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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO DAS CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA
INTERDISCIPLINAR

Iatrogenia no Idoso

TRABALHO APRESENTADO POR


PAULO BOECHAT
WILMA FORAIN BOLAIS

Abril/2002
Hospital Antonio Pedro
Módulo Enfermaria
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

I- CONCEITUAÇÒES

II - CLASSIFICAÇÃO DA IATROGENIA MEDICAMENTOSA

III- CAUSAS DA MAIOR INCIDÊNCIAS DE IATROGENIAS EM IDOSOS-

IV- FARMACOCINÉTICA NO ORGANISMO IDOSO

V- FARMACODINÂMICA NO ORGANISMO IDOSO

VI- FATORES QUE TÊM INTENSIFICADO O AUMENTO DE INCIDÊNCIAS IATROGÊNICAS EM IDOSOS

VII- DIAGNÓSTICOS CLÍNICOS E PSIQUIÁTRICOS MAIS FREQUENTES EM IDOSOS QUE UTILIZAM


MEDICAMENTOS

VIII- POLIFARMÁCIA E "CASCATA IATROGÊNICA

IX- IATROGENIA MEDICAMENTOSA

X– INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAS

XI - MEDICAMENTOS MAIS COMUNS DE CAUSAS IATROGÊNICAS EM IDOSOS

XII - DROGAS ESPECÍFICAS E SEUS EFEITOS IATROGÊNICOS SOBRE IDOSOS

XIII- PROBLEMÁTICA NA PRESCRIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA IDOSOS

XIV- "ADESÃO" E "NÃO ADESÃO" MEDICAMENTOSA EM PACIENTES IDOSOS E IATROGENIAS

XV- PREVENÇÃO

XVI- ANEXO

CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA

PAULO BOECHAT
WILMA FORAIN BOLAIS
INTRODUÇÃO

"Vários benefícios são obtidos com uso de medicamentos. Muitas patologias agudas e crônicas da idade
avançada são favorecidas pelo tratamento com medicamentos e recursos terapêuticos. A utilização racional
destes recursos terapêuticos avançados afetou profundamente a mortalidade e a morbidade de muitas
doenças.Entretanto podem ocorrer efeitos adversos associados ao uso da terapêutica, seja ela medicamentosa
ou não ".
"A prescrição de um tratamento é apropriada quando os benefícios que poderão advir de seu uso se
sobrepõem aos riscos de seus efeitos Iatrogênicos."

I - CONCEITUAÇÕES

Iatrogenia
Doenças ou complicações iatrogênicas são aquelas decorrentes da intervenção do médico e/ou de seus
auxiliares, seja esta intervenção certa ou errada, mas da qual resultam consequências prejudiciais à saúde do
paciente.
(Carvalho Filho et alii,1996)

Doenças Iatrogênicas
Esta expressão é empregada para caracterizar toda a doença ou estado mórbido ,tanto da esfera física como da
psíquica , decorrente da intervenção do médico, de seus auxiliares, de terapias, seja certa ou errada , justificada
ou não, mas da qual resultam, consequências para a saúde do paciente.
(Abreu & Lima, 1972)

Doenças Iatrogênicas
A expressão designa, num sentido amplo, as doenças e manifestações desencadeadas pelo emprego dos
medicamentos em geral, aplicados de modo criteriosos ou inadequados, das radiações, do sangue, dos
contrastes radiológicos, dos anestésicos e por outro lado as que podem ser induzidas por atos cirúrgicos ou por
ações terapêuticas pouco prudentes.
(Lacaz C.A .,1980)

II - CLASSIFICAÇÃO DA IATROGENIA MEDICAMENTOSA

As reações medicamentosas são a principal causa de manifestações iatrogênicas em todas as faixas etárias,
mas esses riscos são maiores em pacientes hospitalizados e notadamente em idosos .
(Campos & Pereira, 1994)

A Iatrogenia medicamentosa classifica-se em:

Subtrativa - quando é provocada pela privação do tratamento , baseada na crença de que não é possível a
recuperação funcional na faixa etária idosa .

