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EMPOWERMENT :

CICLO DE IMPLEMENTAÇÃO,
DIMENSÕES E TIPOLOGIA

Claudia Heloisa Ribeiro Rodrigues


Engenharia de Produção
Escola de Engenharia de São Carlos – USP
E-mail: cacau@sc.usp.br

Fernando César Almada Santos


Engenharia de Produção
Escola de Engenharia de São Carlos – USP
v.8, n.3, p.237-249, dez. 2001 E-mail: almada@prod.eesc.sc.usp.br

Resumo

O empowerment é uma abordagem de projeto de trabalho que objetiva a delegação de poder de


decisão, autonomia e participação dos funcionários na administração das empresas. Este artigo
mostra as especificidades do empowerment em termos de suas dimensões, ciclo de implementação e
tipologia. Discutem-se as etapas do ciclo de implementação do empowerment com o objetivo de
enfatizar sua complexidade e sua natureza estratégica. Como dimensões tratadas têm-se: a visão
compartilhada, a estrutura organizacional e o gerenciamento, a responsabilidade pela gestão do
conhecimento e aprendizagem, e o reconhecimento institucional dos funcionários. A diversidade do
empowerment é analisada em função de dois tipos de autoridade para tomada de decisão: sobre o
conteúdo do trabalho e a sobre o contexto do trabalho. Com base nesta análise, os seguintes tipos de
empowerment são apresentados: nulo, estabelecimento de atividades, participativo, definição de
missão e auto-gerenciamento. Estabelecem-se também relações do empowerment com as configura-
ções organizacionais, os estágios evolutivos das áreas funcionais e a administração de recursos
humanos.

Palavras-chave: empowerment, organização do trabalho, administração de empresas, administra-


ção de recursos humanos, estrutura organizacional.
238 Rodrigues & Santos – Empowerment: Ciclo de Implementação, Dimensões e Tipologia

1. Introdução interferir com ações no processo produtivo


(HERRENKOHL, JUDSON & HEFFNER,

O pensamento administrativo evoluiu para


atender às necessidades da organização no
competitivo mundo capitalista em que vivemos
1999, p. 375);
• empowerment significa conseguir o compro-
metimento dos empregados em contribuir
atualmente. A mudança da produção em massa para as decisões estratégicas com o objetivo
para a produção enxuta leva as organizações a de melhorar o desempenho da organização
repensarem sua forma de administração para (CUNNINGHAM & HYMAN, 1999, p. 193);
continuar competindo neste mercado dinâmico e • empowerment é uma referência muito comum
mutável. Um ambiente competitivo dinâmico e na década de 80 baseada na mudança de
complexo, onde a necessidade de inovação é atitude voltada para o envolvimento dos
fator determinante para o sucesso das organiza- funcionários nos processos de inovação
ções, exige que as pessoas estejam cada vez mais (WILKINSON, 1997, p. 40);
envolvidas em processos decisórios associados • empowerment consiste da capacitação e da
às estratégias empresariais. valorização do funcionário para contribuir em
O empowerment que objetiva capacitar as inovação e resolução de problemas em seu
pessoas para esses processos decisórios na local de trabalho (PFEIFFER & DUNLOP,
organização é uma abordagem de projeto do 1990, p. 11-12).
trabalho resultante do processo de transformação
das empresas para adequá-las a ambientes 2. Histórico do Empowerment
competitivos complexos e dinâmicos (Figura 1).
“Ao longo dos anos, diferentes abordagens têm
sido particularmente influentes em diferentes
momentos (Figura 1). Nenhuma dessas abor-
S egundo WILKINSON (1997, p. 41), o
empowerment, associado a gestão de
recursos humanos e gestão da qualidade total, é
dagens é mutuamente exclusiva em si, mas considerado como uma possível solução para o
elas representam diferentes filosofias ou, pelo velho problema sobre ambientes tayloristas e
menos, enfatizam diferentes aspectos do projeto burocráticos onde a criatividade é sufocada e
de trabalho. Isto é devido ao fato de eles terem trabalhadores sentem-se alienados e descon-
tido avanços em diferentes pontos da história tentes.
da administração da produção (SLACK et al., Na década de 20, as idéias de Taylor, o pai
1999, p. 290). da administração científica, influenciou os
Diferentes entendimentos do empowerment administradores a pensarem nos melhores
são apresentados a seguir: métodos para se executar o trabalho. Havia uma
• empowerment significa dar ao pessoal a separação da decisão tomada pelos administra-
autoridade para fazer mudanças no trabalho dores da execução feita pelos trabalhadores de
em si, assim como na forma ele é desempe- forma submissa. Enquanto apresentava sucesso
nhado (SLACK et al., 1997, p. 311); em termos produtivos, gerava alienação, conflito
• empowerment é o reconhecimento e liberação e absenteísmo (WILKINSON (1997, p. 41).
dentro da organização do poder que as Elton Mayo e seus colaboradores criticaram o
pessoas já possuem na riqueza de seus co- Taylorismo sugerindo que o envolvimento dos
nhecimentos úteis e na motivação interna trabalhadores gerava um benefício moral. Na
(RANDOLPH, 1995, p. 20); década de 60, o trabalho enriquecedor se
• empowerment é um conjunto de proce- transformara em uma alternativa de paradigma
dimentos que buscam a interação e o envol- de trabalho, o qual também foi criticado como
vimento das pessoas com o trabalho e que forma de persuasão implícita do trabalhador a
as impulsionam a tomar iniciativas e a partir de técnicas motivacionais.
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Pessoal tratado Ênfase no comprometimento e


