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ESTADO DO ACRE

DEFENSORIA PÚBLICA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DE RIO BRANCO - ACRE

Autos n. 001.08.024687-8
Classe: Busca e Apreensão em Alienação Fiduciária
Autor: Disal Administradora de Consórcios Ltda
Réu: Rodrigo Moreira de Souza

RODRIGO MOREIRA DE SOUZA, já qualificado


nos autos, pela Defensora Pública in fine assinada, com endereço na
Travessa Custódio Freire, n. 26, Bairro Bosque, onde, Rio Branco/AC,
onde recebe as intimações de praxe, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, com base na legislação pertinente
apresentar suas

CONTRARRAZÕES

à Apelação interposta, nos termos e fundamentos aduzidos nas razões em


anexo, que requer seja recebida e admitida, determinando sua remessa à
Superior Instância.

É o que requer.
Rio Branco, 22 de junho de 2010.

Célia da Cruz Barros Cabral Ferreira


DEFENSORA PÚBLICA

Travessa Custódio Freire, n. 26, Bairro Bosque. Fone 3223-0745


CEP 69.900-000 – Rio Branco – Acre
ESTADO DO ACRE
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EXCELENTÍSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE

CONTRARRAZÕES AO
RECURSO DE APELAÇÃO

Colenda Câmara!

Eméritos Julgadores!

Douto Procurador de Justiça!

A r. Sentença recorrida não merece qualquer reparo,


eis que se identifica como medida de inteira justiça, senão vejamos:

I – DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA

Requer a concessão dos benefícios da Assistência


Judiciária gratuita, por não poder arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios, conforme estatui a Lei 1.060/50.

Contrarrazões - fl. 2
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II – DOS FATOS E FUNDAMENTOS

O Autor ajuizou Ação de Busca e Apreensão de uma


motocicleta em virtude de inadimplência das prestações do Contrato
de abertura de crédito com Alienação Fiduciária.

Requereu, liminarmente, a Busca e Apreensão do


bem alienado fiduciariamente e expedição de mandado,
procedendo-se o depósito do veículo nas mãos da Autora ou a quem
esta viesse a indicar, bem como se o Réu não pagasse, consolidar-se
ia a propriedade e a posse plena do bem em seu patrimônio.

O MM Juiz indeferiu o pedido de liminar visto que


não foi comprovada a notificação realizada no domicílio do Réu.

Em sentença de fls. 59/60, o MM Juiz da 1ª Vara


Cível julgou procedente o pedido inicial declarando rescindido o
contrato e consolidando nas mãos do Autor o domínio e a posse
plena e exclusiva do bem determinando a expedição de mandado de
busca e apreensão para cumprimento imediato.

Às fls. 62/66, o Autor opôs Embargos de Declaração,


alegando a existência de omissão e contradição na r. sentença
embargada, alegando que a ação não é mais de Busca e Apreensão
e sim de Depósito, pois o Apelado confessou ter vendido o veículo a
terceiro. Além disso, afirma que o MM Juiz não deveria ter extinto o
processo com a rescisão do contrato e sim com a condenação para a
entrega do bem em 24 horas ou pagar o equivalente em dinheiro
sob pena de prisão.

Contrarrazões - fl. 3
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Inconformado com a r. sentença, o Autor às fls.


71/78 interpôs Recurso de Apelação alegando que em virtude de o
bem não ter sido encontrado resultou-se na conversão da ação em
de depósito, requerendo a restituição do veículo no prazo de 24
horas, ou depósito do seu equivalente em dinheiro sob pena de
prisão.

Não pode prosperar a pretensão do Apelante, visto


que a bem fundamentada sentença dos autos originários, está em
conformidade com a legislação em vigor, senão vejamos:

Não há o que se falar, nos presentes autos, em


conversão da ação de busca e apreensão em depósito, pois
que não houve requerimento do Apelante para referida
conversão, contrariando o que dispõe o art. 4º do Decreto-lei n.
911/69, transcrito abaixo:

Art. 4 º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado


ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá
requerer a conversão do pedido de busca e apreensão,
nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma
prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de
Processo Civil. [grifo nosso]

Assim, caso o bem alienado não seja encontrado ou


não se ache em poder do fiduciante por ocasião da busca, o
fiduciário poderá requerer a conversão do pedido de busca e
apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, obedecido,
então, o estabelecido no art. 4o do Dec.-Lei 911/69, o que não foi
feito nos presentes autos.

Contrarrazões - fl. 4
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De fato, em nenhum momento, o Apelante requereu


a conversão do pedido de busca e apreensão em depósito. Tal
conversão só aconteceria a pedido do Credor e não de ofício pelo
Juiz somente pelo fato de o veículo não ter sido encontrado.

