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UNIVERSALIZABILIDADE E PRESCRITIVIDADE: considerações de meta-ética sobre a ética prática de Peter

Singer

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Uma filosofia moral consistente é formada, indissociavelmente, por uma meta-ética (a análise lógica
sobre a linguagem dos enunciados morais) e por, pelo menos, um princípio moral substancial (ética normativa).
Este princípio ter que ser consonante às regras formais de correção para os enunciados morais esclarecidas e
definidas pela meta-ética. O terceiro aspecto da filosofia moral, negligenciado por vários autores, é a aplicação do
princípio moral substancial ao dilemas morais que estão presentes no cotidiano das pessoas e a análise de suas
consequências (ética prática).
A meta-ética incumbe-se do estudo das formas de argumentar em defesa de determinado princípio
moral sem, a princípio, considerá-lo como certo ou errado. Sua função consiste em determinar e esclarecer a
“natureza, o significado e as propriedades lógicas dos conceitos morais” (Hare, 2003, p. 07, § 1) para que se possa
arquitetar uma estrutura lógica não-contraditória para verificar a correção de qualquer enunciado moral. A lógica
determina as verdades formais necessárias para o uso das palavras nos discursos, a meta-ética, especificamente,
determina as verdades formais necessárias no uso das palavras com significado moral. Para Hare a meta-ética é
“um ramo da lógica porque seu principal objetivo é a descoberta de maneiras de determinar quais argumentos a
respeito de questões morais são bons ou como distinguir, nessa área, um raciocínio correto de um raciocínio
incorreto”. (Hare, 2003, p. 23, § 1.2)
A meta-ética pretende ser moralmente neutra, pois não se pode confundir a necessidade formal dos
enunciados morais com algum princípio moral substancial, isso porque o significado moral das palavras
propriamente valorativas (“bom”, “correto”, “errado”, “ter-que”, “deve” etc) são definidos ao serem empregados
em uma sentença e podem ser esclarecidos unicamente pela análise de suas propriedades lógicas. Não elabora
nenhum princípio moral ou princípio de ação, mas determina quais são os procedimentos formais necessários para
legitimá-los (Cf. Rauber, 1999, p. 84), mas também é um poderoso critério para dar a razão a um princípio
qualquer nos casos em que dois princípios substanciais são divergentes em relação a qual ação moral escolher em
uma situação específica.
Entretanto, uma filosofia moral que se restrinja aos aspectos formais sem propor um princípio
normativo está deficiente e não ajuda a resolver os dilemas morais da vida, portanto, é preciso encontrar um
princípio moral substancial que seja coerente com as considerações lógico-formais dos juízos morais.
Peter Singer, em seu ambicioso projeto ético, não desenvolve uma meta-ética própria, mas fundamenta
seu princípio moral substancial, o PICIS (princípio de igual consideração de interesses semelhantes), nas teses
formais desenvolvidas por R. M. Hare, especificamente, a tese da universalizabilidade e a distinção entre nível
crítico e nível intuitivo do raciocínio moral. Embora negue explicitamente a tese da prescritividade dos juízos
morais, que é fundamental para o projeto meta-ético de Hare.
Neste texto, para avaliar a fundamentação da filosofia prática de Singer, procura-se responder as
questões: a) o que significa que os juízos morais são prescritivos? Por que Singer afasta-se dessa tese e quais as
consequências para a sua teoria, se houver? Ao negar a prescritividade, Singer estaria comprometido com algum
tipo de descritivismo (em especial o naturalismo)? b) em que consiste a universalizabilidade? Como Singer
apropria-se dessa tese e quais as críticas feitas a ela? c) Seria possível derivar o PICIS da tese da
universalizabilidade ou essa passagem seria incoerente? d) Ao aceitar a universalizabilidade e recusar o
prescritivismo, Singer não comprometeria a fundamentação lógica de sua teoria?

