para os contratos de eletricidade e calor são
elétrica e assegurar os incentivos confidenciais.
• Todos os contratos de venda de energia foram negociados e
assinados antes de se iniciar o desenho da usina.
• O projeto de Gdansk não conseguiu assegurar um projeto de longo
prazo, assim o contrato é negociado para períodos de duração menor
(~4 anos).
Assegurar autorizações e aprovações • Torun – a construção exigiu autorizações e aprovações de 11
departamentos diferentes, demorando de maio de 1994 a
dezembro de 1995.
• A autorização para a construção do edifício de utilização de
Olsztyn foi dada pela Prefeitura e prosseguiu-se com a construção.
Foi, então, descoberto que o País tem jurisdição sobre certos aspectos
do projeto o que levou o País a mover uma ação contra o empreiteiro.
O projeto foi paralisado durante 1,5 anos antes da solução fosse
alcançada.
Contrato de engenharia, licitação e • Torun e Gdansk têm um ano de garantia dos empreiteiros. Cracóvia
construção, e serviços de O&M tem uma garantia de dois anos. Além disso, existem penalizações para
atrasos nas obras de construção ou na fraca eficiência das operações.
QUADRO 9.1
COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO
ESTUDO DE CASO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA
PROJETOS DE ENERGIA
Banco Mundial
Item Polônia
Implementar o projeto e iniciar a operação • A usina de Torun foi comissionada em setembro de 1997, a de
comercial Gdansk em setembro de 1998, a de
Cracóvia em maio de 1998, e a Olsztyn em março de 1999.
• Todos os quarto aterros usaram a abordagem de
desenvolvimento por etapas.
Torun – 40 drenos instalados em 1997, 12 outros em 2002
Gdansk – 39 drenos instalados em 1998, 10 outros em 2002
Cracóvia – 41 drenos instalados em 1998,10 outros em 2002, 32
drenos adicionais estão planejados para 2004
Oltsztyn - 40 drenos instalados em 1997
• Os drenos estão coletando LFG com alto teor de CH4, mas a
quantidade é muito baixa: Torun (2,3 m3 LFG/ton de resíduos/ano),
Gdansk (1.9 m3 LFG/ton de resíduos/ano), Cracóvia (2.2 m3 LFG/ton
de resíduos/ano), Oltszyn (1.8 m3 LFG/ton de resíduos/ano)
• Todas as quarto usinas vendem eletricidade para a malha
elétrica, Olsztyn alimenta uma usina de aquecimento para estufas
adjacentes, Torun vende o calor do lixo, Cracóvia e Gdansk usam o
calor do lixo para os edifícios do aterro.
Monitorar e avaliar o desempenho do • Oltszyn tem enfrentado problemas sérios com o sistema de coleta do
contrato e os impactos do projeto LFG devido à inundação de diversos drenos de extração que reduziu a
quantidade de LFG disponível para a usina de aquecimento.
• A tubulação horizontal de coleta de LFG em Cracóvia parece
estar bloqueada com condensado e não mais coletam
efetivamente o LFG. Como resultado, o operador do aterro
decidiu instalar somente drenos verticais no futuro.
• As horas de funcionamento em Gdansk aumentaram
significativamente em 2002 devido à assinatura do acordo de serviços
com uma empresa de motores e pelo estoque de peças de reposição na
proximidade para reduzir o tempo de paradas. Antes daquela data, a
disponibilidade em tempo real era menor do que o esperado e resultou
numa perda de receita em relação às projeções.
• Todas as quatro usinas medem diversos parâmetros para
monitorar funcionamento das usinas e todos funcionaram bem.
• A experiência do projeto dita que usar um fornecedor local
para o equipamento e peças de reposição diminui o tempo
exigido para se obter as peças e realizar os reparos.
O projeto Getlini foi comissionado nos últimos dois anos, mas enfrentou
dificuldades de acesso ao mercado e aos seus preços bem como dificuldades
técnicas na coleta de LFG devido ao nível alto de chorume dentro do aterro.

Este projeto no estudo de caso serve para reforçar uma série de elementos
importantes, incluindo:

• assegurar que haja um mercado seguro a longo termo para produtos de


energia e CERs; e

• assegurar que o sistema de coleta é projetado e construído com a capacidade


para extrair continuamente e abastecer de forma confiável o combustível de
LFG.

O custo de orçamento real para a usina de Getlini, em Riga, é de menos de 1,5


milhão (US$) por MW instalados de capacidade geradora. O capital total e o
custo de desenvolvimento para o sistema de gestão de resíduo neste aterro
incluíram a usina de LFGTE, a doação de GEF e outros fundos de apoio de
forma que fica difícil identificar plenamente a usina de LFGTE e os custos de
campo de coleta. Mais informação relativa aos desembolsos de custo de capital
e alocações de financiamento é proporcionada no estudo de caso oferecido
como um Anexo a este Manual.

Projeto de LFGTE de Monterrey (México)


U

Este projeto tinha sido recentemente comissionado e seria caracterizado como


estando na fase inicial e de otimização. O projeto tem tido bom apoio para
ganhar tanto acesso a mercado de energia elétrica quanto um preço razoável
para a eletricidade vendida. Este estudo de caso ilustra que projetos de LFGTE
bem sucedidos podem ser desenvolvidos e operados na LAC e no Caribe se
houver um plano comercial bem desenvolvido e cooperação entre os vários de
governo, indústria, finanças e setor de recurso. O custo para desenvolver o
projeto é considerado alto, mas a estrutura de receita global é adequada para
apoiar um retorno adequado do investimento para os empreiteiros. Espera-se
que valor futuro das CERs aumente mais o valor do projeto.

O custo de coleta do LFG deste aterro é de aproximadamente $325.000 (US$)


por MW de capacidade geradora elétrica. Este custo é variável e sujeito a
condições específicas do aterro e à configuração do aterro.
O custo de orçamento real para a usina de 7 MW e todos os estudos
associados foi de $13.250.000 (US$) ou aproximadamente 1,9 milhão (US$)
por MW instalado de capacidade geradora. Este capital total e o custo de
desenvolvimento incluíram GEF de aproximadamente $6.000.000 (US$).

Mais informação relativa aos desembolsos de custo de capital e alocações de


financiamento é proporcionada no estudo de caso incluído como um Anexo a
este Manual.

