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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO

DA CEPAL: 1948-2008

FUNAG/IPRI, Julho de 2009

Ricardo Bielschowsky
Escritório da CEPAL no Brasil

1
ORGANIZAÇÃO DA APRESENTAÇÃO

1. A etapa estruturalista: 1949- 1990


2. A etapa neo-estruturalista: 1990-2008
3. A sexta década: 1998-2008
4. O estruturalismo e o neo-estruturalismo
5. Especulações sobre a sétima década

2
Continuidade e mudança nos sessenta anos
CONTINUIDADE

¾Análise em três níveis: i) Condicionantes estruturais para o


crescimento, o emprego e a distribuição da renda (as “restrições
ao crescimento”, ao bem-estar e a “convergência”); ii) Inserção
internacional (periférica); Ação estatal

¾Utilização de elementos básicos da teorização inaugural:


especialização inadequada, heterogeneidade produtiva e social,
sub-emprego, vulnerabilidade externa e desequilíbrio estrutural
na balança de pagamentos; e o método histórico-estrutural

CONTINUIDADE, COM ALTERAÇÕES

¾Adequação de ênfases e mensagens aos novos contextos


históricos, reais e ideológicos 3
Seis décadas, cinco mensagens

9Etapa estruturalista (1948-1990)

•Anos 50: Industrialização


•Anos 60: Reformas
•Anos 70: Estilos (e discussão sobre o endividamento versus
fortalecimento exportador)
•Anos 80: Superação com crescimento da asfixia da dívida

9Etapa neo-estruturalista (1990-2008)

•Anos 90: Transformação produtiva com equidade (TPE), fase


inicial
• 1998-2008: TPE (fase de amadurecimento e refinamento)
4
Primeira parte

A etapa estruturalista
(Livro sobre os 50 anos da CEPAL)

5
“La realidad está destruyendo en la América Latina aquel
pretérito esquema de la división internacional de trabajo que,
después de haber adquirido gran vigor en el siglo XIX, seguía
prevaleciendo doctrinariamente hasta muy avanzado el
presente“ (Prebisch, 1949, p.1).

En otros tiempos, antes de la gran depresión, los países de


América Latina crecieron impulsados desde afuera por el
crecimiento persistente de las exportaciones (...). Ya no se
presenta la alternativa entre seguir creciendo vigorosamente de
ese modo, o bien crecer hacia adentro, mediante la
industrialización. Esta última ha pasado a ser el modo
principal de crecer (Prebisch 1949, p.3).
7
Teoria estruturalista inaugural
Î Caracterização das economias “periféricas” em
contraste com as “centrais” (Prebisch, textos 1 a 3 da
coletânea):
9 Baixa diversidade produtiva;
9 Especialização em bens primários;
9 Grande heterogeneidade tecnológica e oferta ilimitada de
mão-de-obra com rendimentos próximos à subsistência;

9 Estrutura institucional pouco favorável ao acúmulo de


capital.

ÎAnálise das relações “centro-periferia” com base nesse


contraste. 8
Efeitos Î a industrialização é a forma de superar a pobreza e
reverter a distância cada vez maior entre a periferia e o centro,
mas é problemática;
Baixa diversidade produtiva Î necessidade de investimentos
simultâneos em muitos setores – processo muito exigente em
matéria de divisas e poupança ;

Especialização em bens primários Î a capacidade de geração de


divisas é limitada e a pressão por divisas alta (elevada
elasticidade das importações, baixa elasticidade das exportações,
além de deterioração nos termos de intercâmbio);
Heterogeneidade produtiva Î a produtividade média é baixa e o
excedente representa uma pequena proporção da renda;

Atraso institucional Î o excedente é desperdiçado em


investimentos improdutivos e consumo supérfluo, há baixa
vocação ao investimento e ao progresso técnico.
9
Implicações analíticas e de política (I)

ÎTendências negativas: desequilíbrios estruturais


na balança de pagamentos (deterioração nos termos
de intercâmbio, assimetria entre importações e
exportações, etc.), inflação causada por fatores
estruturais (Textos 7 e 8 da coletânea Noyola Vasquez
e Sunkel)

ÎAnálise da dinâmica do processo de substituição de


importações (Texto 4 da coletânea, Conceição
Tavares)
10
Implicações analíticas e de política (II)

Î Como a industrialização espontânea nas estruturas


periféricas é muito problemática, é necessário planejá-la
(texto 6 da coletânea), e há que atuar no âmbito do
comércio internacional, a fim de atenuar as desvantagens
da periferia - Textos 9 e 10 da coletânea (criação da
ALALC e da UNCTAD), por Prebisch

Î A condição periférica supõe um modo próprio de


introduzir avanços técnicos, crescer, distribuir a renda e
relacionar-se com o resto do mundo (“dependente”), que
exige um esforço de teorização auônoma.
11
Implicações analíticas e de política (III)

ÎSubproduto do esforço teórico-histórico: Método


histórico-estrutural de análise do subdesenvolvimento
periférico latino-americano (Prebisch/Furtado)

(Interação entre o enfoque indutivo e o marco teórico


estruturalista: a análise das estruturas subdesenvolvidas
figura como referência teórica genérica para exame das
tendências históricas, constituindo um método que leva em
conta as mudanças de comportamento dos agentes sociais
e a trajetória das instituições).

