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Sentença Proferida- Roubo Agravado – Emprego de

Arma – Condenação – Autos 181/09

Vistos.

MARCOS…, já qualificado nos autos, foi denunciado[1] por infração ao art.


157, § 2º, I e V, do Código Penal.

Houve prisão em flagrante (fls. 02/13). O Relatório Final foi apresentado pelo
Delegado Fábio Rizzo de Toledo (fls. 33/34).

A denúncia foi recebida (fls. 36 e 60). A defesa preliminar foi apresentada (fls.
53/55). Foram ouvidas as vítimas (fls. 71 e 72), duas testemunhas arroladas pela
acusação (fls. 73 e 74) e sete testemunhas arroladas pela acusação (fls. 85, 86,
87, 88, 89, 90 e 91). O réu foi citado e  interrogado (fls. 109).

Em alegações finais (fls. 111/117), o Ministério Público (Dr. Pedro Eduardo de


Camargo Elias) requereu a procedência da ação penal, com a condenação do
acusado nos termos da denúncia.

A Defesa do réu (Dra. Silvana Vieira Pinto), por sua vez (fls. 119/121), postulou
pela fixação da pena no mínimo legal, em razão das atenuantes da menoridade
parcial e da confissão espontânea. Pugnou, ainda, pelo cumprimento da
reprimenda em regime aberto. Alternativamente, requereu que a pena seja
fixada no mínimo legal e em regime semi-aberto.

É o relatório.

DECIDO.

No mérito, a ação penal é procedente.

Consta da denúncia que o acusado, após manter vítimas Tiago  e Jaqueline  sob
seu poder, restringindo suas liberdades, subtraiu, para si, mediante grave
ameaça à pessoa, exercida com o emprego de arma de fogo, o veículo VW-Fusca
1300, placas de  Iracemápolis-SP, ano 76, cor vermelha, avaliado a fls.18 em  R$
4.500,00, pertencentes a Tiago.
A materialidade do roubo é inconteste de acordo com o boletim de
ocorrência (fls. 15/16), auto de exibição e apreensão (fls. 17), auto de avaliação
direta (fls. 18), auto de entrega (fls. 19), laudo pericial da arma de fogo (fls.
50/51) e prova oral colhida.

A autoria do roubo é induvidosa.

Quando interrogado em Juízo (fls. 109) o acusado alegou estava na praça da


cidade de Iracemápolis com uma menina, quando várias pessoas com pedaços
de madeira, passaram a segui-lo a fim de espancá-lo. Entrou no fusca e pediu
para que as vitimas o levassem a um local distante, vez que estava correndo
perigo. Confessou que estava armado, porem não ameaçou as vítimas. Seu único
objetivo era fugir daquele local.

Todavia, sua exculpatória versão não merece prosperar, até porque


desbancada pelas demais provas colhidas durante toda a persecução
criminal.

A vítima Tiago (fls. 71) disse que estava na praça com sua namorada e quando
ela entrou no carro, o réu, armado, anunciou o assalto. O mesmo exigiu
que o levassem para fora da cidade. Posteriormente foram deixados e o acusado
seguiu com o Fusca. Ato contínuo acionou a polícia. Seguiram o trajeto de fuga
do réu e o localizaram um pouco a frente. A polícia efetuou abordagem. O
mesmo dispensou a arma pelo vidro. Reconheceu o acusado como o autor
do delito. Recuperou o que foi levado.

A vítima Jaqueline (fls. 72) contou que foi surpreendida pelo réu ao entrar no
carro de seu namorado, que já estava em seu interior. O acusado anunciou
assalto com o emprego de arma de fogo. O réu ficou no banco traseiro e exigiu
que sentassem na parte dianteira. Ato contínuo, mando que Tiago o levasse para
fora da cidade, sob pena de matá-los. Saíram de Iracemápolis em direção a
Piracicaba. Posteriormente, o acusado abandonou-os na via pública e evadiu-se
do local com o automóvel. Tiago acionou a polícia e esta localizou o réu nas
proximidades. Encontrou a arma em poder do acusado, bem como o Fusca.
Reconheceu o réu como sendo o responsável pelo crime.
Os depoimentos das vítimas, que nada tinham contra o réu, autorizam o decreto
condenatório e o reconhecimento das causas de aumento de pena, pois estão de
acordo com o restante da prova colhida.

