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UNOESTE ‐ UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA  1

Gerência de Operações e Logística – 5º ADMINISTRAÇÃO – Profª. Sonia Sanae 
PARTE II – GESTÃO DE ESTOQUES

1º MÓDULO: CUSTOS DE ESTOQUES

1. INTRODUÇÃO
Administrar recursos materiais tem sido a preocupação de praticamente todas as pessoas
direta ou indiretamente ligadas às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto
na prestação de serviços, isto porque a gestão de tais recursos visa principalmente a redução de
desperdícios e maximização dos lucros.
Recursos Materiais são os itens ou componentes que uma empresa utiliza nas suas
operações do dia-a-dia, na elaboração do seu produto final ou na execução do seu objetivo social.
Como tal, são adquiridos regularmente, constituindo os estoques das empresas.
O estudo do papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo da própria
administração. Os estoques são usados como elemento regulador das diferenças entre fornecimento
e demanda, e sempre foi alvo de atenção dos gerentes. Por um lado, eles são custosos e algumas
vezes empatam considerável quantidade de capital. Também são arriscados porque itens mantidos
em estoque podem deteriorar, tornar-se obsoletos ou apenas perder-se e, além disso, ocupam espaço
valioso na produção. Por outro lado, proporcionam alguma segurança em um ambiente complexo e
incerto, pois hoje todas as empresas procuram de uma forma ou de outra, obter uma vantagem
competitiva em relação a seus concorrentes, e a oportunidade de atender os clientes prontamente, no
momento e na quantidade desejada, é facilitada por meio de uma eficaz administração dos estoques.
A administração de estoques é de importância significativa na maioria das empresas, tanto
em função do próprio valor dos itens mantidos em estoque, como pela associação direta com o ciclo
operacional da empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de estoques também
dependem em grande parte do nível de vendas, com uma diferença: enquanto os valores a receber
surgem após a realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes das realizações das
vendas.
Essa é uma diferença crítica, e a necessidade de prever as vendas antes de se estabelecer os
níveis desejados de estoques torna sua administração uma tarefa difícil. Deve-se observar também
que os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das vendas (caso tenham sido
subdimensionados) ou a custos de estocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados),
residindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques, a importância da sua
administração.

2. CONCEITO DE ESTOQUE
“Entende-se por estoque quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de
forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tantos os produtos acabados
que aguardam a venda ou despacho, como matérias-primas e componentes que aguardam utilização
na produção” (MOREIRA, 2008, p. 447).
Pode-se definir ainda estoque como a acumulação armazenada de recursos materiais em um
sistema de transformação. Algumas vezes também é usado para descrever qualquer recurso
armazenado. A tabela 1 a seguir apresenta alguns exemplos de estoques existentes.

Apostila Resumo: MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009. Cap. 7.
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Tabela 1: Exemplos de estoques mantidos em operações
Operação Exemplos de estoque mantidos em operações

Hotel Itens de alimentação, de toalete, materiais de limpeza


Hospital Gaze, instrumentos, sangue, alimentos, drogas, materiais de limpeza
Loja de varejo Produtos a serem vendidos, materiais de embrulho
Armazém Produtos armazenados, materiais de embalagem
Distribuidor de autopeças Autopeças em depósito principal, autopeças em pontos de distribuição locais
Manufatura de televisor Componentes, matéria-prima, semi-acabados, televisores acabados, materiais
de limpeza
Metais preciosos Materiais (ouro, platina etc.) esperando serem processados e completamente
acabados

3. PORQUE EXISTE ESTOQUE?


Independentemente do que está sendo armazenado como estoque, ou onde ele será
posicionado na operação, ele existe porque há uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento
e demanda. Se o fornecimento de qualquer item ocorresse exatamente quando fosse demandado, o
item nunca seria estocado.
Deste modo, o estoque é criado para compensar diferenças de ritmo entre fornecimento e
demanda, ou seja, os estoques têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de negócios. A
analogia com a caixa-d´água de nossas residências é muito adequada. A Figura 1 mostra
esquematicamente esta analogia.

