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Estado da Arte do Livro Didático de Matemática Produzido no

Brasil Destacando a Álgebra no Ensino Fundamental e Médio

Eliane Martins Aparecida Martins de Almeida1

Dra. Gladys Denise Wielewski2

Resumo

O presente trabalho é parte integrante da dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em


Educação da Universidade Federal de Mato Grosso. O objetivo é mapear e discutir as produções de teses e
dissertações sobre os livros didáticos de Matemática no Brasil, no período de 2000 a 2009, destacando as que
tratam da álgebra no Ensino Fundamental II e Médio. Por meio de um levantamento junto a CAPES
coletamos os dados. Em seguida delimitamos o trabalho nas dissertações que tratam da álgebra nos livros
didáticos de Matemática. Para análise consideramos o problema da pesquisa, a fundamentação teórica, a
metodologia, o resultado da pesquisa e os livros que foram analisados. O exame das dissertações evidenciou
que parte significativa das dissertações não investiga o processo de utilização do livro didático pelos
professores na sala de aula. Os autores sugerem investigações que abordam a prática dos professores com o
livro didático de Matemática.

Palavras-chave: Estado da Arte. Livro didático de Matemática. Álgebra

Introdução

O presente trabalho é parte integrante da dissertação de mestrado que se insere na


linha de pesquisa Educação Matemática e Ciências do Programa de Pós-Graduação em
Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O objetivo é mapear e
discutir as produções de teses e dissertações sobre os livros didáticos de Matemática
defendidos nos programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil, no período de 2000 a

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso –
UFMT.
E-mail: lianymartins@yahoo.com.br
2
Orientadora - Professora do Programa de Pós - Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato
Grosso – UFMT
E-mail: gladysdw@brturbo.com.br
2009, destacando as dissertações que discutem a álgebra no Ensino Fundamental II e
Médio. Esse mapeamento servirá para análises posteriores de livros didáticos, tendo em
vista que o objeto de pesquisa do Mestrado é o livro didático de Matemática.

Consideramos de fundamental importância conhecer os estudos e pesquisas a


respeito desse recurso, pois apesar dos grandes avanços tecnológicos e da multiplicidade
de materiais curriculares, atualmente disponíveis, o livro didático ainda continua sendo o
recurso mais utilizado no ensino da Matemática.

Metodologia

Inicialmente fizemos um levantamento quantitativo junto ao site da CAPES, na


busca das teses/dissertações que fazem referência à Educação Matemática. Dentre as que
estão disponibilizadas nesse site, compreendidas no período de 1987 a 2009, encontramos
mil quinhentos e trinta e três dissertações; e trezentos e cinqüenta e uma teses.

Observamos que houve um nítido avanço nas pesquisas relativas à Educação


Matemática, se comparadas com o estado da arte feito por Dario Fiorentini (1994) nas
décadas de 70 e 80. Pois nessa época havia duzentas e duas teses/dissertações produzidas
no âmbito de Pós-Graduação.

Após obter o quantitativo das pesquisas, passamos para outra etapa. Dentre as
dissertações/teses selecionamos quais delas tratam especificamente do livro didático de
Matemática no Ensino Fundamental II e Médio, obtendo trinta e nove dissertações e três
teses.

Assim, realizamos a leitura dos resumos disponíveis na CAPES referentes ao livro


didático de Matemática. Dessa forma, observamos que os trabalhos estão mais
direcionados ao Ensino Fundamental II, pois apenas nove abordam o Ensino Médio.
Quanto às dissertações que se referem ao Ensino Médio, duas delas trabalham com funções
que é um tema ligado a álgebra, três investigam a álgebra, uma aborda a Matemática
Moderna nos livros de Sangiorgi, uma se refere à geometria espacial métrica, uma fala da
ideologia no livro didático e uma pesquisa o livro didático em diferentes épocas históricas
com um olhar para prismas e pirâmides.
Entre as dissertações do Ensino Fundamental II, cinco delas abordam tópicos da
álgebra, três são sobre funções, três são relativos à geometria. As demais trazem assuntos
diversificados.

As teses se referem ao Ensino Fundamental: Livros Didáticos de Algacyr Munhoz


Maeder sob um olhar da Educação Matemática (Longen, 2007); Livro Didático de
Matemática: concepções, seleção e possibilidades frente a descritores de análise e
tendências em Educação Matemática (Lopes, 2000); Uma análise das repercussões do
Programa Nacional do Livro Didático no Livro Didático de Matemática (Zúñiga, 2007).