Aditiva - quando é provocada pela imposição de terapêuticas (medicamentosas ou restritivas), ditas


básicas para o equilíbrio funcional do paciente.

III.-.CAUSAS DE MAIOR INCIDÊNCIA DE IATROGENIAS EM IDOSOS

 o processo de envelhecimento promove mutações e declínio nas funções biológicas com o avançar da
idade

 não existe um "padrão único "de envelhecimento para todos os indivíduos

 existe um maior risco para reações adversas em idosos pelas transformações que seu organismo passa
com a senilidade

 geralmente surgem multiplicidade de diagnósticos

 utilização de medicamentos associados

 idosos normalmente consomem mais medicamentos

 atualmente os medicamentos são mais sofisticados e agressivos

 idosos são mais vulneráveis às agressões das drogas medicamentosas


 o processo de envelhecimento promove alterações na farmacocinética do idoso

 o processo de envelhecimento promove alterações na farmacodinâmica do idoso

 Caligrafia ilegível

IV - FARMACOCINÉTICA NO ORGANISMO IDOSO

A Farmacocinética é a maneira como o organismo lida com os medicamentos, isto é, descreve como a
droga é recebida pelo organismo do indivíduo .É composta pela Absorção, pela Distribuição, pelo
Metabolismo e pela Eliminação dos medicamentos .
Na Absorção dos medicamentos pelo organismo, é a fase onde acontece menos alterações com a
idade ;porém muitas vezes a falta de boa mastigação do idoso faz com que ele degluta pedaços de alimentos
que vão interagir com alguns medicamentos. Com o avançar da idade, acontece diminuição da mobilidade do
trato digestivo e relaxamento do esfincter gastro esofagiano, promovendo o refluxo gastroesofágico .
Na fase da Distribuição das drogas medicamentosas no organismo do idoso, as alterações estão bem
mais presentes.Com o envelhecimento existe uma diminuição da massa corporal do idoso em torno de 30%, e
os níveis de creatinina sérica, podem não refletir esta perda e desta forma pode-se superestimar clinicamente a
função renal.A água corporal total do idoso também diminui e em consequência, as drogas hidrossolúveis (lítio,
digoxina, furosemida, álcool e a cemitidinase) distribuem-se em espaço menor e tenderão alcançar níveis
plasmáticos mais altos .Ocorre geralmente também no idoso um aumento da gordura corporal e
consequentemente aumenta o volume de distribuição das drogas lipossolúveis, que vão levar um tempo mais
longo para serem eliminadas pelo organismo (benzodiazepínicos, acetominofem, etc).Surge também uma
diminuição da ligação das drogas às hemácias, levando a um aumento das substâncias livres, fazendo com que
certas drogas (lidocaína) apresentem uma diminuição em suas frações livres . Pela diminuição da ingesta, pela
diminuição da síntese metabólica ou por aumento do catabolismo, acontece no organismo do idoso decréscimo
da concentração de albumina sérica, dificultando o transporte dos medicamentos e desta forma aumentando as
frações livres de vários fármacos (hormônio tireoidiano, fenitoína, teofilina e alguns benzodiazepínicos ).
O processo de Metabolismo dos fármacos no organismo do idoso, fica limitado, por uma diminuição do
fluxo sanguíneo no fígado, fenômeno chamado de "metabolismo de fluxo limitado".Além disso, drogas que
sofrem um metabolismo extenso na primeira vez que atravessam o fígado, são capazes de alcançar níveis
sanguíneos mais altos, caso o fluxo sanguíneo hepático esteja baixo Existem drogas que são rapidamente
metabolizadas no fígado, como o propanolol, e desta forma o seu metabolismo fica limitado, pelo baixo fluxo
sanguíneo hepático.O metabolismo dos fármacos é composto por duas fases:
Fase I __quando se realiza a oxidação enzimática, a redução e hidrólise de drogas e toxinas, que se
encontram imensamente alteradas no idoso(acetominofem, diazepam barbitúrios lidocaína, propanolol, teofilina,
etc.).
Fasa II __composta pela Conjugação e Eliminação. A Conjugação é a que menos se afetada com a idade.
A Eliminação se manifesta por várias vias: biles , saliva, respiração, sendo a maioria dos processos realizados
nos rins onde podem surgir alterações renais.