Figura 1: Analogia dos Estoques


Fonte: Martins; Alt (2009, p. 168)

Quando a velocidade de entrada dos itens é maior que a de saída, ou quando o número de
unidades recebidas é maior do que o número de unidades expedidas, o nível de estoque aumenta.
Se, ao contrário, mais itens saem (são consumidos), do que entram, o estoque diminui. E se a
quantidade que é recebida é igual a que é despachada, o estoque mantém-se constante. Se
considerarmos V(t) a velocidade de entrada (unidades recebidas/unidade de tempo), v(t) a
velocidade de saída (unidades expedidas/unidade de tempo) e E o estoque, tem-se:
V(t) x t  v(t) x t E aumenta
V(t) x t  v(t) x t E diminui
V(t) x t = v(t) x t E mantém-se inalterado

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Exemplo 1 - A empresa Bejotão consome o item BJ3 a uma velocidade de 450 unidades por dia. O
BJ3 é comprado de terceiros e usado na montagem do produto final da empresa. Sabendo-se que,
em uma semana útil de 5 dias, a Bejotão recebeu dois lotes de 2.500 unidades do item, qual foi a
variação do estoque do BJ3 nessa semana?

Solução:
Recebimentos: V(t) x t  2 x 2.500 unidades = 5.000 unidades/semana
Consumo: v(t) x t  5 dias/semana x 450 unidades/dia = 2.250 unidades/semana
Como V(t) x t  v(t) x t, o estoque aumenta em 2.750 unidades na semana

Portanto, conseguir a igualdade é o grande objetivo e desafio da gestão de estoques, em que


os estoques podem ser nulos.
Em suma, algumas razões para se manter estoques podem ser destacadas:
 Estoque isolador (ou estoque de segurança): seu propósito é compensar as incertezas
inerentes a fornecimento e demanda, ou seja, proteger a empresa das variações da demanda.
Por exemplo: uma operação de varejo nunca pode prever a demanda perfeitamente.
 Estoques especulativos: são estoques formados por razões de preços especiais, por
descontos por quantidade, promoções etc.
 Estoque de antecipação: antecipar demanda futura é também uma razão para se manter
estoques. É usado para compensar sazonalidade de demanda ou fornecimento. Esse tipo de
estoque pode ser usado para regularizar o processo de produção. Exemplos deste tipo de
estoque são estoques de produtos para venda no Natal, de brinquedos no Dia das Crianças,
de ovos de páscoa, na Páscoa.
 Estoques em trânsito ou estoque no canal (de distribuição): ocorre porque o material não
pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de
demanda. Portanto, todo estoque em trânsito é estoque no canal.
 Estoque de ciclo: o estoque de ciclo ocorre quando um ou mais estágios na operação não
podem fornecer todos os itens que produzem simultaneamente. Isto porque as operações têm
ritmos diferentes de produção dentro do processo. Por exemplo: uma padaria que produz
diferentes tipos de pães.
 Estoque morto: estoque de produto obsoleto.
Os recursos investidos em estoques variam muito dependendo do setor industrial a que a
empresa pertence. Quando gerenciam estoques os gerentes estão cuidando de parcela substancial
dos ativos da empresa. Daí a justificativa de a maioria das empresas terem um departamento, setor,
divisão – ou qualquer outro nome que venham a dar, para cuidar e gerir os materiais em estoque,
quer sejam matéria-prima, quer sejam produtos em processo ou acabados.

4. TIPOS DE ESTOQUES
Os estoques podem ser classificados, principalmente para efeitos contábeis em cinco grandes
categorias (MARTINS; ALT, 2009, ps.170-171):
 Estoques de materiais: todos os materiais que a empresa compra para usar no processo
produtivo fazem parte dos estoques de materiais, independente de serem materiais diretos,
que se incorporam ao produto final, ou indireto, que não se incorporam ao produto final.
Aqui se incluem também os materiais auxiliares e de manutenção, ou seja, itens utilizados
pela empresa, mas que pouco ou nada se relacionam com o processo produtivo, como os

