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BIF 217 - Fisiologia Animal: Mecanismos e Adaptação da Comunicação e Integração 1

Protocolo – Sistema Sensorial Somático, disponível em www.ib.usp.br/~gfxavier, > Disciplinas


Prof. Dr. Gilberto F. Xavier

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Trabalho Extra-Classe: Sistema Sensorial Somático

Introdução
Há dois mecanismos básicos para a transmissão de informação no sistema nervoso: o potencial de
ação e a transmissão sináptica. Os sistemas sensoriais somáticos utilizam-se desses mecanismos básicos de
sinalização. Diferentes receptores sensoriais na pele respondem a estímulos tácteis e dolorosos, sendo que os
receptores tácteis adaptam-se rapidamente (possibilitando, portanto, a realização dos experimentos propostos
no presente exercício). Esses receptores interagem com dois tipos de neurônios sensoriais; seus corpos
celulares situam-se em gânglios (agrupamentos de corpos celulares) situados próximos à medula e seus
prolongamentos ramificam-se, um direcionando-se para a periferia do organismo (para os receptores
propriamente ditos) e o outro entra na medula para realizar contatos sinápticos com outros neurônios e
transmitir a informação para o encéfalo. No encéfalo, o número de neurônios que processa informações
provenientes de uma dada região do corpo é proporcional à sua importância e não ao seu tamanho. Se
representarmos o número de neurônios corticais dedicados ao processamento de informações de uma dada
região do corpo sob a forma de área de cada uma das partes do corpo, o resultado final será um “homúnculo”,
i.e., uma figura humana totalmente fora de proporção. Neurônios que transmitem informações relacionadas a
dor são delgados e conduzem potenciais de ação à velocidade de 1m/s ou menos. Os neurônios que
transmitem informações tácteis possuem diâmetros maiores e podem conduzir impulsos à velocidade de 100
m/s. Ao longo de todo o seu curso rumo ao córtex, as vias sensoriais somáticas responsáveis pela transmissão
de informações tácteis e dolorosas são independentes. Há duas propriedades importantes que caracterizam a
sensação táctil: seu imenso poder de discriminação e seu papel na exploração ativa do ambiente. A habilidade
para detectar detalhes varia imensamente na pele de diferentes regiões do corpo sendo mais desenvolvida na
pele das pontas dos dedos e nos lábios, o que está associado à grande inervação dessas regiões e reflete a
quantidade de tecido neural dedicado ao processamento de informações dessas partes do corpo,
particularmente de córtex cerebral. A capacidade para desenvolver leitura Braille, presente em todos os seres
humanos, ilustra o grau de refinamento que pode haver na detecção de detalhes refinados da estimulação táctil.
Outro aspecto importante é a diferença no processamento de informações derivadas de estimulação táctil
promovida pela exploração ativa (a pessoa “busca” a informação) ou de estimulação passiva (algo ou alguém a
estimula). Essa diferença pode ser percebida tomando-se um objeto qualquer e passando-o, por exemplo,
sobre o dedo indicador, e depois passando o dedo indicador sobre ele. A exploração ativa proporciona muito
mais informação, sendo essencial para o reconhecimento de objetos.
A sensação dolorosa é diferente. Sua presença é desconfortável. Ela proporciona muito pouca
informação sobre a natureza do estímulo gerador da sensação, havendo virtualmente pouca ou nenhuma
diferença se ela é gerada pela penetração de um estilete, uma abrasão ou queimadura (a discriminação
possível nessas circunstâncias é feita pelo sentido táctil e não pelo doloroso). A relação entre a intensidade da
dor sentida e a intensidade do estímulo gerador de dor varia entre indivíduos e num mesmo indivíduo em
diferentes ocasiões. Um exemplo clássico é que ferimentos ocorridos “no calor da batalha” não são detectados
no momento, geram pequena sensação dolorosa. Além disso, sensação dolorosa pode surgir mesmo na
ausência de estimulação externa.

Exercícios

O presente conjunto de experimentos deve ser realizado em grupos de até cinco alunos. Na medida do
possível, deve haver um revezamento dos sujeitos experimentais, isto é, cada aluno deverá ter a oportunidade
de ser o voluntário pelo menos um dos experimentos. Os resultados deverão ser anotados para discussão.
Explanações e/ou hipóteses sobre os resultados devem ser elaboradas e serão, posteriormente, discutidas em
classe.

