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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

2ª CÂMARA

PROCESSO TC Nº 09346/08

Objeto: Pensões
Relator: Conselheiro Substituto Antônio Cláudio Silva Santos
Jurisdicionados: Secretarias de Estado da Administração e das Finanças
Interessadas: Viúvas de ex-parlamentares estaduais

EMENTA: PODER EXECUTIVO ESTADUAL – ADMINISTRAÇÃO DIRETA –


SECRETARIAS DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO E DAS FINANÇAS – ATO DE
GESTÃO DE PESSOAL – PENSÕES DE VIÚVAS DE EX-PARLAMENTARES –
APRECIAÇÃO DE MELHORIAS DOS PROVENTOS – IMPOSSIBILIDADE DE
APRECIAÇÃO DOS PLEITOS, DIANTE DO QUE ESTABELECE O ART. 71,
INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA – ASSINAÇÂO DE
PRAZO, SOB PENA DE MULTA, AO PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA E AO SECRETARIO DA ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO PARA
ENVIO DE DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À APRECIAÇÃO DOS ATOS DE
PENSÃO AINDA NÃO EXAMINADOS PELO TCE-PB – DETERMINAÇÃO À DIAFI
PARA QUE PROCEDA AO LEVANTAMENTO DE PENSÕES AINDA NÃO
APRECIADAS PELO TCE-PB, COM SOLICITAÇÃO DAS MESMAS À
PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO.

RESOLUÇÃO RC2 TC 70/2011

Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nº 09346/08, RESOLVEM os Conselheiros integrantes da


2ª CÂMARA do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, por unanimidade, em sessão realizada
nesta data, com declaração de impedimento do Conselheiro Antônio Nominando Diniz Filho, ausente, por motivo
justificado, o Conselheiro-Presidente Arnóbio Alves Viana, sendo convocados o Conselheiro Umberto Silveira
Porto e o Conselheiro Substituto Antônio Cláudio Silva Santos para complementarem o quorum, em:

1) não apreciar a legalidade das melhorias dos proventos de pensões requeridas pelas pensionistas junto
a Secretaria de Estado da Administração - SEAD, em decorrência da edição das Leis estaduais nº
7.975/06 e 8.244/07, por faltar competência constitucional a esta egrégia Corte para exame da matéria,
conforme dispõe o inciso III do art. 71 da Constituição do Estado da Paraíba, o que não afasta o direito
das requerentes de continuar pleiteando os reajustes dos benefícios junto à Secretaria de Estado da
Administração, inclusive recorrendo ao Poder Judiciário, se for o caso;

2) assinar o prazo de 60 dias ao Presidente da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba e ao


Secretário da Secretaria de Estado da Administração, sob pena de multa pessoal, por descumprimento
da decisão, para que enviem os documentos abaixo relacionados, para que o Tribunal de Contas, no
exercício constitucional de sua competência, conforme estabelecido no inciso III do art. 71 da
Constituição do Estado da Paraíba, possa verificar a legalidade e conceder registro aos atos de pensão,
ainda não enviados à Corte de Contas:

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Pelo Presidente da Assembléia Legislativa – documentos relativos às pensões ainda não apreciadas
pelo Tribunal, das seguintes pensionistas: Celina Gondim Diniz (cópia do procedimento de
aposentadoria do ex-parlamentar Antônio Nominando Diniz, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE
que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado),
Dorivan Cavalcanti de Sá (cópia autenticada de documento comprobatório da relação de parentesco
ou dependência e cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Luiz Gonzaga de
Miranda Freire, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e
ato original concessivo da pensão, devidamente publicado), Elza da Cunha Melo Ferreira Ramos
(cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Augusto Ferreira Ramos, se inativo, com
cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da
pensão, devidamente publicado), Francisca Gomes Araújo Motta (cópia do procedimento de
aposentadoria do ex-parlamentar Edvaldo Fernandes Mota, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE
que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado),
Gilka Maria Arnaud Arruda (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Azuil Arruda
de Assis, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato
original concessivo da pensão, devidamente publicado), Graça Maria de Oliveira Maia (cópia do
procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Américo Sérgio Maia, se inativo, com cópia do
Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver), Iolanda Lacet de Barros (cópia do
procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Luiz Ferreira Barros, se inativo, com cópia do
Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, certidão da Assembléia Legislativa
informando o período de mandato do ex-parlamentar, e ato original concessivo da pensão, devidamente
publicado), Maria Aparecida Carneiro Pires (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-
parlamentar Laércio Pires de Sousa, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro
ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado), Mirian Augusta Mello
Agra (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Aristóteles Agra, se inativo, com
cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da
pensão, devidamente publicado), Priscila Nunes de Farias Leite (cópia do procedimento de
aposentadoria do ex-parlamentar José Leite de Souza, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que
concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado),
Ruth Maria Heusi de Lucena (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Humberto
Coutinho de Lucena, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se
houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado) e Tânia Maria Almeida Sales
Queiroga (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Epitácio Vieira de Queiroga, se
inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, certidão da Assembléia
Legislativa informando o período de mandato do ex-parlamentar, e ato original concessivo da pensão,
devidamente publicado).