12
Aportes de Furtado ao estruturalismo
¾ Inclusão da dimensão histórica de longo prazo ao enfoque
estruturalista (Formação econômica do Brasil e da mérica
Latina)

¾ Análise da tendência à continuidade do subemprego


(Desenvolvimento e subdesenvolvimento)
¾ Vínculo entre crescimento e distribuição da renda
(Subdesenvolvimento e estancamento na América Latina,
Teoria e política do desenvolvimento econômico)

¾ Percepção do subdesenvolvimento como um “sistema de


cultura” (material e não-material): sistema cultural “travado”
(Dialética do Desenvolvimento, Cultura e Desenvolvimento em
Época de Crise)
13
Primeiro aporte (anos 1950): perspectiva histórica (o método
histórico–estrutural); Formação Econômica do Brasil (obra-
prima do estruturalismo brasileiro)

Ciclo do açúcar: não cria um mercado interno capaz de gerar


uma economia diversificada de auto-impulsão e gera uma vasta
economia de subsistência.

Ciclo do ouro: idem (apesar de um maior fluxo de recursos


monetários).

Ciclo do café: a dispersão do escravo liberto consolida a vasta


economia de subsistência, e a formação da massa monetária pelo
trabalho assalariado constitui um mercado interno fundamental
para que o centro dinâmico se movesse para a indústria.

Industrialização: problemática, devido à formação de uma


estrutura pouco diversificada e heterogênea, etc.
14
Segundo aporte ao estruturalismo (fins dos anos 1950):
heterogeneidade tecnológica e tendência à continuidade
do subemprego

Livro “Desarrollo y Subdesarrollo” – três idéias


básicas:

¾O subdesenvolvimento é um processo em si
mesmo que, na ausência de decisiva da
intervenção política tende a se perpetuar, e não
uma simples “etapa de desenvolvimento” pela
qual passam todos os países
15
¾ O subdesenvolvimento é uma das linhas históricas
de projeção do capitalismo industrial cêntrico em
escada global: se realiza por meio de empresas
capitalistas modernas sobre estruturas arcaicas, que
formam “economias híbridas” (e profundamente
“heterogêneas”).

¾ A estrutura ocupacional com oferta ilimitada de mão


de obra muda lentamente nas economias
subdesenvolvidas, porque o progresso técnico, com uso
intensivo de capital, é inadequado para absorver os
trabalhadores vinculados à vasta economia de
subsistência. O sistema tende à concentração da renda
e a crescente injustiça social.
16
Anos 60: reformas
Fatos estilizados a fins dos anos 50/começo dos
anos 60

¾ Estrangulamento externo/inflação;

¾ Urbanização/crescente miséria urbana;

¾ Revolução cubana/Aliança para o Progresso.

17
Diagnóstico:
• Há diferentes barreiras à sustentação do crescimento e à
inclusão social.
•A industrialização não elimina a heterogeneidade produtiva e a
dependência, apenas altera a forma como estas características se
expressam.
• O subdesenvolvimento é um processo de crescimento em
estruturas heterogêneas. Seus segmentos modernos são
comandados por capitais externos e seus associados internos
(conglomerados multinacionais vistos como atores-líderes da
nova modalidade de dependência), sobrepostos a uma vasta
estrutura atrasada, e incapazes de integrá-la à modernidade

•Mensagem: é necessário redistribuir a renda, reformar o Estado


para influenciar, de forma autônoma, as decisões econômicas
para promover o investimento
18
Textos selecionados sobre la tese dos 60s
¾ Baixo dinamismo (Prebisch, texto 12 da coletânea)
¾ Dependência

• “econômica”: (Sunkel, texto 14 da coletânea)


• “política”: (Cardoso e Faletto, texto 13),
precedido da “Sociología del desarrollo de la
América Latina, de Medina Echavarría (texto 11)

¾ Relação entre crescimento e distribuição da renda


nas condições do subdesenvolvimento da América
Latina (Aníbal Pinto, texto 15 da coletânea)
19
Terceiro aporte de Furtado ao estruturalismo: relação
entre estruturas de demanda (distribuição da renda) e
de oferta (acúmulo de capital e progresso técnico)
¾ A composição da demanda, que reflete as estruturas
concentradas de propriedade e renda, pré-determina a evolução
da composição da oferta.
¾ O investimento assim estabelecido reproduz o padrão
tecnológico dos países centrais, exigente em relação à escala e uso
intensivo de capital. Nestes países, o aumento da produtividade se
traduz em maiores salários; aquí, a oferta ilimitada de mão de
obra impede que isto ocorra.

¾ A interação entre as “estruturas” de demanda e oferta


estabelece um estilo de crescimento determinado. O círculo
virtuoso entre salários e investimentos não se reproduz na
periferia, embora tenda a preservar o subemprego, a concentrar
a renda (e ao baixo dinamismo) 20
Anos 70s: debate sobre “estilos” (e sobre
adequação à crise internacional

Fatos estilizados - fins dos anos 60/70s:

¾Crescimento acelerado e acentuação das


desigualdades sociais durante o auge expansivo de
1965-73

¾Crise mundial de 1973/74 e endividamento


crescente

21
Diagnóstico: a interação entre “estruturas” de
demanda e de oferta determina um “estilo” ou
“modelo” de crescimento perverso (que se dinamiza
através de concentração da renda), não
necessariamente pouco dinâmico

Mensagem: é necessário recuperar a democracia,


viabilizar politicamente a mudança de estilo e
adotar uma estratégia de crescimento com
redistribuição da renda

