Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Norte
do Estado do Rio de Janeiro
Setembro 2010
Capa 1 espiral 2ª_Layout 1 30/08/10 11:31 Page 3
Projeto:
Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Norte e Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro
Os vultosos investimentos que estão sendo e serão realizados na Região Norte Fluminense
associados à Bacia de Campos constituem um forte elemento indutor do seu desenvolvi-
mento, se adequadamente geridos segundo os preceitos da sustentabilidade econômica
social e ambiental. Neste sentido, a elaboração de um plano de desenvolvimento sustentá-
vel, de longo prazo, certamente trará, depois de concluído, um diferencial estratégico com-
petitivo para os gestores públicos, empreendedores privados e do terceiro setor e, igualmen-
te, para toda a sociedade que vive nessa Região e na Noroeste, sua vizinha integrada.
onde estamos em relação ao restante da sociedade? e, onde queremos chegar numa visão
de futuro, dos próximos 25 anos?
Como produto, ao final de sua realização, estará disponível uma carteira de projetos estrutu-
rantes e articulados de curto, médio e longo prazos, capazes de induzir e promover o pro-
cesso de desenvolvimento regional. Essa carteira será incorporada ao Sistema de informa-
ção de Gestão Estratégica do Estado do Rio de Janeiro, SIGE- RIO, onde tornar-se-á aces-
sível, via Internet, para os interessados em sua implementação,
Edição Final
A Etapa 1, denominada Análise Situacional, foi realizada em quatro meses e teve como pro-
dutos, os seguintes relatórios:
Primeiro Momento
Segundo Momento
• os resultados escritos pelos grupos, nessas oficinas, foram considerados como contri-
buições passando a constar do conteúdo dos relatórios;
Finalmente, mas da maior importância, cumpre lembrar que os relatórios deste Plano rece-
beram, desde sua divulgação inicial, inúmeras sugestões, comentários e ajustes, que foram
devidamente considerados em uma revisão completa de todo o material produzido, que foi ,
por conseguinte, integralmente reeditado, nesta sua versão final.
Coordenação Geral
Setembro de 2010
1ª Parte
1. História .............................................................................................................. 13
2. Etnografia .......................................................................................................... 65
2ª Parte
in Emergência, 2001.
Steven Johnson
Economia
Capítulo 5
Autora:
Nildred Stael Fernandes Martins
Colaboradores:
Arnaldo Clemente Vieira
Leandro Alves Silva
Maria Fernanda Souza Jácome
Renato Martins Passos Ferreira
Rogério Augusto Figueiredo Coutinho
4.4 O Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas - Lei nº 12.014/2009 ................... 627
4.7 A Potencialidade dos Créditos de Carbono na Região Norte Fluminense ............ 630
5.2.1 Regiões Turísticas dos Municípios da Região Norte Fluminense ......................... 639
5.3 Descrição dos Principais Atrativos Turísticos da Região Norte do Estado do Rio de
Janeiro ................................................................................................................. 640
5.4.1 Infraestrutura Turística da Região Norte do Estado do Rio de Janeiro ................. 657
6.1 Estrutura Produtiva das Regiões Norte e Noroeste Fluminenses ......................... 660
9. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 703
FIGURAS
Figura 1 - Processo Normal de Absorção dos Raios UV e Liberação na Forma de Raios
Infravermelhos ................................................................................................................... 622
FOTOS
Foto 1 - Região Abrangida pelo Domínio Geoambiental Norte-Noroeste Fluminense ........ 636
Foto 2 - Região Abrangida pelo Domínio Geoambiental Norte-Noroeste Fluminense ........ 636
Foto 5 – Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Lagoa de Cima ................. 642
Fotos 6 e 7 – Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Morro do Itaóca......... 642
Foto 8 – Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Pantanal da Costa Doce... 643
Foto 11 – Região Norte Fluminense, Conceição de Macabu, Cachoeira da Amorosa ....... 645
Foto 12 – Região Norte Fluminense, Macaé, Praia dos Cavaleiros ................................... 646
Foto 28 – Rio das Ostras, Parque Natural Municipal dos Pássaros ................................... 652
Foto 29 – Rio das Ostras, Monumento Natural dos Costões Rochosos............................. 652
Foto 34 – Rio das Ostras, Museu do Sítio Arqueológico Sambaqui de Tarioba ................. 654
Foto 36 – Região Norte Fluminense, São Fidélis, Solar do Barão de Vila Flor................... 655
Foto 37 – Região Norte Fluminense, São Francisco de Itabapoana, Praia Lagoa Doce .... 656
Foto 38 – Região Norte Fluminense, São João da Barra, Praia de Grussaí....................... 657
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Mesorregiões, Produto Interno Bruto, 2007 597
Gráfico 2 - Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Mesorregiões Fluminenses, Taxa Média Anual
de Crescimento entre 1996 e 2007 .................................................................................... 599
Gráfico 3 - Mesorregião Norte Fluminense, Evolução Produto Interno Bruto Total e por
Setores Econômicos, 1996, 2000 e 2007........................................................................... 600
Gráfico 5 – Macaé, Exportações, Importações e Balança Comercial, 2000 a 2008 ........... 603
Gráfico 11 – Emissões de CO2eq pelo Uso de Energia por Região (Gg CO2eq e %) ....... 632
Gráfico 12 – Região Norte Fluminense, Participação dos Setores no Total das Emissões de
Gases Estufa pelo Uso de Energia (%).............................................................................. 632
Gráfico 13 – Emissões de CO2eq pelos Resíduos Sólidos Urbanos (Gg CO2eq e %) ....... 633
Gráfico 14 – Emissões de CO2eq pelos Esgotos Sanitários por Região (Gg CO2eq e %) . 634
MAPAS
Mapa 2 - Região Norte Fluminense, Localização das Unidades de Açúcar e Álcool, 1970 612
Mapa 3 - Localização das Unidades Industriais Fluminenses de Açúcar e Álcool, 2007 .... 613
TABELAS
Tabela 4 – Região Norte Fluminense, Desempenho Econômico, 2000 - 2007 .................. 601
Tabela 16 – Região Norte Fluminense, Efetivo de Rebanhos por Tipo de Rebanho, 1995 -
2008 .................................................................................................................................. 617
Tabela 17 – Região Norte Fluminense, Produção de Origem Animal por Tipo de Produto,
1995 e 2008....................................................................................................................... 617
Tabela 25 – Distribuição das Atividades de Projeto no Brasil por Tipo de Projeto.............. 626
Tabela 26 - Emissões de CO2eq por Região do Estado do Rio de Janeiro ....................... 631
Tabela 32 – Divisão CNAE com QL maior que 1 para o Estado do Rio de Janeiro, QL para
as Regiões Norte e Noroeste Fluminense, QL para Região Sudeste e Para Demais Regiões
do Brasil, 2008................................................................................................................. 664
Tabela 33 – Divisão CNAE com QL Maior que 1 para a Região Norte Fluminense e para o
Estado do Rio de Janeiro, 2008......................................................................................... 666
Tabela 34 – Divisão CNAE com QL Maior que 1 para a Região Noroeste Fluminense e para
o Estado do Rio de Janeiro, 2008...................................................................................... 667
Tabela 35 – Classe CNAE com QL Maior que 2 para o Estado do Rio de Janeiro, QL para as
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, QL para Demais Regiões do Estado, 2008 .......... 668
Tabela 36 – Classe CNAE com QL Maior que 1 para Região Norte Fluminense, QL para a
Noroeste, QL para Estado do Rio de Janeiro, 2008........................................................... 669
Tabela 37 – Classe CNAE com QL Maior que 1 para Região Noroeste Fluminense, QL para
a Norte, QL para Estado do Rio de Janeiro, 2008.............................................................. 671
Tabela 43 –Estatísticas do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, Censo 2008....... 676
Tabela 45 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Artigos Científicos Indexados no ISI com
Autores de Instituições Localizadas, Publicações em 2009 ............................................... 678
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 46 – Regiões do Estado do Rio de Janeiro, Depósitos de Patentes no INPI, por Tipo
de Patente e Natureza Jurídica do Titular no Período 1990-2005...................................... 679
Tabela 47 – Depósitos de Patentes Junto ao INPI por Classe de Atividade CNAE e Região
entre 1990 e 2005.............................................................................................................. 679
Tabela 49 – Estado do Rio de Janeiro e Região Norte Fluminense, Divisão CNAE com QL
Menor que 1, 2008............................................................................................................. 683
Sérgio Boisier
El desarrollo em su lugar, GeoLibros
A ocupação da Região Norte Fluminense, na primeira metade do século XVII, deu-se com a
função de instalar currais com gado bovino para transporte e moagem de cana, suprindo as
necessidades dos agricultores que se transformaram, em seguida, nos senhores dos enge-
nhos. As lavouras de cana-de-açúcar se expandiram e em meados do século XVIII a produ-
ção se consolidou na Região, com a disseminação dos canaviais em fazendas escravocra-
tas e engenhos, substituindo os currais. Caracterizou-se então o primeiro ciclo econômico
da Região, baseado na produção açucareira para exportação e no desenvolvimento das
atividades primárias de subsistência – a produção agrícola e a pecuária extensiva para pro-
dução de carne e leite, além dos trabalhos nos engenhos.
Além disto, na década de 90, a Região passou por um processo de reordenamento territorial
com a criação de quatro novos municípios: Quissamã (emancipado de Macaé, em 1990),
Conceição de Macabu (emancipado de Campos, em 1993), Carapebus (emancipado de
Macaé, em 1997) e São Francisco do Itabapoana (emancipado de São João da Barra, em
1997), o que alterou a geografia com inúmeras diferenças, com mudanças administrativas,
populacionais e as próprias demandas em relação às políticas públicas oferecidas.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 595
1.2 Delimitação Geográfica e Inserção no Contexto Regional Brasileiro
O Estado do Rio de Janeiro tem seu processo de formação econômica caracterizado pela
concentração das atividades produtivas e, principalmente, serviços, na Região Metropolita-
na, especialmente na cidade do Rio de Janeiro. Esta centralidade, ao longo do tempo, levou
a uma rede urbana carente de cidades de nível médio capazes de polarizar seu entorno. De
fato, a proximidade destas em relação ao Rio de Janeiro - as distâncias são no máximo me-
dianas - resultou na constituição de uma forma de organização, que se valeu, e ainda se
vale da infraestrutura encontrada na cidade do Rio de Janeiro, que se recorde, além de capi-
tal do Estado exerceu, durante séculos, o papel de capital do país. (OLIVEIRA, 2003)
A Região Norte apresentou em 2007, de acordo com dados do IBGE – Contas Nacionais,
um PIB equivalente a R$34.985.207.160,97 que representava 10,79% da economia flumi-
nense e 1,2% da economia brasileira. Como pode se ver no Gráfico seguinte, depois da
Região Metropolitana, esta foi a mesorregião que mais contribuiu com a geração de riqueza
no Estado do Rio de Janeiro.
Gráfico 1 - Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Mesorregiões, Produto Interno Bruto, 2007
Fonte: IBGE – Contas Nacionais in IPEADATA *Valores constantes ajustados pelo IGP-DI, Ano Base: 2007.
As Regiões apresentaram desempenho melhor entre 1996 e 2000, quando todas superaram
a média de crescimento estadual e nacional. Já entre 2000 e 2007, com exceção das Regi-
ões Norte e Baixada, as demais cresceram segundo as médias fluminense e brasileira. A
Região Centro apresentou crescimento negativo neste período. (Tabela seguinte).
Ao se analisar a taxa média anual de crescimento entre 1996 e 2007, destaca-se o desem-
penho da Baixada Fluminense com crescimento médio anual do PIB de 58,02%. Seguido
pelo Norte (29,85%), Noroeste (11,15%), Sul (6,71%), as quais apresentaram taxas superio-
res à média estadual (4,68%) e nacional (4,66%). A Região Centro Fluminense apresentou
598 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
taxa próxima às do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. Já a Região Metropolitana do Rio,
apresentou o pior desempenho no período, com taxa média de crescimento anual de 2,3%.
(Gráfico seguinte).
Gráfico 2 - Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Mesorregiões Fluminenses, Taxa Média Anual de
Crescimento entre 1996 e 2007
Fonte: Elaboração Própria a partir de dados do IBGE – Contas Nacionais e PIB Municipal
Estas constatações são reforçadas pelos resultados obtidos através da aplicação do método
estrutural-diferencial (Shift and Share Analysis – Anexo 1) aos dados de emprego por
setor (nove setores da atividade produtiva conforme classificação do IBGE) nas mesor-
regiões fluminenses. Tendo como objetivo a descrição do crescimento econômico em
termos de sua estrutura produtiva, a análise estrutural-diferencial revelou que, entre
1994 e 2008, das seis mesorregiões analisadas, apenas a Metropolitana do Rio de Ja-
neiro apresentou variação líquida total do emprego negativa no período.
O Gráfico, a seguir, mostra que o crescimento do PIB, quando comparados os anos de 1996
e 2007, foi alavancado pela atividade industrial e pelo setor de serviços. O setor agropecuá-
rio, por sua vez, apresentou piora do seu desempenho durante estes anos, contribuindo
cada vez menos com a geração de riqueza na Região.
Gráfico 3 - Mesorregião Norte Fluminense, Evolução Produto Interno Bruto Total e por Setores
Econômicos, 1996, 2000 e 2007
Fonte: IBGE – Contas Nacionais, valores constantes ajustados pelo IGP-DI, ano base: 2007.
De uma maneira geral, a atividade industrial pode ser considerada como a âncora econômi-
ca regional. Basicamente, ela impacta a Região através dos empregos gerados, direta e
indiretamente, da massa de salários pagos à população e dos impostos. É ela que, em
grande parte, viabiliza a demanda local, sendo os salários pagos, a principal ligação entre os
setores da economia. A dinâmica regional é então determinada, em última instância, pela
atividade industrial via seu impacto sobre o desenvolvimento do setor terciário. O setor pri-
mário desenvolve-se, paralelo à indústria – serviços, caracterizado, predominantemente,
pela prática da atividade agropecuária familiar.
Deve-se ressaltar que o setor de extração de minerais tem fraca inter-relação com outros
setores industriais e que grande parte dos setores influenciados, direta e indiretamente por
ele, se refere a serviços produtivos e de distribuição. Neste sentido, é importante destacar
que a renda gerada pela atividade industrial, não levou a uma diversificação expressiva da
estrutura de produção de bens de consumo final na Região. A explicação para esta obser-
vação está relacionada, entre outras coisas, ao fato de que a massa de salários paga nestes
municípios direciona-se aos operários pouco especializados, sendo que os salários mais
elevados são pagos nos centros onde se localizam as administrações superiores – geral-
mente os grandes centros brasileiros (cidade do Rio de Janeiro).
O desempenho econômico dos municípios é medido neste tópico tendo como base de com-
paração entre a taxa de crescimento estadual e nacional, medida pela razão entre o PIB
2007 e o PIB 2000, a qual gera uma classificação conforme descrita na Tabela a seguir.
Classificação Descrição
Taxa de crescimento média maior ou igual a 2 vezes a mé-
Crescimento elevado
dia estadual / nacional
Taxa de crescimento média maior ou igual a 1,25 vezes e
Crescimento acima da média
menor que 2 vezes a média estadual / nacional
Taxa de crescimento média maior ou igual à média estadual
Crescimento moderado
/ nacional e menor que 1,25 vezes a mesma
Municípios em estagnação econômica Menor que a média estadual / nacional
Fonte: CEDEPLAR, UFMG.
A análise dos dados revela a existência de dois grupos de municípios no Norte Fluminense,
os quais se dividem entre os dois extremos da classificação acima, tendo como base de
comparação, tanto a média estadual, como a nacional.
Campos dos Goytacazes, Macaé, Quissamã e São João da Barra apresentaram crescimen-
to elevado, com média mais de duas vezes acima das médias estadual e nacional.
A Tabela anterior apresenta os dados que deram origem à classificação. Verifica-se que o
município de Quissamã apresentou a maior taxa de crescimento no período (108,56%), se-
guida por Campos dos Goytacazes (93,08%), São João da Barra (86,05%) e Macaé
(78,56%), todos com taxas muito superiores às médias estadual (23,2%) e nacional (38,3%).
O principal destino das exportações, em 2009, foi Santa Lúcia (Mercado Comum do Caribe),
seguido pelos Estados Unidos e Portugal. No total, o Município exportou para 30 países. As
importações tiveram como principal origem, Estados Unidos e Reino Unido.
O principal produto exportado foi o petróleo, seguido, em menor escala, por insumos indus-
triais e bens de capital. Os principais produtos importados foram insumos industriais, bens
de capital e peças e acessórios de equipamentos de transporte.
Em São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, houve fluxos mais tímidos no perío-
do, quando comparados com os de Campos dos Goytacazes e Macaé.
Em São João da Barra, com fluxos mais estáveis do que São Francisco do Itabapoana, es-
pecialmente em relação às exportações que foram observadas em todos os anos, no perío-
do entre 2000 e 2009, exportou toda a sua produção para a França, em 2009. Já as impor-
tações tiveram como principal origem a Finlândia. O produto exportado foi a cachaça e os
principais produtos importados foram os bens de capital.
Ainda que não refletida no PIB regional, a importância deste setor para a Região é muito
grande, pois se constitui na principal base produtiva dos municípios que não estão vincula-
dos, diretamente, à cadeia de petróleo. Campos dos Goytacazes e Macaé, juntamente com
São Francisco de Itabapoana apareçam como os principais produtores da agropecuária da
Região. (Gráfico seguinte).
Tabela 6 – Brasil, Estado do Rio de Janeiro, Região Norte Fluminense, Número de Estabeleci-
mentos Agropecuários por Grupos de Área Total, 1995 - 2006
Brasil (%) Rio de Janeiro (%) Norte Fluminense (%)
Grupos por Área Total
1995 2006 1995 2006 1995 2006
Menos de 1 ha. 5,47 11,73 8,66 12,68 10,57 17,09
1 a menos de 2 ha. 5,71 8,54 5,70 8,94 7,49 9,13
2 a menos de 5 ha. 14,04 15,30 15,71 20,05 18,75 21,73
5 a menos de 10 ha. 13,84 12,30 15,30 15,05 15,46 16,19
10 a menos de 20 ha. 17,09 14,24 15,95 13,51 14,50 13,31
20 a menos de 50 ha. 20,59 16,31 17,75 12,73 15,68 10,57
50 a menos de 100 ha. 10,24 7,55 9,39 6,45 8,14 4,92
100 a menos de 200 ha. 6,29 4,26 6,01 3,88 4,62 2,95
200 a menos de 500 ha. 4,16 2,91 3,99 2,57 3,26 2,04
500 a menos de 1.000 ha. 1,42 1,04 1,08 0,6 1,04 0,54
Acima de 1.000 ha. 1,14 0,91 0,45 0,27 0,49 0,27
Sem área ou sem declaração 4,93 3,27 1,25
Fonte: Censo Agropecuário, IBGE, 2006.
O caso de São João da Barra deve ser tratado à parte, uma vez que o município de São
Francisco de Itabapoana foi emancipado do mesmo em 1997, o que justifica a queda acen-
tuada do número de estabelecimentos, como indicado na Tabela seguinte.
3.4 Produtores
Os produtores são em sua grande maioria homens, adultos e possuem baixa escolaridade.
Segundo o Censo Agropecuário de 2006, 84,40% dos estabelecimentos agropecuários são
dirigidos por homens; 58,16% dos dirigentes dos estabelecimentos estão nessa atividade a
pelo menos 10 anos; 90,59% deles têm mais que 35 anos; 48,84% possuem ensino funda-
mental incompleto; 8,41% não sabem ler nem escrever; e apenas 0,36% dos dirigentes pos-
suem curso superior em áreas relacionadas à atividade agropecuária.
Devido a uma mudança de classificação dos dados entre 1995 e 2006, a comparação do
desempenho das demais atividades neste período, torna-se um pouco mais complicada. No
entanto, cabe destacar o aumento da proporção de pessoal dedicado à horticultura e à flori-
cultura, e também a diversificação das atividades, com o aparecimento, em termos mais
significativos, de outros grupos de atividade econômica.
Atividades como produção florestal, pesca, aquicultura e sementes, mudas e outras formas
de propagação vegetal apresentam caráter mais pontual, e, portanto, não muito significati-
vas. (Gráfico seguinte).
Entre 1995 e 2008, ocorreu uma considerável redução da área plantada da lavoura temporá-
ria, cerca de 23%, a qual passou de 167.886 hectares para 130.003 ha. Arroz, cana-de-
açúcar e milho apresentaram as maiores reduções de área cultivada no período observado.
Cabe destacar o crescimento bastante significativo do cultivo de abacaxi que, em 1995 ocu-
pava apenas 814 hectares e, em 2008, passou a ocupar 2.932 hectares, o que representa
um aumento de mais de 360% da área cultivada. Contudo, a produtividade no cultivo do
mesmo não se manteve nos padrões de 1995, apresentando queda de quase 8 mil frutos
por hectare. São Francisco de Itabapoana é o principal produtor na região. Em 2008 plantou
2.500 ha., do total de 2.932 cultivados na região. Em 2008, o abacaxi também foi cultivado
em São João da Barra (200 ha.), Campos do Goytacazes (130 ha.), Quissamã (100 ha.) e
Cardoso Moreira (2 ha.).
Em 2008, o arroz foi produzido em Macaé (210 ha.), Campos (92 ha.), Cardoso Moreira (70
ha.) e São Fidélis (20 ha.).
1
Devido à importância da lavoura de cana-de-açúcar para a Região, sua cadeia produtiva será analisada em um
tópico específico deste estudo.
610 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Já o feijão, com exceção de Carapebus, Conceição de Macabu e São João da Barra, foi
produzido nos demais municípios da região.
Cultivado em Campos dos Goytacazes e São João da Barra, o melão seguiu a mesma ten-
dência da melancia, com redução da área plantada, mas aumento da produtividade na área
cultivada.
O tomate, cultivado em Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, São Fidélis e São João
da Barra, apesar do aumento da produtividade, apresentou expressiva redução da área
plantada e da quantidade produzida entre 1995 e 2008.
Praticada no Estado desde o inicio da sua colonização, esta cultura se desenvolveu de for-
ma mais abrangente, a partir de meados do Séc.XIX, na Região Norte Fluminense, com a
implantação das usinas de produção de açúcar e álcool, quando se formou o complexo su-
croalcooleiro. Este se fortaleceu ao longo do século XX, especialmente nas décadas de
1970 e 1980, quando incidiram várias políticas de incentivo ao desenvolvimento do setor.
Estas políticas foram apoiadas em grandes somas de recursos financeiros, disponibilizados
através do Instituto do Açúcar e do Álcool-IAA e de programas como o Plano de Racionali-
zação da Indústria Açucareira e do PROÁLCOOL.
Mapa 2 - Região Norte Fluminense, Localização das Unidades de Açúcar e Álcool, 1970
A tangerina, menos disseminada na Região, foi cultivada pelos municípios de Campos dos
Goytacazes, São Francisco de Itabapoana e São Fidélis.
3.9 Pecuária
A pecuária na Região Norte Fluminense, apesar de possuir certa diversidade em seu efeti-
vo, está bastante concentrada nos rebanhos de bovinos. Aparecem ainda com algum desta-
que os rebanhos de suínos e eqüinos.
Por ser uma área plana de grandes extensões, essa região é favorável à criação de gado de
forma extensiva, o que vem ao encontro do aumento observado no efetivo de rebanho bovi-
no no período observado, passando de 483.638 cabeças para 661.959 cabeças. Além do
rebanho bovino, apenas os rebanhos de bubalinos e de ovinos apresentaram crescimento
no período de 1995 a 2008, sendo que o rebanho bubalino é bastante pequeno nessa regi-
ão.
Tabela 16 – Região Norte Fluminense, Efetivo de Rebanhos por Tipo de Rebanho, 1995 - 2008
Ano
Tipo de rebanho
1995 2008
Bovino 483.638 661.959
Equino 25.764 18.257
Bubalino 601 927
Asinino 459 159
Muar 5.091 1.651
Suíno 38.214 16.870
Caprino 4.839 2.530
Ovino 8.051 14.096
Galos, frangas, frangos e pintos. 643.299 102.521
Galinhas 133.925 68.932
Codornas 3.825 1.308
Coelhos 965 684
Nota: Efetivos de rebanho em 31/12
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal
O município de Campos dos Goytacazes se destaca no Estado do Rio de Janeiro pelo ta-
manho do seu efetivo de rebanhos, especialmente bovinos, equinos, mulas, suínos e ovinos.
A produção de ovos de codorna caiu de 17 mil dúzias em 1995 para 13 mil dúzias em 2008,
enquanto a produção de ovos de galinha passou de 786 mil dúzias em 1995 para 714 mil
dúzias em 2008. Pode-se relacionar essa queda na produção diretamente à queda nos efe-
tivos de rebanho de galinhas e de codornas nesse período.
Tabela 17 – Região Norte Fluminense, Produção de Origem Animal por Tipo de Produto, 1995 e
2008
Variável X Ano
Tipo de Produto Produção de Origem Animal Valor da Produção (MR$)
1995 2008 1995 2008
Leite (mil litros) 64.807 67.709 13.988 43.476
Ovos de galinha (mil dúzias) 786 714 455 1.094
Ovos de codorna (mil dúzias) 17 13 9 13
Mel de abelha (quilogramas) 18.572 11.586 102 143
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal
Na região existe a Associação Apícola do Norte Fluminense com sede em São Fidélis, onde
foi construído um entreposto para o processamento do mel.
Cabe destacar que a piscicultura também é uma atividade importante na região, com várias
associações de pescadores, que praticam a pesca artesanal. No entanto, a falta de dados e
estudos oficiais não permite que seja feira uma análise mais aprofundada do setor.
3.10 Silvicultura
De acordo com estudo sobre a silvicultura no Estado do Rio de Janeiro publicado pela FIR-
JAN em dezembro de 2009, foi realizada uma pesquisa pelo Departamento de Silvicultura
do Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) intitulado
“Estimativa da Área Ocupada por Reflorestamentos no Estado do Rio de Janeiro”, onde fo-
ram identificados 54 polígonos, com área total de 593 hectares na Região Norte Fluminense.
Em relação ao tipo de produto da silvicultura, a lenha aparece como o principal produto, tan-
to em quantidade produzida como em valor da produção. Além da lenha, a produção de ma-
deira em tora é outro produto da Região Norte Fluminense.
Tabela 18 – Região Norte Fluminense, Quantidade Produzida na Silvicultura por Tipo de Produ-
to da Silvicultura, 2008
Assim como nas demais partes do Estado, a Região Norte Fluminense possui diversas á-
reas passíveis de reflorestamento, mantendo-se as áreas originalmente ocupadas pela Mata
Atlântica. Entre os fatores limitadores ao reflorestamento e à recuperação de áreas degra-
dadas estão os custos do projeto, a falta de estrutura suficiente de órgãos de fiscalização,
além de empecilhos ligados à legislação ambiental e a pressão de produtores e empresá-
rios.
Como exemplo, os dados censitários de 2006 mostram que, apenas 1.196 do total de
17.571 estabelecimentos agropecuários possuíam trator. E apenas 170 estabelecimentos
possuíam tanques para resfriamento de leite, do total de 9.547 dedicados à prática de pecu-
ária.
618 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Em relação aos financiamentos, a Tabela a seguir mostra que apenas 670 estabelecimentos
os receberam, em 2006, dos quais 536 foram provenientes de programas de crédito, pre-
dominantemente do PRONAF.
A grande maioria dos estabelecimentos rurais, 16.901 dos 17.571 existentes na Região, não
receberam financiamento. Destes, predominaram os que declararam não ter precisado de
financiamento (12.831). Dentre os que supostamente precisaram, destacam-se os que de-
clararam ter medo de contrair dívidas (2.383), os que consideram o processo burocrático
(754) e outros motivos (623). Os demais se mostraram pouco significativos. (Tabela seguin-
te)
3.12 Agronegócio
O agronegócio é pouco desenvolvido e disseminado na região. De acordo com os levanta-
mentos censitários de 2006, 180 informantes declararam estar envolvidos com a agroindús-
tria rural. Destes, 107 produzem queijo e requeijão utilizando predominantemente a matéria-
prima própria, o que representa uma alternativa de agregação de valor ao leite.
Apesar de ser praticada em poucos estabelecimentos, proporcionalmente ao tamanho da
Região e à importância da atividade agropecuária, a agroindústria mostrou-se relativamente
diversificada. Foram produzidos 16 produtos diferentes em 2006. Depois da produção de
queijo e requeijão, a produção de farinha de mandioca ocupa o maior número de estabele-
cimentos, 29 no total. Os demais produtos são produzidos em poucos estabelecimentos.
De uma maneira geral, a atividade agropecuária e a agroindústria na Região Norte são ativi-
dades produtivas caracterizadas pelo predomínio de pequenos estabelecimentos, onde se
desenvolvem atividades ainda bastante artesanais, em sua maioria de caráter informal e que
utilizam a mão-de-obra familiar.
Obtêm baixos rendimentos, são ainda pouco profissionalizadas e bastante instáveis. São
pouco competitivas no mercado e os principais problemas enfrentados relacionam-se a: ta-
manho; baixa capacidade gerencial; assistência técnica insuficiente, dificuldades de acesso
ao crédito; comercialização e localização – especialmente as agroindústrias rurais. O pro-
blema da localização reflete-se, essencialmente, na restrição ao tipo e quantidade de produ-
to comercializado e ao difícil acesso a informação, financiamento e apoio institucional.
Cabe destacar, que mesmo tendo ocorrido uma redução da área plantada de cana-de-
açúcar, junto a um aumento da importância de novas atividades, especialmente da fruticultu-
ra, a agricultura da região permanece bastante especializada, tornando-a mais vulnerável ao
comportamento do mercado.
Por outro lado, deve-se considerar a existência de importantes potencialidades para o de-
senvolvimento de tais atividades na região. A forte base agrícola, o grande mercado poten-
cial relacionado à proximidade com centros urbanos de elevada renda per capita, crescente
importância do turismo, rede de transporte relativamente desenvolvida, crescente interesse
e presença de instituições governamentais e não-governamentais, entre outros. Deve-se
destacar a implantação de vários projetos do governo do Estado, como o Rio Rural, Rio Ge-
nética e o Frutificar, além do Programa Balde Cheio da Embrapa.
Considerando que a mudança global do clima representa um dos grandes desafios da atua-
lidade, medidas para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas têm sido adotadas
pela comunidade internacional e pelo Governo brasileiro. Diante desta realidade a geração
de Créditos de Carbono no cenário nacional, apresenta-se como alternativa eficaz de com-
bate ao avanço do aquecimento global e ao mesmo tempo representa uma oportunidade
para a geração de negócios e riquezas.
Assim, o presente estudo tem como objetivo demonstrar a potencialidade do Estado do Rio
de Janeiro, e mais especificamente das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, no que tan-
ge à geração de Créditos de Carbono, como instrumento do Mecanismo de Desenvolvimen-
to Limpo – MDL, instituído pelo Protocolo de Quioto.
Desde a primeira Revolução Industrial (séc. XVIII) 2, o meio ambiente vem sendo gravemen-
te devastado para atender às demandas de oferta e procura do mercado. Dentre as princi-
pais causas do aquecimento global podemos destacar a queima de combustíveis fósseis -
carvão mineral, petróleo e gás natural, para a utilização em transportes e como fonte de e-
nergia -, desmatamento, queimadas das florestas nativas, agricultura e a criação de gado.
2
O processo de degradação ambiental teve início com a primeira Revolução Industrial (Inglaterra - séc. XVIII),
em que a produção em larga escala, a queima de carvão mineral (principal fonte de energia para movimentar
máquinas e locomotivas a vapor), a explosão demográfica, as demandas de consumo e a competição por mer-
cados, começaram a gerar poluição no meio ambiente. Neste momento as cidades industrializadas européias
passaram a emitir toneladas de gases poluentes na atmosfera terrestre.
Os principais gases do efeito estufa são regulados pelo Protocolo de Quioto, quais sejam:
CO2 – Dióxido de Carbono; N2O - Óxido nitroso; CH4 – Metano; HFCs – Hidrofluorcarbone-
tos; PFCs – Perfluorcarbonetos e SF6 – Hexafluoreto de enxofre. Os CFCs – Clorofluorcar-
bonetos são regulados pelo Protocolo de Montreal e tornaram-se conhecidos pelo seu gran-
de poder de destruição da camada de ozônio.
O aquecimento global, se não contido a tempo, causará sérias conseqüências atuais e futu-
ras ao planeta, dentre as quais se destacam: a desertificação de algumas áreas; o derreti-
mento das geleiras; aumento da temperatura e do nível dos mares; intensificação das tem-
pestades tropicais e da ocorrência de furacões; decréscimo na capacidade de produção de
alimentos e impactos negativos na biodiversidade.
Neste cenário de mudanças climáticas, a temática ambiental ganhou destaque para a co-
munidade internacional. Então, foram concebidos inúmeros Tratados e Convenções com
objetivo de conter o aquecimento global e fomentar o desenvolvimento sustentável, evitando
assim, maiores prejuízos no futuro.
Figura 1 - Processo Normal de Absorção dos Raios UV e Liberação na Forma de Raios Infra-
vermelhos
Legenda:
Raios Ultravioletas
Raios Infravermelhos
Legenda:
Raios Ultravioletas
Raios Infravermelhos
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada no ano de
1972 em Estolcomo/Suécia, foi a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente. Por isso, representa o marco inicial das discussões em nível mundial sobre a te-
mática ambiental. A Conferência chamou a atenção das nações para o fato de que as ações
humanas estavam causando séria devastação ambiental, gerando riscos para a própria so-
brevivência da humanidade, mas não chegou a abordar diretamente a questão climática.
A ECO 92 ou Cúpula da Terra foi uma grande Conferência realizada no Rio de Janei-
ro/Brasil em 1992, com a participação de delegações nacionais de 175 países. Seu objetivo
era introduzir a idéia do desenvolvimento sustentável, como modelo de crescimento econô-
mico pautado no equilíbrio ecológico, e articular a comunidade global em torno do problema
do aquecimento global. Durante a Conferência foram consagrados 27 princípios de política
de prevenção ambiental. A Declaração do Rio - Agenda 21 -, a Declaração do princípio do
manejo florestal sustentável e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do
Clima são alguns dos Tratados celebrados durante a ECO 92, dentre os quais grande parte
das nações participantes tornaram-se signatárias.
O Protocolo de Quioto - anexo à 3ª Conferência das Partes - foi adotado em 1997, durante a
COP-3, como medida jurídica de combate ao aquecimento global. Começou a vigorar inter-
nacionalmente em 16 de fevereiro de 2005 com a adesão da Rússia ao Tratado, sendo rati-
ficado por 179 países até o momento, que juntos são responsáveis por 55% das emissões
globais.
Atendendo aos protestos dos países desenvolvidos que vaticinaram ser inviável a redução
de parte das emissões dos gases do efeito estufa, o Protocolo de Quito prevê que as Partes
podem adotar programas nacionais de redução de emissões. Ofereceu-se, ainda, três me-
canismos de flexibilização para auxiliar os países desenvolvidos a cumprirem suas metas de
redução de emissões assumidas na Convenção, quais sejam:
3
O Protocolo de Quioto nos países em que foi ratificado possui força normativa. Assim, os países industrializa-
dos, constantes do Anexo I (que ratificaram o acordo) que não cumprirem suas metas de redução estarão sujei-
tos a penalidades, como por exemplo, serem excluídos de acordos comerciais ou terem sua meta de redução
multiplicada por 1,3 para o próximo Período de Comprometimento, que deve ter início em 2013, além de prestar
contas regularmente às Partes da Conferência informando as medidas tomadas para minimizar o aquecimento
global.
O MDL é a alternativa que mais interessa ao Brasil, pois permite que os países não desen-
volvidos participem de projetos de redução de emissões, possibilitando, inclusive, que os
países desenvolvidos invistam nesses projetos. De acordo com artigo 12 do Protocolo de
Quioto, o MDL tem como principal objetivo auxiliar os países não incluídos no Anexo I (paí-
ses não desenvolvidos), a conquistar o desenvolvimento sustentável, contribuindo para o
objetivo final da Convenção, e ainda auxiliar as nações constantes no Anexo I a cumprirem
seus compromissos quantificados de limitação e redução de GEEs.
Os gases do efeito estufa - GEEs são quantificados ou valorados para fins de aquisição dos
CERs ou créditos de carbono, de modo que cada tonelada de um GEE corresponda a uma
quantia diferente na aquisição dos referidos créditos. Esta é uma medida internacional cria-
da com o objetivo de medir o potencial de aquecimento global, que cada um dos seis gases
causadores do efeito estufa possui. O Dióxido de Carbono - CO2 é o gás utilizado como ba-
se de cálculo, uma vez que as quantificações são realizadas considerando a tonelada deste
gás. Por exemplo, o seqüestro de uma tonelada de dióxido de carbono - CO2 equivale a 1
crédito de carbono, conforme Tabela seguinte:
Existem diversos espécies de projetos de MDL capazes de gerar créditos de carbono (vide
Tabela seguinte). Dentre os vários segmentos do mercado de carbono, os que mais se des-
tacam são:
• Utilização de Energias limpas: biomassa, eólica, PCHs, solar, e energia geradas
por hidrelétricas, etc.;
• Substituição de combustíveis fósseis por renováveis (óleo, petróleo x gás, biomas-
sa, biocombustiveis, etc.);
• Eficiência energética: redução de consumo de energia elétrica ou térmica;
• Melhorias em tecnologias de processos industriais: siderurgia, alumínio, cimento,
petroquímica, fertilizantes, etc.
• Projetos de seqüestro de biogás, resíduos e efluentes: criação de aterros sanitá-
rios, seqüestros de gases de autofornos, biodigestores, produção e aproveitamen-
to de biogás na agricultura, suinocultura, pecuária, frigoríficos, agra-indústria em
geral, etc.
• Projetos florestais (reflorestamento ou florestamento).
Tabela 25 – Distribuição das Atividades de Projeto no Brasil por Tipo de Projeto
Redução
de
Redução de Emissão
Redução
Projetos em Número Emissão no Número Redução no 1º
Anual de
Validação / de 1º Período de Anual de Período
Emissão
Aprovação Projetos de Obtenção Projetos Emissão de
(Toneladas)
de Crédito Obtenção
de
Crédito
Energia Renovável 215 18.164.438 133.159.388 49,1% 38,1% 35,4%
Suinocultura 74 4.140.069 38.617.535 16,9% 8,7% 10,3%
Troca de Combus-
44 3.271.516 27.382.490 10% 6,9% 7,3%
tíveis fósseis
Aterro Sanitário 36 11.327.606 84.210.095 8,2% 23,8% 22,4%
Eficiência
28 2.027.173 19.853.258 6,4% 4,3% 5,3%
Energética
Resíduos 17 646.833 5.002.110 3,9% 1,4% 1,3%
Processos
14 1.002.940 7.449.083 3,2% 2,1% 2%
industriais
Redução de N2O 5 6.373.896 44.617.272 1,1% 13,4% 11,9%
Reflorestamento 2 434.438 13.033.140 0,5% 0,9% 3,5%
Emissões
3 269.181 2.564.802 0,7% 0,6% 0,7%
Fugitivas
Fonte: Relatório publicado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, utilizando a última compilação do site da
CQNUMC: 01 de fevereiro de 2010: “Status atual das atividades de projeto no âmbito do Mecanismo de desen-
volvimento Limpo (MDL) no Brasil e no mundo”.
Serão definidas através de decreto presidencial as metas que cada setor da economia as-
sumirá para que a meta global do país seja atingida. Para isso foram previstas para o mês
de janeiro de 2010 reuniões com o Governo, acadêmicos e empresários de aéreas como
construção civil, mineração, setor agropecuário, indústria de bens de consumo, de serviços
de saúde e transporte público, com o objetivo de discutir as metas a serem fixadas no aludi-
do decreto.
Não obstante a previsão de tais agendamentos cumpre-se registrar que nenhuma divulga-
ção do acontecimento das mesmas foi veiculada e divulgada pelo Governo Brasileiro.
A partir de 2010 o Fundo começará a ser irrigado com recursos provenientes do lucro da
exploração do petróleo no Brasil. Cerca de R$ 800.000.000,00 (oitocentos milhões de reais)
serão destinados ao Fundo em 2010, e este será mantido com mais ou menos 10% do lucro
da exploração do petróleo e do gás no Brasil. Os recursos do Fundo servirão para financiar
projetos que contribuam para a redução das emissões de gases do efeito estufa no território
nacional.
Note-se que a criação do Fundo, favorece a concepção de novos projetos de MDL, podendo
financiar projetos de mitigação da mudança do clima, apoiar as cadeias produtivas sustentá-
veis, recuperação de áreas degradas e restauração de florestas nativas, formulação de polí-
ticas públicas, dentre outros.
Em 2009, ano em que o Brasil iniciou a exploração do pré-sal, foram instituídas pela Política
Nacional de Mudanças Climáticas metas significativas de redução de emissões de gases do
efeito estufa. Nesse contexto, para que o Brasil possua uma economia de baixo carbono, e
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 627
ao mesmo tempo possa explorar o petróleo, sobretudo, localizado na camada do pré-sal,
será necessário investir parte dos recursos advindos desta exploração para estimular e fi-
nanciar projetos de redução de emissões no território nacional.
Desde a criação e implementação do MDL no Brasil foram registrados 165 projetos brasilei-
ros no Conselho Executivo de MDL da ONU, o que representa 8,47% dos 1.946 projetos já
implementados em nível mundial, segundo dados atualizados até o dia 04/12/2009. Estima-
se que os 165 projetos já implantados possam gerar aproximadamente 20,8 milhões de
Créditos de Carbono por ano no Brasil, com o potencial de negociação total de R$ 686 mi-
lhões em média a.a. Considerando o impacto da crise econômica internacional no mercado
de carbono, atualmente o preço de cada crédito de carbono está cotado entre 12 e 13 euros,
preço este que estava cotado em 20 euros antes da crise.
A título de registro histórico-evolutivo, cumpre-se registrar que no ano de 2008 foram regis-
trados 34 projetos de MDL brasileiros no Conselho de MDL, o que equivale a 9% dos proje-
tos registrados em todo o mundo, que somaram 367. Em 2009 ocorreu uma brusca queda
de 50% no número de projetos registrados junto ao Conselho de MDL da ONU, tendo sido
apresentados apenas 17 projetos. Sendo assim, a participação do Brasil diminuiu no ano de
2009, para 2%, considerando os 610 projetos registrados em âmbito mundial, comparativa-
mente ao ano de 2008.
A Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (ABEMC) atribui este declí-
nio no número de registro de MDL no país à falta de compreensão quanto ao funcionamento
do mercado de carbono, à ausência de um regime tributário específico, aos riscos regulató-
rios e à falta de definição da natureza jurídica dos CERs (Certificado de Emissão Reduzida).
Somem-se a esses fatores os impactos da crise financeira mundial que reduziu o valor das
cotações, desestimulando assim possíveis investimentos.
Posto isso, trabalhados os números dos projetos de MDL efetivamente implantados no Bra-
sil, passa-se a apresentar as estatísticas das atividades de projetos em fase de habilitação
no âmbito do MDL no Brasil e no mundo até fevereiro de 2010, conforme relatório compilado
do site da CQNUMC – acesso Internet (www.mct.gov.br/clima).
Uma atividade de projeto entra no sistema do MDL quando o seu documento de concepção
de projeto (DCP) correspondente é submetido para validação a uma Entidade Operacional
Designada (EOD). Ao completar o ciclo de validação, aprovação e registro, a atividade regis-
trada torna-se efetivamente uma atividade de projeto no âmbito do MDL. As figuras 3 e 3a
mostram o status atual das atividades de projeto em estágio de validação, aprovação e re-
gistro. Um total de 5.804 projetos encontrava-se em alguma fase do ciclo de projetos do
MDL, sendo 2.029 já registrados pelo Conselho Executivo do MDL e 3.775 em outras fases
do ciclo. Como pode ser verificado nas já mencionadas figuras 3 e 3a, o Brasil ocupa o 3º
lugar em número de atividades de projeto, com 438 projetos (8%), sendo que em primeiro
lugar encontra-se a China com 2.162 (37%) e, em segundo, a Índia com 1.546 projetos
(27%).
Fonte: Extraído do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Estado do Rio de Janeiro,
SEA (2007).
Fonte: Extraído do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Estado do Rio de Ja-
neiro, SEA (2007).
Quanto à distribuição mensal das atividades de projeto do MDL no Brasil, pode-se verificar
da figura 4 a curva de crescimento do número de atividades de projeto no âmbito do MDL no
Brasil, tanto dos projetos que estão em validação ou passaram pela etapa de validação co-
mo dos projetos registrados. Para validação, a curva inicia-se em janeiro de 2004 e, para o
registro, em novembro de 2004, quando o primeiro projeto foi registrado pelo Conselho Exe-
cutivo do MDL, no caso um projeto brasileiro.
Não se conseguiu fazer uma análise oficial, pragmática e exaustiva do Mercado de Créditos
de Carbono no Estado do Rio de Janeiro, seja quanto à sua instituição e/ou desenvolvimen-
to.
Nada obstante, através de entrevistas com organizações da sociedade civil, como por e-
xemplo, o Instituto BioAtlântica (IBio) e ASM Ambiental, pôde-se perceber que o mercado de
créditos de carbono, no Estado do Rio de Janeiro, tem se desenvolvido de forma bastante
lenta e deficitária.
Fora assentado sistematicamente que apesar de o Estado ter um grande potencial de cres-
cimento, principalmente nas Regiões Norte e Noroeste fluminense, mais especificamente no
campo do florestamento e reflorestamento, não existem políticas públicas incentivadoras
capazes de catapultar tal mercado.
Ressaltou-se que existem diversos projetos caminhando para a certificação CCBA (mercado
voluntário do tipo A, que usa todos os critérios do MDL, diferenciado apenas no que tange à
necessidade da carta de anuência do governo federal).
Outrossim, cumpre-se registrar que não existe ainda processo de sistematização e ranque-
amento dos estados brasileiros produtores de Créditos de Carbono, não sendo possível,
pois, aferir a posição exata e status do estado do Rio de Janeiro no cenário nacional.
Contudo, imperativo destacar que o primeiro projeto de MDL implantado no Brasil, e efeti-
vamente certificado, foi levado a efeito no Estado do Rio de Janeiro, qual seja, o Aterro Sa-
nitário de Nova Iguaçu.
Gráfico 11 – Emissões de CO2eq pelo Uso de Energia por Região (Gg CO2eq e %)
Com relação às emissões a partir de resíduos sólidos urbanos, observa-se que quase todas
as regiões do Estado apresentam pequena participação nas emissões dos gases de efeito
estufa quando comparadas a região Metropolitana, em virtude desta região concentrar a
maior parte da população do Estado do Rio de Janeiro – Gráfico seguinte. A Região Norte
emite 113,4 Gg de CO2eq, o equivalente a 3,1% das emissões do Estado.
Gráfico 13 – Emissões de CO2eq pelos Resíduos Sólidos Urbanos (Gg CO2eq e %)
Dos totais emitidos pelos resíduos sólidos urbanos na região Norte Fluminense observa-se
que existe um equilíbrio de emissões entre os aterros sanitários (2,6 Gg de CH4) e os lixões
(2,8 Gg de CH4). Os autores do Inventario de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Esta-
do do Rio de Janeiro ressaltam que, apesar dos aterros sanitários serem uma das melhores
alternativas para a área de saneamento, eles possuem maior fator de emissão. Isto se da
uma vez que a decomposição dos resíduos se da em um ambiente com maior anaerobiose
que nas outras duas opções (aterros controlados e lixões), o que aumenta a metanogenese
(produção de metano).
No que pertine às emissões de gases de efeito estufa a partir dos esgotos sanitários a regi-
ão Norte aparece como a terceira maior emissora de gases de efeito estufa a partir dos es-
gotos sanitários, com quantidades de 52,6 Gg de CO2eq, o que representa 5,5% do total. A
partir da região Norte são emitidas 1,28 Gg de metano e 0,08 Gg de óxido nitroso, enquanto
foi registrada a emissão de 0,35 Gg de metano e 0,04 Gg de óxido nitroso a partir da região
Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2005.
Enfatize-se que existem projetos caminhando para a certificação CCBA, que é o mercado
voluntário, do tipo A (usa todos os critérios do MDL, diferenciado somente no que tange a
carta de anuência do governo federal).
634 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Os projetos que se encontram atualmente em estruturação são o Parque de Carbono (Pedra
Branca) e o Corredor Ecológico do Muriqui (voltado para a região de Macaé).
Não obstante, restou evidenciado que o mercado de carbono no Norte Fluminense é bastan-
te promissor, sobretudo, no que diz respeito ao reflorestamento ou florestamento, seja pelas
condições do solo, pelo relevo, mão-de-obra e espaço geográfico.
4.8 Conclusão
Nesse contexto, podemos afirmar o grande potencial da Região Norte Fluminense na gera-
ção de CERs. Sobretudo, porque existentes grandes terrenos sem utilização. Assim, essas
áreas podem e devem ser ocupadas com a instalação de geradores eólicos de energia, hi-
drelétricas, usinas processadoras de biomassa, projetos de seqüestro de biogás: criação de
aterros sanitários, produção e aproveitamento do biogás proveniente da agricultura, suino-
cultura, pecuária, mas, sobretudo, de projetos de florestamento e reflorestamento.
Vale ressaltar que, além de rentável, seria interessante para a região utilizar-se do MDL por
meio de projetos de florestamento e reflorestamento, como forma de reconstruir a vegetação
nativa severamente degrada.
Sendo assim, é de grande valia que o Governo do Estado do Rio de Janeiro aproveite este
momento de regulamentação das mudanças climáticas, para conceder incentivos fiscais,
criar e executar políticas públicas que tornem atrativos os investimentos em créditos de car-
bono na Região NorteFluminense, além de auxiliar os empreendedores na confecção dos
projetos de MDL para que seja possível a aquisição de financiamentos junto ao Fundo Na-
cional de Mudanças Climáticas pelos pequenos investidores.
Nas cidades menores da região é de interesse do Governo local investir em créditos de car-
bonos, faltando apenas empreendedores interessados em executar projetos ali localizados.
Daí surge a necessidade de criar condições que atraiam e facilitem esses investimentos no
Norte Fluminense.
São áreas bastante dissecadas, em que predominam solos de elevada fertilidade natural,
capazes de promover o seqüestro de carbono, por meio de projetos de florestamento e
reflorestamento.
Fonte: Estudo realizado pela Embrapa em dezembro de 2004: “Macropedoambientes da
Região Noroeste Fluminense – uma contribuição ao planejamento ambiental”.
5. TURISMO
O turismo é uma das maiores atividades econômicas do planeta, movimentando 10% do PIB
mundial. Segundo a Organização Mundial do Turismo, cada dólar investido em turismo por
um país gera seis dólares de retorno.
No Brasil, mesmo longe de atingir todo o seu potencial, a atividade já é uma das principais
fontes de entrada de dólares no país. Com 5 milhões de visitantes estrangeiros em 2008, o
Brasil é o principal mercado turístico internacional na América do Sul e ocupa o segundo
lugar na América Latina em termos de fluxo de turistas internacionais.
O turismo sustentável surge como alternativa para quebrar esse ciclo e assegurar a viabili-
dade dos destinos e empreendimentos a longo prazo. Apresenta-se, também, como condi-
ção para que o turismo possa contribuir substantivamente para a promoção do desenvolvi-
mento econômico e social, para a proteção do meio ambiente e para a diversidade cultural.
Fonte: www.riodejaneirohotel.com.br
Os municípios que fazem parte da Região Norte do Estado do Rio de Janeiro estão inseri-
dos nas seguintes regiões turísticas:
• Costa Doce:
A Região da Costa Doce possui 5.617,3 km² e 525.200 habitantes. Apresenta um grande
potencial para desenvolver o turismo de veraneio, tendo como demanda o interior do Estado
do Rio de Janeiro e os municípios vizinhos dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
No cenário de belezas naturais estão inseridos núcleos urbanos e fazendas que testemu-
nham a história e constituem o patrimônio cultural e histórico regional. A região comporta
diversos exemplares de solares urbanos e de fazendas e templos remanescentes do ciclo
da cana-de-açúcar (século XIX).
A Região dos Lagos – Costa do Sol, com 5.295,2 km² e 672.598 habitantes, possui um lito-
ral de rara beleza e grande diversidade, com praias procuradas para a prática do surf e do
mergulho, e com lagoas de grande apelo paisagístico e grande potencial para as atividades
náuticas e balneárias.
A região também registra, como grande apelo turístico, o patrimônio histórico e cultural com
exemplares arquitetônicos retratando a história local, artesanato, artes plásticas, vestuário e
gastronomia.
Nas áreas rurais encontram-se algumas sedes de fazendas de grande importância histórica
e arquitetônica, remanescentes dos séculos XVIII e XIX, que marcaram o apogeu do ciclo da
cana de açúcar na região.
• Serra Norte:
A Região Turística, com 5.118,8 km² e 170.627 habitantes, apresenta um grupo de municí-
pios inseridos em um ambiente montanhoso, com vales e encostas de expressiva beleza
natural, enriquecido pela presença de remanescentes da Mata Atlântica tombada (matas de
topo), incluindo o Parque Estadual do Desengano, em grande parte situada no município de
Santa Maria Madalena. O perfil predominantemente rural da maioria dos seus municípios e
a tranqüilidade de pequenas cidades interioranas propicia o desenvolvimento do turismo
rural e do ecoturismo, com destaque também para o turismo de compras (moda íntima) e
religioso. Merece destaque ainda, conjuntos de arquitetura típica, como o existente na cida-
de de Duas Barras, que podem vir a ter valor apelativo para um mercado turístico específico.