No processo de envelhecimento, o fluxo plasmático renal diminui em até 50% aos 85 anos; a taxa de
filtração glomerular apresenta um decrescimo de 30 a 40 % ; há diminuição da função tubular : __ não concentra
urina, não consegue conservar sódio e aumenta os íons de hidrogênio__
assim sendo, drogas excretadas pelos rins causam alterações renais aumentando seus níveis séricos.
Exemplo de drogas que têm excreção renal e que devem ser monitoradas : __ antibióticos,
betabloqueadores, atenolol e
solatol, digoxina e psicotrópico (lítio).

V - FARMACODINÂMICA NO ORGANISMO IDOSO

A Farmacodinâmica é a maneira pela qual o organismo responde aos medicamentos, observa-se a


intensidade e duração do efeito de uma concentração de um fármaco no seu local de ação, isto é, ela
demonstra os efeitos desejáveis ou indesejáveis que uma droga faz no organismo.São de dois tipos :

1) Relacionadas às mudanças nas reservas homeostáticas.


 redução na ação do sistema nervoso autônomo __hipotensão ortostática aumentada e disfunções
vesical e intestinal (sedativos, anticolinérgicos).
 menor controle postural por alterações na barorregulação (hipotensores, neuropiléticos e
antiparkisonianos)
 dificuldade de termorregulação (álcool, barbitúrios, e analgésicos)
 queda da capacidade de cognição
 mudanças metabólicas,como o aumento e intolerância à glicose e alterações de sensibilidade à
ação e inibição enzimática.
 resposta imunitária diminuída, particularmente a celular

2) Relacionadas as modificações nos receptores e locais de ação


As mudanças na farmacodinâmica relacionadas com o envelhecimento, podem estar associadas entre a
interação droga - receptor e efeito farmacológico final. O organismo possui receptores fisiológicos e
farmacológicos.
Abordaremos os receptores farmacológicos, sendo os que mais nos interessam sobre os processos
medicamentosos iatrogênicos em idosos:
 Beta-adrenérgicos - (propranolol)
 alfa-adrenérgicos - com menor capacidade de resposta agonista (prazosina e atensina),
sensibilidade aumentada às medicações anticolinérgicas. Resultando: confusão mental, constipação
intestinal, retenção urinária, visão turva, boca seca e hipotensão.
(Farmacodinâmica / Farmacocinética-Papaléo F.;Passini,1994 e Toniolo N., Gorzoni,1995)

VI - FATORES QUE TÊM INTENSIFICADO O AUMENTO DE INCIDÊNCIAS IATROGÊNICAS

 Rápido desenvolvimento da indústria farmacêutica.

 Propaganda intensiva apoiada nas indústrias de auto poder econômico, junto aos médicos e meios de
comunicação.

 Uso abusivo de remédios pela auto-medicação do povo.

 Grande desenvolvimento das cirurgias, criando novas síndromes.

 Falta de preparo dos profissionais da saúde, de não saber como transmitir adequadamente o diagnóstico da
patologia aos pacientes. Fato este que requer atenção específica na caligrafia. Orientar os profissionais ao
manuseio correto e legível da prescrição.

VII - DIAGNÓSTICOS CLÍNICOS E PSIQUIÁTRICOS MAIS FREQUENTES EM IDOSOS QUE FAZEM USO
DE MEDICAMENTOS (Almeida O P.,1999)

1-Principais grupos de medicamentos utilizados por idosos :

Cardiovascular 32%
Neuropsiquiátricos 24%

Entre os psicofármacos estão incluídos os hipnóticos, ansiolíticos e antidrepressivos.


Dentro destes dois principais grupos de drogas mais utilizadas pela faixa etária de idosos, existem
índices de diagnósticos clínicos e psiquiátricos que são mais frequentes com os pacientes idosos que se
utilizam de medicamentos.