22
Textos selecionados sobre “estilos”

9“Más allá del estancamiento ” (Conceição e Serra,


texto 16 da coletânea, sobre o estilo perverso no
Brasil) e, na Revista da CEPAL número 1, de 1976,
“Notas sobre el estilo de desarrollo en AL” (Aníbal
Pinto, texto 17 da coletânea)
9Exemplo de contribuição cepalina na ampla
discussão interdisciplinar na ONU sobre “desarrollo
integral”: “Evaluación de Quito”, texto 18 da
coletânea)

9Discussão de sociólogos sobre estruturas de poder e


viabilidade política de mudança de estilos (Jorge
Graciarena, texto 19, e Marshall Wolfe, texto 20)
23
Reação à crise internacional e ao endividamento

¾Alerta contra excessos de endividamento, em


função do perigo de elevação dos juros dos
empréstimos, e dos possíveis cenários pouco
favoráveis quanto à evolução dos mercados de
exportação

¾Recomendação a favor da agressividade


exportadora (via complementariedades entre ganhos
de escala por mercado interno e promoção das
exportações)
24
Pergunta: Quem escreveu este parágrafo?
Quando?

“La industrialización cerrada por el proteccionismo


excesivo, y así también los aranceles desmesurados
sobre ciertos productos agrícolas importantes, han
creado una estructura de costos que dificulta
sobremanera la exportación de manufacturas al resto
del mundo”

25
Inovação a fins dos anos 1970s: a formulação de
Sunkel sobre meio ambiente

¾Estocolmo, 1972: criação do PNUMA:


Reconhecimento da tensão permanente entre a
necessidade de desenvolvimento econômico e social por
um lado e, por outro, a disponibilidade de recursos
naturais renováveis e a conservação da natureza

¾Sunkel, 1980: o estilo de produção e consumo


vigente (dominante e “ascendente”) é destruidor da
natureza e discriminatório contra os pobres

26
Anos 80: Deslocamento do eixo de análise das questões
de longo prazo à “trilogia” dívida/ inflação/ajuste

Diagnóstico dos anos 80: recessão é uma forma inócua


de tratar a crise da dívida, além de socialmente injusta.
A forma correta de ajustar é pela via do investimento,
do crescimento, e da diversificação das exportações

Mensagem: renegociar dívida para ajustá-la ao


crescimento

27
Textos seleccionados - representativos do período

¾“Políticas de ajuste y renegociación de la deuda externa en


América Latina” (texto 21 da coletânea): Asfixia da dívida,
inviabilidade social de pagamento, renegociação; apoio às
políticas de renda e aos shocks heterodoxos;

¾ A nova cara do “estilo perverso”: hegemonia do


“financeiro” sobre o “produtivo” (“Transformación y crisis
en América Latina e no Caribe, 1950-84”, texto 22 da
coletânea)
Texto precursor da produção cepalina dos anos 90s:
Industrialização na América Latina: “De la caja negra al
casillero vacío”, Fernando Fajnzylber (texto 23 da
coletânea). 28
Fajnzylber: sete ideias-força
(1) O progresso técnico é central para de elevar a produtividade e a
competitividade;
(2) A competitividade autêntica surge da aplicação constante e
crescente do progresso técnico, da qualificação do capital humano
e da equidade. Por outro lado, a competitividade espuria se baseia
em desvalorização cambial, baixos salários e destruição ambiental
(3) A indústria é central ao progresso técnico, embora deva articular-
se com os demais setores, a fim de permitir os efeitos de derrame
(“spillovers”) e os encadeamentos produtivos;
(4) A equidade é necessária para a competitividade;
(5) É necessário amplo pacto social para inovação e progresso técnico;
(6) O papel das instituições é chave;
(7) A democracia fortalece a transformação produtiva e social.

(Adaptado de Miguel Torres, 2006, pp. 65-67)

29
Segunda parte: a etapa neo-estruturalista
(1990/-)

30
Periodização (seis décadas, cinco mensagens)

9Etapa estruturalista (1948-1990)

•Anos 50: Industrialização


•Anos 60: Reformas
•Anos 70: Estilos (e discussão sobre o endividamento versus fortalecimento
exportador)
•Anos 80: Superação, com crescimento, da asfixia da dívida

9Etapa neo-estruturalista (1990-2008)

•Anos 90: Transformação produtiva com


equidade (TPE), fase inicial
• 1998-2008: TPE (fase de amadurecimento e
refinamento) 31
Anos 1990 e 2000: fatos estilizados
¾Generalização das reformas a favor da liberalização (até fins de 1990)

¾Retorno dos fluxos de capital externo;

¾ Volatilidade de capitais, crises recorrentes;

¾ Estabilização dos preços, melhora no quadro fiscal, deterioração do do


balanço de transações correntes (seguida de melhoria nos anos 2000)

¾ Crescimento moderado e muito instavel até 2002/3, seguido de rápida


expansão, até a crise atual.
¾ Recuperação insuficiente nos investimentos, crescente heterogeneidade
produtiva, intensificação da especialização produtiva em commodities na
América do Sul e em “maquila”, no México, América Central e Caribe

¾Alguma melhora nos índices de pobreza, deterioração nas taxas e na


qualidade do emprego (melhora recente), estabilidade na péssima distribuição
de renda (melhoria nos anos recentes)
32
¾Deterioração ambiental
Fim dos anos 80/Início dos 90s – o novo contexto histórico e o
pensamento da CEPAL: a agenda da transformação produtiva
com equidade

¾Recuperação da ênfase aos temas de longo e médio prazo


(crescimento/progresso técnico e emprego/pobreza/distribuição
da renda)

¾O auge neoliberal e o dilema de posicionamento da CEPAL


como agência da ONU: submissão ou oposição ao
neoliberalismo?

