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FÍSICA E MUSICOLOGIA

Os sons produzidos por um violino tocado com maestria encantam há séculos


plateias de todo o mundo. Esses sons também vêm fascinando cientistas,
e não só por sua beleza, mas também por suas características muito especiais.
A acústica do violino é estudada por físicos há muito tempo,
e continua a ser um desafio. O modo como os sons do instrumento
são produzidos, pela vibração de cordas de aço friccionadas
por fios de crina de cavalo, a transferência dos sons
para uma caixa de ressonância que os altera e amplifica,
a influência do tipo de madeira usado em cada peça
do conjunto e outros aspectos dão ao violino
uma complexidade que atrai o interesse
de estudiosos e passa desapercebida
aos ouvintes da boa música.

José Pedro Donoso*,


Francisco Guimarães
e Alberto Tannús
Instituto de Física de São Carlos,
Universidade de São Paulo
Thiago Corrêa de Freitas
Tecnologia em Construção de Instrumentos
Musicais-Luteria e Departamento de Física,
Universidade Federal do Paraná
Deiviti Bruno*
Curso de Luteria, Conservatório
Dramático e Musical de Tatuí (SP)

* Integrantes da orquestra experimental


da universidade Federal de são Carlos

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úst
ica do violino
F FÍ ÍSSI ICCAA EE M
MUUSSIICC O
O LL O G I A

O violino é considerado o mais sofisticado dos instrumen- nhecido como ‘del Gesù’, neto de Andrea
tos de cordas. É uma obra de arte refinada Guarneri.
em suas linhas, de inspirada beleza plástica, Guarneri del Gesù e Antonio Stradivari
e uma invenção de grande complexidade em são universalmente considerados os maiores
termos acústicos. Faz parte de uma ‘família’ fabricantes de instrumentos de corda de
de instrumentos tradicionais que inclui ain- todos os tempos. Hoje, os instrumentos ain-
da a viola e o violoncelo. O violino surgiu da existentes são altamente valorizados: em
na Itália no começo do século 16, como uma 2006, um comprador anônimo pagou US$
evolução de instrumentos de cordas fric- 3,5 milhões por um violino Stradivarius de
cionadas como o rebec, a vielle e a lira da 1707 leiloado na casa Christie’s, nos Estados
braccio, usados popularmente em festas Unidos. O fato de o violino praticamente não
com danças, segundo historiadores. ter sofrido modificações nos últimos 250 anos
Os primeiros violinos foram criados por ilustra o extraordinário nível artístico e
duas célebres escolas italianas de luteria, tecnológico alcançado pelos luthiers italia-
como é chamada a fabricação de instrumen- nos daquela época.
tos musicais de cordas e com caixa de A compreensão da acústica do violino é
ressonância: a escola de Brescia, com Gas- um desafio até os dias de hoje. Os físicos
paro Bertolotti, conhecido como Gasparo sempre se sentiram cativados por esse instru-
Da Salò (1540-1609), e a de Cremona, com mento. O alemão Albert Einstein (1879-1955),
Andrea Amati (c.1505-c.1578). Em Brescia, talvez o mais famoso físico do mundo, era
Giovanni Maggini (1580-1630) foi além dos violinista e participou de grupos de música
passos de Da Salò, seu mestre, produzindo de câmara em Berlim (Alemanha) e em Prin-
as formas atuais do violino e construindo ceton (Estados Unidos). Muitos físicos contri-
os primeiros violoncelos. Em Cremona, a buíram com pesquisas para a compreensão
Foto BrandX-pICtures/Kanguru Images

dinastia dos Amati atingiu sua supremacia das propriedades físicas e acústicas do ins-
com Nicola Amati (1596-1684), neto de An- trumento. Entre eles estão o francês Félix
drea Amati e mestre de Andrea Guarneri Savart (1791-1841), o alemão Hermann von
(1626-1698) e Antonio Stradivari (c.1644- Helmholtz (1821-1894), o norte-americano
1737). Outro renomado luthier foi Barto- Frederick Saunders (1875-1963) e o indiano
lomeo Giuseppe Guarneri (1698-1744), co- Chandrasekhara V. Raman (1888-1970). 

