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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC


CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE

JOHNI DOUGLAS MARANGON

ESTUDO COMPARATIVO DE FERRAMENTAS PARA DESENVOLVIMENTO DE


APLICATIVOS UTILIZANDO A PLATAFORMA JAVA CARD

São Miguel do Oeste (SC)


2009
2

JOHNI DOUGLAS MARANGON

ESTUDO COMPARATIVO DE FERRAMENTAS PARA DESENVOLVIMENTO DE


APLICATIVOS UTILIZANDO A PLATAFORMA JAVA CARD

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade do Oeste de Santa
Catarina – UNOESC, Campus de São Miguel do
Oeste como requisito parcial à obtenção do grau
de Bacharel em Sistemas de Informação

Orientador: Prof. Esp. Roberson Junior Fernandes Alves

São Miguel do Oeste (SC)


2009
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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Desenho 1: Cartão Cidadão de Portugal..............................................................................................09


Desenho 2 : Arquitetura típica de um cartão de memória com contato com lógica de segurança.......15
Desenho 3: Arquitetura típica de um cartão com processador e co-processador................................16
Desenho 4: Pontos de contato do cartão..............................................................................................16
Desenho 5: Estrutura de um comando APDU.....................................................................................19
Desenho 6: Estrutura de uma resposta APDU. ...................................................................................20
Desenho 7: Estrutura Java Card...........................................................................................................26
Desenho 8: Java Card Virtual Machine...............................................................................................29
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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1: Marcos no desenvolvimento da tecnologia de cartão inteligente.....................................13


Quadro 2: Tipos de memória comumente utilizadas em cartões inteligentes....................................14
Quadro 3: Resumo dos protocolos de transmissão de acordo com a norma ISSO/IEC 7816-3........18
Quadro 4: Recursos Java suportados e não suportados.....................................................................26
Quadro 5: Pacotes Java Card.............................................................................................................31
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

JCDK Java Card Development Kit


JCVM Java Card Virtual Machine
JCRE Java Card Runtime Environment
CAP Converted Applet
IC Integrated Circuit
ATM Automated Teller Machine
SPOM Self Programmable One-chip Microcom
CAD Card Acceptance Device
HD Hard Disk
ROM Read Only Memory
RAM Random Access Memory
EEPROM Eletrically Erasable Programmable Read Only Memory
ISO International Organization for Standardization
RFID Radio Frequency IDentification
ATR Answer To Resset
IEC International Electrotechnical Commission
EMV Europay, Mastercard, VISA
PC/SC Personal Computer/Smart Card
API Application Programming Interface
GSM Global System for Mobile
SIM Subscriber Identity Module
HTML HyperText Markup Language
LGPL Lesser General Public License
PKCS Public Key Cryptography Standards
MUSCLE Movement for the Use of Smart Cards in a Linux Environment
OCF Open Card Framework
APDU Application Protocol Data Unit
C-APDU Command Application Protocol Data Unit
R-APDU Response Application Protocol Data Unit
POS Point Of Sale
PVC Policloreto de Vinilo
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 7
1.1. OBJETIVOS............................................................................................................................... 7
1.1.1. Geral........................................................................................................................................ 8
1.1.2. Específicos .............................................................................................................................. 8
1.2. JUSTIFICATIVA/PROBLEMATIZAÇAO............................................................................... 8
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................ 11
2.1. SMART CARDS...................................................................................................................... 11
2.1.1. História dos Smart Card ..................................................................................................... 12
2.1.2. Estrutura de um Smart Card ............................................................................................. 14
2.1.2.1. Memórias utilizadas em Smart Card................................................................................. 14
2.1.2.2. Cartões de memória .......................................................................................................... 14
2.1.2.3. Cartões com microprocessador:........................................................................................ 15
2.1.2.4. Cartões com Contato (Contact Card) ............................................................................... 16
2.1.2.5. Cartões sem Contato (Contactless Card).......................................................................... 17
2.1.2.6. Cartões Híbridos (Hibrid Card)........................................................................................ 17
2.1.2.7. Duas Interfaces (Combi Cards) ........................................................................................ 18
2.1.3. Protocolos de transmissão ................................................................................................... 18
2.1.4. Protocolo APDU................................................................................................................... 19
2.1.4.1. Estrutura de um comando APDU ..................................................................................... 19
2.1.4.2. Estrutura de uma resposta APDU ..................................................................................... 20
2.1.5. ATR20
2.1.6. Especificações e normas técnicas........................................................................................ 21
2.1.6.1. ISO/IEC 7816 ................................................................................................................... 21
2.1.6.2. EMV 21
2.1.6.3. PC/SC - Personal Computer/Smart Card .......................................................................... 22
2.1.6.4. GlobalPlataform................................................................................................................ 22
2.1.7. Áreas de aplicação com Smart Card.................................................................................. 22
2.1.7.1. Identificação física............................................................................................................ 23
2.1.7.2. Controle de acesso físico .................................................................................................. 23
2.1.7.3. Serviços financeiros.......................................................................................................... 23
2.1.7.4. Transporte......................................................................................................................... 24
2.2. PLATAFORMA JAVA CARD................................................................................................ 24
2.2.1. JCRE - Java Card Runtime Environment ....................................................................... 27
2.2.1.1. JCVN – Java Card Virtual Machine ................................................................................. 29
2.2.1.2. Java Card API................................................................................................................... 30
2.3. FERRAMENTAS E MÉTODOS PARA DESENVOLVIMENTO SMART CARD .............. 31
2.3.1. Open Card Framework ....................................................................................................... 31
2.3.2. OpenSC................................................................................................................................. 32
2.3.3. MUSCLE .............................................................................................................................. 32
2.3.4. SIM Toolkit .......................................................................................................................... 32
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 36
APENDICE A – Partes que compõem a norma ISO/ICE 7816 ............................................................ 38
APENDICE B - Exemplo de código Java Card .................................................................................... 39
7

1. INTRODUÇÃO

Atualmente com a evolução de dispositivos móveis observa-se uma forte tendência de


migração no processamento e armazenamento de dados que deixam de ser centralizados e
passam a ser distribuídos fazendo com que a informação esteja sempre disponível em
qualquer lugar e a qualquer hora. Um simples cartão pode conter uma quantidade significativa
de informações que por ventura provem os mais variados serviços e ficam a disposição do
usuário sempre que for requisitado de forma prática e acessível.
No presente trabalho será desenvolvido um documento que conterá as principais
informações sobre ferramentas que auxiliam o desenvolvimento de aplicativos para cartões
inteligentes utilizando a tecnologia Java Card visando apoiar a criação de aplicações para os
mesmos.
No documento irão conter informações sobre a estrutura de funcionamento de cartões
inteligentes, áreas que poderão ser exploradas para implantação de sistemas que utilizam
cartões e métodos de instalação e manipulação de aplicativos no cartão de forma genérica.
Para as ferramentas estudas será apresentado um passo a passo de instalação e
utilização visando aproveitar melhor as características de cada uma. Durante o
desenvolvimento do projeto será criado pequenos exemplos da utilização de cada ferramenta
em ambiente de produção com o objetivo de explorar a sua utilização.
Através das informações levantadas e o conhecimento obtido será possível criar
aplicativos para cartões inteligentes de forma rápida e simples diminuindo os custos e
complexidade envolvidos e aumentado a produtividade.
O momento demanda um estudo dessa proporção, pois o potencial uso de cartões
inteligentes é visto pelo acadêmico como uma oportunidade para inúmeros estudantes que
ainda não trabalham na área se prepararem para desenvolver uma profissão alem de agregar
conhecimento ao acadêmico que poderá ser utilizado em projetos futuros.

1.1. OBJETIVOS

Nessa seção serão descritos os objetivos que se pretendem alcançar com


desenvolvimento do presente trabalho.
8

1.1.1. Geral

Pretende-se desenvolver um estudo em relação às ferramentas de desenvolvimento


Java Card a fim de realizar um comparativo entre as ferramentas analisadas produzindo um
documento de referência para desenvolvedores que utilizam essa tecnologia.

1.1.2. Específicos

Os objetivos específicos que se espera alcançar com o projeto são:

 Estudar as principais características dos cartões inteligentes.