2-Diagnósticos clínicos mais frequentes entre os idosos que fazem uso de medicamentos:

Doenças cardiovasculares 41,8%


Diabetes 19,9%
Transtornos neurológicos 8,7%
Neoplasias 4,9%
3-Diagnósticos psiquiátricos mais frequentes entre os idosos que fazem uso de medicamentos:
Transtornos do humor 52,7%
Demência 20,6%
Transtornos de ansiedade 10,3%
Esquizofrenia e transtornos delirantes 5,4%
Dependência dos benzodiazepínicos 3,4%

VIII - POLIFARMÁCIA

Devido ao fato da co-morbidade, é comum vermos o paciente fazendo uso de vários medicamentos. O
paciente idoso, geralmente é assistido por diversos médicos especialistas, principalmente quando está
hospitalizado, cada qual com sua prescrição específica, na maioria das vezes desconhecendo a prescrição dos
outros ou mesmo não se interessando em se informar. Em consequência destes fatos negligenciados e de
outros fatores inadequados ao tratamento, pode ocorrer uma polifarmácia.
Dentro da ocorrência destes fatos, podemos observar também uma " Cascata Iatrogênica ", em que a
partir de um diagnóstico, institui-se um determinado tratamento com um determinado tipo de droga, a qual vai
causar alguns efeitos adversos. Na maioria das vezes, ao invés de modificar a dose ou aumentar o intervalo de
tempo entre elas ,até mesmo suspendê-la , junto com a prescrição já existente, outra droga é prescrita para
combater os efeitos adversos da anterior, que também poderá causar outros efeitos adversos.

Polifarmácia (>4 medicamentos) 3x > risco ( exponencial com  nº de medicamentos)

2 drogas – 8%
5 drogas – 50%
8 ou + drogas – 100%

Maior severidade das doenças de base


Múltiplas comorbidades
< tamanho corpóreo
Alteração do metabolismo e excreção hepática e renal
Reações adversas a drogas prévias
 Tempo de internação

IX – IATROGENIA MEDICAMENTOSA
Definição: evento nocivo, não intencional, que ocorre nas doses usadas para profilaxia, diagnóstico ou terapia
É a forma mais comum de iatrogenia  20-40% de todas as complicações.
 idade: 10% de 40-5
Idoso tem 2-3x > chance de reações adversas a drogas do que os jovens.
1/1000 idosos morrem de complicações do uso do medicamento.
51% das mortes devido a reações adversas a drogas ocorreram em idosos

EXEMPLOS DE REAÇÕES ADVERSAS A DROGAS EM IDOSOS


Tipo de Droga Reações Adversas Comuns
Narcóticos Constipação
Aminoglicosídeos Insuficiência renal, hipoacusia
Anticolinérgicos Boca seca, constipação, retenção urinária, delirium
Antiarrítmicos Diarréia (quinidina); retenção urinária (disopiramida)
Diuréticos Desidratação, hiponatremia, hipocalemia, incontinência
urinária
Antipsicóticos Delirium, sedação, hipotensão, movimentos
extrapiramidais
Sedativo-hipnóticos Sedação excessiva, delirium, distúrbios do equilíbrio

X – INTERAÇÂO MEDICAMENTOSA

DROGA X DROGA

Deslocamento dos sítios de ligação a proteínas por outras drogas com alta ligação protéica.
Indução ou supressão do metabolismo por outras drogas.

EXEMPLOS DE INTERAÇÕES DROGA-DROGA POTENCIALMENTE IMPORTANTES


Exemplo Interação Efeitos potenciais
Anti-ácidos com digoxina, Interfere com a absorção da
isoniazida (INH), e antipsicóticos droga
Warfarin com hipoglicemiantes Desloca a ligação protéica
orais, aspirina, hidrato de cloral

Cimetidina com propranolol, Altera o metabolismo


teofilina, fenitoína toxicidade
Lítio com diuréticos Altera a excreção

DROGA X DOENÇA

Efeitos aditivos de diferentes drogas na PA e na função cognitiva.