Pelo Secretário da Secretaria de Estado da Administração – cópia do último contra-cheque das


pensionistas anteriormente citadas.

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3) determinar a Diretoria de Auditoria e Fiscalização do TCE-PB para que proceda ao levantamento das
pensões de viúvas/dependentes de ex-parlamentares estaduais ainda não encaminhadas ao Tribunal
de Contas, com solicitação das mesmas à presidência da Assembléia Legislativa do Estado,
devidamente instruídas com os documentos exigidos pelo art. 6º da Resolução TC 103/98.

Publique-se intime-se e cumpra-se.


TCE – Sala das Sessões da 2ª Câmara, Miniplenário Conselheiro Adailton Coêlho Costa
João Pessoa, 12 de abril de 2011

Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes


Presidente em exercício

Conselheiro Substituto Antônio Cláudio Silva Santos Conselheiro Umberto Silveira Porto
Relator

Elvira Samara Pereira de Oliveira


Sub-Procuradora do Ministério Público, em exercício,
junto ao TCE/PB

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RELATÓRIO
CONSELHEIRO SUBSTITUTO ANTÔNIO CLÁUDIO SILVA SANTOS (Relator): Trata-se de processo de
inspeção especial formalizado a partir do Ofício nº 451/2008 – GS/SEF, datado de 29/04/08, da Secretaria de
Estado das Finanças, a qual encaminhou 23 processos de pedidos de reajuste de pensão de viúvas de ex-
deputados estaduais, para exame pelo Tribunal. Anexados aos respectivos pedidos, constam os processos de
pensão.

Visando instruir o Processo, houve solicitação da DIAFI, através do Ofício nº 0705/08-TCE-DIAFI, ao Secretário
de Estado da Administração para que enviasse, com base na Resolução TC nº 103/98, os atos das pensões, os
atestados de óbito e o último contracheque dos ex-parlamentares, o que não foi atendido.

Em seguida, a Divisão de Auditoria de Atos de Pessoal e Gestão Previdenciárias do TCE-PB – DIAPG, ao


examinar a documentação encaminhada pela Secretaria de Finanças do Estado, emitiu relatório preliminar, fls.
909/914, e complementação feita ao relatório, fls. 918/922, fazendo, inicialmente, considerações sobre a
legislação atinente às pensões complementares e às pensões especiais, decorrentes de aposentadorias
especiais, para, ao final, se pronunciar sobre a regularidade das mesmas.

Visão resumida da Auditoria tocante à legislação verso a legalidade das pensões

Pensão Complementar – Concedida com base na Lei nº 4.191/80, posteriormente alterada pela Lei nº 4.650/84,
paga com recursos do tesouro do Estado, conforme estabelecido no art. 1º, caput:

“Art. 1º - As pensões pagas pelo Instituto de Previdência do Estado da Paraíba – IPEP – às viúvas
e, na falta destas, aos demais beneficiários de ex-Governadores, ex-Desembargadores, ex-Deputados Estaduais
ficam complementadas para 50% (cinqüenta por cento) do vencimento atribuído ao cargo de Desembargador
e, sempre que se elevar o valor deste, serão reajustados automaticamente e nas mesmas proporções,
estendendo-se os mesmos benefícios às viúvas e demais beneficiários dos ex-Juízes de Direito, sobre o
respectivo vencimento.

