A medição de dureza é uma das formas mais simples e utilizadas para avaliar e controlar materiais. Técnicos da área
metal-mecânica utilizam medidas de dureza diariamente para definir as condições de usinagem, avaliar a resistência dos aços,
e controlar seu tratamento térmico ou superficial dos materiais. Embora as técnicas de medição de dureza são rápidas e
simples, a interpretação dos resultados pode ser mais complexa, e existem técnicas e parâmetros mais apropriados para cada
caso.
O teste de dureza consiste em pressionar um indentador contra a superfície plana do material a avaliar. Os
indentadores são pontas de diamante ou de aço endurecido, com forma cônica, piramidal ou esférica dependendo da técnica
(Brinell, Rockwell, Vickers, Knoop, etc.) e a avaliação da dureza é feita através da medição da marca deixada pelo indentador
na peça, para uma certa carga aplicada. Dessa forma, uma marca pequena indica mais dureza, e uma marca grande indica
menos dureza.
Porém, o tamanho da marca também muda com a carga aplicada e, para um mesmo material, o indentador deixará
uma marca pequena quando se aplique baixa carga, e uma marca grande quando se aplique uma carga alta. Por causa disso,
os resultados de dureza estão tabulados para cada geometria de indentador e para cada carga aplicada. Em consequência, o
valor de dureza resulta de comparar o tamanho da marca produzida no teste com a tabela correspondente ao indentador e à
carga utilizada.
Carga
aplicada
Borda de grão
Indentador
Grão
esférico
Carbetos
Porosidades
Material testado
Esquema de um teste de macrodureza. Seção transversal Seleição de parâmetros para teste de microdureza (ISO4516:2002)
A medição de durezas com indentadores mais agudos e utilizando cargas menores (gramas) resulta mais apropriada
para medir camadas superficiais endurecidas ou revestimentos. Nesses casos, é importante cuidar que a profundidade de
penetração do indentador seja menor do que 10% da espessura do revestimento ou da camada endurecida. As técnicas de
medição de microdureza são mais sensíveis às discontinuidades na microestrutura do material, e os resultados podem ter
maior variabilidade, particularmente no caso de materiais compósitos ou altamente heterogêneos. Consequentemente, essas
técnicas não são apropriadas para medir a dureza meia do material.
Nos últimos anos tem se estendido a utilização de revestimentos muito finos, e com multiplex camadas, que precisam
de métodos de medição de dureza especiais, com cargas ainda menores (miligramas). Dessa forma surgiu a nanodureza, a
qual é utilizada principalmente em pesquisa, embora já existem normas técnicas para sua utilização a nível industrial.
Em conclusão, cada instrumento tem uma aplicação mais adequada. Trenas, paquímetros e micrômetros são
utilizados para medir dimensões diferentes e com distinta precisão. Da mesma forma, a macrodureza, a microdureza e a
nanodureza tem sua área de aplicação mais apropriada.