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As cordas e os sons
FÍSICA E MUSICOLOGIA

o músico, com o dedo, aperta a corda friccionada


contra o ‘braço’ do violino (denominado ‘espelho’).
Um violino (figura 1) é constituído de um conjunto Os violinistas também podem obter sons ‘beliscan­-
de quatro cordas de aço esticadas sobre uma caixa do’ as cordas com os dedos e com toques rápidos
acústica. As quatro cordas estão afinadas em interva- das crinas ou da madeira do arco.
los de quintas justas – o que significa sete semitons Para confeccionar o arco, a madeira ideal é a do
– e suas notas musicais e respectivas frequências são: pau-brasil (Caesalpinia echinata). O uso dessa ma-
Sol3 (196 hertz, ou ciclos por segundo), Ré4 (293,66 deira, que reúne as características mais adequadas
Hz), Lá4 (440 Hz) e Mi5 (659,26 Hz). O subíndice de de densidade, resistência e capacidade de manter a
cada nota indica a oitava correspondente na escala curvatura, foi consagrado pelo fabricante de arcos
temperada. Denomina-se ‘oitava’ o intervalo em que francês François Tourte (1747-1835). No entanto, a
a frequência de um som dobra (o Lá4 tem frequência preocupação com o corte dessa espécie, incluída nas
de 440 Hz e o Lá5 de 880 Hz, por exemplo). A escala listas de árvores ameaçadas da União Internacional
temperada é a escala musical com subdivisões (12 para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em
semitons em uma oitava) sempre iguais, utilizada inglês) e da Convenção sobre o Comércio Interna-
na música atual. cional de Espécies Ameaçadas (Cites, na sigla em
As cordas são afinadas, na frequência das notas, inglês), tem estimulado a procura de outras madeiras
ajustando-se sua tensão com minúsculos parafusos, apropriadas para a produção de arcos. Uma espécie
os microafinadores. A expressividade do violino é considerada promissora, segundo estudos desenvol-
também atribuída à existência, neste, de um timbre vidos pela botânica Edenise Segala Alves no Insti-
(ou seja, uma característica sonora) específico para tuto de Botânica de São Paulo, é a também brasilei-
cada uma de suas cordas. A mais aguda (Mi) é bri- ra maçaranduba (Manilkata elata).
lhante e incisiva; a segunda (Lá) su­gere doçura e O movimento de uma corda friccionada por um
delicadeza; a terceira (Ré) tem arco envolve um processo do tipo ‘prende-desliza’.
uma sonoridade profunda, res­ Para aumentar a capacidade de fricção entre as fibras
sonante e melodiosa; e a quarta da crina do arco e as cordas do violino (figura 3), as
(Sol) é grave e imponente. fibras são impregnadas com breu, resina obtida de
As cordas são colocadas em seiva de pinheiros. Ao passar o arco sobre a corda,
vibração pela fricção com um este a ‘prende’ e a desloca. A corda então movimen-
arco. Este é uma peça de madeira ta-se por cerca de 1 mm, e em seguida a força res-
longa, de curvatura convexa, com tauradora (tendência a retornar à posição original)
um conjunto de fibras feitas de aumenta a ponto de vencer o atrito e a corda é libe-
crina de cavalo presas a suportes rada, ‘deslizando’ pelas crinas até ser ‘presa’ de novo,
em suas extremidades (figura 2). um pouco mais adiante, recomeçando o ciclo, que
A forma convexa do arco faz se repete com a frequência da nota tocada.
com que a tensão das crinas Ao ser friccionada, a corda forma dois segmentos
se mantenha inalterada retos unidos no chamado ponto de dobra. No início,
quando o executante as esse ponto coincide com o ponto de contato entre
pressiona contra as cor- as crinas e a corda. No entanto, com a continuação
das. Assim, o executante do movimento do arco, o ponto de dobra desloca-se
obtém um som firme ao longo da corda e sofre reflexão nas extremidades
e homogêneo em qual­- desta (figura 4). A grande velocidade em que isso
quer parte do arco que acontece impede que vejamos esses segmentos:
esteja, em dado momento, podemos ver apenas os dois arcos parabólicos des-
em contato com as cor- critos pelo movimento do ponto de dobra.
das. Para definir as notas, O som musical emitido por uma corda que vibra
é determinado pelo tom fundamental e seus parciais,
Figura 1. Vista frontal de um ou harmônicos (vibrações com frequências múltiplas
violino indicando as principais de uma frequência fundamental). A vibração da
partes do instrumento, corda friccionada por um arco é diferente da vibra-
Ilustração de Samuel Alvarez