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materiais de escritório e de limpeza. É importante ressaltar que o termo matéria-prima se
refere aos materiais que se incorporam ao produto acabado.
 Estoques de produtos em processo: correspondem a todos os itens que já entraram no
processo produtivo, mas que ainda não são produtos acabados. São materiais que
começaram a sofrer alterações, mas não foram finalizados.
 Estoques de produtos acabados: são todos os itens que já estão prontos para serem
entregues ao consumidor final. São os produtos finais da empresa. Os itens como os de
revenda se enquadram nesta categoria.
 Estoques em trânsito: correspondem a todos os itens que já foram despachados de uma
unidade fabril para outra, normalmente da mesma empresa, e que ainda não chegaram ao seu
destino final.
 Estoques em consignação: são os materiais que continuam sendo propriedade do
fornecedor até que sejam vendidos. Em caso contrário, são devolvidos sem ônus.

5. IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUES


Há dois pontos de vista, segundo os quais a gestão de estoques adquire grande importância e
merece cuidados especiais: o operacional e o financeiro. Do ponto de vista operacional os
estoques permitem certas economias na produção e também regulam as diferenças de ritmos entre
os fluxos principais de uma empresa, principalmente se ela for do ramo industrial: o fluxo de
produção e o fluxo com que os produtos são entregues para a distribuição ou o consumo, ou seja, a
taxa de demanda. Com frequência, a produção não consegue responder rapidamente a aumentos
bruscos da demanda, havendo a necessidade de estoques de produtos acabados para atender a esses
aumentos; em outras ocasiões, a entrega de matérias-primas não acompanham as necessidades de
produção, pelo que também se justificam os estoques. Por outro lado, acumulam-se estoques de
produtos acabados, material em processo ou matérias-primas sempre que as demandas mostrarem-
se abaixo das expectativas. De forma geral, pois, o estoque faz o papel de elemento regulador de
velocidade de fluxo para a produção.
Do ponto de vista financeiro, basta lembrar que estoque é investimento e conta como parte
do capital da empresa. Quanto maiores os estoques, maior é o capital total. Como a taxa de retorno
é computada como o quociente dos lucros pelo capital, é claro que, quanto maiores os estoques,
sendo as outras condições idênticas, menor será a taxa de retorno, que é o indicar mais usado de
eficiência na gestão. Também sob a ótica financeira, outro conceito básico é o índice de rotação dos
estoques, definido como o quociente do valor da produção anual pelo valor médio empatado em
estoques de matérias-primas, componentes e material de processo. Se esse índice for de 20, por
exemplo, isso significa que o estoque gira 20 vezes por ano.
Neste contexto, é notório que todas as empresas devem se preocupar-se com o controle dos
estoques, visto que desempenham e afetam de maneira bem definida o resultado da empresa. Além
disso, atender os clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da
maioria das empresas. Assim, a rapidez e a presteza na distribuição das mercadorias assumem cada
vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura. Ademais,
os estoques também podem ser usados nas negociações de preços com os fornecedores.

6. CUSTOS DOS ESTOQUES


Na tomada de decisão de quanto comprar, os gerentes de produção primeiro tentam
identificar os custos que serão afetados por sua decisão. Por isso é usual ouvirmos que estoque custa
dinheiro. A necessidade de manter estoques acarreta uma série de custos às empresas. Podemos

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classificar os custos de manter estoques em 3 grandes categorias: custos diretamente proporcionais
à quantidade estocada, inversamente proporcionais à quantidade estocada e independente da
quantidade estocada.