• Rio Paraíba do Sul: atravessa todo o Estado do Rio, de sul a norte, e, nas Regiões
Norte e Noroeste têm afluentes que comandam toda a drenagem da área. Os prin-
cipais da margem esquerda são o Muriaé (que banha Laje do Muriaé, Itaperuna, I-
talva e Cardoso Moreira) e o Pomba (que serve Santo Antônio de Pádua, Aperibé e
Cambuci). Os principais da margem direita são os Dois Rios (São Fidélis), o Rio do
Colégio (também São Fidélis) e o Rio Preto (Campos). Curvilíneo no trecho do mu-
nicípio cria uma belíssima paisagem com suas 48 pequenas ilhas arborizadas com
espécies como a lombrigueira e o ingá, além de vegetação rasteira. Não há praias
ou cachoeiras e antigamente era possível a navegação por barcos a vapor, mas,
atualmente, é navegável somente para barcos de pequeno calado. O Rio Muriaé
tem águas barrentas com temperatura fria, mas seus recursos hídricos, contudo,
são da maior importância para o abastecimento d'água da cidade de Campos e pa-
ra o desenvolvimento das plantações as suas margens.
• Parque Estadual do Desengano: com uma área de 22.400 ha, constitui o último
trecho da mata Atlântica no norte do Estado, situado em terras dos municípios de
Campos, Santa Maria Madalena e São Fidélis. O Parque é o local de maior concen-
tração de avifauna da Serra do Mar em território fluminense. Sua fauna terrestre
também é rica e ali se encontra o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.
Fonte: http://br.viarural.com/servicos/turismo/parques-estaduais/
parque-estadual-do desengano/default.htm
• Bela Joana: região situada no Vale do Rio Preto, distrito de Morangaba a sudoeste
do município, apresenta características rurais devido à predominância da agricultu-
ra e da pecuária. A região abriga trechos remanescentes da Mata Atlântica, com
belas cachoeiras, montanhas, riachos e um verde exuberante.
• Rio Bela Joana: afluente do Rio Preto possui águas cristalinas e quedas que for-
mam grandes blocos rochosos, com diversas piscinas naturais.
• Pico "Peito de Moça": com 700 m. de altitude, guarda semelhança com o Pão de
Açúcar.
• Cachoeira Pedra Rasa: é uma das mais belas cachoeiras da região, além de ser
uma das maiores, com uma queda de 80m de altura.
• Cachoeira do Rio Mocotó: próximo de São Fidélis, onde águas jorram brancas de
espumas por estreita fenda e se precipitam de uma altura de mais de 40m em uma
piscina natural. Suas águas claras, transparentes, de temperatura amena no verão
e fria no inverno, são propícias para banhos.
• Pico São Mateus: em Morangaba, com 1.576m de altitude, é o ponto mais elevado
do município e oferece ampla vista de todo o seu território e da paisagem natural da
Mata Atlântica.
• Lagoa de Cima: entre Ibitioca e Morangaba, foi chamada por D. Pedro II de "Lagoa
dos Sonhos", nome pelo qual também é conhecida. Suas águas da lagoa têm boas
condições para banhos, pesca de vara e navegação de pequenos barcos.
Fonte: http://br.olhares.com/lagoa_de_cima_camposrj_foto2593101.html
• Morro do Itaóca: em Ibitioca, uma das 7 elevações que fazem parte do Maciço de
Itaóca, é o ponto culminante, com 414m de altitude. Do seu pico avista-se a Lagoa
de Cima e parte da cidade de Campos.
Fotos 6 e 7 – Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Morro do Itaóca
Fonte: http://www.trilhaseaventuras.com.br/diarioviagem/viagem.asp?id=249&id_colunista=44
• Pantanal da Costa Doce: nome dado à Lagoa Feia, a maior do Estado, com área
total de 130km² e profundidade média de 2 metros, faz divisa entre Quissamã e
Campos. A partir de Campos, o acesso se dá pela Ponta Grossa dos Fidalgos, pró-
xima a Tocos. Em toda a orla, junto às suas margens, a vegetação aquática é for-
mada por iguapés, taboas, paperis, oraltas de burro, damas-do-lago etc.
Fonte: http://www.juberj.com.br/default.aspx?code=88
• Igreja Matriz de São Salvador: a primeira igreja de Campos foi mandada construir
em 1652, no local onde hoje está localizada a Igreja de São Francisco. Em 1678, foi
transferida para o local onde hoje se encontra. Em 1722, foi substituída por outra
mais ampla. Em 1929, foi elevada à categoria de Catedral, quando então foi demo-
lido o templo para dar lugar à atual matriz, em estilo neoclássico, inaugurada em
1935 por ocasião do centenário da cidade. Foi elevada a Basílica Menor em 1965
pelo Papa Paulo VI.
• Museu Barbosa Guerra: fundado com o nome de Museu de Imprensa Silva Arcos
em 1931, possui em seu acervo objetos pertencentes aos índios goytacazes e aos
escravos africanos, além de possuir exemplares de revistas e jornais, objetos e
mobiliários antigos, videoteca de 500 títulos, biblioteca com mais de seis mil títulos,
e um laboratório de fotografia.
• Casa de Cultura Villa Maria: construção datada de 1918, no melhor estilo de vilas
italianas. Entre os anos de 1979/89, foi sede do Governo Municipal, que a restaurou
e manteve até que, no início dos anos 90, com a instalação da Universidade Esta-
dual do Norte Fluminense - UENF, nela foi instalada a sede da reitoria.
5.3.2 Carapebus
• Parque Nacional de Jurubatiba: criado em 1998, é uma área de restinga de 14 mil
hectares com muitas lagoas, abrangendo os municípios de Macaé, Carapebus e
Quissamã. O parque é formado por 44 km de costa. A diversidade de Jurubatiba é
tão importante que lá podem ser encontrados vestígios tanto do sertão nordestino,
quanto da Floresta Amazônica e as clusias. A área de preservação possui 12 lago-
as costeiras e inúmeros brejos temporários e permanentes, com florestas inundá-
veis e inundadas. Entre as espécies da flora, destacam-se a pitangueira, o cajueiro,
a erva-mate e madeiras de lei, como o angelim-rosa, o aderno, o catambu, a caixe-
ta e o ipê-amarelo. No Parque vivem jacarés, capivaras, tatus, lontras, tamanduás-
mirins, além de um número considerável de aves e peixes. Das lagoas costeiras
• Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória: inaugurada em 1950, é uma das mais
belas de toda região. Sua construção iniciou-se em 1932 e, apesar de não estar
acabada interiormente, foi entregue ao culto em 1939.
Fonte: http://www.conceicaodemacabu.rj.gov.br/turismo.php?pag=3
5.3.5 Macaé
• Lagoa de Imboacica: com área aproximada de 5 km², identifica-se como trecho de
limite entre os municípios de Macaé e Rio das Ostras. Estreita faixa de areia a se-
para do oceano. Suas águas têm tonalidade, temperatura e transparência constan-
tes durante o ano, com presença de praias principalmente no trecho sul da Lagoa,
junto à restinga.
• Praia dos Cavaleiros: tem cerca de 1500 m de extensão, sendo conhecida como a
“Copacabana” macaense.
Fonte: http://www.flickr.com/photos/ondemostro/149408204/
• Praia do Forte: situada entre a Ponta do Forte e a Foz do Rio Macaé, tem aproxi-
madamente 150 m de extensão. Nela está o Forte Marechal Hermes, construído no
início do século XX.
• Praia da Barra: com extensão aproximada de 2 km, suas águas apresentam cons-
tante variação em sua cor, transparência e temperatura.
Fonte: http://www.riodejaneirocapital.com.br/macae/
• Parque Ecológico Fazenda Atalaia: em Córrego do Ouro, ocupa uma área de 235
ha de Mata Atlântica. Antigo manancial que abastecia a cidade com água potável,
hoje é local histórico devido à importância de suas construções no passado.
• Pico do Frade: distante 6km de Glicério está localizado na Serra dos Crubixais, a
maior reserva florestal do município, na fronteira com Trajano de Morais, estando a
1.429 m de altitude, ponto mais elevado de Macaé, sendo constituído de duas for-
mações rochosas: a maior, do Frade, e a Pedra do Paulo, hoje também conhecida
como Pedra do Grito. Do pico tem-se ampla vista de toda a região serrana e de to-
do o litoral macaense.
Foto 14 – Região Norte Fluminense, Macaé, Pico do Frade
Fonte: http://www.macaecvb.com.br/modules.php?name=Geral&showPage=true&pageID=21
• Igreja de São João Batista: situada na Praça Veríssimo de Melo. Provável cons-
trução do século XVIII foi originalmente erigida como capela da Irmandade de São
João Batista, sendo posteriormente ampliada para dar lugar à atual Igreja Matriz.
Destacam-se no interior, também as imagens sacras em tamanho natural de Nossa
Senhora das Dores, Senhor Morto e Jesus carregando a cruz.
Fonte: http://www.macaecvb.com.br/modules.php?name=Geral&showPage=true&pageID=21
• Forte Marechal Hermes: edificado ao longo das curvas de nível do Morro do Forte,
de onde se avista a cidade, as praias e as ilhas. Há uma reserva florestal e, no topo
do morro, está a antiga Fortaleza de Santo Antônio do Monte Frio.
Foto 16 – Região Norte Fluminense, Macaé, Forte Marechal Hermes
Fonte: http://www.macaecvb.com.br/modules.php?name=Geral&showPage=true&pageID=21
5.3.6 Quissamã
• Praia João Francisco: localizada junto à área de restinga, no Parque, situa-se en-
tre as praias de Carapebus, naquele município, e do Pires. Com águas frias de
pouca transparência e areias de granulação média com tonalidade amarelada, for-
ma um estreito cordão com coqueiros e casuarinas, que separa a praia das lagunas
da região, como a Piripiri, a Maria Menina, a da Garça, a do Paulista e a Lagoa Pre-
ta.
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-atrativos-naturais/
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-atrativos-naturais/#ccm
• Lagoa Feia: a maior do Estado, tem área total de 170 km², profundidade média de
2 metros e faz divisa entre Quissamã e Campos. De água doce, morna e escura,
bastante piscosa, com praias na Enseada do Tatu. Está circundada por vegetação
típica de campos de pastos existentes na região.
Foto 19 – Região Norte Fluminense, Quissamã, Lagoa Feia
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-atrativos-naturais/#ccm
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-historico-e-cultural/#chcfm
• Casa Mato de Pipa: Mato de Pipa é a mais antiga casa de engenho do Norte Flumi-
nense ainda conservada e foi a primeira casa de telhas de toda a região. Construí-
da em 1777, é um exemplo da arquitetura rural inspirada pelo estilo bandeirista de
São Paulo. A casa possui um acervo de documentos, móveis e utensílios que por si
só contam sobre os primeiros colonizadores da região. Atualmente, o imó-
vel pertence à Associação dos Amigos de Mato de Pipa, fundada em 1983, que é
responsável por sua preservação e manutenção.
Foto 22 – Região Norte Fluminense, Quissamã, Casa Mato de Pipa
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-historico-e-cultural/
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-historico-e-cultural/
• Complexo Histórico Cultural Fazenda Machadinha: história da cultura negra está pre-
sente na Machadinha com seu conjunto de senzalas ainda preservadas, únicas no
país ainda habitadas por descendentes de escravos, que mantiveram por séculos a
beleza da cultura afro-brasileira. A Casa Grande (hoje em ruínas), construída em
1867, foi morada do Visconde de Ururaí, genro do Duque de Caxias, que chegou a
se hospedar diversas vezes na fazenda. Está localizada a 15 km do Centro. No lo-
cal, o visitante pode apreciar o Jongo e o Fado, danças típicas dos escravos, além
de degustar a culinária Raízes do Sabor, que resgata receitas das senzalas no sé-
culo XIX.
Fotos 25 e 26 – Região Norte Fluminense, Quissamã, Complexo Histórico Cultural Fazenda
Machadinha
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-historico-e-cultural/
• Casa de Artes Machadinha: a Casa de Artes Machadinha, inaugurada em julho de
2008, é um espaço destinado às apresentações de jongo, fado, à degustação de
culinária típica da época dos escravos, além de exposição e venda de artesanatos,
bebidas, doces, e ainda, um memorial que faz parte do Complexo Histórico Cultural
da Fazenda Machadinha.
Fonte: http://www.quissama.rj.gov.br/index.php/roteiro-historico-e-cultural/
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 651
5.3.7 Rio das Ostras
• Parque Natural Municipal dos Pássaros: O Parque dos Pássaros ocupa uma
área preservada de oito hectares de formações úmidas e mata de restinga, povoa-
da por uma rica fauna, característica da Mata Atlântica. Os visitantes podem percor-
rer suas belas trilhas, observar os pássaros e a vegetação. Há possibilidade de co-
nhecer o interior do viveiro, às sextas-feiras, numa visita guiada por biólogos. O
Parque é também um campo permanente para pesquisa científica orientada ao re-
conhecimento e sobrevivência da biodiversidade. As dependências do Parque con-
tam com Centro de Visitantes, Biblioteca e Videoteca, Núcleo de Educação Ambien-
tal, Centro de Estudos da Flora e Fauna, trilha ecológica e o maior viveiro de aves
do Brasil.
Fonte: http://www.riodasostras.rj.gov.br/pturisticos.html
Fonte: http://www.riodasostras.rj.gov.br/pturisticos.html
Fonte: http://www.riodasostras.rj.gov.br/pturisticos.html
Fonte: http://www.riodasostras.rj.gov.br/cdepraias.html
• Praia do Costazul: com 2,3 km, é uma praia oceânica, “point” de surfistas, “body-
boarders” e amantes da pesca de caniço. Boa parte de sua orla foi contemplada
com o projeto urbanístico mais moderno da região.
Fonte: http://www.riodasostras.rj.gov.br/cdepraias.html
Fonte: http://www.riodasostras.rj.gov.br/cdepraias.html
Fonte: http://www.riodasostras.rj.gov.br/culturaehistoria.html
• Parque Estadual do Desengano: com uma área de 22.400 ha, constitui trecho da
Mata Atlântica no norte do Estado, situado em terras dos municípios de Campos,
Santa Maria Madalena e São Fidélis. O Parque é local de grande concentração de
avifauna da Serra do Mar em território fluminense. Sua fauna terrestre também é ri-
ca e ali se encontra o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.
• Rio Paraíba do Sul: atravessa todo o município com largura média de 450 m. e pro-
fundidade entre 1 e 5 m. Em toda a extensão dos 27 km fidelenses, tanto nas mar-
654 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
gens como em suas praias, há diferentes tipos de vegetação, destacando-se tre-
chos com tamarindeiros, mangueiras e touceiras de bambu. Ao atravessar a Sede,
apresenta ilhotas e ilhas. Há algumas corredeiras, como a Corredeira do Salto. A-
lém dos núcleos e centros urbanos que o margeiam, destacam-se também as áreas
das fazendas com antigos casarões, velhas colônias e usinas de açúcar, como a
centenária Usina Pureza.
• Rio do Colégio: de águas frias e cristalinas, tem corredeiras e cachoeiras, como a
do Oriente.
Fonte: http://www.saofidelisrj.com.br/?sf=cachoeira_do_oriente
• Cachoeira do Recreio: com dois saltos principais, um deles com mais de 60 m.,
possui águas límpidas, claras e frias.
• Cachoeira Pedra D'água: grande lajeado em declive, com 15 m. de largura e 40 m.
de extensão, tem trechos represados que formam três piscinas. Suas águas são
claras, transparentes e mornas.
• Igreja Matriz: construção monumental datada de 1809 foi erigida pelos padres Ca-
puchinhos da Ordem de São Francisco de Assis e guarda o Museu de Arte Sacra.
Sua construção tem forma de cruz e a cúpula possui 15 m. de diâmetro, sustentada
por sólidas colunas.
• Solar do Barão de Vila Flor: construído em 1847, tem elementos do mobiliário origi-
nal, além de pequeno acervo de objetos, quadros e livros. Atualmente abriga o Mu-
seu Histórico do Município, a Biblioteca Municipal e a Secretaria de Esporte Cultura
Lazer e Turismo.
Foto 36 – Região Norte Fluminense, São Fidélis, Solar do Barão de Vila Flor
Fonte: http://www.saofidelisrj.com.br/?sf=solar_do_b_de_vila_flor
• Praia Lagoa Doce: com uma extensão de 4 km, é uma das mais bonitas da região.
Na sua paisagem, o grande destaque são as falésias que começam a se formar na
Ponta do Retiro, com cores que vão do vermelho-fogo ao branco e continuam por
toda a extensão da praia. Há uma pequena lagoa de água doce atrás das falésias.
Foto 37 – Região Norte Fluminense, São Francisco de Itabapoana, Praia Lagoa Doce
Fonte: http://www.pmsfi.rj.gov.br/turi/turismo.php?id=1&mod=17
• Praia Gargaú: com extensão de 2 km, tem ao seu redor lindas lagoas formadas por
águas doce e salgada, tais como a do Comércio, a dos Quiosques e a da Praia. As
águas do mar mudam de posição de acordo com o fluxo das marés, proporcionan-
do um lindo visual. A localidade tem um rico manguezal que vai até próximo à foz
do Rio Paraíba do Sul, formando um canal navegável de embarcações de pesca e
turismo com um manancial da flora e fauna de preservação ambiental.
5.3.10 São João da Barra
• Cachoeira de São Romão: com várias piscinas naturais, situadas no meio da Mata
Atlântica.
• Praia de Atafona: encontro do rio com o mar, formando o segundo maior delta do
país. Manguezais, pesca abundante, areias monazíticas e alta concentração de io-
do no mar.
Fonte: http://www.espacoecologiconoar.com.br
• Praia de Iquipari: santuário ecológico com mar e lagoa protegido por lei ambiental,
tem flora e fauna nativos exuberantes.
• Igreja Matriz de São João Batista: construída em 1630 e incendiada em 1882,
sofreu várias reformas, sempre mantendo suas linhas originais em formato de cruz.
• Casa da Câmara e Cadeia Pública: inaugurada em 1797, nela funciona uma bi-
blioteca e salão de exposições.
• Casa da Cultura: antigo Grupo Escolar Alberto Torres, cuja construção data da
segunda metade do século XIX.
5.4 Infraestrutura Turística
Considera-se como infraestrutura do apoio ao turismo o conjunto dos estabelecimentos e
serviços que dão suporte à atividade turística através do atendimento direto ao visitante.
Trata-se dos meios de hospedagem e alimentação, agenciamento turístico, lazer, compras e
entretenimento, aviação (através de melhorias nos aeroportos) e infraestrutura urbana. Inte-
grados ao conjunto da infraestrutura urbana, constituem, em parte, a força de atração de
uma determinada localidade.
5.4.1 Infraestrutura Turística da Região Norte do Estado do Rio de Janeiro
Em relação à infraestrutura turística de apoio ao turismo (entretenimento e hotelaria) e à
infraestrutura urbana, a Região Norte Fluminense possui no total 22 bibliotecas, 6 museus,
12 teatros, 19 centros culturais, 23 estádios/ginásios, 7 cinemas, 63 instituições financeiras,
436 estabelecimentos de saúde, 203 estabelecimentos hoteleiros e 68 outros tipos de alo-
jamentos (Tabela seguinte).
Tabela 27 - Região Norte Fluminense, Infraestrutura Turística (entretenimento) e Infraestrutura
Urbana, 2006.
Estádios
Municípios da Região Centro Instituições Est. de
Biblioteca Museu Teatro / Giná- Cinema
Norte Fluminense Cultural Financeiras Saúde
sios
Campos dos Goytacazes 2 1 4 1 5 2 24 191
Carapebus 0 0 1 1 0 1 1 8
Cardoso Moreira 3 0 0 0 2 0 2 12
Conceição de Macabu 1 0 1 1 1 0 2 11
Macaé 1 1 3 1 4 2 17 112
Quissamã 2 1 0 1 2 0 2 15
Rio das Ostras 1 2 1 3 1 1 6 26
São Fidelis 1 1 1 0 2 0 3 22
São Francisco de Itabapoana 1 0 0 0 0 0 4 27
São João da Barra 10 0 1 11 6 1 2 12
Total 22 6 12 19 23 7 63 436
Fonte: IBGE – Perfil dos Municípios Brasileiros – Cultura 2006 e IBGE – Cidades 2005 e 2007
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 657
Tabela 28 – Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, Estabelecimentos Hoteleiros e Outros
Tipos de Alojamentos, 2006 - 2007
Municípios da Região
Estabelecimentos Hoteleiros Outros Tipos de Alojamentos
Norte Fluminense
O turismo tem caráter social e multiplicador na geração de empregos, sendo um setor ex-
tremamente importante em termos de investimentos e desenvolvimento econômico.
O total de empregos gerados por algumas atividades econômica do turismo nos municípios
da Região Norte do Estado do Rio de Janeiro são: 3.339 no setor de transporte rodoviário
de passageiros, 563 no setor de transporte aéreo de passageiros, 1.433 em hotéis e simila-
res, 3.904 em restaurantes e outros serviços de alimentação e bebidas, 75 em agências de
viagens e operadoras de turismo e 184 no setor de locação de meios de transporte sem
condutor (Tabela seguinte).
A Região Norte preserva as técnicas mais tradicionais do bordado, crochê, ponto cruz, apli-
cados em linhas de cama e mesa e também na moda. A utilização das fibras naturais em
objetos também é expressiva na região, assim como as cerâmicas, que hoje é uma das ma-
térias-primas mais utilizadas por grupos de mulheres artesãs da Região.
Existem nos municípios da Região Norte Fluminense as seguintes atividades artesanais:
• Campos dos Goytacazes: bordado, barro e culinária típica;
• Carapebus: bordado, tapeçaria e conchas;
• Cardoso Moreira: bordado, madeira e material reciclável;
• Conceição de Macabu: bordado, fibras vegetais e material reciclável;
• Macaé: bordado, fibras vegetais e madeira;
• Quissamã: bordado, fibras vegetais e culinária típica;
• Rio das Ostras: barro, madeira e metal;
• São Fidelis: bordado, fibras vegetais e material reciclável;
• São Francisco de Itabapoana: bordado, fibras vegetais e culinária típica;
• São João da Barra: fibras vegetais, material reciclável e culinária típica.
Podemos destacar a feira “O Luxo do Lixo” onde os artesãos dos municípios da Região Nor-
te do Estado do Rio de Janeiro mostram suas potencialidades. A feira tem um foco ambien-
tal, com caráter sustentável e ecologicamente correto, apresentando artesanato rústico com
aproveitamento de produtos naturais. Um evento de grande porte, que atrai um grande nú-
mero de expositores e visitantes. No mês de novembro de 2009, o evento ocorreu em Cam-
pos dos Goytacazes e a sede em 2010, será o município de São Francisco do Itabapoana.
5.8 Conclusão
O Norte Fluminense é uma região com vocações turísticas nas modalidades de turismo de
negócios (em função principalmente da economia do petróleo), turismo de lazer como o de
sol e mar, ecoturismo, turismo rural, turismo de aventura e o turismo cultural.
Os principais municípios receptores de turistas são Quissamã, Macaé e Campos dos Goyta-
cazes. Em Rio das Ostras, uma quase conurbação de Macaé, pode-se destacar o turismo
sol e mar, o turismo cultural, o turismo rural e o ecoturismo. Em Quissamã, o turismo cultu-
ral, o ecoturismo e o turismo sol e mar. Já em Macaé e Campos dos Goytacazes, o turismo
de negócios, o turismo sol e mar e o ecoturismo. Em São João da Barra, o turismo de sol e
mar, com propensão crescente do turismo de negócios com o Porto de Açu. Os outros mu-
nicípios da região possuem potenciais turísticos, mas ainda pouco explorados.
Os municípios de Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio das Ostras concentram a maior
oferta de equipamentos e de serviços turísticos, mas que precisam ser melhorados. Nos
outros municípios da Região, a infraestrutura turística é deficiente.
6. ESTRUTURA PRODUTIVA
Este estudo abrange as Regiões Noroeste e Norte Fluminense. A análise conjunta apresen-
tada decorre da possibilidade de avaliar estas duas estruturas produtivas que se mostraram
bastante diferentes uma da outra. Neste sentido, buscou-se aproveitar de comparações para
destacar pontos que ajudam no entendimento de cada estrutura, bem como do caráter de
complementaridade e integração que um estudo regional ou interregional requer.
Ao apresentar as duas regiões em paralelo, espera-se tornar clara a necessidade de ações
distintas, porém coordenadas, de forma que possam ser eliminadas as fraquezas de uma
Região sem ampliar as de outra, para que as oportunidades possam ser compartilhadas,
mesmo que indiretamente por ambas.
Além disso, percebe-se o peso das atividades de comércio varejista, administração pública e
alguns serviços, tanto na presença destas atividades (estabelecimentos) quanto no emprego
gerado por elas no Estado do Rio de Janeiro. Na outra extremidade algumas atividades in-
dustriais apresentam um peso menor para o total da economia fluminense, como demons-
trado pela participação das indústrias de material de transporte; mecânica; produtos mine-
rais não metálicos; borracha, fumo, couros, peles, similares; madeira e do mobiliário; materi-
al elétrico e de comunicações e indústria de calçados, toda com menos de 1% de participa-
ção.
A Região Norte apresenta uma estrutura diferente da média do Estado. O comercio varejista
é responsável por mais de 40% dos estabelecimentos, mas por apenas 14,91% dos empre-
gados deste setor. Contudo, esta não é a regra geral, ou seja, é mais comum observar a
superioridade da participação no emprego em relação à participação nos estabelecimentos.
Esta comparação permite distinguir a presença de uma atividade econômica na região e o
seu peso na geração de emprego. Desta forma, chamam a atenção os setores de constru-
ção civil; extrativa mineral e a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico on-
de a participação no emprego supera a participação nos estabelecimentos.
No caso da Região Noroeste o comércio varejista também aparece com destaque, porém
com uma participação menor em relação à Região Norte no que se refere aos estabeleci-
mentos (37,57%) e uma participação maior no que se refere ao emprego (21,66%).
Dois outros setores destacam-se na Região Noroeste. Primeiro, o setor de serviços de alo-
jamento, alimentação, etc. que concentra 15,96% dos estabelecimentos e 8,56% do empre-
go. Isso denota a presença de um conjunto de estabelecimentos de menor porte em termos
relativos. O mesmo acontece com o setor de agricultura, silvicultura, criação de animais,
extrativismo vegetal etc. que responde por 11,98% dos estabelecimentos e 5,52% do em-
prego. No caso particular desta atividade, verifica-se que nas duas dimensões, estabeleci-
mentos e emprego, a Região Noroeste apresenta participações muito acima da média do
Estado que, para este setor, não ultrapassa 1%.
De fato, estes dados mostram que as regiões Norte e Noroeste possuem estruturas produti-
vas bastante distintas. A Região Norte baseia-se em grandes estabelecimentos e possui
uma importância relativa do comércio, serviços, construção civil e indústria extrativa mineral
significativa em termos do emprego. A Região Noroeste tem uma estrutura produtiva basea-
da em estabelecimentos de pequeno porte, na atividade agrícola e na administração pública.
Tendo em vista essas limitações do QL, podem-se destacar na Tabela seguinte, os setores
em que o valor para o Quociente Locacional para o Rio de Janeiro está acima de dois. Nes-
te sentido, chamam atenção os setores de Apoio à Extração de Minerais; Extração de Petró-
leo e Gás Natural; Transporte Aquaviário; Fabricação de Outros Equipamentos de Transpor-
te, exceto Veículos Automotores; Coleta, Tratamento e Disposição de Resíduos, Recupera-
ção de Materiais. Isto sugere que as atividades produtivas do Estado estão concentradas
em torno da extração de petróleo e gás natural e as atividades relacionadas. De fato, a ca-
deia produtiva do petróleo se converteu historicamente em uma referência para a economia
fluminense.
Tabela 32 – Divisão CNAE com QL maior que 1 para o Estado do Rio de Janeiro, QL para as
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, QL para Região Sudeste e Para Demais Regiões do
Brasil, 2008
Estado do
Região Região Região Outras
Divisão CNAE 2.0 Rio de
Norte Noroeste Sudeste Regiões
Janeiro
Atividades de Apoio à Extração de Minerais 43,07 0,62 6,58 1,39 0,59
Extração de Petróleo e Gás Natural 92,77 0,00 5,68 1,19 0,79
Atividades de Exploração de Jogos de Azar e
0,07 0,99 4,64 1,35 0,63
Apostas
Transporte Aquaviário 20,84 0,00 4,58 1,02 0,98
Fabricação de Outros Equipamentos de Transpor-
0,34 0,51 2,67 1,27 0,71
te, exceto Veículos Automotores
Coleta, Tratamento e Disposição de Resíduos;
2,30 0,06 2,24 1,16 0,83
Recuperação de Materiais
Outras Atividades de Serviços Pessoais 1,28 0,60 2,23 1,12 0,87
Atividades Artísticas, Criativas E de Espetáculos 1,10 0,47 1,98 1,13 0,86
Serviços de Arquitetura e Engenharia; Testes e
3,15 0,37 1,96 1,34 0,64
Análises Técnicas
Seguros, Resseguros, Previdência Complementar
0,47 0,75 1,95 1,35 0,62
e Planos de Saúde
Pesquisa e Desenvolvimento Científico 0,35 0,00 1,90 1,09 0,90
Atividades de Rádio e de Televisão 0,73 0,94 1,87 1,05 0,95
Telecomunicações 0,27 0,13 1,79 1,29 0,69
Atividades Veterinárias 0,38 0,21 1,79 1,26 0,72
Atividades Cinematográficas, Produção de Vídeos
e de Programas de Televisão; Gravação de Som 0,63 0,13 1,77 1,24 0,74
...
Atividades Esportivas e de Recreação e Lazer 0,53 1,05 1,76 1,23 0,76
Atividades de Sedes de Empresas e de Consulto-
0,98 0,10 1,75 1,37 0,60
ria em Gestão Empresarial
Manutenção, Reparação e Instalação de Máqui-
6,29 0,13 1,67 1,20 0,78
nas e Equipamentos
Serviços para Edifícios e Atividades Paisagísticas 0,43 0,42 1,54 1,18 0,81
Alimentação 1,37 0,58 1,51 1,17 0,82
Reparação e Manutenção de Equipamentos de
0,44 1,17 1,51 1,16 0,83
Informática e Comunicação e de Objetos ...
Além disso, é preciso observar os setores em que as Regiões Norte e Noroeste apresentam
QL acima de 1, mesmo que este não seja o caso para o total do Estado do Rio de Janeiro.
As informações da Tabela deixam ainda mais evidente a importância e a centralidade da
cadeia do petróleo e gás para a Região Norte, na medida em que mostra haver especializa-
ção nas atividades de Serviços de Arquitetura e Engenharia; Testes e Análises Técnicas;
Serviços Especializados para Construção; Fabricação de Produtos de Minerais Não-
Metálicos e Fabricação de Máquinas e Equipamentos, além daquelas já mencionadas ante-
riormente.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 665
Tabela 33 – Divisão CNAE com QL Maior que 1 para a Região Norte Fluminense e para o Esta-
do do Rio de Janeiro, 2008
Divisão CNAE 2.0 Região Norte RJ
Extração de Petróleo e Gás Natural 92,77 5,68
Atividades de Apoio à Extração de Minerais 43,07 6,58
Transporte Aquaviário 20,84 4,58
Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos 6,29 1,67
Obras de Infraestrutura 3,52 1,27
Serviços de Arquitetura e Engenharia; Testes e Análises Técnicas 3,15 1,96
Atividades de Organizações Associativas 3,06 1,18
Coleta, Tratamento e Disposição de Resíduos; Recuperação de Materiais 2,30 2,24
Transporte Aéreo 1,99 1,15
Armazenamento e Atividades Auxiliares dos Transportes 1,92 1,30
Serviços Especializados Para Construção 1,68 1,29
Fabricação de Produtos de Minerais Não-Metálicos 1,50 0,58
Alimentação 1,37 1,51
Fabricação de Máquinas e Equipamentos 1,35 0,46
Outras Atividades de Serviços Pessoais 1,28 2,23
Alojamento 1,19 1,28
Atividades de Atenção à Saúde Humana 1,19 1,20
Serviços de Escritório, de Apoio Administrativo e Outros Serviços
1,16 1,42
Prestados às Empresas
Atividades Artísticas, Criativas e de Espetáculos 1,10 1,98
Comércio Varejista 1,02 1,10
Fonte: RAIS, 2008
Para a Região Noroeste Fluminense a Tabela seguinte também apresenta os setores com
QL maior que 1. A maior especialização desta Região é na Extração de Minerais Não-
Metálicos (QL=5,11) seguida da Fabricação de Celulose, Papel e Produtos de Papel
(QL=3,41) e Fabricação de Produtos de Minerais Não-Metálicos (QL=2,24). Além destes
setores, já com um QL menor que 2, chamam atenção as atividades de Serviços Domésti-
cos; Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados; Confecção de Artigos do Vestuário e
Acessórios, em adição àquelas já citadas.
Em resumo, estes dados permitem perceber mais claramente as diferenças entre as Regi-
ões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. A Região Norte possui especializações
em setores com maiores exigências de capital, enquanto a Região Noroeste concentra suas
especializações nas atividades intensivas em trabalho. Isso está de acordo com a distribui-
ção dos estabelecimentos segundo o porte apresentado na seção anterior em que a Região
Norte concentra o emprego em estabelecimentos de grande porte, ao passo que a Região
Noroeste o faz em unidades de micro e pequeno porte.
Por fim, é preciso lembrar que ao mesmo tempo em que indica a especialização das regi-
ões, o QL também aponta para a dependência da estrutura produtiva destas regiões por
determinados setores. Neste sentido, a Região Norte aparece com maior dependência da
cadeia de petróleo e gás tornando a Região mais sensível tanto ao crescimento quanto às
crises desta cadeia produtiva. Dessa maneira, a especialização menos dependente da Re-
gião Noroeste (possui QL em geral mais baixos e mais bem distribuídos), a torna mais sen-
sível às variações de caráter mais geral na economia, com alguma concentração no setor
agrícola.
6.3 Indústria
Esta seção analisa a estrutura industrial das Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de
Janeiro. Por tratar especificamente da indústria, a base desta análise é a classificação
CNAE 2.0 em cinco dígitos (classe CNAE). Isto permite observar com mais detalhe as ativi-
dades industriais nestas regiões, uma vez que conta com uma maior desagregação. Utiliza-
se, portanto, as classes CNAE pertencentes às indústrias extrativas e de transformação,
compreendendo as 274 atividades econômicas (de um total de 676). Contudo, o grande nú-
mero de classes industriais coloca limites à análise, no sentido de que passa a ser necessá-
rio maior rigor para a apresentação do QL.
Desta forma, a Tabela seguinte apresenta os setores em que o Estado do Rio de Janeiro
possui Quociente Locacional superior a dois. Observa-se que o Estado apresenta especiali-
zação em 41 atividades industriais, das quais se destacam as relacionadas à cadeia do pe-
tróleo e gás. Em aditamento, comparecem os serviços relacionados a esta cadeia. Além
disso, vale ressaltar a presença de especializações na cadeia metal-mecânica que se rela-
ciona com várias outras cadeias para as quais serve de base, como por exemplo, a Cons-
trução de embarcações e relacionados e de aeronaves. Três outras atividades que merecem
distinção, neste cenário, são as extrações de minerais radioativos; fabricação de prepara-
ções farmacêuticas e fabricação de produtos farmoquímicos.
Outras
Região Região Rio de
Classe CNAE 2.0 Regiões
Norte Noroeste Janeiro
do Estado
Construção de embarcações e estruturas flutuantes 0,86 0,00 15,19 13,43
Fabricação de máquinas e equipamentos para a prospecção e extração de petróleo 61,28 0,00 7,63 13,06
Atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural 44,17 0,00 8,70 12,23
Produção de semi-acabados de aço 0,00 0,00 12,92 11,35
Manutenção e reparação de embarcações 6,65 0,00 11,85 11,10
Fabricação de catalisadores 0,00 0,00 11,93 10,48
Extração de petróleo e gás natural 87,03 0,00 0,78 9,71
Extração de minerais radioativos 23,59 0,00 7,10 8,68
Manutenção e reparação de aeronaves 0,00 0,00 9,81 8,62
Fabricação de preparações farmacêuticas 0,00 0,00 9,58 8,42
Fabricação de desinfetantes domissanitários 0,00 0,00 9,06 7,96
Produção de outros tubos de ferro e aço 0,00 0,00 6,26 5,50
Fabricação de elastômeros 0,00 0,00 5,93 5,21
Produção de laminados planos de aço 0,00 0,00 4,91 4,31
Confecção de roupas íntimas 0,26 6,64 4,71 4,28
Fabricação de produtos derivados do petróleo, exceto produtos do refino 0,00 0,00 4,64 4,07
Fabricação de produtos do refino de petróleo 0,00 0,00 3,98 3,50
Construção de embarcações para esporte e lazer 0,00 0,00 3,94 3,46
Fabricação de produtos farmoquímicos 0,09 0,00 3,80 3,34
Manutenção e reparação de tanques, reservatórios metálicos
11,69 0,00 2,17 3,12
e caldeiras, exceto para veículos
Fabricação de produtos químicos inorgânicos não especificados anteriormente 0,00 0,00 3,48 3,06
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos
0,00 0,00 3,48 3,06
e cinematográficos
Fabricação de pneumáticos e de câmaras-de-ar 0,00 0,00 3,42 3,00
Fabricação de artigos para viagem, bolsas e semelhantes de
0,13 0,00 3,35 2,95
qualquer material
Fabricação de malte, cervejas e chopes 0,03 0,00 3,32 2,92
Fabricação de produtos do fumo 0,42 0,00 3,16 2,82
Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 0,00 0,57 3,17 2,80
Manutenção e reparação de equipamentos e produtos não
especificados anteriormente 0,11 0,00 3,09 2,73
Fabricação de locomotivas, vagões e outros materiais rodantes 0,00 0,00 3,09 2,72
Fabricação de obras de caldeiraria pesada 0,07 0,00 3,02 2,66
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas 0,00 0,00 3,01 2,64
Extração e refino de sal marinho e sal-gema 0,00 0,00 3,00 2,64
Fabricação de aparelhos e equipamentos para instalações térmicas 0,00 0,00 2,96 2,60
Fabricação de embalagens metálicas 0,28 0,59 2,87 2,56
Fabricação de bijuterias e artefatos semelhantes 0,00 0,00 2,83 2,49
Produção de relaminados, trefilados e perfilados de aço 0,00 0,00 2,61 2,29
Fabricação de embalagens de vidro 0,00 0,00 2,59 2,28
Fabricação de gases industriais 0,18 0,00 2,54 2,25
Fabricação de massas alimentícias 0,03 1,63 2,47 2,20
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e
odontológico e de artigos ópticos 0,09 0,12 2,29 2,03
Para o Noroeste Fluminense os dados da Tabela revelam até agora uma grande vulnerabili-
dade da indústria da Região, tendo em vista que apenas para a confecção de roupas ínti-
mas (QL=6,64) há uma especialização de destaque. Nas demais atividades em que o Esta-
do apresenta especialização, esta Região mostra valores para o QL seguinte de 1 para a
maioria dos setores listados. Isso evidencia uma desconexão, ao menos aparente, entre a
estrutura industrial do Estado e da Região.
As atividades industriais em que a Região Norte possui QL maior que 1 são mostradas na
Tabela seguinte. Fica clara, mais uma vez o peso da cadeia produtiva do petróleo e gás e
da cadeia metal-mecânica, sem maiores novidades em relação aos dados já apresentados.
Surgem apenas algumas outras especializações em moagem e fabricação de produtos de
origem vegetal; fabricação de farinha de mandioca e derivados e preparação do leite, por
exemplo. Das atividades em que a Região Noroeste apresentou QL superior a 1, apenas
para fabricação de aguardentes e outras bebidas destiladas (QL=3,47) e atividades de apoio
à extração de minerais, exceto petróleo e gás natural (QL=7,95), a Região Noroeste também
mostrou especialização.
Tabela 36 – Classe CNAE com QL Maior que 1 para Região Norte Fluminense, QL para a Noro-
este, QL para Estado do Rio de Janeiro, 2008
Os dados da Tabela listam as classes CNAE em que a Região Noroeste apresenta QL acima
de 1. A partir de tais dados, dois pontos merecem destaque. Em primeiro lugar, o fato de a
Região Noroeste possuir especializações em um maior número de atividades industriais (32
classes com QL maior que 1) do que a Região Norte (25 classes com QL maior que 1). Isso
denota uma menor dependência em relação a apenas uma, ou poucas cadeias produtivas. Em
segundo lugar, a pouca presença de atividades mais relacionadas com a cadeia produtiva do
petróleo e gás, o que sugere uma fragilidade na interação produtiva entre as duas regiões. Isto
fica mais claro quando se observa que apenas nas atividades de Apoio à extração de minerais,
exceto petróleo e gás natural; Preparação do leite e fabricação de aguardentes e outras bebi-
das destiladas, ambas as regiões apresentam especialização.
A Tabela seguinte apresenta os vinte maiores investimentos previstos de acordo com o rela-
tório “Decisão”. Estes investimentos correspondem a cerca de 34% do total previsto. Estas
informações mostram que os maiores investimentos são de implantação, ou seja, corres-
pondem a empreendimentos novos, e concentrados em petroquímica e energia. O setor de
transporte e logística também apresenta grandes investimentos, embora em menor escala,
seguido pela indústria naval. Vale observar, para estes vinte maiores empreendimentos, a
diversidade de atores/investidores presentes. Do ponto de vista das Regiões em análise,
apenas os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra, ambos na Região
Norte Fluminense, receberão investimentos específicos. Deve-se mencionar que existem
investimentos, que não ficarão restritos a um único município e, portanto, poderão contem-
plar outras regiões do Estado não explicitadas na Tabela.
Os diferenciais de investimento nas regiões podem ser observados a partir da Tabela se-
guinte. De todo montante de investimentos previstos, a Região Norte Fluminense deverá
receber o segundo maior volume de recursos, superada apenas pela Região Leste. Na outra
ponta, os investimentos destinados à Região Noroeste confundem-se com os de outras re-
giões, o que denota um volume menor de recursos. O volume total para o conjunto de Regi-
ões no qual se encontra a Região Noroeste soma R$1,9 bi, correspondendo a 1,5% do in-
vestimento total e a apenas 14,7% do previsto para a Região Norte. Esta desigualdade é
reflexo, entre outras coisas, das especializações produtivas de cada região, o que combina-
do aos setores que receberão investimento levam à concentração destes em algumas regi-
ões. Uma conseqüência prevista deste movimento é a intensificação da concentração des-
tes setores nas respectivas regiões especializadas, bem como o aprofundamento desta es-
pecialização.
Por sua vez, os principais investimentos previstos para a Região Noroeste são bem mais
modestos e abrangem os setores de energia, desenvolvimento urbano e alimentos. Isto leva
a considerar dois pontos em especial. Em primeiro lugar, a reduzida presença de atividades
industriais na região, o que pode levar a um ritmo mais lento nos investimentos em ativida-
des desta natureza. Contudo, o investimento em infraestrutura (energia) tende a induzir e
possibilitar a expansão da indústria local. Em segundo lugar, o próprio investimento no de-
senvolvimento urbano caracteriza a possibilidade de uma demanda maior de energia para
fins não industriais, como efeito da maior urbanização da Região.
De modo geral, estes investimentos podem levar ao mesmo tempo a dois efeitos que mere-
cem destaque. O primeiro efeito é mais claro, qual seja o crescimento das respectivas regi-
ões que receberão os investimentos, bem como do Estado do Rio de Janeiro como um todo.
Tende a haver um efeito multiplicador deste investimento com o aumento de renda e em-
prego, proporcionado por economias de aglomeração e de escala. Neste sentido, espera-se
um desenvolvimento destas regiões alem da diversificação da sua estrutura produtiva.
A análise da estrutura científica e tecnológica das regiões passa pela observação de cinco
pontos principais: a) capacidade para formação de recursos humanos de nível superior; b)
capacidade de formar e fixar pesquisadores; c) produção e diversificação do conhecimento
gerado; d) geração de tecnologia; e) setores envolvidos na geração de tecnologia.
De qualquer forma, deve-se estar atento para a capacidade desta estrutura de graduação
alimentar e sustentar as atividades de pesquisa e geração de conhecimento nas regiões.
Neste sentido, a Tabela seguinte auxilia no entendimento da capacidade das Regiões em
gerar e fixar pesquisadores. A partir de dados do Diretório dos Grupos de Pesquisa do
CNPq, é apresentado um retrato da estrutura de pesquisa no ano de 2008.
A situação mostra-se, pelo menos em parte, diferente para a Região Norte. Neste caso, e-
xistem 117 grupos cadastrados junto ao CNPq, porém, concentrados em apenas três institu-
ições e em poucas áreas de conhecimento. Além disso, estes grupos contam com 872 pes-
quisadores, 983 estudantes e 235 técnicos atuando em 490 projetos de pesquisa diferentes.
Chama a atenção o número de estudantes (de graduação ou pós-graduação) envolvidos em
pesquisa. Isto sugere certa capacidade da Região em dar continuidade à formação de pes-
soal com potencial para uma próxima geração e gestão de conhecimento regionalmente.
Estes dados conferem à Região Norte uma melhor condição para sustentar uma infraestru-
tura científica em comparação à Região Noroeste, embora tal estrutura seja bastante dimi-
nuta em comparação com a capital, Rio de Janeiro (que concentra a maior parte das pes-
quisas e desenvolvimentos, na atualidade).
Para complementar estas informações, a Tabela seguinte contabiliza o total de artigos cien-
tíficos indexados no Institute for Scientific Information nas quais, pelo menos um dos seus
autores, localiza-se nas Regiões Norte ou Noroeste Fluminense e que tenha sido publicado
no ano de 2009. Percebe-se que, embora não figure na base de dados do CNPq, existe na
Região Noroeste alguma estrutura capaz de gerar conhecimento. Os municípios de Campos
dos Goytacazes e Macaé são os representantes da Região Norte, o que comprova a estru-
tura científica reportada pela Tabela. Por sua vez, a ocorrência de uma produção científica
de ambiente internacional, nos municípios de Itaperuna e Miracema, é útil para sustentar
manifestação científica e/ou de pesquisa na Região Noroeste.
Tabela 45 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Artigos Científicos Indexados no ISI com
Autores de Instituições Localizadas, Publicações em 2009
A partir das informações sobre a infraestrutura científica das Regiões Norte e Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro, faz-se necessário destacar dois pontos conclusivos. Primeiro, é
pela própria existência desta infraestrutura mensurável nestas Regiões. Segundo, apesar de
mensurável, esta estrutura mostra-se bastante acanhada, sobretudo para a Região Noroes-
te, tanto em termos da formação de pessoal de nível superior e pesquisadores, quanto na
condução de pesquisas e produção de conhecimento, principalmente quando comparados
ao conjunto que oferecem as demais regiões do Estado.
Inicialmente, vale esclarecer que modelos de utilidade são, em geral, considerados patentes
com menor conteúdo tecnológico, ao passo que a patente de invenção representaria uma
contribuição mais significativa para o estoque de conhecimento tecnológico e para a mudan-
ça tecnológica. Além disso, deve-se esclarecer que a predominância de patentes registradas
por indivíduos (pessoa física) representa uma fragilidade do sistema de inovação, o que
revela uma limitada capacidade de criar e sustentar um ambiente mais propício à geração
de novas tecnologias e da inovação.
Desta forma, os dados apresentados na Tabela anterior revelam um sistema local de inova-
ção bastante limitado e imaturo, tanto para a Região Norte mas, sobretudo, para a região
Noroeste. Isto fica claro ao observar-se a baixa atividade patentária, o peso dos modelos de
utilidade e de indivíduos como titulares, considerando o extenso período apurado.
Tabela 47 – Depósitos de Patentes Junto ao INPI por Classe de Atividade CNAE e Região entre
1990 e 2005
Outras
Noroeste Norte
Classe CNAE Fluminense Fluminense
Regiões Brasil
Do Brasil
Administração publica em geral 0 1 74 75
Atividades de serviços relacionados com a agricultura 0 1 0 1
Edificações (residenciais, industriais, comerciais
e de serviços) 0 2 3 5
Fabricação de outros produtos elaborados de metal 0 1 15 16
Fabricação de peças e acessórios para o sistema
de freios 1 0 2 3
Outros setores 0 0 1.112 1.112
Não disponível 4 7 1.247 1.258
Total 5 12 2.453 2.470
Fonte: INPI, 2007 (Base de dados cedida diretamente ao Cedeplar/UFMG)
Esta seção trata basicamente dos denominados Arranjos Produtivos Locais (APL) como
uma opção para considerar a organização produtiva das regiões. Desta forma, apresenta-se
na Tabela a seguir o conjunto de APL identificados no Estado do Rio de Janeiro em estudo
produzido pelo SEBRAE/RJ (2004).
No caso da Região Norte, vale ressaltar o APL de Produção de Petróleo, localizado em Ma-
caé. De fato, as três maiores especializações desta região são nas atividades de extração
de petróleo e gás (QL=87,03), fabricação de máquinas e equipamentos para a prospecção e
extração de petróleo (QL=61,28) e atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural
(QL=44,17). De acordo com o apurado pelo SEBRAE, trata-se de APL no qual se identifica a
presença de empresa-âncora (Petrobrás), que conforma uma estrutura de governança cen-
tralizada, baseada na presença de uma malha de empresas fornecedoras de insumos, com-
ponentes e serviços que a elas se articulam via relações de subcontratação.
6.7 Pré-sal
Em termos da produção nacional de petróleo, estudos dão conta de que, considerando ape-
nas o pré-sal conhecido, pode-se chegar a 1.815.000 de barris por dia em 2020, segundo o
Governo Federal e, em 2030, a produção nacional total poderá atingir os 6,1 milhões de
barris por dia, de acordo com o PROMINP.
De outra perspectiva, o cenário mundial para o mercado de petróleo aponta para uma reali-
dade diversa. Estima-se que a produção mundial de petróleo que, em 2008, chegou a 86
milhões de barris/dia, caia para não mais que 31 milhões de barris/dia em 2030, caso não se
verifiquem novas descobertas. No sentido contrário, a demanda esperada de petróleo para o
ano de 2030 é de 106 milhões de barris/dia, o que acarretaria em um déficit de 75 milhões
de barris/dia, que deverão ser supridos por novas descobertas de petróleo, fontes alternati-
vas de energia e maior eficiência energética.
O mesmo raciocínio pode ser empregado, com ressalvas, para os elos da cadeia posteriores
à exploração e produção de petróleo. Estes investimentos dependerão amplamente da di-
nâmica que se pretende dar ao setor dentro da economia nacional. Assim, depende-se for-
temente do modelo de desenvolvimento a que tais investimentos servirão, ou seja, pela de-
cisão sobre o nível de agregação de valor que se quer dar ao produto bruto para exportação
ou para o mercado interno. A ressalva vem do fato de que, devido às características do pro-
duto central (um recurso natural), petróleo e gás, a sua produção imprime uma configuração
regional específica para o setor em que a própria região produtora, ou regiões próximas,
tendem a beneficiar o produto, tendo estas regiões vantagens na concorrência por investi-
mentos para tais fins. Não obstante estas vantagens potenciais da Região produtora e regi-
ões próximas, a infraestrutura de logística pode modificar tais vantagens em beneficio de
grandes mercados consumidores ou com maior capacidade tecnológica.
682 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Considerando, portanto, as especializações produtivas da Região Norte apresentadas na
Tabela, há um peso relativo muito maior na própria extração de petróleo e gás natural e nas
atividades de apoio a extração de minerais, embora exista alguma especialização também
em setores precedentes na cadeia produtiva, como fabricação de maquinas e equipamen-
tos, obras de infraestrutura, por exemplo. Isto sugere que a estrutura produtiva da Região
está concentrada no centro da cadeia produtiva, mais que nos elos anteriores ou posterio-
res.
A Tabela a seguir recupera as atividades CNAE para as quais a Região Norte não possui
especialização, uma vez que apresentaram o QL para 2008 seguinte da unidade. São des-
tacados os setores que podem ser mais facilmente associados à cadeia produtiva do petró-
leo e gás. Pode-se perceber que mesmo para o Estado do Rio de Janeiros, nestes setores
especificamente, não há especialização ou, quando há, estes apresentam o QL pouco aci-
ma de 1.
Desta forma, um Plano de Desenvolvimento para a Região Norte Fluminense para aprovei-
tar de forma adequada às perspectivas colocadas a partir da exploração do pré-sal, deve
considerar o adensamento da cadeia produtiva do petróleo e gás nos elos anteriores e pos-
teriores à extração da atividade E&P propriamente dita. Neste sentido, toda a base produtiva
da Região seria beneficiada, uma vez que os elos que compõem a cadeia do petróleo tam-
bém perpassam outras cadeias que podem se favorecer, num processo multiplicador, dos
encadeamentos para frente e para trás gerados pelos investimentos no pré-sal.