Projetos de LFGTE de Torun, Gdansk, Cracóvia e Olsztyn (Polônia)


U

O projeto de Torun foi comissionado em 1997. O projeto de LFGT de Gdansk


foi comissionado em 1998. O projeto de LFGTE da Cracóvia foi comissionado
com um motor em 1998. Um segundo motor foi acrescentado em 1999 e, daí,
um terceiro motor em 2002. O projeto da usina de caldeira de LFGTE de
Olsztyn foi comissionado em 1999.

Estes são em geral pequenos projetos de LFGTE que têm empregado


enfoques de parceria variáveis incluindo a parceria entre o setor público e o
setor privado e a propriedade e a operação pelo proprietário/operador do
aterro. Dois dos projetos têm também dependido de investimento e
equipamento de firmas fora da Polônia.

Problemas foram encontrados na determinação da extensão total da


informação para solicitações e aprovações. Num caso, permissão para
começar a construção foi dada por uma autoridade fora de sua jurisdição,
provocando protesto tanto do público quanto das autoridades. O outro
problema que assolou todos os quatro aterros é a limitada recuperação de
combustível do sistema de coleta de LFG, provavelmente como resultado de
problemas de bloqueio de condensado. Em muitos casos, partes dos sistemas
de coleta de LFG são inundados e não coletam mais eficientemente o LFG, se
ainda coletam.

As usinas de geração elétrica nos aterros da Polônia são todas de menos de l


MW em capacidade geradora por aterro. O custo real dessas usinas variou de
menos de $1,5 a mais de 2,2 milhões (US$) por MW instalado de capacidade
geradora. Mais informação relativa aos desembolsos de custo de capital e
dotações de financiamento é dada no estudo de caso proporcionado como um
Anexo a este Manual.

O projeto de LFGTE de Kemerburgaz (Turquia)


U

O projeto de LFGTE de Kemerburgaz, perto de Istambul, Turquia, saiu de um


projeto de reabilitação que resultou de um catastrófico deslizamento de
resíduo. A usina de LFGTE foi comissionada no final de 2002. A Turquia tem
um preço relativamente alto para a energia tanto industrial quanto doméstica
em aproximadamente $0,09 USD/kWh, tornando um LFGTE um projeto
promissor. Embora todos os custos de capital e de operação não foram
proporcionados, projeta-se que esta instalação teria um retorno adequado de
investimento para encorajar os empreiteiros com um retorno razoável ao
dono/operador do aterro.

O projeto incorreu em vários problemas durante seu desenvolvimento. Este foi


o resultado de especificação pobremente escrita e de diferenças de
interpretação de cruzamento cultural. Além disso, a falta de um claro líder de
projeto levou a muita confusão de papel que inicialmente paralisou a
construção. Houve também questões de conflito de interesse, que se
apresentaram e aumentaram o custo do projeto global que foram resolvidos
subseqüentemente, e a instalação está agora em operação.

Resumo do Estudo de Caso

Em resumo, os estudos de caso consistentemente reforçam a necessidade de


compreender o recurso de LFG e sua aplicação específica de aterro. Desde
uma perspectiva técnica, a tecnologia para utilizar o LFG é geralmente bem
desenvolvida. Os assuntos técnicos foram muito focalizados no sentido da
confiabilidade do abastecimento de combustível, com condensado e gestão de
líquido sendo o assunto dominante neste respeito. A partir de um ponto de vista
comercial e administrativo, os assuntos chaves foram associados
primariamente com acesso a mercados de energia, preço de mercado para
produtos de energia, organização e coordenação de equipe de projeto; e a
extensão e implicações de permissões e aprovações.
MATERIAIS DE REFERÊNCIA

SEÇÃO 1

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Bank, June 1999.
APPENDIX A
LANDFILL GAS COLLECTION SYSTEM COMPONENTS

LISTA DAS FIGURAS DO APÊNDICE A

FIGURA A-1 LAYOUT TÍPICO DE VALA HORIZONTAL DE COLETA

FIGURA A-2 COLLECTION HEADER PIPING (ON-SITE)

FIGURA A-3 COLLECTION HEADER PIPING (OFF-SITE)

FIGURE A-4 CLAY SIDEWALL CROSSING

FIGURA A-5 SINGLE AND DUAL HEADER CROSS-SECTIONS

FIGURA A-6 CÂMARA DE CAPTURA DE CONDENSADO

FIGURA A-7 DESENHO ESQUEMÁTICO TÍPICO DO PROCESSO DE COLETA


DE GÁS E DO SISTEMA DE QUEIMA

FIGURA A-8 TERRRENO TÍPICO DA USINA DE CONTROLE DO LFG

FIGURA A-9 COLETA MODULAR DO LFG E ESTAÇÃO PARA QUEIMA

FIGURA A-10 CILINDRO DE COLETA DE CONDENSADO

FIGURA A-11 LANDFILL GAS CANDLE FLARE

FIGURA A-12 FLARE BLINDADA DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO

FIGURA A-13a CONTROLES PASSIVOS PARA MIGRAÇÃO DO LFG

FIGURA A-13b CONTROLES PASSIVOS PARA MIGRAÇÃO DO LFG

FIGURA A-14 LAYOUT DO SISTEMA DE EXTRAÇÃO ATIVA DO PERÍMETRO


APÊNDICE B

EXEMPLO DE LEGISLAÇÃO – LEGISLAÇÃO ECP-79 DO


CANADÁ
Programa de Escolha Ambiental

DOCUMENTO DE CRITÉRIOS DE CERTIFICAÇÃO

CCD-003

Produto: Eletricidade – Renovável Baixo-Impacto

Preâmbulo

O Programa de Escolha Ambiental da Canada Environment (ECP) tem o prazer


de publicar o seguinte documento de critérios de certificação nacional
Eletricidade – Renovável Baixo – Impacto. O programa de Escolha
Ambiental é projetado para apoiar um continuado esforço para melhorar e/ou
manter a qualidade ambiental reduzindo o consumo de energia e materiais e
minimizando os impactos da poluição gerada pela produção, uso e disposição
de bens e serviços disponíveis aos canadenses.
Com base na revisão da informação do ciclo de vida disponível atualmente da
produção, uso e estágios de disposição, os requerimentos de categoria de
produto produzirão um benefício ambiental por meio de:
(a) o deslocamento de combustíveis não renováveis por fontes de
combustível mais sustentáveis;
(b) a redução de emissões de ar que contribuem ao aquecimento global,
fumaça, chuva ácida e poluição de partícula levada pelo ar;
(c) a redução de resíduos sólidos provenientes de tanto a mineração quanto
a extração de fontes de combustíveis não renováveis e a disposição de
emissões de metal tóxicas e resíduos nucleares; e
(d) a redução de impactos em ecossistemas aquáticos, aéreos e terrestres
das atividades de geração elétrica.
A revisão do ciclo de vida é um processo continuado. À medida que a
informação e a tecnologia mudam, os requisitos de categoria de produto serão
revisados e possivelmente emendados.
A Canada Environment antecipa que os geradores e os mercadores de
eletricidade que se ajustam a este documento de critérios entrarão com pedido
junto ao Programa de Escolha Ambiental para verificação e autoridade
subseqüente para rotular os produtos qualificadores com o EcoLogoM do
Programa de Escolha Ambiental. O ECP mantém protocolos de verificação que
definem claramente a terminologia e os limites de critérios associados a este
documento de critérios.

Notificação

Neste documento, qualquer referência a um padrão ou diretriz se refere a sua


última edição. O Programa de Escolha Ambiental (ECP) se reserva o direito a
aceitar os dados de teste equivalentes para os métodos de teste especificados
neste documento.
Notificação de Intenção

Com respeito aos desenvolvimentos futuros dos sistemas reguladores


relacionados à mudança de clima, os equipamentos relativos à disposição dos
benefícios ambientais (Seção 13) serão revisados num espaço de dois a três
anos possivelmente mudados para refletir novas políticas e/ou requerimentos
reguladores que possam surgir.

Interpretação

1. Neste grupo de requerimentos, por favor observe as seguintes


definições:

“Eletricidade de uso alternativo” significa eletricidade gerada da instalação


de um processo suplementar e/ou equipamento para alterar e/ou acrescentar
aos processos de uma operação existente para gerar eletricidade a partir de
uma fonte de energia renovável. A operação existente precisa não ter sido
originalmente projetada ou tencionada para geração de eletricidade, nem ter
tido quaisquer processos instalados à época do comissionamento que teria
facilitado a geração elétrica. Exemplos de fontes de geração de eletricidade de
uso alternativo incluem, entre outros, diques de controle de irrigação, veios
d’água com fechaduras e calor de resíduo capturado de um processo industrial
ou comercial que é alimentado por fontes renováveis de energia. Embora
certos tipos de eletricidade alimentada por biogás (p. ex., a captura e
combustão de gás de aterro) sejam também formas de eletricidade de uso
alternativo, a eletricidade alimentada por biogás é definida como uma categoria
separada por este documento de critérios;

“Biogás” significa produtos gasosos (primordialmente metano e dióxido de


carbono) produzidos pela decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos.
Instalações produtoras de biogás incluem entre outros aterros sanitários,
usinas de tratamento de esgoto e instalações de processamento de resíduo
orgânico e de digestão anaeróbica;

“Eletricidade gerada por biogás” significa eletricidade gerada a partir de um


sistema em que biogases são capturados para combustão e conversão em
eletricidade;

“Eletricidade gerada por biomassa” significa eletricidade gerada por meio da


combustão de biomassa limpa como é definido pela ECP:

“Distância no canal de desvio” significa aquela área no curso d’água entre o


ponto inicial em que a água foi desviada para dentro das turbinas ou outros
meios mecânicos para a geração de eletricidade propulsionada por água e o
canal de esgotamento;

“CITES” significa a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies em


Perigo de Fauna e Flora Selvagens (CITES Secretariat, 15, chemin des
Anémones, CH_1219 Châtelaine-Genève, Suisse. Tel. (+4122) 979 9139/40,
fax (+4122) 797 3417);
“Biomassa limpa” significa materiais orgânicos como enumerados abaixo
que, em nenhum estágio em seu ciclo de vida, foram tratados com substâncias
orgânicas ou/e inorgânicas para se modificar, proteger ou suplementar as
propriedades físicas dos materiais (incluindo, entre outros, produtos de controle
de peste químicos sintéticos, fungicidas, preservativos de madeira, tintas,
vernizes ou outras coberturas de superfície, compostos halogenados e/ou
compostos contendo metais pesados).
Tipos específicos reconhecidos de biomassa limpa neste documento de
critérios incluem:

(a) resíduos de madeira e agrícolas que sólidos e provenientes da colheita e


processamento de plantações agrícolas ou produtos de floresta que
possam de outra forma serem enviados ao aterro e/ou incinerados;
(b) lavouras dedicadas de energia;
(c) combustíveis líquidos derivados da biomassa como definidos nos itens
(a) e (b), incluindo entre outros etanol, bio-diesel e metanol; e
(d) material de fonte organicamente limpa que foi separado de resíduo
sólido municipal (MSW – municipal solid waste) e subseqüentemente
processado (p. ex., peletização, gasificação) para servir como
combustível de combustão. Biomassa limpa não inclui materiais para os
quais outros métodos de diversão sejam uma alternativa viável (p. ex.,
correção de solo, aplicações de terra agrícola, aplicações em
horticulturas) nem os subprodutos tratados de processos
manufaturadores (p. ex., madeira compensada tratada, madeiras
pintadas, madeira tratada a pressão)

“CO” significa monóxido de carbono e deveria ser medido usando a freqüência


de teste, condições e métodos especificados no Apêndice 1 deste documento
de critérios;

“Tecnologia térmica solar concentrada” significa um sistema que concentra


o calor do sol por meio de coletores e usa o calor coletado para alimentar um
sistema gerador para produzir eletricidade;

“Lavouras dedicadas de energia” significa aquelas lavouras não para


alimentos plantadas especificamente por seu valor de combustível e, no caso
deste documento de critérios, para a geração de eletricidade. Essas fontes
incluem, entre outros, plantações de madeira de ciclo curto (tais como
choupos) e plantações de energia herbácea (como grama de troca);

“Lama da remoção de tinta” significa material sólido filtrado de água servida


a partir do processo usado para remover tinta e outros materiais indesejáveis
de papel residual impresso;