6.1. Custos Diretamente Proporcionais


Ocorrem quando os custos crescem com o aumento da quantidade média estocada. Por
exemplo, quanto maior o estoque, maior o custo de capital investido. Do mesmo modo, quanto
maior a quantidade de itens armazenados, maior a área necessária e maior o custo de aluguel.
Por todos esses fatores de custos serem decorrentes da necessidade da empresa manter ou
carregar estoques, eles também são chamados de custos de carregamento de estoque. Assim, os
custos de carregamento incluem os custos de oportunidade, estocagem e manuseio do material,
taxas e seguros, perdas e furtos, obsolescência e o mais importante, o custo do capital investido.
É também comum a divisão desses custos em 2 grandes subcategorias:
 custo de capital – correspondente ao custo do capital investido. Em outras palavras, o
investimento em estoque é uma soma de dinheiro indisponível para quaisquer atividades
fora da produção;
 custo de armazenagem – correspondente ao custo do espaço ocupado pelas mercadorias,
seguros, taxas, perdas, obsolescência do material ou sua deterioração. Dito de uma forma
bem simples, o custo de armazenagem é aquele que existe apenas porque o material foi
estocado.
Representando por i a taxa de juros correntes e por P o preço de compra do item de estoque,
quando produzido por terceiros, ou o custo de fabricação, quando produzido internamente, podemos
escrever:
Custo do capital  i x P

Se CA indicar o somatório de custos relacionados à armazenagem como manuseio e


obsolescência, seguros etc., ou seja:
Custo de Armazenagem = CA
Assim, o custo de carregamento dos estoques será:
CC  C A  (i x P) (1)
A unidade dimensional será: unidade monetária (unidade estocada) / (unidade de tempo)

Exemplo 2 - Um item tem custos de armazenagem anual total de $0,60 por unidade e preço de
compra unitário de $2,00. Considerando uma taxa de juros de 12% ao ano, calcular o custo de
carregamento do estoque desse item.

Solução:
CA = $0,60 unidade/ano
P = $2,00/unidade
i = 12% a.a. = 0,12 a.a.

CC  $0, 60unidade / ano  (0,12 / ano x $2, 00 / unidade)


CC  $0, 60unidade / ano  $0, 24unidade / ano
Cc = $0,84 unidade/ano

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A grande dificuldade é a avaliação correta desses vários fatores de custos, tais como o de
armazenagem, em que devemos atribuir um valor para o aluguel dos almoxarifados. No caso do
manuseio, devemos atribuir um custo de depreciação para os equipamentos, como empilhadeiras,
carrinhos manuais, pontes rolante. Por meio de um sistema de custeio adequado, esses custos
podem ser avaliados com boa precisão.

6.2. Custos Inversamente Proporcionais


São os custos, ou fatores de custos, que diminuem com o aumento do estoque médio, isto é,
quanto mais elevados os estoques médios, menores são tais custos (ou vice-versa) são os
denominados custos de obtenção, no caso de itens comprados, e custos de preparação, no caso de
itens fabricados internamente. Para um dado consumo (D) anual constante, se a compra for efetuada
uma única vez por ano, o lote (Q) deverá ser de D unidades, e o estoque médio correspondente de
Q/2. Assim:

Número de vezes que a Tamanho do lote Estoque médio


compra é efetuada por ano
1 Q=D Q D
EM  
2 2
2 D Q D
Q EM  
2 2 4
3 D Q D
Q EM  
3 2 6
4 D Q D
Q EM  
4 2 8

Quanto mais vezes se comprar ou se preparar a fabricação, menores serão os estoques


médios e maiores serão os custos decorrentes do processo tanto de compras como de preparação.

Exemplo 3 - A empresa Capitol, com base nos dados do ano anterior, computou todas as despesas
do departamento de compras, como custos de mão de obra e encargos, materiais de escritório,
aluguel de salas, correio, telefone e fax chegando a um valor médio de $15,00 por emissão de
pedido de compras. Determinar os custos que serão incorridos na obtenção de um item de estoque
cujo consumo anual é de 12.000 unidades para as seguintes políticas:
a) comprar uma única vez por ano;
b) comprar duas vezes por ano;
c) comprar 10 vezes por ano.