 Compreender o funcionamento e utilização de um cartão inteligente.
 Estudar a tecnologia Java Card e suas principais especificações a fim de
orientar a sua utilização para uma determina área de aplicação.
 Identificar as principais vantagens no uso de Java Card em relação a soluções
semelhantes já existentes.
 Demonstrar o uso de Java Card no desenvolvimento de aplicativos para
cartões inteligentes.
 Apresentar algumas das ferramentas disponíveis que auxiliam os
desenvolvedores Java Card.
 Desenvolver pequenos protótipos demonstrando o uso com as ferramentas.
 Analisar e apresentar os resultados obtidos na pesquisa como forma de
contribuição para o meio acadêmico.

1.2. JUSTIFICATIVA/PROBLEMATIZAÇAO

Os Smart Cards ou cartões inteligentes são muito populares na Europa e o seu uso é
impulsionado principalmente pela capacidade de armazenar e processar as informações
contidas no cartão. Essa característica faz com que o cartão inteligente seja um grande aliado
na segurança de informação preservando todas as informações contidas nele, pois toda a
informação é criptografada num circuito eletrônico e fica disponível para ser utilizada
somente pelas partes autorizadas evitando assim fraudes (CUNHA, 2009).
9

A evolução por parte de grupos industriais fez com que o emprego de cartões
inteligentes fosse estendido para outras áreas sendo hoje uma tecnologias em constante
evolução, segundo Sargento (2009) “o investimento das empresas em Smart Cards tem vindo
a crescer progressivamente num mercado que vai se agitando com diferentes projetos que
surgem quer do lado da administração pública quer do lado do setor privado”.
Hoje o uso dos cartões inteligentes se estende a inúmeras áreas de aplicação, dentre
elas podemos destacar a telefonia, identificação pessoal, sistema de segurança por
computador, controle de acesso, vale transporte, vale alimentação, convênios, sistemas de
fidelidade e TV via satélite (HSBC, 2009).
No âmbito mundial existe em Portugal o uso do Cartão Cidadão que é um cartão de
identificação utilizado no país. Esse cartão oferece identificação visual e eletrônica do
usuário, alem de permitir acesso aos principais serviços públicos e privados unindo
praticamente todos os documentos em um. Esse projeto e um grande fator de modernização da
administração pública e traz muitas vantagens para os seus usuários.

Desenho 1: Cartão Cidadão de Portugal


Fonte: Zetes ([200-]).

No Brasil os trabalhos de maior expressão a nível governamental é o uso de cartões


inteligentes para certificação digital com os projetos e-CPF e e-CNPJ, esse projetos são
mantidos pelo Governo Federal e são utilizados para garantir a identidade de destinatários e
remetentes na autenticação de documentos eletrônicos através de chaves públicas e privadas
(ITI, [200-]). Outra área de aplicação que está ganhando destaque são os Sistemas de
Bilhetagem Eletrônicas com destaque para o cartão de transporte utilizado na cidade de
Curitiba, Paraná. O novo sistema substituiu as fichas de metal e os vales de papel que estavam
sendo falsificados e utilizados como moedas paralelas causando prejuízos para as empresas,
10

alem do seu uso evitar filas na compra de bilhetes e evitar a necessidade de transportar
dinheiro (URBS, c2008).
A grande evolução no uso dos cartões inteligentes ocorreu principalmente pelo seu
poder de processamento e de armazenamento de dados, isso fez com que surgisse e
amadurecesse tecnologias que pudessem ser empregadas no desenvolvimento de aplicações
para cartões inteligentes. A tecnologia Java Card permite que desenvolvedores executem todo
o ciclo de desenvolvimento de uma aplicação Java comum reduzindo os custos no
desenvolvimento de uma aplicação e garantindo interoperabilidade entre diferentes
fabricantes de cartões.
Os desenvolvedores possuem vantagens nativas da linguagem Java adaptadas para
executar em dispositivos com recursos limitados e maior modularidade e reutilização de
código com o paradigma orientado a objeto. O JCDK oferece as principais ferramentas para o
desenvolvimento e implementação de aplicativos escritos em Java, incluindo a JCVM e
diversas ferramentas de gestão e testes. Hoje se observa uma grande dificuldade para iniciar
os estudos sobre a tecnologia Java Card. É uma tecnologia que está em ascensão e cada vez
mais sendo adotada pelo mercado da tecnologia de informação.
Entre as maiores dificuldades encontradas estão falta de bibliografia em português
sobre técnicas e meios de desenvolvimento de aplicativos para cartões utilizando Java Card,
falta de orientação para escolha de dispositivos que podem ser usados com Java Card,
preparação de ambiente para desenvolvimento, simulação e testes, materiais que contribuem
para o desenvolvimento de aplicativos e ferramentas que auxiliam o desenvolvedor Java Card.
Portanto devido a esses fatores foi observado uma grande oportunidade de contribuir
com o meio acadêmico e desenvolver um documento que possa ser utilizado para minimizar
essas dificuldades.
11

2. REVISÃO DA LITERATURA

Nesse tópico serão apresentados os principais conceitos literários envolvidos no


desenvolvimento de aplicativos para cartões inteligentes utilizando a plataforma Java Card.
Esses conceitos literários são fortemente apoiados pelos mais conceituados autores da área.
Será apresentada a história e a estrutura de um cartão inteligente na seqüência será
apresentada a tecnologia Java Card como principal ferramenta utilizada no desenvolvimento
de aplicativos para cartões inteligentes, e por fim serão apresentadas algumas ferramentas que
poderão ser utilizadas no desenvolvimento do presente trabalho.

2.1. SMART CARDS

Segundo Mayes e Markantonakis (2008, p. ix) “A idéia de inserir um chip em um


cartão de plástico é quase tão antiga quanto criptografia de chave pública”. Há trinta anos
começaram a surgir os primeiros cartões com circuíto integrado, esses cartões possuíam
inúmeras limitações de processamento e armazenamento, hoje a indústria evoluiu e surgem
novas gerações de cartões com mais capacidade de processamento e armazenamento. Por
conta disso ocorrem aberturas de novos mercados para o uso de cartões. Segundo (RANKEL,
2007, p. xi) “a tendência atual é a utilização de cartões inteligentes por conta de suas
características positivas, em vez de simplesmente porque eles existem”.
Os cartões inteligentes desempenham um papel importante na área de tecnologia de
informação são considerados meios portáveis de armazenamento de dados, suas maiores
preocupações são segurança e integridade de dados o que garante uma maior a eficiência no
uso dessa tecnologia.
De acordo com Jurgensen e Guthery (2002, p. 1):
Um cartão inteligente é um computador. Ele não inclui o teclado e visor como
possuem nossos computadores pessoais, mas tem todos os elementos de uma
plataforma de computação de propósito geral. De longe parece um cartão de crédito
com uma pequena placa de metal na sua face. Essa placa é a interface elétrica para
um computador muito pequeno e altamente integrado sob o plástico. Este
computador inclui um processador e vários tipos de memória, por vezes, até mesmo
inclui um processador auxiliar que ajudá-lo em cálculos intensos. Assim, enquanto
ele é menor do que o PC em sua mesa e é também uma plataforma de computação
razoavelmente segura.

Os cartões inteligentes possuem mais capacidade de armazenamento de informação


em relação aos cartões magnéticos alem de possuírem alta durabilidade podem trabalhar off-
line dispensando o acesso e interação com outras fontes de informação, como servidores por
12

exemplo. O cartão inteligente pode ser considerado inviolável e possui armazenamento de


dados que pode chegar a 32 MB, possuem comumente modestos processadores de 8 bits e 16
bits a sofisticados processadores de 32 bits já sendo utilizados em alguns cartões. Seu poder
de processamento pode ser comparado a computadores de inicio da década de 80
(JURGENSEN; GUTHERY, 2002).