A TEORIA META-ÉTICA DE HARE

Hare, em sua teoria meta-ética, estabelece condições que permitem identificar a verdade ou falsidade
das ideias presentes em diferentes filosofias morais e, então, corrigir os erros que apresentam para construir uma
teoria que seja a síntese ideal das outras. Sua teoria denomina-se “prescritivismo universal”. O prescritivismo e a
universalizabilidade são as características lógicas determinantes dos enunciados morais que permitem a eles não
sucumbirem ao descritivismo (o naturalismo e o intuicionismo), porque evitam a conclusão de que os enunciados
morais poderiam ser reduzidos às propriedades ou verdades não-morais, isto é, todo o enunciado moral, à parte a
sua estrutura interna ou sintaxe, é determinado pelas suas condições de verdade ou semântica. Também evita a
conclusão do emotivismo de que se os enunciados morais não esgotam todo o seu significado nas condições de
verdade, tão pouco podem ser discerníveis por intuição ou convicção, então eles seriam expressões de atitudes não
racionais de aprovação ou desaprovação, isso porque as únicas questões racionais, segundo eles, são sobre fatos: os
enunciados morais estão ligados a inclinações pessoas sem nenhuma relação com questões de fato. No entanto,
trabalhar as características de cada uma dessas correntes foge ao objeto específico desse texto. No que, então,
consistem as teses do prescritivismo e da universalizabilidade?

3 – PRESCRITIVISMO

4 – UNIVERSALIZABILIDADE

Os juízos morais são universalizáveis, isso significa que em situações cujas as propriedades não-morais
relevantes - inclusive as características, motivações e interesses de todos os envolvidos -, são semelhantes, os juízos
morais devem ser idênticos. A universalizabilidade, através de um tipo de coerção de atitude exercida pela
necessidade de coerência no discurso, impede que se julguem, sob o ponto de vista moral, casos que sejam
semelhantes em suas características relevantes não-morais de diferentes formas (Cf. D. M, p. 661).
A linguagem formal dos juízos universalizáveis é
x ├ y x = y → (Px → Py)
ou, se X é igual a Y, se X tem uma propriedade qualquer P, então Y também tem a propriedade P. (Cf.
Lunardi, 2003, p. 48)

Se a a e b são dois indivíduos, não se pode decidir com congruência lógica que a deve atuar, em determinada
situação especificada em termos universais sem referências a indivíduos, de uma determinada maneira,
também, especificada em termos universais; mas que b não debe atuar de uma maneira especificada de forma
semelhante em uma situação especificada semelhantemente. Isto significa que se eu digo “deve fazer isto, mas
poderia existir uma situação com propriedades não-morais exatamente como está, mas na qual a pessoa em
questão, exatamente igual a pessoa que debe fazê-lo nesta situação, não deve fazê-lo”, me contradigo (Hare,
1994, p. 612).

A universalidade, no entanto, não é um princípio moral substancial para guiar ações, mas uma
característica lógico-formal que capacita os juízos a se tornarem uma norma que compromete o agente moral em
exprimir um mesmo julgamento em circunstâncias semelhantes. O agente moral é a pessoa incunbida [chargée] de
cumprir o juízo moral e que deu assentimento ao ato de fala (Cf. Hare, 2003, p. 40, § 1.6). A tese da
universalizabilidade, assim, permite distinguir princípios morais não-contraditórios, ou seja, princípios que possam
valar igualmente para todos que possuam inclinações semelhantes em situações semelhantes (o que seriam
principiosmorais nao contarditorios?) sem referência as diferenças entre sociedades ou às concepções subjetivas de
cada pessoa.
As críticas em relação a tese da universabilidade, para Hare, estão no plano lógico-formal e no mau uso
dos operadores deônticos “ter-que”, “dever”, “correto”, “errado”, etc. Agir contrário a um princípio moral
substâncial não viola a tese, mas proferir enunciados morais auto-contraditórios, sim.