Solução:
Custo do pedido = $15,00 (refere-se ao custo de se encomendar a mercadoria, no caso de que seja
comprada externamente. É a soma de todos os custos incorridos desde o momento em que o pedido
é feito até o momento em que a mercadoria é estocada. Admite-se, geralmente, que o custo do
pedido não depende da quantidade comprada. Desse modo percebe-se que é mais interessante
encomendar em grandes quantidades, justamente para ratear o custo do pedido por um número
maior de unidades).
Custo de Obtenção (Co) = número de pedidos por período (n) x custo do pedido no período (Cp).

a) Comprar uma única vez por ano  lote = 12.000 unidades


Custo de obtenção = 1 pedido/ano x $15,00/pedido = $15,00/ano

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b) Comprar 2 vezes por ano  lote = 6.000 unidades
Custo de obtenção = 2 pedidos/ano x $15,00/pedido = $30,00/ano
c) Comprar 10 vezes por ano  lote = 1.200 unidades
Custo de obtenção = 10 pedidos/ano x $15,00/pedido = $150,00/ano

Os estoques médios (Q/2) decorrentes serão, em cada um desses casos, 6.000 unidades,
3.000 unidades e 600 unidades respectivamente. A tabela 2 mostra a relação entre custos de
obtenção e estoque médio mantido.

Tabela 2: Variação do custo de obtenção em função do estoque médio


Custo de Obtenção ($) Estoque médio (unidades)
15,00 6.000
30,00 3.000
150,00 600

Pela tabela 2 pode-se perceber que quanto menor o estoque, maior o custo de obtenção.
Raciocínio análogo aplica-se quando se trata de custos de preparação de ordens de fabricação ou
produção. A única diferença é que em vez de lote de compras, tem-se o lote de fabricação. A
unidade dimensional dos custos de obtenção ou preparação é de $/lote comprado ou fabricado.
Simplificando $/lote ou $/pedido.
Para calcularmos o número de pedidos (n) ou ordens emitidos por unidade de tempo,
consideramos o consumo por unidade de tempo como D, o tamanho do lote de compras ou de
fabricação em unidades como Q, e o custo do pedido como Cp. Assim, o número de pedidos (n)
será:
D
n (2)
Q
D
CO  n  C p ou CO  Cp (3)
Q

Exemplo 4 - Uma empresa revende o produto FR56, que é utilizado na construção de residências e
tem uma demanda anual estimada em 2.400 unidades. Ela trabalha com apenas um fornecedor,
localizado a 450 km de distância. O custo do transporte, de $240,00 por lote, fica por conta do
comprador. O custo de emissão de um pedido é estimado em $50,00. Sabendo que a empresa
planeja comprar todo mês o FR56 de seu fornecedor, determinar o custo total anual de obtenção.

Solução:
D = 2.400 unidades/ano
n = 12 pedidos (um pedido por mês)
Q = 2.400/12 = 200 unidades/pedido ou 200 unidades/lote
Custo de obtenção (Co) = (número de pedidos por período (n) x custo do pedido no período (Cp)) +
(número de pedidos por período (n) x custo do transporte)
Custo de obtenção (Co) = (12 pedidos/ano x $50,00/pedido) + (12 pedidos/ano x $240,00/pedido)
Custo de obtenção (Co) = 3.480,00/ano

Observe que os custos de pedir e de transporte, por serem inversamente proporcionais (ou
seja, da mesma natureza) ao estoque médio, se somam.

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6.3. Custos Independentes
São aqueles que independem do estoque médio mantido pela empresa, como, por exemplo, o
custo do aluguel de um galpão. Geralmente é um valor fixo. Como independem da quantidade
estocada, sua unidade dimensional é medida em unidades monetárias por unidade de tempo, como
$/mês, e será representado por CI.

6.4. Custos Totais de Manter Estoques


Se somarmos os 3 fatores de custos analisados até aqui, mais os custos do material
comprado, teremos os custos totais de se manter os estoques (CT):

CT = custos diretamente proporcionais + custos inversamente proporcionais + custos


independentes + custo do material comprado (4)

Lembrando que os custos diretamente proporcionais são: (C A  (i x P )) x (estoque médio)