como custo Ênfase no controle gerencial engajamento de pessoal

Divisão do trabalho

Administração científica

Ergonomia

Abordagens comportamentais

Pessoal tratado Empowerment


como investimento

Figura 1 – As diferentes abordagens do projeto do trabalho:


cada uma implica equilíbrio diferente entre controle e comprometimento
(SLACK, 1997, p. 312)

Na década de 70, houve um grande interesse movimentos de empowerment. A mensagem era


na democracia industrial que enfatizava a que o sucesso organizacional estava baseado na
participação dos trabalhadores. Em 1980, novas cultura administrativa. O novo paradigma está
formas de participação davam maior ênfase no focado na desburocratização, na descentraliza-
envolvimento dos trabalhadores em círculos de ção, na flexibilização e na inovação. Nos anos
qualidade, na formação de equipes de trabalho e 90, a racionalização e o downsizing exigem que
nos benefícios compartilhados como parte das a organização seja mais rápida e ágil do que
reformas nos ambientes de trabalho. Ao final dos antes, fazendo com que o relacionamento
anos 80 o empowerment emerge na sua forma burocrático entre administradores e trabalhado-
moderna. res se transforme. Neste contexto o empower-
As discussões sobre o empowerment estão ment é inevitável para alocar os sobreviventes na
baseadas em conceitos atrelados a cultura de nova organização (WILKINSON, 1997, p. 2).
empresas empreendedoras e aos movimentos Ao pesquisar as práticas associadas à organi-
gerenciais como total quality management – zação do trabalho flexível em 694 empresas
TQM e human resource management – HRM. O manufatureiras norte-americanas, OSTERMAN
termo TQM consiste de “um sistema de atividades (1994, p. 186) constata que 35% das empresas
direcionadas para o consumidor, dando poder com mais de 50 empregados fizeram uso
aos funcionários, aumentando rendimentos e substancial do trabalho flexível em 1992.
reduzindo custos” (JURAN, 1993, p. 12) e HRM Equipes auto-gerenciáveis foram praticadas por
está intimamente ligado com total employee 49% das empresas, movimentação interfuncional
involvement and empowerment – TEIE – cuja por 38% das empresas e formação de equipes
principal idéia está centrada “na ajuda que os para solução de problemas por 68% das
funcionários podem dar uns aos outros dentro da empresas. A necessidade de trabalho flexível
empresa (GOETSCHI, 1994, p. 157). “Produ- está associada: (1) a tecnologias que exigem
tividade através das pessoas” e o “consumidor alta qualificação profissional, (2) a gestão de
é o rei” são frases que contextualizaram os estratégias que enfatizam a prestação de
240 Rodrigues & Santos – Empowerment: Ciclo de Implementação, Dimensões e Tipologia

serviços, a qualidade e a variedade de produtos e 3. Ciclo e Dimensões do Empowerment