¾Da agenda “negativa” à “positiva”: a crítica cepalina ao


neoliberalismo passa a associar-se a uma “agenda positiva”:
proposta de políticas alternativas ao neoliberalismo, embora
adequadas à nova realidade dos países da Região (globalização,
economias abertas e macroeconomicamente instáveis)
33
Anos 1990 e 2000: mensagens (âmbito macro)

¾Harmonia entre estabilidade de preços e prudência nas contas fiscais


e nas de transações correntes por um lado e, por outro, expansão no
nível de atividade (atenção às variáveis “reais” )

¾Redesenho da arquitetura financeira internacional (tributação ao


movimento de capital de curto prazo, socorro de liquidez e mecanismos
para insolvência)

¾Políticas anticíclicas e regulação prudencial para atenuar/evitar os


efeitos dos excessos produzidos pela volatilidade de capitais e pelos
auges artificiais (que afetam os pobres de forma desigual na queda
cíclica)

34
Macroeconomia e finanças: antes e após 1990

¾ Heterodoxia prévia aos anos 1990: política anticíclica via


mudança (anos 1950), diagnóstico de inflação estrutural,
oposição ao endividamento externo;

¾ Heterodoxia desde 1990: diagnóstico de vulnerabilidade


macroeconômica por volatilidade de capitais e por
insuficiência de “prudência financeira”; política anticíclica
pela via fiscal e pela prevenção contra os excessos provocados
pela volatilidade dos capitais; oposição ao endividamento
externo via capitais de curto prazo

35
Mensagens, âmbito produtivo e de comércio (a
“competitividade sistêmica”)

¾ Elevação da competitividade pela promoção da inovação e de


encadeamentos produtivos nos segmentos dinâmicos da
economia mundial, e pela promoção da “competitividade
sistêmica” (infraestrutura, progresso técnico na agricultura e
nos serviços, fortalecimento das PIMES etc.)

¾Diversificação produtiva e exportadora, melhora da inserção


internacional; exportação como fator indutor do progresso
técnico

¾Combinação de políticas horizontais e verticais orientadas por


estratégias de “câmbio estrutural”
36
Desenvolvimento produtivo e comércio
internacional: antes e após 1990

¾Diagnóstico semelhante nos dois períodos:

• Diversidade produtiva e exportadora inadequadas,


heterogeneidade estrutural;

¾ Principal mudança:

• Antes de 1990: projeto de industrialização, ênfase na


formação de capital fixo

• Após 1990: ênfase na inovação e nos encadeamentos


produtivos
37
Mensagens, âmbito social
¾ Padrão de crescimento econômico que garanta a
expansão de empregos de qualidade e a redução da brecha
da produtividade (menor heterogeneidade) entre diferentes
setores e agentes econômicos

¾Política social de longo prazo dirigida à melhoria da


equidade e à inclusão social

¾ Perspectiva dos direitos humanos – a democracia e a


cidadania

¾ Ênfase na educação e nas redes de proteção social


38
Desenvolvimento social: antes e após 1990

¾Diagnóstico semelhante nos dois períodos: a


heterogeneidade estrutural como determinante da pobreza
e má distribuição da renda.

¾Principal novidade analítica: direitos, cidadania e coesão


social

39
Mensagens: âmbito do desenvolvimento
sustentável
¾Financiamento para a sustentabilidade ambiental e a
institucionalidade correspondente;

¾Proteção aos pobres contra a destruição ambiental nos espaços


urbanos;

¾Minimização do impacto ambiental sobre as atividades


econômicas;

¾Regulação e preservação dos recursos hídricos;

¾Ampliação da produção científica e tecnológica em suas


conexões com a problemática ambiental;

¾Enfrentamento às causas da mudança climática 40


Meio ambiente: formulação sobre “estilos”:
antes e depois

¾ Sunkel, 1980: estilos

¾ CEPAL, anos 1980s e 1990s: distanciamento da ideia


de estilos de desenvolvimento;

¾ CEPAL, período recente (anos 2000): maior


presença internacional no tema, ampliação no leque de
temas etc. (Sem recuperação da ideia de estilo de
desenvolvimento?)

41
ORGANIZAÇÃO DA APRESENTAÇÃO

1. A etapa estruturalista: 1949- 1990


2. A etapa neo-estruturallsta: 1990-2008
3. A sexta década: 1998-2008
4. O estruturalismo e o neoo-estruturalismo
5. Especulações sobre a sétima década

42
Terceira parte

Enriquecimento e amadurecimento do neo-


estruturalismo durante a sexta década (1998-2008)

(Livro sobre os 60 anos da CEPAL)

43
Evolução consistente nos dois quinquenios
facilita a análise do conjunto de dez anos

¾1998-2003 (Ocampo): período de crise e recessão na Região: avaliação do


desempenho pós-reformas, refinamento analítico do neo-estruturalismo.
Ocampo resgatou e atualizou as bases estruturalistas do pensamento da
CEPAL: macro heterodoxa mais assertiva, atenção às relações macro-micro,
ao desenvolvimento produtivo e social; atenção às “assimetrias
internacionais”.