E de que os custos inversamente proporcionais são iguais a: (n. de pedidos efetuados(n) x Cp)
E os custos totais de estocagem podem ser representados por:
CT  ((C A  (i x P )) x (estoque médio))  ((n º de pedidos efetuados ) x(C p ))  custos independentes
(CI )  custos do material comprado ( D x P)
Se considerarmos Q o tamanho (invariável) do lote de compra ou de fabricação em
unidades, o estoque médio será Q/2. Assim teremos:
Q D
CT  ((C A  (i x P)) x ( ))  ( xC p )  (CI )  ( D x P ) (5)
2 Q
Exemplo 5 - Determinar o custo total anual de manutenção dos estoques de uma empresa que
comercializa um produto cuja demanda anual é de 40.000 unidades. O produto é comprado por
$2,00 a unidade. Numa taxa de juros correntes no mercado de 24% ao ano, os custos de
armazenagem são de $0,80 por unidade, e os custos invariáveis (independentes) anuais para esse
item de estoque são estimados em $150,00. Os custos de pedir são de $25,00 por pedido. Calcule o
custo total de estocagem para lotes de compra de 1.000, 1.200 e 1.400 unidades.

Solução:
D = 40.000 unidades/ano
P = $2,00/unidade
i = 24% a.a. = 0,24 a.a.
CA = $0,80/unidade
CI = $150,00/ano
Cp = $25,00/pedido

a) Q = 1.000 unidades
CT = (0,80 + (0,24 x 2)) x (1.000/2) + (40.000/1.000) x (25) + 150 + (40.000 x 2)
CT = 640,00/ano + 1.000,00/ano + 150,00/ano + 80.000/ano
CT = $81.790,00/ano

b) Q = 1.200 unidades
CT = (0,80 + (0,24 x 2)) x (1.200/2) + (40.000/1.200) x (25) + 150 + (40.000 x 2)
CT = 768,00/ano + 833,33/ano + 150,00/ano + 80.000/ano
CT = $81.751,33/ano

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c) Q = 1.400 unidades
CT = (0,80 + (0,24 x 2)) x (1.400/2) + (40.000/1.400) x (25) + 150 + (40.000 x 2)
CT = 896,00/ano + 714,28/ano + 150,00/ano + 80.000/ano
CT = $81.760,28/ano

7. PRESSÕES PARA A MANUTENÇÃO DE BAIXOS NÍVEIS DE ESTOQUES


Os estoques são uma forma de desperdício e, por isso, devem ser eliminados ou reduzidos ao
mínimo. Essa proposição, uma das pedras angulares do Just in Time, advoga a eliminação dos
estoques até se chegar ao fluxo de uma única peça (one piece flow).
No lote de uma única peça, são necessárias tantas preparações quantas forem as unidades
demandadas. Por exemplo, para uma demanda de 40.000 unidades, 40.000 preparações terão que
ser feitas. O que se tem é uma situação em que lotes pequenos são produzidos. Assim para que haja
uma recompensa nos custos totais, há a necessidade de uma grande redução nos custos de
preparação (setup).
Mas o que pode ser feito para que isso aconteça? Existem muitas alternativas, por exemplo:
melhorar a precisão em termos de qualidade e prazos, das previsões de vendas, reduzir os ciclos de
manufatura e conseguir parcerias com os fornecedores, para ter melhores preços e condições de
pagamento e prazos, além de qualidade assegurada. Outras medidas são:
 eliminação, em todos os setores e em todas as funções, das atividades que não agregam valor
ao produto;
 estabelecimento de estoques de segurança mínimos e realistas – é preciso medi-los sempre e
agir imediatamente para corrigir distorções;
 introdução ao gerenciamento por atividades – para isso pode-se usar a Curva ABC como
instrumento;
 balanceamento entre um bom fornecedor para seu cliente e um gerador de lucros para sua
empresa.

Exemplo 6 - O consumo anual do item PY54 da Car Eira é de 12.000 unidades. Os custos anuais do
carregamento da empresa são de $0,60 por unidade. Os custos de pedir (preparação de itens
fabricados) são de $20,00 por ordem e compõem-se basicamente dos custos de mão de obra e
encargos. O custo de fabricação (interna) é de $0,50/unidade. A empresa fabrica atualmente o item
PY54 em lotes de 1.000 unidades. Desprezando os custos invariáveis, calcular os custos totais de
estocagem.