(3) e a inserção orgânica das atividades
individuais em grandes organizações. Para
atender essas novas exigências do mercado, o
QUINN & SPREITZER (1999) propõem a
implementação do empowerment a partir da
conhecimento torna-se fundamental e a parti- consideração de várias etapas apresentadas na
cipação dos funcionários no processo produtivo Figura 2.
é requisito decisivo para a rapidez, qualidade e Por sua vez, HERRENKOHL, JUDSON &
produtividade. HEFFNER (1999) apresentam quatro dimensões
A tendência na flexibilização do mercado de da implementação do empowerment. A primeira
trabalho não significa que o empowerment resolva dimensão do empowerment é a visão comparti-
todos os problemas e modifique todas as organiza- lhada. Como elementos desta dimensão têm-se: a
ções. Os programas de empowerment necessitam clareza de metas, a consecução de metas e a
de um contexto organizacional apropriado à sua orientação ao consumidor. “A clareza de metas
implementação. Os conflitos organizacionais está relacionada à presença de expectativas
associados à descentralização de decisão, ao claras do desempenho do funcionário, às metas
compartilhamento de informação e à autonomia empresariais claras, e à consciência dos
dos funcionários em seu trabalho devem ser funcionários sobre onde a empresa pretende
considerados (WILKINSON, 1998, p. 40). chegar. A consecução de metas refere-se ao fato
CUNNINGHAM & HYMAN (1999, p. 192) dos empregados sentirem responsabilidade por
mostram a tentativa desastrosa de implementa- atingirem metas da empresa e se compromete-
ção de um programa de empowerment em uma rem com a organização. A orientação ao
empresa de distribuição e prestação de serviços consumidor envolve o conhecimento do que os
que introduziu o programa por toda linha de clientes da empresa esperam e o sentimento de
administradores e supervisores nos anos de 1992 responsabilidade de entregar resultados ao
e 1993. Esperava-se obter maior envolvimento e consumidor” (HERRENKOHL, JUDSON &
estreitamento das relações com os seus empre- HEFFNER, 1999, p. 375).
gados, porém os empregados e os administra- A segunda dimensão é a estrutura organiza-
dores obtiveram uma visão negativa sobre os cional e o gerenciamento que apóiam a imple-
programas de empowerment devido a três mentação do empowerment. Como elementos
motivos principais: desta dimensão têm-se: o nível de responsabili-
1. o treinamento e desenvolvimento dos admi- dade, o trabalho em equipe, a tomada de ações
nistradores e supervisores foram insuficientes de risco e a valorização dos funcionários pelos
para apoiar o programa de empowerment, o clientes. “Responsabilidade está relacionada ao
que inviabilizou sua capacitação para os nível da organização em que as decisões são
processos de tomada de decisão; tomadas, quem é responsável pelo bem estar da
2. o empowerment foi implementado às pressas organização. Equipes estão relacionadas à
e simultaneamente às pressões operacionais, eficácia do trabalho em equipe e se as equipes
não havendo tempo suficiente para estimular são responsáveis pelas decisões sobre suas
a iniciativa dos funcionários; próprias atividades de trabalho. A tomada de
3. a mudança de cultura organizacional, consi- ação de risco trata do entusiasmo em assumir
derada crucial para o sucesso do empower- riscos para melhorar o desempenho e se a
ment, não ocorreu. organização apóia ou pune a tomada de ação de
Nas próximas seções deste artigo apresentam- risco. Clientes valorizam os funcionários que são
se considerações fundamentais que devem orientados para clientes e que se sentem
orientar a concepção e implementação do responsáveis por eles” (HERRENKOHL,
empowerment. JUDSON & HEFFNER, 1999, p. 375-376).
GESTÃO & PRODUÇÃO v.8, n.3, p.237-249, dez. 2001 241

Auto-confiança Aprendizado e
aumentada crescimento

Empowerment de si e
Reforço
dos outros

Novas experiências e Resultados da


Punição
perspectivas inovação

Redefinição de Novos padrões de


Desencantamento
papéis e atividades ação

Eliminação do
empowerment

Figura 2 – Ciclo do empowerment


(QUINN & SPREITZER, 1999, p. 24)

A terceira dimensão da implementação do (HERRENKOHL, JUDSON & HEFFNER,


empowerment é a responsabilidade por conhe- 1999, p. 376).
cimento e aprendizagem. Os elementos desta A quarta dimensão é o reconhecimento insti-
dimensão são: a mudança em treinamento e tucional das realizações dos funcionários e a
desenvolvimento, a solução de problemas conseqüente demonstração de que eles são ouvi-
associada ao treinamento e desenvolvimento e a dos. O conhecimento do sistema de recompensa
confiança mútua dos funcionários no processo relaciona-se à consciência dos funcionários do
de resolver problemas. “A mudança em treina- que a organização recompensa, aos fatos de que
mento e desenvolvimento exige que a orga- entregar valor ao consumidor é recompensado e
nização encoraje os empregados a procurar de que todos na organização assumem responsa-
conhecimento que melhore desempenho e que bilidade por suas ações (HERRENKOHL,
forneça oportunidades para aprendizagem, assim JUDSON & HEFFNER, 1999, p. 376).
como os funcionários buscarem mudanças que
beneficiem os clientes. A solução de problemas 4. Tipos de Empowerment
está associada ao gosto por novos desafios, à
aquisição de novas habilidades necessárias para
executar seu trabalho. A confiança mútua
implica que os funcionários sintam-se confortá-
O capitalismo se consolidou como um
sistema de produção em massa onde o alto
volume de produção e a padronização da
veis ao discordarem dos outros, que sintam que produção são características principais. Neste
se aprende com erros e que confiem que a sistema de alta escala e baixo custo promovem-
falha não será indiscriminadamente punida” se a especialização funcional das unidades
242 Rodrigues & Santos – Empowerment: Ciclo de Implementação, Dimensões e Tipologia