Com a realização do levantamento verificamos que todas as dissertações e teses


foram escritas após a década de 90, sendo uma tese no ano de 2000, uma dissertação em
2002 e uma em 2003, quatro em 2004, nove em 2005, duas em 2006, duas teses e cinco
dissertações em 2007, onze dissertações em 2008 e seis em 2009. Notamos que houve um
considerável aumento das produções sobre livro didático no período de 2005 a 2009.

Observamos que das trinta e nove dissertações quatorze foram realizadas pela
Pontifícia Universidade Católica – PUC.

Após obtermos todos os dados quantitativos e levando em consideração o projeto


de pesquisa de mestrado que tem como objeto o livro didático de Matemática com um
recorte para as seqüências numéricas (progressões aritméticas e geométricas), passamos
para uma etapa subseqüente.

Assim, buscamos uma delimitação da pesquisa nos assuntos que estejam vinculados
a álgebra destinada ao Ensino Fundamental e Médio, visto que entre as dissertações que
abordam o livro didático de Matemática, não encontramos nenhuma que fala
especificamente de seqüências numéricas (progressões aritméticas e geométricas).

Embora as funções estejam ligadas a álgebra, preferimos não analisar os seus


aspectos qualitativos, evitando a extensão do trabalho.

Por meio das seqüências numéricas o aluno pode utilizar representações algébricas
para expressar generalizações. Então, consideramos relevante conhecer como a álgebra
vem sendo apresentada nos livros didáticos de Matemática, sendo que os aspectos
pesquisados servirão de referência no desenvolvimento da pesquisa de mestrado.
O que Dizem as Dissertações?

O quadro abaixo se refere às dissertações a serem analisadas.

Dissertação Autor Orientador/instituição Ano

A Noção de Variável em CRUZ, Eliana da Silva Dr. Saddo Ag Almouloud 2005


Livros Didáticos: Um - PUC/SP
Estudo sob a Ótica da
Organização Praxeológica.

Uma Análise Praxeológica CARVALHO, Claudia Dr. Saddo Ag Almouloud 2007


das Tarefas de Prova e Cristina Soares de - PUC/SP
Demonstração em Tópicos
de Álgebra Abordados no
Primeiro ano do Ensino
Médio.

A Álgebra nos Livros NOGUEIRA, Rosane BITTAR, Marilena – 2008


Didáticos do Ensino Corsini Silva. Universidade Federal de
Fundamental: uma Análise Mato Grosso do Sul
Praxeológica.

A Álgebra nos Livros BELTRAME, Juliana BIANCHINI, Barbara 2009


Didáticos: um Estudo dos Thais Lutaif - PUC/SP
usos das Variáveis, segundo
o Modelo 3UV.

Introdução do Pensamento SANTOS, Leandra SANTOS, Vânia Maria 2007


Algébrico: um Olhar sobre Gonçalves dos Santos Pereira dos - Universidade
Professores e Livros Federal do Espírito Santo
Didáticos de Matemática.

Polinômios no Ensino A BORGES, Antonio José COELHO, Sônia Pitta - 2007


Médio: uma Investigação PUC/SP
em Livros Didáticos.

As Equações Diofantinas OLIVEIRA, Sílvio MACHADO, Sílvia Dias 2009


Linares e o Livro Didático Barbosa de. Alcântara - PUC/SP
de Matemática para o
Ensino Médio.

Para a análise das dissertações, consideramos o problema da pesquisa, a


fundamentação teórica, a metodologia, os resultados da pesquisa e os livros que foram
analisados. Na seqüência do trabalho apresentamos cada uma das dissertações que foram
elencadas na tabela, abordando esses pontos mencionados.

CRUZ (2005) tem por objetivo investigar como a noção de variável tem sido
abordada pelos livros didáticos brasileiros referentes ao terceiro e quarto ciclos do Ensino
Fundamental.

O problema da pesquisa gira em torno da seguinte indagação: como os livros


didáticos abordam a noção de variável sob a ótica da organização praxeológica de
Chevallard?

No corpo do trabalho a autora faz um breve histórico do desenvolvimento da


álgebra, com ênfase na noção de variável. Também apresenta as propostas de ensino para o
terceiro e quarto ciclo.