¾2003-2008 (Machinea): período de rápido crescimento na Região: alerta


sobre o caráter temporário da bonança, ênfase nos temas do
desenvolvimento produtivo e da proteção social, continuidade no
refinamento analítico do neo-estruturalismo

44
Semelhanças e diferenças no livro sobre os 50
anos

i. Mesmo formato. Autonomia em relação ao livro anterior e


extensão do mesmo

ii. Livro anterior: principalmente documentos assinados pelos


autores. Livro atual: apenas textos oficiais

iii. Livro anterior: distância temporal como vantagem

iv. Livro anterior: organizado segundo as mensagens de cada


década ao longo dos 50 anos; textos selecionados alternam
temas distintos; livro sobre a sexta década: abordagem
essencialmente “temática” em torno da mensagem da TPE
45
Organização do livro

1.Cinco novas formulações

2. Produção nas quatro áreas temáticas:

¾ Macroeconomia e finanças
¾ Desenvolvimento produtivo e comércio
¾ Desenvolvimento social
¾ Sustentabilidade ambiental

46
Cinco novas formulações
1. Balanço das reformas

2. Cidadania e coesão social

3. Fusão entre os enfoque estruralista e


schumpteriano

4. Uma agenda para a era global

5. Fluxos de capitais, vulnerabilidade externa e


política macroeconômica anticíclica: refinamento
da análise
47
Balanço das reformas
LUZES SOMBRAS
Institucionalidade Vulnerabilidade externa, problemas de
macroeconômica mais estável balança de pagamentos
Redução da inflação e controle de Crescimento econômico instável e
déficit fiscal volátil

Dinamismo exportador Poupança e investimento insuficientes

Atração do investimento Baixa propensão à inovação


estrangeiro direto
Altos níveis de desemprego, precariedade
Modernização produtiva de laboral e informalidade, baixos salarios
grandes empresas

Aumento do gasto social Altos níveis de pobreza


Democracia Melhora muito insuficiente nos
indicadores sociais
Alguma melhora nos indicadores
sociais Deterioração ambiental 48
Cidadania e coesão social

1. Análise da problemática social da TPE sob uma nova


arquitetura conceitual:

9 Prisma dos direitos humanos (entendidos como universais,


indivisíveis e interdependentes)
9 Políticas sociais regidas pelos princípios da universalidade,
soliderariedade e eficiência
9 Integralidade no tratamento das políticas sociais: conexões
entre elas e com as políticas econômicas
9 Integração dos cidadãos à vida política.

2. Análise da participação dos cidadãos nos processos


decisórios sobre as políticas sociais (estudos sobre
“percepção” e sobre organização social)
Fusão entre os enfoques estruturalista e
schumpteriano

¾ Herança de Fajnzylber, ativismo intelectual de Katz, Cimoli


etc.), Ocampo

¾ Modelo de “não-convergência”, restrição determinada pelo


comércio internacional, medida pelas elasticidades de
exportação e importação (enfoque estruturalista), e determinada
pelo fato de que estas últimas resultam da “brecha tecnológica”
(enfoque schumpteriano)

50
Uma agenda para a era global
(em três dimensões: global, regional e nacional )

¾ Buscar uma globalização mais equilibrada

¾ Fortalecer o papel crítico do espaço regional

¾ Impulsionar estratégias nacionais ante a


globalização

51
Fluxos de capital, vulnerabilidade externa e
política macroeconômica anticíclica
¾ Controlar a inflação e, simultaneamente, fortalecer o crescimento e
reduzir a instabilidade da renda e o emprego

¾ Vigiar os desajustes financeiros, tanto nos fluxos como nas


estruturas dos balanços; evitar os déficits públicos e privados
insustentáveis

¾ Controlar o excesso de entrada de capitais de curto prazo e seus


efeitos sobre a taxa de câmbio e a atividade econômica

¾ Manejar as políticas cambiais, fiscais e monetárias de forma


anticíclica (flexibilidade no manejo das políticas)
52
Textos selecionados para a parte I, sobre “novas
propostas”
1. Sobre o desempenho pós-reformas: capítulo de introdução do livro “Una
década de luces y sombras, América Latina y el Caribe en los Años
Noventa” (CEPAL, 2001b);

2. Sobre a agenda para a era global: capítulo 4 do documento sobre


Globalización y Desarrollo (CEPAL, 2002a);

3. Sobre equidade, ciudadania e direitos: a) documento sobre Equidad,


Desarrollo y Ciudadanía (CEPAL, 2000a): Capítulo 1 (sessões 3 , 4 e 5 –
pp. 28-41), capítulo 3 (sessões 1 e 2, 77-88) e capítulo 14 (integral); b)
Documento Síntese do livro “Cohesión Social” (CEPAL/SEGIB, 2007):
capítulos I, II, III e VII;

4. Sobre a fusão entre el neoestruturalismo e o enfoque schumpteriano:


Capítulo II do documento “Progreso Técnico y Cambio Estructural en
América Latina” (CEPAL, 2007c);
53
5. Sobre volatilidade e ciclos: transferido para a parte 2
O enriquecimento e o amadurecimento do
neoestruturalismo durante a sexta década (1998-2008):
renovação permanente

1. Cinco novas formulações

2. A produção nas quatro áreas temáticas

54
Macroeconomia e finanças

Ano 1990: controlar a inflação e, simultâneamente, fortalecer o


crescimento e reduzir a instabilidade da renda e do emprego;
Vigiar os desajustes financeiros, tanto nos fluxos como nas
estruturas dos balanços, evitar os déficits públicos e privados
insustentáveis; controlar o excesso de entrada de capitais de curto
prazo e seus efeitos sobre a taxa de câmbio e a atividade econômica

