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Uma emoção que tenuemente precede a percepção

Para instrumentar e delimitar o pensamento subsequente entendo o conceito de informação como sendo: "um
conjunto simbolicamente significante com a competência e a intenção de gerar conhecimento no indivíduo em seu
grupo e na sociedade”. Assim, em um contexto de comunicação linguístico, este conjunto de dados significantes se
efetiva na transferência quando um emissor envia uma mensagem a um receptor e este a aceita como tal.

Para se realizar de forma eficaz a mensagem necessita de um contexto de referência e este contexto precisa ser
acessível aos dois. Esta mensagem deve ser verbal ou passível de ser verbalizada. É necessário ainda um código, total
ou parcialmente comum, ao emissor e ao receptor. Um um canal físico e uma empatia psicológica que os habilite a
entrarem e permanecerem em contato. Sendo a comunicação oral e escrita interfaces do código o ato de
transferência fica relacionado a condição do discurso.

Como definida a informação é qualificada como um instrumento modificador da consciência do homem e de seu
grupo social. Deixa de ser uma qualidade para redução de incerteza, para se qualificar como um instrumento
modificador da condição humana. Fica ainda, estabelecida a existência de uma relação entre informação e
conhecimento, que só se realiza se esta for percebida adequadamente e assim colocar o indivíduo sensível em um
melhor estágio de vida, consciente consigo mesmo e com o mundo onde realiza a sua odisseia individual.

A estética do conhecimento, enquanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita é a sensibilidade
para apreender a informação; uma emoção que tenuemente precede a percepção e representa um sentimento da
momentaneidade do eu avaliando o mundo. Os sentidos têm a função de nos fazer qualificar o percebido por uma
compreensão dos objetos e uma confiança em sua existência; uma sensação que acompanha a percepção. Ao
cheirar uma rosa o odor esta inscrito na flor que é das bases para a percepção, neste caso é a qualidade da rosa que
percebo pelo olfato. Há nesta intervenção a sensação que precede a percepção. "O olho não pode deixar de ver: Não
podemos calar o ouvido. Nossos corpos sentem, onde quer que estejam, contra ou com a nossa vontade" [1]

O suporte de inscrição da informação pauta o regime de nossa percepção e sempre queremos que as tais inscrições
digam mais que o permitido pelos seus códigos. Há, assim, uma enorme vontade de multiplicar os discursos para
qualificar o que está a perceber. Discursos crescentes que se acumulam em estoques: o quantum de informação
armazenada que é uma condição estática no processo de conhecer mas é um componente indispensável para a
realização do ato em si. Este acervamento estático não gera conhecimento. Existe como possibilidade, como
potência de uma condição que pode vir a ser.

Para que o conhecimento opere é necessária a transferência dos "significados em armazém" para a realidade dos
receptores em uma conjuntura favorável de comunicação. Nesse momento nada é mais total que a interação com a
tecnologia da escrita e seu deciframento adequado, pois nada é mais subjetivo, privado e individual que a sensação
que precede a assimilação pela tradução das inscrições significantes. Este processo é diferenciado e oculto, para
cada receptor e a cada apropriação é somente dele, de mais ninguém. É este então, o lugar do conhecimento: a
consciência individualizada que apreende um significado que lhe é destinado por peripécias de um punhado de
palavras.

A assimilação é, assim, a finalização de um processo de aceitação que transcende o uso no ato de apropriação de um
conteúdo. Só entendo o conhecimento como sendo uma passagem, um fluxo de percepções amoldadas pela mente
no espaço de uma subjetividade. É um caminho pessoal e distinguido e revela um ritual de interações entre um
sujeito e uma determinada estrutura de informação tendo como mediadora a interface da linguagem. Tudo isso
pode gerar uma alteração no estado de saber acumulado pelo indivíduo.

A apropriação do saber representa, então, um conjunto de atos voluntários, pelo qual o indivíduo reelabora o seu
mundo modificando seu universo de conteúdos simbólicos. É uma criação em conivência com suas cognições
prévias, um início daquilo que nunca iniciou antes, mas que encadeará sempre uma consequência, ainda que,
aconteça um retorno para ao estado inicial e se rompa o processo em curso. O conhecimento como píxeis de raios
catodos são vagalumes digitais que acendem e apagam na criação do pensamento. Um fluxo que finaliza no início e
o seu acabamento tem uma evanescencia de fantasmas. "O pensamento nada mais é que uma onda elétrica
pequenininha se espalhando pelo cérebro numa escala de tempo de milissegundos" [2]. O conhecimento é um fluxo
quase instantâneo.

Nesta relação a informação escrita vive no continuum do perceber ao conhecer. Os enunciados são contingentes e
acontecem em uma mensagem com uma mediação gráfica da linguagem comum, mas diferenciada para cada
contexto de comunicação. A escrita é a tecnologia que reflete mas não se subordina a um código imutável e de lenta
mudança. Um texto é conjunto de expressões escritas em uma base com a multiplicidade de configurações de uma
língua. O seu discurso de significação é uma elaboração do autor, mas quando distribuído o texto associa em sua
amplitude: a leitura, o receptor e a sua interpretação ou reconstrução.

As escritas múltiplas vêm de várias intermediações que entram em diálogo e contestação e vão se acumular no
leitor. A escrita deu ao homem valores visuais e ocasionou sua consciência sequencial facetada ao contrário da
convivência nos espaços auditivos, onde o convívio em narrativa é mediado pelo espaço e distância das ondas
circulares de som. A tipografia foi duro golpe na cultura auditiva ao permitir a escrita e multiplicar a possibilidade de
se poder enunciar no tempo e no espaço. O homem quando com seu pensamento linear e sequencial qualificou,
organizou e classificou as suas informações e o fez em modo hierárquico, em uma série contínua de graus, escalas,
famílias, em ordem crescente ou decrescente.

Contudo, a atualidade digital da escrita cêntrica configura uma nova adaptação para perceber o conhecimento. A
escrita entrelaçada traz uma vinculação e um emaranhado de cadeias imponderáveis e sem qualquer qualificação
hierárquica ou familiar. Conhecer é, cada vez mais, uma apropriação de enunciados alinhavados em escritas
paralelas e sem paternidade única. É como construir um “patchwork”, onde cada junção de pedaços, necessite uma
permissão para sua confecção na arquitetura total daquele ajuntamento. Esta colagem é individualizada na suas
combinações e desenhos pelas permissões cognitivas para cada integrar cada traçado nestes lineamentos de
mosaicos.

Mas seja esta inscrição digital ou em papel ou papiro, em pedras arqueológicas, na peça museificada ou no arquivo
domiciliado, cada receptor deve percorrer os caminhos de sua interpretação por uma escrita livre das amarras dos
controladores do código único. Estas são individualidades divergentes que no ato da percepção se separam para
sempre.

Aldo de A Barreto

[1] Wordswirth (1798) - "The Tables Turned" in Select Poems, Sharroc

[2] O pensamento nada mais é do que uma onda elétrica pequenininha, se espalhando pelo cérebro, numa escala de
tempo de milissegundos. O que fizemos foi descobrir que é possível ler esses sinais... Miguel Nicolelis,
neurocientista, em entrevista a Folha de São Paulo de 10 de junho 2009 [JC email da SBPC 3781,2009]

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