Interação com doenças de base (interação droga-doença)

ALGUMAS INTERAÇÕES DROGA-DOENÇA IMPORTANTES NOS PACIENTES IDOSOS


Doença Droga Efeitos Adversos
Demência Drogas psicotrópicas, levodopa,  confusão, delirium
anticonvulsivantes
Glaucoma Drogas antimuscarínicas Glaucoma agudo
Insuficiência cardíaca congestiva Beta-bloqueadores, verapamil Descompensação cardíaca aguda
Distúrbios da condução cardíca Antidepressivos tricíclicos Bloqueio átrio-ventricular
Hipertensão AINH  PA
Doença vascular periférica Beta-bloqueadores Claudicação intermitente
DPOC Beta-bloqueadores, opiáceos Bronco-constrição, depressão
respiratória
IRC AINH, agentes contrastados, IRA
aminoglicosídeos
Diabetes mellitus Diuréticos, prednisona Hiperglicemia
HPB Agentes antimuscarínicos Retenção urinária
Depressão Beta-bloqueadores, Precipitação ou exacerbação da
antihipertensivos de ação depressão
central, álcool,
benzodiazepínicos,
corticosteróides
Hipocalemia Digoxina Arritmia cardíaca
Doença ulcerosa péptica AINH, anticoagulantes Hemorragia gastrointestinal

DROGA X ALIMENTO
Alendronato junto às refeições
L-Dopa e refeições ricas em proteínas
Cálcio administrado simultaneamente a dietas ricas em fibras.

DROGA X ÁLCOOL

Potencialização dos sedativos.

XI – MEDICAMENTOS MAIS PROVÁVEIS DE IATROGENIAS EM IDOSOS


Carvalho, Filho et ali, 1996

Quimioterápicos 22,2%
Digitálicos 16,7%
Neurolépticos 11,1%
Antiinflamatórios 11,1%
Benzodiazepínicos 5,6%
Corticoesteróides 5,6%
Antidepressivos 5,6%
Hipotensores 5,6%
Sulfato Ferroso 5,6%
Warfarin 5,6%

XII – DROGAS ESPECÍFICAS E SEUS EFEITOS IATROGÊNICOS SOBRE IDOSOS

1. AINE
Insuficiência renal: 13% desenvolvem uremia durante tratamento por curto período associado com doses  e
uso concomitante de diuréticos de alça.

Sangramento TGI: > idosos. Utilizar proteção gástrica com IBP ou misoprostol.
Limitar o seu uso a situações clínicas em que são absolutamente necessários, com < dose e pelo < tempo
possível. Analgésicos alternativos: acetaminofen pode ser usado seguramente em idosos.

2. Analgésicos opióides
Meperidina (normeperidina) e propoxifeno apresentam risco maior de delirium – Evitar

3. Anticoagulantes

Risco de AVC em pacientes com FA é maior em idosos: 6,7% de 50- -89 a idade não é contra-
indicação ao seu uso.

Idosos apresentam > sensibilidade do fígado à inibição da síntese dos fatores de coagulação pelo
warfarin e necessitam menores doses para atingir níveis terapêuticos.
4. Antihipertensivos:

 probabilidade de hipotensão ortostática em idosos pela  tônus venoso e  compensação do barorreceptor 


hipotensão e tontura
1ª escolha em idosos: tiazídicos em baixas doses (12,5 – 25 mg). Outros: beta-bloqueadores em baixas doses, I
Ca DHP longa ação (HAS sistólica isolada)

5. Antiarrítmicos (digital, procainamida, quinidina): têm meia-vida  em idosos,  índice terapêutico e  ligação
protéica  pode ocorrer toxicidade nas doses habituais. Intoxicação digitálica pode ocorrer com níveis
séricos normais.