organizacionais e dos funcionários da empresa e desenvolverem seus valores organizacionais


a conseqüente padronização de seus processos próprios. Esse contexto favorece o desenvolvi-
de trabalho. Empresas com essa configuração mento do empowerment dos funcionários.
organizacional são denominadas burocracias SYKES, SIMPSON & SHIPLEY (1997)
mecanizadas (MINTZBERG, 1995, p. 164-187) comparam a organização pós-moderna, que pode
e se caracterizam pelo formalismo, impessoali- ser diretamente relacionada com a adhocracia,
dade, por serem dirigidas por administradores com a organização clássica, burocrática ou
profissionais que tendem a controlar os moderna (Tabela 1). A organização clássica
funcionários cada vez mais completamente. pode ser relacionada à burocracia mecanizada e
Neste estágio de especialização funcional da à forma divisionalizada, cujas divisões possuem
gestão de recursos humanos, ocorre uma rígida predominantemente configuração de burocracia
estruturação das organizações, permitida pela mecanizada (MINTZBERG, 1995).
estabilidade e simplicidade do ambiente compe- Como abordagem para projeto da organização
titivo. “Essa rigidez da estrutura organizacional, do trabalho na adhocracia tem-se o empower-
de suas unidades organizacionais e de seus ment em toda sua plenitude, ao passo que na
cargos, torna identicamente rígidas as várias organização clássica tem-se o modelo de comando-
atividades de recursos humanos, tais como o e-controle. As organizações, ao evoluírem da
gerenciamento de carreiras, a análise e descrição organização clássica ou burocracia mecanizada,
de cargos, os programas de treinamento e os para empresas com forma divisionalizada, até a
sistemas de remuneração” (SANTOS, 1999, p. 23). adhocracia, passam por uma crescente necessi-
Este estágio evolutivo da administração dos dade de se adotar o empowerment, tanto por
recursos humanos é viável em ambientes parte dos gerentes como dos funcionários.
competitivos estáveis e simples que “permite aos Pode-se associar ao modelo de comando-e-
gerentes da cúpula estratégica” estarem “ocupa- controle e empowerment dois tipos de compro-
dos em grande parte com o “afinamento” preciso metimento (Tabela 2), sendo que no comprome-
das máquinas burocráticas, e não preocupados timento externo o funcionário tem pouco controle
com o aproveitamento de novas oportunidades sobre seu destino, e no comprometimento
de negócios” (SANTOS, 1999, p. 22). interno o funcionário possui autonomia decisória
Em oposição à burocracia mecanizada, tem- sobre seu trabalho.
se a adhocracia que se configura como um Complementarmente a essa comparação entre
sistema de processos decisórios com base em o empowerment e o modelo de comando-e-
oportunidades de negócios. Para isso organizam- controle, QUINN & SPREITZER (1999,
se equipes ad hoc que se encarregam da p. 21-22) apresentam duas possibilidades de se
elaboração e da condução de projetos de implementar o empowerment.
inovação (MINTZBERG, 1995, p. 250-281). Caso considere-se o empowerment como
Nessa configuração organizacional, “os delegação da tomada de decisão em um conjunto
especialistas profissionais são distribuídos por claro de fronteiras, a estratégia implícita de
toda a estrutura. O poder para a tomada de implementação será:
decisão fica distribuído entre os gerentes e os • comece da cúpula;
não gerentes de todos os níveis da hierarquia, • torne claros a missão, visão e valores da
acompanhando o tipo das diferentes decisões a organização;
ser tomadas. Na adhocracia ninguém monopo- • especifique claramente as tarefas, papéis e
liza para inovar” (MINTZBERG, 1995, p. 253). recompensas para os empregados;
Ocorre, assim, descentralização do poder de • delegue responsabilidade;
decisão e a autonomia das equipes e unidades • mantenha as pessoas responsáveis por
organizacionais definirem seus objetivos e resultados.
GESTÃO & PRODUÇÃO v.8, n.3, p.237-249, dez. 2001 243