Solução:
CT = (0,60 unidade/ano) x (1.000/2) + (12.000/1.000) x 20/ordem + (12.0000 x 0,50)
CT = 6.540,00/ano

Exemplo 7 - Se a Car Eira deseja implantar um sistema Just in Time para o PY54, passando a
produzir lotes de 80 unidades, qual será seu novo custo total anual de estoque, se não houver
alteração no custo de pedir (preparação)?

Solução:
CT = (0,60 unidade/ano) x (80/2) + (12.000/80) x 20/ordem + (12.0000 x 0,50)
CT = 9.024,00/ano

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Exemplo 8 - A Car Eira submeteu-se a um profundo processo de reestruturação conseguindo, entre
outras coisas, abaixar consideravelmente seu custo total de estocagem por ano, que passou de
$9.024,00 para $6.515,00. Considerando que todos os outros valores permaneceram constantes, de
quanto deverá ser a redução nos custos de pedir (preparação)?

Solução:
6.515 = (0,60 unidade/ano) x (80/2) + (12.000/80) x Cp + (12.0000 x 0,50)
Cp = 3,27/preparação, com uma redução de custos de $20,00/ordem para 3,27/ordem, ou 83,63%.

Esse raciocínio é aplicável a todas as empresas. Elas devem reduzir o máximo possível os custos
de obtenção, por meio de parcerias e novos métodos de compra, como o EDI, Internet, E-commerce.

8. PRESSÕES PARA A MANUTENÇÃO DE ALTOS NÍVEIS DE ESTOQUES


Altos níveis de estoques, de um modo geral, significam maior probabilidade de pronto
atendimento aos clientes. O não atendimento de um pedido, na quantidade e prazo solicitado pelo
cliente, traz certamente prejuízo à empresa. Embora seja muito difícil quantificar monetariamente
este prejuízo. Os principais itens responsáveis por elevados estoques são: matéria-prima e material
em processo não necessários ao balanceamento ótimo do ciclo de produção e, produto acabado que
não possa ser vendido.
Mas, quem cria estoque em excesso? Vejamos algumas áreas que podem elevar o estoque:
 A área de marketing aumenta o estoque quando emite planos de venda otimistas, quando se
empenha em exigir o cumprimento do plano de vendas e, em consequência do plano de
manufatura, sem ter pedidos suficientes, e quando vende acima da capacidade de produção
ou quando introduz novos produtos sem um plano bem definido de esgotamento dos
produtos substituídos;
 A área de engenharia pode ser responsável ao fazer modificações no produto que levam a
criação de refugos ou materiais obsoletos;
 O controle da qualidade pode estabelecer procedimentos que não são compatíveis ou que
levam a uma frequência exagerada de interrupções, estabelecendo exigências de controle
acima dos níveis de mercado;
 Pela manufatura se ela fizer os pedidos de materiais considerando um tempo de
fornecimento maior do que o necessário (material se acumula no estoque de entrada ou há
atraso no início do ciclo de produção), ou se ela projetar muitos estoques de segurança, por
medo de atrasos de entrega pelos fornecedores ou insegurança na estabilidade do processo.
 A área de suprimentos poderá ser responsável se permitir entregas de materiais antes do
prazo ou em quantidades diferentes da estabelecida; aceitar prazos não realistas dados pelos
fornecedores ou se aceitar “ofertas especiais” dos fornecedores.
 Os gerentes também podem ser responsáveis, se eles forem incapazes de aceitar “riscos
calculados”, se deixarem refugos e materiais obsoletos se acumularem sem um plano de
ação para dispor deles.
A manutenção de estoques traz vantagens e desvantagens às empresas. Vantagens no que se
refere ao pronto atendimento aos clientes, e desvantagens no que se refere aos custos decorrentes de
sua manutenção. Compete ao administrador de materiais encontrar o ponto de equilíbrio adequado à
empresa em certo momento, embora os benefícios decorrentes do pronto atendimento sejam mais
difíceis de ser avaliados do que os custos decorrentes.

Apostila Resumo: MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009. Cap. 7.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 3.
ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
2) MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo:
Cengage Learning, 2008.

