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CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO – UNIFAI –

Vila Mariana

ADÉLIA NASCIMENTO SILVA

RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE

O FILME - O DIABO VESTE PRADA -

E O LIVRO – A ADOLESCÊNCIA -

DE CALLIGARIS
SÃO PAULO

2010

CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO – UNIFAI –

Vila Mariana

ADÉLIA NASCIMENTO SILVA

RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE

O FILME - O DIABO VESTE PRADA -

E O LIVRO – A ADOLESCÊNCIA -
DE CALLIGARIS

Trabalho apresentado como Atividade


Complementar para a disciplina de Psicologia
da Educação III do curso de Pedagogia, 3º
semestre sob a orientação da professora Maria
Teresa Ardito.

SÃO PAULO

2010

INTRODUÇÃO

A adolescência parece ser uma fase da vida tumultuada, tanto aos próprios jovens
quanto aos adultos, por terem ambos de se “suportarem”. Falando do ponto de vista dos
adultos, talvez não consigamos compreender nossos adolescentes por razões um tanto
óbvias: idealizamos demais essa fase da vida porque vivemos o seu contrário (rotina,
contas, responsabilidades...).
Nestas páginas, passaremos a refletir a respeito da adolescência através das páginas
de um livro e de um filme. São eles:

O livro: CALLIGARI, Contardo. A adoilescência. São Paulo: Publifolha, 2000


(Folha explica).

O filme: O diabo veste Prada. Adaptado do livro de Lauren Weisberger (2006).

Poderemos perceber que a vida dos adolescentes e o seu relacionamento com os


adultos podem ser marcados por elementos comentados no livro e que, sutilmente, se
percebem no filme.

1 — O LIVRO

O autor, Contardo Calligaris, é italiano, doutor em psicologia clínica pela


Universidade de Provença (França). Professor de Antropologia na Universidade da
Califórnia em Berkeley e de Estudos Culturais na New School of New York, também
escreve para a Folha de São Paulo.1

O livro aborda um período da vida das pessoas que é considerado um dos mais
problemáticos para elas: a adolescência. O texto é dividido em quatro capítulos. No
capítulo 1 (“elementos de definição”), o livro trabalha alguns conceitos relacionados a essa
faixa etária (que vai dos doze até, mais ou menos, os vinte e dois anos): fala, portanto da
“moratória” que caracteriza o período (ao mesmo tempo em que a sociedade “cobra” deles
certa autonomia, os impede de exercê-las ao não reconhecer que ainda estão prontos para
assumir responsabilidades); da reação desses jovens, muitas vezes caracterizada pela
rebeldia por causa da “contradição” social que existe entre a cobrança de autonomia de um
lado e, de outro, não admitir que eles desempenhem o papel de “autônomos” (próprio de
adultos); e, por fim, fala da “duração da adolescência”, período relativamente longo em
que o jovem viverá a tensão entre não ser mais criança e ainda não ser considerado adulto.

O capítulo 2 (“o que eles esperam de mim?”) apresenta as dificuldades que os


adolescentes enfrentam em relação aos adultos. Insegurança é o primeiro item de que trata,
pois, na tensão entre o que deixou de ser “criança” e o que ainda não é (adulto), perde-se
1
Contardo Calligaris. In: Wikipedia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Contardo_Calligaris Acesso
em: 09 de maio de 2010.
na busca de identidade que tenta construir a partir do que dizem dele... Daí a grande
questão que se impõe: o que os adultos querem dos adolescentes? A cultura moderna
valoriza a autonomia e, de certa forma, aqueles que rompem as regras (por exemplo, Robin
Hood); na dialética entre o “certo” e o “errado” presente na sociedade, os adultos se lhes
aparecem como hipócritas dos quais não se conhece a expectativa em relação aos jovens...