Tabela 1 – Organizações modernas e pós-modernas


(SYKES, SIMPSON & SHIPLEY, 1997, p. 91)

Organização clássica, burocrática ou moderna Organização pós-moderna


Estrutura simples (relativamente) Complexa (fronteiras indistintas)
Hierárquica (comunicação vertical) Horizontalizada (redes de trabalho)
Holográfica (grupos de trabalho autônomos integrados
Mecânica (linear e interligada)
pela cultura)
Indeterminada (capacitada para decisões, instável e
Determinada (estável e controlada)
imprevisível)
Causalidade linear é assumida (lógica) Causalidade mútua (pensamento sistêmico)
Objetiva, solução ordenada de problemas Entendimento subjetivo
Imutável Espontaneamente mutável

Tabela 2 – Como o comprometimento difere


(ARGYRIS, 1998, p. 100)

Comprometimento externo Comprometimento interno


Atividades são definidas por outros. Indivíduos definem atividades.
O comportamento necessário para realizar as Indivíduos definem o comportamento necessário para
atividades é definido por outros. realizar as atividades.
Gerência e indivíduos, em conjunto, definem metas de
Metas de desempenho são definidas pela gerência.
desempenho que são desafiantes para o indivíduo.
A importância da meta é definida por outros. Indivíduos definem a importância da meta.

De acordo com outra visão bastante diferente, tipos de empowerment: a autoridade para tomada
empowerment significa tomada de ação de risco, de decisão sobre o contexto do trabalho e a
crescimento e mudança. Neste caso a estratégia autoridade para tomada de decisão sobre o
implícita de implementação do empowerment será: conteúdo do trabalho (Figura 3).
• comece pela base a partir da compreensão da No Ponto A, o trabalho é definido e monito-
necessidade de mudança com base também rado por alguém que não o trabalhador. Não há
na perspectiva dos empregados; literalmente nenhum poder de tomada de decisão
• modele o comportamento do empregado associada ao trabalho nem em termos de con-
capacitado para decisões; teúdo do trabalho nem de contexto do trabalho.
• forme times para encorajar o comportamento Este ponto representa o trabalho altamente
cooperativo; repetitivo da linha de montagem tradicional
• encoraje a tomada de ação de risco inteligente; (FORD & FOTTLER, 1996, p. 21).
• confie no desempenho das pessoas. No Ponto B, o estabelecimento de atividades
Em complemento a essas duas visões de representa a essência dos programas de
empowerment, FORD & FOTTLER (1996), empowerment usados atualmente. Aqui, ao
usam dois parâmetros para se propor diferentes trabalhador é dada uma grande responsabilidade
244 Rodrigues & Santos – Empowerment: Ciclo de Implementação, Dimensões e Tipologia

Implementação/
Ponto D Ponto E
Autoridade para tomada de decisão sobre o contexto do trabalho

retroalimentação
Definindo a missão Auto-gerenciamento

Escolha de
alternativa

Avaliação de Ponto C
alternativas Empowerment
CRESCENTE

participativo

Desenvolvimento
de alternativas

Ponto A Ponto B
Nenhum Estabelecimento de
Identificação de
empowerment atividades
problema

Identificação Desenvolvimento Avaliação de Escolha de Implementação/


de problema de alternativas alternativas alternativa retroalimentação

CRESCENTE

Autoridade para tomada de decisão sobre conteúdo do trabalho

Figura 3 – Tipologia do empowerment do funcionário


(FORD & FOTTLER, 1996, p. 21)

para decidir sobre o conteúdo do trabalho, e Tais grupos são usualmente envolvidos na
pouca para o contexto. Porém, o provável identificação de problemas, busca de alternativas
sucesso desta estratégia de empowerment e recomendação da melhor alternativa para o
dependerá de fatores que a reforcem e que estão conteúdo do trabalho. Eles também estão
fora do controle dos empregados, tais como a envolvidos, na mesma extensão, no processo de
estrutura organizacional, o sistema de recom- tomada de decisão relacionado ao contexto do
pensas e o apoio da alta gerência (FORD & trabalho (FORD & FOTTLER, 1996, p. 22).
FOTTLER, 1996, p. 21-22). No Ponto D, a definição de missão representa
No Ponto C, o empowerment participativo uma situação incomum e raramente discutida na
representa uma área mais típica de grupos de literatura de empowerment. Aqui empregados
trabalho autônomos aos quais é dado algum são capacitados para decidir sobre o contexto do
envolvimento na tomada de decisão sobre trabalho, mas não sobre conteúdo. Um exemplo
conteúdo do trabalho e contexto do trabalho. poderia ser uma equipe em uma operação de
GESTÃO & PRODUÇÃO v.8, n.3, p.237-249, dez. 2001 245