Com relação às palavras das vítimas, já se decidiu:

“Em sede de crimes patrimoniais, o entendimento que segue prevalecendo, sem


nenhuma razão para retificações, é no sentido de que ‘a palavra da vítima é
preciosa, pois, diante de agentes do crime desconhecidos, a sua ânsia é de
dizer a verdade quanto ao fato e quanto ao seu autor’ (Julgados do TACRIM,
Ed. Lex, vol. 60/323), não mentirosamente incriminar inocentes, a quem
nenhuma razão aparente ou concreta, teria para dizeres criminosos”
(Julgados do TACRIM, Ed. Lex, vol. 95/268).

O policial militar Rinaldo Souza Ramos (fls. 73) informou que estava em
patrulhamento quando foram solicitados pelas vítimas a comparecer ao local.
Tiago e Jaqueline passaram-lhe as informações a respeito do roubo. Seguiu em
direção ao caminho percorrido pelo réu na fuga e encontrou-o nas
proximidades. Apreendeu o carro e a arma de fogo municiada, juntamente com
o acusado. O réu alegou que queria o veículo para ir embora. As vítimas
reconheceram o acusado como o responsável pelo delito.

O policial militar Alberto Ribeiro Paixão (fls. 74) informou que foi solicitado
pelas vítimas a comparecer ao local. As mesmas passaram-lhe as informações a
respeito dos fatos. Seguiu o trajeto de fuga do réu e o localizou nas
proximidades. O acusado foi detido e o depoente  apreendeu a arma municiada
bem como o carro.

Os depoimentos das testemunhas reforçam a tese acusatória, estão de acordo


como as demais provas produzidas no inquérito e corrobora as falas das vítimas.

Bem provada, assim, a responsabilidade do acusado.

As testemunhas arroladas pela defesa limitaram-se a discorrer sobre


antecedentes e outros fatos que não afastam a tese acusatória. Vejamos.
Edson Lopes Pires (fls. 85) não presenciou os fatos. Conhece o acusado há 09
anos. Afirmou que é boa pessoa, honesta, e muito trabalhador. Desconhece algo
que o desabone.

João Batista Domiciano Pereira (fls. 86) não presenciou o ocorrido. Conhece o
acusado há 10 anos. Alegou que o réu é honesto, trabalhador e boa pessoa.
Desconhece algo que possa desabonar sua conduta. Jamais viu o acusado
armado.

José Valdir Degaspari (fls. 87) também não presenciou os fatos. Conhece o
acusado há 04 anos e desconhece algo que possa desaboná-lo. Nunca viu o réu
armado. Narrou que o mesmo é trabalhador, honesto e boa pessoa.

Luis Benedito dos Santos (fls. 88) não presenciou o ocorrido. Conhece o
acusado há 10 anos.alegou que o réu é trabalhador, pai de família, honesto e boa
pessoa. Desconhece algo que o desabone.

Mario José Schiabel (fls.89) não presenciou os fatos. Conhece o acusado há 03


anos. Esclareceu que o réu é honesto, trabalhador e boa pessoa. Não conhece
algo que possa desaboná-lo.

Roberto Barbosa (fls.90) também não presenciou o ocorrido. Conhece o acusado


há 03 anos. Declarou que o réu é boa pessoa, honesta e trabalhadora.
Desconhece algo que o desabone. Afirmou que a mãe do acusado era sua
vizinha.

Wilton Rogerio Aparecido Ribeiro Oliveira não presenciou os fatos. Conhece o


acusado há 10 anos. Alegou que o réu é honesto, trabalhador e boa pessoa. Não
conhece algo que o desabone (fls. 91).

As testemunhas de defesa em nada contribuíram para a elucidação dos fatos.

A prova é robusta e incriminatória.

Ademais, houve o reconhecimento pessoal do réu em juízo (fls. 71 e 72).

Estava em poder da “res” roubada. Além disso, não apresentou qualquer prova
que pudesse ser utilizada em seu favor.
Releva notar que a “qualificadora” (causa especial de aumento) de emprego de
arma de fogo restou cabalmente configurada pela prova oral colhida e pelo
Laudo pericial de fls. 50/51.

Igualmente bem demonstrada a restrição de liberdade, de acordo com as


declarações das vítimas e das testemunhas, prestadas em várias oportunidades e
que não deixaram margens para dúvidas.

Impossível, assim, a absolvição do acusado.

O crime foi consumado, pois a res saiu da esfera de vigilância e disponibilidade


das vítimas.

Analisando o contexto probatório, os indícios da fase policial e a prova colhida


em juízo, estou absolutamente convencido de que o acusado praticou
o roubo “qualificado” na forma descrita na denúncia.

Observo, por fim,  que não há indício de inimputabilidade ou semi-


imputabilidade do réu.