além da disposição das ção de uma corda tangida (de uma guitarra, por
quatro cordas e dos orifícios
exemplo). Quando uma corda é ‘beliscada’, os parciais
na forma de “f” estilizado
no tampo superior gerados decaem rapidamente e são ligeiramente
e das notas usadas anarmônicos. Se a corda é friccionada por um arco,
na afinação das cordas porém, a oscilação é mantida e a onda sonora resul-

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Figura 3. Imagens de microscopia eletrônica de um fio de crina FÍSICA E MUSICOLOGIA

Fotos de nelson g. H. gallo, laBoratÓrIo de mICrosCopIa eletrÔnICa, IFsC – usp


de cavalo usado em um arco de violino (A), e de uma corda de A B
aço (Lá) para violino (B). No fio de crina podem
ser vistas as pequenas escamas orientadas que
determinam a fricção com a corda. Essa última é formada
por uma fina corda central recoberta por uma
espécie de ‘fita’ metálica enrolada, artifício
que aumenta a densidade da massa
da corda sem afetar sua flexibilidade

Figura 2. O arco
de violino é feito
de fios de crina de cavalo
presos às extremidades
Foto CedIda pelos autores

de uma peça de madeira longa


1
e curva. As crinas são tensionadas
com ajuda de um parafuso
localizado em um suporte (o talão)
na extremidade do arco 2

3
tante assume uma forma denominada ‘dente de
adaptado de l. HenrIQue, ACÚSTICA MUSICAL

Figura 4. O movimento
serra’, composta pela repetição e superposição de transversal de uma
harmônicos. 4 corda excitada por
Assim, o espectro sonoro do violino tem a frequ- um arco (feito de fios
ência da nota executada (a frequência fundamental) de crina de cavalo)
e também um grande número de harmônicos de é formado por dois
5 segmentos retos
amplitudes decrescentes, todos eles múltiplos intei- unidos em um ponto
ros da frequência daquela nota. Espectros de som de dobra, o qual
ricos em harmônicos são muito apreciados em mú- percorre toda a corda
6
sica porque a qualidade do som de uma nota tocada e sofre reflexão
por um instrumento é determinada pelo número de em suas extremidades.
A velocidade em que
harmônicos presentes e suas amplitudes. Daí vem a isso ocorre não permite
7
riqueza sonora do violino. que vejamos esse
Embora a amplitude da vibração das cordas do movimento da corda.
violino seja considerável (cerca de 1 mm), o som Assim, vemos apenas
liberado para o ar é muito fraco. As cordas são mui- 8 os dois arcos
parabólicos resultantes
to finas e, ao vibrar, deslocam pequena quantidade do movimento completo
de ar. Portanto, é necessário transferir essa vibração
para uma superfície bem grande, de forma que esta,
ao vibrar, desloque um volume apreciável de ar e deira tradicionalmente empregada no tampo, por
aumente a intensidade do som. No violino, a peça ser muito elástica, firme e resistente. Para o fundo
que transfere as vibrações das cordas para a caixa (tampo inferior), são usadas as madeiras de duas es-
acústica é o cavalete, e os grandes tampos dessa pécies de aceráceas, Acer campestris e Acer platanoi-
caixa são bastante eficientes para movimentar o ar des, que apresentam densidade e rigidez maiores que
das vizinhanças e aumentar a radiação do som, atuan- a do abeto. É importante salientar que os tampos dos
do da mesma forma que o cone de um alto-falante. violinos não são meras peças de madeira: elas pre-