O capítulo 3 (“como conseguir que me reconheçam e admitam como adulto?”)


observa que, para o adolescente se tornar adulto, ele tem de “transgredir” (p.5). De certa
forma, ele concretiza os ideais reprimidos dos adultos. O autor menciona cinco “visões”
relacionadas à adolescência na busca que têm esses jovens de reconhecimento: a) a
“adolescente gregário” (ele busca juntar-se a grupos com os quais se identifica e nos quais
procura reconhecimento, isto é, “quebrar a moratória” — esses grupos são diversificados,
mas todos procuram responder aos quesitos básicos); b) o “adolescente delinqüente” (a
delinqüência será uma forma de chamar a atenção dos adultos); c) o “adolescente
toxicômano” (para muitos adultos, a adolescência é a fase da vida em que as pessoas são
mais suscetíveis ao uso de drogas, legais ou ilegais; e o adolescente, por ser uma pessoa
que busca o seu espaço entre os adultos e que se caracteriza por quebrar regras, e
“encontrar” o fim da busca que o tornará realmente adulto...); d) o “adolescente que se
enfeia” (para mostrar atitude de protesto em relação aos adultos e seus valores) e e) o
“adolescente barulhento” (uma forma de se mostrar como alguém no mundo e, ao mesmo
tempo, contra ele).

O capítulo 4 (“a adolescência como ideal cultural”) discute a importância da faixa


etária para a cultura (inclusive para os adultos, que a olham com certo idealismo), para o
mercado (que explora o tema a jovens e adultos). Observação interessante que o autor faz:
a adolescência seria uma criação dos adultos como forma de certa compensação psíquica.
Como o próprio autor afirma: “se a adolescência não existisse, os adultos modernos a
inventariam, tanto ela é necessária ao bom desempenho psíquico deles” (p.11).
Considerando que a infância e a adolescência são “invenções modernas”, o autor ainda
observa que, até os anos 60, o sonho dos adolescentes era o de se tornarem adultos; agora,
o sonho dos adultos é o de se tornarem adolescentes.

2 — O FILME
O filme O diabo veste Prada (The devil wears prada) é a adaptação
cinematográfica do livro de Lauren Weisberger, que traz o mesmo título e foi dirigido por
David Frankel (2006). É a história de Andrea Sachs (Anne Hathaway) que é contratada
como assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), editora da Runway magazine.

Porém, as exigências do trabalho fazem Andrea perder cada vez mais sua vida
pessoal, pois se entrega de corpo e alma a sua profissão, tentando agradar a Miranda, seja
mudando o seu modo de vestir, seu comportamento perante seus amigos, enfim, deixando
de ser ela mesma. E é nas correrias, no conflito e nas tensões existentes entre vida e
carreira, que a jovem busca sobreviver conseguindo, afinal, o prestígio e o reconhecimento
desejado.

No fim, já com seu relacionamento com seu companheiro rompido, ela decide pela
sua demissão. Enfim, toma uma decisão madura, autônoma e inteligente.

3 — CARACTERÍSTICAS EM COMUM

O que podemos perceber no filme citado, se traçarmos uma relação com os


conteúdos do livro de Contardo Calligari? Vejamos:

No filme, Andrea poderia ser comparada com o adolescente em nossa sociedade.


Por outro lado, Miranda poderia simbolizar o adulto que despeja uma série de cobranças
em cima de Andrea, muitas vezes (ou na maioria delas) sem explicar os motivos. Ela acha
que a secretária está ali para servi-la e nada mais. Exigências e correrias marcam o passo
da moça que se perde em tantas cobranças, como nossos adolescentes diante das cobranças
feitas pela sociedade.

Uma observação pertinente que poderia ser feita: como Andrea precisa “anular-se”
cada vez mais como pessoa na busca de um ideal que lhe é imposto “de fora”, pela
carreira, pelo emprego, por Miranda, também o adolescente está constantemente em busca
de uma identidade, muitas vezes imposta por outros (CALLIGARIS, p.4). Isso pode ser
exemplificado pela troca de roupas de Andrea, que, agora, deve andar segundo o “figurino”
de Miranda (as roupas “normais” que costumava usar, e que representavam sua vida plena
de “pessoalidade”, de “si mesma”, foram abandonadas).
Ela cresce, torna-se madura, quando expressa sua decisão a Miranda de se demitir.
Ela quer a sua vida de volta! Podemos dizer que algo semelhante ocorre com os
adolescentes. A autonomia ou a liberdade que os adultos prezam tanto, que exigem tanto
deles, mas que lhes negam, é atingida quando eles assumem a sua identidade (agora de
adultos) e, dessa forma, são reconhecidos pela sociedade. No poder de tomar decisões e de
serem respeitados justamente nisso.

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