É preciso, portanto, conhecer o tamanho deste processo multiplicador, bem como o alcance
dos encadeamentos gerados, afim de melhor planejar e executar as ações adequadas para
o desenvolvimento da Região de forma consistente no longo prazo.
Tabela 49 – Estado do Rio de Janeiro e Região Norte Fluminense, Divisão CNAE com QL Menor
que 1, 2008
Divisão CNAE 2.0 Região Norte RJ
Publicidade e pesquisa de mercado 0,99 0,87
Atividades de sedes de empresas e de consultoria em gestão empresarial 0,98 1,75
Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros 0,92 1,30
Transporte terrestre 0,92 1,29
Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 0,92 1,09
Educação 0,90 1,39
Construção de edifícios 0,90 0,66
Extração de minerais não-metálicos 0,81 0,58
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 0,75 0,60
Atividades de rádio e de televisão 0,73 1,87
Atividades de prestação de serviços de informação 0,71 1,23
Administração pública, defesa e seguridade social 0,70 0,89
Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 0,70 0,98
Serviços domésticos 0,68 0,44
Agricultura, pecuária e serviços relacionados 0,64 0,17
Atividades cinematográficas, produção de vídeos e de
0,63 1,77
programas de televisão; gravação de som ...
Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 0,62 0,70
Eletricidade, gás e outras utilidades 0,59 1,07
Atividades dos serviços de tecnologia da informação 0,55 1,28
Correio e outras atividades de entrega 0,55 1,26
Fabricação de bebidas 0,54 1,05
Atividades esportivas e de recreação e lazer 0,53 1,76
Atividades de serviços financeiros 0,49 1,02
Atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria 0,48 1,29
Fabricação de produtos alimentícios 0,47 0,29
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 683
(continuação)
Divisão CNAE 2.0 Região Norte RJ
Seguros, resseguros, previdência complementar e
0,47 1,95
planos de saúde
Seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra 0,47 1,34
Atividades de vigilância, segurança e investigação 0,46 1,17
Fabricação de coque, de produtos derivados do
0,46 0,37
petróleo e de biocombustíveis
Reparação e manutenção de equipamentos de
0,44 1,51
informática e comunicação e de objetos pessoais e domésticos
Atividades imobiliárias 0,44 1,38
Serviços para edifícios e atividades paisagísticas 0,43 1,54
Extração de carvão mineral 0,39 0,05
Esgoto e atividades relacionadas 0,39 0,85
Atividades veterinárias 0,38 1,79
Impressão e reprodução de gravações 0,37 0,82
Edição e edição integrada à impressão 0,36 1,28
Fabricação de produtos do fumo 0,36 1,33
Pesquisa e desenvolvimento científico 0,35 1,90
Fabricação de outros equipamentos de transporte,
0,34 2,67
exceto veículos automotores
Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas 0,29 1,35
Telecomunicações 0,27 1,79
Pesca e aqüicultura 0,25 0,80
Atividades auxiliares dos serviços financeiros,
0,25 1,45
seguros, previdência complementar e planos de saúde
Confecção de artigos do vestuário e acessórios 0,24 0,82
Serviços de assistência social sem alojamento 0,23 0,79
Fabricação de móveis 0,23 0,31
Atividades de atenção à saúde humana integradas
0,22 0,58
com assistência social, prestadas em residências ...
Extração de minerais metálicos 0,22 0,60
Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental 0,20 0,81
Metalurgia 0,17 0,90
Fabricação de produtos químicos 0,17 0,88
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 0,16 1,14
Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 0,15 0,22
Fabricação de produtos diversos 0,08 0,76
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias 0,08 0,29
Atividades de exploração de jogos de azar e apostas 0,07 4,64
Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 0,06 0,58
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 0,05 0,24
Fabricação de produtos têxteis 0,05 0,29
Fabricação de produtos de madeira 0,05 0,14
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 0,05 0,55
Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos
0,03 0,12
para viagem e calçados
Produção florestal 0,01 0,04
Captação, tratamento e distribuição de água 0,00 0,89
Descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos 0,00 0,25
Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 0,00 0,80
Fonte: RAIS, 2008
6.7.2 Marco Regulatório
O objetivo geral do novo marco regulatório é permitir que o Brasil transforme a riqueza do
petróleo em desenvolvimento humano nacional. Para tanto, argumenta-se pela necessidade
de explorar as grandes reservas do pré-sal de forma inteligente, desenvolvendo toda a es-
trutura produtiva do país, bem como na geração de bem-estar social. Neste sentido, a parti-
cipação da Petrobras em todos os blocos, bem como a atuação da nova empresa (“Petro-
sal”) permitirá que se estimem de forma adequada os custos de operação evitando as per-
das de receita da União, bem como dará ao Estado a condição de cadenciar o ritmo de ex-
ploração de forma a induzir e possibilitar o desenvolvimento da economia nacional em rela-
ção ao nível de atividade, das necessidades de financiamento, do desenvolvimento tecnoló-
gico e da formação de mão-de-obra, entre outros.
Neste contexto estrutural da regulação desenhada, o Fundo Social deve garantir os meios
para promoção, não apenas do desenvolvimento humano, como também do estabelecimen-
to a cada período dos requerimentos de formação de recursos humanos, científicos e tecno-
lógicos e financeiros necessários para o período seguinte em favor da socioeconomia como
um todo. Além disso, evita-se a apreciação cambial pela simples exportação de recursos
naturais, o que tende a reduzir a competitividade da indústria nacional e seu consequente
desmoronamento. É prevista a combinação deste Fundo com uma política industrial ade-
quada no sentido de fortalecer a cadeia produtiva do petróleo e gás natural considerando os
fornecedores de bens, serviços e valorização da engenharia nacional e do refino e petro-
química para agregar valor ao óleo bruto.
Desta forma, torna-se possível promover o crescimento das atividades diretamente relacio-
nadas à atividade E&P, mas também o desenvolvimento de outras atividades industriais, de
comércio e serviço, a formação de mão-de-obra qualificada necessária a cada setor. Além
disso, pode-se evitar que a exploração aconteça de forma desordenada e em ritmo inade-
quado, acima do ideal, para que a indústria nacional/local, seja do ponto de vista da escala
ou da tecnologia, possa atender, seja como fornecedora ou como agregadora de valor. Nes-
te ultimo caso, como mostrado na Tabela, reduzir a fragilidade dos elos anteriores e posteri-
ores á extração e produção centrais para a economia da região.
Em princípio, o novo marco regulatório deve permitir uma abordagem sistêmica do processo
de desenvolvimento econômico o que favorece medidas de cunho meso e microrregional.
4
ALMEIDA, Julio Gomes de; BELLUZZO, Luiz Gonzaga. "Riscos e oportunidades do pré-sal". Folha de São
Paulo. São Paulo, 01 de setembro de 2009.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 685
6.7.3 A Oferta de Mão-de-obra Qualificada
Trate-se de um fator crucial para o sucesso, não apenas da exploração do pré-sal, como
também para o desenvolvimento de toda a indústria da Região Norte Fluminense. Como
mencionado várias vezes, espera-se um forte crescimento da Região em virtude dos inves-
timentos incluindo o pré-sal, com efeitos multiplicadores em toda base econômica regional.
Uma conseqüência direta deste processo é o aumento da demanda por trabalhadores em
todos os níveis. Contudo, em função dos desafios colocados pelas características das re-
servas, espera-se, para a exploração do pré-sal, bem como para as suas atividades auxilia-
res, um crescimento da demanda por mão-de-obra mais ou altamente qualificada.
Neste sentido, pode-se esperar que, num primeiro momento, em alguma medida, estes tra-
balhadores venham de outras regiões, atraídos pela alta remuneração. Entretanto, este não
é um recurso válido para prazos mais estendidos, longos, na medida em que os encadea-
mentos para frente e para trás também irão gerar pressões sobre a oferta de trabalho. Desta
forma, deve-se administrar e ampliar a formação de recursos humanos regionais com a qua-
lificação necessária para atender aos mercados de atividades produtivas resultantes da ex-
pansão planejada da economia regional.
Tendo tal quadro pela frente, não é difícil perceber que os investimentos no pré-sal podem
ter um efeito agravador sobre a diversidade de atividades exercidas na economia da Região
Norte. Neste sentido, é provável que, na ausência de um planejamento adequado, que dite o
ritmo apropriado dos investimentos e os alinhe às necessidades regionais, o quadro de es-
pecialização na Região Norte tende a ser aprofundado, tornando a economia mais depen-
dente da extração de petróleo e com menores possibilidades de reter a renda desta explora-
ção, a qual tenderá a sair da Região mais facilmente, devido à necessidade de aquisição de
bens e serviços não encontrados localmente, devido a pouca circulação da renda interna-
mente (Escólio: neste caso estaria se repetindo o acontecido com a economia da cana de
açúcar, café, etc).
Como foi mostrada na seção sobre ciência e tecnologia (Tabelas correspondentes), a infra-
estrutura científica e tecnológica da Região Norte é bastante acanhada tanto para a forma-
ção de pessoas quanto para a pesquisa. A questão central aqui, e este talvez seja o ponto
mais relevante, é que a montagem de uma infraestrutura de ciência e tecnologia, capaz de
formar profissionais aptos às atividades de pesquisa e desenvolvimento e também para a
produção de bens e serviços, não se constitui da noite para o dia, demanda tempo, recur-
sos, tentativa e erro e pessoas que desejam se dedicar a tais atividades.
Desta forma, o aproveitamento da janela de oportunidade aberta pelo pré-sal exige que se
invista o quanto antes na formação desta infraestrutura de conhecimento e de pesquisa,
tecnologia e formação superior, sob a pena de o atraso comprometer as possibilidades de
desenvolvimento sustentável da Região, na medida em que esta perde competitividade para
regiões com maior/melhor capacidade de resposta nesta área.
Outra questão a ser considerada é o fato de que existem outras regiões do país com siste-
ma de inovação mais maduro do que o observado na Região Norte Fluminense, habilitadas
a responder mais prontamente as demandas apresentadas. Neste sentido, uma política de
parceria e de valorização das potencialidades da região, como a proximidade com o núcleo
da atividade de extração, por exemplo, pode ser um caminho válido para compensar as de-
ficiências atuais da região.
Finalmente, o alerta vale para todo o sistema nacional de inovação. Na medida em que o
conhecimento e tecnologias suficientes para a efetiva exploração do pré-sal não estão dis-
poníveis, a busca por dominar tais conhecimentos e tecnologias coloca muitos atores nas
mesmas condições. Embora o Brasil tenha vantagens em algumas áreas específicas, devido
à experiência da própria Petrobras, outros países e empresas possuem experiência em P&D
e podem dispor de recursos para enfrentar este processo de busca. Vale lembrar que, em
virtude do processo de formação do pré-sal brasileiro, há a expectativa de que se possa
explorar a área correspondente na costa da África, cuja produção em 2030 estima-se que
chegue a mais de 12 milhões de barris/dia, o dobro do esperado para o Brasil.
É neste ponto também que as definições do marco regulatório, ao passo que determina o
ritmo de investimentos e cria o modelo para geração de recursos para P&D torna-se funda-
mental para as pretensões de desenvolvimento regional e nacional.
Passa a interessar, por tanto, no escopo deste trabalho, os resultados relacionados ao Vetor
Leste, onde se encontra a Região do Norte Fluminense.
Um resumo dos volumes de investimentos recomendados pelo PNLT, até 2023, consta da
Tabela seguinte.
Total de Investimentos/
Investimento
Período Modo de Transporte Participação Modal
(MR$)
(MR$)
Aeroportuário 5.248.326
Ferroviário 33.752.072
Hidroviário 3.825.381
2008-2011 109.204.304
Portuário 17.894.178
Rodoviário 46.844.347
Outros 1.640.000
Aeroportuário 4.010.390
Ferroviário 53.056.942
Hidroviário 7.124.932
2012-2015 84.309.774
Portuário 8.123.177
Rodoviário 10.443.393
Outros 1.550.940
Aeroportuário 3.762.960
Ferroviário 63.327.062
Hidroviário 4.833.977
Após 2015 97.294.202
Portuário 12.915.500
Rodoviário 12.440.135
Outros 14.568
Aeroportuário 13.021.676 4,48%
Ferroviário 150.136.076 51,63%
Total Hidroviário 15.784.290 5,43%
Modal Portuário 38.932.855 13,39%
Rodoviário 69.727.875 23,98%
Outros 3.205.508 1,1%
Total Brasil 290.808.280 100%
Fonte: PNLT, 2009.
A Tabela seguinte permite reconhecer que, para o Vetor Leste, onde se encontra a Região
Norte Fluminense, o maior volume de investimentos será no modal ferroviário, acompa-
nhando a tendência geral. Percebe-se também que o Vetor Leste receberá o segundo maior
volume de investimentos, sendo superado pelo Vetor Centro-Sudeste e seguido pelo Vetor
Sul. Deve-se destacar também que o Vetor Leste deve receber 24,10% dos investimentos
no modal portuário, correspondendo à maior parcela do total para este modal.
Tabela 55 – Região Norte Fluminense (Vetor Leste), Investimentos em Transportes, 2008 - 2023
Vetor: Leste Total
Tipo de PAC e
Descrição Geral
Intervenção Outros 2008/11 2012/15* Pós 2015* (MR$)
Aeroporto Campos dos Goitaca-
Construção/
zes /RJ (Bartolomeu Lisandro) – 696 - - 696
Melhorias
Infraero
Construção/
Aeroporto Macaé/RJ –Infraero 10.226 - - 10.226
Melhorias
Campos/RJ –Macaé/RJ, 149 km Recuperação/
BNDES 65.330 - - 65.330
–Trem Regional Remodelação
RJ –Porto de Açu/RJ: Implanta-
ção do Complexo Portuário e Implantação 2.500.000 - - 2.500.000
Mineroduto
BR-101: Vitória/ES – Divisa
Adequação
ES/RJ, 182 km, incluindo o PAC 470.000 - - 470.000
Capacidade
Contorno de Vitória/ES, 25 km
Total 3.046.252 - - 3.046.252
* valores não programados Fonte: PNLT, 2009
Vale à pena mencionar a construção do aeroporto particular Farol de São Tomé, em Cam-
pos dos Goytacazes. Trata-se de um investimento privado de 350 milhões de reais para a-
tender às plataformas “offshore” da Petrobrás. O empreendimento terá uma grande pista à
beira-mar, com pátio para helicópteros e uma estação terminal de porte médio. A idéia é
atender à demanda que crescerá muito com as operações do pré-sal. (FIRJAN, 2009).
Para tratar o transporte dutoviário, que não aparece na Tabela anterior, vale considerar ou-
tras fontes de informação. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) considera
o transporte dutoviário como uma das formas mais econômicas de transporte para grandes
volumes principalmente de óleo, gás natural e derivados, especialmente quando compara-
dos com os modais rodoviário e ferroviário (ANTT, 2010).
Percebe-se, pelos dados da Tabela, que a modalidade de transporte por dutos possui gran-
de espaço para expansão se comparado à extensão do sistema rodoviário do Rio de Janei-
ro, por exemplo, com um total de 22.400 km de rodovias, somando as pavimentadas e as
não pavimentadas. Desta forma, os 16.986 km de dutos por todo o país demonstram a pos-
sibilidade de crescimento desta modalidade, ao menos em termos relativos. Cabe lembrar o
mineroduto Conceição do Mato Dentro – Porto de Açu, em fase final de construção, cruzan-
do as Regiões Noroeste e Norte Fluminenses, que se prestará à exportação de 26,5 milhões
de toneladas/ano de minério de ferro, através do Porto de Açu (podendo alimentar uma side-
rúrgica e usina de pelotização, entre outras).
6.9 Conclusão
A forte especialização da Região Norte Fluminense constitui, ao mesmo tempo, uma grande
vantagem, mas também uma perigosa ameaça em prazo mais longo. No momento em que
se descortina uma mudança estrutural na economia brasileira, que visualiza nestes anos
mais recentes a sua passagem de país importador de petróleo para um potencial exporta-
dor, proprietário potencial de uma das grandes reservas mundiais, há um conjunto importan-
te de oportunidades que devem promover o crescimento da economia da Região, cuja es-
pecialização (historicamente verificada) encontra-se justamente no centro desta mudança.
Qualquer que seja o ritmo de exploração das novas grandes reservas de petróleo do pré-sal,
no curto prazo, isso refletirá em forte propulsor do crescimento (e/ou desenvolvimento) do
Norte Fluminense.
7. TRABALHO E GESTÃO
Dentro da Região, Campos dos Goytacazes se destaca, possuindo uma infraestrutura mais
adequada para a gestão das políticas de trabalho e renda. O município possui uma Secreta-
ria Municipal de Trabalho e Renda; uma unidade do SESI que atende aos municípios de
Cardoso Moreira, Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana, São João da Bar-
ra, Quissamã, Conceição de Macabu, Carapebus, Macaé, São Fidélis; e uma unidade do
SINE, que atende Campos dos Goytacazes, Conceição de Macabu, Macaé e Rio das Os-
tras. (Ministério do Trabalho e Renda). Como exemplo, em 2010 foram abertas 230 vagas
para cursos profissionalizantes gratuitos, no município.
698 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
O Município de Macaé também se destaca neste setor. Possui uma Subsecretaria Municipal
de Trabalho e Renda vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento, a qual assiste
aos trabalhadores que a procuram através da Central do Trabalhador de Macaé (CTM); uma
unidade do Centro de Integração Empresa Escola – CIEE; e também a Incubadora de Coo-
perativas que oferece diversos cursos gratuitos de capacitação.
Verifica-se, desse modo, que predominam as políticas voltadas para a capacitação de traba-
lhadores, o que vem ao encontro com as necessidades atuais da região, frente à previsão
de instalação de novos empreendimentos, os quais irão precisar de mão-de-obra capacita-
da.
AGÊNCIA Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP. Brasília. 2010. Dis-
ponibilidade e acesso: < http://www.anp.gov.br>
ALMEIDA, Julio Gomes de; BELLUZZO, Luiz Gonzaga. "Riscos e oportunidades do pré-sal".
Folha de São Paulo. São Paulo, 01 de setembro de 2009.
ARAUJO, Antônio Carlos Porto. Como comercializar créditos de carbono. 6. ed. São
Paulo: Trevisan Editora Universitária, 2006.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 1995. Anual.
Continuação parcial de Relacão anual de informacões sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 1996. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 1997. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 2006. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 2007. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 2008. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
FEDERAÇÃO das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN. “Decisão Rio – Inves-
timentos 2010-2012”. Rio de Janeiro: FIRJAN. 2009.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 703
FEDERAÇÃO das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN. “Silvicultura Econô-
mica no Estado do Rio de Janeiro”, In: Estudos de Desenvolvimento para o Estado do Rio
de Janeiro, N°5, DEZ 2009
HADDAD, P.R.; FERREIRA, C.M.C.; BOISIER, S.; ANDRADE, T.A. Economia regional:
teorias e métodos de análise. Fortaleza: ETENE-BNB, 1989.
INSTITUTE for Scientific Information. ISI Web of Knowledge. 2010. Disponibilidade e aces-
so: http://portal.isiknowledge.com
IBGE. Perfil dos Municípios Brasileiros – Cultura, Rio de Janeiro: IBGE, 2006. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br>
PETROBRÁS <http://www.petrobras.com.br/pt/meio-ambiente-e-sociedade/preservando-
meio-ambiente/> Último acesso em 08/01/2010
PROJETO RIO RURAL, “Avaliação Social Projeto Rio Rural / BIRD”, in:
http://www.agricultura.rj.gov.br
SILVA, A.E., “Região Norte Fluminense”, Rio de Janeiro: Fundação CIDE/cidinho (disponível
no site: http://www.cide.rj.gov.br/Cidinho/pages/regioes.asp#nortefluminense)
WWF BRASIL. Turismo Responsável – Manual de Políticas Públicas. [Org. Sérgio Salazar
Salvati], Brasília, DF, 2004
O crescimento do emprego regional pode ser dividido em três componentes; a variação re-
gional (R), a variação proporcional (P) e a variação diferencial (D). Em termos formais, te-
mos que:
1 0
ΣE ij -
ΣE ij
=R+P+D
A variação regional em j se refere ao acréscimo de emprego que teria ocorrido entre o perí-
odo 0 e o período 1, caso esta região tivesse apresentado a mesma taxa de crescimento do
conjunto de regiões analisadas neste mesmo período:
0
R = Σi E ij
(rtt – 1),
1 0
onde rtt = ΣiΣj E ij
/ ΣiΣj E ij
= taxa nacional de crescimento do emprego.
1 0
Onde rit = ΣjE ij / ΣjE ij = taxa de crescimento do setor i em todas regiões analisadas.
E por fim, a variação diferencial indica o diferencial de emprego apresentado pela região j
por ter obtido uma maior (ou menor) taxa de crescimento do emprego em determinados se-
tores, em comparação com a média alcançada pelo conjunto das regiões em análise.
0
D = Σi E ij
(rij – rit),
Contextualizando este método com os dados a serem estudados, temos que o componente
estrutural nos dirá que no processo de desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, exis-
tem alguns setores que crescem mais rapidamente que os demais e isto se deve a fatores
como, variação na estrutura da demanda, variações de produtividade, inovações tecnológi-
cas, entre outras. Já o componente diferencial está mais ligado a questões de natureza lo-
cacional, tais como variações nos custos de transporte entre as microrregiões, estímulos
fiscais, diferença de preços relativos, entre outros. Assim, é necessário estudar as vanta-
gens locacionais de cada uma das mesorregiões para a atração de setores produtivos de
crescimento lento ao nível estadual, como também os fatores explicativos do desempenho
favorável destes setores em algumas regiões.
Cabe lembrarmos, uma vez mais, que este é um método de natureza puramente descritiva,
permitindo apenas uma “ilustração” empírica para a análise teórica da localização da ativi-
dade econômica. Este método, tal como apresentado, possui algumas limitações específi-
cas, que, no entanto, puderam ser suplantadas. A principal limitação deste tipo de análise é
o fato de não considerar as mudanças na estrutura da variável básica das regiões em análi-
se durante o período de observação. Com vistas a isolar este efeito, STILWELL (1969) pro-
pôs o cálculo da variação estrutural revertida (T). De acordo com HADDAD (1988), “esta
variação mostra o efeito de se reverter o procedimento de cálculo, utilizando-se como peso,
os valores do período final, e o que se pode esperar, em termos da estrutura de emprego
regional, quando se toma como referência a sua composição final.” Neste sentido, a varia-
ção estrutural revertida é calculada em função das taxas de crescimento setorial e da com-
posição industrial do emprego na região no fim do período de análise.
Formalmente temos:
1 0 1 0 1 1
T = Σi E ij {[(ΣiΣjE ij)/(ΣiΣjE ij)] – [(ΣjE ij)/( ΣjE ij)]} = Σi E ij [(1/rtt) – (1/rit)]
M=T–P
Caso esta variação seja positiva, a região terá modificado sua estrutura, tendo se especiali-
zado em setores mais dinâmicos. Caso contrário, a estrutura produtiva da região é caracte-
rizada pela predominância de setores mais lentos.
Por fim, STILWELL (1969), retira a variação proporcional modificada da variação diferencial,
obtendo a variação diferencial residual (RD) que se justifica pelo fato da variação proporcio-
nal modificada ser um componente interno da própria variação diferencial:
RD = D – M
Sistema Social
Capítulo 6
Autoras:
Karen Menezes
Samantha Nery
Colaboradora:
Giovanna Borges
1. DEMOGRAFIA..................................................................................................... 721
2.4 Comparação IDH, IFDM e IQM dos Municípios da Região Norte ......................... 755
3. EDUCAÇÃO......................................................................................................... 757
9. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 855
ANEXOS.............................................................................................................. 862
FOTOS
Fotos 1 e 2 – Região Norte Fluminense, Área Central de Macaé e Campos ..................... 728
Foto 3 – Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes – Região Central................ 728
Foto 4 – Região Norte Fluminense, Quissamã – Praça Pública Central ............................ 729
Foto 9 – Região Norte Fluminense, Quissamã, Formatura dos Alunos do Ensino Médio... 763
Fotos 10 e 11 – Região Norte Fluminense, São João da Barra, Centro Cultural e Biblioteca
Pública............................................................................................................................... 778
GRÁFICOS
Gráfico 3 – Região Norte Fluminense, Evolução da População, 1991 a 2009 .................. 724
Gráfico 4 – Região Norte Fluminense, Evolução da Taxa de Crescimento, 1991 - 2009 ... 727
Gráfico 5 – Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2009 732
Gráfico 8 - Região Norte Fluminense, Ranking Estadual dos Municípios – IDH-M – 1991,
2000 .................................................................................................................................. 743
Gráfico 9 - Região Norte Fluminense, Ranking Estadual dos Municípios – IDH-M, 2000... 743
Gráfico 10 – Região Norte Fluminense, Ranking Estadual dos Municípios – IFDM, 2006.. 748
Gráfico 11 - Região Norte Fluminense, Evolução do IQM, 1998 - 2005 ............................. 752
Gráfico 12 - Região Norte Fluminense, Evolução na Posição dos Municípios Segundo IQM –
1998 - 2005 ....................................................................................................................... 753
Gráfico 14 – Região Norte Fluminense, Estabelecimentos de Ensino por Município, 2008 762
Gráfico 16 – Região Norte Fluminense, Número de Docentes, 1998 - 2006 ...................... 767
Gráfico 17 – Região Norte Fluminense, Número de Reprovações, 1998 - 2005 ................ 768
Gráfico 20 - Região Noroeste Fluminense, Ocorrências das AISPs 08 e 32, 2009 ............ 832
MAPAS
Mapa 3 - Região Norte Fluminense, Distribuição da População por Distrito, 2000............. 737
Mapa 8 - Região Norte Fluminense, Cobertura do Programa Saúde da Família, 2008 ...... 796
Mapa 10 - Região Norte e Noroeste Fluminense, Identificação das AISPs ........................ 825
Mapa 13 - Região Norte Fluminense, Homicídio da População Jovem, 2006 .................... 837
Mapa 14 - Região Norte Fluminense, Óbito por Acidente de Transporte, 2006.................. 839
Mapa 15 - Região Norte Fluminense, Óbito por Armas de Fogo, 2006 .............................. 841
TABELAS
Tabela 3 - Região Norte Fluminense, Taxa de Crescimento, 1991 - 2009 ......................... 726
Tabela 4 – Região Norte Fluminense, Pessoas não Residentes em Macaé, por Origem
Migratória, 1996................................................................................................................. 731
Tabela 5 - Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2000. 732
Tabela 7 - Região Norte Fluminense, População por Domicílio, 2000 ............................... 734
Tabela 8 - Região Norte Fluminense, População Residente por Sexo, 2009 ..................... 734
Tabela 9 - Região Norte Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009... 735
Tabela 10 - Região Norte Fluminense, População Feminina em Idade Fértil, 2009 ........... 736
Tabela 13 – Região Norte Fluminense, IFDM Total – 2000, 2005 e 2006 .......................... 748
Tabela 14 - Região Norte Fluminense, Composição do IFDM - 2000, 2005 e 2006........... 749
Tabela 17 - Região Norte Fluminense, Número de Matrículas do Ensino Básico, 2000, 2005
e 2006 ............................................................................................................................... 765
Tabela 19 - Região Norte Fluminense, Razão entre Matrículas e Docentes, 2005 - 2006 . 768
Tabela 26 - Região Norte Fluminense, Nível Educacional da População Jovem, 1991 - 2000
.......................................................................................................................................... 775
Tabela 27 - Região Norte Fluminense, Nível Educacional da População Adulta, 1991 - 2000
.......................................................................................................................................... 777
Tabela 28 - Região Norte Fluminense, Resultado da Prova Brasil - Rede Municipal, 2005 –
2007 .................................................................................................................................. 779
Tabela 32 - Região Norte Fluminense, Moradores / Tipo de Instalação Sanitária, 991 - 2000
.......................................................................................................................................... 793
Tabela 33 – Região Norte Fluminense, Indicadores da Atenção Básica, 2002 - 2007 ....... 794
Tabela 34 – Região Norte Fluminense, Número de Unidades por Tipo de Prestador Segundo
Tipo de Estabelecimento – Dezembro 2007 ...................................................................... 798
Tabela 41 - Região Norte Fluminense, Nascimentos - 1997, 2000, 2003 e 2006............... 807
Tabela 42 – Região Norte Fluminense, Indicadores da Atenção Básica, 2002 - 2007 ....... 809
Tabela 44 – Região Norte Fluminense, Mortalidade Proporcional por Faixa Etária segundo
Grupo de Causas, 2006..................................................................................................... 813
Tabela 45 – Região Norte Fluminense, Orçamentos Públicos, 2004 - 2007 ...................... 814
Tabela 46 – Região Norte Fluminense, Estabelecimentos Esportivos e de Lazer, 2007 .... 820
Tabela 50 - Região Norte Fluminense, Atividade Policial da AISP 08, 2006 - 2009 ........... 828
Tabela 51 - Região Norte Fluminense, Totais de Registros da AISP 08, 2006 - 2009........ 829
Tabela 54 - Região Norte Fluminense, Registros de Crimes contra o Patrimônio da AISP 32,
2006 - 2009 ....................................................................................................................... 830
Tabela 55 - Região Norte Fluminense, Registros de Atividade Policial da AISP 32, 2006 -
2009 .................................................................................................................................. 831
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 56 - Região Norte Fluminense, Totais de Registros da AISP 32, 2006 - 2009........ 831
Tabela 57 – Região Norte Fluminense, Homicídios População Total, 2002 a 2006 ........... 834
Tabela 58 – Região Norte Fluminense, Homicídios na População Jovem, 2002 a 2006.... 836
Tabela 59 – Região Norte Fluminense, Óbitos por Acidentes de Transporte, 2002 a 2006 838
Tabela 60 – Região Norte Fluminense, Óbitos por Armas de Fogo, 2002 a 2006.............. 840
A ocupação da Região Norte Fluminense, na primeira metade do século XVII, deu-se com a
função de instalar currais de gado bovino para transporte e moagem de cana, suprindo as
necessidades dos senhores dos engenhos. Desde então, a atividade econômica da cana-
de-açúcar passou a desempenhar um papel fundamental na sua organização
socioeconômica. Durante o século XIX ocorreu a modernização da produção, com a
instalação de diversas usinas, tendo em vista o aumento da produção da cana e a
necessidade de diminuição de custos operacionais. (Silva, L., 2006, p.03).
Por outro lado, reduziu-se sua população mantida permanentemente pela agricultura e pelas
lavouras de subsistência, fazendo crescer o setor informal e a migração, pois mais da
metade da população economicamente ativa trabalha atualmente no setor terciário. No setor
secundário, o município concentra o maior número de estabelecimentos da Região,
destacando-se as indústrias de produtos alimentares, química, transformação de produtos
de minerais não metálicos e mecânica. (Fundação CIDE, 2009, p. 03).
Em Macaé, a atividade extrativa mineral tem sido uma alavanca desenvolvimentista. Novas
perspectivas se abrem para a população de toda a Região, que recebe migrantes intra e
inter-regionais, atraídos pelas oportunidades. Conseqüentemente, o pólo de atração regional
que estava localizado em Campos começa a ser substituído e/ou compartilhado com Macaé,
novo agente promotor de transformações regionais.
Outros setores chave da indústria ressurgem, como a construção naval e a indústria química
e uma série de atividades que englobam tanto a cadeia produtiva do petróleo e gás como a
própria oferta de serviços, a partir do grande aumento populacional local.
Macaé é o Município que se localiza mais próximo da capital do Estado, 157 km, enquanto
São Francisco de Itabapoana, 292 km, seguido de São João da Barra, 262 km e Campos
dos Goytacazes, 232 km são os mais distantes.
Dados referentes ao ano de 2000 indicam que a densidade demográfica da Região foi
significativamente inferior à do Estado do Rio de Janeiro, correspondendo respectivamente
a 51,75 e 328,6 hab./km². Campos do Goytacazes e Macaé são os municípios mais
populosos, ambos com mais de 100.000 habitantes, apresentando densidade demográfica
superior a 100 hab./km². Conceição de Macabu e São João da Barra aparecem em seguida,
com as taxas de 53,7 e 59,5 hab./km². O restante dos municípios apresenta densidades
demográficas relativamente baixas, contribuindo para as menores densidades demográficas
regionais do Estado, que ocorrem no Norte e Noroeste Fluminenses, conforme os gráficos a
seguir revelam.
Gráfico 1 – Rio de Janeiro, Distribuição Percentual da População por Regiões do Estado, 2007
900.000 811.089
766.320
800.000 698.783
653.844
700.000 611.576
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
1.991 1.996 2.000 2.007 2.009* ano
* Estimativa
A Região Norte, por sua vez, apresentou taxa de crescimento total de 32,6% e a média
anual de crescimento foi de 1,81%. Ou seja, seu crescimento populacional foi 7,6% maior
que o crescimento estadual e 2,2% maior que o crescimento do país.
No entanto, este crescimento não se deu de forma homogênea. No período 1991 - 2000, ao
se comparar os indicadores de cada município, surgem grandes discrepâncias nas
tendências de crescimento populacional, sugerindo um indicador da dinâmica interna
desigual da Região.
De acordo com a Tabela acima, entre 1991 e 1996, Macaé e Quissamã apresentaram as
maiores taxas de crescimento populacional regional, em torno de 20%. Em contraponto,
Campos apresentou uma taxa de crescimento inexpressiva de 0,11%.
No caso de Macaé, conforme comentado, este valor expressivo pode ser vinculado
especialmente às movimentações geradas pela instalação de grandes empreendimentos, a
partir do seu pólo petrolífero, que atraem constantemente novos públicos em busca de
oportunidades de emprego, sejam eles diretos ou indiretos e conectados às supostas
vantagens creditadas pelo recebimento dos royalties. Outro atrativo local, que também
contribui para este crescimento, é o número crescente de instituições de ensino técnico e
superior e seu comércio mais diversificado.
No entanto, estes atrativos terminam sendo ilusórios, porque grande parcela dos migrantes
não possui qualificações adequadas para a ocupação dos postos de trabalho e não
conseguem ter acesso às oportunidades locais e ainda, não há correlação direta entre os
recebimentos dos royalties e benefícios para as populações.
Paralelamente, São João da Barra foi o município que apresentou o maior decréscimo
populacional neste mesmo período (- 48,63%), com uma perda anual média de 2,7% de
população. Outros municípios interioranos, como São Fidélis, Conceição de Macabu e
Cardoso Moreira, também revelaram baixo crescimento ou mesmo perda populacional.
O Mapa abaixo reflete os valores de crescimento municipais entre 1991-2009, sendo que
em alguns municípios, por ausência de dados, não foi possível constatar seu valor total,
inclusive porque a pesquisa foi realizada antes de suas instalações administrativas. Entre os
municípios, que possuem dados incompletos, entre 2000-2007, Carapebus teve aumento
populacional de 23%, São Francisco de Itabapoana também aumentou sua população em
8% e Cardoso Moreira enfrentou perda populacional de (-3,09%).
Acredita-se que em 1996, Macaé foi o município da Região Norte Fluminense que mais
recebeu pessoas de outras localidades, pela magnitude de seu crescimento e geração de
riquezas, muito acima das médias municipais e nacionais e que tenha recebido tanto
população interna do Norte Fluminense como do Noroeste, de outras regiões do Estado e
inclusive habitantes de outros países. Campos apareceu como o segundo Município mais
procurado, seguido por São João da Barra e aquele que recebeu menos migrantes neste
ano foi Quissamã.
Em 1991, aqueles que apresentaram taxas mais elevadas de urbanização foram Conceição
de Macabu, 82,43%, Campos, 83,44% e Macaé 88,54%. Em 2000, estas taxas aumentaram
ainda mais, sendo que em Macaé o índice alcançou 95,13% e os demais apresentaram
urbanização superior a 60%, à exceção de São Francisco de Itabapoana, com 46,73%.
Gráfico 5 – Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2009
Neste cenário, constata-se que o processo de urbanização local vinha ocorrendo de forma
mais acelerada no Norte do que no Estado. No período de 9 anos, a taxa de urbanização do
Rio de Janeiro cresceu cerca de 0,79%, passando de 95,25% em 1991 para 96,04% em
Em 2000, São João da Barra apresentou a menor taxa de ocupação domiciliar, 47%,
seguido por São Francisco de Itabapoana, 57%. Ambos tiveram também as maiores taxas
de uso ocasional dos domicílios não ocupados, 82% e 64% respectivamente, o que se
relaciona ao fato dos municípios possuírem atrativos turísticos importantes, com habitações
praianas, onde é grande o fluxo temporário de moradores, principalmente no verão.
Além disto, buscando uma melhor compreensão sobre a composição familiar regional, foi
calculada a média de moradores por domicílio, dividindo-se a população total de cada
município pelo número de domicílios ocupados, de acordo com os dados do Censo
realizado pelo IBGE, em 2000, dados da Tabela a seguir.
Como resultado, as famílias residentes na Região são compostas em média por 3,55
membros. Separadamente, os municípios também não se distanciam muito da média,
ficando São Fidélis com a menor média, 3,28 e Quissamã com a média mais elevada, 3,68.
Importante ponderar, no entanto, que embora estas médias sejam equiparadas, os dados
não estabelecem com fidelidade as discrepâncias e desigualdades existentes entre os
municípios, ou seja, não se pode conhecer em quais localidades se encontram as famílias
mais ou menos numerosas internamente.
Total de Média de
Municípios da Região População Total de
Domicílios pessoas por
Norte Fluminense Total Domicílios
Ocupados Domicílio
As razões de sexo da Região Norte apontam para uma pequena tendência de predomínio
feminino em sua composição populacional, salvo em Quissamã, São Francisco de
Itabapoana e Carapebus, onde predomina o sexo masculino. Em Cardoso Moreira e São
João da Barra as razões de sexo se apresentam bem equilibradas. Segundo o Caderno de
Informações em Saúde (2009), contribui para o aumento da população feminina no Norte a
variação da mortalidade entre os homens e as mulheres. As causas externas de morte
734 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
associadas à agressões, homicídios e acidentes de trânsito tiveram aumento significativo
entre os anos de 1999 e 2005, nas quais os homens estão mais envolvidos do que as
mulheres.
Tabela 9 - Região Norte Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009
Região Norte – Distribuição da População por Faixa Etária - 2009
Faixa Etária Total % em Relação a População Total
Menor 1 1.0461 1,29
1a4 48.411 5,97
5a9 67.526 8,33
10 a 14 64.903 8,00
15 a 19 65.656 8,09
20 a 29 139.595 17,21
30 a 39 119.392 14,72
40 a 49 114.558 14,12
50 a 59 85.450 10,54
60 a 69 50.843 6,27
70 a 79 29.999 3,70
80 e + 14.295 1,76
Total da Região Norte 811.089 100,00
Na Pirâmide Etária visualiza-se estes dados, com destaque para seu centro, que indica um
elevado número de residentes jovens e em sua fase produtiva, de 20 a 59 anos. A
proporção de menores de 10 anos também é grande, 15,59% e apresenta poucas variações
intra-municipais.
Os índices de envelhecimento, por outro lado, apontam para variações significativas entre
os municípios. Proporcionalmente à sua população total, São Fidélis concentra o maior
número de população idosa na Região, enquanto Macaé apresenta os menores índices, o
que provavelmente reflete o aumento de população economicamente ativa, causada pelos
movimentos migratórios das últimas décadas. Os idosos (acima de 60 anos) representam
11,73% da população total regional.
Tabela 10 - Região Norte Fluminense, População Feminina em Idade Fértil, 2009
Municípios da Região Norte Mulheres em Idade fértil Proporção da Pop. Feminina
Fluminense (10-49 anos), 2009 em Idade Fértil, 2009 (%)
Campos dos Goytacazes 136.731 60,7
Carapebus 3.719 63,1
Cardoso Moreira 3.708 59,2
Conceição de Macabu 6.361 61,3
Macaé 64.096 65,5
Quissamã 6.023 62,2
São Fidélis 11.566 57,6
São Francisco de Itabapoana 14.320 61,9
São João da Barra 9.357 61,2
Fonte: IBGE, Censos e Estimativas, 2009
Outra questão relevante é a de que, cerca de 61% do total da população feminina da Região
se encontra em idade fértil. Junto a este dado, o Norte apresentou altas taxas de
fecundidade, superiores a média estadual e acima do nível de reposição de 2,1 filhos por
mulher. (Caderno de Informações da Saúde, 2009),
Esta situação comum é explicada em grande parte pelas centralidades das sedes e sua
concentração de recursos físicos e financeiros, como centro produtivo e comercial, criando
hierarquias entre estas e os distritos e influenciando nas distribuições populacionais, o que é
uma tendência mundialmente constatada.
Para analisar-se o bem estar das populações, serão apresentadas a seguir as analises de
alguns indicadores que buscam refletir sua qualidade de vida.
Nas últimas décadas o conceito de desenvolvimento humano tem sido ampliado com a
noção de sustentabilidade, que significa a manutenção da espécie humana e do próprio
Planeta no presente e no futuro, de maneira duradoura, de forma que os seus recursos
sejam preservados para as gerações futuras. A sustentabilidade, portanto, não é apenas
ambiental, ela se desdobra em vieses sociais, culturais, econômicos e políticos, significando
que estas questões estão interconectadas.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em parceria com o IPEA e com a
Fundação João Pinheiro são responsáveis por elaborarem o Mapa de Desenvolvimento
Humano no Brasil e o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, realizados a partir da
síntese de uma extensa base de dados e informações coletadas pelo IBGE. O primeiro
permite a análise dos municípios existentes no ano de referência de 1991/2000 e o último foi
elaborado a partir de dados do Censo 2000.
Na análise dos dados municipais, foi desenvolvido um indicador específico a partir do IDH: o
IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, que utiliza quatro indicadores
agrupados em três dimensões: Longevidade (esperança de vida ao nascer), Educação
(alfabetização e taxa de matrícula) e Renda (PIB per capita).
A dimensão Educação é avaliada a partir de dois indicadores, com pesos diferentes: taxa de
alfabetização de pessoas acima de 15 anos de idade (com peso dois) e a taxa bruta de
freqüência à escola (com peso um). O primeiro indica o percentual de pessoas com mais de
15 anos capaz de ler e escrever um bilhete simples (ou seja, adultos alfabetizados) e o
segundo é resultado do somatório de pessoas (independentemente da idade) que
freqüentam os cursos fundamental, secundário e superior, dividido pela população na faixa
etária de 7 a 22 anos do município.
A Renda municipal per capita, ou seja, a renda média de cada residente é utilizada para a
avaliação da dimensão renda. Calcula-se este índice através da soma da renda de todos os
residentes, dividido pelo número de habitantes do município. O calculo é obtido a partir das
respostas dadas ao questionário expandido do Censo, aplicados pelo IBGE (um
questionário mais detalhado do que o universal, aplicado a uma amostra dos domicílios
visitados).
Após a obtenção destes dados, são calculados os índices para Educação (IDHM-E), para
Longevidade (IDHM-L) e para Renda (IDHM-R). Para cada município o IDHM é calculado a
partir da média aritmética simples desses três sub-índices (IDHM-E + IDHM-L + IDHM-R/3).
Foi na Educação que o Brasil atingiu o melhor desempenho, com uma marca superior à
média latino-americana e, proporcionalmente, mais próxima aos valores dos países
desenvolvidos. No conjunto dos 177 países avaliados, o Brasil ocupa a 62º posição.
Mas, sem dúvida, o principal problema brasileiro continua sendo a Renda per Capita, que
ainda é muito baixa: o Brasil foi o 63º colocado no ranking da renda entre todos os países
analisados: US$ 7.700 ao ano, inferior aos países vizinhos Argentina, Chile, Uruguai e
México. Mais ainda, o número de pobres permaneceu muito elevado: 22,4% dos brasileiros
estão vivendo abaixo da linha de pobreza, definida pelo Pnud como sendo de até US$ 2/dia,
em torno de R$ 180/mês ou 70% do atual valor do salário mínimo.
Com relação ao Estado do Rio de Janeiro, dos seus noventa e um municípios (considerando
que o Município de Mesquita foi instalado somente em 2001 e não consta no Último Atlas),
Niterói aparece em terceiro lugar e a capital Rio de Janeiro em sexagésimo. Estas duas
cidades mantiveram-se em primeiro e segundo lugar no ranking interno estadual desde
1970. São oito os municípios com alto desenvolvimento humano. Outros trinta e cinco
municípios estão na faixa de IDH-M superior à média brasileira.
Todos os 43 que se enquadram nesta “elite” estão marcados em verde no Mapa a seguir.
Os 48 municípios restantes tiveram seu IDH-M abaixo de 0,764, ficando Varre-Sai com a
menor marca, de 0,679. Esses foram assinalados em vermelho no mesmo Mapa. (Estudo
Sócio Econômico de São Fidélis 2004).
Os municípios que tiveram a maior taxa de crescimento de IDH-M, entre 1991 e 2000, foram
justamente aqueles que apresentaram este indicador abaixo de 0,600, em 1991,
destacando-se na Região Norte São João da Barra, que avançou mais de 30% nestes nove
anos e, mesmo assim, continua no grupo “vermelho”, segundo a análise do Estudo Sócio
Econômico de São Fidélis (2004).
Interessante observar também que, dos seis municípios emancipados na década de 80,
apenas Itatiaia e Arraial do Cabo estão na faixa verde, enquanto Quissamã, Italva, São José
do Vale do Rio Preto e Paty do Alferes encontram-se na faixa vermelha.
Já dos 21 municípios que surgiram na década de 90, sete estão na faixa verde (Iguaba
Grande, Pinheiral, Armação dos Búzios, Quatis, Rio das Ostras, Macuco e Areal) e catorze
na vermelha, Seropédica, Aperibé, Comendador Levy Gasparian, Porto Real, Belford Roxo,
Carapebus, Guapimirim, Queimados, Japeri, Tanguá, São José de Ubá, sendo os três
últimos colocados são Cardoso Moreira, São Francisco de Itabapoana e Varre-Sai. Assim, a
emancipação mais recente tem significado para a maioria dos municípios um IDH-M mais
baixo.
Todos estes apresentaram melhorias entre 1991-2000, sendo que Cardoso Moreira e São
Francisco do Itabapoana passaram da classificação de baixo para médio desenvolvimento
humano classificação igual aos outros municípios regionais.
Gráfico 7 – Evolução do IDH-M para os Municípios do Norte Fluminense, 1991, 2000
Região Norte Fluminense - IDHM, 1991 e 2000
IDHM
0,900 0,790
0,800 0,706 0,723 0,738 0,740 0,741 0,752
0,688 0,732 0,730
0,684 0,684
0,670 0,649 0,671
0,700 0,641
0,584 0,584
0,600
0,500 1991
0,400 2000
0,300
0,200
0,100
0,000
São Cardoso São João da Quissam ã Conceição Carapebus São Fidélis Cam pos dos Macaé
Francisco de Moreira Barra de Macabu Goytacazes
Itabapoana
Municípios
100 91 90 90 89
79 80
80 74 75
65
61 62
59 61
60 55
1991
45 44
2000
40
20 15
10
0
São Cardoso São João da Quissamã Conceição Carapebus São Fidélis Campos dos Macaé
Francisco de Moreira Barra de Macabu Goytacazes
Itabapoana
Municípios
Apesar das melhorias dos dados numéricos, Campos, Conceição do Macabú, Macaé
tiveram uma queda no Ranking estadual. Essa constatação pode ser explicada pelo fato de
que, comparativamente, outros municípios também melhoraram suas posições e elevaram
os valores de todo o Estado. Aquele que sofreu a maior perda foi São João da Barra,
passando da 46a para a 79a posição, no período de 1991-2000.
100
89º 90º
79º
80 74º
62º 65º
61º
60 55º
40
20 15º
0
Macaé Campos dos São Fidélis Carapebus Conceição de Quissamã São João da Cardoso São Francisco
Goytacazes Macabu Barra Moreira de Itabapoana
Municípios
A Renda foi o indicador mais baixo destes municípios, sendo os piores valores de São
Francisco de Itabapoana, 0,616, seguido por Cardoso Moreira, São João da Barra e
Quissamã. Os melhores IDH-M Renda foram o de Macaé, 0,770, em posição destacada,
seguido por Campos, 0,693.
Assim, dos três componentes a Educação foi o que elevou o IDH-M de todos os municípios
e a Renda abaixou seu valor total. Macaé se destacou com os valores mais equilibrados
entre os componentes, apesar de não haver nos outros municípios grandes discrepâncias
nos valores apresentados. Em 2000, todos os valores foram classificados como de médio
desenvolvimento humano, diferentemente de 1991, quando diversos índices, especialmente
os relacionados com Renda, representavam baixo desenvolvimento humano, o que sugere
uma melhora geral na qualidade de vida da população.
Tabela 12 – Região Norte Fluminense, Educação, Longevidade e Renda do IDH-M – 1991, 2000
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por Subíndice - IDH - 1991 e 2000
Educação Longevidade Renda
Municípios da Região Norte Fluminense
1991 2000 1991 2000 1991 2000
O IFDM considera, com igual ponderação, Emprego & Renda, Educação e Saúde,
possuindo igual peso neste cálculo, para avaliação dos municípios. A leitura dos resultados
– por áreas de desenvolvimento ou do índice final - variam entre 0 e 1, sendo que quanto
mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento da localidade.
Neste sentido, municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados de baixo estágio de
desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6, de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8, de
desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1,0, de alto desenvolvimento (IFDM, 2009).
Em 2006, a média brasileira do IFDM atingiu 0,7376 pontos. Esta pontuação é superior à de
2005, 0,7129, indicando melhoria nas condições de desenvolvimento do país, com alta de
3,47%. O valor mais elevado foi atingido por São Caetano do Sul-SP, com 0,9524 pontos e
o menor por Santa Luzia-BA, com 0,2928 pontos.
No Norte Fluminense, nos anos de 2000, 2005 e 2006 houve participações distintas de cada
um dos municípios. Alguns elevaram continuamente seu valor de IFDM, outros tiveram uma
subida para cair em 2006 e outros pioraram seu valor com o passar dos anos.
Ressalta-se que Macaé obteve, nestes 3 anos pesquisados, o primeiro lugar no ranking
Estadual; ainda elevou seu índice de 0,7807 em 2000 para 0,8604 em 2006, passando a ser
considerado município de alto desenvolvimento. Apesar de Macaé estar pior classificado
que o município de melhor desempenho do IFDM do Brasil, São Caetano do Sul, 0,9524,
seu valor ainda foi bastante superior ao desempenho médio nacional, de 0,7376.
Campos dos Goytacazes teve uma elevação continuada no IFDM, passando da 17a
posição, em 2000, para a 11a, em 2006. Já Quissamã conseguiu elevar sua posição de
maneira importante, passando do 37o lugar, em 2000, para 15o em 2006.
São Fidélis, após um crescimento em 2005 para o 24o lugar caiu para o 54o, em 2006. São
Francisco do Itabapoana, depois de haver alcançado o 58o lugar também decaiu para a 70a
posição e São João da Barra, de 48o em 2000, melhorou em 2005 e depois passou para a
45o posição no Ranking. Conceição do Macabú teve uma perda considerável nos seus
índices e as posições decaíram neste período da 29a para a 88a posição.
Ranking Ranking Estadual dos Municípios da Região Norte Fluminense - IFDM, 2006
100
88º
80 70º
66º
61º
60 54º
45º
40
20 15º
11º
1º
0
Macaé Cam pos dos Quissam ã São João da São Fidélis Cardoso Carapebus São Francisco Conceição de
Goytacazes Barra Moreira de Itabapoana Macabu
Municípios
Em Macaé todos os valores são elevados. Em E&R seu índice é expressivamente maior do
que os valores regionais em todos os anos pesquisados, chegando a 0,9254 em 2006. Na
Educação o município foi avaliado em 0,7827 e na Saúde 0,8721, ambos valores de 2006.
Estes últimos não chegam a destacar-se na Região como o E&R, mas estão positivos.
São Francisco do Itabapoana, que possuía um valor de 0,2976 em E&R, em 2000 conseguiu
elevar seu índice para 0,5036, ainda de desenvolvimento regular, sendo que a Educação
pontuou em 0,6444, em 2006 e a Saúde 0,8146. Por sua vez, São João da Barra obteve
0,4356 em E&R, enquanto os outros dois componentes foram bastante positivos: a
Educação obteve 0,7465, e a Saúde, 0,8626, resultados de 2006.
Tabela 14 - Região Norte Fluminense, Composição do IFDM - 2000, 2005 e 2006
Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal - IFDM - 2000, 2005 e 2006
Municípios da Emprego & Renda Educação Saúde
Região Norte
Fluminense 2.000 2.005 2.006 2.000 2.005 2.006 2.000 2.005 2.006
Campos dos
0,6014 0,7571 0,8116 0,6658 0,7044 0,6855 0,7832 0,8185 0,8315
Goytacazes
Carapebus 0,3848 0,5566 0,3774 0,5958 0,7218 0,7161 0,7414 0,8340 0,8828
Cardoso Moreira 0,4597 0,4349 0,4145 0,6714 0,7621 0,7464 0,7027 0,8710 0,8353
Conceição de
0,4257 0,3857 0,3066 0,6882 0,7013 0,7155 0,8461 0,7788 0,7991
Macabu
Macaé 0,8264 0,9254 0,9263 0,7104 0,8083 0,7827 0,8053 0,8849 0,8721
Quissamã 0,5858 0,4356 0,6094 0,6103 0,7503 0,7453 0,7309 0,8826 0,9151
São Fidélis 0,5157 0,5155 0,3641 0,6677 0,7548 0,7453 0,6648 0,9073 0,9041
São Francisco de
0,2976 0,5600 0,5036 0,6384 0,6768 0,6444 0,7351 0,7753 0,8146
Itabapoana
São João da Barra 0,4228 0,5206 0,4356 0,6656 0,7598 0,7465 0,8005 0,8518 0,8626
Assim, de acordo com este indicador, Macaé se destaca na Região nas questões de
Emprego e Renda e também na Educação, sendo que os outros municípios mostraram
performances expressiva na Saúde, inclusive considerando-se a menor quantidade de
recursos recebidos.