2.1.1. História dos Smart Card

O uso dos cartões de plástico iniciou nos Estados Unidos na década de 50 onde a
Dinners Club começou a emitir cartões para serem aceitos como forma de pagamento em
alguns restaurantes e hotéis. Esses cartões eram feitos de PVC o que garantia uma vida útil
maior do que os feitos de papel. A partir daí empresas como VISA e MasterCard iniciaram a
sua participação no mercado de cartões de plástico onde iniciou um grande avanço
tecnológico e passou-se a utilizar cartões com tarja magnética e impressão em alto relevo que
permitia a leitura de dados adicionais no cartão porem não garantia total segurança já que
qualquer equipamento adequado podia ler excluir e apagar os dados na tarja magnética.
Posteriormente surgiram os cartões com circuito integrado que tinham um nível maior de
segurança (RANKEL; EFFING, 2003) e (PETRI, 1999).
Na década de 70 com inicio dos avanços na microeletrônica foi possível produzir
chips em quantidade e com qualidade a preços acessíveis. Em 1968 o primeiro pedido de
patente de um cartão com circuito integrado foi solicitado pelos engenheiros alemães Jürgen
Dethloff e Helmut Gröttrup e tiveram na seqüência em 1970 o pedido de patente semelhante
feito no Japão por Kunitaka Arimura. “As maiores contribuições na área foram realizadas por
Ronald Moreno um jornalista Frances que entre 1974 e 1979 solicitou 47 pedidos de patentes
relacionadas com cartões inteligentes em 11 países”. (JURGENSEN; GUTHERY, 2002)
Em 1977 tem inicio a produção em massa de cartões inteligentes lideradas pelas
fabricantes Bull CP8, SGS Thomson, Schlumberger, em 1978 a BULL registra a patente do
SPOM (Self Programmable One Chip Microcomputador), que define a estrutura de um chip
que integra todos os elementos em um micro controlador. Em 1980 a Motorola desenvolve o
primeiro chip baseado nas especificações do SPOM. O grande avanço no uso de cartões
inteligentes teve inicio no ano de 1984 quando Serviço Postal e de Telecomunicações da
Franca (French PTT) iniciou os testes em cartões telefônicos com chips em ATMs. No
mesmo ano tem inicio na Franca e na Alemanha testes com o uso de cartões inteligentes em
operações bancarias. Segundo (PETRI, 1999) “em 1986, muitos milhões de cartões
13

inteligentes em telefones estavam em circulação na França. Seu número chegou a quase 60


milhões em 1990, e 150 milhões foram projetadas para 1996”. Três anos mais tarde em 1989
iniciam na Alemanha testes com o uso de cartões telefônicos com diversas tecnologias entre
elas banda magnética e armazenamento óptico (RANKEL; EFFING, 2003). Dentro de dois
anos mais tarde em 1986 o uso dos cartões inteligentes se expandiu em todo o mundo. No
Quadro 1 é apresentado um histórico da evolução dos cartões inteligentes.

Data Descrição
1970 Dr. Kunitaka Arimura do Japão registrou a primeira patente sobre o conceito de Smart Card.
1974 Roland Moreno da França registrou a patente original para o cartão IC, posteriormente
apelidado de "smart card".
1977 Três fabricantes comerciais, Bull CP8, SGS Thomson e Schlumberger começaram a
desenvolver o cartão IC.
1979 Motorola desenvolveu o primeiro chip micro controlador para utilização no setor bancário
francês.
1982 Testes com cartões de memória são iniciados na França, é o primeiro teste do mundo com
cartão IC.
1984 Teste com cartões bancários em ATM com chips foram realizados com sucesso.
1986 14.000 cartões equipados com o CP8 Bull foram distribuídos aos clientes do Banco da
Virgínia e de Maryland National Bank. 50.000 cartões Casio foram distribuídos aos clientes
do First National Palm Beach e do Banco Mall.
1993 Testes com cartões multi-aplicação em Rennes na França onde a função Telecarte (para
telefones públicos) foi ativado em um Banco de Smart Card.
1994 Europay, MasterCard e Visa (EMV) publicam especificações comuns para o microchip
baseada em cartões bancários (cartões inteligentes).
Na Alemanha começa a emissão de 80 milhões de cartões de memória em série com chips de
cartões de saúde do cidadão.
1995 Mais de 3 milhões de assinantes de telefonia móvel digital no mundo inteiro começam fazer
chamadas com cartões inteligentes.
Os primeiros 40.000 cartões multifuncionais com chips de tecnologia MARC foram emitidos
para Marinha Americana no Havaí.
1996 Mais de 1,5 milhões cartões VISA Cash de valor armazenado foram emitidos nos Jogos
Olímpicos de Atlanta.
MasterCard e Visa começam o patrocínio de consórcios para trabalhar na resolução dos
problemas de interoperabilidade de cartões inteligentes. Duas soluções de cartões diferentes
foram desenvolvidas, o JavaCard apoiado pela Visa, e o Multi-application Operating System
(MULTOS) apoiado pela MasterCard.
1999 O Governo dos EUA junto com o Serviço de Administração (GSA) inicia o projeto Smart ID,
Smart Access Comum ID Card, o programa estabeleceu um contrato de veículos para
utilização por todas as agências federais para adquirir um padrão de interoperabilidade do
cartão de identificação do empregado, a partir de um ou mais fornecedores, capazes de
fornecer tanto acesso físico como lógico (sistema / rede) e o acesso a todos os empregados do
Governo.
O Governo Americano (General Services Administration) começou uma aplicação piloto
utilizando Java Card em Washington na região metropolitana.
Quadro 1: Marcos no desenvolvimento da tecnologia de cartão inteligente
Fonte: Adaptado de Cardwerk (2008).

Na atualidade o uso de cartões inteligentes é fortemente impulsionado por questões de


segurança onde por natureza os cartões não são clonados facilmente e com os expressivos
14

avanços tecnológicos está cada vez mais intenso o uso de cartões inteligentes (MAYES;
MARKANTONAKIS, 2008).

2.1.2. Estrutura de um Smart Card

Nessa seção será apresentado as principais características físicas dos cartões


inteligentes visando um melhor entendimento sobre o seu funcionamento.

2.1.2.1. Memórias utilizadas em Smart Card

Por se tratar de dispositivos que realizam armazenamento e processamento de


informações os cartões possuem alguns tipos de memória que são utilizados para armazenar
programas e dados. Basicamente existem três tipos de memórias comumente utilizados em
cartões inteligentes. O Quadro 2 apresenta a definição dos tipos de memória usados em
cartões inteligentes.

Tipo Descrição
ROM (Read Only Memory) Tipo de memória somente leitura, quando usada em cartões
inteligentes armazena informações do sistema operacional e
algumas outras rotinas, esses dados são gravados pelo fabricante do
cartão durante o processo de fabricação do mesmo, possui baixo
custo e ocupa pouco espaço no chip.
EEPROM (Electrically Erasable E a memória não volátil em cartões inteligentes, funciona de forma
Programmable Read-Only Memory) semelhante a um HD de um computador pessoal armazenando
dados no cartão quando o mesmo não é alimentado por energia.
RAM (Random Access Memory) Memória de acesso rápido e utilizada pelos aplicativos durante a
interação entre o CAD e o cartão.
Quadro 2: Tipos de memória comumente utilizadas em cartões inteligentes
Fonte: Adaptado de Rankel (2007, p. 6-9).

Os recursos de memória são controlados pelo sistema operacional do cartão,


assegurando que a aplicação somente pode acessar os recursos alocados em seu espaço de
memória evitando assim acesso não autorizados.

2.1.2.2. Cartões de memória

Os cartões de memória não realizam nenhum tipo de processamento e possuem apenas


a capacidade de armazenar dados em sua memória para posterior utilização. Os dados podem
ser alterados, apagados e incluídos. Esses cartões possuem memória ROM que contém
15

algumas informações do chip e os dados são controlados por uma lógica de segurança contra
exclusão e gravação de dados, em outros casos existem cartões com lógicas de segurança mais
complexas que utilizam esquemas simples de criptografia (RANKEL; EFFING, 2003).

Desenho 2: Arquitetura típica de um cartão de memória com contato e lógica de segurança


Fonte: Rankel e Effing (2003, p. 19).