“Desvio” significa a construção de obras para desviar água para um canal,


túnel, “penstock” ou conduíto semelhante para abastecer água para objetivos
de geração de eletricidade;

“Branqueamento elementar por cloro” significa o processo químico de


purificação e branqueamento da polpa, especificamente por meio do uso de
cloro em sua forma gasosa, elementar (Cl2);
“Habitat de peixe” significa os locais de inseminação e áreas de migração,
criatório e abastecimento de comida das quais os peixes dependem direta ou
indiretamente para realizar seus processos de vida;

“Passagem para peixes” significa migração de peixe tanto corrente acima


como corrente abaixo que pode assegurada com o uso de métodos naturais
e/ou feitos pelo homem;

“Gerador” significa uma entidade que produz eletricidade;

“Gás de efeito estufa” significa um gás que tido como contribuinte ao


aquecimento global e inclui, entre outros, dióxido de carbono (CO2), metano
(CH4) e óxido nitroso (N2O);

“Compensação de habitat” significa a substituição de habitat que tenha sido


sujeito a alteração, perturbação ou destruição prejudicial por habitat recém-
criado ou melhorando a capacidade produtiva de algum outro habitat natural;

“Alteração, interrupção ou destruição prejudicial” significa, com respeito ao


habitat de peixe, qualquer mudança do habitat de peixe que reduz ou elimina
sua capacidade produtiva em relação a um ou mais processos de vida de
peixe;

“Lagoa mestre” significa, em geral, o corpo d’água imediatamente a jusante


da tomada de água das instalações de geração de eletricidade. As lagoas
mestres podem ser naturais ou feitas pelo homem (terras inundadas e/ou
corpos d’água criados como resultado da construção da estação geradora e/ou
associada às estruturas de desvio) ou uma combinação de ambos. As lagoas
mestres podem servir para um ou mais propósitos incluindo, mas sem limitar-se
a:

(i) fornecimento das características hidráulicas apropriadas, tais como


submersão para a tomada d’água; (ii) aumentar a disponibilidade da entrada
disponível para a instalação de geração; e (iii) armazenar água para descarga
subseqüente através da instalação de geração. As lagoas mestres podem
incluir também alterações causadas pelo desvio de parte de um através de um
canal o ou tubulação d’água;

“Fluxo da correnteza” significa o volume de água fluindo num curso d’água;

“ISO” significa Organização Internacional para a Padronização;

“Operador” significa uma entidade que recebe eletricidade de um gerador,


possivelmente combinando eletricidade de várias fontes e comercializa e/ou
vende a eletricidade. Observar que, em alguns casos, os operadores podem
ser também geradores;

“MW” significa mega watt ou 106 watts, além de uma unidade de energia
elétrica;
“MWh” significa mega watt – hora, sendo uma unidade de energia elétrica
igual a um mega watt de energia elétrica produzida, consumida ou em fluxo
durante um período de uma hora;

“Produto de energia elétrica de múltiplas fontes” significa uma combinação


de energia elétrica que é ofertada aos operadores, composta pela eletricidade
de mais de uma fonte e/ou gerador em que as fonts e/ou geradores podem ser
certificados ou não dentro desse documento de critérios;

“NOX” significa óxidos de nitrogênio e deveria ser medido usando-se a


freqüência, condições e métodos de testes especificados no Apêndice desse
documento de critérios;

“Eletricidade nula” significa a eletricidade distribuída na malha que não tem


atributo ambiental algum associado. Quando os atributos ambientais forem
separados da eletricidade – renovável e de baixo impacto, a eletricidade torna-
se “null”. A eletricidade que não satisfaça os requisitos especificados nesses
documentos de critérios também é considerada como sendo “null”;

“Emissões operacionais na atmosfera” significa a quantidade de emissões


na atmosfera de uma substância especifica ou compostos que são lançados
como resultado da geração de eletricidade;

“PCDDs and PCDFs” significa dibenzo-para-dioxinas policloradas e dibenzo-


furanas policloradas, sendo uma família de compostos orgânicos policlorados
formados como vestígios poluentes ou subprodutos de processos industriais.
Isso inclui poluentes tóxicos indesejáveis gerados quando o cloro é usado no
branqueamento da polpa de Madeira e quando Madeira impregnada com sal é
queimada;

“PM” significa material particulada, incluindo material particulada menor ou


igual a 10 mícron em tamanho e deveria ser medida usando a freqüência e os
métodos especificados no Apêndice 1 deste documento de critérios;

“Tecnologia fotovoltaica (PV)” significa uma célula, painel, conjunto ou


campo que converte diretamente a energia solar em eletricidade;

“Renovável” significa reabastecido através de processos naturais ou através


de práticas de manejo sustentável de modo que um recurso não seja esgotada
pelo atual nível de consumo;

“Ribeirinho” significa a terra e o habitat encontrado ao longo das margens de


cursos d’água, rios e lagos;

“Madeira impregnada de sal” significa madeira e resíduos florestais que


foram impregnadas com uma alta concentração de sal (NaCl) pela exposição
prolongada à maresia ou pela imersão em água salgada (normalmente, com o
intuito de transporte);

“Energia solar” significa a eletricidade gerada pela conversão da energia e/ou


calor da luz solar em eletricidade, incluindo entre outras a tecnologia
fotovoltaica e as tecnologias que concentram a energia térmica do sol;
“Práticas seguras de manejo ambiental” significa aquelas práticas e metas
usadas para o manejo de produtos florestais e/ou agrícolas com um sistema de
manejo ambiental sólido, definido na seção das definições desse documento de
critérios, que tenham os objetivos de manter os valores ambientais no eco-
sistema vizinho. Essas práticas deve cuidar, no mínimo, inter alia:

(a) seleção das espécies;


(b) estrutura, temperatura e fertilidade do solo;
(c) teores da composição, taxas de compactação e de preservação do solo;
(d) controle da erosão;
(e) distância do transporte desde o local de coleta até o local de
combustão/geração;
(f) práticas e técnicas de silvicultura;
(g) práticas de coleta incluindo técnicas, índices e minimização de resíduos;
(h) regeneração de lavouras;
(i) construção e manutenção de estrada/trilha;
(j) proteção da biodiversidade, animais selvagens e raros, espécies ameaçadas
ou em perigo de extinção;
(k) qualidade e quantidade de água;
(l) preservação das nascentes; e
(m) uso prévio da terra.