Anos 1998-2008: reafirmação, amplicação e refinamento das


questões desenvolvidas nos anos 1990s, com inclusão da ênfase à
análise dos elementos procíclicos: manejar, de forma anticíclica, as
políticas cambiais, fiscais e monetárias (flexibilidade no manejo das
políticas)

55
Textos selecionados para o tema
“Macroeconomia e finanças”
1. Pacto Fiscal, documento de síntese das 5 partes do Relatório do Período
de Sessões de 1998 (consolidação do ajuste, produtividade do gasto
público, transparência, equidade e fortalecimento da institucionalidade
democrática)

2. Capítulo 7 do documento Hacia una Nueva Arquitectura Financiera


internacional, CEPAL (1999ª)

3. Capítulo do documento do Período de Sessões de 2000 (Equidad,


desarrollo y ciudadanía) sobre a necesidade de políticas macroeconômicas
anticíclicas

4. Capítulo de “Globalización y desarrollo” sobre vulnerabilidade externa e


política macroeconômica (composição e impactos dos fluxos de capitais,
políticas nacionais e institucionalidade global para enfrentamento dos
problemas)

56
Desenvolvimento produtivo e comércio
internacional
Principais linhas de pesquisa nos anos 1998-2008: continuidade
com relação aos anos 1990, com maior refinamento analítico:
¾ Trabalhos críticos sobre padrões de comportamento pós-
reformas das estruturas produtivas e empresas (reestruturação
defensiva, desindustrialização, baixa inovação,
heterogeneidade, informalização laboral etc.);
¾ Estudos sobre tendências na atividade produtiva (indústria
manufatureira, agricultura, mineração metálica e energia
(petróleo, gás, eletricidade); comportamento empresarial (ETs e
Pymes); TICs/sociedade do conhecimento;
¾ Estudos sobre comércio internacional (Paninsal etc.)
¾ Estudos sobre desenvolvimento econômico local e
competitividade territorial (ILPES)
57
Textos selecionados para o tema “desenvolvimento
produtivo e comércio internacional”

1. Sessão D do Capítulo III do documento “Progreso Técnico y Cambio


Estructural en América Latina” (CEPAL, 2007b, páginas 42-49)

2. Capítulo IV do documento “Progreso Técnico y Cambio Estructural en


América Latina” (CEPAL, 2007b);

3. Documento do Período de Sessões de Santo Domingo (TP 20 años


después”): cap. 4 parte A (sobre TIC);

4. Capítulo 13: Idem (doc de Santo Domingo), cap III-C-1 (pp131-138);

5. Versão síntese do documento apresentado no Período de sessões de Santo


Domingo (CEPAL 2008a).

58
Desenvolvimento social

¾ Continuação das pesquisas entre os anos 1990 e o decênio 1998-2008.


Sete grandes temas:

1. Emprego;
2. Educação;
3. Proteção social;
4. Distribuição da renda;
5. Pobreza;
6. Demografia;
7. Gênero
¾ Tratamento especial destes temas em termos de etnias e faixas
etárias (infância, juventude e terceira idade);

¾ Estudo de temas especiais como a fome, a desnutrição infantil, a


violência e as drogas.
59
Seleção de textos para o tema
“Desenvolvimento social”

Primeiro texto selecionado: Introdução do livro “Una década


de desarrollo social en América Latina: 1990-99”
(exemplificação da construção analítica e dos avanços
empíricos encontrados no “flagship” Panorama Social,
relativamente aos anos 1990)

Textos sobre cinco entre os sete grandes temas: Educação,


Proteção Social, Pobreza, Demografia e Gênero (outros dos
temas: emprego e distribuição da renda)

60
Os sete grandes temas sociais e a seleção de
textos (emprego, educação)
Emprego: uma das “chaves-mestras do esforço de romper com as estruturas
de reprodução intergeracionais de pobreza e desigualdade” (ao lado da
educação)

Textos SUGERIDOS: partes do Panorama Social de 2006 que mostram o


aumento do desemprego, a informalização e a precariedade nos anos 1990s, e
pequena reversão nos anos mais recentes; partes do Panorama Social de 1999-
2000 que mostram as disparidades no emprego pelo prisma da estratificação,
segundo níveis educacionais e categorias ocupacionais

Educação: a outra “chave-mestra” (“Eje de la transformación productiva con


equidad”, CEPAL, 1992).

Texto SELECIONADO: Capítulo 4 de Equidad, Desarrollo y Ciudadanía


(formação de recursos humanos e novas habilidades exigidas, formação de
professores, dimensão cultural da transformação educativa e formação da
cidadania etc.) 61
Os sete grandes temas sociais e a seleção de
textos (proteção social, demografia)
Proteção social: perspectiva de cidadania e direitos humanos (universalidade,
solidariedade e eficiência);
Texto SELECIONADO: síntese do documento de 2006 (“De cara al futuro”),
sobre saúde e sistema de pensões (“a mais ampla avaliação crítica sobre a
evolução das políticas nestas áreas básicas para o desenvolvimento social”)

Demografia: análise sob a ótica da população, desenvolvimento e direitos


humanos (por exemplo, envelhecimento e proteção social, migrações
internacionais e povos indígenas) – integrada às análises estruturalistas sobre
o desenvolvimento econômico e social
Texto SELECIONADO: Capítulo 8 (pp. 243-272) do documento sobre
Globalización y Desarrollo (CEPAL, 2002a) sobre o caráter interativo da
migração e a globalização (padrões de migração internacional da população
latino-americana, potencialidades e problemas da migração desde a
perspectiva dos direitos humanos)
62
Os sete grandes temas sociais e a seleção de
textos (pobreza, distribuição de renda)
Distribuição da renda (índices no “Panorama Social”): relativa invariância
entre pessoas e famílias nos anos 1990s, deterioração no final da década e
alguma melhora nos anos 2000s. Mercado de trabalho pouco favorável e
insuficiente impacto das políticas sociais

Texto SUGERIDO: Seção do Panorama Social de 2006 que apresenta uma


síntese da evolução da distribuição em período recente.