Ofensas contra a tese da universalizabilidade são lógicas, não morais. Se uma pessoa diz “eu devo agir de uma
determinada maneira, mas nenhuma pessoa deve agir dessa forma em circunstâncias similares relevantes,
então, na minha tese, ele está abusando da palabra “deve”, ele está implicitamente contradizendo a si mesmo
[…] o que a tese nos proíbe de fazer é diferentes juízos morais sobre as ações que nós admitimos ser
exatamente relevantes ou similares […] a ação do homem não pode ser uma violação da tese da
universalizabilidade, embora o que ele diz pode ser, e isso é o que devemos esperar que, como eu tenho
mantido, é uma tese lógica e não um princípio moral substâncial (Hare, 1965, § 3.2)

A universalizabilidade estabelece as condições formais para dar a razão aos juízos morais: juízos
morais divergentes proferidos em situações nas quais as circunstâncias em seus aspectos relevantes forem
semelhantes são contraditórios ou seja, uma incoerência lógica. Dar a razão significa que juízos morais tem que ser
pronunciados por razões específicas, justificados pelos fatos da situação (Hare, 2003, p. 33, § 2.6). A regra dos
juízos morais é a universalizabilidade. Ao expressar as razões para as escolhas morais e ao universalizá-las evita-se
no discurso ético uma regressão ao irracionalismo e, por consequência, a algum tipo de emotivismo.
Hare, para justificar sua tese, defende que existe uma característica comum entre os juízos morais e os
juízos descritivos, a superveniência. Os juízos morais possuem essa características, porque possuem elementos
descritivos em seu conteúdo, apesar de que não podem ser reduzidos a esses elementos. É a propriedade descritiva,
ou seja, não-moral, que compromete o falante a proferir o mesmo juízo em situações cujas propriedades relevantes
são semelhantes. O sentido descritivo, ou seja, “a regra que estabelece que nós podemos aplicar uma expressão para
objetos que são similares uns aos outros em certos aspectos” (Hare, 1965, p. 2.3) é que determina a necessidade de
serem universalizáveis. Dizer “A é vermelho” compromete o falante a dizer que todos os objetos com as mesmas
características semelhantes no respectivo aspecto também é vermelho, e se não o faz, não usa a palavra vermelho
com seu significado adequado. Assim, dizer que “isto é vermelho” acarreta que “tudo que possui estes aspectos
relevantes é vermelho”, porque “há uma propriedade tal que tudo que é vermelho a possui” (Hare, 1965, p. 2.2).
Imagine duas salas A e B idênticas em seus aspectos formais (mesmos móveis e aparência análoga), se afirmarmos
que A é agradável, é contraditório afirmar que B não é, também, agradável, se elas são similares em todos os
aspectos. Dessa regra decorre que o orador que pronuncia dois juízos diferentes sobre coisas semelhantes,
determinado que as palavras da oração não estavam sendo usadas ambiguamente, cai em incoerência lógica e
impossibilita o discurso racional (no caso impossibilita o discursoracional sobre a moralidade, não nesse ponto
seria qualquer discurso racional, inclusive os descritivos.). O modo como determinar em quais aspectos os dois
objetos tem que ser semelhantes é determinar precisamente em que sentido o orador está pronunciando cada
palavra (Cf. Hare, 1965, § 2.3).
Aplicando o mesmo raciocínio é possível afirmar que “A é bom”, na situação em que A possui algumas
características não-morais e são essas características que comprometem o falante a universalizar o seu juízo. Seria
absurdo se uma situação cujas circustâncias e motivações sejam semelhantes, ambas não serem consideradas
igualmente morais.

Que propriedades morais sejam supervinientes as propriedades não morais significa simplesmente que atos
atc. têm as propriedades morais porque têm as propriedades não morais (“É errado porque foi um ato de
causar dor por prazer”), embora a propriedade moral não seja a mesma que a propriedade não moral, nem
mesmo acarretada por ela (Hare, 2003, p. 45, § 1.7)