6. Antibióticos:

Ajustar dose de antibióticos com clearance renal


 Cl aminoglicosídeos   risco de nefro e ototoxicidade se não ajustar a dose
 Cl eritromicina  ototoxicidade (evitar dose alta em idosos)
 Cl renal e  absorção de quinolonas efeitos colaterais podem ser exagerados   dose de
manutenção

7. Anticolinérgicos:
os idosos são mais sensíveis aos efeitos devido ao declínio na neurotransmissão colinérgica central
(visão embaçada, boca seca, constipação, retenção urinária, taquicardia, hipotensão ortostática e delirium).
 risco de delirium de 5-12x

8. Antidepressivos e antipsicóticos: produzem efeitos anticolinérgicos em idosos.

9. Sedativos-hipnóticos:
 risco de delirium ou prejuízo cognitivo de 3-12x
Iniciar com tratamento não-farmacológico para insônia
Usar agentes de ação intermediária cujo metabolismo não é afetado pela idade (lorazepam 0,5mg /
oxazepam 10-30 mg). Evitar benzodiazepínicos de curta e longa ação.
Não utilizar antidepressivos como hipnóticos a menos que o paciente esteja deprimido.

10. Hipnóticos que são vendidos sem receita médica contêm antihistamínicos, que podem produzir sonolência,
confusão e efeitos anticolinérgicos.

11. Bloqueadores H2:

cimetidina e ranitidina interferem com metabolismo hepático de droga   toxicidade de drogas metabolizadas
no fígado (propranolol, lidocaína, warfarin, teofilina, fenitoína)
Todos os bloqueadores H2 podem causar confusão mental nos idosos
Usar doses menores em idosos devido a  excreção renal ou trocar por alternativas menos tóxicas
(sucralfate ou antiácidos)

XIII – PROBLEMÁTICA NA PRESCRIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA


IDOSOS
 Prevalência de déficits cognitivos ( 23% a 38% fazem uso incorreto )

 Distúrbios visuais

 Dificuldades motoras ( frascos difíceis de manejar )

 Falha de orientação sobre o uso correto do medicamento

 Multiplicidade de doenças, médicos e medicamentos

 Falta de simplificação do regime terapêutico

 Desconhecimento do profissional sobre as formas de apresentação do remédio ( fraciona cápsulas )

 Dificuldades de entender a letra do médico na prescrição.

XIV – ADESÃO E NÃO-ADESÃO MEDICAMENTOSA

compartamento ativo do idoso frente a situação terapêutica


ADERÊNCIA: é melhor quando há explicação do médico sobre a proposta da medicação
Não-aderência: ocorre em 30-50% dos idosos
 nº de medicações utilizadas
 duração do tratamento
 complexidade da posologia
Complicações podem ocorrer se o médico incorretamente assume que o paciente adere ao tratamento e
que a medicação parece não ser efetiva   dose ou prescrição de droga mais potente, associado a
uma melhor supervisão   risco de toxicidade
Medicação dada no hospital com dieta rigorosa, não faz efeito em casa (diuréticos para ICC,
hipoglicemiantes orais para DM)
 59% dos idosos com doenças crônicas cometem erros com prescrições

 25% dos erros são potencialmente graves

 50% das prescrições são utilizadas inadequadamente

 14% a 21% dos doentes idosos nunca seguem as prescrições

XV – PREVENÇÃO

Revisar medicações para avaliar a necessidade e a eficácia. O uso crônico não necessariamente
justifica o uso continuado.

Considerar benefícios X efeitos colaterais antes de iniciar nova medicação

-80%)

Assegurar-se de que os sintomas que requerem o tratamento não são devidos a outra droga

Usar tratamento medicamentoso apenas após as medidas não-farmacológicas

Manter a posologia o mais simples e com menor nº de cp possível

Checar hipotensão ortostática (efeito colateral mais comum em idosos)

Evitar medicações para dormir

Evitar anticolinérgicos e drogas com ação em SNC, que podem causar ou piorar alteração cognitiva

Pedir ao paciente trazer todas as medicações às consultas e reforçar as razões para o uso da droga,
dosagem, freqüência e efeitos colaterais

Monitorizar cuidadosamente medicações com baixo índice terapêutico: insulina, warfarin, digoxina,
fenitoína, teofilina, quinidina, aminoglicosídeos, lítio, nortriptilina. Lembrar que pode haver toxicidade
mesmo com níveis terapêuticos normais (digoxina, fenitoína)!!!