§ Único – O Poder Executivo concederá, pelo Tesouro do Estado, pensão de igual valor e nas
mesmas condições às viúvas de ex-Governadores, ex-Desembargadores e ex-Deputados Estaduais não
beneficiados pelo plano de seguridade do IPEP.”

Entende, a Auditoria, que esta lei foi revogada com a Constituição Federal de 1988. Com o advento do regime
de subsídios (Lei estadual nº 7.975/06), também não pode mais ser majorada a pensão complementar, uma vez
que se extinguiu a base de cálculo legalmente estabelecida, não podendo ser substituída pelo subsídio, posto
que abarcaria todas as espécies remuneratórias, consolidadas na parcela única, o que não condiz com o espírito
da lei, que se assim quisesse teria feito menção à remuneração do cargo de desembargador. (vê decisão do TJ-
PB em mandado de segurança, fls. 651/663 dos autos, que deu provimento ao mandado de segurança, no
sentido de considerar não só vencimento mais a verba de representação para o cálculo da pensão)

Estão, portanto, regulares as complementações de pensão concedidas às pensionistas Maria de Lourdes Costa,
Myrtes Wanderley da Nóbrega Gouveia, Zélia Maria de Queiroz e Zilar Saldanha Suassuna, por ter o fato

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gerador ocorrido antes da CF/88, sem, no entanto, ser possível de majoração, com a implantação do subsídio
(Lei estadual nº 7.975/06), por inexistir mais a base legal de cálculo.

Estão irregulares as complementações de pensão, por ventura concedidas com base em fato gerador ocorrido
posteriormente a 05 de outubro de 1888, em razão da revogação da Lei nº 4.191/80, haja vista não ter sido
recepcionada pela ordem constitucional inaugurada com a CF/88. Nessa situação estão as seguintes
pensionistas: Azenete Rodrigues de Queiroz Olímpio, Celina Gondim Diniz, Dorivan Cavalcanti de Sá, Elza da
Cunha Melo Ferreira Ramos, Francisca Gomes Araújo Motta, Gilka Maria Arnaud Arruda, Gláucia Bronzeado
Teotônio Leite Ferreira, Graça Maria de Oliveira Maia, Iolanda Lacet de Barros, Maria Aparecida Carneiro Pires,
Maria Avany de Melo, Maria de Lourdes Costa de Luna Freire, Maria do Carmo Lopes Cabral, Mirian Augusta
Mello Agra, Priscila Nunes de Farias Leite, Raimunda Cacilda de Medeiros, Ruth Maria Heusi de Lucena e Tânia
Maria Almeida Sales Queiroga.

Aposentadoria Especial de Deputados Estaduais - Concedida com base na Lei nº 5.238/90, que dispôs sobre
o regime jurídico previdenciário especial dos deputados estaduais. Seu art. 11 assim estabeleceu:

“Art. 11 – O valor da aposentadoria é proporcional aos anos de contribuição e calculado à razão de 1/24
(um vinte e quatro avos) por ano, não podendo, porém, ser inferior a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração
definida no artigo 18.”

Com o advento da Lei nº 5.714/93, nova redação foi dada ao artigo 11, que passou vigorar da seguinte forma:

Art.11 – O valor da aposentadoria é proporcional aos anos de contribuição e calculado à razão de 1/24
(um vinte e quatro avos) por ano de efetivo exercício de mandato eletivo estadual, ressalvados os direitos
adquiridos e reajustados sempre que alterado o salário-de-contribuição, respeitada a proporcionalidade prevista
neste artigo a partir de 8 (oito) anos de mandato.

Do exposto, verifica-se que os ex-parlamentares aposentados, entre 24 de janeiro de 1990 e 22 de janeiro de


1993, teriam seu benefício calculado a razão de, pelo menos, 50% do salário de contribuição. Já os
aposentados, com fundamento na Lei nº 5.714/93, teriam seu benefício estabelecido em 1/24 por ano de efetivo
exercício.

É de se registrar que os dispositivos aludidos se referem à aposentadoria dos parlamentares efetivamente


ligados ao regime de previdência, estando, portanto, na qualidade de segurados.

Já aqueles que haviam preenchidos os requisitos em época anterior e não eram contribuintes regulares do
sistema previdenciário, fora assegurada aposentadoria com valor não superior a 50% da aposentadoria
concedida aos contribuintes regulares, conforme ficou estabelecido no art. 26 da Lei nº 5.714/93.