Hare (1952, p. 80 ss) explica essa característica através de um exemplo: imagine uma operária de nome
Maria, ela perde um envelope contendo todo o seu vencimento mensal. Seria plausível se seus colegas, sabendo do
ocorrido, fizessem uma arrecadação financeira para ajudá-la “porque ela é nossa amiga” ou “porque é uma pessoa
em apuros”. Ajudar pessoas em apuros seria a propriedade não-moral a qual o juízo de valor é superveniente. Mas
se justificassem a ação de ajudar dizendo que faziam isso “porque se trata de Maria”, seria ininteligível da
perspectiva da tese da universalizabilidade compreender porque a arrecadação é feita somente pelo motivo dessa
mulher representar o indivíduo referido pelo nome de Maria e não por razões universalizáveis – como o fato de ser
amiga ou de possuir necessidades que também podem ser necessidades de outras pessoas que não se chamam
Maria. Os juízos universalizávei não podem se referir a indivíduos, assim, qualquer pessoas em uma situação
semelhante mereceria, também, que fosse feita uma arrecadação em seu benefício. Não se pode ajudar Maria e em
circunstâncias semelhantes negar ajuda a quem quer que seja.
Para Camargo (2006, p. 16), “nisto consiste a superviniência: dois fatos empíricos do mesmo tipo têm
que ser sujeitos dos memso juízos éticos”. As características não-morais presentes nos juízos morais, no entanto,
não são princípios morais, nem os acarreta. Os juízos descritivos são acarretados pelas propriedades não-morais,
mas os juízos morais não podem ser acarretados por essas propriedades. A decisão moral não é necessariamente
causada pela superviniência, mas para ser universalizável debe considerar características superviniêntes, isso é o
que permite a passagem do ser ao dever-ser quando cria uma dependência sem redução entre propriedades não-
morais e o julgamento moral.

O interesse da noção de superviniência é que ela permite considerar a possibilidade de uma dependência sem
redução, oferecendo, assim, uma solução razoável a certos problemas embaraçoso […] as propriedades
supervinientes são irredutíveis às propriedades subjacentes, ou, ainda, que a relação de superviniência não é
uma relação de identidade (D. M. p. 657-658).

Hare aprofundando aspectos de sua teoria, faz uma importante distinção entre universalidade e
generalidade nos julgamentos morais. A generalidade é a tese segundo a qual as regras universais que guiam nosso
comportamento têm que ser muito simples e gerais, por exemplo, “não mentir”, “não roubar” etc. A
universalizabilidade implica a questão de saber como gostariamos que qualquer um agisse em determinada situação
específica, e o juízo não precisa ser simples ou geral, muitas vezes, somente valerá para ela (Cf. Hare, 1994, p.
612). Para um princípio geral ser válido, moralmente, ele debe ser universalizado, mas os pincípios universalizáveis
não precisam ser simples ou gerais, mas são, muitas vezes, específicos. Mas a generalidade e dependente da
universalidade nao???? Para fazer juizos gerais precisamos antes hfazer juizos universais
O problema kantiano da mentira é emblemático. Segundo Kant “não mentir” é um princípio geral que
deve ser universalizado, pois ao acrescentar aspectos circunstânciais dependentes da experiência que permitiriam
exeções a regra geral em algumas situações específicas estariamos contradizendo-nos por colocar em risco a
própria possibilidade da existência do discurso verdadeiro (Cf. Kant, 2011, p. 60-61). Para Hare (Cf. 1994, p. 612;
2003, 137 § 5.8), as prescrições “não se deve mentir” e “não se deve mentir exceto em algumas situações
específicas (por exemplo, para salvar a vida de uma pessoa) podem ser ambas universalizáveis, porque qualquer
ação descrita como “mentira” será sempre proibida, mas qualquer ação descrita como “mentira para salvar a vida
de alguém” será sempre válida. A regra é aplicada a todas as circunstâncias semelhantes apesar de serem bastante
específicas.
Hare defende que em situações como as do exemplo kantiano, nas quais temos que escolher entre duas
opções de ação incompatíveis e que levam a resultados muito diferentes, é que o princípio da universalizabilidade
deve ser aplicado para decidir entre ambas as questões: como gostaríamos que qualquer um escolhesse entre o
conjunto das situações apresentadas?

A tese da universalizabilidade não torna auto-contraditório um simples julgamento moral ou um simples


princípio moral único, que já não é auto-contraditório sem a tese, tudo que faz é forçar as pessoas a escolher
entre juízos que não podem ambos ser afirmados sem auto-contradição (Hare, 1965, § 3.2)