Os cartões de memórias são de baixo custo e utilizados geralmente em sistemas de


estacionamentos, transporte público, cartões pré-pagos de telefones, cartões de seguro de
saúde entre outras áreas que demandam um custo menor (RANKEL; EFFING, 2003).

2.1.2.3. Cartões com microprocessador:

Esses cartões possuem um chip com microcontrolador que realiza operações


aritméticas. O chip é composto por um sistema operacional que controla o acesso aos dados
do cartão onde fica impossível alterar informações sem as devidas permissões. Existem
sistemas operacionais que suportam múltiplas aplicações em um mesmo cartão e não permite
que os dados sejam diretamente acessados por aplicações externas. Esses cartões possuem
esquema de segurança em nível de hardware e software dificultando a sua violação. Os
cartões podem possuir também co-processadores que servem para auxiliar o processador
principal na realização de cálculos. Os cartões com co-processador são muito utilizados para
realizar processamento criptográfico que exige maior capacidade de processamento (MAYES;
MARKANTONAKIS, 2007).
16

Desenho 3: Arquitetura típica de um cartão com processador e co-processador


Fonte: Rankel e Effing, (2003, p. 20).

Os principais sistemas operacionais Java Card são IBM JCOP licenciado para os
principais fabricantes de cartões e o Prisma desenvolvido pela Proton World International e
que atualmente faz parte da ST Microelectronics. Esses sistemas operacionais operam com as
principais características e especificações do ambiente Java Card (HENDRY, 2007).

2.1.2.4. Cartões com Contato (Contact Card)

A troca de informações é feita através de contato físico do cartão com o CAD. São
utilizados em inúmeras áreas de aplicação e possibilitam o processamento de um grande
número de informação. O cartão possui 8 contatos conforme norma ISO 7816-2 porém apenas
6 são usados (MAYES; MARKANTONAKIS, 2008).

Desenho 4: Pontos do cartão com chip


Fonte: Mayes e Markantonakis (2008, p. 5).
17

Conforme exibido no Desenho 3 os contatos possuem as seguintes funções:

 VCC: Fornece energia para o cartão, geralmente 3 ou 5 volts.


 RST: Sinal usado para indicar o estado do circuito integrado.
 CLK: É a velocidade usada como referência na comunicação com o terminal e o
cartão.
 RFU: Contato auxiliar não usado e reservado para uso futuro.
 GND: Tensão de terra de referencia entre o cartão de o terminal.
 VPP: Fornecesse uma fonte de energia separada.
 I/O: Entrada e saída de dados, fornece o canal de comunicação entre o terminal e
o cartão.
 RFU: Contato auxiliar não usado e reservado para uso futuro.

2.1.2.5. Cartões sem Contato (Contactless Card)

É um cartão que possui um pequena antena incorporada ao chip e se comunica com


CAD através de radiofreqüência utilizando a tecnologia RFID. Esses cartões dispensam
qualquer contato físico como CAD e a energia nesse caso e fornecida pelo CAD através de
campos eletromagnéticos. Esses cartões podem ser cartões com microprocessador ou cartões
com memória (RANKEL, 2007).
É recomendável que cartões sem contato sejam utilizados em ambiente com pouco
ruído elétrico o que garante um bom desempenho e confiabilidade. Os cartões sem contato são
mais caros que cartões com contato e exigem equipamentos e infra-estrutura mais sofisticada
aumentando o custo de implementação (RANKEL, 2007).

2.1.2.6. Cartões Híbridos (Hibrid Card)

Possui dois chips em um mesmo cartão sendo que um é acessado através de seus
contatos físicos e outro acessado através de radiofreqüência (ID EDGE, 2009).
18

2.1.2.7. Duas Interfaces (Combi Cards)

O cartão tem duas interfaces, onde um mesmo microcontrolador pode ser acessado
através de contato físico ou através de radiofreqüência (ID EDGE, 2009).

2.1.3. Protocolos de transmissão

Para Rankel (2007, p. 24) “Os protocolos de transmissão definem os processos de


comunicação entre o terminal e o cartão inteligente no caso de operações bem sucedidas e
mecanismos a serem utilizados para lidar com erros de transmissão quando detectados”. A
comunicação e feita no principio de mestre-escravo onde o terminal atua como mestre e o
cartão como escravo onde a comunicaçao é half-duplex (RANKEL, 2007). Segundo Rankel e
Effing (2003) existe um total de 15 protocolos de comunicação, estes são apresentados no
Quadro 3.

Protocolo Significado
T=0 Assíncrona, half-duplex, orientado a byte, especificado na norma ISO / IEC 7816-3
T=1 Assíncrona, half-duplex, orientado a bloco, especificados na norma ISO / IEC 7816-3
T=2 Assíncrona, full-duplex, orientado a bloco, especificados na norma ISO / IEC 10536-4
T=3 Full-duplex, ainda não especificado
T=4 Assíncrona, half-duplex, orientado a byte, extensão de T = 0, ainda não especificado
T =5 ... T = 13 Reservado para uso futuro, ainda não especificado
T = 14 Para uso nacional ainda não padronizados pela ISSO
T = 15 Reservado para uso futuro e ainda não especificado
Quadro 3: Resumo dos protocolos de transmissão de acordo com a norma ISO / IEC 7816-3
Fonte: Rankel e Effing (2003, p. 396).

Apenas dois protocolos de transmissão são utilizados atualmente por normas e padrões
internacionais.
O T=0 foi o primeiro a ser utilizados e parte do princípio de envio byte a byte, tem a
vantagem de consumir menos memória, é muito utilizado em cartões para comunicação móvel
é definido pela norma ISO / IEC 7816-3. Já o protocolo T=1 que envia blocos de bytes
também é definido pela norma ISO / IEC 7816-3. Por ser orientado a bloco toda a vez que um
bloco e enviado do terminal para o cartão a resposta do mesmo é devolvida pelo cartão
mantendo uma alternância de envio e retorno de informação. É um protocolo mais robusto e
possui mecanismos de detecção e reenvio de blocos que contem erros, é utilizado em sistemas
de cartões de pagamento e identificação pelo fato de exigirem uma um trafego maior de
informações (RANKEL, 2007).
19

Existem ainda os protocolos T=2 que esta e fase de definição e é baseado no T=1 e o
protocolo USB que possui uma taxa de transmissão maior que o T=0 e T=1 podendo chegar a
1,5 Mbps. O protocolo USB possui a vantagem de ser altamente compatível com ambiente PC
(RANKEL, 2007).

2.1.4. Protocolo APDU

O protocolo APDU (Application Protocol Data Unit) é um pacote de dados utilizado


para realizar a comunicação entro o host e o cartão. Para Wolfgang e Wolfgang (2003, p.
421) “O APDU é uma unidade de dados padronizado internacionalmente para a camada de
aplicação que é a camada 7 do modelo OSI ”. O protocolo APDU pode ser divido em dois
formatos. C-APDU que é o pacote de comando e R-APDU que é o pacote de resposta. Para
cada APDU de comando existe um APDU de resposta. Segundo Rankel e Effing (2003, p.
422) “o protocolo APDU cumpre as especificações da norma ISO/IEC 7816-4 e é
independente do protocolo de transmissão.

2.1.4.1. Estrutura de um comando APDU

Para Rankel e Effing (2003) o comando APDU é composto por um corpo e um


cabeçalho.

Desenho 5: Estrutura de um comando APDU


Fonte: Ranekl e Effing (2003, p. 422).

O byte CLA é o byte de classe e é usado para identificar a aplicação. E obrigatório o


preenchimento desse campo, porem não precisa representar nenhum valor.
O byte INS é o byte de instrução que identifica o comando envidado para o cartão.
Esse byte sempre deve ter valor e é tratado como um código pré-definido que identifica uma
solicitação de comando realizada pela aplicação. É obrigatório o preenchimento desse campo.
Os byte P1 e P2 são bytes de parâmetros e podem ser utilizados para prover
informações sobre o comando enviado. O preenchimento desse campo é obrigatório
20

O byte LC Field identifica o comprimento do corpo opcional de dados, o Data Field.


É opcional o preenchimento desse campo.
O Data Field e o campo de dados que será enviado para o cartão para executar a
operação solicitada no cabeçalho do comando. E um campo opcional.
O byte LE Field identifica tamanho de resposta esperado pelo host em relação ao
comando enviado. É opcional o preenchimento desse campo.