“Art. 26 - Ao ex-deputado estadual com 8 (oito) ou mais anos de exercício de mandato, que tenha a
qualquer tempo e de qualquer forma contribuído para a Previdência do Poder legislativo ou para a Previdência
do Estado, não beneficiado por esta Lei, será assegurada aposentadoria cujo valor não poderá superior a 50%
(cinqüenta por cento) da aposentadoria concedia aos contribuintes regulares.”

Entretanto, com o advento da EC nº 20/98, o regime especial de aposentadoria dos deputados tornou-se
incompatível com a Carta Maior, já que tal emenda determinou a aplicação do regime geral de previdência social
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aos detentores de cargos temporários. Com efeito, faz-se mister mencionar a Lei nº 6.718/99, que
expressamente extinguiu a Lei nº 5.238/90, ressalvados, por óbvio, os direitos adquiridos.

Pensão decorrente da aposentadoria especial de Deputados Estaduais – A Lei nº 5.238/90 estabeleceu que
os dependentes dos segurados fariam jus à pensão equivalente ao valor integral da remuneração, caso o óbito
do parlamentar ocorresse no período do mandato, ou dos proventos da aposentadoria, conforme se extrai do
seu art. 13.

“Art. 13 – A pensão aos dependentes, de que trata o artigo 5º, corresponde ao valor integral da
remuneração, se o falecimento ocorrer no período do mandato, ou dos proventos da aposentadoria, aplicadas
estas disposições no caso de contribuinte facultativo.”

Ressalte-se que este tipo pensão tem natureza previdenciária, e não complementar, sendo concedidas aos
dependentes dos segurados do regime especial de aposentadoria. Com a extinção da aposentadoria especial,
extinguiu-se, por conseqüência, esse tipo de pensão, ressalvados os direitos adquiridos das beneficiárias. As
seguintes pensionistas tiveram seus atos apreciados pelo Tribunal, com fundamento na citada lei: Azenete
Rodrigues de Queiroz Olímpio, Maria Avany de Melo, Maria do Carmo Lopes de Sousa, Mirian Augusta Mello
Agra e Raimunda Cacilda de Medeiros.

Diante das conclusões da Unidade técnica, o Relator determinou a notificação das pensionistas, para, querendo,
apresentar defesa. Apresentaram defesa as senhoras Ruth Maria Heusi de Lucena, Maria Avany de Melo, Celina
Gondim Diniz, Francisca Gomes Araújo Motta, Gláucia Bronzeado Teotônio Leite Ferreira, Elza da Cunha Melo
Ferreira Ramos, em conjunto Priscila Nunes de Farias Leite, Iolanda Lacet de Barros e Graça Maria de Oliveira
Maia, e em conjunto também Azenete Rodrigues de Queiroz Olímpio, Maria Aparecida Carneiro Pires, Tânia
Maria Almeida Sales Queiroga e Gilka Maria Arnaud Arruda.

Apesar de terem sido consideradas legais, pela Auditoria, as aposentadorias das pensionistas Maria de Lourdes
Costa, Myrtes Wanderley da Nóbrega Gouveia, Zélia Maria de Queiroz e Zilar Saldanha Suassuna, o Relator
também determinou a notificação das interessadas, uma vez que a Unidade técnica fez restrições quanto ao
reajuste da pensão complementar, com a implantação dos subsídios. Apresentou defesa, a Srª Zilar Saldanha
Suassuna.

De uma maneira geral, as defesas apresentadas argumentaram o direito adquirido, os princípios da segurança
jurídica ou da confiança, a prescrição qüinqüenal para revisão do ato e a proteção ao idoso garantida pelo
Estatuto do Idoso.

A Auditoria, após a análise das defesas, manteve seu entendimento inicial, retirando, apenas, a Srª Maria de
Lourdes Costa de Luna Freire da relação das pensões complementares consideradas ilegais, e incluído-a na
relação das complementações de pensão tidas com legais, por sido concedida antes da CF/88, porém sem
direito a reajustes, por entender que a base de cálculos deixou de existir com a implantação dos subsídios.