Atenção para interações medicamentosas


Evitar o excesso de tratamento
Bacteriúria assintomática: não tratar, exceto em pacientes com uropatia obstrutiva, cálculos e outras
alterações anatômicas
Edema de MMII: causado por insuficiência venosa, drogas (AINH, ICa), inatividade, malnutrição. Usar meia-
elástica e orientar elevação de MMII. Não usar diuréticos.
Claudicação intermitente: exercícios regulares por 30 min, 3x/sem. Não usar pentoxifilina.

XVI – ANEXO

DROGAS IDENTIFICADAS COMO EFETIVAS EM DOSES SUBSTANCIALMENTE MENOR QUE


RECOMENDADAS

Medicação Dose inicial usual Dose menor


Amlodipina (Norvasc) 5 mg/d 2.5 mg/d
Atenolol (Atenol) 50 mg/d 25 mg/d
Atorvastatin (Lipitor) 10 mg/d 2,5 e 5 mg/d
Bupropiona 100 mg 2x/d 50 mg 2x/d
Captopril (Capoten) 50-75 mg/d 12.5 mg 2x/d
Diclofenaco (Voltaren) 100-200 mg/d 75 mg/d (25 mg 3x/d)
Enalapril (Renitec) 5 mg/d 2.5 mg/d
Fexofenadina (Allegra) 60 mg 2x/d 20 mg 3x/d ou 40 mg 2x/d
Fluoxetina (Prozac) 20 mg/d 2,5, 5, ou 10 mg/d
Flurazepam (Dalmane) 30 mg 15min 15 mg 15min
Hidroclorotiazida (Clorana) 25-50 mg/d 12,5 mg/d
Ibuprofeno (Motrin) 400 mg 3-4x/d 200 mg 3-4x/d
Lisinopril (Prinivil, Zestril) 10 mg/d 5 mg/d
Lovastatina (Mevacor) 20 mg/d 10 mg/d
Metoprolol (Lopressor) 100 mg/d 50 mg/d
Misoprostol (Cytotec) 200 mcg 4x/d 50-100 mcg 4x/d
Omeprazol (Losec) 20 mg/d 10 mg/d
Ondansetron (Zofran) 8 mg 2-3x/d 1-4 mg 3x/d
Pravastatina (Pravacol) 20 mg/d 5 ou 10 mg/d
Ranitidina (Antak) 150 mg 2x/d 100 mg 2x/d
Sinvastatina (Zocor) 10 mg/d 2,5 ou 5 mg/d
Zolpidem 10 mg 15 min 5 ou 7., mg 15 min
CONCLUSÕES

A "Ciência Moderna" ainda não assimilou como


agir com a complexidade da saúde humana.
A estratégia sempre foi reduzir o complexo ao
mais simples, fragmentando o ser humano .
Assim nasceram os vários saberes, ou seja as
especialidades, ganhou-se em detalhes mas perdeu-
se a totalidade.
Geralmente acontece um esquecimento do Ser
em favor do existente no momento
A Iatrogenia está incluída em constante
movimento neste contexto.
Os pacientes idosos necessitam ser considerados
de uma forma holística, globalizada ,onde atrás de
suas patologias existe uma longa história de vida.
Somente através da ação Interdisciplinar
consciente e com responsabilidade profissional,
onde o trabalho é uma busca pela unidade do
saber, uma conquista de equipe, é que poderemos
diminuir os processos iatrogênicos na saúde
humana e em particular na área da geriatria e
gerontologia .
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA O P , RATTO L ,GARRIDO et ali -Fatores Predisponentes e Consequências Clínicas do Uso de


Múltiplas Medicações entre idosos - Rev.Bras.de Pisiquiatria -21/3 pag.152 à157 ;Julho/Setembro 1999

BALLONE G.L Pisiquiatria Geral -Uso de medicamentos em idosos e Iatrogenia -Artes Médicas , SP- 1999

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SALDANHA LUIZ ASSUEIRO - Prescrição em Geriatria - NATES :


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