2.1.4.2. Estrutura de uma resposta APDU

Segundo Rankel e Effing (2003) a resposta APDU deve ser envaida pelo cartão
sempre que for recebido um comando APDU.

Desenho 6: Estrutura de uma resposta APDU


Fonte: Rankel e Effing (2003, p. 424).

Data Field e o campo de dados que contém informações sobre a resposta, seu tamanho
é defino pelo LE da estrutura de comando. É um campo opcional
Os bytes SW1 e SW2 são bytes que identificam o código de retorno, esses códigos são
predefinidos por algumas especificações e também podem ser pré-definidos pela aplicação.
Por exemplo, o código 90 00 identifica que o comando foi completado com sucesso. É
obrigatório do preenchimento desses campos.

2.1.5. ATR

O Answer to Reset é uma string de caracteres que é enviado pelo cartão, esses
caracteres contêm informações sobre o protocolo de transmissão e dados do cartão, é enviado
depois que o cartão foi alimentado com tensão elétrica no momento do contato como terminal,
caso o comando não seja enviado corretamente o terminal irá rejeitar o cartão. A estrutura do
comando ATR é definida pela norma ISSO/IEC 7816-3 e possui cerca de 33 bytes de
tamanho. Conforme Rankel e Effing (2003, p. 378) “É muito raro um ATR ter o comprimento
máximo permitido. Na maioria das vezes consiste de apenas alguns bytes”, isso se deve
21

principalmente ao fato de que as aplicações são executadas rapidamente sendo que se tornaria
inviável processar todos os campos do ATR (RANKEL; EFFING, 2003).

2.1.6. Especificações e normas técnicas

Os cartões são fortemente acompanhados por normas internacionais e especificações


técnicas que garantem a interoperabilidades dos cartões e sua aplicabilidade numa variedade
de infra-estruturas. As normas e especificações são utilizadas pelos fabricantes de cartões,
desenvolvedores de sistemas operacionais e desenvolvedores de aplicações e são publicadas
por organismos de padronização e órgãos governamentais. As normas estão sempre
evoluindo, devido à complexidade envolvida no uso de cartões inteligentes (RANKEL, 2007).

2.1.6.1. ISO/IEC 7816

A norma ISSO/IEC 7816 define as características dos cartões para utilização com
dispositivos externos. Essas características visam manter a interoperabilidade entre cartões de
diferentes fabricantes padronizando propriedades físicas e elétricas, características de
comunicação, identificação de chip e dados nele contidos. Essa norma é amplamente utilizada
e é considera como uma referência para a utilização de cartões inteligentes, alem de ser uma
padronização contínua. A norma ISO/IEC 7816 possui 15 partes e as mesmas podem ser
vistas em detalhes no Apêndice A (SMARTCARD BASICS, c2009).

2.1.6.2. EMV

É um padrão de interoperabilidade de cartões inteligentes usados em terminais como


POS e ATMs utilizando cartões de crédito e débito. Segundo (EMVCO, 2008) “No 1 º
trimestre de 2008 existiam mais de 730 milhões de cartões de pagamento em uso no mundo
compatível com o padrão EMV”. Inicialmente a especificação foi formada pela bandeiras
VISA, MarterCard, e Europay. Em 2004 a JCB (Japan Credit Bureau) se juntou as
especificações e em 2009 foi a vez da American Express. A especificação estão atualmente na
versão 4.2 e consiste em quatro livros (EMVCO, 2008).
22

2.1.6.3. PC/SC - Personal Computer/Smart Card

O PC/SC é uma especificação que define a integração de cartões inteligentes em


ambiente computacional. Define uma interface de baixo nível de dispositivos e API de
aplicativos independentes permitindo que vários aplicativos compartilham recursos de cartão.
É baseada nas normas ISO/IEC 7816 e EMV e foi desenvolvida para facilitar o uso de cartões
inteligentes em ambientes computacionais, atualmente esta na versão 2.01.7 que foi lançada
em Julho de 2009, e esta divida em 10 partes (PC/SC WORKGRUP, 2009).

2.1.6.4. GlobalPlataform

É uma organização sem fins lucrativos que define especificações técnicas utilizada em
cartões inteligentes. É formada pelas principais fabricantes e desenvolvedoras de cartões
inteligentes, sua missão é definir especificações técnicas que garantem interoperabilidade de
cartões inteligentes, dispositivos e sistemas (GLOBAL PLATAFORM, 2008).
As especificações do GlobalPlataform definem algumas regras para desenvolvimento
de Apples Java Card.

2.1.7. Áreas de aplicação com Smart Card

Os cartões inteligentes são usados em todo o mundo em uma grande variedade de


aplicações. Vários fatores determinam e são levados em consideração para determinar qual
tipo de cartão pode ser utilizado em determinada solução de mercado. Segundo Jurgensen e
Guthery (2002, p. 88)
Os cartões inteligentes fornecem um componente pessoal de aplicação. Seja qual
forem os efeitos da aplicação o cartão inteligente é transportado por um indivíduo e é
periodicamente utilizados em configurações de equipamentos diversos para alcançar
os resultados ou obter os serviços prestados por essas configurações. A característica
mais comum dos cartões inteligentes em um aplicativo é estabelecer ou autenticar a
identidade do titular e o direito do titular do cartão (permissão) para acessar e usar o
aplicativo em questão. Em outros casos, além de autenticação de identidade o cartão
inteligente pode prover informações adicionais necessárias para o aplicativo. Por
exemplo, em débito financeiro e pedidos de crédito, o cartão inteligente pode
armazenar um número de conta (ou números), que são utilizados em servidores back-
end envolvidos no pedido.

Algumas áreas de aplicação obedecem rigorosamente alguns padrões e especificações


estabelecidos por órgãos competentes. Geralmente os cartões inteligentes são usados em
aplicações que necessitam de uma quantidade pequena de informações armazenadas e que a
23

segurança é um fator notável. Algumas das aplicações mais notáveis serão apresentadas nessa
seção.

2.1.7.1. Identificação física

Há uma grande necessidade dos crachás serem confiáveis e a prova de adulterações, os


cartões oferecem meios confiáveis de identificação e possuem dentro dele informações sobre
o titular. Geralmente os cartões utilizados para esse fim apresentam a foto do titular do cartão
o que permite uma identificação prévia, utilizam também uma tarja magnética para leitura de
informações em equipamentos não compatíveis. Um exemplo de seu uso seria para carteiras
de motorista, passaportes eletrônicos e identidades civis (JURGENSEN; GUTHERY, 2002).

2.1.7.2. Controle de acesso físico

São cartões utilizados para identificação do titular e fornecem o direito de acesso a


locais como edifícios e salas com acesso restrito. Geralmente possuem uma foto do titular e
dentro do cartão possuem informações que podem ser extraídas para garantir a identidade dos
usuários. Podem ser usados em conjunto com a biometria para garantir com eficácia a
identidade dos usuários. Um exemplo do uso de biometria em conjunto com o cartão é a
identificação através do uso de impressão digital. Um exemplo pratico de uso seria um
funcionário com acesso a determinadas salas, no cartão ele possui um documento assinado
digitalmente que lhe permite esse acesso (JURGENSEN; GUTHERY, 2002).

2.1.7.3. Serviços financeiros

Um dos serviços precursores no uso de cartões inteligentes e um dos serviços mais


beneficiados com seu uso é a área financeira. O uso de cartões aparece de três maneiras,
crédito, débito e dinheiro. Em operações de crédito e débito o cartão é usado somente para
identificação já em aplicações de dinheiro o cartão armazena pequenas quantidades
monetárias que ficam a disposição de seus usuários (JURGENSEN; GUTHERY, 2002).
24

2.1.7.4. Transporte

O uso de cartões inteligentes no transporte está se tornando uma das areas que mais
cresce, pois oferece flexibilidade, agilidade e redução no número de fraudes em bilhetes, alem
de evitar a necessidade de levar dinheiro diminuir o número de filas em bilheterias e de ser
possível disponibilizar outros serviços agregados ao cartão (MAYES; MARKANTONAKIS,
2008).