O processo foi enviado ao Ministério Público junto ao TCE-PB para emissão de parecer, tendo o douto
procurador geral, Marcílio Toscano Franca Filho, se averbado suspeito para atuar nos autos.

Em seguinte, o processo retornou à Auditoria para cumprimento de decisão contida na Resolução RC2 TC
0081/2010, tocante ao Processo TC nº 01306/06, que trata da pensão concedida à Srª Terezinha Mayer Feitosa
Ventura, viúva do ex-deputado estadual João Feitosa Ventura, cuja a decisão foi no sentido de determinar à

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DIAPG para que informasse quais peças do referido processo, referente à pensão complementar, deveriam ser
extraídas para exame nos autos do processo específico de pensão complementar, Processo TC n° 09346/08,
cujo relator é o Auditor Antônio Cláudio Silva Santos.

Informou, a Auditoria, a impossibilidade de indicar as peças necessárias para o envio ao Processo TC nº


09346/08, tendo em vista que a Resolução RC2 TC 0081/10, não foi cumprida pelo Secretário da Administração
do Estado.

Para que o presente processo não sofresse solução de continuidade, aguardando o cumprimento de uma
decisão de outro processo, o Relator determinou o retorno dos autos ao Ministério Público para se pronunciar
sobre a matéria em exame. Através do parecer da lavra da d. Procuradora Isabella Barbosa Marinho Falcão, o
Parquet acompanhou a manifestação da Auditoria, no sentido de que as pensões concedidas, com fulcro na Lei
nº 4.191/80 às beneficiárias Maria de Lourdes Costa, Maria de Lourdes Costa de Luna, Myrtes Wanderley da
Nóbrega Gouveia, Zélia Maria de Queiroz e Zilar Saldanha Suassuna são legítimas, pois concedidas antes de 05
de outubro de 1988. As demais pensões complementares, concedidas após 05 de outubro de 1988, são ilegais,
já que assentadas em lei revogada pela Carta Política vigente.

O Relator determinou a notificações das interessadas para a sessão de apreciação do Processo.

É o relatório.

VOTO DO RELATOR

CONSELHEIRO SUBSTITUTO ANTÔNIO CLÁUDIO SILVA SANTOS (Relator): Após o exame minucioso dos
autos, o Relator, com as devidas vênias de estilo, deixa de acompanhar as conclusões da Auditoria e do
Parquet, diante das seguintes constatações:

Como se pode observar às fls. 08/908, a documentação enviada pela Secretaria de Estado das Finanças diz
respeito a processos protocolizados na Secretaria da Administração, em 2007, por pensionistas do Estado
solicitando a atualização dos proventos de pensão, em decorrência dos reajustes ocorridos com fixação dos
subsídios dos deputados estaduais (Lei nº 8.244, de 01 de junho de 2007) e dos magistrados do Poder Judiciário
do Estado (Lei nº 7.975, de 07 de abril de 2006); não se referindo, portanto, a atos de pensão. Entretanto, a
DIGEP analisou o Processo sob a ótica de pensão complementar, paga pelo tesouro do estado, buscando
verificar a legalidade de sua concessão, tomando como parâmetro a CF/88. E concluiu que estariam legais
apenas aquelas pensões complementares, cujo óbito do cônjuge ocorrera antes da data da promulgação do
CF/88. Sendo regulares, portanto, as pensões concedidas as Srª Maria de Lourdes Costa, Myrtes Wanderley da
Nóbrega Gouveia, Zélia Maria de Queiroz e Zilar Saldanha Suassuna. Após a defesa apresentada, incluiu-se,
nesta categoria, a Srª Maria de Lourdes Costa de Luna Freire. As demais pensionistas estariam percebendo o
benefício de forma irregular, pois o óbito do cônjuge teria ocorrido após a CF/88, a qual não teria recepcionado a
Lei nº 4.191/80.