Experimento 1. Sensibilidade térmica.


Mapeamento de pontos de frio e de calor (ver Hasue e Xavier, 2005)
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O objetivo do presente experimento é investigar se a sensibilidade cutânea é uniforme. Dois bastões de
estimulação térmica (fornecidos como parte do material desta prática) serão utilizados no experimento. Um
voluntário deve apoiar uma de suas mãos sobre a mesa com a palma voltada para baixo. Uma gratícula
(quadrado, com 1 cm de lado, quadriculado) deve ser desenhada na falange média do dedo médio. Os olhos
devem estar vendados. Um dos estimuladores térmicos deve ser mantido em água à 45 oC e o outro em gelo
triturado com um pouco de água, em ambos os casos ao longo de todo o experimento. Pontos situados em
cada um dos 20 pequenos quadrados da gratícula devem ser estimulados duas vezes com o bastão quente e
outras 2 vezes com o bastão frio, numa seqüência aleatória desconhecida pelo voluntário. O procedimento de
estimulação envolve tomar o estimulador térmico, secá-lo rapidamente com um papel toalha ou guardanapo e
tocar gentilmente o ponto desejado, com a ponta fina do estimulador, por cerca de 2 a 3 segundos (esse
contato deve produzir um leve abaulamento da pele). O voluntário deverá, a cada estimulação, descrever sua
sensação como “quente” ou “frio”. Uma caneta hidrográfica azul de ponta fina deverá ser utilizada para marcar
os pontos identificados pelo voluntário como “frios” e outra, vermelha, para marcar os pontos identificados
como “quente”. É importante enfatizar que a cor vermelha ou azul identificará a sensação descrita pelo
voluntário e não o estimulador utilizado. Um dos demais alunos do grupo deverá tomar nota do estimulador
efetivamente utilizado e da sensação descrita pelo sujeito experimental em cada uma das estimulações. Deve-
se esperar cerca de 5-7 segundos antes de proceder a uma nova estimulação.
Ao final do experimento teremos um pequeno mapa dos pontos quentes e frios além de uma proporção
entre esses pontos entre si e em relação ao total de estimulações realizadas. Será importante ter esse mapa e
refletir sobre eventuais resultados que pudessem ser considerados “estranhos”.
Diferenças de percepção ao mesmo estímulo térmico
Um voluntário deve introduzir a mão esquerda em uma vasilha contendo água a 10 oC e a mão direita
numa vasilha com água a 45 oC, onde devem permanecer por cerca de 2 minutos. Findo esse período, ambas
as mãos devem ser introduzidas numa cuba com água a 30 oC. Um segundo voluntário deve repetir o
experimento deixando as mãos por apenas 3 segundos nas vasilhas iniciais. Registrar se esses procedimentos
implicam em diferenças nas sensações percebidas quando da imersão das mãos na vasilha a 30 oC.