2.2. PLATAFORMA JAVA CARD

A linguagem Java surgiu da necessidade de se desenvolver software para rodarem em


processadores de eletrodomésticos, e que fossem independentes da plataforma ao qual os
equipamentos eram desenvolvidos. Em 1990 uma equipe da Sun inicia a especificação de uma
nova linguagem de programação para pequenos dispositivos eletrônicos, em 1991 é
apresentada a linguagem Oak. O primeiro projeto desenvolvido utilizando a linguagem Oak
foi iniciado em 1993 e foi chamado de Green Project o seu objetivo era desenvolver uma
interface para controle de aparelhos eletrônicos em uma residência. O desenvolvimento de
equipamentos eletrônicos não cresceu conforme esperava a Sun e a linguagem desenvolvida
se tronavam inviável para utilização. Com o advento da World Wide Web a Sun decidiu
desenvolver uma linguagem independente da plataforma, segura e robusta, a linguagem teve o
nome mudado de Oak para Java e começou a ser desenvolvida com o propósito de rodar em
programas em browser (DEITEL; DEITEL, 2003).
A Sun desenvolve um browser chamado de HotJava que rodava programa escritos em
Java dentro de pagina HTML. O navegador HotJava não atingiu as expectativas comercias,
porém a linguagem abriu uma nova porta para os desenvolvedores que podiam criar paginas
HTML dinâmicas. O grande boom do Java começou com o lançamento de uma versão do
Netsacpe Navigator que dava suporte a programas escritos em Java embutidos em
documentos HTML, conseqüentemente a Microsoft fez o mesmo com o seu browser o
Internet Explorer e o Java se tornou popular. De lá para cá a linguagem sofre inúmeras
alterações e hoje é muito popular sendo utilizada em diversas plataformas e para inúmeros
fins. (DEITEL; DEITEL, 2003).
A plataforma Java Card surgiu da necessidade de desenvolver aplicações para cartões
inteligentes que não dependesse de hardware. Em 1996 Schlumberger anunciou que estava
utilizando Java para desenvolver aplicativos para cartões inteligentes, até o momento a única
25

forma de escrever programa em cartões inteligentes era através do fabricante do cartão que
carregava o software no momento da fabricação. No mesmo ano a Sun apresenta a primeira
tentativa de utilizar Java em cartões inteligentes lançando a versão 1.0 da especificação Java
Card . No final 1997 é lançada a versão 2.0 da especificação Java Card que continha novos
recursos e funcionalidades. A versão 2.1 foi lançada no início de 1999 e continha
melhoramentos da versão 2.0. Na seqüência teve o lançamento a versão 2.2.1 com novas
funcionalidades implementadas principalmente em métodos RMI e o lançamento da versão
2.2.2 da plataforma Java Card onde foram melhorados os algoritmos de criptografia, suporte
a biometria e interoperabilidade de cartões (JURGENSEN; GUTHERY, 2002 ).
Atualmente a versão da especificação Java Card esta na 3.0.1 e apresenta uma nova
arquitetura. Para SUM MICROSYSTEMS(c1994-2009) a versão está separada em duas
partes.

 Classic Edition: Baseada na versão 2.2.2 da API Java Card, foram


acrescentados novos algoritmos de segurança, mantendo compatibilidade
com versões antigas já em uso da especificação.
 Connected Edition: Apresenta um novo ambiente para execução, foi
criado uma nova máquina virtual, e incluído novas funcionalidades
como recursos para execução em ambientes de rede e para aplicativos
que exigem mais robustez.

Java Card é um subconjunto da linguagem Java com limitações devido às


características e recursos disponíveis em seu ambiente de execução. Uma aplicação Java Card
nada mais é que um applet armazenado em um cartão que quando utilizado e carregado em
memória e executa bibliotecas de classes que são geralmente armazenadas em memória ROM.
Uma das características mais interessante da plataforma Java Card é a sua capacidade de ser
multiplicação, permitindo que em um mesmo cartão possa ser instalado e executado (não ao
mesmo tempo) mais de um applet, alem da instalação de novos applets ser feita durante o
ciclo de vida do cartão. (MAYES; MARKANTONAKIS, 2008).
Java Card oferece simplicidade e rapidez no desenvolvimento de aplicativos para
cartão inteligente alem disso oferece um ambiente seguro contra acessos não autorizado de
informações. No Quadro 4 é apresentado alguns recursos não suportados pela plataforma Java
Card.
26

Características Java suportadas Características Java não suportadas


 Tipos de dados primitivos pequenos:  Tipos de dados primitivos longos: long,
boolean, byte, short. Double, float.
 Arrays unidimensionais.  Caracteres e strings.
 Java packages, classes, interfaces, e  Arrays multidimensionais.
exceptions..  Carregamento dinâmico de classes.
 Características Java orientado a objeto:  Security manager.
herança, métodos virtuais, sobrecarga e  Coleta de lixo(Garbage collection) e
criação de métodos dinâmicos, regras finalização.
obrigatórias.  Threads.
 A palavra-chave int e inteiro de 32 bits e  Serialização de objetos.
apoio a tipo de dados opcionais.  Clonagem de objetos.

Quando 4 : Recursos Java suportados e não suportados


Fonte: Chen (2000, p. 31).

Java Card herda a característica Java de que “escrever uma vez, rode em qualquer
lugar” isso significa que ao escrever um applet em Java Card o mesmo pode ser utilizado em
diversos outros cartões de diferentes fabricantes, porém isso depende do fabricante do cartão
que deve dar suporte a as especificações Java Card para que a máquina virtual possa rodar
sobre o sistema operacional. Essa característica mantém a portabilidade de programas
desenvolvidos em Java Card. A tecnologia Java Card separa o ambiente de execução do
programa do acesso aos dados do sistema operacional (RANKEL; EFFING, 2003). No
Apêndice B é apresentado um exemplo de código Java Card.

Desenho 7: Estrutura Java Card


Fonte: Hendry (2007, p. 77)

O applet Java Card é armazenado na memória EEPROM e executado pela máquina


virtual, os applets são carregados no cartão sobre a forma de packages Java onde cada pacote
contem um applet (RANKEL; EFFING, 2003).
27

Segundo Mayes e Markantonakis (2008) os passos para criação e download de um


applet Java Card são:

 Primeiramente a aplicação será desenvolvida utilizando editor de


código-fonte Java (IDE de desenvolvimento).
 O processo de compilação será realizado e terá como base o arquivo
Java. Como saída será gerado um arquivo de classes que contem o
bytecodes e um arquivo de importação que contem algumas
informações complementares.
 Na seqüencia o conversor e o verificador Java Card serão executados a
fim de transformar os arquivos de classes em arquivos CAP (que é o
formato utilizado na plataforma Java Card) e o arquivo de exportação.
O conversor é executado fora do cartão e tem como objetivo verificar se
a aplicação esta em conformidade com a API Java Card.
 Por fim o arquivo CAP será instalado no cartão e ficara disponível para
ser utilizado pelo aplicativo host.

Um dos principais meios de segurança em Java Card é o seu mecanismo de firewall. O


firewall isola as aplicações dentro do cartão evitando qualquer comunicação entre elas. A
comunicação entre applets caso necessário é feita através de mecanismos de partilha que com
as devidas permissões possibilitam o compartilhamento de serviços e dados (MAYES;
MARKNTONAKIS 2008).