10. EXERCÍCIOS PROPOSTOS


1) Qual a importância operacional e financeira da gestão de estoques?

2) Por que os estoques são considerados uma forma de desperdício?

3) Quais as vantagens de se manter elevados níveis de estoque?

4) Quais são os principais custos envolvidos na gestão de estoques e qual a sua composição?

5) Uma empresa comercializa um item cuja demanda anual é de 5.000 unidades. Determinar o
número de pedidos (n) de compra que se deve emitir por ano para uma compra:
a) em lotes de 1.000 unidades;
b) em lotes de 500 unidades;
c) em lotes de 100 unidades.

6) Se a empresa do exercício 5 trabalha 250 dias por ano, qual deverá ser o intervalo entre os
pedidos de compras em cada uma das situações, isto é, comprar lotes de 1.000, 500 ou 100
unidades?

7) A empresa Cred Card compra por ano aproximadamente 60.000 unidades de um item. Quando
10.000 unidades são compradas de uma vez, os custos de pedido e recebimento são de $72,00 por
pedido. Esses custos aumentam somente em 25% quando o lote é dobrado. Qual será o custo anual
de obtenção quando lotes de 10.000 e 20.000 unidades forem comprados?

8) A demanda mensal de um item de estoques é de 450 unidades. Os custos de pedir são de $40,00
por pedido (o item é comprado de terceiros). Sabendo-se que a taxa de juros corrente é de 25% ao
ano e que o item é comprado por $2,50/unidade, com custos fixos de $60,00/ano. Determine os
custos totais de estoque. Os lotes de compra serão de 600 unidades/lote.

9) Uma empresa efetuou o levantamento de vários fatores de custos envolvidos na manutenção dos
estoques, encontrando:
Armazenagem $0,08 unidade/mês
Obsolescência $0,04 unidade/mês
Perdas $2,45 unidade/ano
Furtos e roubos $1,50 unidade/ano
Preço de compra do item $2,40 /unidade
Taxa de juros (ao ano) 12,00%
Custo de pedir (compra) $28,00/pedido
Custo de transporte $30,00/pedido
Custos independentes $15,00/ano

Considerando Q = 500 unidades/lote e D = 5.000unidades/ano Determinar:


a) Custo unitário de carregamento ou diretamente proporcional ao estoque médio;
b) Custo unitário de obtenção ou inversamente proporcional ao estoque médio;

Apostila Resumo: MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3. ed. São
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c) Custo total dos estoques.

10) Determinar o custo total (CT) de estoque do item WJ-2530, fornecido por terceiros, sabendo-se:
 Consumo = 25.000 unidades/ano
 Custo de Capital (taxa de juros) = 15% ao ano
 Preço do item = $0,15/unidade
 Custo de preparação do pedido de compra = $60,00/pedido
 Custo de armazenagem = $0,08 unidade/ano
 Custos invariáveis = $150,00/ano
 Lote de compra = 5.000 unidades/lote

11) O consumo de um item de estoque é de 1.200 unidades/mês. O preço de compra do item é de


$1,25 por unidade e o custo de pedir é de $45,00 por pedido. O custo de carregamento é equivalente
a 15% do preço do item, por unidade/ano. O fornecedor do item só vende lotes múltiplos inteiros de
2.000 unidades. Os custos independentes são desprezíveis. Entre as opções de comprar lotes de
2.000 unidades ou 4.000 unidades, qual você escolheria? Justifique sua resposta.

12) Uma empresa deseja implantar um sistema de produção “puxado” com a utilização de um
sistema de cartões Kanban que propicie uma redução de custos de estocagem de 50%. Atualmente a
empresa opera no sistema de produção em lotes de 800 unidades/ordem. A demanda anual está
estabilizada em 50.000 unidades/ano, os custos de armazenagem são de $0,80 unidade/ano e os de
pedir são de $30,00/ordem. Para que consiga reduzir os custos, de quanto deverá ser a redução dos
custos de obtenção, considerando que os demais permaneçam inalterados e que CI = $200,00 ano?

Apostila Resumo: MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009. Cap. 7.

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