Outro índice analisado foi o IQM, pois ele abrange questões distintas àquelas do IDH-M e do
IFDM, complementando a análise. O Índice de Qualidade dos Municípios (IQM) foi
desenvolvido pela Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (CIDE),
órgão do Governo do Estado vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico e Turismo – SEDET, com sua primeira edição realizada em 1998. O Índice
avalia as condições dos municípios para atrair investimentos, bem como sua capacidade
para multiplicar os eventuais benefícios gerados por estes.
Assim, o IQM pode ser utilizado como um instrumento de gestão municipal, pois apresenta
um panorama diversificado em termos de análise de dados, podendo subsidiar também um
planejamento estratégico, já que abrange diversos temas que contemplam o
desenvolvimento econômico sustentável. (Plano Diretor São João da Barra, 2006).
Em 1998 foi lançada sua primeira versão (IQM I), que conta com indicadores relativos ao
meio ambiente (IQM Verde I e IQM Verde II), às carências municipais (IQM Carências), ao
déficit habitacional (IQM Necessidades Habitacionais) e às Finanças Públicas (IQM
Sustentabilidade Fiscal). Em 2006, a Fundação CIDE lançou uma segunda versão,
ampliada, intitulada Potencial para o Desenvolvimento II (IQM-2005).
Para o cálculo do IQV foi realizada uma classificação geral dos municípios, obtida a partir de
sete grupos de indicadores, com pesos diferentes: centralidade e vantagem locacional,
qualificação da mão-de-obra, riqueza e potencial de consumo, facilidades para negócios,
infra-estrutura para grandes empreendimentos, dinamismo e cidadania.
Os Grupos de Indicadores consideraram:
• DIN: o dinamismo da economia local, representado pela existência de alguns serviços
especializados e pelo nível de suas atividades (dinamismo);
• CEN: a capacidade do município para estabelecer vínculos com os mercados vizinhos
(centralidade e vantagem locacional);
• RIQ: a demonstração da riqueza existente no município, representada pela sua
produção e pelo nível de rendimento de seus habitantes (riqueza e potencial de
consumo);
• QMA: a representação do padrão de formação educacional da população, do ponto de
vista da especialização e profissionalização (qualificação da mão-de-obra);
• FAC: o demonstrativo das facilidades existentes para a operação das empresas e de
seus funcionários (facilidades para negócios);
• IGE: a demonstração de condições favoráveis à implantação e operação de empresas
de grande porte (infra-estrutura para grandes empreendimentos);
• CID: a representação das condições de atendimento às necessidades básicas da
população do município no que diz respeito à saúde, educação, segurança, justiça e
lazer (cidadania).
Do total dos municípios, apenas sete (8%) mantiveram a classificação anterior (destes sete,
cinco permaneceram entre os vinte primeiros colocados), enquanto 48 municípios (52%)
decresceram na ordem de classificação.
Dez municípios subiram mais de vinte posições, enquanto sete caíram neste mesmo
patamar. A capital e Niterói continuam com as primeiras colocações, mantendo grandes
distâncias entre seus índices e os dos demais municípios. O índice do sétimo classificado
(Porto Real) já corresponde a menos de 50% do primeiro colocado (Rio de Janeiro). Entre o
Rio de Janeiro e Macaé (3º colocado), a distância é de 36%; entre o Rio de Janeiro e Volta
Redonda (4º colocado), de 44%.
Os dez primeiros municípios que se destacaram nesta Edição foram o Rio de Janeiro,
Niterói, Macaé, Volta Redonda, Resende, Rio das Ostras, Porto Real, Casimiro de Abreu,
Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias. Entre os 20 melhores também apresentaram
bons índices de Piraí, Petrópolis, Cabo Frio, Barra Mansa, Vassouras, Nova Iguaçu, Três
Rios, Armação de Búzios, São Gonçalo e Itaguaí.
Há que se ressaltar o resultado obtido por Niterói, cuja distância para o Município do Rio de
Janeiro caiu de 29% (IQM-1998) para 19% (IQM-2005), ou seja, diminuiu 10 pontos
percentuais, uma aproximação notável para um período de tempo tão curto, segundo
avaliação da Fundação CIDE. O mesmo se pode dizer quanto a Rio das Ostras, que
diminuiu seu valor em 19 pontos percentuais e Macaé, com 16 pontos percentuais a menos,
ambos revelando melhoras expressivas em suas condições.
Avaliando-se o IQM nos anos de 1998 e 2005, de acordo com o critério de análise do
ranking municipal, Macaé apresenta uma posição de destaque tanto no Estado como na
Região, com aumento muito significativo de 0,4789 para 0,6386, seguido por um bom
desempenho de Campos que, ainda assim, alcançou um menor valor de 0,4585 em 2005.
Quissamã apresentou uma melhora expressiva neste período, chegando a 0,3528.
Gráfico 11 - Região Norte Fluminense, Evolução do IQM, 1998 - 2005
Região Norte Fluminense - Índice de Qualidade dos Municípios - IQM, 1998 e 2005
Índice
1,000
0,639
0,800
0,479
0,459
0,425
0,600
0,353
0,252
0,231
0,222
0,220
0,174
0,400
0,160
0,151
0,164
0,149
0,102
0,086
0,000
0,000
0,200
0,000
Macaé Cam pos dos Quissam ã Conceição São João da São Fidélis Carapebus Cardoso São Municípios
Goytacazes de Macabu Barra Moreira Francisco de
Itabapoana
1998 2005
Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro, Fundação CIDE, 2006.
1
Para atender aos objetivos propostos para a nova versão do IQM e, além disto, manter a comparabilidade com
a versão anterior de 1998, optou-se pela análise dos dados a partir de duas abordagens: a primeira, que
estabelece um ranking (IQM- Ranking), é baseada na utilização de índices padronizados, que variam de 0 a 1 e
reproduz a metodologia já utilizada na primeira edição, com pequenos ajustes. A segunda utiliza-se a Análise
Multicritério (IQM- Multicritério) para permitir a comparação do município com ele próprio, em dois momentos
(IQM-1998 e IQM-2005).
752 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Os outros municípios do Norte, apesar de alguns terem aumentado seu IQM, seguem em
posições bastante desfavoráveis no conjunto, com valores pequenos e que revelam
dificuldades, seja na sua atratividade para novos negócios, qualificação da população,
dinamismo local e/ou em suas questões de porte social, cunhadas como “cidadania”. Assim,
apesar do aumento, Carapebus e São João da Barra obtiveram IQM de 0,1595 e 0,1742,
respectivamente, valores bem abaixo dos melhores valores regionais.
Já São Fidélis e Conceição do Macabu apresentaram queda e ficaram em 2005 com IQM de
0,1644 e 0,0864 cada, valores muito aquém do desejado. De acordo com a avaliação deste
índice, é extremamente grave a situação de São Francisco de Itabapoana, que apresentou
valores iguais a zero nos dois anos avaliados, sugerindo uma situação socioeconômica de
extrema vulnerabilidade, necessitando de grandes esforços para ser revertida.
Além disto, verifica-se que, regionalmente, há uma imensa desigualdade interna, pois
enquanto Macaé ocupou a 3a posição em 2005, São Francisco do Itabapoana ocupou a 92a
posição, a pior do Estado. Neste mesmo período, de 1998 a 2005, Campos manteve uma
boa posição estadual no 9o lugar, Quissamã foi o município que mais ganhou posições na
região, de 45o lugar para o 24o, seguido de Conceição do Macabu, no 51o lugar, São João
da Barra, 62o, São Fidélis, 67o lugar, Carapebus, 69o e Cardoso Moreira, 82o.
Gráfico 12 - Região Norte Fluminense, Evolução na Posição dos Municípios Segundo IQM –
1998 - 2005
Ranking Ranking Estadual dos Municípios da Região Norte Fluminense - IQM, 1998 e 2005
100 91 92
81 82
80 73 74
67 69
62
60 51 54
45 1998
36 2005
40
24
20
9 9
5 3
0
Macaé Campos dos Quissamã Conceição São João da São Fidélis Carapebus Cardoso São
Goytacazes de Macabu Barra Moreira Francisco de
Itabapoana
Municípios
Carapebus melhorou sua posição, de 74o para 69o lugar. Entretanto, no período avaliado
perdeu posições na Qualificação de Mão-de-Obra, 41o e Facilidade para Negócios 52o,
continuando em posições desfavoráveis com relação ao Dinamismo, 86o e à Cidadania 81o,
melhorando significativamente apenas sua Infraestrutura para Grandes Empreendimentos,
32o lugar.
Já Cardoso Moreira piorou uma posição no ranking geral, ficando com o 82o lugar e
apresentando avaliações desfavoráveis em uma série de grupos: No Dinamismo, 71o, em
Centralidade, 86o, que foi sua piora mais expressiva no período, Infra-estrutura para
Referente à Riqueza, Macaé ocupou o 2o lugar e ficou muito acima de todos os outros
municípios, sendo o segundo melhor da Região Quissamã, no 18o lugar. A Qualificação da
Mão-de-Obra também foi melhor em Macaé, 4o lugar e depois em Campos, 14o lugar. A
Facilidade para Negócios foi melhor colocada em Campos, 1o lugar, seguido por Macaé, 8o
lugar e, por sua vez, Macaé oferecia a melhor Infra-estrutura para Grandes Negócios, 6o
lugar, seguido de Quissamã, 13o lugar.
À exceção de São João da Barra, todos os municípios pioraram seu grupo de indicadores de
Cidadania, o que aponta para uma possível piora de vida dos habitantes.
Considerando-se os três indicadores avaliados, IDH-M, IFDM e IQM, foi realizada uma
comparação qualitativa dos resultados, uma vez que cada um possui sua própria lógica e os
dados numéricos não podem ser comparados. Todavia, após as diversas análises percebe-
se algumas questões comuns aos municípios, que podem ampliar as compreensões sobre
estas realidades.
Na comparação foram utilizados somente os últimos anos de publicação de cada um: IDH-M
2000, IFDM 2006 e IQM 2005, sendo que os dois últimos possuem apenas um ano de
diferença enquanto os resultados do IDH-M distam 5/6 anos dos outros dois, o que em
muitos aspectos deverá apresentar, per si, uma defasagem nos valores.
Na Região, o IDH-M em 2000 foi mais elevado em Macaé, 0,790, 15o estadual, e Campos,
0,752, 55o estadual e mais baixo em Cardoso Moreira, 0,706, 89o estadual e São João da
Barra, 0,723, 79o estadual.
Nestes municípios o melhor subíndice na Educação foi o de Macaé, 0,889 e o pior de São
Francisco de Itabapoana, 0,715. Para a Longevidade, o melhor valor foi o de São João da
Barra, 0,737 e o pior foi o de Campos, 0,697, enquanto na Renda destacou-se Macaé, 0,770
e o pior foi em São Francisco de Itabapoana, 0,616.
O IQM, Índice de Qualidade de Vida da Região Norte, em 2005, foi melhor em Macaé,
0,639, 3a posição estadual e Campos, 0,0459, 9a posição estadual e nas últimas posições
estavam São Francisco de Itabapoana, com 0 pontos, 90a posição estadual e Cardoso
Moreira, 83a posição estadual.
Na Facilidade para Negócios Campos ocupou a 1a posição estadual e o pior município foi
São João da Barra, a Infra-estrutura para Grandes Investimentos obteve a melhor avaliação
em Macaé, 6o lugar e foi considerada pior em São Francisco de Itabapoana, 91o lugar,
também pior colocada em 90o lugar em Cidadania, que se destacou em São João da Barra.
Em síntese, Campos e Macaé ficaram melhor avaliados tanto no IDH-M como no IFDM, mas
os piores resultados finais não foram iguais para os mesmos municípios, variando no
primeiro indicador com Cardoso Moreira e São João da Barra e no segundo com Conceição
de Macabu e Carapebus. Para o IQM os melhores municípios continuaram sendo Macaé e
Campos e os piores foram São Francisco de Itabapoana e Cardoso Moreira.
3. EDUCAÇÃO
Em síntese, pode-se dizer que a Educação influi diretamente na qualidade de vida e no bem
estar das pessoas. Uma população mais educada é mais saudável, mais crítica e
consciente, mais fortalecida no exercício da cidadania, ou seja, mais capaz de participar
ativamente da vida social, política e cultural do país, promovendo reflexos em âmbitos
locais, regionais e nacionais.
Todavia, o contrário se faz pertinente, ou seja, uma população com níveis educacionais
mais baixos se encontra mais vulnerável frente às questões sociais e econômicas de sua
realidade.
Enfim, a Educação representa uma das principais ferramentas para diminuir as inequidades,
contribuindo para a “reconstrução” da dimensão social e ética do desenvolvimento
econômico. Cada vez mais a oferta de ensino de boa qualidade é requisito para que se
pense em justiça social, proporcionando condições para que os indivíduos compitam em
graus semelhantes. (Estudos Socioeconômicos dos Municípios, 2007): “Ideal seria que
todas as crianças e adolescentes tivessem acesso à escola, não desperdiçassem tempo
com repetências, não abandonassem os estudos precocemente e, ao final de tudo,
aprendessem” (Fernandes, p.07, 2007).
2
Até 2010, os Municípios, Estados e Distrito Federal deverão atender a esta modificação, que estabelece a
idade de seis anos para a matrícula no primeiro ano do Ensino Fundamental.
3 O Ensino Superior e Profissionalizante serão tratados no Módulo Avaliação Situacional.
4
Não obstante, o Relatório Análise Situacional complementa o panorama com uma explanação sobre o Ensino
Superior e Técnico, considerando o momento atual e as perspectivas futuras de desenvolvimento econômico da
Região.
760 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Gráfico 13 – Região Norte Fluminense, Estabelecimentos de Ensino, 2008
Ressalta-se, no entanto, que esta possível “fragilidade” em termos estruturais, pode não ser
confirmada. Ainda é prematuro avaliar-se se neste Município ou ainda nos demais existe
uma insuficiência de mobiliários e equipamentos educacionais, visto que seus contingentes
populacionais e as demandas por estes serviços são também as menores da Região, as
capacidades de atendimento escolares são distintas e as capacidades de atendimento das
instituições podem variar.
Foto 9 – Região Norte Fluminense, Quissamã, Formatura dos Alunos do Ensino Médio
Entre 2000 e 2004, houve oscilações de crescimento e decréscimo de matrículas não muito
significativos. No ano de 2003, foi registrado o maior quantitativo de matrículas, 222.678,
que reduziu-se posteriormente, chegando em 2006, a 208.460, com uma diferença
importante de 14.218 matrículas a menos do que em 2003.
As matrículas do Ensino Infantil tiveram aumentos anuais entre o período de 1998 a 2003, (à
exceção de 2001, que apresentou um decréscimo pouco expressivo), chegando a um total
de 39.686 alunos matriculados. A partir de 2003, verifica-se um decréscimo gradativo de
2.825 matrículas, até o ano de 2006.
As matrículas do Ensino Médio também passaram por ascensão até 2004, chegando a
alcançar 40.804, mas diminuindo nos dois anos seguintes para 35.593. No Ensino
Fundamental, as variações foram menos expressivas, registrando o total de 135.775
matrículas em 1998 e 136.008, em 2006.
Tabela 17 - Região Norte Fluminense, Número de Matrículas do Ensino Básico, 2000, 2005 e
2006
Número de Matrículas – 2000, 2005 e 2006
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio
Municípios da Região
Norte Fluminense 2000 2005 2006 2000 2005 2006 2000 2005 2006
Campos dos Goytacazes 19.778 19.301 17.773 84.721 77.863 74.005 21.953 21.606 19.637
Carapebus 443 536 535 2.034 2.161 2.161 522 550 524
Cardoso Moreira 547 659 589 2.824 2.698 2.621 353 448 438
Conceição de Macabu 1.211 1.126 1.093 4.278 3.842 3.848 821 1.246 1.114
Macaé 7.993 10.280 10.213 26.124 29.540 29.794 7.817 9.007 8.749
Quissamã 710 1.069 1.082 3.621 3.503 3.506 490 790 805
São Fidélis 1.452 1.752 1.665 6.713 5.963 5.928 1.801 1.548 1.483
São Francisco de Itabapoana 3.266 2.503 2.223 8.998 8.631 8.087 1.140 1.744 1.629
São João da Barra 1.873 1.761 1.688 6.138 6.069 6.056 627 971 1.214
Total da Região Norte 37.273 38.987 36.861 145.451 140.270 136.006 35.524 37.910 35.593
No que se refere à Educação de Jovens e Adultos – EJA, o maior número de matrículas foi
no Ensino Fundamental presencial e semipresencial, em 2005, em todos os municípios do
Norte.
Para as demais séries do Ensino Médio o número de matrículas pôde ser verificado pela
diferença entre o total de matrículas apresentado e as matrículas do Ensino Fundamental.
As Redes Estadual e Municipal foram as maiores responsáveis pelas matrículas desta
modalidade de ensino. Campos e Macaé mais uma vez apresentaram o maior número de
matrículas no EJA, enquanto São João da Barra, Carapebus e Cardoso Moreira
apresentaram os menores quantitativos, oferecendo apenas os cursos presenciais.
Já na Educação Especial a rede de ensino privada foi responsável pela maioria das
matrículas em todos os municípios que possuem tal serviço, que só não é oferecido em
Carapebus e Cardoso Moreira.
Macaé apresentou o segundo maior número de matrículas totais, 4.744, sendo 3.817 do
Ensino Fundamental. Apresentou, no entanto, o maior número de matrículas em cursos
semipresenciais, 2080 e em cursos técnicos, 2.327, o que pode ter relação com a grande
oferta de trabalho no município, a partir da instalação continuada de novas empresas
ligadas a cadeia produtiva de petróleo e gás e a conseqüente demanda local por
trabalhadores qualificados.
Carapebus e São João da Barra apresentaram, por sua vez, 315 e 380 matrículas no Ensino
Fundamental do EJA. Ambos não possuíam EJA no nível Médio. Cardoso Moreira, São
Francisco do Itabapoana, Carapebus e Cardoso Moreira não possuem EJA ou cursos
profissionais de nível técnico.
No caso dos dois últimos indicadores avalia-se que a quantidade de matrículas esteja ainda
muito aquém das demandas e insuficientes para reverter o déficit educacional regional e por
formação de mão de obra qualificada para o mercado.
Desde outra perspectiva, como verificado nos próximos Gráficos, observa-se uma grande
diferença entre o número absoluto de matrículas e o número de docentes, segundo as
etapas do Ensino Básico. Como já referido, Campos e Macaé são detentores dos maiores
números de matrículas e também de docentes em todas as etapas do Ensino Básico,
enquanto Carapebus e Cardoso Moreira apresentaram as menores quantidades de
docentes, com valores proporcionais às matrículas efetuadas em cada localidade.
Gráfico 16 – Região Norte Fluminense, Número de Docentes, 1998 - 2006
Já no Ensino Médio é encontrada a menor razão de todas as etapas, com um professor para
cada 12 alunos matriculados, constatando-se uma vez mais que o número de alunos do
Ensino Médio seja reduzido.
Assim, a Região Norte apresenta em média 15 alunos para cada professor atuante em sala
de aula, considerando todos os níveis da Educação Básica.
Gráfico 17 – Região Norte Fluminense, Número de Reprovações, 1998 - 2005
Os municípios do Norte revelam este mesmo padrão de rendimento, uma vez que as
escolas particulares se sobressaem em relação às escolas públicas.
Não só a renda é relevante nesse aspecto, mas também as oportunidades que os alunos
têm de acesso à cultura, esportes, saúde e outras questões que influem positivamente no
desenvolvimento cognitivo e social das crianças, favorecendo um desempenho mais
condizente com as exigências escolares.
Outra constatação é que a maior parte da taxa de abandono, ou seja, a evasão escolar
também se sobressai na rede pública, chegando a ser dez vezes maior do que na rede
privada de ensino no Brasil e suas regiões mais industrializadas que, de forma geral,
apresentam melhores rendimentos escolares do que as regiões mais rurais. Assim, a
Região Sudeste do Brasil possui índices de aprovação cerca de 25% mais elevados do que
as Regiões Norte e Nordeste do país e 16% maiores do que a Região Centro–Sul.
Em Campos subiu de 7.536 em 1995, para 15.653 em 2005 e em Macaé foi de 2.807, para
4.319 no mesmo período. Carapebus, Quissamã e São Francisco de Itabapoana também
apresentaram aumentos no seu número de reprovações. Entretanto, Cardoso Moreira,
Conceição do Macabu e São João da Barra apresentaram queda nas reprovações
escolares.
São Fidélis foi o município que apresentou a melhor evolução neste índice, demonstrando
uma diminuição quase contínua das reprovações, caindo de 925 em 1995 para 599 em
2005.
Das 140.270 crianças matriculadas em toda a Região Norte em 2005, 17,82% foram
reprovadas no Ensino Fundamental.
Quissamã foi o município onde mais ocorreram repetências, 21,55% seguido de Campos,
onde 20,10% dos alunos matriculados foram reprovados. São Francisco do Itabapoana
também apresentou índice bem elevado, 18,43%, todos estes valores superiores ao da
própria Região, 17,82%
Embora constatado que houve um decréscimo destas matrículas entre os anos de 2003 e
2006, as taxas de repetência revelam aumentos praticamente constantes, passando de
2.322, em 1998 para 4.332, em 2005.
Tabela 23 - Região Norte Fluminense, Taxa de Reprovação, 2005
Ensino Médio - Taxa de Reprovação , 2005
Municípios da Região Número de Número de Taxa de
Norte Fluminense Matrículas Reprovação Reprovação (%)
Campos dos Goytacazes 21.606 2.673 12,37
Carapebus 550 72 13,09
Cardoso Moreira 448 42 9,38
Conceição de Macabu 1.246 193 15,49
Macaé 9.007 855 9,49
Quissamã 790 98 12,41
São Fidélis 1.548 95 6,14
São Francisco de Itabapoana 1.744 62 3,56
São João da Barra 971 96 9,89
Total da Região Norte 37910 4186 11,04
Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ, 2009.
Dos 37.910 adolescentes matriculados em toda a Região no Ensino Médio, em 2005,
11,04% foram reprovadas, porcentagem significativamente menor que a taxa de reprovação
do Ensino Fundamental, 17,82%.
Conceição de Macabu, que já havia apresentado a menor taxa de repetência no Ensino
Fundamental, também apresentou a maior repetência regional no Ensino Médio, 15,49%.
Carapebus vem em seguida, com a segunda taxa de reprovação mais elevada, 13,09%,
ambos os municípios revelando os piores índices de reprovação regional.
Campos dos Goytacazes e Quissamã também revelaram taxas elevadas, em torno de 12%
de reprovação dos alunos matriculados no Ensino Médio. São Francisco do Itabapoana se
destacou com apenas 3,56% dos seus alunos reprovados nesta etapa, o oposto do ocorrido
no Ensino Fundamental, quando apresentou um valor elevado de reprovação. São Fidélis,
com taxa de 6,14% também teve um dos melhores índices regionais.
Tabela 24 - Região Norte Fluminense, Taxa de Analfabetismo da População Jovem, 1991 - 2000
Taxa de Analfabetismo da População Jovem - 1991 e 2000
Municípios da Região Taxa de Analfabetismo
Faixa Etária (anos)
Norte Fluminense 1991 2000
7 a 14 20,7 9,1
Campos do Goytacazes 15 a 17 8,0 3,2
18 a 24 9,6 4,0
7 a 14 14,8 11,3
Carapebus 15 a 17 5,0 2,7
18 a 24 10,7 2,9
7 a 14 33,2 9,6
Cardoso Moreira 15 a 17 17,7 2,4
18 a 24 17,7 7,2
7 a 14 17,6 6,1
Conceição de Macabu 15 a 17 7,3 1,1
18 a 24 7,6 7,5
7 a 14 12,6 6,6
Macaé 15 a 17 7,4 1,6
18 a 24 6,3 2,9
7 a 14 16,8 8,7
Quissamã 15 a 17 12,4 3,7
18 a 24 9,0 4,4
7 a 14 17,7 5,6
São Fidélis 15 a 17 9,1 3,3
18 a 24 11,3 4,6
7 a 14 32,2 13,1
São Francisco de Itabapoana 15 a 17 21,0 5,3
18 a 24 24,8 10,4
7 a 14 18,5 6,5
São João da Barra 15 a 17 6,1 4,3
18 a 24 10,1 4,5
7 a 14 12,7 6,7
Total do Estado do Rio de Janeiro 15 a 17 4,3 1,5
18 a 24 4,5 2,2
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, PNUD, 2003.
772 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Em 1991, as maiores porcentagens de crianças entre 7 a 14 anos analfabetas estavam em
Cardoso Moreira, 33,2%, São Francisco de Itabapoana, 32,2% e em Campos, 20,7%. Em
2000, Cardoso Moreira apresentou melhora, diminuindo bastante seu percentual para 9,6%,
São Francisco de Itabapoana e Campos também melhoraram seus indicadores, com queda
para 13,01% e 9,1%, respectivamente.
As menores taxas de analfabetismo nesta faixa etária foram de 12,6%, em Macaé - bem
próximo a taxa de analfabetismo estadual - caindo para 6,6% em 2000, seguido de
Carapebus, 14,8%, diminuindo para 2,7% em 2000, valor este bastante positivo.
A população de 15 a 17 anos analfabeta em 1991 também se concentrava principalmente
em São Francisco do Itabapoana, 21% e em Cardoso Moreira, 17,7%, nota-se que em 2000
estes indicadores sofreram quedas expressivas, alcançando 5,3% e 2,4%, respectivamente.
As menores taxas de analfabetismo se revelaram em Carapebus, 5% e em São João da
Barra, 6,1%, que também tiveram diminuição no ano 2000 para 2,7% e 4,3%.
Em 2000, os maiores índices de analfabetismo para os jovens entre 18 a 24 anos - quando
o Ensino Fundamental já deveria estar concluído – foram encontradas em São Francisco de
Itabapoana, 24,8%, reduzindo-se em 2000 para 10,4%, Conceição de Macabu, 7,6% com
redução irrelevante de 0,1% em 2000 e Cardoso Moreira, que baixou seu valor de 17,7%
para 7,2%.
Assim, como ressaltado, houve uma considerável melhora nas taxas de analfabetismo da
população jovem em todos os Municípios, neste período. Praticamente todas as taxas
ficaram abaixo de 10%, à exceção do grupo de 7 a 14 anos de Carapebus e de São
Francisco de Itabapoana, que tiveram percentuais um pouco mais elevados.
Seguindo a mesma lógica, os indicadores de analfabetismo da população adulta, de 25 anos
para cima, vem diminuindo consideravelmente, mas ainda se encontra em proporções
alarmantes apontado na próxima Tabela.
Como agravante, destaca-se que a partir desta idade se torna mais difícil o retorno das
pessoas aos estudos, devido a uma série de questões: ocorre uma participação no mercado
de trabalho de forma mais consolidada e efetiva, as relações conjugais se estabelecem e
frequentemente “dificultam” a retomada dos estudos, principalmente para as mulheres, que
se tornam mães e assumem responsabilidades domésticas; há o próprio desinteresse e
conformismo referente à situação educacional; o receio e a “vergonha de voltar para a
escola em idade mais avançada e ainda a insuficiência de políticas públicas que sejam
capazes de atender a toda a demanda existente e reprimida, de forma acessível, motivadora
e eficaz.
Tabela 25 - Região Norte Fluminense, Taxa de Analfabetismo da População Adulta, 1991 - 2000
Taxa de Analfabetismo da População Adulta (25 anos ou mais) - 1991 e 2000
Taxa de Analfabetismo
Municípios da Região Norte Fluminense
1991 2000
Campos do Goytacazes 17,5 11,6
Carapebus - 15,9
Cardoso Moreira 41,7 23,5
Conceição de Macabu 23,2 14,4
Macaé 15,0 9,0
Quissamã 26,8 19,9
São Fidélis 27,5 17,1
São Francisco de Itabapoana - 29,6
São João da Barra 21,4 16,1
Total do Estado do Rio de Janeiro 10,9 7,6
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, PNUD, 2003
Os municípios que, por sua vez apresentam os melhores níveis de escolaridade nesta faixa
etária foram Macaé, com 53,6% com menos de 8 anos de estudo e 7,9% com menos de 4
anos, seguido de Conceição de Macabu apresentando 58% da população com menos de 8
anos e 8,4% com menos de 4 anos escolares.
Para a população de 18-24 anos o maior percentual foi novamente encontrado em São
Francisco de Itabapoana, 70,7% com menos de 8 anos de estudo e 32,1% com menos de 4
anos. São João da Barra e Cardoso Moreira aparecem em seguida revelando que, neste
mesmo ano, a população com menos de 8 anos de estudo foi de aproximadamente 63%,
enquanto a população com menos de 4 anos de estudo correspondeu a 19% em São João e
25% em Cardoso Moreira. Nos demais municípios, a porcentagem de população desta faixa
etária com menos de 8 anos de estudo variou entre 43,5%, em Macaé e 54,5%, em
Quissamã.
Para o Ensino Médio, o Rio de Janeiro apresentou 81,5% dos jovens frequentando a escola,
enquanto no Norte a média foi um pouco menor. Cardoso Moreira se destacou, com 86,8%
dos jovens frequentando a escola, Quissamã veio em seguida, com 82,5%, valores estes
maiores que os estaduais.
Este cenário indica que grande parte da população abandona os estudos muito antes de sua
conclusão e quanto mais “envelhecida” esta se torna, maiores são as taxas de
analfabetismo e a baixa escolaridade, sendo necessária a implementação de políticas mais
específicas e eficazes objetivando a reversão do problema.
Tabela 27 - Região Norte Fluminense, Nível Educacional da População Adulta, 1991 - 2000
Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais)- 1991, 2000
% Com Menos
% Com Menos de 4 Média de Anos
Municípios da Região Norte de 8 Anos de
Anos de Estudo de Estudo
Fluminense Estudo
1991 2000 1991 2000 1991 2000
Campos do Goytacazes 38,2 29,5 68,8 60,9 5,3 6,2
Carapebus - 39,1 - 74,5 - 4,8
Cardoso Moreira 63,9 51,7 88,9 82,2 2,8 3,9
Conceição de Macabu 46,5 33,5 75,6 64,6 4,5 5,7
Macaé 33,0 23,3 61,8 54,3 6,0 6,9
Quissamã 56,5 41,4 87,5 77,7 3,2 4,6
São Fidélis 55,5 41,2 79,5 71,2 3,8 5,0
São Francisco de Itabapoana - 59,0 - 87,2 - 3,3
São João da Barra 48,8 43,7 78,7 76,2 4,2 4,6
Total da Região Norte NA NA NA NA 3,3 5,0
Total do Estado do Rio de Janeiro 26,3 21,1 57,5 50,8 6,5 7,2
= sem informação
NA = Não se aplica
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, PNUD, 2003
De acordo com o panorama traçado até o momento, a deficiência no nível de escolaridade
da população, agravada pelo analfabetismo funcional, se reflete em sérios problemas
enfrentados na Região, como a escassez de mão de obra qualificada que, por sua vez,
contribui com a proliferação das desigualdades econômicas. Mais ainda, baixos níveis de
qualificação precisam de políticas bem planejadas, de acordo com as demandas contextuais
e de qualidade, para contribuir-se efetivamente com uma transformação social.
Para realizar esta avaliação, o Ministério da Educação, MEC, implantou um sistema no qual
se integra o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), adotado desde 1995 e o
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
A segunda avaliação é a Prova Brasil, uma avaliação mais extensa e detalhada, com foco
em cada unidade escolar, correspondendo a um processo de expansão do sistema
avaliativo. A Prova é aplicada a todos os estudantes das séries avaliadas e apresenta
médias de proficiência por unidade escolar. Os resultados são apresentados em uma escala
de desempenho, nas disciplinas de português e matemática.
A escala é única para cada disciplina e permite apresentar, em uma mesma métrica, os
resultados de desempenhos dos estudantes das 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental (que
atualmente correspondem do 5º ao 9º anos).
Por fim, disponibiliza-se a pontuação para cada município, de cada rede e de cada escola,
dificultando o confronto dos resultados em nível regional ou nacional. Portanto, tal
comparação não pode ser feita com as médias brasileiras e estaduais e será realizada
posteriormente, a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB.
Tabela 28 - Região Norte Fluminense, Resultado da Prova Brasil - Rede Municipal, 2005 – 2007
Resultado da Prova Brasil – Rede Municipal – 2005 e 2007
Municípios da Região Norte Fluminense Ano Matemática Língua Portuguesa
2005 177,49 168,55
4ª série / 5º ano
2007 242,93 199,50
Campos dos Goytacases
8ª série / 9º ano 2005 233,65 216,01
2007 240,29 234,13
2005 175,98 168,39
4ª série / 5º ano
2007 198,39 181,10
Carapebus
2005 215,47 204,12
8ª série / 9º ano
2007 237,91 247,28
2005 195,38 184,73
4ª série / 5º ano
2007 209,32 181,56
Cardoso Moreira
2005 268,67 241,72
8ª série / 9º ano
2007 227,62 231,01
2005 168,89 168,32
4ª série / 5º ano
2007 198,84 181,00
Conceição de Macabu
2005 228,34 218,85
8ª série / 9º ano
2007 204,03 186,00
2005 196,54 189,11
4ª série / 5º ano
2007 210,56 190,87
Macaé
2005 258,82 235,64
8ª série / 9º ano
2007 258,41 248,64
2005 174,42 168,15
4ª série / 5º ano
2007 206,94 187,81
Quissamã
2005 243,3 230,75
8ª série / 9º ano
2007 228,16 229,00
2005 195,74 178,02
4ª série / 5º ano
2007 213,99 184,98
São Fidélis
2005 263,16 244,77
8ª série / 9º ano
2007 250,56 229,40
Em 2007, para o último ano do Ensino Fundamental as melhores notas em Português foram
alcançadas em Macaé, 248,64 e São João da Barra, 255,61. As piores notas foram
encontradas em Conceição do Macabu, 186 e em Quissamã e São Fidélis, ambos com 229.
Em Matemática, as melhores notas foram conferidas a São João da Barra, 266,47 e Macaé,
258,41, enquanto as piores notas estavam em Conceição de Macabu, 204,03 e Quissamã,
228,16.
3.4.2 IDEB
A qualidade do ensino ofertado nas Escolas Municipais e Estaduais do Norte também foi
mensurada através Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, IDEB, criado pelo
INEP/MEC.
O objeto do IDEB é reunir em um só indicador dois conceitos importantes para a qualidade
da educação: o fluxo escolar e a média de desempenho nas avaliações.
Para tanto, os resultados refletem a combinação das informações sobre a taxa de
rendimento escolar, ou seja, aprovação, evasão e repetência dos estudantes em cada etapa
do ensino, obtida a partir do Censo Escolar anual e as médias de desempenho, ou seja, a
média da pontuação dos estudantes obtida em exames padronizados (Prova Brasil)
aplicados pelo INEP, ao final da etapa correspondente.
Nos exames são aplicadas provas de Língua Portuguesa, com foco em Leitura e
Matemática, com questões curriculares de todas as unidades da Federação, considerando-
se ainda as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
780 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
O IDEB também fornece projeções das expectativas de evolução dos valores da educação,
desde o ano presente até o ano 2021, ou seja, avalia os resultados do que acontecerá se as
condições atuais forem mantidas, estabelecendo comparações entre as projeções do Rio de
Janeiro e do Brasil e definindo metas para incrementar-se a qualidade da educação nas
escolas avaliadas.
Cabe mencionar que o IDEB representa o esforço de se estabelecer padrões e critérios
uniformes mínimos para se monitorar e avaliar o Sistema de Educação no Brasil.
Não obstante, o desafio persiste em conseguir um sistema de avaliação que influencie na
orientação dos gestores locais e das unidades escolares, ao mesmo tempo em que atenda
às necessidades locais específicas.
Os resultados do IDEB referentes são apresentados a seguir, distinguindo-se aqueles
obtidos nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, nas redes estadual e municipal.
Tabela 29 - Região Norte Fluminense, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica,
2005 - 2007
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB
Anos Iniciais do Ensino Anos Finais do Ensino
Municípios da Fundamental Fundamental
Rede de
Região Norte
Ensino IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas
Fluminense
2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021
Campos dos Estadual 3,4 3,4 3,5 5,7 2,9 2,9 2,9 4,9
Goytacazes Municipal 2,9 4,3 2,9 5,2 2,7 3,2 2,7 4,7
Estadual - - - - 4 3,3 4,1 6
Carapebus
Municipal 3,4 4,1 3,4 5,6 3,1 3,9 3,2 5,2
Estadual 3,6 3,9 3,7 5,8 4,3 3,6 4,4 6,2
Cardoso Moreira
Municipal 3,5 3,2 3,5 5,7 4,1 3,3 4,1 6
Conceição de Estadual 4 4,6 4,1 6,2 4,2 3,7 4,3 6,1
Macabu Municipal 3,7 4,8 3,7 5,9 3,4 2,7 3,4 5,4
Estadual 3,8 3,8 3,9 6 2,9 2,8 2,9 4,9
Macaé
Municipal 4,4 4,7 4,4 6,5 3,6 3,9 3,6 5,6
Estadual - - - - 3,2 3 3,3 5,3
Quissamã
Municipal 3,2 4,5 3,3 5,5 3,5 2,9 3,6 5,5
Estadual 4,7 4,5 4,7 6,7 5 3,9 5 6,7
São Fidélis
Municipal 3,8 4,6 3,9 6 4,4 4 4,4 6,3
São Francisco de Estadual 3,6 4 3,7 5,9 2,6 3,1 2,7 4,7
Itabapoana Municipal 3,6 3,2 3,7 5,8 - 3,7 - 5,7
São João da Estadual 3,8 3,7 3,9 6 3,2 2,9 3,2 5,2
Barra Municipal 3,3 4,1 3,3 5,5 3,4 3,9 3,4 5,4
Rede Estadual do Rio de Janeiro 3,7 3,8 3,8 5,9 2,9 2,9 2,9 4,9
Total 3,8 4,2 3,9 6,0 3,5 3,8 3,5 5,5
Pública 3,6 4,0 3,6 5,8 3,2 3,5 3,3 5,2
Federal 6,4 6,2 6,4 7,8 6,3 6,1 6,3 7,6
Brasil
Estadual 3,9 4,3 4,0 6,1 3,3 3,6 3,3 5,3
Municipal 3,4 4,0 3,5 5,7 3,1 3,4 3,1 5,1
Privada 5,9 6,0 6,0 7,5 5,8 5,8 5,8 7,3
-- = Sem informação
Fonte: Ministério da Educação - Indicadores Demográficos e Educacionais, 2009
De forma geral, praticamente todos os municípios evoluíram e melhoraram seus resultados
nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em proporções diferentes, muitos superando a
meta estabelecida para 2007.
Os resultados da Rede Estadual, em 2007, variaram entre 3,4, sendo este o menor valor
alcançado em Campos e o melhor resultado foi de 4,6, alcançado em Conceição de
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 781
Macabu. Apenas São João da Barra e São Fidélis diminuíram pouco seus resultados de
2005 para 2007. Campos e Macaé mantiveram seus resultados inalterados, 3,4 e 3,8,
respectivamente e quase alcançaram a meta estabelecida.
Os resultados da Rede Municipal nos anos iniciais variaram entre 3,2, de Cardoso Moreira e
São Francisco de Itabapoana e 4,8, o melhor resultado apresentado novamente em
Conceição de Macabu. Os dados de Carapebus e Quissamã não tiveram seus registros
completos.
Para os anos finais do Ensino Fundamental observa-se que, de 2005 para 2007, os
resultados foram um pouco piores em alguns municípios, tanto da Rede Estadual quanto da
Rede Municipal, afastando-se das metas.
Na Rede Estadual o pior indicador de 2007 foi verificado em Macaé, 2,8 e o melhor foi em
São Fidélis, 3,9. Ambos pioraram entre 2005-2007 e ficaram abaixo da meta estabelecida.
São Francisco de Itabapoana foi o único que melhorou seu resultado na rede estadual,
passando de 2,6 para 3,1 em 2007.
Na Rede Municipal os anos finais tiveram melhoras em São João da Barra, Carapebus,
Macaé e Campos, sendo que todos estes ultrapassaram a meta de 2007. Os demais
municípios revelaram piora nos seus resultados, se afastando das metas. Os resultados
variaram de 2,7 em Conceição de Macabu a 4, em São Fidélis.
Para uma melhor compreensão regional dos resultados do IDEB, faz-se pertinente uma
análise individual dos resultados de cada município. Em Campos, a Rede Estadual não
apresentou alterações entre 2005 e 2007, tanto para os anos iniciais, 3,4, quanto para os
anos finais do Ensino Fundamental, 2,9, indicando que não houve mudanças no que se
referiu à qualidade do ensino. Já na Rede Municipal pôde-se perceber uma melhora
significativa dos resultados, passando de 2,9 para 4,3 nos anos iniciais e de 2,7 para 3,2 nos
anos finais, superando inclusive as metas estipuladas.
Em Carapebus somente foi verificado resultado dos anos iniciais da Rede Municipal, que
aumentou de 3,4 para 4,1 em 2007, enquanto nos anos finais os valores aumentaram de 3,1
para 3,9. A Rede Estadual foi avaliada nos anos finais do Ensino Fundamental, tendo como
resultado 4,0 em 2005 e 3,3 em 2007, apresentando piora e afastando-se da meta
estabelecida para o ano, de 4,1.
Conceição do Macabu apresentou grande melhora nos anos iniciais, com destaque para os
resultados da Rede Municipal, que elevaram-se de 3,7 para 4,8. No entanto, este resultado
piorou nos anos finais. Na Rede Estadual, passou de 4,2 para 3,7 e na Rede Municipal de
3,4 para 2,7.
Macaé não apresentou mudanças significativas: em 2007 os anos iniciais tiveram como
resultado 3,8 na Rede Estadual e 4,7 na Rede Municipal. Já nos anos fina os valores caíram
para 2,8 e 3,9.
Quissamã não possuía registro dos anos iniciais da Rede Estadual, mas os anos finais
apresentaram piora de 0,2. Já a Rede Municipal obteve uma melhora nos anos iniciais,
passando de 3,2 para 4,5, piorando nos anos finais de 3,5 para 2,9.
São João da Barra apresentou resultados priores na Rede Estadual em 2007, de 3,7 nos
anos iniciais e 2,9 nos anos finais, enquanto a Rede Municipal melhorou, alcançando 4,1
nos anos iniciais e 3,9 nos anos finais.
Neste anos, comparando-se os resultados das Redes Municipais com os resultados do país,
São Fidélis, Macaé, Campos e Conceição de Macabu superaram os resultados nacionais no
que se refere aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Já nos anos finais superaram os
resultados nacionais os municípios de São João da Barra, Macaé, São Francisco do
Itabapoana, São Fidélis e Campos.
Na Rede Estadual, Conceição de Macabu foi o único município que alcançou resultados
melhores do que os nacionais nos anos iniciais. O Estado do Rio teve avaliação somente na
rede estadual, alcançando resultados baixos e inferiores à maioria dos municípios
estudados, de 3,8 para os anos iniciais e 2,9 para os anos finais, no ano de 2007. Nos anos
finais, os melhores resultados foram apresentados em São Fidélis e mais uma vez em
Conceição de Macabu.
3.4.3 ENEM
De um total de 2,7 milhões alunos que fizeram o ENEM em 2006, cerca de 187 mil são
fluminenses. O desempenho médio da prova objetiva no país foi de 36,90 e de 52,08 na
redação.
O Estado do Rio de Janeiro ficou na primeira posição, com notas médias 38,61 e 53,34,
respectivamente. Todas essas notas foram inferiores aos resultados de 2005 (42,50 e
57,40). A nota global foi de 42,616 para o país e de 44,246 para o Estado.
Neste ano, o Estado alcançou resultado superior a do Brasil, mas piorou sua qualificação
com relação a 2005 e caindo de 7 para 3 o número de municípios fluminenses que
obtiveram mais de 50% de aproveitamento em 2006.
Para uma melhor compreensão dessas fragilidades e potencialidades, para cada indicador
apresentado, foram distinguidos os dois municípios que apresentaram os melhores
resultados, demonstrando em quais aspectos os mesmos se revelam mais fortalecidos, com
maior qualidade e desempenho educacional. Também foram distinguidos os dois que
apresentaram os índices menores, revelando um pior desempenho na área.
Segundo a avaliação do ENEM, as piores notas da Rede Estadual mais uma vez ficaram
com São João da Barra e São Francisco de Itabapoana. Referente ao Ensino Médio, as
maiores taxas de repetência foram encontradas em Cardoso Moreira e Carapebus e as
menores taxas em São Francisco de Itabapoana e São Fidélis.
Por outro lado, os maiores índices de escolaridade foram constatados em Macaé, Campos e
Conceição de Macabu. Este último, juntamente com Quissamã, apresentou a maior
porcentagem de jovens de 15 a 17 anos freqüentando o Ensino Médio.
As melhores avaliações do IDEB 2007 para os anos iniciais do Ensino Fundamental foram
alcançadas em Conceição de Macabu (com as melhores notas também do ENEM, seguido
de Carapebus), Macaé e São Fidélis. As melhores avaliações do IDEB dos anos finais do
Ensino Fundamental se encontraram em São João da Barra e em Carapebus, sendo que na
Rede Estadual se sobressaíram Conceição de Macabu e São Fidélis.
Por sua vez, a programação dos recursos financeiros é pactuada entre o conjunto de
municípios, partindo de proposta elaborada pela SES/RJ, em conjunto com técnicos
indicados pelo COSEMS – Conselho de Secretários Municipais de Saúde, sendo aprovada
pela CIB – Comissão Intergestores Bipartite. Estas pactuações podem ser modificadas
quando solicitado pelos gestores, sendo seus tetos financeiros publicados no Diário Oficial
do Estado e disponibilizados na página da SES-RJ na web.
Referente aos municípios, eles podem ser habilitados à condição de: Gestão Plena da
Atenção Básica ou Gestão Plena do Sistema Municipal.
Para garantir o custeio das ações básicas em saúde foi implantado, em janeiro de 1988, o
Piso da Atenção Básica, PAB, que é composto por um valor fixo, destinado à assistência e
um valor variável, relativo ao desenvolvimento de ações complementares.
A já citada NOAS-SUS 01/2002 criou a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada, como
uma das condições de gestão dos Sistemas Municipais de Saúde. Agrega às atividades
acima o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão
arterial, o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde
bucal, com indicadores definidos anualmente pela União.
Além disto, na Atenção Básica existem os trabalhos desenvolvidos pelo Programa Saúde da
Família, PSF, e pelos Agentes Comunitários de Saúde, cidadãos da própria comunidade
que são treinados para realizar visitas domiciliares de orientação às famílias, PACS, levado
aos domicílios informações sobre o acesso aos tratamentos e à prevenção de doenças.
Consequentemente, neste tipo de Gestão o Município precisa estar melhor qualificado tanto
em termos de planificação como de oferta de serviços demandando uma organização bem
mais complexa.
Dados da Pesquisa
O Caderno de Informações em Saúde foi elaborado a partir de Oficinas Regionais, com uma
ampla equipe de técnicos, gestores e representantes dos Conselhos de Saúde de todos os
92 municípios do Rio, resultando em um panorama amplo e ao mesmo tempo detalhado da
situação. As análises foram realizadas por Região de Saúde e fundamentaram o processo
de revisão do Plano Diretor de Regionalização, PDR, após a implantação do Pacto pela
Saúde, auxiliando também na atualização da Programação Pactuada Integrada, PPI, de
assistência à Saúde.
Posteriormente, o “Caderno” foi distribuído nas Oficinas Regionais para orientar o processo
de monitoramento e qualificação da saúde pública e fomentar o planejamento regional. Para
tal, foram utilizados diversos indicadores diretamente vinculados à Atenção Básica de
Saúde, incluindo a contagem da demanda por “Internações por condições sensíveis à
Atenção Básica”, ISAB, juntamente com as análises da oferta de serviços em Média e Alta
Complexidade, fluxos migratórios na Saúde e outros.
Durante todo o processo, foi comum aos gestores que a Atenção Básica é uma
responsabilidade da Gestão Municipal e deve ser a principal porta de entrada do SUS,
enquanto o Estado deve formular políticas e regular o sistema, viabilizando ações que
garantam a integralidade da atenção e oferecendo apoio técnico para fortalecer as ações
básicas. (Caderno de Informações em Saúde, 2009, p.7).
Assim, o Estado do Rio definiu para cada Região de Saúde: que cuide de suas ações de
Atenção básica e ações básicas de Vigilância Sanitária, que cada Região deve oferecer
suficiência em ações de Média Complexidade e algumas de Alta Complexidade (de acordo
com critérios de oferta e acessibilidade) e que arranjos inter-regionais devem garantir as
demais ações de Alta Complexidade que, se não forem resolvidas nos próprios municípios,
deverão fazer parte de propostas futuras.
4.1 Saneamento
Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, 65% dos leitos dos hospitais do país são
ocupados por pacientes com problemas de saúde relacionados à falta de saneamento. As
doenças transmitidas pela água podem acarretar diretamente cólera, diarréia, febre tifóide,
disenteria bacilar, amebíase ou disenteria amebiana, hepatite infecciosa e outras e
indiretamente podem causar esquistossomose, malária, febre amarela, dengue, leptospirose
entre outras.
O melhor município foi Macaé, que em 2000 ofertou a 89,3% da população rede geral e
8,4% dos habitantes possuíam poço ou nascente em sua propriedade. Os outros municípios
ficaram bem abaixo deste percentual de recebimento de rede geral de abastecimento, sendo
que São Fidélis apareceu em 2o lugar, com 72,5% da população recebendo água pela rede
geral. Seguem em ordem decrescente Campos, 67% de rede geral no município, Cardoso
Moreira e Quissamã com valores próximos de aproximadamente 64% de rede geral e São
João da Barra, 62,7%.
Os três últimos municípios apresentam números bem inferiores com relação a oferta de
água pela rede geral: Carapebus recebia em 2000, 35,2%, Conceição do Macabú, 32,1% e
por último ficou São Francisco do Itabapoana, com apenas 23,4% de rede geral de água. Há
5
O Pacto pela Saúde traz como eixo principal a necessidade de instituir uma regionalização de base cooperativa,
respeitando a autonomia dos entes federados. Entre 2004 para 2009 houve no Brasil um grande aumento de
adesão municipal ao Programa, passando-se de 681 municípios habilitados para 2.753. Ressalta-se que no
Estado do Rio, em maio de 2009, só 25 municípios haviam assinado o Termo de Compromisso de Gestão do
Pacto, sendo apenas Campos no Norte e Itaperuna no Noroeste.
No geral, mesmo com as melhorias importantes entre 1991-2000 na instalação de rede geral
de abastecimento em alguns municípios, ainda há muito o que ser realizado para que todos
os seus habitantes recebam água tratada.
Tabela 31 - Região Norte Fluminense, Moradores / Tipo de Abastecimento de Água, 1991 - 2000
Proporção de Moradores por Tipo de Abastecimento de Água - 1991 e 2000
Municípios da Região Poço ou Nascente
Ano Rede Geral Outra Forma
Norte Fluminense (na Propriedade)
Dados referentes ao tipo de instalação sanitária apontam que na maioria dos municípios
existe uma precariedade enorme na área de saneamento. Em 2000 a rede geral de esgoto
mais completa da região era a de Macaé, que atendia a 66,1% da população, similar aos
serviços de São Fidélis, que atendiam a 64,5% de seus habitantes. Impressiona que uma
cidade do porte de Campos tivesse apenas 33,4% de rede sanitária em 2000, menor índice
do que em municípios como Carapebus, 43,6% e Conceição do Macabú, 51%.
Outro Escoadouro
Rede Geral Fossa
Municípios da Região Fossa ou não tem
Ano de Esgoto Rudimentar
Norte Fluminense Séptica Instalação
ou Pluvial ou Vala
Sanitária
Os dados de porcentagem da Saúde Bucal de 2008, conforme Mapa acima, apontam que os
valores mais baixos de cobertura para até 25% da população, ocorreram em Italva e
Itaocara, localizados no Noroeste Fluminense e em Cardoso Moreira, localizado no Norte, e
que os demais municípios apontam para uma cobertura de mais de 25% de sua população.
Quissamã e Campos apresentam as maiores coberturas da Saúde Bucal, variando de 75 a
100%.
Na Região Noroeste existem mais municípios com alta cobertura deste serviço, de 75 a
100%, assim como identificado anteriormente na cobertura do PSF, demonstrando uma
estrutura mais completa do que a Região Norte, nestes quesitos.