2.2.1. JCRE - Java Card Runtime Environment

O JCRE define ambiente de execução Java Card é e responsável pela alocação de


memória, gerenciamento de memória e execução de bytecodes, as classes definidas no
ambiente são responsáveis por interagir com o sistema operacional através dos métodos
nativos. A instalação do ambiente é realizada no momento do da fabricação do cartão e
permanecesse ate o final da vida útil do cartão. O JCRE consiste na Maquina Virtual Java
Card que responsável por interpretar os bytecodes e o Java Card API responsável por
implementar especificações e classes do sistema. O ambiente Java Card fornece uma interface
28

simples para execução de applets que são executados independentemente do sistema (CHEN,
2001).
Segundo Chen (2001, 37) “O JCRE é inicializado apenas uma vez durante a vida do
cartão”, o que difere do ambiente de execução de Java tradicional realizado em um
computador pessoal onde o ambiente de execução é encerrado junto com o sistema
operacional, nesse momento o JCRE inicializa a máquina virtual e os serviços. Os objetos do
cartão e os dados quando utilizados são criados e mantidos em memória persistente o que faz
com que quando o cartão fica sem energia as informações são preservadas e a máquina virtual
é desativa e os objetos e dados são manntidos em memória não volátil. Quando o cartão
recebe energia novamente o JCRE reinicia e carrega os dados persistidos, no retorno o JCRE
inicia no momento em que ele tinha sido encerrado preservando o applet que tinha sido
criado. No processo de comunicação com o CAD segundo Chen (2001, 39) “o JCRE entra em
um loop, esperando que comando APDU”. Após o JCRE identificar o comando APDU o
applet é selecionado, processa o comando recebido, monta a resposta e envia de volta para o
CAD.
Para Chen (2001) Java Card suporta três características adicionais em tempo de
execução.

 Objetos persistentes e transitórios.


Java Card mantém objetos em memória persistente, porém podem ser usados
também objetos transientes que são manipulados em memória RAM (motivos
de velocidade e segurança).
 Operações atômicas e transações
Define a gravação de um campo como sendo atômica, ou seja, a cada gravação
garante que o novo valor seja gravado ou o valor anterior é restaurado. O
ambiente Java Card oferece também mecanismos de controle de transação onde
uma operação em um applet pode ser controla, caso ocorra alguma falha na
transação ela pode ser cancelada.
 Applet firewall e mecanismos de compartilhamento
O firewall isola os applets, onde o funcionamento de um applet não interfere
no funcionamento de outro. A troca de dados e serviços entre applets é feito
através de mecanismos de compartilhamento.
29

2.2.1.1. JCVN – Java Card Virtual Machine

A máquina virtual é um componente essencial para executar programas escritos em


Java ela fornece recursos suficientes para executar esses programas independentemente do
hardware envolvido.
Conforme Chen (2001) a maquina virtual Java Card está dividida em duas partes
separadas, o interpretador e o conversor. Essas partes são responsáveis por prover as
principais funcionalidades para executar um applet.

 Conversor: o processo de conversão trabalha com base em um package, onde a


ferramenta converter pega um arquivo class gerados pelo compilador Java e
transforma em um arquivo CAP, que é a unidade binária utilizadas pelo
interpretador. O processo de conversão é executado fora do cartão e realiza
uma série de checagem como verificação de violação da sublinguagem,
inicialização de variáveis estáticas que garantem a integridade das classes e
otimização de bytecodes.
 Interpretador: o interpretador Java Card garante a independência de hardware e
executa os apples Java Card dentro do cartão. As principais funções do
interpretador são executar os bytecodes dos apples, criar objetos, alocar
memória e garantir a segurança durante a execução de applets.

No Desenho 8 é apresentado a estrutura da JCVM.

Desenho 8: Java Card Virtual Machine


Fonte: Chen (2001, p. 31).
30

2.2.1.2. Java Card API

Originalmente os cartões inteligentes não permitiam que sistemas de terceiros fossem


carregados no cartão e não possuíam interfaces que permitiam o desenvolvimento de
aplicações independentes. Com o tempo surgiram sistemas operacionais como o MULTOS e
os sistemas operacionais que suportassem Java Card que passaram a permitir que os
desenvolvedores independentes carregassem seus próprios programas no cartão. Esses
sistemas operacionais são fortemente apoiados por rotinas que fazem parte de APIs que dão
acesso a funções nativas do sistema operacional. Segundo Rankel e Effing (2003, p. 249) “
praticamente todos os sistemas operacionais têm suas próprias APIs internas, mas essas APIs
não são projetados para uso externo e geralmente são confidenciais” (RANKEL; EFFING,
2003).
Atualmente existem os padrões industriais de APIs Java Card e MULTOS que são
predominantes no mercado, elas oferecem dentro de suas características especificas funções
de acesso a gerenciamento de arquivos, funções de criptografia e envio e recebimento de
dados.
Segundo Chen (2001, p. 40) “as APIs Java Card consistem de um conjunto de classes
personalizadas para programação de aplicações para o cartão inteligente de acordo com a
norma ISO/IEC 7816”, ela é uma extensão da API Java e foi otimizada para as necessidades
do cartão inteligente, possui alguns recursos que não são suportados devido as limitações de
um cartão inteligente, entre os recursos não suportados estão suporte a formulários e
interfaces GUI devido aos cartões não possuírem visor, recursos de rede e algumas classes
que não são suportadas devido a requisitos de memória (CHEN, 2001).
A API Java Card oferece basicamente quatro pacotes que simplificam a programação
Java Card. Três desses pacotes são obrigatórios para qualquer cartão Java e um é opcional
sendo que é uma extensão. Existem também pacotes de aplicações específicas que fornecem
funções para o desenvolvimento para SIM Cards e outros componentes. O Quadro 5 descreve
os principais pacotes Java Card.
31

Pacote Descrição
java.lang É um subconjunto do pacote java.lang da linguagem Java, fornecesse
suporta as classes Object que define a hierarquia Java Card e Throwable
que fornecesse suporte a classes de exceções.
javacard.framework E um pacote que fornece estrutura para a execução de applets. Oferecem
suporte as principais especificações da norma ISO/IEC 7816
javacard.security Baseado no java.security esse pacote oferece uma variedade de funções de
suporte a criptografia.
javacardx.crypto Esse pacote de extensão e é opcional, e contem classes de apoio a
criptografia. Normalmente o JCRE oferece classe que programam as
principais interfaces de criptografia como Signature, MessageDigest e
Cipher, nesses casos é utilizado um co-processador para o auxilio de
cálculos criptográficos.
Quadro 5: Pacotes Java Card
Fonte: Adaptado de (CHEN, 2001)

Usar métodos da API Java Card no desenvolvimento de aplicações garante uma


melhor utilização de recursos e portabilidade entre cartões de diversos fabricantes alem de
aperfeiçoar a utilização da memória e melhorar a segurança através de métodos de verificação
de autenticação (RANKÈL, 2007).

2.3. FERRAMENTAS E MÉTODOS PARA DESENVOLVIMENTO SMART CARD

Nessa seção serão apresentadas algumas ferramentas que poder ser utilizadas para
apoiar o desenvolvimento de aplicativos Java Card. Esse ferramentas podem ser utilizadas no
desenvolvimento do trabalho.

2.3.1. Open Card Framework

Criado em 1997 pelo Consorcio OpenCard formado pela IBM e Gemplus o OCF
fornece um conjunto de API Java para terminais. No conteste de aplicações host o OCF
oferece funcionalidade e uma interface de alto nível para desenvolvedores criem serviços que
se comuniquem com o cartão. A implementação do OCF foi interrompida em fevereiro de
2000 (JURGENSEN; GUTHERY 2002). O OCF oferece principalmente recursos para
manipular comandos APDU conforme definido na norma ISSO/IEC 7816-4. Atualmente esta
sendo mantido pela empresa CardContact Software & System Consulting da Alemanha onde
formam implementados poucos recursos novos e algumas correções de bugs. O projeto é
Open Source (CARDCONTACT, c2008).
32

2.3.2. OpenSC

É um projeto Open Source que fornece bibliotecas para acesso a cartões inteligentes,
seu principal objetivo e fornecer recursos de criptografia de informação para poder oferecer
segurança no acesso a recursos do cartão. Pode ser utilizada em aplicações de correio
eletrônico, assinatura digital e autenticação. O projeto é desenvolvido por uma equipe
internacional e esta licenciado sob a licença LGPL. O projeto possui uma lista de
equipamentos e sistemas operacionais compatíveis com as suas especificações. As
ferramentas OpenSC fornecessem recursos para implementar PKCS #15 que em uma norma
que define o uso de tecnologias para utilização de criptografia em tokens (OPENSC, 2009).