Madeiras especiais
cisam se comportar como ‘tábuas harmônicas’, com
modos normais de vibração cujas frequências
sigam um padrão aproximadamente harmônico.
Os luthiers fazem um cuidadoso trabalho de desbas-
te nas madeiras dos tampos e testam seus modos de
A qualidade de um violino depende das proprieda- vibração dando batidinhas com os dedos em lugares
des físicas – densidade, dureza, elasticidade e velo- determinados até alcançar o resultado pretendido.
cidade de propagação do som – das madeiras utili- No tampo superior da caixa acústica do violino
zadas em sua construção. O tampo superior e o existem dois orifícios, dispostos simetricamente
fundo dos instrumentos de corda são feitos com nos dois lados do cavalete, ambos com a forma de
madeiras diferentes. O abeto (Picea abies) é a ma- um ‘f ’ estilizado. Além de conferir um certo charme 

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FÍSICA E MUSICOLOGIA

Figura 5. A disposição das cordas no violino – cuja tensão total chega


a cerca de 250 newtons – resulta em uma força considerável sobre
a superfície do tampo superior (A). A alma e a barra harmônica, colocadas
dentro da caixa acústica do instrumento (B), são importantes em sua acústica B

à estética do instrumento, esses orifícios têm funções


acústicas bem definidas. Em primeiro lugar, tornam
o tampo mais flexível na área mais central, onde fica
o cavalete, facilitando a transmissão da vibração da
corda para o corpo do violino. Em segundo lugar,
conectam a caixa acústica, uma cavidade cheia de
ar, com o exterior, o que também influencia o som nada no mesmo sentido das cordas, essa barra tem

Ilustração de Samuel Alvarez


emitido. a função acústica de maximizar a área do tampo que
As vibrações geradas na corda são transmitidas oscila em fase (ou seja, que se move ao mesmo tem-
ao tampo superior através do cavalete e ao fundo po), o que é importante especialmente para os sons
através da ‘alma’, como é chamado o pequeno pino graves. A barra harmônica tem ainda função estru-
de madeira que conecta firmemente tampo e fundo tural: fornece suporte mecânico ao corpo do instru-
(figura 5) posicionado estrategicamente no interior mento e também ajuda o tampo a suportar parte da
do violino. As vibrações dos tampos fazem com que força exercida pelas cordas através do cavalete.
o ar, dentro da caixa, também vibre. A frequência A alma do violino, como já mencionado, é um
da ressonância dessa cavidade – chamada de ‘resso- palito cilíndrico de madeira de abeto posicionado
nância do ar’ – entre 270 e 290 Hz, reforçando sig- (não é colado) entre os dois tampos, logo abaixo da
nificativamente a sonoridade da nota da segunda ‘perna’ do cavalete no lado onde estão as cordas mais
corda do violino (Ré, com frequência de 293,66 Hz). agudas. O nome ‘alma’ reflete a importância dessa
O cavalete é uma peça crucial para o violino, peça: pequenas alterações em sua posição ou forma
porque faz o acoplamento entre as cordas e o corpo alteram significativamente o timbre e a sonoridade
do instrumento. Fabricado com madeiras duras como do instrumento. Ela altera os modos de vibração de
o bordo (Acer platanoides) e a faia (Fagus sylvatica), ambos os tampos. A alma funciona como o ponto de
o cavalete fica na parte mais flexível do corpo do apoio de uma alavanca, imprimindo um leve movi-
instrumento, exatamente a mais favorável para mento de balanço ao cavalete (como uma gangorra),
transmitir a vibração da corda para a caixa acústica. que se acopla aos modos de vibração dos tampos.
É importante salientar que o cavalete atua também Assim como nas caixas acústicas os sons graves
como filtro acústico, transmitindo melhor algumas são produzidos por alto-falantes relativamente gran-
frequências e ‘enfraquecendo’ outras. des, que deslocam grandes quantidades de ar, o
A disposição das cordas, que se estendem das movimento de grande amplitude do tampo na região
cravelhas até os microafinadores, passando pelo das cordas mais graves desloca uma grande quanti-
cavalete, no qual existem ranhuras específicas para dade de ar. No lado das cordas mais agudas, a alma
cada corda, impõe uma força considerável sobre a limita a amplitude desse movimento. O resultado é
superfície do tampo. Essa força vertical atinge em uma radiação sonora de maior intensidade para o
torno de 90 newtons, o que equivale ao peso de um instrumento como um todo e, além disso, uma in-
corpo com cerca de 9 kg sobre o delicado tampo. A tensidade mais balanceada do som, já que a inten-
forma arqueada deste ajuda a distribuir essa carga, sidade das cordas mais graves se torna comparável
evitando que ceda com o tempo. à da corda mais aguda. Simétrico na aparência ex-
O instrumento contém ainda uma pequena ripa terna, o violino tem suas propriedades acústicas
de madeira, a ‘barra harmônica’, colada na superfície fortemente influenciadas por esses dois elementos
interna do tampo, logo abaixo de uma das ‘pernas’ – alma e barra harmônica – ocultos em seu interior,
do cavalete, no lado onde ficam as cordas mais que criam uma forte assimetria acústica dentro do
graves. Fabricada com madeira de abeto e posicio- corpo do instrumento.