Os procedimentos metodológicos são de análise qualitativa e documental, no qual


considera a análise dos livros do tipo qualitativo e o livro didático do tipo documental.
Analisa quatro coleções de 5ª série do Ensino Fundamental, sendo todas elas catalogadas
no Programa Nacional do Livro Didático: A Conquista da Matemática3; Tudo é
Matemática4; Matemática Para Todos5; Matemática e Realidade6. Esses livros estão entre

3
IEZZI, G., Dolce, O. , Machado, A. Matemática e Realidade. Ensino Fundamental. São Paulo: Atual,
2000.
4
DANTE, L. R. Tudo é Matemática. Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2002.
5
DANTE, L. R. Tudo é Matemática. Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2002.
6
GIOVANNI, J. R., et al. A Conquista da Matemática: a + nova. Ensino Fundamental. São Paulo: FTD,
2002
os mais escolhidos pelos professores, fator considerado pela autora como critério de
seleção para análise.

Cruz (2005) estipulou três aspectos para analisar os livros didáticos: observou se os
livros didáticos utilizam a história da matemática e a resolução de problemas como
estratégia didática para o ensino da álgebra; quais abordagens os autores utilizam para
introduzir e desenvolver a álgebra; quais os diferentes usos dados a idéia de variável.

Por meio de uma adaptação da noção da praxeologia de Chevallard, examinou o


tipo de tarefa proposta, o modo de produzir essa tarefa e o discurso teórico.

Na análise das coleções a autora observou que as coleções empregam as abordagens


mencionadas por Bednarz, Kieran e Lee7.

Cruz (2005) também nota que as coleções estabelecem às variáveis os significados


propostos por Usiskin8.

A autora conclui que apesar dos livros trabalharem com concepções diversificadas,
com diversos enfoques, ainda há a predominância de exercícios para o emprego de
técnicas.

Carvalho (2007) tem por objetivo promover uma reflexão sobre o uso de provas e
demonstrações no conteúdo algébrico Conjuntos e Conjuntos Numéricos abordado em
livros didáticos do primeiro ano do Ensino Médio brasileiro.

A pesquisa foi realizada com o intuito de responder a seguinte questão: De que


maneira os livros didáticos analisados propõem aos alunos do primeiro ano do Ensino
Médio provas e demonstrações às propriedades enunciadas ao longo da exposição do
conteúdo algébrico Conjuntos e Conjuntos Numéricos?

7
Álgebra como regra de transformações e soluções de equações;

Álgebra como solução de problemas específicos ou classes de problemas;

Álgebra como introdução de conceitos de variável e função;

Álgebra como estudo de estruturas algébricas. (apud Cruz, 2005, p.36)


8
Variável como generalizadora de modelos; variável como incógnita; variável como parâmetro; variáveis
como sinais arbitrários no papel (apud Cruz, 2005, p. 37).
Na sua pesquisa faz referência a Cruz (2005), pois ambas as dissertações foram
orientadas por Dr. Saddo Ag Almouloud. Também analisa o trabalho de Santos (2007), o
qual será analisado posteriormente.

No corpo do texto Carvalho (2007) faz uma abordagem histórica da álgebra ao


longo dos tempos.

O referencial teórico utilizado é a noção de praxeologia (Chevallard, 1999) e de


níveis de prova (Balacheff, 1988). Em cada tarefa analisada, destaca também a
probabilidade do trabalho com as concepções de álgebra propostas por Usiskin (1995).

O critério de escolha das coleções9 analisadas considerou os livros selecionados


pelo Ministério da Educação no Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino
Médio – PNLEM/2006, sendo eleitos os livros mais escolhidos pelos professores. Avalia o
primeiro volume de três coleções de livros didáticos.

A análise dos livros selecionados foi feita a partir das tarefas relacionadas ao uso
de provas e demonstrações existentes na abordagem do conteúdo algébrico Conjuntos e
Conjuntos Numéricos.

A pesquisa trouxe contribuições para o estudo do ensino de provas e demonstrações


em álgebra, visto ser essa pesquisa inédita no Brasil. A autora sugere a continuidade desse
trabalho em estudos posteriores com estudos direcionados a diferentes conteúdos
algébricos abordados no Ensino fundamental ou Médio. Sugere também um estudo de
como os professores abordam as provas e demonstrações no ensino da álgebra.

Nogueira (2008) desenvolve a sua pesquisa com a finalidade de caracterizar a


introdução formal da Álgebra nos livros didáticos brasileiros do Ensino Fundamental.

9
BIANCHINI, E. R.; PACCOLA, H. Matemática. São Paulo: Moderna, 2003.

DANTE, L. R. Matemática. São Paulo: Ática, 2003

LONGEN, A. Matemática: Uma Atividade Humana. Curitiba: Base, 2003


Analisa três coleções10 do sétimo ano do Ensino Fundamental, tendo escolhido o
sétimo ano porque a introdução da Álgebra acontece nesse momento. Como referencial
teórico e metodológico utiliza a Teoria Antropológica do Didático (TAD)11 de Chevallard
(1998).