manutenção sindicalizada à qual é dada a tarefa 5. Relação do Empowerment com os Estágios


de decidir se uma atividade seria melhor Evolutivos das Áreas Funcionais
realizada por um terceiro ou pelos atuais
empregados (FORD & FOTTLER, 1996, p. 23).
No Ponto E, o auto-gerenciamento representa
uma área em que aos empregados são dados total
C om base nas similaridades dos estágios
evolutivos das áreas funcionais de recursos
humanos e de operações (desenvolvimento de
autoridade para a tomada de decisão sobre produto e de processo, logística e qualidade),
conteúdo do trabalho e contexto do trabalho. SANTOS (1998) propõe uma denominação
Para fazer isto há a necessidade de grande comum para todos eles: especialização funcio-
confiança na capacidade dos funcionários nal, integração interna e integração externa,
usarem o recém-conhecido empowerment no cujas principais características estão apresenta-
sentido de contribuir para a eficácia organizacio- das na Figura 4.
nal. Isto requer extensivo envolvimento dos No estágio de especialização funcional, a
empregados no desenvolvimento da missão e das excessiva focalização no conteúdo do trabalho
metas da organização e a confiança que o leva à criação de estruturas funcionais que
funcionário está pronto, desejoso e capaz de favorecem a centralização dos processos de
tomar decisões em seu trabalho que reflitam tomada de decisão. A este estágio não está
contribuições sábias, inteligentes e apropriadas associado nenhum empowerment, como
aos objetivos da organização (FORD & mostrado no Ponto A da Figura 4. Há a
FOTTLER, 1996, p. 24). possibilidade de ocorrer o estabelecimento de
Relativamente ao auto-gerenciamento, atividades, apresentado no ponto B da Figura 4,
SIMONS (1997, p. 108) observa a importância porém os funcionários não participam da tomada
da presença de valores essenciais claramente de decisões estratégicas da empresa, podendo
articulados. Sem um sistema de crenças formal, unicamente realizar mudanças em seus procedi-
empregados em grandes e descentralizadas mentos de trabalho.
organizações freqüentemente não têm uma Neste primeiro estágio não há preocupação
compreensão clara e consistente dos valores com o contexto do trabalho, porém as áreas
essenciais dos negócios e de seu lugar dentro dos funcionais evitam causar problemas para a
negócios. Nesse contexto, empregados são cúpula administrativa, no que tange à condução
forçados a pressupor o que constitui o compor- das estratégias empresariais correntes.
tamento aceitável nas circunstâncias diferentes e No estágio de integração interna, coincidente
imprevisíveis que eles encontram. com o momento em que as empresas se
Tanto a adoção de empowerment como do divisionalizam para atender mercados diversifi-
modelo de comando-e-controle poderão estar cados, existe uma preocupação com o contexto
associados a uma postura gerencial, mas é interno das organizações. Com base no conhe-
fundamental que também sejam coerentes não cimento de determinada estratégia, que não pode
somente com a estratégia da empresa e de seus ser alterada, as várias unidades organizacionais
vários negócios – de diferenciação, de liderança buscam direcionar suas competências, seus
no custo total e enfoque – (PORTER, 1991, recursos e suas tecnologias, para o apoio interno
p. 49-54), mas também com a configuração à estratégia divisional.
organizacional da empresa – estrutura simples, Porém, a centralização de poder decisório por
burocracia mecanizada, forma divisionalizada, parte da gerência divisional (MINTZBERG,
adhocracia – (MINTZBERG, 1995, p. 282-283) 1995, p. 240) não permite que representantes das
e os estágios evolutivos de suas áreas funcionais áreas funcionais contemplem o contexto do
– especialização funcional, integração interna e trabalho de forma a visualizar as necessidades do
integração externa – (SANTOS, 1998, p. 11-113). ambiente competitivo e levar colaborações
246 Rodrigues & Santos – Empowerment: Ciclo de Implementação, Dimensões e Tipologia