“Sistema seguro de manejo ambiental” significa um sistema, incluindo entre


outros a série de padrões ISO 14000, usadas no manejo de produtos florestais
e/ou agrícolas que incorpore práticas seguras de manejo ambiental. Os
elementos do sistema devem incluir, no mínimo:
(a) elementos de planejamento tais como: a identificação dos recursos
florestais e/ou agrícolas, identificação dos aspectos ambientais, avaliação de
impactos ambientais, identificação da legislação e requisitos regulatórios
ambientais, definição e comprometimento com as políticas, objetivos e metas
ambientais;
(b) elementos operacionais tais como: definição dos papéis e designação de
responsabilidades; fornecimento treinamento de pessoal adequado;
comunicação de aspectos e de políticas ambientais internamente e
externamente; implementação de um programa de manejo ambiental baseado
em aspectos e impactos ambientais definidos; documentação de todas as
políticas, metas e procedimentos; revisão periódica e, se necessário, revisão
do sistema; realização de consultas públicas e/ou atividades de extensão; e o
estabelecimento de prontidão e plano de ação para emergências ambientais; e
(c) elementos para monitoramento e mensuração tais como: monitoramento e
mensuração de aspectos mais importantes do sistema; avaliação e mitigação
dos aspectos ambientais negativos; correção das não-adequações ao sistema
de manejo; realização de revisões internas; e realização de auditoria por
terceiros;

“SOX” significa óxidos de enxofre e deveriam ser medidos através da


freqüência, condições e métodos de testes especificados no Apêndice 1 desse
documento de critérios;

“Espécies designadas como em perigo ou ameaçadas” significa qualquer


espécie que esteja listada como “em perigo” ou “ameaçada” por catálogos
reconhecidos de tais espécies. No Canadá, a lista pré-estabelecida deverá ser
aquela da Comissão Federal sobre a Situação da Vida Selvagem Ameaçada no
Canadá (i.e. COSEWIC), ou lista federal, provincial, territorial, estadual e/ou
local (e.g. Comissão Federal sobre a Situação da Vida Selvagem em Risco em
Ontário, Canadá; i.e., COSSARO) que substitui a anterior, onde as
designações são mais estritas;

“Canal de esgotamento” significa o ponto no qual a água é liberada para o


seu leito abaixo da estação geradora após passar pelas turbinas ou outros
meios mecânicos para a produção de energia hidroelétrica;

“TEQ” significa equivalente tóxico e é determinado pela multiplicação do nível


de concentração medido de um dado congênere pelo I-TEF apropriado. Ao se
converter os níveis de concentração medidos para uma base comum, as
quantidades de TEQ podem ser somadas para dar uma quantidade
representativa única. Para os propósitos desse documento de critérios, TEQs
são determinadas para 2,3,7,8-TCDD e 2,3,7,8-TCDF.
Os sete congêneres para os quais 2,3,7,8-TCDD TEQs deverão ser
determinados são 2,3,7,8-TCDD; 1,2,3,7,8- P5CDD; 1,2,3,4,7,8-H6CDD;
1,2,3,6,7,8-H6CDD; 1,2,3,7,8,9-H6CDD; 1,2,3,4,6,7,8-H7CDD; e OCDD.
Os dez congêneres para os quais 2,3,7,8-TCDF TEQs deverão ser
determinados são 2,3,7,8-TCDF; 1,2,3,7,8-P5CDF; 2,3,4,7,8-P5CDF;
1,2,3,4,7,8-H6CDF; 1,2,3,6,7,8-H6CDF; 2,3,4,6,7,8-H6CDF; 1,2,3,7,8,9-
H6CDF; 1,2,3,4,6,7,8-H7CDF; 1,2,3,4,7,8,9-H7CDF; and OCDF.

“Eletricidade Tipo I” significa a eletricidade certificada ECP de uma usina


geradora que iniciou o funcionamento (e.g., geração de eletricidade) antes de
01 de janeiro de 1991;

“Eletricidade Tipo II” significa a eletricidade certificada ECP de uma usina


geradora que iniciou o funcionamento entre 01 de janeiro de 1991 e 31 de
março de 2001, inclusive. Os aumentos incrementais na eletricidade gerada
como resultado de melhorias na usina (incluindo entre outras melhoras na
eficiência) ou como resultado de expansões da usina (incluindo entre outras,
novas turbinas ou conjuntos) são elegíveis para a designação de Tipo II. Em
tais casos, a media anual de capacidade geradora antes das atualizações e/ou
das melhoras fornecerão a linha de referência básica sobre a qual se calculará
a quantidade de eletricidade Tipo II gerada.
As instalações que foram completamente paradas em qualquer período e re-
energizadas entre 01 de janeiro de 1991 e 31 de março de 2001, inclusive, são
também elegíveis pra a designação de Tipo II. As usinas que foram
completamente paradas somente para obterem a designação Tipo II não
receberão essa designação, exceto se satisfeitas as condições seguintes:
(a) a vida útil da usina era menos de dois antes da sua parada; e
(b) mais de 75% do justo valor de Mercado da atividade após a re-energização
for derivada dos equipamentos novos instalados e das alterações resultantes
da re-energização;

“Eletricidade do Tipo III” significa eletricidade certificada ECP da usina


geradora que iniciou a geração de eletricidade em 1 de abril de 2001 ou após
essa data.
Os aumentos incrementais resultantes na eletricidade gerada de atualizações
da usina (incluindo entre outras melhorias de eficiência) ou das expansões da
usina (incluindo entre outros a novas turbinas ou conjuntos) são elegíveis para
a designação do Tipo III. Em tais casos, a capacidade geradora média anual
antes das atualizações e/ou melhorias fornecerão a base de referência na qual
se calculará a quantidade de eletricidade Tipo III gerada.
As usinas que foram paradas totalmente em qualquer período e re-energizadas
em 1 de abril de 2001 ou após essa data também são elegíveis para a
designação Tipo III. As usinas que foram paradas e re-energizada somente
para obter a designação Tipo III não receberão essa designação, exceto se
forem satisfeitas as condições seguintes:

(a) a vida útil da usina era menos de dois antes da sua parada; e
(b) mais de 75% do justo valor de Mercado da atividade após a re-energização
for derivada dos equipamentos novos instalados e das alterações resultantes
da re-energização;