A autora examina os livros selecionados, realiza o estudo das Organizações


Matemática e Didática, e em seguida confronta os dados obtidos nas organizações
mencionadas. Entre os resultados obtidos enfatiza que todos os tipos de tarefas principais,
que se referem à resolução de equações, figuram, de certo modo, nas três coleções
analisadas.

Nogueira (2008) percebe que a escolha por trabalhar a resolução de equações e


apresentar as equações do 1º grau por meio da resolução de situações problema é comum
na introdução da Álgebra no Ensino Fundamental. Além disso, dentre os tipos de tarefas
auxiliares a que demanda a transcrição da linguagem natural para a linguagem algébrica
tem uma representatividade notável em todos os manuais, o que indica que este
procedimento é bastante valorizado na educação algébrica.

Beltrame (2009) realizou a pesquisa com a finalidade de investigar se a introdução


ao estudo da Álgebra no livro didático consideram os usos das variáveis de acordo com o
Modelo 3UV de Ursini et al (2005) para o ensino da Álgebra. Esse modelo aborda
essencialmente três usos distintos da variável: termo desconhecido (as incógnitas), os
números gerais e as relações funcionais. É uma pesquisa qualitativa com característica de
uma pesquisa documental.

A autora apresenta no seu trabalho algumas considerações sobre as concepções de


álgebra, ensino de álgebra e o livro didático.

10
ANDRINI, Álvaro, Vasconcelos, Maria José. Novo Praticando Matemática. São Paulo: Editora do
Brasil, 2002.
DANTE, Luiz Roberto. Tudo é Matemática: livro do professor. São Paulo: Ática, 2002.
BIGODE, Antônio José Lopes. Matemática Hoje é feita assim. São Paulo: FTD, 2000.

11
Essa teoria parte do postulado que qualquer atividade humana põe em prática uma organização
denominada por Chevallard (1998 apud Nogueira, 2008) de praxeologia, ou organização praxeológica.
Essa investigação se restringe a livros de 7º ano (6ª série)12. Esses exemplares
foram escolhidos considerando as três coleções mais distribuídas pelo Programa Nacional
do Livro Didático (2008) no Estado de São Paulo.

Beltrame (2009) Conclui que, o Modelo 3UV pode ser identificado nos livros
analisados, mas seus exercícios e situações problemas não consideram todos os usos da
variável, destacando o uso da variável como termo desconhecido (incógnita). Nos três
livros analisados, um deles contempla os usos da variável como termo desconhecido e
como número genérico. Outro contempla a variável apenas como termo desconhecido e
somente um deles contempla os três usos da variável.

Santos (2007) realiza a pesquisa com o intento de identificar e caracterizar a forma


de como a álgebra é apresentada nos manuais didáticos e como educadores e educandos
são influenciados por essa apresentação.

Metodologicamente, fundamenta-se na pesquisa qualitativa numa perspectiva


etnográfica. Santos (2007) investiga concomitantemente o discurso de autores de livros
didáticos, os conteúdos dos manuais didáticos. Também o estudo está embasado na análise
dos discursos de professores de escolas municipais de Vitória e de Cariacica, os quais
foram acompanhados na pesquisa de campo.

O exame dessa dissertação foi fundamentado apenas no resumo, pois não


conseguimos localizá-la. Diante disso não foi possível verificar quais foram as coleções
analisadas na pesquisa de Santos.

A investigação de Santos (2007) evidenciou que as ações pedagógicas desses


professores refletem um currículo influenciado pelo livro didático. A autora sugere
algumas atividades com o propósito de contribuir com o desenvolvimento do pensamento
algébrico.

12
IEZZI, G., Dolce, O. , Machado, A. Matemática e Realidade. 6ª série. 5 ed. São Paulo: Atual, 2005.

ANDRINI, Álvaro, Vasconcelos, Maria José. Novo Praticando Matemática. 6ª série. 1 ed. São Paulo:
Editora do Brasil, 2002.

DANTE, Luiz Roberto. Tudo é Matemática. 6ª série. 1ed. São Paulo: Ática, 2002.
Borges (2007) realiza a investigação a partir do problema: como os tópicos
polinômios e funções são articulados, em livros didáticos de Matemática destinados ao
Ensino Médio brasileiro?

A intencionalidade dessa pesquisa foi averiguar como os tópicos polinômios e


funções são articuladas, em livros didáticos de Matemática destinados ao Ensino Médio
brasileiro.