Destes municípios, a maioria possui Vigilância Sanitária, à exceção de São Fidélis, São
Francisco do Itabapoana e São João da Barra, que provavelmente deixam lacunas
importantes nesta área municipal.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 799
Tabela 35 – Região Norte Fluminense, Número de Unidades por Tipo de Prestador Segundo Tipo de Estabelecimento – Dezembro 2007
Nos outros municípios do Norte Fluminense, Carapebus e Cardoso Moreira não realizaram
nenhuma internação neste período e nos restantes as internações variaram entre 1 e 10
pacientes. Nestes, a maioria dos atendimentos ambulatoriais ocorreu apenas pelo SUS,
entre 31 em São Fidélis e 10 em Carapebus. A urgência apresentou números bem menores,
variando entre 1 a 3 atendimentos em dezembro e os serviços de diagnose e terapia
também receberam menos pacientes do que as outras modalidades de atenção, variando
entre 2 em Carapebus e 18 em São Fidélis.
Segundo a Tabela abaixo, São Fidélis tem mais leitos por 1.000 habitantes, 5,5, sendo 4,6
destes do SUS, seguido por Campos, 4,3 leitos/1000 hab., com 3,3 destes sendo do SUS.
Conceição do Macabu e Macaé ofereciam 3,5 leitos/1000 hab. cada, sendo que no primeiro
3,5 eram do SUS e no segundo este valor do SUS caiu para 2,0, revelando que em Macaé
quase a metade dos leitos é privado.
Tabela 37 – Região Norte Fluminense, Leitos de Internação/1000 Habitantes – Janeiro 2000
Leitos de Internação por 1.000 Habitantes
Janeiro 2000
Municípios da Região Leitos Existentes Leitos SUS
Norte Fluminense por 1.000 habitantes por 1.000 habitantes
Campos dos Goytacazes 4,3 3,3
Carapebus - -
Cardoso Moreira - -
Conceição de Macabu 3,5 3,5
Macaé 3,5 2,0
Quissamã (0,2) 3,0
São Fidélis 5,5 4,6
São Francisco de Itabapoana 0,9 0,9
São João da Barra 2,2 1,7
-- = Não há informação
Fonte: Ministério da Saúde - IBGE/Censos Demográficos, 2009.
Assim, no Norte, os municípios com menos oferta de leitos/1.000 hab. em 2000 foram São
João da Bar, com 2,2 (sendo 1,7 do SUS) e São Francisco do Itabapoana com 0,9
leitos/1.000 hab. (todos do SUS).
Mais recentemente, no Estado, em dezembro de 2008 havia um total de 24.341 leitos gerais
destinados ao SUS (excluídos leitos psiquiátricos, leitos de crônicos e hospital-dia), numa
razão 1,5 leitos/ 1000 hab. A distribuição de leitos, todavia, foi muito desproporcional entre
as regiões, sendo que a Noroeste apresentou o maior número de leitos, de 7,8/ 1.000
habitantes.
Comparando-se com esta referência em 2000, na Região Norte apenas São Francisco do
Itabapoana apresentou o número de leitos abaixo da média de estadual 1,5 leitos/1.000 hab.
e a maioria de seus municípios possuía este indicador bem acima da média.
802 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Entretanto, os parâmetros mais atuais da Portaria GM/MS n° 1.101/2002, consideram que
os valores satisfatórios devem ser de 2,5 a 3 leitos/1.000 hab. Com base nesta referência,
em 2002, a Região apresentou um quantitativo de leitos gerais SUS (excluídos leitos de
Psiquiatria, crônicos e hospital-dia) de 1.732, 2,2 leitos/1.000 hab., valor este inferior aos
parâmetros, que representaria entre 1.972 a 2.336 leitos para o Norte. (Caderno da Saúde,
2009). Nesta perspectiva, apenas 3 municípios atingiram o parâmetro, São Fidélis, 4,2
leitos, Conceição do Macabu, 3,5 leitos e Quissamã, 2,5 leitos/1.000 hab.
O estudo constatou ainda que, teoricamente, não existe carência de leitos de UTI na
Região, uma vez que o parâmetro esperado era de 79 leitos e havia 84 cadastrados, sendo
que a maioria de 91,7% de leitos de UTI estava em Campos. Além disto, das 19 unidades
hospitalares existentes na Região, 1 tem menos de 30 leitos, 4 possuem de 31 a 50 leitos, 8
de 101 a 200 leitos, 1 de 201 a 300 leitos e 1 de 301 a 500 leitos.
Carapebus possui atualmente convênio com Quissamã, para que seus habitantes tenham
acesso a exames, cirurgias e intervenções no Hospital Municipal Mariana Maria de Jesus,
que tem 160 leitos, incluindo obstetrícia, ortopedia, otorrino, oftalmo e exames de Média e
Alta Complexidade. Antes mantinham convênio com a Irmandade São João Batista, em
Macaé, o qual foi cancelado pelo problema da superlotação.
Relativo aos locais de internação, observa-se que foram realizadas mais internações
hospitalares em Campos, 7,23, seguido de perto por São Fidélis, 6,81 e Quissamã, 6,68,
conforme a Tabela abaixo. Macaé e Conceição de Macabu apresentaram cerca da metade
destas internações, 3,5 cada e São João da Barra e São Francisco de Itabapoana tiveram o
menor número de internações/100 hab., 1,67 e 2,38, respectivamente.
Esta variação também é verificada no valor médio gasto em assistência hospitalar por
habitante, que variou de R$5,82 em São Francisco de Itabapoana, até R$ 66,50 em
Campos. Em 2008, o Estado apresentou uma cobertura de internação hospitalar de 3,68%
quando o parâmetro preconizado de internação/ano para a população em geral é de 7 a 9%
de internação. Neste mesmo ano, na Região Norte a cobertura de internação hospitalar foi
de 5,85%, superior a do Estado.
Tabela 38 – Região Norte Fluminense, Assistência Hospitalar – Valores Médios Anuais, 2007
Valores Médios Anuais – 2007
Internações/100 Internações/100
Municípios da Região Norte Valor Médio por
Habitantes Habitantes
Fluminense Habitante (R$)
(Local de Internação) (Local de Residência)
Campos do Goytacazes 7,23 6,71 66,50
Carapebus - 2,38 -
Cardoso Moreira - 3,90 -
Conceição de Macabu 3,43 5,07 9,90
Macaé 3,82 3,91 17,64
Quissamã 6,68 7,30 18,70
São Fidélis 6,81 8,39 43,35
São Francisco de Itabapoana 1,67 4,30 5,82
São João da Barra 2,38 6,09 7,81
-- = Não há informação
Fonte: Ministério da Saúde - IBGE/Censos Demográficos, 2009
Tomógrafo Ressonância
Equipamento Mamógrafo Raio X Ultrassom
Computadorizado Magnética
SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença
Região Noroeste
6 1 5 47 13 34 4 3 1 1 0 1 45 13 32
Fluminense
Região Norte
10 3 7 50 32 18 9 8 1 2 2 0 44 32 12
Fluminense
25
19,6
20 18,5
17,4
14,5 14,8 15,0
15 13,0 13,7
11,6
10
0
Campos dos Carapebus Cardoso Conceição de Macaé Quissamã São Fidélis São Francisco São João da
Goytacazes Moreira Macabu de Itabapoana Barra
Municípios
No Gráfico seguinte, fica claro que, na maioria dos municípios do Norte, foi pequeno o
percentual de mães de 10-14 anos, sendo maior em Conceição do Macabu e São Francisco
de Itabapoana, 1,3%, com valores inexistentes em Carapebus e São Fidélis e próximo de
zero em Quissamã, 0,3%.
Já o percentual de mães de 10 -19 anos foi bastante elevado em todos os municípios que
apresentaram taxa acima de 20%, à exceção de Campos e São Fidélis. Os maiores índices
foram os de Cardoso Moreira e Conceição de Macabu, 27,2%.
Segundo informações do Caderno de Informações em Saúde (2009), a oferta de serviços de
planejamento familiar na Região Norte, além de ser a menor de todo o Estado sofreu uma
queda de 9,1% entre 2000-2005 e ainda, a cobertura de Saúde da Família ocupava a pior
posição no ranking. Esta conjuntura de dados aponta para problemas como a gravidez
“precoce” ou “indesejada” como uma questão social preocupante na Região e que precisará
ser melhor trabalhada nas políticas públicas de saúde, especialmente de saúde da mulher,
junto à população jovem e suas famílias.
Gráfico 19 - Região Norte Fluminense, Percentual de Mães de 10 a 14 Anos e de 10 a 19 Anos -
2006
Percentual de Mães de 10 a 14 Anos e de 10 a 19 Anos dos Municípios da Região Norte Fluminense- 2006
% de mães
30
27,2 27,2
24,9
25 23,9
22,5
20,7 21,3 21,5
20
14,3
15
10
5
1,0 1,1 1,3 0,6 1,3 0,8
- 0,3 -
0
Campos dos Carapebus Cardoso Moreira Conceição de Macabu Macaé Quissamã São Fidélis São Francisco de São João da Barra
Goytacazes Itabapoana
Municípios
As taxas de mortalidade infantil foram classificadas de: altas, aquelas de 50 óbitos/ mil
nascidos vivos ou mais; médias aquelas de 20-49/mil e baixas as que consideram os óbitos
menores que 20/mil nascidos vivos, pela Organização Mundial da Saúde – OMS6.
Conforme a Tabela seguinte, observando-se os anos de 2000 a 2006 – nos quais aconteceu
aumento de população na maioria dos municípios - houve um pequeno aumento no número
de óbitos/1.000 hab., em Campos, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu e São João da
Barra.
Macaé, São Fidélis e São Francisco do Itabapoana mantiveram seus valores praticamente
estáveis, enquanto apresentaram decréscimo no número de óbitos Carapebus e Quissamã.
Assim, apesar das mudanças populacionais não se verificaram grandes variações deste
indicador no período, observando-se que o número de óbitos/1.000 hab. ficou entre 5 a
8/1.000 hab. na maioria nos municípios. Cardoso Moreira foi o que apresentou maior
aumento do indicador, sendo que em 2006 seu valor foi o mais elevado, 10,6 óbitos/1.000
hab., quase o dobro do menor valor de Macaé, 5,7 óbitos/1.000 hab.
6
A Assembléia Geral das Nações Unidas estabeleceu as Metas do Milênio para implementar a Declaração do
Milênio, adotada por unanimidade pelos países-membros da ONU, em 2000. Para a mortalidade infantil, os
países se comprometeram a reduzir suas taxas em 2/3 até 2015, adotando 1990 como ano de referência.
(Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – Brasil, 2008, p. 256, 257).
810 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
A partir de um outro cálculo, que considera a taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos
vivos, em 2008 os índices se apresentaram extremamente elevados em Cardoso Moreira,
38%, seguido de Campos, 19,6, a metade do seu percentual. Os menores valores foram os
de Macaé, 8,3% e Quissamã, 6,7%. O restante dos municípios apresentaram variações
entre 18%, em São Fidélis e São João da Barra e 11,5%, em São Francisco do Itabapoana.
Tabela 43 – Região Norte Fluminense, Outros Indicadores de Mortalidade – 2000 a 2006
Outros Indicadores de Mortalidade
Municípios da Região Norte Fluminense 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 7,6 7,5 7,7 7,9 8,0 7,7 8,1
Campos % de óbitos infantis no total de
dos 7,3 6,6 6,2 5,2 5,4 4,4 4,2
óbitos 1
Goytacazes Mortalidade infantil por 1.000
27,9 26,0 25,4 22,4 23,9 19,0 19,6
nascidos-vivos2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 8,5 8,8 6,4 6,1 5,3 3,7 6,2
% de óbitos infantis no total de
Carapebus 8,1 2,6 5,2 6,9 - 2,6 3,1
óbitos 1
Mortalidade infantil por 1.000
44,1 15,9 27,8 29,9 - 8,7 13,2
nascidos-vivos2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 8,4 7,1 7,7 8,9 7,3 8,8 10,2
Cardoso % de óbitos infantis no total de
0,9 2,2 6,3 0,9 5,5 2,7 5,5
Moreira óbitos 1
Mortalidade infantil por 1.000
5,3 11,2 33,7 6,2 30,7 18,1 38,0
nascidos-vivos2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 6,3 6,6 7,6 6,1 6,9 7,5 7,5
Conceição % de óbitos infantis no total de
6,7 11,3 7,6 2,6 1,5 2,7 2,7
de Macabu óbitos 1
Mortalidade infantil por 1.000
21,7 42,4 35,9 10,0 6,4 13,8 13,4
nascidos-vivos2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 5,2 6,1 5,9 5,8 6,4 5,8 5,7
% de óbitos infantis no total de
Macaé 5,5 5,9 3,6 3,9 3,6 5,4 2,8
óbitos 1
Mortalidade infantil por 1.000
14,4 18,7 12,1 11,9 11,4 15,4 8,3
nascidos-vivos2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 7,6 5,3 5,9 6,8 5,3 6,4 7,0
% de óbitos infantis no total de
Quissamã 7,7 5,3 1,2 4,0 6,3 3,0 1,8
óbitos 1
Mortalidade infantil por 1.000
30,9 13,1 3,6 14,1 17,2 9,0 6,7
nascidos-vivos2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 8,4 6,9 7,4 7,6 6,8 8,3 8,6
% de óbitos infantis no total de 2,6 1,9 3,3 5,6 2,3 1,9 2,4
São Fidélis óbitos 1
Mortalidade infantil por 1.000
14,4 10,5 17,5 34,0 11,8 13,9 17,9
nascidos-vivos 2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 5,6 5,8 6,4 5,3 4,8 5,9 5,4
São
Francisco % de óbitos infantis no total de
7,4 5,7 6,6 3,9 1,9 6,3 2,8
de óbitos 1
Itabapoana Mortalidade infantil por 1.000
26,4 20,3 27,4 13,7 6,4 26,4 11,5
nascidos-vivos 2
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 6,2 6,1 7,9 6,8 6,9 6,3 6,9
São João % de óbitos infantis no total de
5,8 3,6 4,1 5,3 1,5 5,0 3,5
da Barra óbitos 1
Mortalidade infantil por 1.000
19,1 12,7 20,2 22,5 7,0 18,1 17,7
nascidos-vivos 2
(1) Coeficiente de mortalidade infantil proporcional
(2) Considerando apenas os óbitos e nascimentos coletados pelo SIM/SINASC
-- = Não há informação
Fonte: Ministério da Saúde - IBGE/Censos Demográficos.
Entre as mulheres o padrão de mortalidade por causas externas é menos marcante, mas
nas idades avançadas as causas externas mais freqüentes são quedas e eventos de
intenção indeterminada. Os suicídios, da mesma forma que para os homens, se concentram
entre os 40-59 anos, as agressões são de maneira similar, a primeira causa de óbito por
causas externas, para mulheres entre 20-39 anos. (Cadernos de Informações em Saúde,
2009, p.12, 13).
Cita-se também que o Estado do Rio tem uma das maiores taxas de incidência de
tuberculose no país, 73,2/100.000 hab., em 2006, devido, principalmente, à precariedade
das condições básicas de saúde de alguns extratos da população. Consequentemente, a
tuberculose se tornou uma prioridade nacional por ser um grave problema de Saúde Pública
com alta incidência atual. (Caderno de Informações em Saúde, p. 39).
Referente à AIDS foram notificados 1.849 casos na Região, entre 2002 - 2008,
representando uma das maiores taxas estaduais em 2005, de 22 casos/100.000 hab. Em
2007 a taxa de incidência de 19,5/100.000 hab., continuava bem acima da média estadual,
12,5/100.000 hab., apesar de ter decrescido.
No que tange à Sífilis Congênita, a incidência foi de 1,2/100.000 hab., abaixo da taxa de
incidência média estadual, entre 2000 - 2008, de 4,8 /100.000 hab., o que mensura
indiretamente a qualidade de atendimento à gestante, incluindo a assistência pré-natal, a
realização do VDRL na gestação e o tratamento adequado para gestantes e seus parceiros
com sífilis.
A Tabela abaixo revela que a proporção de óbitos por causas mal definidas foi maior em
São João da Barra, 16,3%, seguido de Campos, 14,8% e São Fidélis, 13,8% e foi menor em
Carapebus, 4,8%. Já os óbitos por doenças cardiovasculares/ 100.000 habitantes foram
mais frequentes em Cardoso Moreira, 370 e em São Fidélis, 336, bem acima dos outros
municípios, sendo que Macaé teve o menor número de óbitos devidos à esta causa, 139,
menos da metade dos maiores índices regionais.
A taxa de mortalidade por homicídio/100.000 hab. foi extremamente maior em Macaé, 68,4,
seguido por Carapebus, 48, Campos e Conceição de Macabu, ambos com 40. Destacaram-
se São Fidélis e São João da Barra com as menores taxas, de 5,2 e 7, respectivamente.
Com relação aos óbitos por acidentes de transporte/100.000 habitantes os índices mais
812 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
elevados ocorreram em Cardoso Moreira, 64,3, seguido por Quissamã, 49,9. As menores
taxas foram de São João da Barra e Macaé, ambas próximas de 21.
A mortalidade materna/100.000 hab. não possuia dados na maioria dos municípios e foi
avaliada apenas em Campos, 26,7 e Macaé, 31,8, enquanto a taxa de mortalidade
neonatal/100.000 hab. foi maior em Cardoso Moreira, 16,3, próximo do valor de 12,5 em
Campos, Carapebus, Cardoso Moreira e São João da Barra, apresentando os melhores
valores em Macaé, 6 e Quissamã, 3,4.
100.000 Habitantes
100.000 Habitantes
Mal Definidas
Habitantes
Habitantes
Habitantes
Habitantes
Municípios da Região
Norte Fluminense
Campos dos Goytacazes 14.8 189 100.8 16.7 44.5 40.7 38.6 26.7 12.3
Carapebus 4.8 173.3 57.8 - 28.9 48.1 28.9 - 13.2
Cardoso Moreira 7.1 369.7 144.7 16.1 32.2 32.2 64.3 - 16.3
Conceição de Macabu 10.8 166.0 125.8 - 25.2 40.3 45.3 - 13.4
Macaé 5.9 138.7 84.0 12.3 24.3 68.4 21.8 31.8 6.0
Quissamã 4.5 249.3 93.5 12.6 31.2 24.9 49.9 - 3.4
São Fidélis 13.8 335.7 80.7 5.1 23.4 5.2 36.4 - 9.0
São Francisco de Itabapoana 12.3 147.1 68.2 13.2 21.3 25.6 32.0 - 9.9
São João da Barra 16.3 201.6 52.1 13.9 20.9 7.0 20.9 - 12.6
-- = Não há informação
Fonte: Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Caderno de Informações de
Saúde do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
4.7 Orçamentos em Saúde
Por fim, avaliam-se as despesas totais com Saúde/hab. nos municípios do Norte, revelando
diferenças muito expressivas entre os valores investidos em cada município. Em 2007, os
menores valores de despesa total foram de São Fidélis, R$ 144,07/hab. e de São Francisco
de Itabapoana, R$ 204,15/hab. Os valores mais elevados foram em Quissamã, R$ 1908,28
e em Carapebus, R$ 1321,42/hab., o que revela que em alguns, os valores investidos em
saúde são 10 vezes mais altos do que em outros.
Conceição do Macabu teve o valor de R$ 288,14/hab., seguido por Cardoso Moreira, com
investimento de R$ 367,19/hab., São João da Barra, R$ 648,77 e Macaé, R$ 702,06/hab.
Entre 2004-2007 houve queda muito expressiva deste percentual em Campos, de 39% para
5% de recursos próprios e também em Carapebus, que diminuiu seu valor de 66% para 39%
Em outros municípios os valores também decaíram, com exceção de Quissamã, que
aumentou de 24% para 63,33% a aplicação de recursos próprios na saúde. São Fidélis
apresentou um aumento mínimo e chegou a 18% e São João da Barra aumentou de 41%
para quase 53% de recursos próprios.
No geral, mesmo com as melhorias importantes no abastecimento de água por rede geral no
Norte Fluminense entre 1991-2000, ainda havia 3 municípios com menos de 40 % de rede
geral de abastecimento de água. A qualidade do ar também deve ser preservada,
especialmente porque a região possui 8 das 10 usinas da agroindústria açucareira e de
álcool do Estado, promovendo poluição aérea, agravada na época da colheita a partir da
prática das queimadas.
O panorama geral de Saneamento na Região era caótico em 2000, quando a melhor rede
de saneamento era a de Macaé e só atendia a 66% da população, Campus tinha apenas
33% de rede de esgoto e o percentual de utilização de fossa rudimentar ou vala era
extremamente alto, chegando a 83% em São Francisco de Itabapoana. A situação se torna
mais complexa considerando que alguns destes municípios possuem receitas suficientes
para sanar o problema e é sabido que este é um tema fundamental tanto em termos de
saúde pública como de proteção às águas e ao meio ambiente.
A cobertura da Atenção Básica pelo PACS ou PSF tem apresentado índices regionais
crescentes, mas ainda está muito aquém do esperado em alguns municípios. Já a taxa de
cobertura de CAPS – Centro de Atenção Psicosocial/100.000 habitantes de 0,90/100.000
hab. foi considerada como muito boa pelos parâmetros estaduais, acima de 0,70.
Em 2000, São Fidélis possuía mais leitos/1.000 hab., 5,5, seguido por Campos, 4,3
leitos/1.000 hab. Os municípios com menos oferta de leitos foram São João da Barra e São
Francisco do Itabapoana, 2,2 e 0,9 leitos/1.000 hab., respectivamente. Comparando-se à
referência estadual, na Região apenas São Francisco do Itabapoana possuía o número de
leitos abaixo da média de 1,5 leitos/1000 hab.
O estudo constatou ainda que, teoricamente, não existia carência regional de leitos de UTI,
uma vez que o parâmetro esperado era de 79 leitos e havia 84 cadastrados, sendo que a
maioria de 91,7% destes estava em Campos.
Destes municípios, não possuíam Vigilância Sanitária São Fidélis, São Francisco do
Itabapoana e São João da Barra, o que provavelmente deixa lacunas importantes neste
âmbito de atuação.
Os dados referentes aos nascimentos nos anos de 1997, 2000, 2003 e 2006 informam que a
taxa bruta de natalidade decresceu em quase todos os seus municípios, exceto em
Carapebus e Cardoso Moreira. Em 2006 a taxa variou bastante, de 11,6% em São Fidélis a
19,6% em Macaé, seguido de perto por Quissamã, 18,5% e Campos, 17,4%, quase o dobro
do menor valor. A maior queda se verificou em São João da Barra, de 22,7% em 1997 para
13,7% em 2006.
Com relação a porcentagem de mães de 10-14 anos, São Fidélis e Carapebus não
registraram casos e os percentuais foram próximos à 1% nos outros municípios. Quanto à
proporção de mães de 10-19 anos, todos apresentaram taxa acima de 20%, à exceção de
Campos e São Fidélis, sendo maior este percentual em Cardoso Moreira e Conceição de
Macabu, 27,2%, apontando para um tema que precisa ser melhor trabalhado nas políticas
públicas junto à população jovem e suas famílias.
Observando-se o período 2000 - 2006 – nos quais aumentou-se a população da maioria dos
municípios - houve um pequeno aumento do número de óbitos, que ficou entre 5 a 8/1.000
hab. Destaque para Quissamã, que apresentou a menor taxa de mortalidade infantil do
Estado, 1,8% do total de óbitos. Ao contrário, Cardoso Moreira apresentou em 2006 a maior
taxa de óbito infantil regional, de 5,5%. Neste intervalo, quase todos os municípios
conseguiram um decréscimo na taxa, a exceção de Cardoso Moreira, que praticamente
quintuplicou seu valor, o que demanda uma investigação sobre as causas desta piora.
Referente à AIDS foram notificados na Região 1.849 casos entre 2002-julho 2008,
representando uma das maiores taxas estaduais em 2005, de 22 casos/100.000 hab. Em
2007 a taxa de incidência alcançou 19,5/100.000 hab., bem acima da media estadual,
12,5/100.000 hab.
Em 2006, a proporção de óbitos por causas mal definidas foi maior em São João da Barra,
16,3%, seguido de Campos, 14,8% e São Fidélis, 13,8% e foi menor em Carapebus, 4,8%.
Já os óbitos por doenças cardiovasculares/ 100.000 habitantes foram mais frequentes em
Cardoso Moreira, 370 e em São Fidélis, 336, bem acima dos outros municípios, sendo que
Macaé teve o menor número de óbitos devido à esta causa, 139, menos da metade dos
maiores índices regionais. O câncer de mama feminino/100.000 hab. variou entre 12 e 17 no
municípios, à exceção de São Fidélis, que teve uma taxa bem menor, de 5. Considerando a
diabetes mellitus/100.000 hab., houve mais variações inter-regionais, sendo maior em
Campos, onde se verificou 44,5 registros de óbitos devido à esta causa e em Quissamã,
com um valor bem mais baixo de 31 e sendo esta causa menos frequente em São João da
Barra, 21.
Por fim, avaliou-se as despesas totais com saúde/hab. no Norte Fluminense, com
expressivas diferenças entre os valores investidos de até dez vezes maiores. Em 2007, os
menores valores de despesa total com saúde/habitante foram registrados em São Fidélis,
R$144,07 e em São Francisco de Itabapoana, R$204,15 e foram mais elevados em
Quissamã, R$1908,28 e em Carapebus, R$1321,42.
Atenção Básica
• Acesso: baixa qualificação da Atenção Básica, fluxo das referências e
contrarreferências pouco conhecidos, ausência de laboratórios e viaturas;
• Gestão: baixa resolutividade em gestão;
• Recursos Físicos: instalações prediais em edificações adaptadas
inadequadamente e ausência de laboratórios e viaturas;
• Gestão do trabalho: baixa qualificação dos profissionais;
• Informação: distorções nos indicadores da Atenção Básica considerando-se
faturamentos de AIH E SIA.
Média Complexidade
• Acesso: dificuldade de acesso aos leitos, falta/desconhecimento da população
sobre a referência dos serviços de Média Complexidade existentes;
• Gestão: alta taxa de cesariana;
• Recursos Financeiros: recursos insuficientes para o tratamento oncológico na
Região, ocasionando a redução de pagamentos de Média Complexidade;
• Recursos Físicos: inexistência de laboratório regional de saúde pública;
• Informação: a quantidade de equipamentos apresentados como existentes não
correspondem à realidade.
Alta Complexidade
• Acesso: falta de acessibilidade da população devido a pouca oferta dos serviços,
como dificuldade de acesso a leitos de CTI, e a Central de Regulação tem
dificuldade em viabilizar as internações solicitadas pelos municípios;
5. ESPORTES
O Esporte como uma política pública, sobretudo como uma política integrante das práticas
educacionais, é direito básico dos indivíduos em todas as suas faixas etárias. Sua prática,
incorporada aos hábitos de vida, contribui para uma maior qualidade de viver, saúde e bem
estar e também na criação de espaços e regras de convivência e no fortalecimento de redes
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 819
sociais entre os indivíduos e as comunidades. É portanto, uma faceta essencial do
desenvolvimento individual e coletivo de uma sociedade, que merece a formulação de
políticas públicas especificas e bem elaboradas.
Contudo, ressalta-se que na área desportiva existe uma carência de pesquisas e dados
secundários oficiais que possibilitem uma análise das condições esportivas locais e
regionais do Norte e Noroeste fluminense.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer não existem, no
momento, programas desportivos específicos para o Noroeste Fluminense. Os Programas
que já acontecem na Região são:
• Programa de Iniciação Esportiva, realizado em núcleos com capacidade de
atendimento para 500 pessoas, que funcionam nos municípios de Itaperuna e
Campos. Havia previsão da implantação de novos núcleos em Macaé, Cardoso
Moreira, São João da Barra, Laje do Muriaé e Varre-Sai, em 2009. A
Subsecretaria de Esportes utiliza a infraestrutura já existente nos municípios e
implementa os Núcleos, que passam a ser gerenciados pelo Estado.
• Olimpíadas, que são de execução indireta do município. O Estado realiza as
Olimpíadas Escolares Estaduais e encaminha participantes para a Olimpíada
Nacional.
• Jogos Abertos do Interior do Estado: financiados com a execução indireta da
Subsecretaria.
Observando-se especificamente os municípios, existem diferenças com relação às
infraestruturas desportivas existentes e às especificidades de cada um, no que se refere a
organização de sua área desportiva.
De acordo com os dados da Tabela abaixo, o município que possuía mais estabelecimentos
desportivos do Norte, em 2007, era Campos dos Goytacazes, com 22 equipamentos, sendo
que São Fidélis possuía 3, seguido por Conceição de Macabu, com 2 e tanto São João da
Barra como Quissamã tinham 1 equipamento desportivo cada.
Com relação aos estabelecimentos de Recreação e Lazer Campos apresentava 6 locais e
São Fidélis 1 local. Entretanto, os dados não coincidem com a realidade encontrada nos
municípios, porque muitos apresentam informações bem distintas de acordo com suas
Prefeituras.
Tabela 46 – Região Norte Fluminense, Estabelecimentos Esportivos e de Lazer, 2007
Estabelecimentos Esportivos e de Lazer - 2007
Municípios da Região Norte Fluminense Esportivos Recreação e Lazer
Campos dos Goytacazes 22 6
Carapebus - -
Cardoso Moreira - -
Conceição de Macabu 2 -
Macaé - -
Quissamã 1 -
São Fidélis 3 1
São Francisco de Itabapoana - -
São João da Barra 1 -
Região 29 7
-- = sem informação
Fonte: Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro, 2009
A maioria dos municípios possui Secretaria Municipal de Esportes – Campos, Cardoso
Moreira, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã.
No diagnóstico de Macaé, realizado pelo IBAM, foi elaborada uma listagem ampla dos
atores sociais do município, aproximadamente 35. Estão atuantes a FUMDEC - Fundo
Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social de Macaé, a Associação Comercial e
Industrial de Macaé, o Programa de Desenvolvimento Social de Macaé e Região, o
PRODESMAR, associado à Petrobrás, Associação Médica de Macaé, Colônia de
Pescadores, Liga Macaense de Desporto, Sindicato dos Marinheiros, Sindicato dos
Petroleiros, Firjan-Norte, CDL, OMPETRO, Maçonaria, Lions Clube e Rotary Clube,
Fundação Educacional de Macaé e Fundação Macaé de Cultura.
Além disto, tradicionais entidades fundadas no século XIX, como as sociedades musicais
Nova Aurora e a Lira dos Conspiradores sobreviveram aos altos e baixos culturais e ainda
hoje trabalham pela formação musical no Município.
Neste período, as categorias identificadas pelo ISP, que apontam para alguns indicadores
de criminalidade da Região Noroeste foram:
7.1.1 AISP 8
Observa-se que na AISP 08, ou seja, nos municípios de Campos, São João da Barra, São
Fidélis e São Francisco do Itabapoana, as maiores ocorrências verificadas nos anos
analisados corresponderam à: lesão corporal dolosa, lesão corporal culposa por acidentes
de trânsito e roubo à pessoas que caminham pelas ruas. Os furtos e roubos apareceram
como ameaças constantes para a população, na maioria dos casos aumentando-se as
quantidades de ocorrências registradas ao longo dos anos.
O fato das análises serem realizadas por cada AISP não permite, todavia, uma identificação
de quais cidades apresentam as maiores contribuições nas incidências de criminalidade.
Tabela 47 - Região Norte Fluminense, Ocorrências de Vítimas de Crimes Violentos da AISP 08 –
2006, 2007, 2008, 2009
AISP 8: Comparativo Ano - Acumulado – Jan a Out / Vítimas de Crimes Violentos
Diferença Diferença Diferença
Vítimas de Crimes Violentos 2006 2007 2007 2008 2008 2009
Abstrata Abstrata Abstrata
Homicídio Doloso 164 147 -17 149 190 41 190 217 27
Lesão Corporal Seguida de Morte - - - - - - 0 1 1
Latrocínio (Roubo Seguido de Morte) 5 3 -2 3 5 2 5 4 -1
Tentativa de homicídio - - - - - - 160 249 89
Lesão corporal dolosa 2.451 2.118 -333 2.118 1.971 -147 1.971 1.969 -2
Estupro 39 41 2 41 38 -3 38 74 36
Atentado violento ao pudor 60 70 10 70 79 9 79 78 -1
- = não há informação
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009
Para as ocorrências de Homicídio Doloso, o ano de 2006 contabilizou 164 crimes dessa
natureza, caindo em 2007 mas voltando a crescer até 2009, com 217 casos registrados.
Os indicadores para Estupro, que entre 2006-2008 tiveram seus indicadores similares, com
média de 40/ano, mostraram um aumento considerável em 2009, chegando a dobrar o
número de ocorrências para 74 casos.
Foi também registrada 1 Lesão Corporal Seguida de Morte em 2009 e o Latrocínio (Roubo
Seguido de Morte) apresentou índices reduzidos, com media de 4 ocorrências/ano.
Tabela 48 - Região Norte Fluminense, Ocorrências de Vítimas de Crimes de Transito da AISP
08 - 2006, 2007, 2008, 2009
AISP 8: Comparativo Ano - Acumulado - Jan a Out / Vítimas de Crimes de Trânsito
Dif. Dif. Dif.
Vítimas de Crimes de Trânsito 2006 2007 2007 2008 2008 2009
Abs Abs Abs.
Homicídio Culposo 138 161 23 161 159 -2 159 137 -22
Lesão Corporal Culposa 1.568 1.620 52 1.620 1.610 -10 1.610 1.318 -292
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
Nos casos de Lesão Corporal Culposa em acidentes de trânsito constata-se uma variação
no período total, com uma queda importante de 302 registros entre 2007-2009,
contabilizando-se 1.318 ocorrências. O mesmo movimento foi observado nos casos de
Homicídio Culposo, com variações no período e uma média de 150 ocorrências/ano.
Tabela 49 - Região Norte Fluminense, Registros de Crimes contra o Patrimônio da AISP 08 –
2006 - 2009
AISP 8: Comparativo Ano - Acumulado - Jan a Out / Registros de Crimes Contra o Patrimônio
Registros de Crimes Contra
2006 2007 Dif. Abs 2007 2008 Dif. Abs 2008 2009 Dif. Abs.
o Patrimônio
Roubo a estabelecimento
145 105 - 40 105 119 14 119 113 -6
comercial
Roubo a residência 40 50 10 50 67 17 68 82 14
Roubo de veículo 93 126 33 162 200 38 184 216 32
Roubo de carga - - - - - - 47 49 2
Roubo a transeunte 481 635 154 635 807 172 807 997 190
Roubo em coletivo 32 79 47 79 55 -24 66 55 -11
Roubo a banco 0 1 1 1 0 -1 0 1 1
Roubo de caixa eletrônico - - - - - - 0 1 1
Roubo de aparelho celular - - - - - - 35 35 0
Roubo com condução da
- - - - - - 1 1 0
vítima para saque em I.F.
Furto de veículos 391 481 90 481 474 -7 474 451 -23
Extorsão mediante sequestro
0 0 0 0 0 0 0 0 0
(Sequestro Clássico)
Extorsão 32 17 -15 17 27 10 27 25 -2
Extorsão com momentânea
- - - - - - 0 0 0
privação da liberdade
Estelionato - - - - - - 315 290 -25
- = não há informação
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
Tabela 50 - Região Norte Fluminense, Atividade Policial da AISP 08, 2006 - 2009
AISP 8: Comparativo Ano - Acumulado - Jan a Out / Atividade Policial
Atividade Policial 2006 2007 Dif. Abs. 2007 2008 Dif. Abs. 2008 2009 Dif. Abs.
Apreensão de drogas 427 412 -15 412 548 136 548 745 197
Armas apreendidas 650 368 -282 418 395 -23 395 483 88
Prisões 754 642 -112 642 859 217 859 1.077 218
Apreensão de criança /
122 132 10 132 155 23 155 181 26
adolescente (ECA)
Recuperação de veículo 228 207 -21 207 289 82 289 293 4
Cumprimento de mandado
146 182 36 182 194 12 194 271 77
de prisão
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009
Entre 2007-2009, o indicador Prisões foi o mais elevado em termos de Atividade Policial,
crescendo durante este intervalo até alcançar 1077 neste último ano. A Apreensão de
drogas também apresentou aumento, representando 745 ocorrências em 2009, enquanto o
número de Armas Apreendidas diminuiu em 2008 para depois subir, chegando a 483.
7.1.2 AISP 32
Tabela 52 - Região Norte Fluminense, Ocorrências de Vítimas de Crimes Violentos da AISP 32,
2006 - 2009
AISP 32: Comparativo Ano - Acumulado - Jan a Out / Vítimas de Crimes Violentos
Dif. Dif. Dif.
Vítimas de Crimes Violentos 2006 2007 2007 2008 2008 2009
Abs Abs Abs.
Quanto a Tentativa de homicídio, o ISP disponibilizou dados somente de 2008 e 2009, nos
quais se observa um queda de 120 para 92 registros. O Atentado violento ao pudor
apareceu como a quarta maior incidência de crimes violentos, com um aumento de cerca de
40% de ocorrências, finalizando 2009 com 41 ocorrências.
Nos casos de Lesão Corporal Culposa em acidentes de trânsito, observa-se uma variação
no período total avaliado, com um aumento importante de 270 registros entre 2007-2009,
contabilizando-se 1.198 ocorrências. O mesmo movimento foi observado nos casos de
Homicídio Culposo, com variações no período e uma queda em 2009, para 92
ocorrências/ano.
Tabela 54 - Região Norte Fluminense, Registros de Crimes contra o Patrimônio da AISP 32,
2006 - 2009
AISP 32: Comparativo Ano - Acumulado - Jan a Out / Registros de Crimes Contra o Patrimônio
Registros de Crimes contra o
2006 2007 Dif. Abs 2007 2008 Dif. Abs 2008 2009 Dif. Abs.
Patrimônio
Roubo a estabelecimento comercial 82 99 17 99 77 -22 77 133 56
Roubo a residência 49 52 3 52 54 2 54 67 13
Roubo de veículo 157 180 23 180 317 137 284 256 -28
Roubo de carga - - - - 73 66 -7
Roubo a transeunte 376 625 249 625 773 148 773 862 89
Roubo em coletivo 118 161 43 161 223 62 227 109 -118
Roubo a banco 0 0 0 0 3 3 3 0 -3
Roubo de caixa eletrônico - - - - - - 0 0 0
Roubo de aparelho celular - - - - - - 80 51 -29
Roubo com condução da vítima
para saque em I.F. - - - - - - 7 2 -5
Furto de veículos 547 565 18 565 746 181 745 693 -52
Extorsão mediante sequestro
(Sequestro Clássico) 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Extorsão 13 21 8 21 27 6 27 20 -7
Extorsão com momentânea
privação da liberdade - - - - - - 0 0 0
Estelionato - - - - - - 430 295 -135
- = não há informação
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
Considerando-se os crimes contra o Patrimônio, o roubo a transeunte foi um dos indicadores
que apresentou maior aumento nesta AISP, similar ao ocorrido na AISP 8, passando de 376
ocorrências em 2006 para 862 em 2009, ou seja, teve acréscimo de 129,2%.
Seguiram-se como mais freqüentes o Furto de veículos, com aumento de 547 para 693
casos em 2009, apesar de haver alcançado 746 casos em 2007. O terceiro indicador mais
comum desta categoria foi o Roubo de veículos, que apresentou no período um aumento,
para 256 ocorrências.
Tabela 55 - Região Norte Fluminense, Registros de Atividade Policial da AISP 32, 2006 - 2009
AISP 32: Comparativo Ano - Acumulado - Jan a Out
Atividade Policial 2006 2007 Dif. Abs 2007 2008 Dif. Abs 2008 2009 Dif. Abs.
Apreensão de drogas 202 170 -32 170 232 62 232 307 75
Armas apreendidas 270 252 -18 284 220 -64 220 194 -26
Prisões 241 204 -37 204 306 102 306 387 81
Apreensão de criança /
20 19 -1 19 42 23 42 61 19
adolescente (ECA)
Recuperação de veículo 261 248 -13 248 335 87 335 214 -121
Cumprimento de mandado de
152 158 6 158 194 36 194 248 54
prisão
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
Entre 2006-2009, o indicador Prisões foi o mais elevado em termos de Atividade Policial,
crescendo até alcançar 387 no último ano. A Apreensão de drogas também subiu para 307
casos em 2009, enquanto o número de Armas Apreendidas diminuiu neste período, de 270
para 194.
A Recuperação de veículos aumentou entre 2006-2008, mas em 2009 diminuiu para 214
ocorrências/ano e o Cumprimento de Mandato de Prisão aumentou suas ocorrências de 152
para 248.
Tabela 56 - Região Norte Fluminense, Totais de Registros da AISP 32, 2006 - 2009
AISP 32: Comparativo Ano - Acumulado - Jan a Out
Totais de Registros 2006 2007 Dif. Abs 2007 2008 Dif. Abs 2008 2009 Dif. Abs.
Total de roubos 1.131 1.490 359 1.490 1.777 287 1.744 1.676 -68
Total de furtos 3.292 3.752 460 3.752 4.091 339 4.090 4.288 198
Registros de ocorrências 10.352 12.614 2.262 12.614 13.309 695 13.309 13.209 -100
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
A apreensão de drogas também apareceu com bastante frequencia em 2009 sendo que,
neste caso, a AISP 08 superou a AISP 32, com 178% a mais de ocorrências desta natureza,
indicando que o trafico e o uso de drogas tem se tornado um problema muito expressivo na
Região em análise. Com relação aos furtos e roubos de veículos, a AISP 32 apresentou o
maior número de ocorrências.
O fato das análises serem realizadas por cada AISP não permite, todavia, uma identificação
de quais municípios apresentam as maiores contribuições de incidências de criminalidade.
Todavia, as variações de registros criminosos demonstram que o grupo de Municípios que
constituem a AISP 32 ainda se caracteriza como o menos violento da Região Norte.
Além da análise dos Relatórios das AISPs do Norte, outro documento foi analisado para a
compreensão da criminalidade local, o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, 2008,
que complementa os dados estatísticos apresentados anteriormente. Esta publicação é uma
iniciativa da RITLA (Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana), junto com o
832 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Instituto Sangari, o Ministério da Justiça e o Ministério da Saúde, que estão dando
continuidade a uma série de estudos iniciados há dez anos.
O primeiro Mapa da Violência foi divulgado em 1998, com o objetivo de preencher uma
lacuna existente no país no campo de indicadores de abrangência nacional sobre o tema da
violência letal e da criminalidade, diferenciando-se dos estudos já apresentados porque se
limitam a avaliar os crimes violentos no país. Os estudos existentes nessa área eram
esporádicos e pouco sistemáticos.
Os Mapas da Violência vêm produzindo uma série de estudos que, devido à sua
abrangência e sistematicidade, os tornaram insumos importantes para a elaboração e
avaliação dos planos e estratégias de enfrentamento da violência no Brasil. Também têm
sido subsídios significativos para a formulação dos planos e programas dirigidos à juventude
nas diversas esferas e para a elaboração de relatórios nacionais e internacionais na área.
Em 2007 foi publicado o segundo Mapa da Violência, contendo informações e indicadores
coletados até o ano de 2004. O Ministério da Saúde agilizou seus processos de coleta e
sistematização de informações de mortalidade e tornou disponíveis, em curto espaço de
tempo, os dados até 2006, elaborando um novo Mapa em 2008.
A importância de se elaborarem indicadores de violência específicos a nível municipal foi a
possibilidade de observar-se o fenômeno de deslocamento da violência das grandes capitais
e metrópoles para o interior dos estados. Este fato ficou evidente com a divulgação do Mapa
da Violência de São Paulo, em 2005 e em 2006, confirmando esta tendência para alguns
estados de grande peso demográfico do país.
Os pesquisadores do Mapa da Violência (2008) desenvolveram um mapeamento dos 556
municípios que possuíam o maior percentual de taxa de homicídio/população total7. Apesar
destes representarem apenas 10% dos municípios brasileiros, são responsáveis por 73,3%
dos homicídios acontecidos no país, durante o ano de 2006.
Mapa 11 – Rio de Janeiro, Mapa da Violência, Porcentagem de Taxa de Homicídios, 2008
7
As contagens populacionais utilizadas no Mapa tem como referência os dados do IBGE
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 833
O Estado do Rio de Janeiro possui em torno de 40% de seus municípios compondo este
grupo crítico, constituído pelas cidades mais violentas do país. Da Região Norte são 4 os
municípios: Macaé, Carapebus, Conceição de Macabu e Campos dos Goytacazes.
Destes, Macaé foi o 15° município com a maior taxa de homicídio do país/população total,
durante o ano de 2006. Sua taxa foi de 85,9 homicídios/100.000 habitantes. No ranking
estadual ocupou o 1o lugar como cidade com mais homicídios proporcionais à sua
população.
Seguiu-se Carapebus que ocupou a 196° posição, com uma taxa de 45,4 homicídios/pop.
total, Conceição de Macabu com a 259° posição, com taxa de 41,1 homicídios e Campos,
que apesar de ser o município mais populoso da Região, ocupou a 308° posição,
apresentando a taxa de 37,8 homicídios/pop.
Na Tabela abaixo, ao observar-se os números absolutos de homicídios, verifica-se que
estes ocorrem em maior número em Campos, com o maior número de ocorrências em 2002
e ligeira queda até 2004. Porém, no ano seguinte as ocorrências voltam praticamente aos
valores de 2002, com 176 ocorrências e registram ligeira queda em 2006, com 168 registros
com a média de homicídios mediana, 37,8 homicídios/100.000 hab.
Tabela 57 – Região Norte Fluminense, Homicídios População Total, 2002 a 2006
Taxas
Municípios do Norte Homicídios População Total
Fluminense 2002 2003 2004 2005 2006 Média
Campos dos Goytacazes 177 160 131 176 168 37,8
Carapebus 4 3 6 2 6 45,4
Cardoso Moreira 4 4 2 1 4 19,3
Conceição de Macabu 6 3 5 12 7 41,1
Macaé 133 113 163 119 123 85,9
Quissamã 1 3 3 3 2 16,3
São Fidélis 8 4 4 5 2 9,7
São Francisco de Itabapoana 8 4 11 7 7 20,5
São João da Barra 5 3 7 4 1 13,7
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, 2008.
No período de 2002-2006, comparando-se a média de Campos com a de Macaé, que possui
aproximadamente a metade da população de Campos, percebe-se seu alto índice de
violência: enquanto Campos possuía uma média de 37,8 homicídios/100.000 hab., Macaé
apresentou uma média de 85,9 homicídios/100.000 hab., mais do que o dobro do valor.
Já Carapebus, o município menos populoso do Norte, apresentounestes anos a segunda
maior média de homicídios, 45,4 homicídios/100.000 hab., com ocorrências que variaram de
2 a 6 homicídios/ano.
Ressalta-se que, em 2004, ocorreu uma queda no número de homicídios em vários
municípios brasileiros – o que não foi a tendência deste grupo de municípios - atribuído
pelos pesquisadores do Mapa da Violência ao Programa de Desarmamento do Governo
Federal.
Assim, pela ordem decrescente, a maior média de homicídios/população total foi de Macaé,
seguido de Carapebus, Conceição do Macabu, Campos, São Francisco de Itabapoana e
Cardoso Moreira. Os menores valores foram os de Quissamã, 16,3, São João da Barra, 13,7
e São Fidélis, 9,7.
Por sua vez, não houve uma tendência geral no número de homicídios/população total,
havendo tanto aumento como diminuições de seu valor em cada um dos municípios do
Norte, sendo que o maior aumento foi em Carapebus, de 4 para 6 homicídios e a maior
diminuição em Macaé, de 133 para 123 homicídios/pop. total, em 2006.
O município com a maior média regional de homicídios juvenis na Região foi Carapebus
que, por sua vez, é o município com menor população jovem regional. Em números
absolutos, em 2002, não houve registros de homicídios juvenis, chegando a 4, em 2006. A
média municipal foi de 158,7 homicídios/jovens/100.000 hab.
O segundo município com maior média deste crime foi Macaé, que também era o segundo
município do Norte em número de jovens. De 2002 a 2006, foi possível observar uma ligeira
queda no seu valor absoluto de homicídios/jovens, de 54 para 44 registros, perfazendo a
média de 152,7 homicídios/100.000 hab.
Ao contrário, São João da Barra, Cardoso Moreira e São Fidélis não apresentam homicídio
de jovens, enquanto os outros municípios do Norte revelaram médias intermediárias, entre
0,01 e 32,46.
8
O conceito de juventude utilizado no Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros (2008) possui um viés
sociológico e indica o processo de preparação enfrentado pelos indivíduos, para assumirem o papel de adultos
estendendo-se dos 15 aos 24 anos
Tabela 59 – Região Norte Fluminense, Óbitos por Acidentes de Transporte, 2002 a 2006
Taxas
Municípios do Norte
Óbitos Acidentes de Transporte
Fluminense
2002 2003 2004 2005 2006 Média
Campos dos Goytacazes 195 232 213 224 202 50,8
Carapebus 3 1 4 7 3 45,4
Cardoso Moreira 3 3 1 1 1 8,3
Conceição de Macabu 7 4 5 11 7 39,4
Macaé 56 63 72 56 62 40,2
Quissamã 5 4 5 10 3 36,6
São Fidélis 6 1 2 7 5 12,4
São Francisco de Itabapoana 15 8 6 8 8 17,9
São João da Barra 5 8 14 4 11 33,1
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, 2008.
O segundo município com maior média desta ocorrência foi Carapebus, com 45,4
óbitos/100.000 hab., com valores elevados em 2004-2005 e registrando uma queda para 3
óbitos em 2006, o que, comparado à sua menor população regional, resulta em uma média
elevada. Já Macaé foi o terceiro município com ocorrência deste óbitos, 40,2/100.000 hab.,
variando os registros neste período avaliado e terminando 2006 com 62 óbitos.
As maiores taxas deste tipo de óbito ocorreram em Campos chegando em 2002 e 2005 a
153 óbitos e fechando 2006 com 149 óbitos. Conceição de Macabu, Cardoso Moreira e
Carapebus também tiveram valores elevados. Os municípios de São Fidélis, Quissamã e
São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, por sua vez, demonstram baixas taxas
de óbito por armas de fogo.
Tabela 60 – Região Norte Fluminense, Óbitos por Armas de Fogo, 2002 a 2006
Taxas
Municípios do Norte
Óbitos por Armas De Fogo
Fluminense
2002 2003 2004 2005 2006 Média
Campos dos Goytacazes 153 139 114 153 149 33,1
Carapebus 4 3 6 2 5 42,2
Cardoso Moreira 2 2 2 1 5 22,1
Conceição de Macabu 8 2 5 9 7 36,0
Macaé 117 104 133 98 110 72,2
Quissamã 1 2 3 0 3 12,2
São Fidélis 8 4 3 2 4 8,0
São Francisco de Itabapoana 8 3 5 5 5 12,2
São João da Barra 6 3 4 3 0 8,0
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, 2008
Por fim, apresenta-se um outro viés na análise da Segurança Pública dos municípios do
Norte Fluminense, que trata da influência das questões financeiras e de planejamento na
efetividade as ações da Segurança Pública (Estudos Socioeconômicos do Tribunal de
Contas do Estado do Rio de Janeiro, 2007).
Dos recursos públicos estaduais destinados à área, em média, mais de 30% se destinam ao
Fundo Único da Previdência Social e mais de 40% aos gastos com pessoal da ativa e seus
respectivos encargos. Por outro lado, só 3,25% costumam ser direcionados para o
policiamento propriamente dito, sugerindo-se um desequilíbrio entre o que é gasto nas
atividades-meio e o que é gasto nas atividades-fim na área de Segurança Pública.
• Além disto, a partir dos discursos dos gestores foi identificada a existência de um
orçamento insuficiente – por exemplo, faltando verbas para a manutenção e
compra de viaturas - e a execução precária que o acompanha. As verbas são
liberadas de formas reativa, de acordo com as necessidades - sem planejamento
- de forma emergencial, geralmente quando um problema ganha repercussão
pública. Os atrasos de verbas são constantes, prejudicando o andamento de
projetos. Falta ainda investir-se no sistema prisional que necessita de grandes
recursos, freqüentemente gastos de forma inadequada.
Não foi possível, até o presente momento, obter informações oficiais sobre a situação das
penitenciárias no que se refere à lotação, não sendo possível confirmar se as Regiões
sofrem de um problema comum vivido na maioria das cidades brasileiras, de superlotação
dos presídios.
A título de exemplo, está a situação de Macaé. Nas últimas décadas o município se tornou
um centro produtivo de petróleo e gás no Brasil, além de um centro de apoio logístico das
atividades offshore a partir da chegada da Petrobrás em meados dos anos 70, atraindo para
a região empresas de grande porte em números muitos expressivos e criando uma cadeia
de crescimento econômico municipal positivo.
Com tantas implicações e seqüelas, os impactos das atividades econômicas de tal porte não
podem ser analisados de forma isolada. Como apontou Dias (2005), polarizações
demográficas inéditas se formaram e uma nova regionalização se estabeleceu. As
atividades desenvolvidas pela indústria petrolífera não se limitaram às suas unidades de
produção e possuem efeitos multiplicadores capazes de interferir diretamente nas dinâmicas
sócio-espaciais regionais, estaduais e mesmo nacionais, com grande impacto em suas
áreas de influência.
