Da mesma forma, muitas mulheres não acreditam que serão capazes de ser boas
mães. Em algumas adolescentes grávidas, o infantilismo fisiológico próprio da faixa
etária e prontamente substituído por esse complexo de mãe incompetente. .
Embora possa ser agradável receber alguma atenção, muitas vezes pode ser
perturbador. A emotividade subjacente a este período torna a mulher hipersensível a
algumas sugestões, nomeadamente, no que se refere à sua própria saúde ou à do seu
bebé.
De acordo com a pesquisa de Raquel Foresti, a gravidez tem uma dupla função
para essas raparigas: ³Além de servir como justificativa para a inadequação, a barriga
traz um certo poder e até status dentro da família. Preenche o vazio que elas sentem por
causa da crise de identidade´, afirma a psicóloga Raquel.
7 - Prematuridade fetal.
³Tenho dezoito anos e aos dezassete aconteceu-me uma coisa que mudou totalmente a
minha vida´
(Sónia, 2005)
(Sónia, 2005)
´ («) Mas sou forte, refiz a minha vida e só quero ser feliz com o meu filho´.
(SÓNIA, 2005)
A Educação Sexual deve começar em casa, passar pela escola e estender-se aos
profissionais de saúde. É primordial uma boa educação sexual, não nos podemos
esquecer que a actividade sexual na adolescência vem-se iniciando cada vez mais
precocemente, com consequências indesejáveis como o aumento da frequência de
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) nessa faixa etária, e gravidez que, por sua
vez, pode terminar em aborto com todas as consequências a ele inerentes.
A escola possui um papel fundamental relacionado com o ensinar o adolescente
a conhecer o seu corpo. Os programas de educação sexual, transmitidos pelas escolas,
quando a funcionar de modo adequado, poderão vir a desempenhar um papel
insubstituível, já que permitem o diálogo e a circulação de informações sobre a
sexualidade, sem preconceitos, superando desta forma os tabus. Os programas devem
ser alargados aos pais que, na sua maioria, não se encontram preparados para tratar
desta questão com os filhos. Por vezes, os adolescentes até partilhariam a sua
experiência mas, muitos pais não querem ouvir ou fantasiam ter uma eterna criança em
casa.
Cada vez mais [os jovens] têm experiências sexuais mais cedo e, por isso,
também gravidezes indesejadas», afirmou, defendendo que a gravidez na adolescência
é um problema social que envolve os adolescentes, a família e a própria sociedade».
Irene Pires salientou que os jovens têm informação suficiente à sua disposição, mas
negligenciam os riscos», frisando, porém, que os pais são os grandes responsáveis»,
porque pensam que os adolescentes sabem tudo, mas não sabem».
O sexo ainda é tabu em muitos casos e muitos pais também não têm conhecimento
para falar nisso», acrescentou.
³Existe depois outra vertente que é o abandono para umas de uma vida de
menina, para um caminho de incerteza, porque as raparigas, geralmente são as mais
afectadas nestes casos. Para outras, ser mãe muito jovem acaba por ser o inicio da
preparação de uma vida economicamente estável, pois tantas vezes são as próprias a
dizerem que têm de ter filhos para poder ter uma boa vida. É que os subsídios que o
Governo Regional atribui dá para viver sem se trabalhar«.´.
No que diz respeito ao método contraceptivo, 55% não usou qualquer prevenção,
ao passo que 20% utilizou o preservativo. Ainda a reter deste estudo, foi o facto de 70%
das adolescentes terem confessado que não foi uma gravidez desejada, ao passo que
30% afirmaram estar conscientes do acto e das suas consequências.
São as ilhas de São Miguel e Terceira aquelas que têm mais incidência de
gravidez precoce nos Açores. E, em São Miguel, o número de gravidez na adolescência
é maior em Rabo de Peixe, Arrifes, Fajã de Cima, Feteiras, São Pedro e São Roque,
periferia e cidade de Ponta Delgada. Na Terceira a maior incidência ocorre em São
Mateus, Santa Luzia, Terra Chã e Conceição na periferia e cidade de Angra do
Heroísmo.
A grávida adolescente na Região inicia a sua vida sexual ³por volta´ dos 15 anos
e engravida aos 16 anos. A média encontrada na amostra da equipa de Maria Canavarro,
é de 17,4 anos.
A grande maioria das grávidas adolescentes dos Açores (95,3%) possui um nível
socioeconómico baixo e um número significativo destas adolescentes (76,8%) abandona
a escola sem completar o 9º ano de escolaridade e ³são muito poucas´ as que
frequentam o ensino profissional.
Toda esta realidade configura contextos sociais ³de risco´ que se podem
encontrar em agregados familiares ³numerosos, com baixo rendimento socioeconómico
e níveis de escolarização baixos; onde se registam histórias frequentes de gravidez
precoce; abandono do sistema educativo sem a escolaridade obrigatória; ausência de
qualificações profissionais e fraca motivação das mulheres para o mercado de trabalho;
início a vida sexual antes dos 16 anos, e relações de namoro, de duração superior a um
ano, com companheiros mais velhos e activos´.
O único método cem por cento eficaz para evitar a gravidez é a abstinência, isto é, não
ter relações sexuais. Mas os métodos contraceptivos ajudam a prevenir a gravidez não
desejada, permitindo a vivência da sexualidade de forma saudável e segura.
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O preservativo feminino é ainda de difícil acesso para aquisição em Portugal.
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ß Apesar de não haver ainda muita informação, estima-se que a taxa de eficácia se
aproxime dos 98%.
ß Cada adesivo é colocado uma vez por semana, durante 3 semanas consecutivas,
seguidas de uma semana de descanso:
ß - O primeiro adesivo é aplicado no 1º dia da mesntruação, o "dia de início". Não
é necessário um método contraceptivo adicional.
ß - Após sete dias, o primeiro adesivo é retirado e substituído por outro - "dia de
mudança". Esta mudança ocorrerá no 8º e 15º dia do seu ciclo. O adesivo pode
ser mudado a qualquer hora do dia.
ß - Após três semanas, a mulher faz a sua "semana de descanso", durante a qual
pode aparecer uma hemorragia (hemorragia de privação).
ß - Um novo ciclo recomeça após um período de sete dias sem o adesivo. O novo
adesivo é aplicado no 8º dia.
ß Se a mulher aplicar o adesivo num dia qualquer à sua escolha e não no 1º dia da
menstruação (1º dia do ciclo), é necessário que se proteja durante sete dias com
um método contraceptivo não hormonal, como por exemplo, o preservativo ou
espermicidas.
- A mulher não tem que pensar todos os dias em contracepção, apenas tem que se
lembrar de mudar uma vez por semana o adesivo.
- É fácil de usar.