A análise investigou três coleções13 de Matemática aprovadas em 2005 pelo


Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio – PNLEM. No desenvolvimento do
trabalho estuda a abordagem dos polinômios e função polinomial, buscando possíveis
relações entre esses assuntos. Examina também os exercícios, buscando observar se as
coleções dão a cada exercício o tratamento de polinômio ou de função polinomial.

O autor investiga o tema polinômio na literatura disponível na Educação


Matemática, por meio de documentos oficiais, dissertações e teses defendidas no Brasil,
para-didáticos, artigos da revista do professor de Matemática, congressos internacionais.

Borges (2007) conclui que duas das coleções não articulam os temas no tratamento
expositivo nem no corpo de exercícios, enquanto que a terceira coleção esboça a
articulação no plano expositivo e desenvolve-a com algum detalhe em seu corpo de
exercícios.

Oliveira (2009) investiga em sua pesquisa, à luz da teoria da Transposição Didática


de Chevallard se as equações diofantinas lineares, enquanto objeto do saber, é considerado
um objeto de ensino no livro didático de Matemática para o Ensino Médio.

Nos procedimentos metodológicos, Oliveira (2009) analisa os documentos oficiais


para o Ensino Médio e duas coleções14 para o Ensino Médio, nos quais investiga se
abordam as equações diofantinas lineares.

13
GUELI, Oscar - Matemática série Brasil. 1 edição. São Paulo: Ática, 2003.
LONGEN, Adilson de. Matemática: uma atividade humana. Curitiba: Base Gerenciamento Pedagógico,
2003.
SMOLE, Kátia Cristina Stocco et al. Matemática – Ensino Médio. 3. ed. São. Paulo: Saraiva, 2003.

14
Iezze, G. et. Al. Matemática: Ciência e aplicações. São Paulo: Saraiva Livreiro
Editores S. A, 2005. 3v.
O resultado da investigação de Oliveira (2009) aponta que os autores dos
documentos oficiais e os autores dos livros didáticos não consideram as equações
diofantinas lineares como objeto de ensino.

Assim, com a realização do seu trabalho o autor acredita que este possa contribuir
com processo ensino aprendizagem dos assuntos relativos à Teoria Elementar dos
Números para o Ensino Médio para que promovam novas propostas para o
desenvolvimento desse tema. Sugere a realização dessa pesquisa com professores e
alunos do Ensino Médio.

Considerações

Verificamos que as pesquisas de Cruz (2005), Carvalho (2007), Nogueira (2008) e


Oliveira (2009) adotam o mesmo autor como um dos referenciais teóricos, ou seja,
utilizam a praxeologia de Chevallard.

Outra característica das dissertações analisadas se refere ao processo de escolha dos


livros, os quais foram selecionados os que estão catalogados no Programa Nacional do
Livro Didático. Também em cada trabalho analisado constatamos que são avaliados livros
de dois ou mais autores diferentes.

Fizemos um levantamento em Cuiabá-MT para verificar quais os livros didáticos


mais adotados no Ensino Fundamental II, sendo o mais escolhido pelos professores da
capital a coleção de Dante. O mesmo ocorreu nas pesquisas, pois das sete dissertações
analisadas quatro delas usaram o livro do Dante. É provável que esse livro esteja entre os
mais escolhidos pelos professores do Brasil.

Por meio da leitura dos trabalhos observamos que os autores formulam e tratam dos
problemas de maneira consistente, com embasamento teórico. Apontam aspectos históricos
da álgebra, do Programa Nacional do Livro Didático. Trazem discussões importantes e
indispensáveis para a análise dos livros didáticos de Matemática.

DANTE, Luiz Roberto. Tudo é Matemática. São Paulo: Ática, 2005. 3v.
Entretanto, por outro lado, a análise evidenciou que parte significativa das
dissertações não investiga o processo de utilização do livro didático pelos professores na
sala de aula, com exceção de Santos (2007) que analisa simultaneamente o discurso de
autores de livros didáticos, os conteúdos dos manuais didáticos e o discurso dos
professores. Os próprios autores sugerem a continuidade das pesquisas com enfoque na
sala de aula, ou seja, pesquisar a prática dos professores com o livro didático de
Matemática.

As dissertações evidenciam que o livro didático ainda é um recurso que faz parte da
rotina dos professores. Nessa perspectiva, é necessário que as novas propostas de pesquisa
sigam as sugestões dadas pelos autores que já realizaram a análise do livro didático de
Matemática.

Na análise das dissertações encontramos alguns tópicos que tratam de seqüências


numéricas no desenvolvimento do pensamento algébrico. Assim, consideramos que a
realização deste trabalho trouxe contribuições significativas para o desenvolvimento do
projeto de mestrado.

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