Superfície estimulada e intensidade da sensação térmica


Numa cuba com água a 45 oC, introduza o dedo indicador e depois toda a mão. Agora seque a mão e,
depois de um intervalo de 1-2 minutos introduza primeiro a mão na água, deixando o dedo indicador para fora
e, depois, apenas o dedo. Repita o procedimento utilizando água fria. Em qual das situações houve maior
intensidade da sensação?
Experimento 2. Discriminação táctil entre dois pontos (DT)
Este experimento permite evidenciar a distância mínima necessária de estimulação entre dois pontos
da superfície de diferentes regiões do corpo para que essas estimulações sejam percebidas efetivamente como
dois estímulos. Essa distância, denominada limiar espacial, permite avaliar, entre outras coisas, a eventual
recuperação após danos em nervos específicos (Williams e Wilkins, 1981, apud Greenspan, 1993; Hasue e
Xavier, 2005) e mudanças sensoriais ao longo do desenvolvimento (Head, 1908, apud Greenspan, 1993). No
presente experimento, avaliaremos se os limiares espaciais de diferentes regiões de um dos lados do corpo
diferem dos do outro lado, levando em consideração a preferência na utilização de uma das mãos
(manualidade). Essa abordagem é interessante, pois um mesmo voluntário é controle de si mesmo, já que seu
lado direito e esquerdo são comparados. Na medida do possível, cada grupo deverá testar uma pessoa
preferencialmente destra e outra preferencialmente canhota.
Com um paquímetro (fornecido no material da aula) pesquisar a distância mínima em que ser
percebem claramente dois pontos estimulados em diferentes partes do corpo (ponta do dedo indicador, falange
proximal - mais próxima à mão - do dedo indicador, palma da mão, antebraço, braço e tronco). O voluntário
deve estar vendado. O experimentador toma o paquímetro e escolhe uma distância mínima entre as pontas.
Então, o estímulo é aplicado encostando as duas pontas na região da pele testada, por 2 a 3 segundos,
causando, em ambos os pontos, um leve abaulamento. O voluntário deve relatar se sentiu “um” ou “dois”
pontos. Enquanto a resposta for “um”, o experimentador deverá aumentar a distância entre as pontas e
proceder a uma nova estimulação. Esse aumento deve ser gradual e conhecido (digamos 0.5 mm a cada
estimulação - série ascendente). Quando a resposta for “dois”, na série ascendente, o valor de distância deve
ser anotado. Alternativamente, a distância inicial entre as pontas do paquímetro deverá ser grande e, a cada
estimulação, ser diminuída até que o voluntário relate a sensação de apenas “um” ponto (série descendente). O
procedimento mais indicado é intercalar uma série ascendente com uma série descendente. Os resultados
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devem ser anotados em uma tabela para a realização posterior de cálculos de Média e de Desvio Padrão da
Média (DPM). Exemplo de Tabela:
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Medida LADO ESQUERDO LADO DIREITO
ponta falang mão antbr braço tronco ponta falang mão antbr braço tronco
1 0,4 .... ... ... ... ... ...
2 0,7 ... ... ... ... ... ...
..
É recomendável que se faça 30 testes, no mínimo
Média
DPM
=========================================================================
Para efeito de visualização dos resultados, construir um gráfico das médias e EPM encontradas para cada lado
do corpo considerando cada uma das regiões do corpo (ver exemplo abaixo).

Experimento 3. Erro de Localização (EL)


Este experimento é similar ao anterior; porém, suas implicações são distintas. Um voluntário com os
olhos fechados (ou preferivelmente vendados) terá um ponto da superfície do seu corpo estimulado por um
colega por meio de uma caneta hidrocor; dessa forma, o ponto estimulado ficará “registrado” como uma
pequena marca de tinta na superfície da pele. Imediatamente a seguir, o voluntário ainda com os olhos
fechados deverá tentar atingir esse mesmo ponto estimulado também utilizando uma caneta hidrocor
manipulada pela mão preferida, deixando uma segunda marca de tinta na pele. A distância entre esses dois
pontos deverá ser mensurada. Esse mesmo procedimento deverá ser repetido pelo menos 30 vezes para cada
parte do corpo, permitindo calcular a média e o desvio padrão do erro de localização para cada parte do corpo.
Para efeitos comparativos, recomenda-se que sejam estimuladas as mesmas regiões estudadas no
Experimento 2 e que o voluntário seja o mesmo em ambos os experimentos. É provável, em alguns casos, que
o voluntário perceba que errou na sua tentativa de atingir o ponto previamente estimulado pelo colega; em
outras tentativas, é provável que ele tenha a sensação de ter atingido corretamente o ponto previamente
estimulado pelo colega. Essa percepção do voluntário deverá ser também registrada, além da distância entre os
dois pontos estimulados em cada tentativa. Deve-se calcular a média e o desvio padrão das tentativas em que
o voluntário acredita ter acertado e também a média e desvio padrão das tentativas em que o voluntário
acredita ter errado, independentemente da distância mensurada.
Finalmente, utilizando-se as médias de DT e de EL obtidas nos Experimentos 2 e 3, deve-se calcular a
razão EL/DT, para cada uma das partes do corpo (isso deve ser feito também para os valores encontrados nas
tentativas em que o voluntário acredita ter acertado ou errado, separadamente). É possível estabelecer alguma
relação entre as razões EL/DT encontradas para as diferentes partes do corpo? Qual o significado desse
resultado?