Integração externa
Efetiva participação na gestão de negócios
Realização de diagnóstico do ambiente competitivo
Caráter interfuncional das atividades funcionais e dos programas de inovação
Foco no contexto externo

Integração interna
Atuação funcional baseada em objetivos definidos
Conscientização da estratégia empresarial
Foco no contexto interno

Especialização Funcional
Neutralidade estratégica
Prevenção de problemas para a consecução da estratégia empresarial
Adoção das “melhores práticas”
Criação das áreas funcionais
Foco no conteúdo

Figura 4 – Estágios evolutivos das áreas funcionais


(adaptada de SANTOS, 1998)

efetivas para a gestão da estratégia empresarial. diagnóstico do ambiente competitivo e do


Aperfeiçoam-se os processos decisórios, porém contexto do trabalho. À estrutura departamental
sua evolução limita-se ao contexto do trabalho sobrepõem-se equipes interfuncionais para levar
com o objetivo de apoiar internamente à estraté- adiante programas de inovação. A este estágio
gia empresarial. A este estágio de integração evolutivo das áreas funcionais, tem-se associado
interna está associado inicialmente o estabeleci- o auto-gerenciamento (Ponto E da Figura 4).
mento de atividades, apresentado no Ponto B da Quanto ao Ponto D da Figura 4, observa-se
Figura 4. À medida que as divisões aprofundam que nenhum estágio evolutivo das áreas
o relacionamento com seu ambiente competitivo, funcionais pode ser associado a ele.
intensificam e descentralizam seus processos Com base nestas considerações sobre as
decisórios, caminha-se para o empowerment relações entre os tipos de empowerment e os
participativo (Ponto C da Figura 4). estágios evolutivos das áreas funcionais, releva-
No estágio de integração externa, as áreas se o fato de que o empowerment não é somente
funcionais passam a participar efetivamente da possível em adhocracias. Ele sofistica-se à
formulação de estratégias de negócios a partir do medida que se aumenta a autoridade para a
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tomada de decisão sobre o conteúdo e o contexto Na organização adhocrática, diferentemente


do trabalho, o que se torna possível somente se da organização burocrática, planejamento e
as organizações evoluem de burocracias mecani- organização devem ocorrer simultaneamente.
zadas, para empresas com forma divisionalizada “Uma vez definido o problema e relacionadas as
e, enfim, para adhocracias. informações pertinentes, é necessário determinar
Simultaneamente à passagem das áreas os cursos de ação para atingir os resultados
funcionais pelos estágios de especialização projetados. Essa competência inclui a coordena-
funcional, integração interna e integração ção de recursos, a explicitação de objetivos, a
externa, deve-se ampliar e aperfeiçoar as dimen- definição de prioridades e a gestão de recursos
sões do empowerment: a visão compartilhada, materiais e humanos” (COOPERS &
a estrutura organizacional, a responsabilidade LYBRAND, 1997, p. 137). É fundamental que
por conhecimento e aprendizagem, e o reconhe- os funcionários possuam a capacidade de tomar
cimento institucional dos funcionários e a decisões, que envolve a correta identificação de
conseqüente demonstração de que eles são problemas, a geração de soluções alternativas, a
ouvidos. avaliação de alternativas, a determinação dos
critérios para a decisão, escolha do processo
6. Gestão de Recursos Humanos e decisório, a definição de solução a ser adotada e
Empowerment a definição da estratégia de implementação. Os
funcionários precisam se capacitar continuamen-