Da análise feita, o Relator observou, ainda, o seguinte: primeiro, as conclusões da instrução foram feitas sem
qualquer exame dos atos de pensão, que, inclusive, não acompanham os requerimentos, a exceção de quatro
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pensionistas; segundo, nem todos os pedidos de reajuste formulados têm o mesmo fundamento. Parte, que teve
a pensão concedida com base na Lei nº 4.191/80, requer o reajuste com fundamento na Lei nº 7.975/06 (que
fixou os subsídios dos magistrados); e parte, que teve a pensão concedida com fundamento na Lei nº 5.238/90,
requer o reajuste com base na Lei nº 8.244/07, que alterou os subsídios dos parlamentares estaduais, portanto,
sem qualquer relação com a Lei nº 4.191/80, que dispõe sobre as pensões complementares. Terceiro, as
pensionistas Maria do Carmo Lopes de Sousa, Raimunda Cacilda de Medeiros Wanderley, Azenete Rodrigues
de Queiroz Olímpio e Maria Avany de Melo, que fundamentaram os pedidos de reajustes com base na Lei nº
8.244/07, já tiveram seus atos de pensão apreciados pelo Tribunal de Contas, com os devidos registros, com
fundamento na Lei nº 5.238/90, conforme, respectivamente, Acórdão AC1 TC 380/08, Acórdão AC2 TC 1578/07,
Acórdão TC 123/96 e Acórdão TC 125/96. Portanto, a Auditoria não poderia dar por irregulares pensões
complementares destas pensionistas, já que não há, sequer, pedidos neste sentido. Tendo os benefícios sido
considerados legais pelo TCE-PB, estas pensionistas têm direito ao reajuste ocorrido nos subsídios dos
deputados estaduais, com a aprovação da Lei nº 8.244/07, que, se negado pela Secretaria de Estado das
Finanças, devem ingressar na justiça para fazer valer seus direitos. Assim como têm direito ao reajuste, com a
aprovação da Lei nº 7.975/06, aquelas pensionistas que tiveram as pensões concedidas antes da CF/88,
conforme entendimento da Auditoria e do Parquet, que, se negado também pela Secretaria de Estado das
Finanças, devem também pedir socorro ao Poder Judiciário. No tocante à restrição feita pela DIAPG quanto à
extinção da base cálculo, com a implantação dos subsídios, há, nos autos, fls. 651/663, decisão do TJ-PB, em
Mandado de Segurança de nº 84105534, de 12/06/1985, em relação justamente ao pagamento de pensão
complementar, concedida com fundamento na Lei nº 4.191/80, no sentido de considerar a verba de
representação, por ter caráter permanente, para o cálculo da pensão, e não apenas o vencimento. Participou do
mandado de segurança a pensionista Maria de Lourdes Costa de Luna Freire.

Por fim, como já foi exposto inicialmente, o objeto sob exame não diz respeito a atos de pensão, mas pedidos de
atualização dos proventos feitos à Secretaria de Estado da Administração em decorrência dos reajustes
ocorridos com fixação dos subsídios dos deputados estaduais (Lei nº 8.244, de 01 de junho de 2007) e dos
magistrados do Poder Judiciário do Estado (Lei nº 7.975, de 07 de abril de 2006), o que foge da competência do
TCE-PB à sua apreciação, conforme reza o inciso III do art. 71 da Constituição do Estado da Paraíba, uma vez
que não há questões relacionadas ao fundamento do ato, mas melhoria dos proventos.

Diz a Constituição do Estado da Paraíba em seu inciso III do art. 71:

“Art. 71 – O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas do Estado o qual compete:

Inciso III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, nas administrações diretas e indiretas, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargos de provimento em comissão, bem como as concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
do ato concessório.” (grifo nosso)

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Ante o exposto, o Relator vota no sentido de que a 2ª CÂMARA do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA
PARAÍBA não aprecie a legalidade das melhorias dos proventos das pensões requeridas pelas pensionistas
junto a Secretaria de Estado da Administração - SEAD, por faltar competência constitucional a esta egrégia
Corte para exame da matéria, conforme dispõe o inciso III do art. 71 da Constituição do Estado da Paraíba, já
citado, o que não afasta o direito das requerentes de continuar pleiteando os reajustes dos benefícios, inclusive
recorrendo ao Poder Judiciário. No entanto, visando instruir individualmente cada processo de pensão, a ser
analisado pela DIAPG, para verificar a legalidade da concessão dos benefícios e o devido registro, que se assine
o prazo de 60 dias ao Presidente da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba e ao Secretário da Secretaria
de Estado da Administração para o envio, ao Tribunal, sob pena de multa pessoal, dos seguintes documentos:

1. Pelo Presidente da Assembléia Legislativa – documentos relativos às pensões ainda não apreciadas
pelo Tribunal, das seguintes pensionistas1: Celina Gondim Diniz (cópia do procedimento de
aposentadoria do ex-parlamentar Antônio Nominando Diniz, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE
que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado),
Dorivan Cavalcanti de Sá (cópia autenticada de documento comprobatório da relação de parentesco
ou dependência, cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Luiz Gonzaga de Miranda
Freire, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original
concessivo da pensão, devidamente publicado), Elza da Cunha Melo Ferreira Ramos (cópia do
procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Augusto Ferreira Ramos, se inativo, com cópia do
Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão,
devidamente publicado), Francisca Gomes Araújo Motta (cópia do procedimento de aposentadoria do
ex-parlamentar Edvaldo Fernandes Mota, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu
registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado), Gilka Maria
Arnaud Arruda (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Azuil Arruda de Assis, se
inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original
concessivo da pensão, devidamente publicado), Graça Maria de Oliveira Maia (cópia do procedimento
de aposentadoria do ex-parlamentar Américo Sérgio Maia, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE
que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado),
Iolanda Lacet de Barros (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Luiz Ferreira
Barros, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, certidão da
Assembléia Legislativa informando o período de mandato do ex-parlamentar, e ato original concessivo
da pensão, devidamente publicado), Maria Aparecida Carneiro Pires (cópia do procedimento de
aposentadoria do ex-parlamentar Laércio Pires de Sousa, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que
concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado),
Mirian Augusta Mello Agra (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Aristóteles

1
Foram excluídas da relação as seguintes pensionistas: Gláucia Bronzeado Teotônio Leite Ferreira – A pensão está sendo apreciada no
Processo TC nº 04511/08; Maria do Carmo Lopes Cabral – a pensão já foi julgada regular, conforme Acórdão AC1 TC 380/08 (Processo
TC nº 03350/98); Raimunda Cacilda Medeiros Wanderley - a pensão já foi julgada regular, conforme Acórdão AC2 TC 1.578/07 (Processo
TC nº 03349/98); Azenete Rodrigues de Queiroz Olímpio - a pensão já foi julgada regular, conforme Acórdão TC 123/96 (Processo TC nº
06981/95); e Maria Avany de Melo - a pensão já foi julgada regular, conforme Acórdão TC 125/96 (Processo TC nº 06979/95). As Srª
Maria de Lourdes Costa, Myrtes Wanderley da Nóbrega Gouveia, Zélia Maria de Queiroz, Zilar Saldanha Suassuna e Maria de Lourdes
Costa de Luna Freire tiveram os benefícios concedidos antes da Constituição Federal de 1988.

acss
Fl. 9/10
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
2ª CÂMARA

PROCESSO TC Nº 09346/08

Agra, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original
concessivo da pensão, devidamente publicado), Priscila Nunes de Farias Leite (cópia do
procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar José Leite de Souza, se inativo, com cópia do
Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão,
devidamente publicado), Ruth Maria Heusi de Lucena (cópia do procedimento de aposentadoria do
ex-parlamentar Humberto Coutinho de Lucena, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu
registro ao ato, se houver, e ato original concessivo da pensão, devidamente publicado) e Tânia Maria
Almeida Sales Queiroga (cópia do procedimento de aposentadoria do ex-parlamentar Epitácio Vieira
de Queiroga, se inativo, com cópia do Acórdão do TCE que concedeu registro ao ato, se houver,
certidão da Assembléia Legislativa informando o período de mandato do ex-parlamentar, e ato original
concessivo da pensão, devidamente publicado).

2. Pelo Secretário da Secretaria de Estado da Administração – cópia do último contra-cheque das


pensionistas anteriormente citadas.

Por fim, que se determine à Diretoria de Auditoria e Fiscalização do TCE-PB para que proceda ao levantamento
das pensões de viúvas/dependentes de ex-parlamentares estaduais ainda não encaminhadas ao Tribunal de
Contas, com solicitação das mesmas à presidência da Assembléia Legislativa do Estado, devidamente instruídas
com os documentos exigidos pelo art. 6º da Resolução TC 103/98.

É o voto.

João Pessoa, 12 de abril de 2011.

Conselheiro Substituto Antônio Cláudio Silva Santos


Relator

acss
Fl. 10/10

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