“Usuário” significa entre outros qualquer indivíduo, domicílio, estabelecimento


comercial ou industrial ou instituição que compra eletricidade ou de um gerador
ou de um operador;

“Eletricidade gerada pela água” significa a eletricidade gerada de um sistema


ou tecnologia que usa um método mecânico para capturar e converter o
potencial energético da água em eletricidade;

“Qualidade da água” significa as características da água, incluindo


especificamente a quantidade de oxigênio dissolvido, pH, fósforo total, turbidêz,
transparência e clorofila, além de qualquer item que seja crucial ou único para
a área de funcionamento;

“Eletricidade gerada pelo vento” significa a eletricidade gerada por uma


turbina eólica que converte a energia cinética do vento em eletricidade;

“turbina eólica” significa um sistema que usa pás ou hélices ligadas um eixo
para a captura da energia cinética do vento. O vento empurra as pás ou hélices
e faz girar o eixo. O eixo move, direta ou indiretamente uma série de
engrenagens, o gerador para produzir eletricidade; “resíduos madeireiros e
agrícolas” significa uma forma de biomassa limpa e inclui, entre outras:

(a) resíduos de serrarias (e.g. resíduos de subprodutos associados com o


processamento de material florestal tais como casca, pó de serra, lascas,
tocos, esmalte, branqueadores),
(b) resíduos de toras (e.g. material residual deixado na floresta após a
derrubada, tais como tocos, raízes, lascas e entulho),
(c) resíduos de lavoura (e.g. materiais não necessários para a re-incorporação
ao solo tais como galhos, palhas, sabugos, vagens e plantas secas de cereais
colhidos), e
(d) entulhos não tratados de construção ou demolição.

Definição de Categoria
2. Essa categoria compreende a eletricidade de fontes renováveis que são
capazes de causar impactos relativamente baixos sobre o meio ambiente e
produzir benefícios potenciais que incluam, entre outros, baixa emissão líquida
de gás de efeito estufa, recursos não-renováveis limitados ou sem
esgotamento, emissões reduzidas de outros poluentes, além dos impactos
reduzidos sobre os ecossistemas e espécies aquáticas, ribeirinhas e terrestres.
Tecnologias de geração especialmente reconhecidos nesse documento de
critérios incluem:
(a) eletricidade de uso alternativo;
(b) eletricidade gerada com biogás;
(c) eletricidade gerada com biomassa;
(d) eletricidade fotovoltaica;
(e) eletricidade gerada com água; e
(f) eletricidade gerada pela água.

Requisitos Gerais

3. Para satisfazer os requisitos desse documento de Critérios, a eletricidade –


renovável de baixo impacto precisa:

(a) satisfazer ou exceder todos os padrões governamentais, de segurança e


desempenho industrial aplicáveis; e

(b) ser gerada de tal forma que todos os passos do processo, incluindo a
disposição dos resíduos sólidos que surjam daí satisfaçam atos governamentais,
portarias e regulamentações incluindo as usinas localizadas no Canadá, Lei da
Pesca e Lei de Proteção Ambiental do Canadá de 1999, (CEPA, 1999).

Requisitos Específicos do Produto

4. Para satisfazer os requisitos desse documento de Critérios, a eletricidade –


renovável de baixo impacto precisa:

(a) estar acompanhada por evidência de que consulta apropriada com


comunidades e interessadas tenham sido realizadas, as questões relativas
foram razoavelmente cuidadas e, quando aplicável, a mitigação razoável dos
impactos negativos que foram tratadas;
(b) estar acompanhada por evidência que antes ou conflito de terra, perda de
biodiversidade e de panorama, valores recreativos e culturas foram tratados
durante o planejamento e desenvolvimento do projeto;
(c) estar acompanhada por evidência de que o projeto não resultará na
degradação ou perda irreparável/não-mitigável dos valores antepassados,
culturais, recreativos e/ou turísticos;
(d) ser gerada de maneira que seja confiável e prática (e.g. não nas fases de
pesquisa e desenvolvimento, mas realmente gerando eletricidade);
(e) ser gerada somente na proporção do combustível de insumo de calor
atribuído a fontes renováveis elegíveis para ser designada como certificada
ECP;
(f) ser gerada de maneira que nenhum impacto adverso seja criado para
qualquer espécie designada como em perigo ou ameaçada; e
(g) satisfazer os critérios e as definições desse documento de critérios que são
aplicáveis à tecnologia de geração empregada.
5. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade de
uso alternativo deve ser gerada de tal maneira que todas os critérios e
definições de certificação aplicáveis contidas nesse documento sejam
satisfeitas. Os impactos ambientais da operação existente e o processo de uso
alternativo serão revisados e alocados caso a caso.
6. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade
gerada com biogás precisa ser gerada de tal maneira que o total de pontos de
carga avaliados para as emissões operacionais de monóxido de carbono (CO),
matéria particulada de monóxido de carbono (PM), óxidos de nitrogênio(NOX
medido como NO2) e óxidos de enxofre (SOX medido como SO2), como
determinado no Apêndice 2, lançadas na atmosfera não exceda 6.

Nos casos em que o biogás é usado como substituto parcial na usina geradora
que está designada para utilizar primordialmente combustível não-renovável,
os cálculo dos pontos de carga serão baseados somente naqueles valores das
emissões operacionais lançadas na atmosfera que possam ser alocados para
a combustão do biogás.

7. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade


gerada com biomassa precisa ser gerada de tal maneira que:
(a) o total de pontos de carga avaliados para as emissões operacionais de
monóxido de carbono (CO), matéria particulada de monóxido de carbono (PM),
óxidos de nitrogênio(NOX medido como NO2) e óxidos de enxofre (SOX
medido como SO2), como determinado no Apêndice 2, lançadas na atmosfera
não exceda 6;

Nos casos em que o biogás é usado como substituto parcial na usina geradora
que está designada para utilizar primordialmente combustível não-renovável,
os cálculo dos pontos de carga serão baseados somente naqueles valores das
emissões operacionais lançadas na atmosfera que possam ser alocados para
a combustão de biomassa limpa.
(b) se gerados a partir de resíduos madeireiros e/ou agrícolas, e nos casos em
que o gerador e a fonte de resíduos sejam do mesmo proprietário;
i) uso somente de resíduos madeireiros e/ou agrícolas que foram retirados de
operações que implementaram um sistema seguro de manejo ambiental e
aderiram a práticas seguras de manejo ambiental,
ii) assegurar que a taxa de colheita não exceda os níveis que possam ser
sustentáveis, e
iii) não usar os resíduos das espécies que estejam listadas nos Apêndices
CITES;
(c) caso seja gerada de fontes combustíveis de biomassa limpa contendo
madeira impregnada de sal, lama ou líquidos residuais de polpas das fábricas
que usam o branqueamento elementar por cloro, a usina não deverá emitir as
dioxinas e/ou furanas policloradas em excesso ao que se segue, o que for mais
baixo:
i) 100 pg I-TEQ/m3; ou
ii) os limites para os novos aquecedores de polpa e papel consumindo madeira
impregnada de sal na forma especificada pelos Padrões Ampliados para
Dioxinas e Furanas do Canadá
(Conselho Canadense de Ministros do Meio Ambiente); e
(d) se gerada a partir de lavouras dedicadas para energia:
i) uso somente de lavouras dedicas para energia que tenham sido fonte das
operações que implmentaram um sistema seguro de manajo ambiental e
aderiram à práticas seguras de manajo ambiental, e
ii) assegurar que a taxa de colheita não exceda os níveis que possam ser
sustentáveis.

8. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade


gerada com energia solar dever ser gerada de tal maneira que arranjos
adequados (i.e., reservas financeiras) tenham sido feitas para a disposição
apropriada ou reciclagem de todos os resíduos sólidos resultantes da geração
da eletricidade, incluindo a disposição de equipamento ou máquinas usadas no
próprio processo de geração que contenha níveis mensuráveis de cádmio.

9. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade


gerada com a água dever ser gerada de tal maneira que a usina geradora:
(a) opere em adequação com todas as licenças e requisitos regulatórios e/ou
outras autorizações pertinentes relacionadas com a pesca (incluindo as
instalações localizadas no Canadá, a Lei da Pesca), independentemente de
anistia ou variações que possam ser concedidas ou autorizadas;
(b) opere em adequação com todas as licenças e requisitos regulatórios e/ou
outras autorizações pertinentes relacionadas com o nível e o fluxo da água,
independentemente de anistia ou variações que possam ser concedidas ou
autorizadas;
(c) não funcione sob qualquer autorização com prazos e condições que
permitam alteração, separação ou destruição prejudicial do habitat dos
peixes, exceto:
i) tal alteração, separação ou destruição prejudicial não esteja afetando o fator
limitante da capacidade produtiva,
ii) perda do habitat afetado seja compensada com a criação de habitat
semelhante, tenha capacidade de suportar o mesmo estoque no local de
desenvolvimento ou próximo a ele dentro da mesma unidade ecológica de tal
forma que o habitat criado substitua a capacidade produtiva, dentro de um fator
de segurança aprovado.
Para as instalações localizadas no Canadá, essas autorizações condicionantes
incluem aquelas emitidas sob a Seção 35(2) da Lei da Pesca (Fisheries Act),
do Ministério da Pesca e dos Oceanos ou sob as regulamentações feitas pelo
Governador no Conselho sob a Lei da Pesca.
(d) dentro dos limites práticos e sujeitos à orientação e aprovação regulatória,
assegurar que o funcionamento da usina está coordenado como outras
instalações de controle da água que influencie os níveis e/ou fluxos da água e
que estejam funcionando no mesmo curso d’água par mitigar os impactos e
proteger as espécies endógenas e o habitat do qual dependem;
(e) no máximo, provoque uma saída de água da lagoa mestre na mesma
quantidade recebida num período de 48 horas;
Nos casos onde esse critério especial não possa ser satisfeito, o ECP
considerará ainda assim a certificação se o solicitante apresentar evidência
indicando que esses componentes hidrológicos e ecológicos importantes para
a sustentação das nascentes na vizinhança sejam mantidos. No mínimo, essa
evidência precisa incluir as avaliações de impacto ambiental e a documentação
relativa a um processo formal de consulta pública.
Nos casos em que as condições acima possam ser satisfeitas, o solicitante
pode obter em solicitar um Processo de Revisão da Eletricidade com múltiplos
interessados e o público para demonstrar impactos ambientais adversos iguais
ou menores.
(f) funcione de tal maneira que os fluxos de água reduzido num canal de desvio
que é vertedouro e chegue à vazante das barragens de desvio e/ou diques não
sejam prejudiciais para as espécies aquáticas endógenas e ribeirinhas;
(g) funcione de tal maneira que os fluxos de água de entrada flua abaixo do
canal de esgotamento sejam adequados para suportar as espécies aquáticas
endógenas e ribeirinhas dentro das variações pré-projeto;
(h) funcione de tal maneira que a qualidade da água numa lagoa mestre:, num
canal de desvio chegue à vazante de qualquer barragem ou dique de desvio
permaneça comparável à qualidade da água pré-projeto em corpos inalterados
de água ou cursos d’água dentro das nascentes locais;
(i) funcione de tal maneira que qualquer alteração na temperatura da água
causada pela instalação na lagoa mestre ou em distâncias à vazante do canal
de esgotamento ou na vazante de qualquer barragem ou dique de desvio não
sejam prejudiciais para as espécies aquáticas endógenas;
(j) onde a estruturas feitas pelo homem é colocada entre o curso d’água onde
não existam barreiras naturais dê passagem para os peixes quando for
necessário manter o padrão de migração pré-existente para os cardumes de
peixes tanto a jusante com a vazante; e
(k) fornece quaisquer medidas (incluindo inter alia bandejas de lixo, estruturas
de tomada super dimensionadas desenhadas para diminuir a velocidade da
tomada, sons subaquáticos, redes de pesca) necessárias para minimizar a
mortalidade dos peixes que ocorreria através de ocupação e do arrastão.

10. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade


gerada com energia eólica deve ser gerada de tal maneira que:
(a) a unidade geradora e as suas estruturas não são prejudiciais para as aves
endógenas ou migratórias;
(b) a unidade geradora e as suas estruturas não estão localizadas numa área
que seja protegida para as espécies de aves designadas como em perigo ou
ameaçadas;
(c) as atividades de construção ou o funcionamento ordinário das turbinas não
causam erosão excessiva no solo tais como assoreamento de drenos,
correntes d’água, lagoas ou lagos que seriam prejudiciais para as espécies
aquáticas ou ribeirinhas e/ou aumente a erosão das encostas abruptas,
planaltos ou acesso à rodovias; e
(d) solo escavado é substituído e a vegetação arrancada replantada após a
construção ou terraplanagem onde isso possa ser feito sem interferir com o
funcionamento ou a manutenção da unidade eólica.

11. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, os operadores


de eletricidade devem ser capazes de demonstrar satisfatoriamente ao
Programa de Escolha Ambiental (Environmental Choice Program) que uma
parte do seu produto de energia de múltiplas fontes está em conformidade com
esse documento de critério e incorpora, no mínimo, 50% de Eletricidade do
Tipo II e/ou Eletricidade do Tipo III e no máximo 50% de Eletricidade do Tipo I.

Verificação
12. A eletricidade certificada ECP deve ser gerada por instalações que sejam
também certificadas e, assim, satisfaçam os requisitos gerais e específicos de
tecnologia desse documento de critérios. Quando essa eletricidade certificada
for vendida, o vendedor deve disponibilizar, quando solicitado, as fontes de
geração e/ou o Tipo ou mistura de Tipos de eletricidade a venda.

13. Para um produto de eletricidade que satisfaça os requisitos desse


documento de critérios, os direitos a todos os benefícios ambientais que
possam estar associados com o equilíbrio da mesma quantidade de energia
nula da malha têm que ser:

(a) transferidos para o cliente como parte do produto de eletricidade em


qualquer transação; ou
(b) retirados pelo operador ou vendedor da eletricidade certificada de tal modo
que os benefícios ambientais não possam mais ser transferidos, vendidos ou
doados.

O produto de eletricidade adequado a esse documento de critérios deve


originar de instalações geradoras funcionando em adequação a esse
documento de critérios e não pode englobar a eletricidade de instalações
geradoras planejadas. Através de um processo de verificação e auditoria, as
medidas de reconciliação serão implementadas para assegurar que os níveis
das vendas do produto de eletricidade adequados não excedam os níveis de
produção/fornecimento.

14. Para verificar uma reivindicação que um produto satisfaz os critérios


listados nesse documento, o Programa de Escolha Ambiental exigirá acesso,
como é sua prática normal, aos registros de controle da qualidade e de
produção relevantes e o direito de acesso às instalações de produção sem
necessidade de se fazer anunciar.

É responsabilidade do solicitante fornecer informação suficiente para permitir a


verificação da reivindicação de que a instalação este em conformidade com os
documentos de critérios. Toda a documentação produzida no contexto da
avaliação ambiental da instalação, em especial, para a qual a certificação tenha
sido solicitada é deverá estar disponível ao ECP.

15. A adequação às seções 3(b), 9(a) e 9(b) deverão ser atestadas por uma
declaração assinada pelo Chefe Executivo ou autoridade equivalente do
emissor. A adequação com as seções 9(a) e 9(b) deverão ser confirmadas
também por evidência adicional, incluindo inter alia a correspondência do
representante autorizado de cada órgão governamental aplicável que tenha
emitido uma licença e/ou autorização de funcionamento para a instalação.
O Programa de Escolha Ambiental deverá ser informado imediatamente, por
escrito, pelo licenciado de qualquer não adequação que possa ocorrer durante
o prazo da licença. Na ocorrência de qualquer não adequação, a licença
poderá ser suspensa ou retirada como for estipulado no acordo de
licenciamento. No caso de litígio relacionado com a suspensão ou retirada da
licença, o acordo de licenciamento prevê a arbitragem.

Condições para o Uso do EcoLogo


16. Onde a adequação com esse documento de critérios for estabelecida sob o
Programa de Escolha Ambiental, o EcoLogo poderá aparecer em associação
com um produto, sujeito às condições seguintes:

(a) Somente aqueles componentes de um produto de múltiplas fontes que


tenha satisfeito totalmente todos os critérios de certificação e licenciamento
ECP pertinentes terão a permissão para portar o EcoLogo; e
(b) Uma declaração dos critérios deve aparecer junto com o EcoLogo sempre
que o EcoLogo for usado em associação com eletricidade durante as vendas e
transações relacionadas. A declaração de critério deve aparecer também junto
com o Ecólogo em outras atividades e materiais promocionais.
Embora a redação exata usada na declaração de critério seja deixada à
discrição do licenciado, a própria declaração deveria fornecer esclarecimento
em relação ao porquê do licenciamento do produto. A declaração precisa não
desfigurar o produto nem a razão pela qual recebera a certificação, e precisa
conter as seguintes informações, pelo menos:
i) para geradores, a identificação da quantidade de eletricidade certificada ECP
gerada e/ou comercializada em unidades quantitativas (e.g. kWh ou MWh);
ii) para os operadores, a identificação da quantidade de eletricidade certificada
ECP recebida dos geradores e/ou fornecida aos consumidores como
percentual dos produtos de energia elétrica de múltiplas fontes maiores ou em
unidades quantitativas (e.g. kWh ou
MWh); e
iii) pra os consumidores, a identificação da quantidade de eletricidade
certificada ECP comprada/usada como percentual dos produtos de energia
elétrica de múltiplas fontes maiores ou em unidades quantitativas (e.g. kWh ou
MWh).

17. Todas as licenças devem se adequar ao “Guia para Uso Apropriado do


EcoLogo (Guide to Proper Use of the EcoLogoM ) do Programa de Escolha
Ambiental relativo ao formato e uso do EcoLogo.

18. Qualquer publicidade acompanhante deve estar em conformidade com os


requisitos relevantes estipulados nesse documento de Critérios, no acordo de
licenciamento e no Guia para Uso Apropriado do EcoLogo (Guide to Proper
Use of the EcoLogoM ) do Programa de Escolha Ambiental.

Para cópias desse documento de critérios ou para maiores informações sobre


o Programa de Escolha Ambiental, favor entrar em contato com:
TerraChoice Environmental Services Inc.,
1280 Old Innes Road, Suite 400, Ottawa, Ontario, K1B 5M7
Telephone: (613) 247-1900, Facsimile: (613) 247-2228, Email:
ecoinfo@terrachoice.ca

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