Pobreza (índices no “Panorama Social”): Pobreza resultante da


heterogeneidade estrutural, do subemprego e do baixo crescimento, da má
distribiuição da renda, da fragilidade no acesso aos serviços sociais, do
desrespeito aos direitos dos cidadãos etc. Ênfase – novo: vulnerabilidadd diante
das crises e da recessão (e a políticas anticíclicas)

Texto SELECIONADO: Páginas 17 a 35 do capítulo Síntese” do Panorama


Social de América Latina, 2007 (LC/G.2351-P)
63
Os sete grandes temas sociais e seleção de textos
(gênero)
Gênero: sintonia e harmonia em relação aos trabalhos da
CEPAL na temática social (emprego, educação, demografia,
políticas sociais, pobreza e distribuição da renda); arquitetura
conceitual específica, com duas bases: desigualdade e
discriminação contra as mulheres em termos econômicos e em
termos de “poder” (nos âmbitos familiar e público)

Texto SELECIONADO: partes do documento “Caminos hacia la


Equidad de Género en América Latina y el Caribe (apresentado
no México, 2004)

64
Desenvolvimento sustentável

Anos 1990 e 2000, mesma problemática: Tensão permanente


entre a necessidade de desenvolvimento econômico e a
hostilidade à natureza do modelo de produção e consumo
vigente (dominante e “ascendente”)

A partir do fim dos anos 1990s, sintonia fina com as iniciativas


das Nações Unidas (tratados multilaterais, Johannesburg-2002,
etc.), aproximação à institucionalidade global, preocupação com
o tema da governabilidade global e com o papel da ALeC na
preservação ambiental global

65
Desenvolvimento sustentável

Principais temas estudados pela CEPAL:

• Financiamento para a sustentabilidade ambiental e a institucionalidade


correspondente;

• Relação entre pobreza e meio ambiente nos espaços urbanos;

• Atividades econômicas e impacto ambiental; e aspectos ambientais da


atuação das Pimes;

• Regulação e preservação dos recursos hídricos;

• Produção científica e tecnológica e suas conexões com a problemática


ambiental;

• Mudança climática 66
Textos selecionados para o tema “meio ambiente”

1) Capítulo sobre “globalização e sustentabilidade ambiental” (do


documento globalização e desenvolvimento). O tom é o de que a
relação globalização e a sustentabilidade não é de “sinal único”

2) Partes selecionadas do documento “Financiamiento para el


Desarrollo Sostenible en AL y el Caribe – de Monterrey a
Johannesburgo”: capítulo I (introdução), páginas 84, 85 e 86
(conclusões gerais dos estudos de caso) e capítulo IV (observações
finais) (CEPAL, 2002c)

3) Segunda parte (capítulos VIII e IX) do livro sobre La sostenibilidad


del desarrollo en América Latina y el Caribe, desafíos y
oportunidades

4) Prólogo do livro sobre “Cambio climático y Desarrollo en América


67
Latina” (pp. 9 a 15 da versão preliminar de 09/02/2009)
Quarta parte: o estruturalismo e o
neo-estruturalismo

68
O estruturalismo (E, 1949-1990), o neo-estruturalismo (N,
1990-2008) e as especificidades do subdesenvolvimento latino-
americano e caribenho

Em ambas as etapas: Interpretação baseada no contraste entre as


estruturas produtivas e sociais dos países latino-americanos e
caribenhos e as dos países “desenvolvidos”:

Etapa estruturalista: A industrialização é indispensável para a


“convergência”, mas é problemática

Etapa neo-estruturalista: O desenvolvimento pela via da


“Transformação produtiva com equidade” é indispensável para a
“convergência”, mas é problemático

69
O estruturalismo (E), o neo-estruturalismo (N) e as
especificidades do subdesenvolvimento latino-americano
e caribenho : elementos-chave

Primeiro elemento-chave

¾ E (1949-1990): Baixa diversidade produtiva e especialização em bens


primários Î Processo requer investimentos simultâneos em muitos
setores, o que se choca com baixos economia e capacidade empresarial,
e com a capacidade de geração de divisas limitada (as duas brechas);
vulnerabilidade externa Î expansão problemática;

¾ N (1990/-): Inadequada diversidade produtiva e exportadora: baixa


densidade tecnológica, baixos efeitos de encadeamento Î Escassez de
setores dinâmicos em termos de inovação e da demanda nacional e
mundial, inserção internacional inadequada; vulnerabilidade externa
Î expansão problemática.
70
O estruturalismo (E), o neo-estruturalismo (N) e as
especificidades do subdesenvolvimento latino-americano
e caribenho
Segundo elemento-chave

¾ E (1949-1990): Heterogeneidade produtiva com oferta ilimitada de


mão de obra e renda próximos à subsistência, má distribuição da
propriedade e de renda Î a produtividade média é baixa, o excedente
representa uma pequena proporção da renda e limita o crescimento; a
heterogeneidade e a distribuição da propriedade determinam a pobreza
e a má distribuição de renda

¾ N (1990/-): Heterogeneidade produtiva com oferta abundante de mão


de obra e renda média baixa, má distribuição da propriedade e de
renda Î Baixa produtividade média restringe o crescimento;
heterogeneidade e distribuição da propriedade e do acesso a bens
públicos determinam pobreza e má distribuição de renda
71
O estruturalismo (E), o neo-estruturalismo (N) e as
especificidades do subdesenvolvimento latino-americano
e caribenho
Terceiro elemento-chave

¾ E (1949-1980): Quadro institucional e composição de agentes pouco


favoráveis ao acúmulo de capital e ao progresso técnico Î o excedente é
desperdiçado em investimentos improdutivos e em consumo supérfluo,
há baixa propensão ao investimento e ao progresso técnico.