O Apelante deveria ter requerido a conversão


e não esperar que tal conversão se desse automaticamente, não
prosperando, portanto, suas ilações.

Cabe registrar, ainda, que em nosso ordenamento


jurídico já não cabe mais a prisão civil para depositário infiel.

Na esteira da jurisprudência firme do STF, que


cancelou a Súmula 619, é ilícita a prisão civil de depositário
infiel, porquanto a subscrição pelo Brasil do Pacto de São Jose da
Costa Rica, limitando a prisão civil por dívida ao descumprimento
inescusável de prestação alimentícia, implicou a derrogação das
normas estritamente legais referentes à prisão do depositário infiel.

Neste sentido, as decisões do STF:

EMENTA: PRISÃO CIVIL. Inadmissibilidade. Depósito judicial.


DEPOSITÁRIO INFIEL. Infidelidade. Ilicitude reconhecida pelo
Plenário, que cancelou a súmula 619 (REs nº 349.703 e nº
466.343, e HCs nº 87.585 e nº 92.566). Constrangimento
ilegal tipificado. HC concedido de oficio. É ilícita a PRISÃO
civil de DEPOSITÁRIO INFIEL, qualquer que seja a
modalidade do depósito1. [grifo nosso]

1
STF. HC 94307/RS - Tribunal Pleno - Data do julgamento: 19/02/2009 - Ministro Cezar
Peluso - Data da Publicação/Fonte - DJ-084 de 08/05/2009
Contrarrazões - fl. 5
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EMENTA: DEPOSITÁRIO INFIEL - PRISÃO. A subscrição pelo


Brasil do Pacto de São José da Costa Rica, limitando a PRISÃO
civil por dívida ao descumprimento inescusável de prestação
alimentícia, implicou a derrogação das normas estritamente
legais referentes à prisão do depositário infiel2.

EMENTA: HABEAS CORPUS. SALVO-CONDUTO. PRISÃO CIVIL.


DEPOSITÁRIO JUDICIAL. DÍVIDA DE CARÁTER NÃO ALIMENTAR.
IMPOSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. O Plenário do
Supremo Tribunal Federal firmou a orientação de que só é
possível a PRISÃO civil do "responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia" (inciso
LXVII do art. 5º da CF/88). Precedentes: HCs 87.585 e 92.566,
da relatoria do ministro Marco Aurélio.
2. A norma que se extrai do inciso LXVII do artigo 5º da
Constituição Federal é de eficácia restringível. Pelo que as
duas exceções nela contidas podem ser aportadas por lei,
quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como
regra geral, da PRISÃO civil por dívida. 3. O Pacto de San José
da Costa Rica (ratificado pelo Brasil - Decreto 678 de 6 de
novembro de 1992), para valer como norma jurídica interna
do Brasil, há de ter como fundamento de validade o § 2º do
artigo 5º da Magna Carta. A se contrapor, então, a qualquer
norma ordinária originariamente brasileira que preveja a
prisão civil por dívida. Noutros termos: o Pacto de San José da
Costa Rica, passando a ter como fundamento de validade o §
2º do art. 5º da CF/88, prevalece como norma supralegal em
nossa ordem jurídica interna e, assim, proíbe a prisão civil por
dívida. Não é norma constitucional - à falta do rito exigido
pelo § 3º do art. 5º --, mas a sua hierarquia intermediária de
2
STF. HC 89634/SP - Relator: Ministro Marco Aurélio - 1ª Turma - Data do julgamento:
24/03/2009 - Data da publicação/Fonte: DJe-079 de 30/04/2009.

Contrarrazões - fl. 6
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norma supralegal autoriza afastar regra ordinária brasileira


que possibilite a prisão civil por dívida. 4. No caso, o paciente
corre o risco de ver contra si expedido mandado prisional por
se encontrar na situação de infiel depositário judicial. 5.
Ordem concedida3.

Restou claro, portanto, que a Suprema Corte,


recentemente, revendo seu o posicionamento sobre a matéria,
firmou entendimento no sentido de não mais existir no ordenamento
jurídico brasileiro, o instrumento da prisão civil nas hipóteses de
infidelidade depositária.

Firme nessas considerações, requer dignem-se


Vossas Excelências em negar provimento ao Recurso interposto,
mantendo-se a decisão a quo em sua integridade.

É o que espera ver deferido por ser de justiça.

Rio Branco, 22 de junho de 2010.

Célia da Cruz Barros Cabral Ferreira


DEFENSORA PÚBLICA

3
STF. HC 94013/SP - Relator: Ministro Carlos Britto - 1ª Turma - Data do julgamento:
10/02/2009 - Data Publicação/Fonte: DJE-048, de 13/03/2009.

Contrarrazões - fl. 7

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