Experimento 4. Limiar Diferencial (Lei de Weber)


O objetivo do presente experimento é avaliar se a mínima diferença de intensidade necessária para
gerar a sensação de que dois estímulos são diferentes depende do valor absoluto da estimulação utilizada. Em
outras palavras, dois estímulos de baixa intensidade seriam mais facilmente discriminados do que dois
estímulos de alta intensidade? Qual a diferença mínima de intensidade entre dois estímulos para que eles
sejam identificados como tendo intensidades diferentes? Existe alguma relação entre a intensidade de um dado
estímulo e a diferença mínima necessária para que ele seja discriminado de um outro estímulo?
Como será executado no presente trabalho, este experimento (juntamente com os descritos acima)
cumpre, também, ao objetivo de demonstrar que é possível evidenciar princípios fisiológicos utilizando
equipamentos e materiais simples, que podem ser confeccionados com materiais domésticos e aplicados
inclusive para estudantes de segundo grau.
No material fornecido, serão encontrados pesos de 2, 5, 10 e 50 g. A partir desses pesos poderão ser
“produzidos” novos pesos, de valores conhecidos e maiores, com saquinhos plásticos e areia ou sal. Uma
“balança” de pratos, construída a partir de uma régua de 30 cm e 3 fios de barbante pode servir a esse fim.
Alternativamente, pode-se utilizar água. Sabe-se que 1 ml de água pesa 1 g. Assim, pode-se trabalhar com
volumes de água para produzir os pesos necessários. Para a realização dos experimentos, devem ser
produzidos 2 pesos de 20 g, 2 de 100 g, 2 de 150 g, 2 de 200 g e 2 de250 g.Um voluntário com os olhos
vendados deve apoiar ambas as mãos sobre uma mesa, com as palmas para cima. Sobre cada uma de suas
mãos deve ser colocado um copo descartável (de plástico ou papel - por serem mais leves) contendo pesos. Os
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pesos colocados em ambos os copos poderão ser iguais ou diferentes. Assim, por exemplo, num primeiro teste,
coloca-se 50 g em cada copo. Num segundo teste um dos copos terá mais peso (digamos 50 vs 52 g). Em cada
teste pede-se ao voluntário que relate se há alguma diferença de pesos nas mãos. Diversas combinações de
pesos, ora iguais ora diferentes (variando entre 10 a 250 g) e de diferenças de pesos (até que uma diferença
seja detectada) devem ser utilizadas; por exemplo, 50 versus 55 g, 50 versus 57 g, 50 versus 60 g, 10 versus
12 g, 10 versus 15 g, 100 versus 110, 100 versus 120 g, 100 versus 150 g, 200 versus 220 g, 250 versus 300 g
etc). Em cada teste a diferença de pesos corretamente identificada pelo voluntário deve ser anotada em
conjunto com peso médio dos dois copos utilizados naquele teste específico. Ao final dos testes deve-se
construir um gráfico tendo na abscissa o peso médio medido e na ordenada a diferença de peso que gerou a
discriminação correta. A curva final segue algum tipo de função conhecida?

Gráficos representando os resultados deverão ser confeccionados para apresentação em “power


point”, para projeção durante a discussão dos experimentos em classe.

REFERÊNCIAS
(algumas disponíveis em www.ib.usp.br/~gfxavier, > Disciplinas (Protocolos e Cronogramas) > Leituras
Recomendadas, senha = aaa)

Greenspan JD 1993. A laboratóry exercise in somesthesis that is expeditious, inexpensive, and suitable for large
classes. American Journal of Physiology (Adv. Physiol. Education, 10), s2-s9.
Hasue RH, Xavier GF, 2005. Experimentando com sensações (temperatura, tato e pressão). Em Curi R,
Procópio J & Fernandes LC. Praticando Fisiologia. Editora Manole,
KANDEL E, SCHWARTZ JH & JESSEL M. 1991. Principles of Neural Science 3rd ed. Elsevier, Ed. New York,
1135p.

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