Para explicitar sua concepção, Hare discute um exemplo sartriano. Durante a ocupação francessa pelos
nazistas na Segunda Guerra Mundial, um estudante pede conselhos a Sartre. O dilema era se ele deveria se unir as
forças de resistência para combater o mal do nazismo ou se deveria permanecer em casa e cuidar da sua mãe, que
dependia dele. Segundo Sartre, em situações como essa os princípios universais não poderiam ajudar, porque cada
caso é único. Para Hare, no entanto, o estudante não estava obrigado a guiar suas ações por nenhum princípio geral
ou simples afinal uma situação pode ser tão específica e complexa que, talvez, nunca ocorrerá, na vida real, outra
idêntica. O que ele deve fazer é imaginar situações hipotéticas como essa e manter a mesma decisão universalmente
para todas. As situações que demandam um julgamento moral, como salienta Hare, podem ser tão específicas que,
muitas vezes, são únicas. Mas a solucao de Hare neste caso e vazia nao??? De que adianta imaginar os casos
possiveis, ele precisa e decidir O QUE FAZER… O que reforca a critica q e feirta ao Hare e que vce aponta abaixo
do formalismo e de que o formalismo leva a que necessitemos de outros principios para resolver as questoes morais
. Sim mas ele explicita isso, a questão eu acho que é mais metodológica. Como proceder nesse caso bastante
específico? Ainda não sei quais das duas ações escolher porque não tenho nenhum princípio substâncial, mas
metodologicamente preciso avaliar, para o juízo valer universalmente, não os casos reais, mas todos os casos.
Aliado ao princípio substância, então. Mas ao proferir um juízo moral devemos considerar todoas as possíveis
situações semelhantes, tanto reais como hipotéticas, porque as propriedades universais são válidas para todos os
casos em todos os “mundos possíveis” (Hare, 1981, § 6.4). “Dessa forma”, segundo Lunardi (2003, p. 56), “a
universalização não está na objetividade da ação, e sim, na consistência e coerência da ação escolhida”.
O exemplo mostra, também, que as qualidades e relações universais podem ser identificadas em uma ou
em muitas situações particulares como, por exemplo, as relações de ser “amigo de”, “sócio de”, “mãe de” etc. O
enunciado “todos devem cuidar de sua mãe, mas não da mãe dos outros” como o enunciado “devemos manter
nossas promessas, mas não as alheias” são perfeitamente universalizáveis. Pode-se, nessa perspectiva, ter relações
somente com uma pessoa cujas características são especificadas em termos universais (Cf. Hare, 1994, p. 613).
Essa consideração permite distinguir universalizabilidade de universal. Os casos universalizáveis podem valer
somente para grupos especificados por suas características ou relações universais, isso não deve ser entendido
como aquilo que, na tradição, valeria para todos indistintamente, mas como aquilo que valeria para todos
especificados por determinadas caracteríticas particulares.
Em resumo: a universalizabilidade, logicamente, implica que em circunstãncias semelhantes, duas
pessoas com motivações e desejos semelhantes, em uma ação semelhante, não podem ser consideradas uma má e
outra boa. Essa tese, portanto, exige agir de acordo com algumas regras, mas não especifica quais devem ser estas
regras. A “TU estabelece uma condição necessária, porém não suficiente para a racionalidade do discurso moral”
(Lunardi, 2003, p. 51). A universalizabilidade é, destarte, um podereso critério para a legitimação dos juízos
morais, entretanto, ela não pode ser confundica com as características próprias de cada teoria.
Objeta-se, frequentemente, que a universalizabilidade é um princípio lógico inútil para decidir questões
morais, porque dele não decorre nenhuma norma de ação. De modo que cairia em um puro formalismo que não
determina na prática quais ações são boas, justas ou injustas, mas compromete o falante com algum princípio moral
substâncial (Dell'Agnol, 2003). E é combinado a um princípio que deve ser aplicado:
por causa da universalizabilidade, uma pessoa que faz um julgamento moral, compromete a si mesmo, não
apenas com o sentido de regra, mas com um princípio moral substancial (Hare, 1965, § 3.1) e “embora a tese
não é um princípio moral substâncial, mas uma tese lógica e, por conseguinte, nada moral decorre dela por si
só, é capaz de um emprego poderoso no argumento moral quando combinada com outras premissas (Hare,
1965, § 3.3)

A questão que precisa ser resolvida é saber qual princípio moral substâncial decorre da tese da
universalizabilidade? Ou melhor, qual princípio aplicado em consonância com universalizabilidade alcança
resultados mais promissores para decidir questões morais?

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