Isto significou uma enorme multiplicação de receitas nos municípios de Macaé, Campos,
Quissamã, São João da Barra e Carapebus, fazendo com que orçamentos municipais
inexpressivos recebessem vultuosas quantias, se configurando como a alavanca para o
desenvolvimento. Entretanto, de maneira geral não houve um planejamento que
endereçasse e aplicasse estes valores eficientemente para solucionar as demandas mais
urgentes. Não houve ainda um planejamento capaz de controlar ou mitigar os problemas
que começaram a surgir em grande parte dos municípios, a partir da proliferação da
população empobrecida, em decorrência dos fluxos migratórios elevados e a distribuição
desigual dos benefícios socioeconômicos.
Apesar de não haver uma análise ampla da utilização direta dos royalties neste municípios e
na Região Norte como um todo, o resultado se torna visível em visita aos municípios e não
parece positivo. Vêem-se em grande parte destes a falta de ordenamento territorial junto à
Na pesquisa realizada por Gomes (2007), ela analisa a influência dos royalties de petróleo
sobre os gastos sociais dos municípios fluminenses e seus resultados na saúde e na
educação, concluindo que os municípios que tem as receitas mais altas de royalties de fato
possuem um gasto social per capita maior do que os demais municípios do Estado.
Assim como na maioria dos municípios brasileiros, as funções sociais que mais receberam
recursos foram saúde e educação, seguidos pelo urbanismo. Destarte, naqueles municípios
onde as receitas de royalties representam mais do que 30% de todas as receitas correntes
(considerando na pesquisa 7 municípios da Zona de Produção do Petróleo, que incluem
alguns da Região Norte), o maior item de gastos foi em urbanismo, à frente de saúde e
educação.
Além disto, verificou-se que nestes municípios com altas receitas de royalties houve gastos
sociais maiores, sendo que os indicadores da saúde selecionados revelaram uma melhora
superior a dos municípios com pouca ou nenhuma receita de royalties, enquanto no caso da
Educação não houve, apesar dos royalties, nenhuma melhoria dos indicadores selecionados
– a média dos indicadores municipais foi pior do que a dos municípios com menor receita - o
que sugere desperdício, uso inadequado ou ineficiente de recursos nesta área.
Outros autores sugerem que municípios com grande receita advinda dos “royalties” não
conseguem traduzir esta riqueza em melhoria das condições de vida de seus habitantes. A
pesquisa de Gomes aponta que é preciso fortalecer e dar visibilidade aos mecanismos de
controle da aplicação dos recursos dos royalties, com participação especial dos tribunais de
contas, dos estados e as casas legislativas estaduais e municipais, além da importante
participação popular.
Mais ainda, a Região Norte passou a vivenciar o fenômeno da “guerra de lugares”, descrito
por NETO e outros autores (2008) como um processo no qual as grandes empresas
escolhem os lugares mais adequados à sua instalação, considerando as diferentes
capacidades locais e/ou regionais de oferecer rentabilidade a seus investimentos, seja pelos
aspectos de natureza econômica, natural, social ou política.
Em decorrência, os gestores locais buscam cada vez mais adaptar seus territórios às
demandas empresariais, tornando o ambiente propício aos negócios e lhes oferecendo as
melhores condições técnicas e políticas, objetivando aumentar a lucratividade das
empresas. Observa-se, portanto, o crescimento continuado de um contexto de disputa entre
territórios nacionais e estrangeiros, para atrair investimentos externos, baseado na premissa
de que este é o caminho para dinamizar a economia local e gerar novos empregos.
Segundo os autores, na medida em que os territórios são “escolhidos” para a alocação dos
investimentos, estes entram em um processo de subordinação e alienação em relação às
próprias articulações políticas locais, regionais ou nacionais, que se tornam definidas em
função das estratégias e objetivos privados, e não a partir de uma perspectiva de bem estar
regional.
Como exemplo deste fenômeno ocorreu uma redefinição política findada em alianças locais,
resultando na criação da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás e
limítrofes da Zona de Produção Principal da Bacia de Campos – OMPETRO, para a defesa
dos interesses desta “nova região”. A organização congrega onze municípios do Norte
Fluminense e da Baixada Litorânea: Angra dos Reis, Armação dos Búzios, Cabo Frio,
Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu, Macaé, Niterói, Quissamã, Rio
das Ostras e São João da Barra.
Assim, esta “guerra de lugares” ultrapassa a guerra fiscal dos incentivos tributários e inclui
também outros programas estaduais, através da criação de fundos de financiamento,
doação de terrenos e obras de infra-estrutura.
A título de ilustração, Rio das Ostras criou uma ZEN – Zona Especial de Negócios, a fim de
atrair investimentos produtivos e diversificar sua economia, ordenar as atividades
empresariais da produção de bens e serviços, estimular o turismo de negócios e gerar
empregos. No entanto, sua ZEN foi construída em uma área paralela a outro espaço
industrial de Macaé, que já enfrentava um grande dinamismo de atividades, em uma
incipiente conurbação urbana entre os dois municípios.
Assim, além de uma disputa fiscal a proximidade entre as áreas parece estar enfatizando
uma relação complexa entre os dois territórios vizinhos, que tem cada vez mais necessitado
de encontrar uma solução para o escoamento produtivo de suas indústrias, visto que existe
apenas uma conexão rodoviária intermunicipal nestes espaços e que já não comporta mais
o tráfego intenso.
A entrada dos municípios limítrofes à Bacia de Campos na guerra de lugares tem
significado, por um lado, uma maior inserção do território fluminense no cenário econômico
brasileiro e até mesmo mundial, revertendo o histórico de marginalização econômica com a
decadência da industria sucroalcooleira.
Por outro lado, observa-se uma fragmentação regional: Como cada município cria suas
próprias estratégias individuais de desenvolvimento para atrair novos investimentos, as
perspectivas de um desenvolvimento integrado focado nas potencialidades e
complementaridades regionais são esvaziadas (Passos, et all, 2008, p. 191).
Neste viés, não têm sido promovida uma sintonia produtiva entre as atividades locais e não
se estimulam as potencialidades de maneira sinérgica.
Os royalties do petróleo acabam sendo destinados, em grande parte, para “preparar” o
território para as empresas, lhes transferindo o controle de porções significativas do espaço
em detrimento dos investimentos sociais.
Nesta “outra região”, representada no Mapa da OMPETRO, identifica-se localidades com
diferentes potencialidades, o turismo, a agroindústria, o setor educacional, industrial, sendo
que Macaé é o que está realmente vinculado às atividades petrolíferas e de produção de
gás - que representam o principal vetor econômico regional - incluindo os inúmeros negócios
que envolvem a produção offshore.
Todavia, ressalta-se que Quissamã e São João da Barra entram em um novo contexto, a
partir da instalação do Complexo Portuário do Açu e da Barra do Furtado, como
empreendimentos de grande porte vinculados às atividades offshore, para os próximos
anos.
Outra questão é que estas alianças políticas estabelecidas em torno do setor petrolífero se
fazem de forma excludente, não considerando os municípios mais interioranos como
Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, São Fidélis e São Francisco de Itabapoana. Este
fato acaba contribuindo em mais um aspecto com o baixo grau de confiança, de cooperação
e de associativismo interregional, fragmentando ações que, se realizadas em conjunto,
alcançariam resultados sinérgicos.
Observa-se também as migrações pendulares que ocorrem entre Macaé, Conceição de
Macabu e Rio das Ostras, pois grande parcela de pessoas que trabalha e ou estuda em
Macaé possui residência, nestes dois municípios, promovendo interconexões
intermunicipais não planejadas.
Assim, o fluxo migratório para o Norte foi intenso, especialmente em Macaé, onde a
população quadruplicou em 40 anos e em Quissamã, que praticamente duplicou em 20
anos. Contudo, este grande grupo de novos habitantes veio, em sua maioria, sem nenhuma
qualificação, empobrecido e acentuou a falta de mão de obra qualificada local, aumentando
o nível de desemprego, ou seja, exportando pessoas que não atendiam às necessidades de
formação local.
A Região Norte conta com 15 ofertas de curso técnico e 24 de curso superior, incluindo as
universidades e faculdades. Em termos quantitativos é um pouco mais privilegiada que a
Região Noroeste Fluminense, que conta com 9 cursos de nível técnico e 23 de nível
Superior. No entanto, estas ofertas não estão distribuídas de forma homogenia em todos os
Municípios. A especificação dos cursos oferecidos em cada Instituição encontra-se no
Relatório “Análise Situacional das Regiões”.
9
Para conhecimento das instituições de ensino que compõe o sistema de Educação Superior e
Técnico da Região Norte buscou-se informações do MEC – Ministério da Educação, 2009. No
entanto, ressalta-se que muitos estabelecimentos de ensino existentes na Região e que prestam
serviços ativamente na área da formação acadêmica, técnica e profissional não estão registradas ou
não passaram pelo processo de reconhecimento do MEC. Assim, outras fontes de pesquisa como os
sites das prefeituras municipais, o SiedSup – Sistema Integrado de Informação da Educação Superior
e os próprios “sites” de divulgação e apresentação institucional foram utilizados para
complementação da pesquisa, sendo possível que ainda não tenham se esgotado todos os dados
existentes
850 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Norte Fluminense; UNIVERSO – Universidade Salgado de Oliveira; ISECENSA – Institutos
Superiores de Ensino do CENSA; a Estácio de Sá, dentre outras.
Macaé se apresenta como o segundo pólo regional na área da educação superior e
profissionalizante, abrigando 7 instituições de nível superior e mais 6 de nível técnico.
Em Macaé, se encontra a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e a UFF, porém
com número de cursos mais reduzido do que em Campos. A UFF possui também unidade
em Quissamã e em Rio das Ostras.
São Fidelis possui 3 escolas que oferecem Curso Técnico e Conceição de Macabu e São
João da Barra possuem uma escola/cada. Em Quissamã também há uma escola de nível
técnico, com cursos de Eletrotécnica e Segurança do Trabalho
Ressalta-se que o MEC não possui registro de instituições de ensino em outros Municípios
que compõem a Região Norte. De tal forma, a possibilidade para que os habitantes
avancem seus estudos e se qualifiquem profissionalmente exige, para muitos, um
deslocamento distante e oneroso, o que frequentemente inviabiliza o processo ou se faz
possível apenas através de migração pendular – casa/escola/casa – exigindo a mudança de
cidade.
Por exemplo, dentre as empresas incubadas na UENF que estão se graduando uma atua na
área de procriação animal e outra na área de alta tecnologia, na produção de diamantes
sintéticos, ambas podendo ser utilizadas como parceiras em processos produtivos regionais,
auxiliando na pecuária e no setor de pedras em desenvolvimento no Noroeste Fluminense,
que necessita da inserção de novas tecnologias para incrementar sua produção, minimizar
os resíduos e reaproveitá-los, quando possível.
Porém, observa-se em entrevistas com gestores universitários e outros habitantes locais
que ainda ocorre pouca integração entre as instituições universitárias, a gestão pública e o
setor privado. A comunidade acadêmica tem realizado inúmeras pesquisas de qualidade
elevada e relevância para o desenvolvimento local, entretanto existe uma lacuna no
processo de transmissão de conhecimentos, que também não é alavancado pelas
Administrações Municipais, limitando a expansão de ações inovadoras e a multiplicação dos
recursos existentes e das ações regionais.
Na área da Saúde, embora não existam consórcios intermunicipais formalizados e
estruturados na Região Norte, pode-se identificar o fluxo de população intrarregional que
migra em busca de atendimentos de Média e Alta Complexidade, ressaltando-se que
existem algumas pactuações internas entre municípios.
Mais ainda, o próprio Estado definiu uma meta geral que integra os municípios
regionalmente. Conforme já apresentado, cada Região de Saúde deve cuidar de suas ações
de Atenção Básica e ações básicas de Vigilância Sanitária, oferecer suficiência em ações de
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 851
Média Complexidade e algumas de Alta Complexidade (de acordo com critérios de oferta e
acessibilidade) e deve estabelecer arranjos inter-regionais que garantam as demais ações
de Alta Complexidade que, se não forem possíveis, farão parte de propostas futuras.
(Caderno de Informações em Saúde, 2009).
Este processo de regionalização proposto reforça a importância da integração do
planejamento e da gestão nas ações cotidianas e confere importância ao Plano Diretor
Regional, PDR, ao Plano Diretor de Investimento, PDI e a Programação Pactuada e
Integrada da Atenção à Saúde, PPI, criando-se o Pacto pela Saúde, que traz como eixo
principal a necessidade de instituir uma regionalização de base cooperativa, respeitando a
autonomia dos entes federados.
Entre 2004 para 2009 houve no Brasil um grande aumento de adesão municipal ao
Programa. No Estado do Rio, em maio de 2009, só 25 municípios haviam assinado o
Termos de Compromisso de Gestão do Pacto, sendo apenas Campos no Norte e Itaperuna
no Noroeste.
Atualmente, Carapebus possui convênio com Quissamã, para que seus habitantes tenham
acesso a exames, cirurgias e intervenções no Hospital Municipal Mariana Maria de Jesus,
em diversas especialidades de Média e Alta Complexidade. O convênio anterior com a
Irmandade São João Batista em Macaé foi cancelado, devido à superlotação.
De acordo com o estudo realizado pela Secretaria de Saúde e Defesa Civil, foi mapeado o
destino dos munícipes com relação aos serviços de saúde de Média Complexidade,
considerando-se sua primeira, segunda e terceira referência. (Caderno de Informações em
Saúde, 2009), conforme apontado na Tabela abaixo.
Tabela 61 – Região Norte Fluminense, Migração em Internações de Média Complexidade, 2008
Fonte: Caderno de Informações em Saúde do Estado do Rio de Janeiro - Maio 2009 / SHI/SUS 2008
Observa-se que os municípios de Macaé e Campos realizam a maioria de suas internações
de Média Complexidade no seu próprio território, 97,80% e 94,70% respectivamente.
Quissamã e São Fidélis também absorvem mais de 80% das suas próprias internações e
utilizam Campos do Goytacazes como segunda referência, realizando 5,8% e 13,5% de
internações respectivamente em Campos.
O estado do Rio aparece como segunda referência apenas para o município de Macaé e
como terceira referência para São Fidélis e São João da Barra. Observa-se que, de uma
forma geral, a Região Norte absorve praticamente a totalidade de suas demandas de
atendimento de Média Complexidade, destacando-se como pólo Campos, diferentemente do
que acontece com os atendimentos de Alta Complexidade.
São Francisco
de Itabapoana
Conceição de
Campos dos
São João da
Goytacazes
São Fidélis
Quissamã
Macabú
Macaé
Barra
Municípios da Região Norte
Fluminense
Campos dos Goytacazes Campos 89,39 Rio de Janeiro 5,49 Itaperuna 5,11
Carapebus Campos 100,00 Campos Quissamã
Cardoso Moreira Campos 47,62 Itaperuna 42,85 Rio de Janeiro 9,52
Conceição de Macabu Campos 64,00 Rio de Janeiro 28 Itaperuna 4
Macaé Campos 35,43 Rio de Janeiro 33,86 Macaé 18,11
Quissamã Campos 80,65 Rio de Janeiro 16,13 Niterói 3,23
São Fidélis Campos 54,24 Itaperuna 29,42 Rio de Janeiro 16,95
São Francisco de Itabapoana Campos 81,82 Rio de Janeiro 9,09 Itaperuna 7,27
São João da Barra Campos 75,93 Rio de Janeiro 9,26 Itaperuna 3,7
Fonte: Caderno de Informações em Saúde do Estado do Rio de Janeiro - Maio 2009 / SHI/SUS 2008
No Estado existem nove municípios que prestam atendimento em Cardiologia, sendo que
Campos ocupa o 4o lugar na prestação deste serviço no ranking – 11% do total de
atendimentos estaduais, atrás do Rio de Janeiro, 43%, Cabo Frio, 13% e Itaperuna 12%.
Destes atendimentos, 69,05% são utilizados pelos habitantes locais, 22,25% estendidos
para atendimentos à população da região próxima e o restante para outras localidades.
Destaca-se que Itaperuna, localizada na região vizinha, também possui infra estrutura de
referência para o atendimento em Cardiologia. Configura-se assim a existência de 2 pólos
regionais em Cardiologia, um na Região Norte e outro na Noroeste.
Para atendimento em Terapia Renal Substitutiva, a Região conta com dois prestadores:
Campos e Macaé. Campos atende, além do público local, munícipes de São Francisco do
Itabapoana, São João da Barra e parte da demanda de Quissamã. Atende ainda 100% da
demanda de Cardoso Moreira. Macaé, por sua vez, atende a maior parte das demandas de
Quissamã, 69% e de Conceição de Macabu.
9. CONSIDERAÇÕES
Melhorou-se o IDH, o IFDM e alguns valores dos grupos de indicadores do IQM. Entretanto,
destes componentes os níveis de Cidadania foram muito baixos e pioraram ao longo da
pesquisa, refletindo pioras na representação das condições de atendimento às
necessidades básicas da população, englobando saúde, educação, segurança, justiça e
lazer.
Na Saúde houve uma elevação dos anos de vida, uma diminuição da mortalidade infantil e a
melhoria nas redes de esgoto e tratamento de água, que ainda assim se apresentam em
índices absurdos para municípios que recebem quantias expressivas de recursos
financeiros.
Na Segurança podem haver ocorrido melhorias estruturais, não avaliadas, mas o nível de
ocorrências aumentou para quase todos os tipos de criminalidade locais, com índices de
violência alarmantes, destacando-se Macaé e Campos. Poucos foram os dados
disponibilizados na área desportiva, mas o que havia apontou para uma grande carência de
recursos financeiros, infra-estruturais e de projetos na área.
A Região Norte apresentou ainda altos índices de pobreza e indigência, rendas baixas,
grande informalidade no mercado de trabalho e espaços caracterizados por bolsões de
pobreza, especialmente visíveis nas conformações territoriais de Campos e Macaé,
municípios que enfrentam uma pujança econômica proveniente especialmente dos royalties.
São paradoxos continuados que saltam aos olhos. Os municípios vizinhos, como já
comentado, tentam aproveitar-se da riqueza gerada regionalmente, que dá a impressão de
desenvolvimento mas não o é, porque as disparidades sócio espaciais se acumulam.
Internamente esta desigualdade se acentua, porque os municípios que recebem volumes
menores de royalties ficam à margem do desenvolvimento, inclusive fora de novos arranjos
associativos que se sobrepõem aos limites administrativos.
Outro município que também recebe grande volume dos royalties é Quissamã e que, no
conjunto dos municípios, foi o que apresentou maior evolução de seus dados, de maneira
geral, pressupondo-se que esteja ocorrendo um planejamento local dos gestores municipais
e processos internos diferentes, que tem direcionado melhor os recursos para solucionar
problemas prioritários de seus habitantes.
10. REFERÊNCIAS
BIAZZO, Pedro Paulo e MARAFON, Gláucio José (2008) Novo Caráter das Relações
Campo-cidade no Norte do Estado do Rio de Janeiro – Brasil. X Seminário Internacional
de La RII, Santiago de Querétaro, México.
NETO, Jayme Freitas Barral, PASSOS e William de Souza e NETO, Romeu e Silva (2008)
O Petróleo como grande financiador da “Guerra de Lugares”: O caso dos Municípios
da Bacia de Campos – RJ. X Seminário Internacional de La RII, Santiago de Querétaro,
México.
PIQUET, Rosélia (2003) Da cana ao petróleo: Uma região em mudança. In: PIQUET,
Rosélia (Org.). Petróleo, Royalties e Região. Rio de Janeiro: Garamond, parte 3, p. 219-237.
PIQUET, Rosélia (2004). Ensino Superior e vocação regional: Uma análise referida ao Norte
Fluminense. Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro. v. 30, n. 2, p. 30-37.
http://www.ofluminense.com.br/script/oFluPagOutrasRegioes.asp?CodigoRegiao=53&po
pup=yes
O ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, é um teste aplicado anualmente aos alunos
concluintes do Ensino Médio em diversos municípios do território nacional. Visa que o
estudante conheça qual área do conhecimento ou competência ele está mais ou menos apto
e onde precisa reforçar seus estudos.
A parte objetiva da prova é constituída por questões de múltipla escolha de igual valor,
atribuindo-se uma nota na mesma escala a cada uma das cinco competências avaliadas,
que são:
• Saúde da Criança
• Saúde da Mulher
• Controle da Hipertensão
Indicadores Principais: Taxa de internações por acidente vascular cerebral (AVC); Taxa de
mortalidade por doenças cérebrovasculares.
• Controle da Tuberculose
• Eliminação de Hanseníase
• Saúde Bucal
• Gerais
Rede Social
Capítulo 7
Autor:
Enio Eduardo Pereira da Silva
Colaboradora:
Avanice Maria Claret
6. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 883
FIGURAS
Figura 2 – Interação dos Membros da Rede Social RIONOR, mediada via web ................ 874
Figura 3 – Estrutura da Página Residente do Portal da Rede Social RIONOR .................. 876
Figura 5 – Link para Convidar novos Integrantes para a Rede Social RIONOR................. 878
Figura 6 – Espaço – Blog – Reservado para Assinantes da Rede Social RIONOR ........... 879
Embora não seja um termo novo, nos dias atuais, tem se constituído em um importante te-
ma de investigação científica. O estudo de rede nas diversas ciências é tratado de acordo
com a especificidade de seus interesses. Nas Ciências Humanas, particularmente na Antro-
pologia, destaca-se uma perspectiva de interação direta estabelecida, em decorrência de
conexões pré-existentes, entre indivíduos pertencentes a determinados agrupamentos. Na
Sociologia, os enfoques buscam apreender a idéia de rede a partir de articulações políticas,
ideológicas ou simbólicas embutidas nas ações coletivas e nos movimentos sociais. Na Ge-
ografia, destacam-se os estudos de redes urbanas, onde se analisa, a partir de determina-
dos fluxos, os níveis de interdependência entre os centros urbanos.
Ao se tratar de assuntos urbanos, uma idéia de rede num sentido de entrelaçamento de fios
e nós articulados, formando uma malha pode ser trazida. Nos estudos de redes urbanas,
normalmente, os nós são vinculados aos centros urbanos que, funcionalmente, se articulam
via fios, que são estradas de ferro, de rodagem, rios e outros meios por onde ocorrem os
fluxos.
A rede urbana pode ser observada sob o aspecto material referindo-se a elementos espaci-
ais concretos que compõem a infra-estrutura. Poderia ser chamada de “rede técnica” por ser
constituída de tal forma que permite o transporte de matéria, energia ou informação, en-
quanto que a rede analisada a partir de uma perspectiva social referindo-se às pessoas,
mensagens e valores que se utilizam dessa infra-estrutura, pode ser chamada de “rede so-
cial.
Há uma interdependência entre estas duas concepções de rede, em sua forma e função:
dependem tanto da estrutura material, quanto dos aspectos sociais que lhe dão dinamicida-
de.
2. REDES SOCIAIS
Nas redes sociais, diferentemente de outros sistemas de conexão, existe uma estrutura,
cujo pressuposto é a interação social, onde o todo é mais que o somatório das partes e não
somente uma coleção de perfis. Os laços sociais ou relações nas redes sociais se estabele-
cem no sentido de desenvolver ou promover assuntos muito específicos, de interesse co-
mum, o que faz com que as participações, interações, intercâmbios, buscas, e outras mani-
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 869
festações se processem espontânea e voluntariamente, através de fluxos regulares que
transitam pela rede ou entre os que nela comparecem. As relações, portanto, entre os agen-
tes que a constituem não são feitas de maneira aleatória, mas observam a princípios da au-
torregulação. Os teores ou conteúdos, os modos ou funções que especificam o seu movi-
mentar e interagir, as densidades e intensidades, as entradas e saídas e realimentações,
entre outras condições que regem o seu existir, definem os estados de sua energia interna,
as sinergias, o que influencia e determina o modus operandi e os resultados que explicam e
mantem a sua existência enquanto rede.
As redes sociais, segundo Parrochia (1993), designam organizações não estruturadas, sem
coordenações, sem estatutos legais ou paralegais, o que se denomina uma rede em hiper-
texto. Prescindem da contigüidade espacial e de longos períodos de tempo. Para Parrochia,
as redes sociais podem ser feitas e desfeitas rapidamente, sendo, portanto, pontuais e efê-
meras. Pressupõem flexibilizações, rapidez e multiciplidade de atores, relativizando a idéia
de centralidade e hierarquia oriundas de forças centrípetas, a favor de uma morfologia mais
aberta , sem perder coesão e funcionalidade.
Castells não é, propriamente, um defensor da lógica das redes como forma de organização,
que, segundo seu pensamento, possui uma lógica invisível, produzindo valores, criando có-
digos culturais, decidindo o poder, o que faz com que seu sentido estrutural deixe de existir.
Como um analista que busca compreender essas novas dinâmicas sociais, políticas e eco-
nômicas da chamada sociedade da informação, ele analisa e descreve a nova configuração
que decorre da difusão do uso das novas tecnologias, viabilizando os processos da globali-
zação em rede e explica que:
A sociedade civil pode ser considerada como uma representação em vários níveis de como
os interesses e os valores da cidadania se organizam, em cada sociedade, para encami-
nhamento de suas ações em prol de políticas sociais e públicas, protestos sociais, manifes-
tações simbólicas e pressões políticas. O momento histórico da revolução tecnológica e in-
formacional acelera a fundação de uma sociedade civil global, da qual são expressões mar-
cantes das grandes mobilizações organizadas por meio de redes que tem como exemplos,
entre outras, as manifestações que ocorreram em Seattle, Praga e Gênova relacionadas ao
comércio internacional, o Fórum Social Mundial, de Porto Alegre, e a recente Conferência
sobre o Clima do Planeta de Copenhagen.
Desde então, as redes vem se tornando o principal instrumento das operações e em um dos
principais meios de organização e de manifestações coletivas persistentes dos agentes liga-
dos a assuntos especializados e que envolvem modos de pensar e agir diferenciados, no
plano da cidadania, associados à articulação de ações políticas de grande envergadura da
população, dos segmentos estruturados da sociedade, das organizações não governamen-
tais e dos movimentos sociais, quer sejam de âmbito nacional ou internacional.
A sociedade civil está numa fase de transição, promovida pelas inovações tecnológicas e
informacionais atuais, que proporcionam uma infra-estrutura global de redes de ongs e que,
segundo Boaventura de Sousa Santos (2004), pode produzir um desenvolvimento futuro de
um bloco histórico contra-hegemônico. Para ele, a globalização contra-hegemônica de que
os movimentos e organizações congregadas em redes transnacionais, cujo Fórum Social
Mundial é o exemplo mais expressivo, é feita de uma enorme diversidade de ações de resis-
tência contra a injustiça social em suas múltiplas dimensões.
A sociedade civil organizada, no século XXI, tende a ser uma sociedade de redes organiza-
cionais, de redes inter-organizacionais e de redes de movimentos, com formação de parce-
rias entre as esferas públicas, privadas e estatais, criando novos espaços de gestão a partir
do crescimento da participação cidadã.
As redes sociais, embora se diferenciem quanto aos objetivos e à sua composição, traba-
lham com articulações e desenho organizacional semelhantes, e ainda se mostram mais
parecidas quando consideradas a partir do conjunto de problemas e desafios gerenciais e
operacionais que tem que enfrentar.
Neste sentido a via proposta de desenvolvimento deve, por um lado, realçar os resultados
conquistados das políticas de desenvolvimento global e, por outro, instruir o planejamento e
seus objetivos atribuindo-se-lhes condição a mais equilibrada e dinâmica em relação consti-
tuição de seu território. Com isto, o desenvolvimento regional dará cobertura às necessida-
des individualizadas das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, para gerir mais eficazmente
seus fatores e condições, tanto na otimização dos recursos disponíveis escassos, como na
garantia de que as soluções terão uma participação dos diferentes atores na sua elabora-
ção, realização e acompanhamento de desempenho.
Trata-se de uma rede dedicada, de foco singular, de escopo multitemático, onde a questão
do desenvolvimento sustentável é o elemento que justifica a sua razão de ser, quem dela
participa, como opera e o que gravita em seu entorno, envolvendo inclusive os seus atores
participantes. É também, ao mesmo tempo, uma rede territorial, pois a questão do desen-
volvimento sustentável a ser considerada tem um território específico, que são as Regiões
Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, em torno das quais se reúnem os agentes
numa espécie de parceria solidária.
Desenvolver o Capital Social de qualidade, a partir da Rede Social, cria as conexões entre
pessoas e grupos que intervem em áreas estratégicas da socioeconomia regional. Do Capi-
tal Social da Rede emergem líderes informais nas Regiões Norte/Noroeste do Riocapazes
de conduzir, com a desenvoltura, os trabalhos de suporte e intermediação da sociedade
regional para implantar o seu desenvolvimento sustentável.
Somente com a presença dos líderes emergentes do Capital Social pode-se prevenir falhas
ou perda de efetividade da comunicação que se programa, movimente a Rede Social Regi-
onal. Na sua ocorrência, surgem ou aumentam o clima de incerteza e certa desmotivação,
enfraquecendo a Rede Social.
Para que o enfoque do Capital Social não corra o risco de ser tomado meramente como
uma metáfora dos novos tempos, a Coordenação Geral visitou e continuará visitando as
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, com o objetivo de ampliar a participação e elevar a
intensidade da interações da Rede Social. Para que se mantenha a Rede ativa, será utiliza-
do sistematicamente o mecanismo de oficinas temáticas, com a aplicação de dinâmicas en-
tre as pessoas da Rede Social, que lhes permitam ampliar a compreensão de seus integran-
tes sobre as questões que determinam o escopo e abrangência do projeto. As oficinas, i-
gualmente, produzem os insumos estratégicos para a implantação e gerenciamento os pro-
jetos selecionados melhores, integrados e organicamente interconectados no sentido de
atender ao objetivo fim deste trabalho, agregando ao longo da execução do mesmo, o Capi-
tal Humano que se fizer necessário.
Não há centros de poder nessa Rede e o que a autorregula é que todos que dela participam
entendem que o resultado é coletivo, destinado ao coletivo, o que pressupõe uma rigorosa
coordenação de coordenação de ações. Somente assim, e com os que participam de sua
gestão co-construindo e vivendo experiências conjuntas, a rede se realimenta positivamen-
te. Assim, cresce a sua energia interna, continuadamente, até a mudança do nível lógico do
Sistema (Regiões Norte e Noroeste) e dela mesma, enquanto Rede.
Figura 2 – Interação dos Membros da Rede Social RIONOR, mediada via web
Os partícipes poderão entrar e sair da Rede Social, a qualquer tempo. A ação voluntária
implica a adesão livre a uma forma de solidariedade coletiva que resulta no pertencimento à
Rede por livre escolha.
A idéia da rede social como estratégia de trabalho surgiu como uma conseqüência natural
do processo de debate, mobilização, e planejamento para se constituir viabilidade e viabili-
zação ao Desenvolvimento Regional Sustentável do Norte/Noroeste do Rio de Janeiro, em
razão da necessidade de integração entre múltiplos domínios e esferas de conhecimento,
promovendo a troca de experiências, a difusão de informações chaves e ainda pela neces-
sidade de se gerar sinergia entre equipes e projetos.
O primeiro passo dado para a construção da rede foi a identificação de parceiros. Uma vez
identificados diversos atores afins, através do trabalho de imersão nas Regiões Nor-
te/Noroeste Fluminense, foram emitidos os convite para participação da Rede Social a pes-
soas envolvidas com o seu processo de desenvolvimento. Esse grupo constitui o núcleo
genético que deu origem à Rede Social, em escala reduzida (no momento há 28 membros
participantes), mas que já possibilitou fazer funcionar a Rede inclusive com as suas Oficinas
Temáticas, entre outras iniciativas.
O segundo passo que está sendo dado é o que trata de definir a condição de funcionamento
da Rede, com os objetos que permitam orientar o seu cotidiano, as tomadas de decisões e a
gestão do Projeto de Desenvolvimento das Regiões Norte e Noroeste.
Principal
Bate- Convidar
Papo
Blogs Minha
Página
Rede
Social
RIONOR
Grupos Membros
Eventos Fotos
Fórum Vídeos
A Rede Social Rionor está hospedada na plataforma Ning, Figura seguinte, sob o endereço
www.rionor.ning.com.
Os usuários da Rede Social Rionor são todas pessoas que aceitam o convite formulado pelo
Gestor. Depois do recebimento do convite, automaticamente os membros terão a cessão de
uso, tendo para isto seu espaço (Blog), podendo interagir com os demais membros.
a) Fazer o cadastro clicando no link “Registre-se” no canto superior direito da página inicial
da rede social;
A) digite seu e-mail, B) escolha uma senha, C) informe sua data de nascimento e D) copie o
código de segurança na caixa à esquerda do mesmo. Na seqüência, E) digite seu nome, F)
clique no ícone da máquina fotográfica e escolha no arquivo do computador uma foto sua
para que os outros membros da rede conheçam sua imagem, G) informe seu sexo; H) in-
forme seu país; I) informe sua cidade/estado, entre outras informações sobre você para
compor seu perfil. Se você já está cadastrado em alguma outra rede social que lhe forneceu
uma ID NING clique em “acesse”, digite seu email e senha anteriormente cadastrados.
Clique em convidar no menu horizontal superior, onde serão encontradas 4 (quatro) opções:
b) “Digitar endereços de e-mail”: digite endereço por endereço e não se esqueça de separar
com vírgula ou “enter”. Caso tenha uma lista de emails no Word ou Excel copie e cole desde
que os emails estejam separados por vírgula ou “enter”;
d) “Importar do aplicativo Catálogo de Endereços”: Você pode importar seu catálogo de en-
dereço exportado do Microsoft Outlook, Apple Mail, Google, Hotmail, Yahoo, UOL e todos os
outros.
Depois que exportar sua lista de contatos no formato “.csv” ou “.vcf” faça a importação deste
arquivo e o sistema convida seus amigos para entrar na sua rede social. Depois de importar
seu catálogo de endereços você terá a oportunidade de escolher para quais amigos enviar o
convite.
878 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
c) Postagens: em todas as postagens tem-se a opção de adicionar o autor como amigo. É
só clicar no link “Adicionar como amigo”.
e) Publicar notícias e idéias no seu blog: Clicar na palavra “blogs”, que fica na parte superior
da página Residência, da Rede Social (Figura anterior).
Nele se vêem as postagens nos blogs de todos os participantes da rede. Para publicar a
primeira mensagem no “blog”, clicar na frase “Adicionar um Post ao Blog” que fica no canto
superior direito da página.
Definir quem pode visualizar a postagem, bem como moderar e definir quem pode postar
comentários no blog.
Escolher um título, descrever o tema a ser debatido, anexar arquivos com informações com-
plementares sobre o tema do fórum e clicar em “Adicionar Discussão”.
f) Criar um grupo para reunir pessoas que tenham interesse em comum em algum assunto
específico sobre o Desenvolvimento Sustentável.
Clicar na palavra “Grupos” que fica na parte superior da página inicial da rede social. Será
visualizada todos os grupos criados pelos participantes da rede. Para criar um grupo clicar
na frase “Adicionar um Grupo” que fica no canto superior direito da página. Escolher um
nome para o grupo, escolher uma imagem em seu computador para ser ícone do grupo,
descrever o objetivo do grupo e clicar em “Adicionar Grupo”.
Clicar na palavra “Eventos” que fica na parte superior da página inicial da rede social. Serão
visualizados todos os eventos criados pelos participantes da rede. Para criar um evento cli-
car na frase “Adicionar um evento” que fica no canto superior direito da página. Escolher um
nome para o evento, escolher uma imagem para ser ícone do evento, descrever o evento,
informar horário e data de início e fim do evento, local de realização, organizador, telefone,
site e clique em “Adicionar Evento”.
Podem-se postar fotos na Rede Social. Clicar em “Adicionar foto” e o sistema abrirá o ge-
renciador de arquivos.
Escolher a pasta (“Minhas imagens” por exemplo) e arraste os arquivos de foto que desejar
divulgar na rede. Clicar em “próximo”. Definir um nome, descrição e palavras-chave que ca-
racterizam a foto.
Definir quem na Rede pode visualizar e clicar em “carregar” para o sistema disponibilizar
uma foto.
Cada foto deve ter tamanho máximo de 10MB. O sistema suporta fotos nos formatos “.jpg”,
“.gif” e “.png”.
Podem-se adicionar fotos que já estão no flickr, além de enviar por telefone ou e-mail (ver
na alínea n).
Podem-se postar vídeos na rede social. Clicar em “Adicionar vídeo” e o sistema abrirá o ge-
renciador de arquivos. Escolher a pasta (“Minhas imagens” por exemplo) e arrastar os arqui-
vos de vídeo que desejar divulgar na rede. Clicar em “próximo”. Definir um nome, descrição
e palavras-chave que caracterizam o vídeo. Definir quem na rede pode visualizar e clicar em
“carregar” para o sistema disponibilizar o vídeo. Cada vídeo deve ter o tamanho máximo de
100MB. O sistema suporta vídeos nos formatos “.mov”, “.mp4”, “.mpg”, “.avi”, “.wmv” e
“.3gp”. Podem-se adicionar vídeos do YouTube ou Google apenas copiando o código HTML
“embutido” de qualquer site de vídeos popular para adicioná-lo à rede social, além de enviar
por telefone ou e-mail (ver item n)
Pode-se postar músicas na rede social. Clicar em “Adicionar música” e o sistema abrirá o
gerenciador de arquivos. Escolher a pasta (“Minhas músicas”, por exemplo) e arrastar os
arquivos de música que desejar divulgar na rede. Clicar em “próximo”. Definir um nome,
descrição e palavras-chave que caracterizam a música.
k) Definir para quais atividades da Rede Social Rionor você gostaria de ser avisado por
e.mail.
Pode-se receber e-mails sobre tudo o que acontece na Rede ou apenas receber os avisos
gerais do moderador da Rede. Fazer a escolha clicando na palavra “Configurações” que
sempre será encontrada no canto superior direito, abaixo do nome do membro da Rede, em
qualquer página da Rede Social. Na próxima página, clicar na palavra “e-mail” no canto su-
perior esquerdo.
Podem-se definir quais informações sobre a participação na Rede Social que o membro
gostaria de deixar pública, exclusiva para amigos ou totalmente privativas. Fazer a escolha
clicando na palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto superior direito,
abaixo do nome do membro da Rede, em qualquer página da Rede Social. Na próxima pá-
gina, clicar na palavra “Privacidade” no canto superior esquerdo.
Podem-se definir quais informações sobre a participação na Rede Social que cada membro
gostaria de deixar pública, exclusiva para amigos ou totalmente privativas. Fazer a escolha
clicando na palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto superior direito,
abaixo do nome do membro, em qualquer página da Rede Social. Na próxima página, clicar
na palavra “Privacidade” no canto superior esquerdo.
Podem-se redefinir as informações pessoais, como nome, foto, e-mail, senha, sexo, endere-
ço, data de nascimento, apresentação pessoal, entre outras. Fazer a escolha clicando na
palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto superior direito, abaixo do
nome do membro da Rede, em qualquer página da Rede Social. Na próxima página, clicar
na palavra “Perfil” no canto superior esquerdo.
No Perfil, cada membro encontra o endereço de e-mail para o qual podem ser enviadas su-
as fotos e vídeos para que as mesmas sejam postadas automaticamente. Descobrir o e.mail
de postagem clicando na palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto
superior direito, abaixo do nome do membro da rede, em qualquer página da rede social. Na
próxima página, clicar na palavra “Perfil” no canto superior esquerdo.
Por fim, à medida que os assuntos e temas abordados na Rede Social forem se ampliando,
caberá ao Gestor organizá-los em arquivos, que ficarão à disposição dos integrantes para
consulta, quando necessário.
Todos os assuntos tratados pelo Consórcio RIONOR que forem de interesse direto dos
membros da Rede Social, serão disponibilizados em arquivos tipo PDF, para consulta.
A Rede Social RIONOR promoverá um Fórum de Oficinas Temáticas, cujos temas serão
propostos pelo seu Gestor ou por algum membro. A proposta inicial é que a cada 15 dias um
novo tema para debate, seja proposto para que os membros interajam.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
LOPES, Carlos Alberto. Fortalecimento dos Atores Locais como Estratégia de Amplia-
ção do Capital Social: Formação da Rede Social Itaquera, São Paulo, Brasil. São Paulo,
2004. LOPES, Carlos Alberto. Desenvolvimento Local: Um processo sustentado no investi-
mento em capital social, São Paulo, 2008.
SENGE, Peter; SCHARMER, C Otto; JAWORSKI, Joseph; FLOWERS, Betty Sue. Presen-
ça: propósito humano e o campo do futuro. São Paulo: Cultrix, 2007.
Sistema Físico
e Infraestrutura
Capítulo 8
Autores:
Ailton Mota de Carvalho
Antônio Otávio Gontijo
Gustavo Menezes Gonçalves
Laudirléa Silva dos Reis
Mário Teixeira Rodrigues Bragança
Milton Casério Filho
Túlio Ricardo Amaral Pereira
1.2 Sistema de Transporte Terrestre das Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio
de Janeiro ............................................................................................................ 905
2.2 Análise Energética das Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro . 928
4.3 Uso e Cobertura do Solo nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense .................. 941
6.3.3 Sistema Público de Coleta e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos ......... 970
8. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 986
FIGURA
Figura 1 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Esquema Piers do Porto do Açu
.......................................................................................................................................... 910
GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição da Capacidade Instalada em Centrais Elétricas de Serviço Público
por Empresa do Estado do Rio de Janeiro, 2002............................................................... 922
Gráfico 3 - Região Norte Fluminense, Consumo Final de Energia por Setores, 2002 ........ 929
Gráfico 4 - Região Noroeste Fluminense, Consumo Final de Energia por Setores, 2002 .. 930
Gráfico 6 – Brasil, Evolução dos Telefones de Uso Público (número de telefones instalados),
1995 – 2005....................................................................................................................... 935
Gráfico 7 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Número de Cidade Polarizadas ......... 961
MAPAS
Mapa 2 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Localização do Porto do Açu ..... 910
Mapa 3 - Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Bacia de Campos, Petrobrás,
Campos de Petróleo .......................................................................................................... 912
Mapa 6 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Fluxo Telefônico (excluindo Campos dos
Goytacazes) ...................................................................................................................... 964
Mapa 7 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Fluxos Telefônicos Extra ...................... 966
Tabela 2 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Rodovias de Acessos aos Municípios 906
Tabela 4 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Malha Rodoviária Estadual (km), 2000 a
2002 .................................................................................................................................. 906
Tabela 8 - Região Norte Fluminense, Macaé, Movimento Operacional, 2002 a 2008 ........ 908
Tabela 10 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (106 m3), Evolução das Reservas Provadas de
Petróleo, 1980 a 2002........................................................................................................ 914
Tabela 11 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (106 m³), Evolução da Produção de Petróleo,
1980 a 2002....................................................................................................................... 915
Tabela 12 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (106 m³), Evolução das Reservas Provadas de
Gás Natural, 1980 - 2002................................................................................................... 918
Tabela 13 – Brasil e Estado do rio de Janeiro (106 m³), Evolução da Produção de Gás
Natural, 1980 a 2002 ......................................................................................................... 919
Tabela 14 – Estado do Rio de Janeiro1, Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002 ........ 921
Tabela 15 – Estado do rio de Janeiro, Geração Bruta de Energia Elétrica por Empresa e
Tipo de Usina – Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002 ............................................. 924
Tabela 18 – Estado do Rio de Janeiro, Autoprodução de Energia Elétrica por Setores - 2002
.......................................................................................................................................... 926
Tabela 20 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Produção de Energia Primária, 2002 928
Tabela 24 – Brasil e Estados, Acessos Totais por UF (TV a Cabo, DTH e MMDS) ........... 933
Tabela 27 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro, Evolução da Densidade Telefônica SMC . 935
Tabela 28 - Brasil e Estado do Rio de Janeiro, Evolução da Densidade Telefônica TUCs. 935
Tabela 29 – Área Ocupada pelas Classes de Uso e Cobertura do Solo de Acordo com o
Trabalho Coordenado pela CPRM, 1999 ........................................................................... 939
Tabela 30 - Percentual das Áreas, por Tipo de Uso do Solo, Segundo os Municípios das
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, 1994 .................................................................... 942
Tabela 38 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, População dos Municípios, 1970, 1980,
1991 .................................................................................................................................. 953
Tabela 39 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Nas Datas dos Censos, Segundo Faixas
de Tamanho de População, 1970, 1980, 1991 .................................................................. 954
Tabela 41 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Participação Relativa das Cidades por
Faixa de População, 1970, 1980, 1991.............................................................................. 955
Tabela 50 – Estado do Rio de Janeiro e Região Norte Fluminense, Déficit Habitacional ... 972
Tabela 51 – Estado do Rio de Janeiro e Região Norte Fluminense, Domicílios com Carência
e Deficiência de Infraestrutura, 2000 ................................................................................. 974
Tabela 56 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Tamanho do Módulo Fiscal, 1992, 1998,
2005 .................................................................................................................................. 982
Tabela 57 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Índice de GINI, 1992 - 1998 .............. 983
Tabela 59 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas, 1992 - 1998 ........................... 984
O Sistema de Ônibus no Estado do Rio de Janeiro é totalmente realizado por empresas par-
ticulares que possuem as concessões das linhas conforme regulamentação do poder públi-
co.
No caso de linhas intermunicipais, as linhas que tem origem e destino em dois municípios
distintos, mas ambos dentro do Estado do Rio de Janeiro, o órgão regulamentador e fiscali-
zador é o DETRO, autarquia vinculada à Secretaria Estadual de Transportes. Neste sentido
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 895
o DETRO planeja, concede, permite, autoriza, fiscaliza e regulamenta a prestação deste
serviço público, de acordo com os interesses do Estado e da população.
Para tanto o DETRO/RJ possui uma rede operacional descentralizada, constituída por 3
Unidades de Controle Operacional na Região Metropolitana e por 6 Postos de Apoio e Co-
ordenação Regionais no Interior.
No caso de linhas municipais, isto é, linhas que circulam somente dentro de um município o
órgão regulamentador e fiscalizador pertence à própria Prefeitura da cada Município.
Intermunicipais
O transporte coletivo (linhas regulares) no Estado do Rio de Janeiro é constituído por 109
empresas que operam 1.090 linhas, utilizando uma frota de 6.167 veículos, sendo 4.920 do
tipo urbano, 143 do tipo urbano com ar condicionado, 982 do tipo rodoviário e 122 do tipo
rodoviário com ar condicionado, com uma movimentação mensal superior a 52 milhões de
passageiros.
O sistema intermunicipal de transporte por ônibus é responsável por mais de 80% da movi-
mentação de passageiros na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Na rodoviária Novo Rio, no Rio de Janeiro, operam 37 empresas com linhas interestaduais e
no Terminal Rodoviário de Niterói operam 22 empresas.
As linhas internacionais que partem do Rio (Rodoviária Novo Rio) têm como destino: Argen-
tina, Paraguai e Chile, através das empresas Pluma e Rysa - Rápido Iguaçu.
A renovação urbana pela qual passou a cidade do Rio de Janeiro no período entre a metade
do século XIX e meados do século XX foi devida, em grande parte, aos meios de transporte
sobre trilhos.
Os trens foram responsáveis pela rápida transformação de freguesias que, até então, se
mantinham exclusivamente rurais.
Em 1871, lei da Província de Minas Gerais autoriza a criação de empresa ferroviária para
estabelecer a ligação entre a cidade de Leopoldina e a futura estação de Porto Novo da E.
F. D. Pedro II. Em 1872, o Decreto Imperial 4.914 autoriza a constituição da Cia. E. F. Leo-
poldina, de capital inglês e brasileiro. O trecho inicial é inaugurado em 1873, ligando São
José a Volta Grande.
Em 1875 é autorizada a implantação da Estrada de Ferro Rio D'Ouro, como auxiliar da cons-
trução da adutora entre o Caju e as represas do Rio D'Ouro, na Baixada Fluminense. Nesse
mesmo ano, as linhas da Cia. da E. F. D. Pedro II alcançam Cachoeira Paulista, em São
Paulo, ponto final da navegação do Rio Paraíba do Sul.
Em 1883, foi aberta ao tráfego a Estrada de Ferro Rio D'Ouro, com 58 km de extensão e
traçado paralelo à E. F. D. Pedro II.
Em 1884, é inaugurado o serviço telefônico na E. F. D. Pedro II, sendo que em 1900 todas
as estações suburbanas já dispunham desse serviço.
Em 1891, a E.F.São Paulo e Rio de Janeiro (ligando Cachoeira Paulista a São Paulo) é in-
corporada à E.F.Central do Brasil.
A E.F.Leopoldina é liquidada, por falência, em 1897. No mesmo ano, é criada a "The Leo-
poldina Railway Co" , que incorpora o acervo da Cia. E.F.Leopoldina. No ano seguinte é
concedida autorização para início de operação à empresa britânica 'The Leopoldina Railway
Company Ltd".
A partir dos primeiros anos do século XX, há um aumento substancial no tráfego suburbano
de passageiros.
A Central do Brasil permanece sob o domínio do Estado. Em 1941, sofre uma reformulação
administrativa, tornando-se autarquia, com autonomia financeira e administrativa, embora o
Governo Federal assuma, em 1950, a responsabilidade de financiar as aquisições e obras
necessárias à sua expansão. Em 1957, passa a ser a espinha dorsal da Rede Ferroviária
Federal S. A. - RFFSA, juntamente com a Estrada de Ferro Leopoldina.
Entre 1977 e 1981, são adquiridos 180 trens das séries 500, 700, 800 e 900.
Após 1985, teve início a queda do volume de passageiros transportados pelo sistema de
trens metropolitanos do Rio de Janeiro, considerando a falta de investimentos aliada a ou-
tros fatores.
Em novembro de 1998, a operação do sistema de trens foi transferida para a iniciativa pri-
vada, através de concessão à empresa Supervia.
Durante este período de transição do sistema de trens para o Estado, concessão para a
iniciativa privada e até os dias de hoje, o sistema vem sendo recuperado, com recursos do
No dia 30 de maio de 2001, a Flumitrens realizou a Assembléia que efetivou a cisão, criando
a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística - CENTRAL.
O Sistema Ferroviário do Rio de Janeiro abrange uma extensão de 264 km de faixa, sendo
174,5 km em bitola larga (1,60m) eletrificada, 9 km em bitola larga não eletrificada e 80,5 km
em bitola métrica não eletrificada, com 95 estações e 32 paradas. Devido à multiplicidade de
vias, o sistema totaliza 684 km de extensão.
Com relação à ocupação de hotéis classificados localizados no interior do Estado, foi exaus-
tivamente estudado e comprovado pelos órgãos do setor, que tais unidades tem nos turistas
residentes em cidades de outros estados (notadamente na Região Metropolitana de São
Paulo, região de Ribeirão Preto e Belo Horizonte) ou mesmo provenientes do exterior, a
grande maioria de seus usuários, o que implica “mandatoriamente” no uso sistemático da
aviação.
900 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Finalmente, há de se destacar a promulgação e operacionalização da Lei Federal n° 8.399
de 07/01/92, que instituiu o Programa Federal de Auxílio a Aeroportos - PROFAA, e possibi-
litou a disponibilização de recursos visando investimentos em aeroportos de pequeno e mé-
dio portes, com base em receitas geradas no próprio sistema de aviação civil. Ao logo dos
últimos 10 anos, porém apoiado principalmente pelo PROFAA, além de recursos oriundos
do próprio Tesouro Estadual e da iniciativa privada, foram implementadas várias obras e
melhorias nos aeródromos de Resende, Paraty, Angra dos Reis, Cabo Frio, Nova Iguaçu,
Maricá, Itaperuna, Saquarema e Santo Antônio de Pádua, sendo, entretanto de fundamental
importância a complementação e qualificação da infra-estrutura aeroportuária, para que tal
infra-estrutura efetivamente apóie o desenvolvimento das regiões em que estão localizados.
É sempre importante destacar que nenhuma região se desenvolve sem adequados meios
de transportes. Tal processo normalmente se inicia pela pavimentação da principal estrada,
e posteriormente consolida-se com outros modos que não o rodoviário. Dado ao crescimen-
to da aviação no Brasil, o transporte aéreo tem adquirido um papel de destaque na econo-
mia de regiões de maior dinamismo. Praticamente, não mais existem regiões industriais no
interior do País que não disponham de aeródromos adequados e compatíveis com a sua
atividade econômica, associados a serviços de linhas regulares de aviação regional. Hoje,
são mais de 180 cidades servidas pela aviação regional regular no país. Locais de turismo
intenso também estão aparelhando rapidamente seus aeroportos.
Tendo em vista que o Plano Aeroviário do Estado do Rio de Janeiro existente, foi elaborado
em 1990, estando, portanto desatualizado, foi celebrado em 20 de dezembro de 2000, Ter-
mo de Convênio entre o Estado do Rio de Janeiro e a União através do Comando da Aero-
náutica, por intermédio do Departamento de Aviação Civil - DAC, com a interveniência da
Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro - SECTRAN e execução pelo Institu-
to de Aviação Civil - IAC, objetivando a Revisão do Plano Aeroviário do Estado do Rio de
Janeiro - PAERJ.
Este Convênio, para a revisão do PAERJ, teve por objeto a redefinição do sistema estadual
de aeroportos, compostos dos aeroportos e aeródromos públicos de interesse estadual ou
regional, bem como estabelecer diretrizes de desenvolvimento e possibilitar a utilização dos
recursos do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos - PROFAA, necessários à sua im-
plementação.