DAS SANÇÕES[2] [3]

Atendendo aos ditames do artigo 59 [4], do Código Penal, fixo a pena base no
mínimo legal, tendo em vista que o réu não possui outros envolvimentos na
esfera criminal.

Na segunda fase, não haverá alteração.

Na terceira fase [5], aumento a pena de dois quintos, em razão do emprego de


arma e restrição de liberdade, situação que facilita o roubo e
demonstra maior audácia do agente.

A pena final será de 05 anos, 07 meses e 06 dias de reclusão e 14 dias-multa.

A pena será cumprida inicialmente em regime fechado[6], tendo em vista o


emprego de arma, tudo nos termos do art. 33, § 3°, do Código Penal.

Impossível a substituição por pena alternativa em razão da violência.


DA DECISÃO FINAL

Posto isto e por tudo mais que dos autos consta, julgo procedente a presente
ação penal para condenar o réu MARCOS …., já qualificado nos autos, ao
cumprimento das penas de 05 anos, 07 meses e 06 dias de reclusão,
além de 14 dias-multa, estes no mínimo legal, por infração ao art. 157, § 2º,
I e V, do Código Penal.

A pena privativa será cumprida em regime inicial fechado, como já


fundamentado.

Recomenda-se a realização de exame criminológico para fins de progressão, em


razão da grave ameaça e periculosidade do agente, isso a critério do Juízo da
Execução.

O réu respondeu preso e foi aplicada pena em regime inicial fechado e seria um
contra-senso autorizar apelação em liberdade após sua condenação com provas
robustas e que será certamente mantida.

Justifica-se a prisão preventiva para garantia da ordem pública, pois poderá


voltar a delinquir e para futura aplicação da lei penal – existe o risco de que
venha a fugir – tudo com fundamento nos arts. 312 e seguintes do Código de
Processo Penal.

Nesse sentido:

“Assim, a prisão preventiva se justifica desde que demonstrada a sua real


necessidade (HC 90.862/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau, DJU de
27/04/2007) com a satisfação dos pressupostos a que se refere o art. 312 do
Código de Processo Penal, não bastando, frise-se, a mera explicitação textual
de tais requisitos (HC 92.069/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes,
DJU de 09/11/2007).

Não se exige, contudo fundamentação exaustiva, sendo suficiente


que o decreto constritivo, ainda que de forma sucinta, concisa,
analise a presença, no caso, dos requisitos legais ensejadores da
prisão preventiva (RHC 89.972/GO, Primeira Turma, Relª Min. Cármen
Lúcia, DJU de 29/06/2007).
- “É válido decreto de prisão preventiva para a garantia da ordem
pública, se fundamentado no risco de reiteração da(s) conduta(s)
delitiva(s) (HC 84.658).” (HC 85.248/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Carlos
Britto, DJU de 15/06/2007). Recurso desprovido. (STJ – Rec.-MS 23.515 –
(2008/0092443-5) – 5ª T. – Rel. Felix Fischer – DJe 01.12.2008 – p. 1276)

Recomende-se o sentenciado na prisão em que se encontra, com expedição


imediata de mandado de prisão.

Ainda, condeno o réu ao pagamento das custas no valor de 100 UFESPs, nos
termos da lei.

Autorizo a expedição de certidão de honorários dos atos praticados.

P. R. I. C.

Limeira, 13 de novembro de 2009.

Dr. LUIZ AUGUSTO BARRICHELLO NETO

Juiz de Direito

[1] Subscritor da denúncia: Dr. Pedro Eduardo de Camargo Elias, Promotor de


Justiça.

[2] Cálculos elaborados com auxílio do Programa do Dr. Hugo Nigro Mazzilli

[3] Art. 68 – A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste


Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Parágrafo único – No concurso de causas de aumento ou de diminuição


previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só
diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
[4] Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

[5] Causas de aumento ou diminuição.

[6]“Tratando-se de crime de roubo qualificado, o regime prisional fechado


para o início do cumprimento da pena traduz-se no meio mais eficaz e
corresponde a uma resposta social mais efetiva em relação a criminalidade
violenta, sendo o único compatível com esse tipo de infração” (TACRIMSP –
Ap. 1286817/6 – Rel. o ilustre EVARISTO DOS SANTOS – 9ª  Câmara  – j. 
19/12/2001 – v. u. – citado pelo Ilustre Desembargador MOHAMED AMARO
em sua obra CÓDIGO PENAL NA EXPRESSÃO DOS TRIBUNAIS, Saraiva, p.
700)

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