¾ N (1990/-): Quadro institucional e composição de agentes pouco


favoráveis ao acúmulo de capital e ao progresso técnico (escassez de
“global players”, precariedade no sistema nacional de inovação e nos
sistemas de financiamento, estados nacionais insuficientemente
aparelhados para as tarefas de desenvolvimento etc.) Î Baixa
propensão ao investimento fixo, à inovação e ao progresso técnico

72
O estruturalismo (E), o neo-estruturalismo (N) e as
especificidades do subdesenvolvimento latino-americano
e caribenho
Outros elementos

¾ E e N (1949/-): Heterodoxia na interpretação macroeconômica: o


desequilíbrio externo (gerado pela especialização produtiva e a partir
dos 1980 pela nova configuração do sistema financeiro internacional)
provoca a instabilidade macroeconômica

¾ E e N (1980/ -): Há tensão entre os requisitos de desenvolvimento


sustentável e os padrões universais de consumo e produção agressivos à
natureza (formulação inicial no fim dos anos 1970s); o desenvolvimento
nessas condições tende a provocar a destruição da natureza

73
Tendências perversas a serem combatidas (etapa estruturalista)

1. Desequilíbrio estrutural na balança de pagamentos,


inflação, vulnerabilidade externa;
2. Insuficiência de investimento, de progresso técnico e de
crescimento;
3. Preservação do subemprego, da pobreza e da má
distribuição de renda;
4. Destruição da natureza (formulação de 1980)
Tendências perversas a serem combatidas (etapa neo-
estruturalista)
estruturalista
1. Vulnerabilidade externa (devido ao comércio e finanças
internacionais), instabilidade macroeconômica;
2. Insuficiência de investimento, de progresso técnico e de
crescimento;
3. Preservação do subemprego, da pobreza, da má distribuição
de renda, do não-cumprimento dos direitos da cidadania;
74
4. Destruição da natureza
Principais teses da CEPAL: baseadas no contraste
entre países da AL, do C e países desenvolvidos

E: Análise das relações “centro-periferia”, tese da deterioração em


termos de intercâmbio, de desequilíbrio externo, da inflação
estrutural, da dinâmica substitutiva, da integração regional, da
dependência, da heterogeneidade estrututral, produtiva e social etc.;

N: Análise da “inserção internacional na era da globalização”, das


assimetrias internacionais, da vulnerabilidade externa e dos ciclos,
do regionalismo aberto, das três agendas (global, regional,
nacional), da coesão social etc.;

75
Conclusão: visão de conjunto e especulações
sobre a sétima década

76
Visão de conjunto da contribuição cepalina nos 60 anos:
subdesenvolvimento como processo evolutivo específico
de estruturas produtivas e sociais heterogêneas
¾Análise das debilidades da estrutura institucional, produtiva e social, e
de suas exigências em termos de políticas econômicas
•Análise das barreiras à criação, incorporação e difusão do progresso técnico
•Análise do subemprego (informalidade), da pobreza e da má distribuição de
renda
•Análise de fragilidades institucionais

•Análise da insustentabilidade ambiental

¾Análise das interações entre crescimento e distribuição de renda


( padrão, estilo de desenvolvimento)
¾Análise da inserção internacional e da vulnerabilidade externa
¾Análise de determinantes não-monetárias do processo inflacionário

77
Sete décadas, seis mensagens?
9 Etapa estruturalista (1948-1990)

•Anos 50: Industrialização


•Anos 60: Reformas
•Anos 70: Estilos (e discussão sobre o endividamento versus fortalecimento
exportador)
•Anos 80: Superação, com crescimento, da asfixia da dívida

9 Etapa neo-estruturalista (“inicial”?) (1990-2008) . Moderada?

•Anos 90: Transformação produtiva com equidade (TPE), fase inicial


• 1998-2008: TPE (fase de maturação e refinamento)

9 Etapa neo-estruturalista “avançada” (2008-2018)?


Mais “Radical”? Qual será a mensagem central? Será
por novo(s) estilo(s) de desenvolvimento para a AL e78C?
Considerações finais: os próximos dez anos
• O neo-estruturalismo seguirá inspirador?

• Exemplos de temas a serem aperfeiçoados


a) A macroeconomia latino-amerina e caribenha durante e depois da
crise
b) O tema dos investimentos fixos (maior equilíbrio com inovação)
c) Análise conjunta entre a heterogeneidade produtiva e a social
d) Retorno à ideia de estilo de desenvolvimento, maior ênfase na
mudança climática

• Elemento sintetizador: a América Latina durante e depois da crise –


em busca de novo (s) estilo (s) de desenvolvimento?

• Mais Estado? Sim, mas para impulsionar quais projetos de


desenvolvimento?

• Ênfase no estudo das semelhanças e diferenças entre países (padrões


79
ou estilos de desenvolvimento)

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