1.1.5 Ciclovias
As grandes cidades vivem uma crise de mobilidade que tende a se agravar. Segundo os
dados do DETRAN-RJ, de 1997 a 2007, ocorreu um crescimento exponencial de carros no
município do Rio, na ordem de 40%, correspondente a 1,7 milhões de carros a mais. Em
decorrência, o consumo dos combustíveis, o tempo dos deslocamentos e os custos aumen-
taram. Um exemplo disto foi a redução da velocidade média em vias arteriais da Região Me-
tropolitana para 27,44 km/h. Outra conseqüência da crise da mobilidade é o dano ambiental,
uma vez que 14% do total poluente de 7,9 milhões de t de CO2, anuais, são emitidas por
transportes rodoviários.
Diante dos resultados das pesquisas e dos estudos, a Secretaria de Transportes enxergou a
necessidade de criar no estado um Plano de Mobilidade Não-Motorizada, com a formulação
de diretrizes estaduais a serem sugeridas para os municípios. O plano estuda a acessibili-
dade de cidadãos com deficiências físicas e os deslocamentos de baixo custo no estado. A
bicicleta foi a alternativa mais barata, viável, rápida e facilmente integrável ao sistema de
transporte.
Por isso, a secretaria criou o programa Rio – Estado da Bicicleta, que visa estimular o uso
da bicicleta como meio de transporte urbano em todo o estado, integrando-a aos outros mo-
dais, através da criação de sistemas cicloviários nos municípios. O projeto tem custo esti-
mado em R$ 60 milhões e se estrutura em três pilares: o do Rio como Estado com vocação
para os esportes, o do crescimento econômico e o da sustentabilidade.
Outro fator determinante para o nascimento do programa é o fato do Rio de Janeiro ter a
segunda malha cicloviária da América Latina, ficando atrás apenas da Colômbia. Contudo,
ela é subaproveitada porque é restrita, sem continuidade. Os estudos para a implementação
do Rio – Estado da Bicicleta mostram que ciclovias já existentes podem ser prolongadas e
que outras podem ser construídas. No município do Rio, por exemplo, as ciclovias são restri-
tas à orla e, por isso, são mais utilizadas para o lazer. Apesar disto, é preciso ressaltar que,
na Região Metropolitana do Estado, 90% da população utiliza a bicicleta para o deslocamen-
to diário, como principal meio de transporte.
Com base nesta premissa o Estado do Rio de Janeiro lançou o “Programa Rio – Estado da
Bicicleta” que estabelece o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte, e com-
preende um conjunto de 15 iniciativas de curto, médio e longo prazo, através do financia-
mento Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Governo Federal.
Objetivos:
Programa Operacional
• Ecovias – Implantação de ciclovias nas margens de rios que estão sendo draga-
dos e recuperados pela Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas),
como, por exemplo, os rios Sarapuí e Meriti-Pavuna, para estimular a circulação
intermunicipal e evitar a ocupação desordenada;
As Regiões Norte e Noroeste Fluminense são cortadas pela BR101, considerada a rodovia
de acesso troncal longitudinal e de conexão com a capital, cidade do Rio de Janeiro. No
sentido transversal comparece a rodovia BR356, que conecta o Estado de Minas Gerais até
São João da Barra cruzando com a BR 101. Além das rodovias federais, as Regiões possu-
em malha viária estadual, como a RJ-234 que é de considerável importância para o Estado,
por ser uma das rotas utilizadas para fazer o escoamento da produção agrícola do eixo que
passa por São Fidélis.
Esta rede viária não observa um planejamento integrado e revela uma limitação básica com
a BR101 que requer uma solução na modalidade autoestrada, com múltiplas pistas, sistema
de atendimento, derivações de conexões colaterais e integração multimodal, etc., o que im-
plica numa concessão privada (que já está em implementação, ainda sem os investimentos
equacionados). O sistema existente apresenta vários gargalos – entre Macaé e Campos dos
Goytacazes, entre Macaé e Rio das Ostras -, congestionamentos freqüentes e os tempos de
deslocamento são muito longos, regra geral.
A construção da Via dos Lagos e do Anel Viário de Campos são medidas que retiram o mo-
vimento intermunicipal de dentro das áreas urbanas, contribuindo significativamente para a
melhoria do transporte na Região Norte.
Além disso, a maioria dos municípios é atendida por linhas interestaduais, que os ligam aos
Estados vizinhos, Minas Gerais e Espírito Santo, além de outros.
RODOVIAS DIAGONAIS km
Cachoeiro do Itapemirim - Itaperuna - Além Paraíba - Três Rios - Volta Redonda Entron-
BR-393 444,8
camento com a BR-116
BR-356 Belo Horizonte – Muriaé - Campos - São João da Barra 472,9
RODOVIAS LONGITUDINAIS
Touros - Natal - João Pessoa - Recife - Maceió - Aracaju - Feira de Santana - Itabuna –
São Mateus - Vitória - Campos - Niterói - Rio de Janeiro - Mangaratiba - Angra dos Reis -
BR-101 4.556,8
Caraguatatuba - Santos - Iguape - Antonina - Joinville – Itajaí - Florianópolis - Tubarão -
Osório - São José do Norte - Rio Grande
RODOVIAS DE LIGAÇÃO
Morro do Coco (BR-101) - Cardoso Moreira (BR-356) – São Fidélis - Cordeiro – Nova
BR-492 Friburgo - Bom Sucesso - Sobradinho (BR-116) - Posse (BR-040) – Pedro do Rio (BR- 390,5
040) -Avelar – Maçambará (BR-393)
BR-484 Colatina - Itaguaçu - Afonso Cláudio - Guaçuí - São José do Calçado - Bom Jesus do
343,0
Itabapoana – Itaperuna
Fonte: Ministério dos Transportes - 2001 e 2002
Tabela 4 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Malha Rodoviária Estadual (km), 2000 a 2002
Situação Física 2000 2001 2002
Planejada 87,1 78,8 78,8
Pavimentada 351,3 432,6 432,6
Não pavimentada – leito natural 486,6 419,9 419,9
Implantada 34,3 22,5 22,5
Total 959,3 953,8 953,8
Nota: Observa-se que entre 2001 e 2002 não houve alterações nos dados. Fonte: CIDE
906 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
1.2.2 Transporte Aéreo
Existem três aeroportos nas Regiões Noroeste e Norte Fluminense, um localizado em Cam-
pos dos Goytacazes, o outro em Macaé e um o mais novo, em Itaperuna. Estes aeroportos
oferecem serviços comerciais atendidos a partir de aeroportos da cidade do Rio de Janeiro.
Este aeroporto está localizado numa área de 957.347,97 m², nas margens da BR-101, no
trecho que liga Campos a Vitória.
Tabela 6 – Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Movimento Operacional, 2002
a 2008
Aeronaves Carga Aérea Passageiros
Ano Quantidade Ano Quantidade Ano Quantidade
2002 5.949 2002 346.743 2002 18.535
2003 5.518 2003 337.448 2003 16.263
2004 4.331 2004 303.491 2004 13.258
2005 4.253 2005 283.234 2005 10.720
2006 3.477 2006 151.257 2006 8.231
2007 3.517 2007 157.661 2007 7.075
2008 4.316 2008 156.286 2008 5.908
Fonte: INFRAERO
Aeroporto de Macaé
Nos anos 50, existia na cidade de Macaé um campo de aviação localizado junto à praia,
com pista que permitia apenas o pouso de aeronaves militares em treinamento. A década de
60 mostrou a necessidade de evolução, e nascia assim o Aeroclube e o atual sítio aeropor-
tuário, ainda com pista de terra.
Com o advento da exploração do petróleo offshore, nos anos 80, a pista de terra foi cober-
ta por asfalto. Foi construído um pátio de estacionamento de aeronaves e um terminal de
passageiros com 900,00 m², para permitir o movimento de 135.000 passageiros ao ano para
o vôo de helicópteros. O aeroporto, que nasceu a 6 km da cidade, foi sendo envolvido pela
população.
O aeroporto de Macaé dispõe atualmente pista pavimentada com 1.500 metros de asfalto e
sistema de rádio-navegação. Mantém grande tráfego aéreo de helicópteros podendo rece-
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 907
ber aeronaves de médio porte. A pista é utilizada pela Petrobrás e, em 2006, já havia 79
vôos diários.
O Aeroporto de Macaé é hoje a maior base de apoio a exploração de petróleo nacional, mo-
vimentando acima de 60.000 pousos e decolagens e recebendo acima de 400.000 passa-
geiros anualmente em suas dependências. Destes números, 98% referem-se à atividade
"offshore".
Atualmente, Macaé se constitui na área com o segundo maior tráfego aéreo de helicópteros
do país, sendo superada apenas por São Paulo.
Imbetiba
O Terminal de Imbetiba é atualmente responsável por cerca de 440 atracações por mês,
sendo que o mesmo conta com 3 píers e 6 berços (vagas) e movimenta em média 49,020
toneladas de carga de convés por mês, sendo o seu funcionamento é continuo, 24 horas por
dia e 07 dias por semana.
Considerado o principal terminal portuário da Bacia de Campos, apóia cerca de 140 embar-
cações de diversas atividades de transporte como: transporte de cargas gerais, graneis lí-
quidos e sólidos, manuseio de ancoras, recolhimento de óleo no mar e combate a incêndio.
O terminal de Imbetiba conta também com um Centro de Distribuição de cargas situado cer-
ca de 13 Km do Píer, sendo que o mesmo dispõe de uma área de armazenamento aberta
de 180.000m² e de uma área coberta de 21.600m².
Superporto do Açu
Segundo dados da LLX, empresa responsável pela construção do porto localizado no muni-
cípio de São João da Barra, o Complexo Portuário do Açu é um dos maiores investimentos
do Brasil no setor portuário.
Próximo aos campos de petróleo offshore das bacias de Campos, Santos e do Espírito San-
to e com fácil acesso para as regiões mais desenvolvidas do Brasil, o Superporto do Açu se
propõe servir de centro logístico de exportação e importação para as Regiões Centro-Oeste
e Sudeste do Brasil.
O Superporto do Açu terá seis píeres para movimentação de granéis e quatro para movi-
mentação de carga geral e embarcações de apoio à atividades offshore.
Com profundidade de 18,5 m., Açu permitirá a atracação de navios Capesize, com capaci-
dade de até 220.000 t., assim como a nova geração dos navios superconteiners com capa-
cidade de até 11.000 TEUs (conteiner padrão de 20 pés - 6,0 m - de comprimento).
Figura 1 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Esquema Piers do Porto do Açu
O Superporto do Açu também possui retroárea com 7.800 ha, projetada para abrigar um
inovador pólo industrial de grande capacidade, que incluirá um terminal para minério de fer-
ro, plantas de pelotização, usinas termoelétricas, um complexo siderúrgico e um pólo metal-
mecânico.
Figura 2 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Esquema de Funcionamento em Planta
do Porto do Açu
A Petrobrás conta com 39 campos de petróleo na Bacia de Campos, que garantem mais de
80% da produção nacional. Esses campos, batizados com nomes de peixes da costa flumi-
nense, contem reservas de óleo equivalente da ordem de 9,7 bilhões de barris. Eles se es-
palham por uma área de 115.000 km2, em profundidade d'água de até 3.400 m. Além das
plataformas e navios, a região da Bacia de Campos conta também com uma complexa rede
de produção e escoamento que compreende cerca de 4.200 km. de dutos submarinos. Parte
da produção é escoada por dutovias, desde as plataformas até o terminal de Cabiúnas, pró-
ximo de Macaé, e daí até as refinarias de Duque de Caxias (REDUC) no Rio de Janeiro e
Gabriel Passos (REGAP) em Minas Gerais. O restante da produção é transferida por navios
para os teminais de Madre de Deus (BA), de Ilha Grande (RJ), de São Sebastião (SP), de
São Francisco do Sul (SC) e Tramandaí (RS).
A região também é atravessada pelo gasoduto Macaé – Campos (GASCAM). Esse gasodu-
to foi construído pela Petrobrás com o objetivo de transportar gás natural de Macaé até
Campos, atravessando os municípios de Quissamã e Carapebus.
Outros gasodutos existentes na área são o GASCABO e o GASDUC que ligam Macaé a
Arraial do Cabo e Duque de Caxias (REDUC), respectivamente. Além destes, encontra-se
presente o GASCAB I, que liga as instalações da Petrobrás em Ponto A – Barra do Furado a
Estação de Cabiúnas.
Encontra-se em fase de instalação o mineroduto da MMX, que corresponde ao Sistema Mi-
nas-Rio da Anglo Ferrous Brazil-MMX, composto de jazidas e lavra de minério de ferro situ-
adas em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, em Minas Gerais, e o seu escoa-
mento até o Complexo Portuário do Açu, no município de São João da Barra (PIRES, 2009,
p. 55).
Mapa 4 - Região Norte Fluminense, Mineroduto de Conceição do Mato Dentro/MG - São João
da Barra/RJ
A área sedimentar, conhecida pelo nome de Bacia de Campos, tem cerca de 100 mil quilô-
metros quadrados, abrangendo uma área terrestre e marítima que se estende do estado do
Espírito Santo (próximo a Vitória) até Arraial do Cabo, no litoral norte do Estado do Rio de
Janeiro.
O setor energético fluminense foi impulsionado por uma série de ações, projetos e incenti-
vos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que tiveram papel fundamental na diversifica-
ção da matriz energética brasileira. Afinal, ao longo do período1999-2006, foram viabilizados
e implantados diversos projetos voltados para o aumento da geração de energia elétrica,
como PCHs, termelétricas, cogeração, energia solar, além de novas linhas de transmissão,
com impacto positivo na sua infraestrutura e na economia fluminense.
O setor elétrico fluminense foi reabilitado nos últimos doze anos, já que o Rio de Janeiro
saiu de uma situação de depender e importar 60% de sua energia de outros estados, possu-
indo em 1998, somente 2.400 MW de capacidade de geração elétrica instalada, para uma
geração instalada superior a 6.000 MW, registrando um excedente de geração local de 20%
que pode ser despachado (exportado) para o restante do país. Do ponto de vista da univer-
salização no atendimento de energia elétrica, o Estado é líder nacional, por ter sido o primei-
ro a conquistar a universalização, no final de 2007, contabilizando-se nos últimos oito anos
quase 200 mil cidadãos fluminenses que passaram a ter acesso à energia elétrica e foram
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 913
potencializados, em simultaneidade, economicamente por programas de geração de renda
no interior.
Quanto ao gás natural, este já representa elevada participação da matriz energética do Es-
tado, enquanto, no restante do país, a sua participação ainda é pouco significativa. Com o
uso do gás em segmentos como geração, cogeração, GNV, industrial, petroquímica e resi-
dencial, a liderança do Rio é absoluta no País. Com o programa de incentivo à interioriza-
ção, o gás natural já chegava a 42 municípios, em 2008. Vale lembrar que, em 1998, o gás
natural só se atinha a um município, que era a capital.
2.1.1 Petróleo
2.1.1.2 Reservas
A descoberta de campos de petróleo na Bacia de Campos, ao longo das últimas duas déca-
das proporcionou um crescimento acelerado das reservas de petróleo no Estado do Rio de
Janeiro e, por conseguinte, no Brasil, conforme mostra a Tabela a seguir. No período de
1980 a 2002, as reservas provadas de petróleo cresceram, em média anual, 12,5% no Esta-
do e 9,4% no País. No ano de 2002, as reservas provadas de petróleo em território flumi-
nense atingiram a marca de 1.300 milhões de m³, ou 83,3% das reservas totais do País.
6 3 1
Tabela 10 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (10 m ), Evolução das Reservas Provadas de
Petróleo, 1980 a 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 217 97 44,9
1981 254 127 49,8
1982 295 156 52,9
1983 338 182 53,7
1984 378 211 55,7
1
Utiliza-se aqui o conceito de reserva provada para probabilidade de 90% de a reserva ser maior ou igual ao
valor apresentado no Tabela (ou reserva P90). Esta definição está conforme a Portaria ANP N-o 009 de 21 de
janeiro de 2000.
914 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1985 422 252 59,7
1986 462 294 63,6
1987 479 313 65,4
1988 771 599 77,7
1989 769 601 78,1
1990 718 558 77,8
1991 766 609 79,4
1992 789 615 77,9
1993 792 615 77,6
1994 854 703 82,2
1995 989 832 84,1
1996 1.062 906 85,3
1997 1.130 978 86,6
1998 1.170 1.012 86,5
1999 1.296 1.129 87,1
2000 1.346 1.173 86,8
2001 1.351 1.173 86,8
2002 1.560 1.300 83,3
Fonte: ANP para os anos de 1999 a 2002 e Petrobrás para os anteriores.
2.1.1.3 Produção
A produção anual de petróleo no Estado do Rio de Janeiro era de apenas 1,7 milhões de m³
(29 mil barris/dia) em 1980, tendo evoluído para 23,1 milhões de m³ (399,3 mil barris/dia) em
1990, e atingido 68,8 milhões de m³ (1.187 mil barris/dia), em 2002. Atualmente, o Estado
do Rio de Janeiro é auto-suficiente em produção de petróleo e seus derivados. Sua produ-
ção de petróleo representa 81,6% do total do País. De acordo com a Tabela seguinte, a taxa
de crescimento anual da produção do Estado, no período de 1980 a 2002, foi de 18,4%,
enquanto que para o Brasil esta taxa foi de 9,9%.
A vida útil das reservas - determinada pela relação entre as reservas provadas e a produção
de petróleo, em 2002, era de 18,9 anos no Estado do Rio de Janeiro e de 18,5 anos para o
Brasil.
6
Tabela 11 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (10 m³), Evolução da Produção de Petróleo,
1980 a 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 10.562 1.663 15,7
1981 12.384 3.130 25,3
1982 15.080 5.371 35,6
1983 19.141 8.432 44,1
1984 26.839 14.489 54,0
1985 31.710 19.227 60,6
1986 33.200 20.239 61,0
1987 32.829 19.938 60,7
1988 32.237 18.853 58,5
1989 34.543 20.386 59,0
1990 36.588 23.171 63,3
1991 36.146 23.486 65,0
1992 36.411 23.197 63,7
Pré – Sal
Os primeiros resultados apontam para volumes muito expressivos. Para se ter uma idéia, só
a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8
bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o poço de Guará, também na Bacia
de Santos, tem volumes de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural, com
densidade em torno de 30º API.
Com base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há dúvida sobre a
viabilidade técnica e econômica do desenvolvimento comercial das acumulações descober-
tas. Os estudos técnicos já feitos para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobiliza-
ção de recursos de serviços e equipamentos especializados e de logística, permitem garan-
tir o sucesso de sua exploração. Algumas etapas importantes dessa tarefa já foram venci-
das: em maio deste ano a Petrobrás iniciou o teste de longa duração da área de Tupi, com
capacidade para processar até 30 mil barris diários de petróleo. Em fevereiro de 2010, a
Petrobrás comunicou a descoberta de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos, no campo
da Albacora.
2.1.1.4 Refino
A integração das várias refinarias nacionais faz com que o Estado do Rio de Janeiro seja um
eixo central de dutos e tancagem do País, e um centro exportador de derivados, não só para
as demais regiões como para o exterior.
• O Terminal da Baía de Ilha Grande, localizado em Angra dos Reis, Rio de Janei-
ro, é constituído de pier de atracação com dois berços para navios com capaci-
dade de até 500.000 tpb, parque de armazenamento com 1.000.000 m³ e um o-
leoduto interligando-o à Ilha d’Água, abastecendo a REDUC e a REGAP. Ele
também atua como entreposto, abastecendo de petróleo outras refinarias com
emprego de navios de menor porte.
2
Converte óleos destilados pesados em frações leves de maior valor comercial, tais como gás liqüefeito de pe-
tróleo e nafta de alto índice de octanagem.
3
Produz a partir de naftas pesadas de baixa qualidade, gasolina de alto poder antidetonante de elevado teor de
aromáticos.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 917
2.1.2 Gás Natural
2.1.2.1 Reservas
As reservas de gás natural do Estado do Rio de Janeiro são do tipo associado ao petróleo, e
estão situadas na Bacia de Campos. De acordo com o Tabela a seguir, no período de 1980
a 2002, as reservas provadas de gás natural do Estado cresceram na média de 10,2% ao
ano, contra 6,8% ao ano do País, tendo alcançado o patamar de 114.852 milhões de m³, em
2002, que constituem 48,5% das reservas do País.
6 4
Tabela 12 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (10 m³), Evolução das Reservas Provadas de
Gás Natural, 1980 - 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 56.210 13.675 24,3
1981 66.770 19.290 28,9
1982 80.349 25.952 32,3
1983 95.993 32.600 34,0
1984 99.048 35.407 35,7
1985 110.375 40.694 36,9
1986 115.029 45.125 39,2
1987 123.153 47.530 38,6
1988 176.769 69.918 39,6
1989 182.643 68.012 37,2
1990 172.019 65.073 37,8
1991 181.523 70.726 39,0
1992 192.534 70.690 36,7
1993 191.071 64.597 33,8
1994 198.761 73.654 37,1
1995 207.964 82.924 39,9
1996 223.562 88.687 39,7
1997 227.650 94.203 41,4
1998 225.944 94.419 41,8
1999 231.233 104.904 45,4
2000 220.999 103.515 46,8
2001 222.731 106.246 47,7
2002 236.592 114.852 48,5
Fonte: ANP para os anos de 1999 a 2002 e Petrobrás para os anteriores
2.1.2.2 Produção
A produção de gás natural no Estado do Rio de Janeiro iniciou-se em 1978, porém só a par-
tir de 1980 ele passou a ser aproveitado, inicialmente, como combustível nas plataformas. A
partir de 1983, o gás natural passou a ser utilizado pela CEG para produção de gás manufa-
turado, em substituição à nafta e, a partir de 1984, passou a ser consumido no setor indus-
trial fluminense, distribuído pela CEG e PETROBRÁS. Atualmente o gás também já é con-
sumido nos setores de transportes, serviços, residencial, para a autoprodução de eletricida-
de e geração termoelétrica em centrais elétricas de serviço público. Em 2002, a produção
fluminense de gás natural foi de 6.886 milhões de m³, representando 44,2% da produção
nacional (15.568 milhões de m³). Considerando o período de 1980 a 2002, a produção do
Estado cresceu, na média, 18,1% ao ano, superior à produção nacional que cresceu, na
média, 9,3% ao ano, conforme a Tabela seguinte.
4
Utiliza-se aqui o conceito de reserva provada para probabilidade de 90% de a reserva ser maior ou igual ao
valor apresentado no Tabela (ou reserva P90). Esta definição está conforme a Portaria ANP N-o 009 de 21 de
janeiro de 2000.
918 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
A relação entre reservas provadas e produção de gás natural sofreu pequenas variações no
período analisado, à exceção do ano de 1980, quando a produção de gás natural era míni-
ma na Bacia de Campos. Em 2002, a relação indicou uma vida útil para as reservas prova-
das do Estado em torno de 16,7 anos.
Da produção de gás natural, parte foi reinjetada (2,5%), parte foi utilizada para o consumo
próprio da Petrobrás (22,1%) e para a autoprodução de energia elétrica (7,0%), e a parcela
de 44,2% foi destinada à comercialização, sendo enviada ao continente através de gasodu-
tos, para ser processada nas unidades de Cabiúnas (Macaé) e REDUC (Duque de Caxias).
6
Tabela 13 – Brasil e Estado do rio de Janeiro (10 m³), Evolução da Produção de Gás Natural,
1980 a 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 2.205 177 8,0
1981 2.490 320 12,9
1982 3.066 555 18,1
1983 4.014 918 22,9
1984 4.881 473 30,2
1985 5.474 1.932 35,3
1986 5.713 2.119 37,1
1987 5.937 2.332 39,3
1988 5.857 2.330 39,8
1989 6.091 2.389 39,2
1990 6.279 2.584 41,2
1991 6.599 2.757 41,8
1992 6.973 2.773 39,8
1993 7.355 2.842 38,6
1994 7.712 2.893 37,5
1995 8.046 3.165 39,3
1996 9.167 3.577 39,0
1997 9.825 3.876 39,5
1998 10.784 4.544 42,1
1999 11.855 5.528 46,6
2000 13.283 5.721 43,1
2001 13.998 5.968 42,6
2002 15.568 6.886 44,2
Fonte: ANP para os anos de 1999 a 2002 e Petrobrás para os anteriores.
2.1.2.3 Processamento
5
A finalidade das unidades de processamento é retirar as frações mais pesadas do gás natural (propano, buta-
no, pentano e hexano) que se condensam em forma de gás liquefeito de petróleo (GLP) e C5 + gasolina “natu-
ral”. O restante do gás natural que não se liquefaz é rico em metano e etano.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 919
Cabo e Cabo Frio. O C5+ é enviado para a REDUC misturado à carga processada de petró-
leo.
Na REDUC estão instaladas duas UPGN‘s, com capacidade de processar 4.900 mil m³/dia
de gás natural cada uma, que abastecem o mercado fluminense e são exportados para os
estados de São Paulo e Minas Gerais.
2.1.2.4 Distribuição
A distribuição de gás canalizado (gás natural e gás manufaturado) no Estado do Rio de Ja-
neiro atravessou um processo de reestruturação no ano de 1997, com a privatização do se-
tor e a solução do conflito nas relações entre os agentes envolvidos na atividade. Tal confli-
to, existente desde o início da distribuição de gás natural no Estado, foi acirrado após a
promulgação da Constituição Federal de 1998, que ao estabelecer o monopólio estadual
sobre a distribuição de gás canalizado, deu legitimidade tão somente à atuação da Compa-
nhia Estadual de Gás – CEG (atualmente Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janei-
ro), à época concessionária estadual, não obstante a forte presença da Petrobrás na distri-
buição de gás natural no Estado.
Cabe lembrar que a Petrobrás detinha em 1996, 80% das vendas de gás natural ao merca-
do industrial fluminense, através do atendimento direto de 20 indústrias situadas nos muni-
cípios do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Volta
Redonda, Barra Mansa e Piraí.
A primeira etapa desta reformulação ocorreu em janeiro de 1997, com a criação da RIOGAS
(atualmente CEG-Rio), provisoriamente como empresa estadual, nos moldes de uma socie-
dade entre o Governo Estadual e a Petrobrás, que reteve 25% do capital total por intermédio
de sua subsidiária BR Distribuidora.
A CEG possui uma rede de distribuição de 2.246 km. A companhia recebe o gás natural da
Petrobrás em um “city gate” na estação de armazenamento de gás, na Rodovia Washington
Luiz, em frente à REDUC. A empresa distribui três tipos de gases, quais sejam: o gás natu-
ral, o gás manufaturado e o GLP. O gás natural (9.400 kcal/Nm³) está sendo distribuído no
sistema de gasodutos mais novos. No sistema antigo, que está sendo convertido para gás
natural, distribui-se o gás manufaturado, de médio poder calorífico (3.900 kcal/Nm³), fabrica-
do pela CEG a partir do gás natural e, em situações de emergência, da nafta. Em algumas
No curto prazo está prevista a expansão da rede de gás natural existente nos municípios de
Resende, Barra Mansa e Campos dos Goytacazes, em médio prazo deverão ser implanta-
das redes de distribuição nos municípios de Itaboraí, Piraí, Barra do Piraí, São Gonçalo e
Niterói e, a longo prazo projeta-se a construção de gasodutos visando atender os municípios
de Itatiaia, Cantagalo, Três Rios, Nova Friburgo, Valença, Petrópolis, Teresópolis e Santo
Antônio de Pádua.
As centrais geradoras de energia elétrica do Estado do Rio de Janeiro têm capacidade no-
minal instalada total de 5.099,4 MW, conforme ilustra a Tabela a seguir. Em 1999, a capaci-
dade nominal instalada no Estado era de 2.511,4 MW, o que representa uma expansão de
aproximadamente 100% na capacidade instalada no período de apenas 3 anos.
Do total atual, 38,6% pertencem a ELETRONUCLEAR (1.966 MW), 18,4% a LIGHT (940
MW), 17,6% a EL PASO (900 MW), 16,6% a FURNAS (846 MW), 7,4% a SFE – ELETRO-
BOLT, 1,2% a AMPLA (antiga CERJ) (60 MW) e 0,2% a CENF (8,4 MW). Quanto ao tipo de
usina, vemos no Tabela a seguir, que 38,6% da capacidade instalada é de origem termonu-
clear (1.966,0 MW), 37,41% térmica convencional (1.909 MW) e 24,0% hidrelétrica (1.224,4
MW).
1
Tabela 14 – Estado do Rio de Janeiro , Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002
Usinas Empresa Potência (MW) Município
Hidrelétricas 1.224,4
Funil FURNAS 216,0 Itatiaia
Nilo Peçanha LIGHT 380,0 Piraí
Pereira Passos LIGHT 100,0 Piraí
Nilo Peçanha LIGHT 132,0 Piraí
Ilha dos Pombos LIGHT 164,0 Carmo
Santa Branca LIGHT 164,0 Santa Branca - SP
Areal AMPLA 20,0 Três Rios
Macabu AMPLA 17,5 Macaé
45,000%
40,000%
35,000%
30,000%
25,000%
Série1
20,000%
15,000%
10,000%
5,000%
0,000%
LIGHT SFE EL PASO CENF ELETRONUCLEAR FURNAS
24%
37%
HIDRELÉTRICAS
TÉRMICAS NUCLEARES
TÉRMICAS CONVENCIONAIS
39%
FURNAS, empresa federal de âmbito regional, não possui consumidores finais, e comple-
menta os mercados das concessionárias que atuam no Estado com a energia gerada em
suas próprias usinas, ou com repasses da energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu, através
de seu sistema de transmissão. Em 2002, as usinas de FURNAS situadas no Estado gera-
ram 2.787 GWh de eletricidade, o que equivale a 11,4% da geração total do Estado.
Embora o total gerado pelas concessionárias no Estado tenha crescido 87,1% no período
entre 1999 e 2002 e apesar de uma redução de aproximadamente 7% no consumo entre os
anos de 1999 e 2002, a geração de eletricidade estadual não foi suficiente para atender as
necessidades fluminenses, tendo sido importados 31,6% da eletricidade consumida na área
de atuação das mesmas, considerando-se as perdas na transmissão e distribuição, valor
bastante inferior aos 66,5% importados em 1999.
Tabela 15 – Estado do rio de Janeiro, Geração Bruta de Energia Elétrica por Empresa e Tipo de
Usina – Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002
Concessionária / Tipo de Usina GWh
Empresa
ELETRONUCLEAR 13.837
LIGHT 4.601
FURNAS 2.787
EL PASO 2.573
SFE-ELETROBOLT 290
AMPLA 224
CENF 45
Tipo de Usina
Hidrelétrica 5.681
Térmica Convencional 4.839
Termonuclear 13.837
Total 24.357
Fonte: Balanço Energético do Estado do Rio 2000-2002.
924 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 16 – Estado do Rio de Janeiro, Comparação entre a Geração Bruta e a Demanda de E-
(1
nergia Elétrica ), 2002
Concessionária Consumo Total (GWh) Auto-atendimento
Geração (GWh) (a)
de Distribuição Consumo Perdas Total (b) (a)/(b) (%)
LIGHT ² 4.601 19.717 5.454 25.171 18,3
AMPLA 224 6.784 1.444 8.228 2,7
CENF 45 268 24 292 15,3
Total do Estado¹ 24.357 28.667 6.922 35.589 68,4
Nota: (1) O Tabela não considera a revenda e a autoprodução de energia;
(2) A geração e o consumo da LIGHT incorporam a energia destinada ao bombeamento nas usinas elevatórias
de Vigário e Santa Cecília;
(3) Inclui a geração, o consumo próprio e as perdas das geradoras de LIGHT, AMPLA, CENF, FURNAS, ELE-
TRONUCLEAR, EL PASO e SFE - ELETROBOLT.
Fonte: Balanço Energético do Estado do Rio 2000-2002.
Tabela 17 – Estado do Rio de Janeiro, Consumo Setorial de Energia Elétrica por Concessioná-
ria de Distribuição e Consumo Total Incluindo Autoprodução, 2002
LIGHT CERJ CENF TOTAL
Setores
GWh % GWh % GWh % GWh %
Consumo Final 19.717 100 6.784 100 268 100 32.589 100
Energético 71 0,4 14 0,2 0 0,1 4.223 13,0
Residencial 6.354 32,2 2.667 39,3 118 43,9 9.139 28,0
Comercial 5.117 26,0 1.336 19,7 53 20,0 6.516 20,0
Público 2.784 14,1 846 12,5 31 11,7 3.662 11,2
Agropecuário 39 0,2 192 2,8 7 2,5 238 0,7
Industrial 5.351 27,1 1.729 25,5 58 21,8 8.812 27,0
Nota: (*) O consumo total inclui a autoprodução de energia elétrica no Estado e o consumo próprio
das geradoras de LIGHT, AMPLA, CENF, FURNAS, ELETRONUCLEAR, EL PASO e SFE - ELE-
TROBOLT.
Fonte: Balanço Energético do Estado do Rio 2000-2002.
Cabe destacar também o perfil da autoprodução de energia elétrica no Estado do Rio de
Janeiro, que se caracteriza por sua origem exclusivamente térmica, e por se concentrar em
grande parte no setor energético, responsável por 57,1% do total autoproduzido em 2002,
conforme a Tabela a seguir. Destacam-se, como pólos autoprodutores do setor energético,
o complexo petrolífero localizado na Bacia de Campos, e as refinarias de petróleo, respon-
sáveis respectivamente por 46,4% e 9,3% da energia elétrica autoproduzida no Estado em
2002.
Há que se destacar que em 1999 estes valores eram, respectivamente, 77,8% e 11,5%, e a
redução de sua participação deve-se à entrada em operação de uma autogeração na Com-
panhia Siderúrgica Nacional – CSN que hoje responde por 37 % da energia elétrica auto-
produzida no Estado.
O Estado do Rio de Janeiro produz carvão mineral, e nem possui potenciais capazes de
suprir a sua demanda atual. Todas as suas necessidades de consumo são atendidas a partir
de importações que chegam ao Estado pelo Porto de Sepetiba e futuramente pelo Porto do
Açu.
O consumo de carvão energético ocorre do Estado do Rio de Janeiro nas indústrias cimen-
teiras – localizadas nos municípios de Cantagalo e Volta Redonda, normalmente consumido
sob a forma de combustível nos fornos. No período recente, esta indústria, que apresenta
flexibilidade para adoção de combustíveis em seus fornos, vem consumindo coque de petró-
leo importado e no ano de 2002 não se verificou o consumo de carvão energético no Esta-
do.
Para ser consumido, este tipo de carvão deve ser submetido a um processo denominado
coqueificação6, que visa produzir o coque. Este insumo atua, no processo siderúrgico, como
redutor do minério de ferro nos altos fornos para produzir ferro-gusa, e fornece parte da e-
nergia necessária ao processo de redução e liquefação do ferro, e a sinterização.
6
Destilação seca do carvão, mediante o aquecimento do mesmo a uma temperatura de cerca de 1.000oC,
quando se separam as matérias voláteis da fração sólida.
926 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
2.1.6 Produtos da Cana-de-açúcar
No ano de 2002, a produção Fluminense de álcool etílico (anidro e hidratado) foi de 106,6
mil m³, 70% superior a produção do ano anterior, ao passo que o consumo estadual em
2002 situou-se em 719,7 mil m³. A participação da produção estadual no consumo de álcool
etílico, em 2002, foi 14,8%. Cabe lembrar que, durante os anos 80, a produção estadual de
álcool etílico chegou a apresentar cerca de um terço do consumo estadual.
A participação Fluminense na produção nacional de álcool etílico tem sido modesta, atingin-
do, em 2002, apenas 0,85% do total de 12.588 mil m³ produzidos no país.
No ano de 2002, a produção Fluminense de bagaço foi estimada em 1.502,5 mil toneladas.
Este considerável volume de biomassa foi praticamente consumido pelo setor sucroalcoolei-
ro, sendo uma parcela inferior a 6,4% não aproveitada, e o restante utilizado pelas próprias
usinas e destilarias como fonte de calor para a produção de açúcar (68,5%), álcool (21,3%)
e energia elétrica (3,8%).
A produção de lenha no Estado do Rio de Janeiro resulta da exploração predatória das flo-
restas nativas remanescentes e de florestas plantadas. Entretanto, a exploração de florestas
nativas sofre atualmente, enormes restrições, tanto pelo esgotamento dos recursos flores-
tais, como pelas pressões da sociedade civil e repressão dos órgãos estaduais de defesa do
meio ambiente, em função dos danos ecológicos.
2.2 Análise Energética das Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Pode-se salientar ainda na Região a implantação da Usina Termelétrica (UTE) Porto do Açu
Energia S.A., a primeira dentre duas previstas para ali se instalarem.
A UTE irá utilizar o carvão como combustível para a geração de 2.100 MW de energia, por
meio de 3 conjuntos geradores de 700 MW cada. A UTE atenderá ao Sistema Interligado
Brasileiro, entre os quais os consumidores internos do Porto do Açu.
Sua instalação está prevista para um terreno de 239 ha dentro da Fazenda Caruara, no mu-
nicípio de São João da Barra, Região Norte Fluminense, RJ, sendo a previsão de operação
52 meses após a concessão das licenças de implantação pelo INEA (previsão ano de 2013).
928 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
2.2.2 Consumo de Energia
A Região Norte Fluminense, com população correspondente a 2,1% e 21,3% do PIB do Es-
tado do Rio de Janeiro, respondeu por 17,3% do consumo final do, Estado em 2002. No que
se refere ao consumo por setores, destacou-se o energético (indústria do petróleo), respon-
sável por 73,3% do consumo final da Região. A eletricidade (17,8%), os derivados de petró-
leo (21,4%), gás natural (46,5%) e bagaço de cana (11,1%) são as fontes energéticas mais
utilizadas na Região.
Tabela 21 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Consumo Final de Energia, População e PIB,
2002
Consumo População PIB
Regiões
10¹ tep % 10¹ hab % 10¨6 R$ %
Norte Fluminense 2.516 17,3 305 2,1 35.739 21,3
Noroeste Fluminense 142 1,0 715 4,9 1.155 0,7
Total 2.658 18,3 1.020 7,0 36.894 22,0
Fonte: A partir do Banco de Dados Municipais - Centro de Informação e Dados do Rio de Janeiro -
FUNDAÇÃO CIDE 2004 para PIB e População por região e IBGE 2003 para crescimento da popula-
ção em 2002.
Gráfico 3 - Região Norte Fluminense, Consumo Final de Energia por Setores, 2002
4% 4%
8% 10%
Outros
Industrial
Energético
Transportes
Residencial
74%
8%
9%
30%
Residencial
9%
Transportes
Outros
Agropecuário
Industrial
44%
Sempre que se vendia a concessão de uma área, ou que se vendia uma concessionária,
fazia-se um leilão logo em seguida para se criar uma empresa espelho. As telecomunica-
ções nessa primeira década do século XXI são caracterizadas também pela explosão da
demanda e a explosão da oferta, com a grande participação de ambos os lados, das linhas
de transmissão de dados. Essa explosão do mercado é reforçada pela utilização da tecnolo-
gia de fibras óticas, cujos preços desabaram com os dos computadores. A fibra ótica tem o
preço vertiginosamente reduzido desde sua recente introdução, e substitui com uma enorme
vantagem as redes de fios de cobre. Substitui também as redes de microondas e os satéli-
tes. O sistema global de comunicações de voz e dados entre continentes, entre todos os
países, todas as grandes cidades, as capitais e centros de consumo, brasileiros ou interna-
cionais, hoje se faz essencialmente por cabos de fibra óptica. Os cabos submarinos usam
fibra óptica e continuam sendo lançados com velocidade crescente. As estradas e as linhas
de transmissão de energia elétrica reúnem condições favoráveis para que se distribuam ao
longo delas cabos de fibra óptica. As concessionárias de serviços rodoviários no Brasil e as
empresas de energia elétrica cedem por bom preço o direito de empresas de telecomunica-
ções utilizarem os cabos de fibras óticas distribuídas ao longo da estrada ou da linha de
transmissão.
Enquanto isso surge a Internet, que dispensa comentários ou explicações. A partir do fim
dos anos de 1960 e começo dos anos de 1970, a Agência Americana de Defesa lançou um
projeto chamado Arpa que resultou na Arpanet, rede precursora da Internet, graças à parti-
cipação destacada de dois professores americanos, Kleinrock e Vincent Cerf. Desde seu
lançamento, a internet só cresceu, sem restrições, e está disponível em todo o mundo. A
novidade da primeira década do século XXI é o oferecimento de conexões grátis, sem taxa
mensal para acesso à rede. Graças à Internet, é possível, a partir de um PC ou de uma es-
tação de trabalho, ter acesso a um potencial imenso de computação situado em qualquer
lugar do mundo, com muita condição de economia de escala, porque esses recursos de
computação, conectados e acessíveis pela internet, podem ser compartilhados entre muitos
usuários sem que seja necessária a proximidade física de uma super-máquina centralizada.
É como se um grande computador fosse agora distribuído em um grande número de pontos
A estrutura física da Rede Rio tem o formato de um pentágono, cujos vértices são a UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro), o CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas),
a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica/RJ), a FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz) e a
TELEMAR/RJ.
As demais instituições estão hoje ligadas por circuitos digitais em diferentes velocidades, a
grande maioria sendo de circuitos fornecidos pela TELEMAR.
Há diversas ligações sendo feitas via rádio e por via fibra ótica também.
A Rede Rio tem pontos de presença na região serrana, utilizando as instalações do LNCC
(Laboratório Nacional de Computação Científica), em Petrópolis - interligado hoje a 2 Mbit/s;
em Niterói, utilizando as instalações da UFF (Universidade Federal Fluminense) - interligada
hoje a 34 Mbit/s; em Campos, nas instalações da UENF (Universidade Estadual do Norte
Fluminense), interligada a 6 Mbit/s; e em Vila Seropédica, nas instalações da UFRRJ (Uni-
versidade Federal Rural do Rio de Janeiro), interligada a 2 Mbit/s.
O canal internacional da Rede Rio, hoje instalado no CBPF, é de 155 Mbit/s embora uma
licitação para 310 Mbit/s esteja em andamento para atender futuras demandas da Rede Rio
e de cerca de 100 instituições e 600 mil usuários.
Tabela 24 – Brasil e Estados, Acessos Totais por UF (TV a Cabo, DTH e MMDS)
Acessos (Milhares), Total de 2006, Variações Trimestrais 2008 e 2009
UF 2006 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 ∆Trim
São Paulo 1.843 2.353 2.466 2.637 2.747 2.852 2.963 3.092 3.158 2,1%
Rio de Janeiro 704 795 826 851 874 908 941 981 1.118 14,0%
Minas Gerais 372 441 467 490 506 529 549 570 635 11,4%
Rio Grande do Sul 352 405 428 457 474 493 507 521 539 3,6%
Paraná 244 291 309 326 337 352 358 370 378 2,2%
Santa Catarina 185 199 221 227 234 241 251 262 273 4,0%
Distrito Federal 125 155 168 175 180 186 193 199 202 1,4%
Fonte: Anatel
Gráfico 6 – Brasil, Evolução dos Telefones de Uso Público (número de telefones instalados),
1995 – 2005
Fonte: Anatel
Ao se comparar a situação do estado do Rio de Janeiro com o restante do Brasil, em termos
da variação quantitativa de algum serviço de comunicação específico, nota-se que o Estado
se sobressai em relação país.
Os dados das Tabelas seguintes demonstram a posição privilegiada do Estado no que ser
refere aos serviços de comunicação por telefonia fixa e móvel e acessos aos serviços de
televisão por assinatura.
3.3.2 Infovia-RJ
A Infovia-RJ é uma rede de transmissão de dados em alta velocidade que já levou o acesso
à Internet em banda larga para escolas, hospitais e órgãos públicos de todas as cidades
fluminenses, melhorando a qualidade dos serviços eletrônicos oferecidos à população, pro-
movendo a inclusão digital na capital e no interior, agilizando a troca de informações entre a
sede do governo e as secretarias e órgãos do Estado, estimulando o desenvolvimento eco-
nômico dos municípios.
Vários outros órgãos estão em fase de análise e negociação, a saber: Secretaria de Estado
de Educação (SEE); Secretaria de Estado de Governo (Segov); Secretaria de Estado de
Saúde e Defesa Civil (SESDEC); Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Hu-
manos (SEASDH); Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ); Ministério
Público / Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (MP/PGJ); Agência
Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Me-
troviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp); Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio); Fundação Departa-
mento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER/RJ); Fundação Superin-
tendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla); Instituto de Pesos e Medidas (IPEM); Fundo
Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (RioPrevidência); e Companhia de
Transportes Sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (Rio Trilhos).
Em outubro de 2004, o Proderj lançou, com grande sucesso, uma distribuição Linux temáti-
ca para padronizar as estações de trabalho do governo fluminense, batizada de Livre.RJ,
contendo pacote de automação de escritório e navegador desenvolvidos em Software Livre,
entre outros produtos. Em 2005, foram lançados um CD de instalação do Livre.RJ 1.0 e um
Portal de Software Livre ( www.softwarelivre.rj.gov.br ). Em outubro de 2006, durante o IV
Fórum de Software Livre do Rio de Janeiro, o PRODERJ lançou o CD Livre.RJ versão 2.0,
com novo layout e contendo o Agente Cacic, o OpenOffice 2.0, o repositório da distribuição
no PRODERJ e um software antivírus.
Para que os órgãos clientes do Governo tenham o controle total dos usuários e dados de
suas redes locais e disponham de acesso rápido e seguro à Internet, a autarquia disponibili-
za ainda o CD Box Linux, pacote básico de soluções de segurança de rede desenvolvidas
em código livre e aberto. Doze clientes na administração pública estadual fluminense já es-
tão utilizando a solução, disponível para download no endereço www.softwarelivre.rj.gov.br .
As Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro são atendidas pelas principais
operadoras de telefonia comutável fixa e móvel do país as quais possuem autorização da
Anatel, entre as quais se destacam:
• Claro;
• Oi/Telemar;
• Nextel;
• Tim;
• Vivo;
• Embratel;
• CTBC.
4.1 Conceituação
O levantamento sobre o uso e a cobertura da terra comporta análises e mapeamentos e é
de grande utilidade para o conhecimento da espacialidade, constituindo importante ferra-
menta de planejamento e de orientação à tomada de decisão (IBGE, 2006). Ao descrever as
formas e a dinâmica de ocupação da terra, os estudos também representam instrumento
valioso para a construção de indicadores ambientais e para a avaliação da capacidade de
suporte ambiental, diante dos diferentes manejos empregados na produção, contribuindo
assim para a identificação de alternativas promotoras da sustentabilidade do desenvolvi-
mento. No contexto das mudanças globais, tais levantamentos fornecem subsídios para as
análises e avaliações dos impactos ambientais, os provenientes de desmatamentos ou ain-
da dos inúmeros impactos gerados pelos altos índices de urbanização, dentre outros.
No Brasil, os primeiros trabalhos sobre uso da terra foram efetuados entre as décadas de 30
e 40 do século passado, quando predominaram estudos sobre a colonização e viagens de
reconhecimento como os que se dedicaram à análise da ocupação da Amazônia e também
à análise da colonização do Sul do Brasil. A partir da década de 1950, até a década de
1960, passaram a predominar estudos sobre padrões espaciais, com avaliações a partir de
processos produtivos. Daí se chegou às análises da caracterização de variáveis específicas
da ocupação, como a distribuição de propriedades rurais, análise dos rebanhos, da expan-
são do povoamento, entre outras (IBGE, 2006).
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) coordenou o “Projeto Rio de Janeiro” que consistiu
em estudos multitemáticos do meio físico realizados na escala 1:250.000, entre 1998 e
1999, em todo o Estado do Rio de Janeiro, abrangendo uma área de 44.000km2, Com parte
integrante desse estudo obtiveram-se resultados de Uso e Cobertura do Solo deste Estado.
A metodologia adotada consistiu na análise digital de imagens de satélite, utilizando-se téc-
nicas de sensoriamento remoto e ajustes através de medições com base nas observações
feitas durante as campanhas de campo.
Essa classe refere-se à cobertura vegetal, abrangendo o denominado “pasto sujo”, além de
pastagem plantada. O termo “pasto sujo” refere-se às áreas cobertas por gramíneas (capim-
colonião, capim-gordura, brachiária, entre outras), com infestação de espécies invasoras
herbáceas e sem investimento na formação da pastagem. Esse sistema abrange aquelas
áreas onde houve intervenção humana para uso da terra, descaracterizando a vegetação
primária, ficando essas áreas, quando abandonadas, ficam sujeitas a um processo de rege-
neração natural.
Essa classe representa a maior parte das terras no Estado do Rio de Janeiro, com 56,10%
da área do Estado. Esse percentual elevado de pastagens verificada no Estado decorre da
ocupação do solo fluminense, que resultou de um processo histórico onde as queimadas e o
desmatamento sucederam a uma exploração sem maior planejamento no que diz respeito à
aptidão das terras e ao seu uso. Nas áreas cultivadas com cana-de-açúcar e café, no perío-
do Brasil Colônia, foram desenvolvidas pastagens compostas de algumas espécies herbá-
ceas nativas e gramíneas. Também uma percentagem menor dessa classe é composta de
pastagem plantada, sendo a criação de bovinos e outros, uma atividade importante em mui-
tos municípios do Estado.
Mata
Áreas Urbanas
Essa classe compreende áreas ocupadas por edificações e sistema viário. Engloba todo o
sistema urbano das cidades, municípios, distritos, vilas e vias pavimentadas. Estes ocupam
aproximadamente 1.676km2, o que representa 3,81% da área total do Estado, com a maior
concentração urbana localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Esta classe
ocupa a terceira posição em área no Estado do Rio de Janeiro.
Solo Exposto
Áreas Agrícolas
Vegetação de Restinga
Restingas são faixas alongadas de areia, paralelas à linha de costa, formadas principalmen-
te por sedimentos arenosos transportados e empilhados pelo mar. Essas áreas compreen-
dem ambientes diferenciados, tais como: mangues, brejos, dunas, além de lagoas temporá-
rias e permanentes.
Esta área que representa 1,72% do Estado tem como principais atividades econômicas a
especulação imobiliária e a agricultura.
Corpos d’Água
Os Corpos d’Água, neste trabalho, referem-se ao Oceano Atlântico, a lagoas, lagunas, re-
servatórios, rios e baías e representam 1,70% da área.
Afloramento de Rocha
Campo Inundável
Compreende as áreas planas, baixas e sazonalmente alagadas que aparecem nas cabecei-
ras, em zonas de transbordamento de rio ou próximas a lagos e lagunas. Essa classe pode
ser encontrada, por exemplo, próximo às lagoas de Maricá e Feia. Em geral, apresenta-se
coberta por vegetação higrófila de várzea, e representam cerca de 0,58% do Estado.
Manguezal
Compreende a vegetação litorânea que ocorre na faixa entremarés (situada entre o ponto
mais baixo da maré baixa e o ponto mais alto da maré alta). Apresenta alta densidade de
indivíduos com pouca diversidade de espécies vegetais, em comparação a outros sistemas,
como as florestas tropicais. Os manguezais ocupam 0,30% da área do Estado do Rio de
Janeiro.
Coberturas Arenosas
Salinas
São áreas próximas ao mar, utilizadas para a exploração do sal de cozinha. Apresentam
padrões retangulares resultantes do método de exploração.
Extração de Areia
São áreas de extração de areia e representam apenas 0,005% das áreas do Estado.
Já a Região Noroeste Fluminense é representada por 13 municípios, são eles: Aperibé, Bom
Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Nati-
vidade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai.
Estado 16,6 4,3 15,5 4,2 9,4 44,5 1,2 2,3 0,5 1,3 0,1
Carapebus 0,0 24,5 1,8 0,1 11,2 59,2 0,0 3,2 0,0 0,0 0,0
Campos dos Goytacazes 5,7 8,2 3,5 1,1 48,3 27,9 0,1 4,8 0,4 0,0 0,0
Cardoso Moreira 0,0 0,2 12,1 0,1 15,9 68,8 0,9 1,4 0,5 0,0 0,0
Conceição de Macabu 27,9 0,0 1,6 0,4 3,2 66,4 0,0 0,1 0,4 0,0 0,0
Macaé 31,2 0,8 6,6 1,7 0,6 57,7 0,0 0,8 0,6 0,0 0,1
Quissamã 0,0 36,0 0,2 0,3 37,8 12,9 0,0 12,8 0,0 0,0 0,0
São Francisco de Itabapoana 0,0 20,8 0,9 0,1 64,2 12,2 0,0 1,6 0,0 0,2 0,0
São Fidélis 6,2 0,0 16,9 0,3 1,6 70,5 0,6 2,4 1,7 0,0 0,0
São João da Barra 0,0 76,3 0,0 1,2 15,7 3,1 0,0 3,6 0,0 0,0 0,0
Norte 7,9 18,5 4,8 0,6 22,1 42,1 0,2 3,4 0,4 0,0 0,0
Aperibé 0,0 0,0 4,8 0,9 0,0 89,3 0,0 5,0 0,0 0,1 0,0
Bom Jesus do Itabapoana 0,0 0,0 18,0 0,4 4,2 76,6 0,1 0,6 0,0 0,0 0,0
Cambuci 0,0 0,0 16,5 0,4 0,0 81,4 0,1 1,0 0,6 0,0 0,0
Italva 0,0 0,0 8,7 0,5 0,0 88,6 0,1 1,3 0,8 0,0 0,0
Itaocara 0,5 0,0 11,6 0,6 2,4 83,4 0,0 1,5 0,0 0,0 0,0
Itaperuna 0,0 0,0 9,9 1,1 0,0 87,0 0,6 1,2 0,2 0,0 0,0
Laje do Muriaé 0,0 0,0 12,5 0,1 0,4 85,1 0,1 0,7 1,0 0,0 0,0
Miracema 0,0 0,0 14,4 1,3 0,0 84,2 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0
Natividade 0,0 0,0 16,1 0,2 0,4 81,6 0,0 0,6 1,0 0,0 0,0
Porciúncula 0,0 0,0 17,9 0,5 0,0 80,9 0,0 0,5 0,2 0,0 0,0
Santo Antonio de Pádua 1,3 0,0 10,0 0,5 0,7 86,3 0,0 1,1 0,1 0,1 0,0
São José de Ubá 0,0 0,0 10,3 0,0 0,0 85,5 0,0 0,0 4,2 0,0 0,0
Varre-Sai 0,0 0,0 29,6 0,2 0,0 69,9 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0
Noroeste 0,1 0,0 13,9 0,5 0,6 83,1 0,1 1,1 0,6 0,0 0,0
Esta diferença pode ser explicada por um maior desmatamento das florestas na Região No-
roeste Fluminense, a qual apresentou nesse estudo apenas 0,1% de floresta ombrófila den-
sa. Ocorre que nesta Região o desmatamento foi intenso e após algum período, muitas á-
reas foram abandonadas, sendo caracterizadas por pastagens, muitas das quais estão de-
gradadas.