O empowerment deve estar relacionado aos


vários programas da gestão de recursos
humanos, entre eles, desenho de cargos,
te para saber trabalhar com situações novas,
trabalhar sob pressão, lidar com diferentes
estilos pessoais e grupais, lidar com retroalimen-
treinamento e desenvolvimento, remuneração e tação e resolver conflitos.
avaliação de desempenho. Aliadas as questões anteriores, os funcioná-
O empowerment se desenvolveu a partir da rios precisam de treinamento e conhecimento
necessidade de interfuncionalidade do funcioná- relevante sobre como se tornar capacitado para a
rio devido ao processo de horizontalização das tomada de decisão. Eles devem aprender como
empresas ou downsizing que diminui os níveis trabalhar de forma colaborativa, devem ter
hierárquicos da empresa e aproxima os funcioná- ferramentas para a solução de problemas e
rios do processo decisório da empresa estimu- devem entender o desempenho da empresa
lando sua participação através de programas de (QUINN & SPREITZER, 1999, p. 23). Em
treinamento e desenvolvimento. estudo de caso realizado em empresa fabricante
O empowerment dos funcionários precisa de componentes de fibra óptica (SYKES;
estar baseado em um processo de estruturação da SIMPSON & SHIPLEY, 1997, p. 97), o
organização e de redesenho de cargos. A conteúdo do treinamento consistiu de formação
reestruturação organizacional e o redesenho de de equipes, tomada de decisão, comunicação e
cargos devem permitir a descentralização da habilidades de apresentação.
responsabilidade e o aumento da capacidade Gerentes somente podem tornar seus funcio-
decisória das pessoas (SANTOS, 1998, p. 96). nários capacitados para a decisão quando eles
Além disto, a estruturação da organização compartilham informação, possibilitam nova
“deverá ser flexível, de longo alcance, com estrutura organizacional, desenvolvem uma
permeabilidade entre diferentes carreiras. Não alternativa baseada em equipes para a hierarquia,
deverá estar amarrada à estrutura de cargos. oferecem oportunidades de treinamento
As promoções deverão ser baseadas em relevantes, e recompensam os funcionários pelos
back-ground individual e desempenho” riscos e iniciativas que são deles esperadas.
(ALBUQUERQUE, 1992, p. 27). Todas essas práticas são partes do processo de
248 Rodrigues & Santos – Empowerment: Ciclo de Implementação, Dimensões e Tipologia

empowerment. QUINN & SPREITZER (1999, decisões. Para capacitar os funcionários para as
p. 23) reforçam esta posição afirmando que decisões, as avaliações devem ser reestruturadas
empregados capacitados para a tomada de como processos de gerenciamento de desempe-
decisão devem ser remunerados por sua nho, distanciando o gerente da avaliação do
aumentada responsabilidade e coerente cobrança empregado e objetivando a colaboração e a
de desempenho. melhoria contínua” (RANDOLPH, 1995, p. 26).
Os sistemas de remuneração também deverão
ser associados ao empowerment. “Os sistemas de 7. Considerações Finais
remuneração tradicionais baseados no cargo, que
reforçam as orientações estratégicas de organi-
zações rigidamente hierarquizadas, são incom-
patíveis com as orientações estratégicas de
A presentou-se neste artigo uma abordagem
evolutiva e crítica do empowerment
buscando-se relacionar os tipos e dimensões do
organizações que buscam aumentar a inovação e empowerment às configurações organizacionais
cooperação interfuncional. Da mesma forma que (burocracia mecanizada, forma divisionalizada e
houve a necessidade do gerenciamento de carreira adhocracia), aos estágios evolutivos das áreas
se basear em pessoas, os sistemas de remunera- funcionais (especialização funcional, integração
ção, buscando se alinhar com a estratégia interna e integração externa) e à gestão de
empresarial e respectivas práticas organizacio- recursos humanos, com o objetivo de identificar
nais, passam a se basear no desempenho pessoal os aspectos-chave para a sua implementação na
e de equipes. A remuneração por habilidades complexa estrutura organizacional.
incentiva a participação do setor treinamento e Pretende-se em estudos futuros, de natureza
desenvolvimento desde o início dos processos de teórica e prática, analisar com profundidade o
inovação” (SANTOS, 1998, p. 104-106). relacionamento entre empowerment e as
E por fim, os processos de avaliação de configurações organizacionais (MINTZBERG,
desempenho também devem ser adequados ao 1995), os estágios evolutivos das áreas funcio-
empowerment. “O processo de avaliação de nais e das subáreas da função “produção”
desempenho tradicional quase que inevitavel- (SANTOS, 1998) e as estratégias empresariais
mente incapacita as pessoas para a tomada de (PORTER, 1991).

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EMPOWERMENT:
IMPLEMENTATION CYCLE, DIMENSIONS AND TYPOLOGY
Abstract

Empowerment is an approach of work design which aims at delegating decision power, autonomy
and employees’ participation in managing the company. This paper shows the peculiarities of
empowerment in terms of its dimension, implementation cycle and typology. The steps of its implemen-
tation cycle are discussed in order to highlight its complexity and strategic nature. The following
dimensions are presented: shared vision, organizational structure and management, responsibility for
knowledge management and learning, and employees’ institutional recognition. The diversity of
empowerment is analyzed in function of two types of authority for decision-making: over job content
and over job context. Based on this analysis, the following typology of empowerment is presented:
no discretion, task setting, participatory empowerment, mission definition and self-management. The
relationship of empowerment with organizational configurations, evolution stages of functional areas
and human resource management is also studied.

Key words: empowerment, work organization, company management, human resource manage-
ment , organizational structure.

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