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FÍSICA E MUSICOLOGIA

A
Figura 6. O som que ouvimos quando um violino é tocado é a soma
de várias componentes. O arco faz a corda vibrar, produzindo uma
onda do tipo ‘dente de serra’ e um espectro de som rico em
harmônicos (A). As vibrações e ressonâncias do corpo do
instrumento (B) e do cavalete (C) reforçam os harmônicos do
espectro cujas frequências coincidam com as dos modos normais
dessas vibrações. O resultado é um espectro de som com B
componentes de diferentes intensidades (D), em função da
influência de todas essas multirressonâncias. A forma de onda de
saída foi obtida tocando a nota Ré de um instrumento real

Riqueza harmônica
C

Agora estamos em condições de discutir como é


produzido o som do violino. Quando uma corda é
D
friccionada por um arco, a oscilação é sustentada por
mais tempo e a relação entre o som fundamental e
seus parciais é praticamente harmônica. A forma da
onda resultante tem como característica um espectro
de som rico em harmônicos. Sons com muitos har-
mônicos são muito apreciados em música, porque
os sentimos como ‘cheios’ e mais ricos. No violino,
Top Foto / Kanguru Images

esses harmônicos são afetados pelas vibrações e


ressonâncias do cavalete e do corpo do instrumento O som do violino então, resulta da forma de onda
(incluindo as ressonâncias dos tampos e do ar em originada pela excitação das cordas pelo arco, modu-
seu interior), que reforçam e amplificam as componen- lada pelas vibrações e ressonâncias do corpo do
tes do som com frequências nessas ressonâncias. violino, de seus tampos e do cavalete, que reforçam
os harmônicos cujas frequências coincidem com as
dos modos normais de vibração desses corpos. O
resultado (figura 6) é um espectro de som cujos com-
ponentes terão diferentes intensidades como resulta-
do da influência de todas essas multirressonâncias.
A compreensão da influência dos componentes
na extraordinária sonoridade do violino permanece
um desafio até os dias de hoje. Um fato incontestá-
vel é que esse instrumento nos instiga tanto na
nossa curiosidade artística quanto na necessidade
de conhecimento mais profundo a seu respeito. Mas
ainda mais gratificante é apreciar uma peça execu-
tada com virtuosismo pelos músicos que dedicam
praticamente toda a vida ao domínio da técnica de
execução do instrumento. Vale a pena dedicar alguns
momentos do nosso dia para apreciar um violino.  

Sugestões para leitura

HENRIQUE, L. L. Acústica musical. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.


MENEZES, F. A acústica musical em palavras e sons. São Paulo, Ateliê Editorial, 2003.
O físico RIBEIRO, J. A. S. Sobre os instrumentos sinfônicos. Rio de Janeiro, Record, 2005.
Albert Einstein VASCONCELOS, J. Acústica musical e organologia. Porto Alegre, Movimento, 2002.
Na internet
também tocava
Artigo ‘A física do violino’ (disponível em www.sbfisica.org.br/ rbef/pdf/302305.pdf )
violino

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