2.3.3. MUSCLE

Movimento para o Uso dos Cartões Inteligentes em um Ambiente Linux, é um projeto


que tem como objetivo desenvolver drivers, APIs para uso em cartões inteligentes e leitores
em ambiente Linux com o objetivo de implemetar recuros de criptografia se chaves de
segurança, O MUSCLE oforece compatibilidade com diversos fabricante de tokens
criptográficos alem de oferecer portabilidade com as plataformas Unix, Machintox e
Windows, suas especificações estão baseadas na plataforma PC/SC e é um projeto Open
Source (MUSCLE [200-]).

2.3.4. SIM Toolkit

SIM Tookit é um conjunto de comandos para cartões SIM Card utilizados em


telefones GSM, esses comandos são utilizados independentemente da rede ou aparelho
utilizado. Basicamente os aplicativos são usados para autenticar o usuário do aparelho na rede
e serviços de Mobile Bank permitindo, por exemplo, que seja realizado pagamentos com
valores pequenos, sendo que em alguns casos pode ate ser utilizado para exibir menus e
permitir entrada de dados. Atualmente o SIM Toolkit está especificado na norma GSM 11.14
33

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Nessa seção serão apresentados os matérias e métodos utilizados para que os objetivos
sejam alcançados.
Em um primeiro momento serão investigados em revistas, sites, livros, artigos e
qualquer meio de informação similar as principais ferramentas que auxiliam o
desenvolvimento de aplicativos para cartões inteligentes utilizando a plataforma Java Card.
No contexto de ferramentas o acadêmico irá explorar bibliotecas, extenções, plug-ins, IDEs,
APIs e qualquer outro mecanismo computacional que auxílio o desenvolvedor Java Card.
Após o levantamento inicial, os resultados encontrados serão refinados a fim de que
seja selecionado apenas as ferramentas que sejam definidas com importantes para o
desenvolvimento do trabalho. No momento não foram definidos critérios de eliminação ou
seleção de ferramentas. Esses critérios serão estudas e definidos pelo acadêmico no decorrer
do desenvolvimento do trabalho. Isso é necessário devido à pequena quantidade de
ferramentas existentes e a complexidade das mesmas.
As ferramentas selecionadas serão estudadas e será desenvolvido pequenos protótipos
que demonstrarão o uso de cada uma. Devido a pequena quantidade de cartões existentes e as
suas particularidades o acadêmico ira na medida do possível utilizar ferramentas que
possibilitem a criação de protótipos e que seja Opem Source. A prototipação de alguma
ferramentas pode se tornar inviável devido a custos e disponibilidade de equipamentos, nesses
casos será utilizado simuladores e para as que não disponibilizarem simuladores e ferramentas
será fundamentalizada.
Será criado um documento de referência que será utilizado pelo acadêmico para sua
avaliação final. Esse documento terá as principais características da ferramenta estudada e sua
potencial área de utilização. Isso será utilizado para cada ferramenta avaliada, pois as mesmas
serão estudadas de forma independente e depois comparadas.
A aquisição de equipamentos está sendo estudada e já foram levantados alguns
modelos de leitores e gravadores que serão usados. Os levantamentos iniciais indicam que o
leitor e gravador de cartões hoje esta sendo comercializado por valores que variam de R$
100,00 a R$ 200,00, já os cartões foram encontrados por valores que variam entre R$ 20,00 e
R$ 100,00 dependendo do modelo escolhido. É importante ressaltar que o acadêmico irá se
responsabilizar por quaisquer custos que porventura surgirem no decorrer do projeto.
34

Algumas ferramentas que poderão ser utilizas para realizar o trabalho.

 JCOP Plugin Eclipse


 Open Card Framework
 EclipseJCDE
 BSmart Plugin Eclipse
 Java Card PKI
 Java OpenPGPCard
 Jaccal
 MUSCLE
 OpenSC
 SIM Toolkit
 Java Card 3 Plataform NetBeans

As ferramentas serão selecionadas a partir dos critérios definidos durante a execução


do trabalho.
O acadêmico irá utilizar um blog como forma de captar informação e de compartilhar
o conhecimento que o mesmo irá adquirir no decorrer do trabalho.
35

4. CRONOGRAMA E EXECUÇÃO

Meses
2009 2010
Atividades
Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
Pesquisa de ferramentas
disponíveis e aquisição de
equipamentos necessários
Estudos de viabilidade das
ferramentas encontradas
Definição de critérios e seleção
de ferramentas
Implementação dos protótipos e
testes nas ferramentas
Avaliação e comparação das
ferramentas analisadas
Artigo TCC II
Monografia
TCC III
36

REFERÊNCIAS

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<http://www.cardwerk.com/smartcards/smartcard_history.aspx>. Acesso em: 20 out. 2009.

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<http://www.openscdp.org/ocf>. Acesso em: 02 nov. 2009.

CHEN, Zhiqun. Java Card Technology for Smart Cards: Architecture and programmer´s
Guid. California: Ed. Prentice Hall, 2000. 400 p.

CUNHA, Ricardo Marquino. Smart Card e e-TAG. 2004. Disponível em:


<http://www.gta.ufrj.br/grad/04_2/smartcard>. Acesso em: 21 ago. 2009.

DEITEL, H.M.; DEITEL, P. J.. Java: como programar. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.
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EMVCO. Specifications. 2008. Disponível em:


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GLOBAL PLATAFORM. About GlobalPlataform. c2008. Disponível em: <


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HENDRY, Mike Multi-application Smart Cards: Technology and Applications, Ed.


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Acesso em: 02 nov. 2009.
38

APENDICE A – Partes que compõem a norma ISO/ICE 7816

Abaixo é apresentado as partes que compões a norma ISSO/ICE 7816. As informações


contidas na tabela formam colhidas em site e matériais técnicos.

ISO – Parte Descrição


7816 – 1 Define as características físicas do cartão como dimensão e posição do cihp
no cartão de plástico.
7816 – 2 Define as dimensões, localização e características elétricas dos contatos do
cartão.
7816 – 3 Define os sinais elétricos, os protocolos de transmissão e os requisitos de
tensão e corrente dos contatos do cartão
7816 – 4 Define o padrão entre a troca de comandos do cartão, padrão básico de
comunicação entre o cartão e o host
7816 – 5 Define as normas para o protocolo de numeração
7816 – 6 Define o meio de transferência de dados, nessa parte estão definidos os
protocolos de transmissão T=0 e T=1
7816 – 7 Define o padrão de comandos Structured Query Language Card (SCQL)
para consultas em base de dados.
7816 – 8 Definem um padrão de segurança em comandos internos, técnicas de
criptografia
7816 – 9 Especificam comandos para gerenciamento de arquivos no cartão, arquivos
de inclusão e exclusão, cobrem o ciclo de vida do cartão.
7816 – 10 Define os sinais eletrônicos e ATR para cartões
7816 – 11 Especifica padrão para uso em identificação pessoal através de métodos
biométricos
7816 – 12 Define a condições de funcionamento utilizando comunicação USB
7816 – 13 Documento que esta em desenvolvimento e integra métodos do
GlobalPlataforn
7816 – 15 Contem informações sobre a funcionalidade de criptografia no cartão
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APENDICE B - Exemplo de código Java Card

Exemplo de código Java Card que envia para o terminal um Hello Word. Para maiores
informações consulta http://forums.sun.com/thread.jspa?threadID=5391233.

package hello;

import javacard.framework.APDU;

public class HelloWorld extends javacard.framework.Applet {

static byte[] hello = {'H','e','l','l','o',' ','W','o','r','l','d'};

protected HelloWorld(byte[] baBuffer, short sOffset, byte bLength) {


register(baBuffer, (short) (sOffset + 1), (byte) baBuffer[sOffset]);
}

public static void install(byte[] baBuffer, short sOffset, byte bLength) {


new HelloWorld(baBuffer, sOffset, bLength);
}

public void process(APDU apdu) {

if(selectingApplet())
return;

sendResponse(apdu, hello, (short)0, (short)hello.length);


}

private void sendResponse(APDU apdu, byte[] sendBuffer, short offset, short len) {
apdu.setOutgoing();
apdu.setOutgoingLength(len);
apdu.sendBytesLong(sendBuffer, offset, len);
}

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