Pode ser verificado que em alguns municípios a porcentagem de floresta ainda é elevada,
principalmente na Região Norte Fluminense, como é o caso de Macaé e Conceição de Ma-
cabu, com 31,2 e 27,9% de floresta ombrófila densa, respectivamente.
Quanto à porcentagem de área agrícola existente, a Região Norte Fluminense possui 22,1%
de sua área, contra apenas 0,6% para a Região Noroeste Fluminense. Este fato pode estar
ligado a grande área cultivada com a cultura da cana-de-açúcar na Região Norte Fluminen-
se. Porém, vários municípios aparecem sem nenhuma porcentagem de área agrícola, como
é o caso de Aperibé, Cambuci, Italva, Itaperuna, Miracema, Porciúncula, São José de Ubá e
Varre-Sai, o que se explica pela escala das imagens digitais desse estudo realizado pelo
CIDE, que não as identificou já que alguns destes municípios possuem cultivo agrícola in-
tensivo em pequenas propriedades.
Tabela 31 – Estado do Rio de Janeiro e Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Utilização das
Terras nos Estabelecimentos, 1995
Matas Terras
Área Total Lavouras Pastagens Naturais e Produtivas
Município
(ha) (ha) (ha) Plantadas Não Utilizadas
(ha) (ha)
Estado do Rio de Janeiro 2.416.305 337.241 1.545.123 348.987 77.492
Noroeste Fluminense 428.773 42.725 331.232 27.650 10.792
Bom Jesus do Itabapoana 52.860 3.975 46.772 1.495 130
Italva 23.011 2.607 15.507 1.747 1.834
Itaperuna 100.565 5.627 82.227 5.089 3.055
Laje do Muriaé 23.515 2.164 17.221 2.551 857
Natividade 26.150 2.363 20.450 1.726 228
Porciúncula 24.609 5.449 15.631 2.165 454
Varre-Sai 17.320 5.592 8.900 2.222 318
Aperibé 6.129 682 4.880 261 48
Cambuci 62.379 4.447 50.673 4.047 1.062
Itaocara 36.403 5.561 25.798 2.377 324
Miracema 24.345 2.279 18.812 2.030 947
Santo Antônio de Pádua 31.487 1.979 24.360 1.939 1.534
Os dados do Censo Agropecuário realizado pelo IBGE, em 1995, assemelham-se aos obti-
dos do mapeamento digital do Estado do Rio de Janeiro realizado pelo CIDE, em 1994,
quanto a pastagem ser detentora da maior área nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense,
porém, com valores um pouco distintos entre os trabalhos. Pelos dados do IBGE (1995), a
Região Norte possuía 409.041 ha (61,7%) de sua área coberta com pastagens, já a Região
Noroeste Fluminense detinha 331.232 ha (77,25%). É observado nos dados do IBGE
(1995), um valor menos discrepante entre as Regiões quanto à porcentagem de pastagem.
Quanto às lavouras, os dados levantados pelo IBGE (1995) mostram-se mais realistas, com
a Região Noroeste Fluminense tendo 9,96% de sua área nesta classificação, contra os 0,6%
encontrados nos dados do CIDE (1994), em razão da diferença de metodologias usada por
ambas as instituições. Como relatado anteriormente, a agricultura dos municípios desta Re-
gião é caracterizada, em sua maior parte, por pequenos agricultores que não apareceram
nos dados do CIDE (1994), sendo a Região produtora de café e hortifrutigranjeiros.
O Norte Fluminense foi caracterizado com uma área de matas naturais e plantadas um pou-
co superior ao Noroeste Fluminense, 7,6% contra 6,5%, demonstrando um maior desmata-
mento ocorrido nesta segunda Região.
Apenas 2,5% e 2,3% das terras foram classificadas como terras produtivas e não utilizadas
para as Regiões Noroeste e Norte Fluminense. Porém, muitas das áreas dessas Regiões
classificadas principalmente como pastagens, são áreas produtivas e subutilizadas, forma-
das por pastagens degradadas, mal aproveitadas, ou ainda por pastos sujos e largados.
Estas áreas podem ser melhor aproveitadas para cultivos, caso haja interesse de seus pro-
prietários e políticas públicas de incentivo.
Dados obtidos do Censo Agropecuário do IBGE de 2006, da utilização da terra nos estabe-
lecimentos agropecuários dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, são apresentados na
Tabela seguinte. Na Tabela posterior é apresentada uma comparação entre os dados do
Censo Agropecuário do IBGE de 1995 e o de 2006.
Tabela 32 - Estado do Rio de Janeiro e Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Utilização das
Terras nos Estabelecimentos, 2006
Estabelecimentos
Agroflorestais
Pastagens ou
Pastagens
Matas (ha)
Área Total
Plantadas
Lavouras
Área Não
Sistemas
Total de
vouras,
(ha)
(ha)
(ha)
(ha)
(ha)
Municípios
Pela Tabela anterior encontra-se uma área média das propriedades do Estado do Rio de
Janeiro em aproximadamente 35ha, para a Região Noroeste Fluminense 35ha e para a Re-
gião Norte Fluminense de 30ha, o que demonstra boa distribuição de terra entre os proprie-
tários do Estado.
Ocorreu também um pequeno desmatamento na Região Norte, com queda de 0,8% na área
com matas naturais e plantadas. Isso é preocupante, pois estas regiões já sofreram grandes
alterações pelo desmatamento ao longo do histórico de ocupação desordenada e o mau uso
da terra, ocasionando o aumento dos processos erosivos nas encostas e planícies aluviais,
entre outras consequências.
Tabela 34 - Estado do Rio de Janeiro e Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Percentual das
Áreas, por Tipo de Uso do Solo
Área Não
Matas Sistemas Ocupada com
Municípios Lavouras Pastagens Naturais e Agroflores- Lavouras,
Plantadas tais Pastagens ou
Matas
Rio de Janeiro 17,05 62,58 14,36 0,77 5,24
Noroeste Fluminense 11,62 78,38 6,57 0,47 2,97
Bom Jesus do Itabapoana 10,95 79,40 5,70 0,07 3,87
Italva 10,30 80,54 4,97 1,98 2,16
Itaperuna 5,18 85,01 6,63 0,04 3,14
Laje do Muriaé 6,31 79,89 10,47 0,49 2,69
Natividade 7,18 88,21 3,00 0,00 1,20
Porciúncula 25,69 59,54 10,26 0,00 4,50
Varre-Sai 29,62 53,96 12,66 0,00 3,66
Na Região Noroeste Fluminense é verificado 31,25% (13.059 ha) da área abrangendo cultu-
ras permanentes, 28,22% (11.794 ha) temporárias, 40,52% (16.930 ha) culturas forrageiras
para corte, e uma área não expressiva para cultivo de flores, viveiros de mudas, estufas de
plantas e casas de vegetação. Essa alta porcentagem de culturas permanentes é devida a
áreas como as de cafeicultura, sendo o município de Varre-Sai, maior produtor de café do
Estado, possuidor de 90,1% da sua área com lavouras representadas por culturas perma-
nentes.
A maior área cultivada nessa Região foi com forrageiras para corte, 16.930 ha, sendo expli-
cado por a Região possuir uma grande quantidade de animais, principalmente vacas de lei-
te, e ainda com uma estação de secas bem prolongada, necessitando, portanto, de com-
plementação alimentar que é obtida com forrageiras para corte.
Em se tratando da Região Norte, ocorre valores bem diferenciados quanto a distribuição das
áreas com lavoura, possuindo 84,39% (121.637ha) desta área com lavouras temporárias,
7,97% (11.480ha) com lavouras permanentes e 7,6% (10.956ha) com forragens para corte.
Esta posição diferente entre as duas regiões pode ser explicada pelas principais atividades
agrícolas nestas, onde na Região Noroeste destacam-se o café, feijão, hortigranjeiros, etc.
na Região Norte há predominância da cultura da cana-de-açúcar, a qual é classificada pelo
IBGE como temporária. Com isso ocorre essa discrepância de 84,39% e 28,22% de área
com culturas temporárias nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense, respectivamente.
Os municípios com maior área de pastagem degradada são Itaperuna (1.302ha), Porciúncu-
la (1.397ha), Campos dos Goytacazes (5.083ha), São Fidelis (1.916ha) e São Francisco do
Itabapoana (1.915ha). Porém, o município com maior porcentagem de área de pastagem
degradada é o de Porciúncula, com 11,37% de sua pastagem considerada como degradada.
Deve ser salientado que políticas públicas para o desenvolvimento de cada Região devem
levar em conta as suas particularidades atualizadas, visando aproveitar da melhor forma as
potencialidades e superar as fraquezas de cada uma delas.
5. URBANIZAÇÃO
A urbanização, representada por uma parcela cada vez maior de pessoas vivendo nas cida-
des, é um fato incontestável e que caracteriza todos os países. Nos periféricos, especial-
mente, o aumento de população urbana se fez num ritmo muito acelerado, provocando um
aumento significativo do número e do tamanho das cidades.
Entre 1940 e 1970, a população urbana cresceu 4,1 vezes, passando de 12,9 para 52,9 mi-
lhões de pessoas e no intervalo de 1970 e 1991, este total praticamente dobrou, ao atingir
cerca de 111 milhões de pessoas vivendo nas cidades7.
7
O conceito de população urbana adotado neste trabalho é o mesmo do IBGE ( a população urbana é formada
pelos moradores das sedes distritais do município, incluindo o distrito sede), reconhecendo que o mesmo pode
ser interpretado de outra forma
950 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
No Estado do Rio de Janeiro, o processo de urbanização também se deu de uma maneira
rápida, especialmente nas três últimas décadas, onde a população rural foi praticamente
reduzida pela metade.
Em 1970, a população rural era de 1.088.656 habitantes passando em 1996 para 599.891
habitantes, ou seja, uma redução de quase 50%.
O estudo específico das características da urbanização das Regiões Norte e Noroeste Flu-
minense é o objeto desta análise no período de 1970 até 2000.
As Regiões Norte e Noroeste Fluminense são constituídas por 22 municípios com uma área
total de 15.143,6 km2 (34,4 % da área total do Estado), e uma população total de 828.377
habitantes (5,7% do total da população do Estado) o que corresponde a uma densidade
demográfica de 54,7 hab/km², bem inferior à densidade demográfica do Estado que é de
327,1 hab/km².
Estudar a relação entre a dinâmica, ou seja, como vem ocorrendo o crescimento populacio-
nal da região e a estrutura da rede de cidades adquire relevância, pois como afirma COR-
REA (1989): “estabelece-se uma relação entre tamanho das cidades de uma rede urbana e
certos aspectos da vida econômica e social, tais como o desenvolvimento e sua difusão es-
pacial, a integração nacional e a existência de desequilíbrios internos.
O pressuposto desta relação reside no fato de que é através das cidades que as ligações
econômicas, internas e externas, se realizam, delas derivando o desenvolvimento: o tama-
nho das cidades aparece então como uma expressão do desenvolvimento”.
Tem sido uma preocupação histórica dos analistas urbanos, de várias ciências, a busca de
relação causal entre cidades e desenvolvimento, entre os quais podemos lembrar o pioneiro
estudo de Christaller, sobre a Teoria dos Lugares Centrais (Apud, Bradford & Kent: 1987).
Esta análise faz opção por valorizar os aspectos positivos da relação entre cidade e desen-
volvimento, de acordo com os estudos de Rondinelli (1983), segundo o qual, um sistema
eficiente de cidades intermediárias ligadas aos grandes e pequenos centros e a uma rede
de serviços rurais e de mercados urbanos, pode trazer uma contribuição importante para
gerar e difundir o crescimento econômico regional.
Para que isto se cumpra, uma região qualquer deve ter uma rede urbana bem estruturada,
com uma hierarquia equilibrada, com uma adequada distribuição espacial, e com níveis de
interação que complementem as atividades.
Isto se torna mais verdadeiro no contexto atual da globalização, que faz reviver a importân-
cia do local frente ao global.
Tabela 37 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Grau de Urbanização dos Municípios, 1970,
1980, 1991, 2000
1970 1980 ∆ 1991 ∆ 2000 ∆ 1970 a 2000
Municípios (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) ∆ (%)
Campos dos
58,8 60,8 2 84,5 23,7 89,4 4,9 30,6
Goytacazes
Cardoso Moreira 24,8 27,8 3 52,1 24,3 63,8 11,7 39,0
São Fidélis 33,5 43,5 10 64,0 20,5 72,1 8,1 38,6
São Francisco do
6,8 26,3 19,5 39,1 12,8 46,6 7,5 39,8
Itabapoana
São João da Barra 44,5 61,9 17,4 70,1 8,2 70,7 0,6 26,2
Macaé 73,8 82,4 8,6 91,7 9,3 95,1 3,4 21,3
Quissamã 28,2 33,6 5,4 42,1 8,5 56,3 14,2 21,1
Carapebus 28,9 43,4 14,5 47,1 3,7 79,3 32,2 50,4
Conceição de
63,1 70,9 7,8 82,4 11,5 88,1 5,7 25,0
Macabu
Itaperuna 50,3 61,6 11,3 79,1 17,5 89,2 10,1 38,9
Bom Jesus do
44,7 59,9 15,2 70,9 11 81,5 10,6 36,8
Itabapoana
Italva 26,1 30,3 4,2 49,7 19,4 69,9 20,2 43,8
Laje do Muriaé 22,5 37,3 14,8 50,9 13,6 71,0 20,1 48,5
Natividade 39,3 49,0 9,7 67,0 18 77,6 10,6 38,3
Varre-Sai 25,0 28,8 3,8 32,5 3,7 52,6 20,1 27,6
Porciúncula 45,8 54,5 8,7 65,4 10,9 75,3 9,9 29,5
Santo Antônio de
45,1 58,3 13,2 71,0 12,7 76,0 5,0 30,9
Pádua
Aperibé 32,2 53,3 21,1 65,2 11,9 85,3 20,1 53,1
Cambuci 32,3 40,6 8,3 50,6 10 67,8 17,2 35,5
São José de Ubá 17,2 22,6 5,4 29,4 6,8 36,0 6,6 18,8
Itaocara 25,7 43,4 17,7 58,8 15,4 69,2 10,4 43,5
Miracema 25,7 75,5 49,8 83,5 8 88,8 5,3 63,1
Regiões Norte e
47,9 56,9 9,0 75,8 18,9 83,3 7,5 35,4
Noroeste Fluminense
Fonte: IBGE. Censos Demográficos, 1970, 1980, 1991. Elaboração do Autor.
Em 1970 as Regiões tinham 11 cidades com mais de 5.000 habitantes, o que representava
50% do total das cidades, e que concentravam apenas 8,2% da população urbana. Campos
dos Goytacazes com 153.215 habitantes em 1970 representava 49,6% de toda a população
urbana. A rede urbana intermediária, compreendendo as cidades de 10 a 40 mil habitantes
totalizava apenas 4 cidades, ou 18% do total, representando 29,1 de população.
Em 1991, a situação geral era a seguinte: 7(sete) cidades pequenas com menos de 5.000
habitantes representando 31,8% do número e apenas 4,2 de população; 14 (quatorze) cida-
des tinham entre 5 e 60 mil habitantes representando 63,7% do número e 46,1% do total da
população. Campos dos Goytacazes recupera terreno e aumenta a sua participação no total
para 49,7%. Seguida por Macaé que participou com 10,3% da população urbana total.
Em síntese tem-se um grande número de pequenas cidades com pouca população e uma
concentração de população em poucas cidades médias, e a primazia de duas grandes cida-
des.
Tabela 39 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Nas Datas dos Censos, Segundo Faixas de
Tamanho de População, 1970, 1980, 1991
Número População
Grupo de Habitantes
1970 1980 1991
1970 1980 1991
De 0 a 5.000 11 10 7 25.536 29.337 23.671
De 5.000 a 10.000 6 5 5 40.430 37.308 35.984
De 10.000 a 15.000 2 3 3 23.778 39.892 35.577
De 15.000 a 20.000 - 1 4 - 15.519 72.635
De 20.000 a 25.000 - - - - - -
De 25.000 a 30.000 1 - - 29.293 - -
De 30.000 a 35.000 1 - - 34.592 -
De 35.000 a 40.000 1 1 - 36.581 39.625 -
De 40.000 a 60.000 2 - - 113.134
De 150.000 a 300.000 1 1 1 153.215 178.457 277.705
Total 22 22 22 308.833 374.730 558.706
Fonte: IBGE. Censos Demográficos. 1970, 1980, 1991. Elaboração dos Autores.
Tabela 40 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Situação Por Faixa de Tamanho, 1970 - 1980
e 1980 - 1991
1970/1980 1980/1991
Grupo de Habitantes
Número População Número População
De 0 a 5.000 Diminuiu Aumentou Diminuiu Diminuiu
De 5.000 a 10.000 Diminuiu Diminuiu Constante Diminuiu
954 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
1970/1980 1980/1991
Grupo de Habitantes
Número População Número População
De 10.000 a 15.000 Aumentou Aumentou Constante Diminuiu
De 15.000 a 20.000 Aumentou Aumentou Aumentou Aumentou
De 20.000 a 25.000 Constante Constante Constante Constante
De 25.000 a 30.000 Diminuiu Diminuiu Constante Constante
De 30.000 a 35.000 Aumentou Aumentou Diminuiu Diminuiu
De 35.000 a 40.000 Constante Aumentou Diminuiu Diminuiu
De 40.000 a 60.000 Constante Constante Aumentou Aumentou
De 150.000 a 300.000 Constante Aumentou Constante Aumentou
Fonte: Elaboração dos Autores.
Tabela 41 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Participação Relativa das Cidades por Faixa
de População, 1970, 1980, 1991
1970 1980 1991
Grupo de
Número População Número População Número População
Habitantes
sim-
simples acum. acum. simples acum. simples acum. simples acum. simples acum.
ples
De 0 a 5.000 50.0 - 8.2 - 45.5 - 7.8 - 31.8 - 4.2 -
De 5.000 a
27.3 77.3 13.1 21.3 22.8 68.3 9.9 17.7 22.8 54.6 6.5 10.7
10.000
De 10.000 a
9.2 86.5 7.7 29.0 13.7 82.0 10.7 28.4 13.7 68.3 6.4 17.1
15.000
De 15.000 a
- - - - 4.5 86.5 4.2 32.6 18.1 86.4 13.0 30.1
20.000
De 20.000 a
- - - - - - - - - - - -
25.000
De 25.000 a
4.5 91.0 9.5 38.5 - - - - - - - -
30.000
De 30.000 a
- - - 4.5 91.0 9.2 41.8 - - - -
35.000
De 35.000 a
4.5 95.5 11.9 50.4 4.5 95.5 10.6 52.4 - - - -
40.000
De 40.000 a
- - - - - - - - 9.1 95.5 20.2 50.3
60.000
De 150.000 a
4.5 100.0 49.6 100.0 4.5 100.0 47.6 100.0 4.5 100.0 49.7 100.0
300.000
Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Fonte: Elaboração dos Autores.
Tabela 42 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Evolução da População por Grupos de Habi-
tantes, 1970 - 1980 e 1980 - 1991
Período 1970/1980 Período 1980/1991
Grupo de Habitantes
Incremento % Incremento %
De 0 a 5.000 3.801 5.8 -5.666 -3.1
De 5.000 a 10.000 -3.122 -4.7 -1.324 -0.2
De 10.000 a 15.000 16.114 24.4 -4315 -2.4
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 955
(continuação)
Período 1970/1980 Período 1980/1991
Grupo de Habitantes
Incremento % Incremento %
De 15.000 a 20.000 15.519 23.5 57.116 31
De 20.000 a 25.000 - - - -
De 25.000 a 30.000 -29.293 -44.4 - -
De 30.000 a 35.000 34.592 52.4 -34.592 -18.9
De 35.000 a 40.000 3.044 4.6 -39.625 -21.7
De 40.000 a 60.000 - - 113.134 61.4
De 150.000 a 300.000 25.242 38.3 99.248 53.9
Total 65.897 100.0 558706 100.0
Fonte: Elaboração dos Autores.
5.3 Destaques
Em termos individuais algumas cidades se destacaram nas décadas estudadas, pelo seu
expressivo e constante crescimento.
• no período total, que vai de 1970 a 1991, podemos destacar as cidades de São
Francisco de Itabapoana com um crescimento de 752.4%, em segundo Aperibé
com 208.7%, em terceiro Itaocara com 188.5% e em quarto São João da Barra
(131.0%). O que significa um crescimento acima da média total dos municípios
que é 80,9%.
Tabela 43 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, População e Evolução das Cidades no Perí-
odo de 1970 – 1991
Taxa de Crescimento
Municípios Região 1970 1980 1991
1970/80 1980/91 1970/91
Campos dos Goytacazes III 153.215 178.457 277.705 16.4 55.6 81.2
Cardoso Moreira III 3.995 3.686 5.957 -7.7 61.6 49.1
São Fidélis III 8.266 11.730 15.925 41.9 35.7 92.6
São Francisco do
III 770 4.261 6.564 453.3 54.0 752.49
Itabapoana
9
São Francisco de Itabapoana: os distritos de Barra Seca, Itabapoana e Maniva até o censo de 1991 eram distri-
tos do Município de São João da Barra
956 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
Taxa de Crescimento
Municípios Região 1970 1980 1991
1970/80 1980/91 1970/91
São João da Barra III 5.066 8.789 11.707 73.4 33.2 131.0
Macaé III 29.293 39.625 57.658 35.2 45.5 96.8
Quissamã III 2.796 3.240 4.410 15.8 36.1 57.7
Carapebus III 2.362 2.967 3.416 25.6 35.5 44.6
Conceição de Macabu III 7.130 9.448 13.785 35.5 45.9 93.3
Itaperuna II 36.581 34.592 55.476 -5.4 60.3 51.6
Bom Jesus do Itabapoana II 11.027 14.784 18.908 34.0 27.8 71.4
Italva II 3.970 3.907 6.352 -1.5 62.5 60.0
Laje do Muriaé II 1.933 2.806 3.804 45.1 35.5 96.7
Natividade II 5.079 6.146 8.618 21.0 40.2 69.6
Varre-Sai II 1.329 1.751 2.315 31.7 32.2 74.1
Porciúncula II 5.060 6.379 8.493 26.0 33.1 67.8
Santo Antônio de Pádua II 9.829 13.378 18.407 36.1 37.5 87.2
Aperibé II 1.416 2.637 4.372 86.2 65.7 208.7
Cambuci II 2.299 2.695 3.573 17.2 32.5 55.4
São José de Ubá II 1.171 1.387 1.781 18.4 28.4 52.0
Itaocara II 3.495 6.546 10.085 87.2 54.0 188.5
Miracema II 12.751 15.519 19.395 21.7 24.9 52.1
Total 308.833 374.730 558706 21.3 49.0 80.9
Fonte: Elaboração dos Autores.
As características da rede urbana das Regiões Norte e Noroeste Fluminense guardam se-
melhanças com outras regiões do estado, ou seja, apresentam certa normalidade.
Entre 1970 e 2000, de acordo com os dados dos Censos do IBGE, a população urbana au-
mentou muito acima da média e do índice de população total. Em contrapartida ocorreu uma
diminuição constante de população rural o que se caracteriza como uma tendência geral,
mas que nestas regiões tem um significado especial, considerando as suas características
rurais.
Ficou patente também o desequilíbrio da rede urbana na qual se destaca a cidade de Cam-
pos dos Goytacazes com um tamanho demográfico muito superior ao das outras cidades, e
mesmo da segunda cidade na hierarquia (Macaé).
Assim, das 22 cidades analisadas, podemos considerar que a maioria absoluta é formada
de pequenas comunidades, em processo constante de esvaziamento populacional, com
raras exceções.
Sendo assim, podemos afirmar, com base nos antecedentes teóricos, que a rede urbana
das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, é muito mais um entrave ao desenvolvimento
regional, uma vez constituída de cidades parasitas, e não por cidades promotoras, ou seja, o
grau de relação é sempre numa escala negativa para a maior parte dos municípios. O que
ocorre na verdade é que a população de muitos dos municípios depende diretamente dos
municípios maiores, uma dependência dos serviços diretos de saúde, educação, comércio,
serviços bancários e outros.
• conhecer como se acha estruturado o sistema urbano da Região Norte e Noroeste Flu-
minense e os subsistemas que a integram;
• identificar a distribuição regional dos centros, delimitar os espaços de relações e hierar-
quizar os centros;
• identificar os fatores que explicam a estrutura atual;
• identificar as deficiências dessa estrutura;
• verificar as mudanças mais recentes ocorridas na rede urbana.
Este tipo de informação constitui uma contribuição valiosa para a elaboração e implementa-
ção das políticas de desenvolvimento urbano e regional, fornecendo também um subsídio
importante às Municipalidades, no momento de planejar o futuro.
Para tanto, os estudos de fluxos são mais representativos, pois, de acordo com Carlos Mau-
rício FERREIRA10:
“as decisões tomadas pelos indivíduos e que se materializam em su-
as ações e atividades são produto de um fluxo de informações que
recebem continuamente e que trocam uns com os outros. Os indiví-
duos necessitam, então, de estar sempre em comunicação, para o
exercício das diversas atividades humanas, o que, inevitavelmente,
gera diversas relações de interdependência diretas e indiretas entre
estas atividades”.
5.5.1 Antecedentes
10
FERREIRA, Carlos Maurício de Carvalho. Um Estudo de Regionalização do Estado de Minas Gerais por um
Modelo de Potencial. CEDEPLAR, Monografia nº3. Belo Horizonte, 1971.
A estrutura espacial de uma área geográfica é caracterizada, portanto, por uma organização
hierárquica de centros que se acham estreitamente inter-relacionados, e com uma racionali-
dade baseada em princípios de complementaridade, como tratado por Christaller em sua
“Teoria dos Lugares Centrais”.
O reconhecimento de que tanto a estrutura hierárquica dos nódulos (cidades), como suas
relações de interdependência diretas e indiretas têm significado econômico e são relevantes
para o estabelecimento de uma estratégia de desenvolvimento regional, fez com que se de-
senvolvessem alguns modelos e técnicas específicas para a análise de polarização.
Uma técnica útil para a identificação da estrutura hierárquica dos nódulos é a análise de
grafos116. Esta técnica permite quantificar o grau de associação entre ares de centros popu-
lacionais, a fim de identificar as redes de mais forte associação.
Esta intensidade é medida pela direção e magnitude de fluxos de diversas naturezas: fluxos
de comunicação, fluxos de população, fluxos financeiros e fluxos de recursos produtivos.
Apesar destes fatores favoráveis, cabem aqui algumas observações a respeito das dificul-
dades iniciais encontradas na manipulação dos dados.
A cidade de São João da Barra não foi contemplada pela análise devido a questões técnicas
e operacionais da EMBRATEL.
11
NYSTEN, J.D. e DACEY M. F. A. Graph Theory Interpretation of nodal Regions, Papers an Proceedings of the
Regional Science Association, vol.7, 1991, 9.29-42; e BOUDEVILLE, J. R.. Problems of Regional Economic
Planning. Edinburgh University Press, 1966.
12
ROCHA, Roberto Vasconcelos Moreira. Subsídios à Regionalização e Classificação Funcional das cidades:
Um Estudo de Cãs – Estado de São Paulo.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 959
Outra observação que deve ser registrada é que a análise não extrapolou, de forma consis-
tente, o âmbito territorial do Estado do Rio de Janeiro, dada à impossibilidade de se obterem
dados relativos aos estados vizinhos. De qualquer maneira, com base nos dados fornecidos
pela EMBRATEL, foi feita uma tentativa de identificar vínculos externos da região, com ou-
tras cidades do Rio de Janeiro localizadas em outras regiões. Também foi feita uma investi-
gação da relação com as capitais vizinhas, através também dos fluxos telefônicos. Desta
forma, o estudo apresenta certa limitação, na medida em que não se identificam as relações
das cidades fluminenses da Região Norte e Noroeste, com cidades de outros estados, o que
poderia elucidar algumas articulações da rede urbana, fora do território fluminense.
Em continuação, construiu-se uma nova matriz (a partir da matriz principal), na qual se iden-
tificou o maior fluxo registrado, considerando-se, em princípio, todos os outros fluxos como
nulos.
Esta matriz foi representada graficamente, mediante uma rede de pontos e linhas, sendo
que os pontos representam as cidades e as linhas e as intensidades e a direção da cone-
xão: ou seja, haverá uma linha ligando a cidade “i” à cidade “j” somente se o fluxo “Fij” esti-
ver registrado na matriz secundária. A representação gráfica da matriz secundária obedeceu
aos seguintes princípios149:
Independência: um nódulo é independente quando seu maior fluxo, selecionado, é para ci-
dade menor, e subordinado quando seu maior fluxo é para a cidade maior15.
Transitividade: se “C” estiver subordinado a “B”, e “B” subordinado a “A”, então “C” está
também subordinado a “A”;
Subordinação: uma cidade não pode ser subordinada a nenhuma outra que já lhe esteja
subordinada; ou seja, o dígrafo é acíclico;
Este tipo de situação exige uma análise mais cuidadosa e, em certo sentido, maior maleabi-
lidade científica, para se chegar a uma nodalização mais racional, lançando mão de outros
recursos metodológicos como, por exemplo, o de proximidade.
13
BOISER, Sérgio. Técnicas de Análisis Regional com Información Limitada. ILPES, Santiago do Chi1le, 1980,
p. 122-123 e RICHARDSON, Harry W., op. Cit., p. 62-63.
14
FERREIRA, Carlos M. C., op. Cit., p. 62-63.
15
“Estabeleceu-se que uma cidade (A) seria maior que outra cidade (B), sempre que a população de “A” fosse
pelo menos 20% maior que a população de “B”“.
960 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Depois de desenhados os centros nodais e delimitadas as suas respectivas áreas de influ-
ência, o passo seguinte foi o de estabelecer uma ordem hierárquica para os centros, consi-
derando o número total de chamadas telefônicas recebidas pelos centros, proveniente das
cidades polarizadas por ele; número de cidades polarizadas; e população urbana.
A cidade de Macaé ocupa um segundo nível, sendo centro para três (03) cidades menores,
seguida de outros centros que polarizam um (1) município cada.
Nº de cidades polarizadas
nº de cidades polarizadas
8
7
6
5
4
3
2
1
0
cidades
350.000
população polarizada
300.000 População
250.000 polarizada:
200.000
150.000
100.000
50.000
0
cidades
Este Gráficos mostram uma dispersão ordenada dos centros, com base na correlação de
duas variáveis: número de cidades polarizadas e número de chamadas. Num primeiro nível
de polarização estão as cidades de Campos dos Goytacazes e Itaperuna. Cada uma servin-
do de centro para outras sete (7) cidades. Num segundo nível, encontra-se a cidade de Ma-
caé polarizando três (3) cidades da Região avaliada. Num terceiro nível, temos as cidades
de Santo Antônio de Pádua e Itaocara servindo de centro, para pelo menos, uma cidade
menor.
180.000
160.000
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Fonte: EMBRATEL
Mapeamento Temático UENF/LEEA/SEUR, DUARTE, 2002.
Fonte: EMBRATEL
Mapeamento Temático UENF/LEEA/SEUR, DUARTE, 2002
964 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
5.5.3 Os Centros e Suas Áreas de Influência
Analisando-se os mapas anteriores, podemos identificar as seguintes regiões polarizadas:
1- A região de Campos dos Goytacazes – esta região é formada por sete (7) centros meno-
res diretamente vinculados a Campos, totalizando uma população de 322.022 em 2000.
2- A região de Itaperuna – assim como a região de Campos dos Goytacazes, é formada por
sete (7) centros menores que possuem vinculação direta. Esta região polariza uma popula-
ção de 125.557 habitantes em 2000. Podemos observar que a população polarizada é me-
nor que a metade da população polarizada por Campos dos Goytacazes. A região de Itape-
runa polariza o mesmo número de cidades, porém são cidades que possuem um número
menor de habitantes. Campos dos Goytacazes polariza também sete (7) cidades, tendo es-
sas um número maior de habitantes.
3- A região de Macaé – localizada ao sul da região de estudo, funciona como centro polari-
zador para três (3) municípios de forma direta: Quissamã, Carapebus e Conceição de Ma-
cabu; totalizando 41.025 habitantes em 2000.
4- A região de Santo Antônio de Pádua – esta cidade serve como centro para uma outra
cidade apenas: Itaocara. Assim sendo, a população polarizada é o igual ao número de habi-
tantes do município: 22.999 em 2000.
5- A região de Itaocara – semelhante à região citada acima, esta cidade é centro para ape-
nas uma outra cidade: Aperibé, localizada ao noroeste da região estudada.
6- O caso extra, ou sem polarização definida, é o da cidade de São Francisco do Itabapoa-
na. Os dados deste município não estavam disponíveis pela EMBRATEL. No entanto, com
base nos critérios de proximidade e pelo poder de Campos, chegamos a conclusão de que
São Francisco é polarizada por Campos dos Goytacazes. Outros fatores que nos auxiliaram
na chegada dessa conclusão foram: posição geográfica e ligação asfáltica.
5.6 As Relações Externas
Para completar essa análise, de acordo com as disponibilidades e limitações dos dados da
EMBRATEL, procurou-se identificar alguns elos de interação da região Norte e Noroeste
Fluminense com outros espaços externos, conforme a tabela que vem a seguir.
Fonte: EMBRATEL
Mapeamento Temático UENF/LEEA/SEUR, DUARTE, 2002
966 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
5.7 Considerações Finais
Ao final deste estudo ficam registradas algumas impressões mais fortes sobre a dinâmica e
estrutura urbana da Região Norte e Noroeste Fluminense que, em linhas gerais, revelam
comportamentos normais, ou seja, as cidades são causa e conseqüência das estruturas
sociais e econômicas prevalecentes nessa peculiar Região do Rio de Janeiro, o grau de
dependência em relação à Região Metropolitana é evidente medido pelo número de ligações
telefônicas mensais que partem da Região em direção ao centro político e econômico do
Estado. Percebe-se que é uma estrutura simples, formada por poucos pólos centralizadores,
que funcionam como centro de serviços para um pouco mais de uma dezena de pequenos
municípios. De um ponto de vista mais técnico pode-se caracterizar a estrutura como mal
estruturada e excessivamente polarizada.
6.1 Introdução
O território do Norte Fluminense apresenta uma densidade demográfica baixa quando com-
parada ao Estado do Rio de Janeiro e outros espaços da Região Sudeste, e há uma desi-
gualdade entre as densidades dos vários municípios que o compõem.
6.2 A População
No Brasil, as taxas de mortalidade infantil diminuíram muito nas duas últimas décadas, no
entanto, o índice continua muito elevado, 23,6 m/mil nasc. (mortes por mil nascidos), se
comparado a outros países como Suécia onde este índice é de 3 m/mil nasc., Noruega 10,4
m/mil nasc, Canadá 4,63 m/mil nasc., ou até mesmo outras localidades brasileiras que se
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 967
destacam, como é o caso, entre outros, de Janaúba, Minas Gerais, 2,3 m/mil nasc., premia-
da pela UNESCO, por sua conquista.
O Brasil está perseguindo a meta, por ele estabelecida, de reduzir a média nacional para
15,6 m/mil nasc. até o ano de 2015, no sentido de se alinhar a outros países em relação às
Metas do Milênio, visando a melhoria da qualidade de vida no planeta, aprovadas pela As-
sembléia Geral da Nações Unidas, no ano de 2000 , em Nova York.
A Região Norte do Rio de Janeiro, apresenta uma trajetoria de melhoria cujos resultados
indicam um bom desempenho, um pouco inferior à do Estado, mas bastante superior à
média nacional, o que pode ser visto na Tabela seguinte.
Nessa perspectiva de bons resultados, com ganhos expressivos particularmente nos últimos
anos da série histórica, ainda preocupam as situações de Cardoso Moreira e São João da
Barra, com indicadores muito altos, onde podem estar ocorrendo interferências do sanea-
mento e da condição habitacional.
Tabela 46 – Estado do Rio de Janeiro e Região Norte Fluminense, Taxa de Mortalidade Infantil,
1993 - 2007
Estado 30.0 29.0 25.6 22.6 19.8 18.7 18.0 17.6 17.0 16.2 15.4 15.0
Região Norte
36.5 36.4 31.1 29.8 25.7 23.1 21.6 20.1 18.6 17.5 16.8 16.3
Fluminense
Campos dos
42.9 43.9 37.1 36.3 30.6 26.5 24.6 23.9 21.8 20.9 19.1 19.2
Goytacazes
Carapebus - - - 29.3 27.8 29.7 24.5 18.4 12.9 7.4 9.7 10.0
Cardoso Moreira - 39.4 45.5 19.8 11.2 16.5 17.3 23.9 18.3 29.2 26.5 30.8
Conceição de
18.2 20.0 24.8 23.3 26.4 32.8 29.9 17.4 10.0 11.1 16.9 18.5
Macabu
Macaé 20.3 17.5 17.5 15.7 15.5 15.1 14.3 11.8 13.0 11.7 11.4 9.4
Quissamã 34.6 30.5 15.9 16.0 20.8 15.4 10.3 11.7 13.2 10.9 15.0 18.3
São Fidélis 28.6 22.9 18.5 17.9 13.9 14.2 20.5 20.7 19.8 14.4 13.3 13.0
São Francisco de
- - - 26.1 22.5 24.6 20.4 16.0 15.6 14.9 17.0 12.1
Itabapoana
São João da Barra 34.3 33.5 31.6 25.9 25.5 17.3 18.3 16.6 16.0 14.4 20.1 21.2
Fonte: Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE
6.3.3 Sistema Público de Coleta e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos
Tabela 48 – Estado do Rio de Janeiro e Região Norte Fluminense, Produção Diária Estimada de
Resíduos Sólidos, 2009
Produção Estimada
Produção
População Per Capita de
Locais Estimada de Resí-
Estimada Resíduos Sólidos
duos Sólidos (t/dia)
(kg/hab/dia) (1)
Estado 15.727.437 1,01 15.840,77
Região Norte Fluminense 786.240 0,82 646,08
Campos dos Goytacazes 431.824 0,86 371,37
Carapebus 11.278 0,65 7,33
Cardoso Moreira 12.090 0,65 7,86
Conceição de Macabu 19.687 0,65 12,80
Macaé 180.577 0,86 155,30
Quissamã 18.481 0,65 12,01
São Fidélis 37.682 0,70 26,38
São Francisco de Itabapoana 45.371 0,75 34,03
São João da Barra 29.249 0,65 19,01
Fontes: Secretaria de Estado do Ambiente -SEA e Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, FEEMA
970 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 49 – Região Norte Fluminense, Quadro Geral da Destinação de Resíduos Sólidos, 2007
Destinação de resíduos sólidos
Locais Outro
Tipo Endereço
Município
Campos dos CODIN - Distrito Industrial e do
Vazadouros a céu aberto
Goytacazes Distrito de Tocos
Aterro Sanitário (particular)
Carapebus 1º Distrito (4 km do Centro) x
em Santa Maria Madalena
Aterro Sanitário (particular)
Cardoso Moreira 1º Distrito (4 km do Centro) x
em Santa Maria Madalena
Conceição de Aterro Sanitário (particular)
1º Distrito (4 km do Centro) x
Macabu em Santa Maria Madalena
Macaé (Rod. Amaral Peixoto s/nº -
Macaé Aterro sanitário
Cabiúnas)
Aterro sanitário (particular)
Quissamã 1º Distrito (4 km do Centro) x
em Santa Maria Madalena
São Fidélis Vazadouro a céu aberto Estrada São Fidélis - Acamblasca
São Francisco de Rod. RJ 224 (próximo ao Ponto de
Vazadouro a céu aberto
Itabapoana Cacimbas)
São João da Barra Vazadouro a céu aberto Areal da Praia do Rio
Fontes: Secretaria de Estado do Ambiente - SEA e Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEE-
MA
Com os dados coletados, verifica-se que há coleta regular dos residuos sólidos, sendo que
também o destino final dos resíduos coletados nas cidades de Carapebus, Cardoso Moreira,
Conçeição de Macabu, Quissamã e Macaé estão adequados pelo uso de aterros sanitários.
O preocupante é que as demais cidades, inclusive Campos dos Goytacases, cujo resíduo
corresponde a 57 % do total da Região, estão com destinos finais inadequados,
representando sério risco a saúde pública e ao meio ambiente.
Rio de Janeiro 693.228 123.035 19.025 443.623 300.948 413.630 37.574 132.615 268.895 4.265.471
Região Norte
45.292 3.529 3.870 19.755 32.031 40.143 5.191 35.392 3.557 196.784
Fluminense
Campos dos
20 987 1 762 1 685 8 811 14 315 26 382 4 238 23 781 1 106 112 353
Goytacazes
Carapebus 799 8 51 442 519 465 50 414 33 2 462
Cardoso Moreira 2 096 97 220 1 544 1 301 192 5 50 142 3 779
Conceição de Macabu 1 952 77 80 1 544 570 575 65 61 470 5 198
Macaé 5 002 780 254 2 840 2 443 2 986 251 2 663 313 38 140
Quissamã 946 194 55 152 773 2 037 120 1 963 91 3 707
São Fidélis 3 861 428 454 2 421 3 076 972 - 176 839 11 207
São Francisco de Ita-
7 652 157 840 1 794 7 183 3 864 211 3 827 357 11 706
bapoana
São João da Barra 1 998 26 231 207 1 851 2 669 251 2 458 205 8 231
Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - Fundação CIDE (tabulações do Censo Demográfico - 2000, IBGE
Obs. Nos núcleos urbanos da Região, há grande desigualdade, convivendo lado a lado assim como centenas de habitações em péssimas condições de
construção e localizadas em terrenos inadequados sem infraestrutura, principalmente em relação ao atendimento dos serviços públicos básicos.
Quanto aos sistemas de drenagem pluvial da Região Norte Fluminense, há uma situação de
carência mais generalizada, na maior parte dos municípios, que requer desde o planejamen-
to até a construção e operacionalização, ou seja, intervenções integradas que envolvem as
bacias dos rios urbanos presentes. A drenagem se relaciona com o controle de cheias e a
regularização e coordenação do controle de vazões dos rios principais e seus tributários
inclusive no que diz respeito à proteção ambiental e realocação de áreas de invasão.
A nova política para o espaço urbano nas cidades deve utilizar exaustivamente o Estatuto
das Cidades, estabelecendo planos diretores e códigos para a construção civil viabilizando a
inovação tecnológica e o atendimento ao bem estar social e ambiental para as novas habi-
tações, incluindo as de interesse social.
A Região Norte do Estado do Rio de Janeiro exige uma política de ordenação e controle do
uso do solo, tanto nas áreas urbanas quanto rurais, particularmente nas restingas que cir-
cundam as suas aglomerações populacionais litorâneas e fluviais.
Não há, na Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, um perfilamento a laser da área, que
constitui o método mais utilizado no mundo para todos os tipos de projetos, seja na área de
estradas e vias, meio ambiente, habitação, ou sistemas de água e esgoto. No âmbito das
Municipalidades, o perfilamento a laser suporta o cadastro técnico, a administração da arre-
cadação e os setores de transportes urbanos e projetos, entre outros.
Ao longo do processo de ocupação do território brasileiro, ciclos bem definidos podem ser
destacados, os quais sempre estiveram associados a uma forma particular de latifúndio.
Inicialmente, ocorreu a extração do pau-brasil, sendo que esta fase estendeu-se por aproxi-
madamente trinta anos, entretanto a exploração da madeira esteve presente durante todo o
período colonial. Quando se inicia a ocupação efetiva do território brasileiro por Portugal, é
instituído o regime das sesmarias e adotado o sistema de capitanias hereditárias, sendo a
produção do açúcar a atividade econômica de maior expressão.
A Região Sudeste é caracterizada como a mais antiga a ser ocupada, juntamente com o
Nordeste, como a possuidora do maior índice de população urbana e com o maior grau de
industrialização do país. Tais fatores, entretanto, não garantem um ordenamento fundiário
equilibrado à região, ainda que seja melhor do que aquele verificado quando da análise do
Brasil, como um todo.
No Estado do Rio de Janeiro, a agricultura iniciou-se no século XVI, com a produção da ca-
na-de-açúcar nas baixadas da Guanabara, Paraty e Campos dos Goytacazes. O Rio de Ja-
neiro, capital do Império, foi até a metade do século XIX, a Região mais forte economica-
mente do país e, mesmo nessa época, quando São Paulo começou a desenvolver-se com a
expansão da cafeicultura, o Rio de Janeiro acompanhou esse desenvolvimento, onde foram
feitas melhorias com a implementação de uma infra-estrutura que até então não existia.
Quando a cafeicultura se deslocou para São Paulo por limitações de espaço geográfico e da
acidentada topografia da região para onde poderia expandir-se, o Rio de Janeiro deixou de
concentrar a comercialização e a exportação da produção cafeeira (Fausto, 1995).
Depois do declínio do café, o Estado do Rio de Janeiro começa a se recuperar tanto pelo
desenvolvimento de novas atividades agrícolas, quanto pela instalação de indústrias. A ca-
na-de-açúcar em Campos dos Goytacazes, a criação de gado no vale do Rio Paraíba do
Sul, plantações de arroz em Miracema e Santo Antônio de Pádua e Laje do Muriaé, a extra-
ção do sal em Cabo Frio, Araruama e São Pedro da Aldeia, são alguns itens dessa pauta da
nova atividade agrícola e industrial.
Formada pelos municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Macaé, São
Fidelis, Conceição de Macabu, Cardoso Moreira, Quissamã, Carapebus e São Francisco do
Itabapoana, a Região Norte Fluminense tem como principal atividade agrícola a cana-de-
açúcar. A Região Noroeste Fluminense é formada pelos municípios de Itaperuna, Miracema,
Italva, Itaocara, Santo Antônio de Pádua, Porciúncula, Laje do Muriaé, Natividade, Varre-
Sai, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Aperibé e São José de Ubá possuem atividade
agrícola mais diversificada, sendo a pecuária leiteira e a cafeicultura os principais produtos
agrícolas da região.
A primeira atividade econômica desenvolvida nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense foi
a criação de gado e cavalos para abastecer de carne e animais de tração a cidade do Rio de
Janeiro, que na época produzia cana-de-açúcar no entorno da Baia de Guanabara e tinha
seus engenhos movidos a tração animal. Logo depois começaram a surgir engenhos de
cana-de-açúcar, concomitante à expansão da lavoura da cana em toda Região Norte do
Estado.
Este trabalho baseou-se nos dados do Censo Agropecuário do IBGE dos anos de 1995 e de
2006, e nas Estatísticas Cadastrais do INCRA dos anos de 1992, 1998 e 2005.
Para os cálculos do índice de GINI, foram utilizados dados das Estatísticas Cadastrais do
INCRA, pois estes podem fornecem informações sobre a real concentração de terra e indi-
cam quem detém a terra. Os dados do Censo Agropecuário do IBGE podem considerar pro-
dutores que não são proprietários.
O imóvel rural ou estabelecimento rural citado neste trabalho se refere ao prédio rústico, de
área contínua, formado de uma ou mais parcelas de terra, pertencentes a um mesmo pro-
prietário, que seja ou possa ser utilizado em exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal
ou agroindustrial, independentemente de sua localização.
Nas Tabelas a seguir, são apresentados os dados obtidos dos Censos Agropecuários do
IBGE de 1995 e de 2006, respectivamente. A área média do Estado saiu de 45,01 ha em
1995, para 35,04 ha em 2006, representando um decréscimo de 22,2%, o que demonstra
melhoria na distribuição das terras. Estes valores são mais positivos do que o índice obser-
vado para o Brasil, o qual estava em 72,76 ha em 1995 e 68,19ha em 2006.
Apesar dos municípios de Porciúncula, Varre-Sai, São João da Barra, Campos dos Goyta-
cazes e Itaocara possuírem mais da metade de seus estabelecimentos na faixa de até 10 ha
em 1995, estes representavam apenas 12,05%, 11,28%, 7,62%, 4,92% e 8,45% da área
total de cada município, respectivamente.
Na Tabela seguinte, estão apresentados o tamanho do módulo fiscal e as áreas médias dos
municípios das Regiões Norte e Noroeste Fluminense obtidas das Estatísticas Cadastrais do
INCRA para os anos de 1992, 1998 e 2005.
Tabela 56 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Tamanho do Módulo Fiscal, 1992, 1998, 2005
Área média (ha)
Municípios Módulo fiscal (ha)
1992 1998 2005
Noroeste Fluminense - - - -
Bom Jesus de Itabapoana 30 49,97 50,73 44,01
Italva 12 32,64 31,86 26,57
Itaperuna 30 64,23 65,81 54,9
Laje do Muriaé 28 51,19 50,44 41,45
Natividade 30 47,48 46,89 40,66
Porciúncula 30 61,64 59,14 52,04
Varre-Sai 30 52,85 45,85 36,27
Aperibé 35 - 7,50 22,39
Cambuci 35 47,12 44,11 38,14
Itaocara 22 24,24 32,05 23,82
Miracema 35 57,85 57,02 49,72
Santo Antônio de Pádua 35 31,65 29,9 26,32
São José de Ubá 35 - - 73,48
Norte Fluminense - - - -
Campos dos Goytacazes 12 46,12 46,31 40,07
Cardoso Moreira 12 29,17 50,31 43,42
São Francisco de Itabapoana 12 - - 31,73
São Fidélis 12 33,59 33,71 33,80
São João da Barra 12 26,89 27,61 20,46
Carapebus 12 - - 59,11
Conceição de Macabu 12 96,23 114,77 75,77
Macaé 12 76,61 75,89 69,46
Quissamã 12 72,85 66,11 69,72
Fonte: Estatísticas Cadastrais do INCRA, 1992, 1998 e 2005
Pode ser verificada uma variação significativa no valor da área média dos estabelecimentos
entre os anos e ainda entre esses valores e os valores das médias apresentadas nas Tabe-
las referentes as áreas médias calculadas pelos dados do Censo Agropecuário do IBGE de
1995 e 2006.
Isso pode ser explicado pela forma de aquisição dos dados da estrutura fundiária no Brasil,
pois estes possuem uma dimensão política importante, com a qual devemos ser cuidadosos.
Um aspecto a observar refere-se à natureza dos dados cadastrais do INCRA e do IBGE
que, em função de serem declaratórios, podem retratar um panorama distorcido da realida-
de fundiária brasileira, conforme discutido anteriormente.
Para o ano de 2005, os municípios com maior área média foram Conceição de Macabu
(75,77 ha) e São José de Ubá (73,48ha) e os com menores foram Aperibé (22,39 ha) e São
João da Barra (20,46 ha). Os municípios de Aperibé, São José de Ubá, São Francisco de
Itabapoana e Carapebus não possuem todos os dados, pois foram emancipados mais re-
centemente.
A Tabela exibe os valores do índice de GINI da distribuição da posse de terras para os mu-
nicípios do Norte e Noroeste Fluminense nos anos de 1992 e 1998 apresentados por Souza
et al. (2007) e obtidos através das Estatísticas Cadastrais do INCRA. O índice de GINI é
utilizado para medir o grau de concentração de um atributo (renda, terra, etc.) numa distribu-
ição de freqüência, sendo que quanto mais baixo melhor a distribuição daquele item estuda-
do.
Pode ser observado que os valores mais baixos do índice de GINI encontram-se no Noroes-
te Fluminense e os mais altos no Norte Fluminense, esse fator tem origem histórica nos lati-
fúndios canavieiros que se instalarem na Região Norte.
Apesar de a Região Noroeste possuir menor valor do índice de GINI, por convenção estabe-
lecida por Câmara (1949) e apresentada na Tabela a seguir, a distribuição de terras dessa
região não deve ser entendida como fraca. Na verdade a maioria dos municípios apresenta
concentração fundiária considerada de média a forte. Alguns municípios apresentaram ainda
concentração forte a muito forte, como o caso de Macaé, Campos dos Goytacazes, Cardoso
Moreira, São João da Barra e Quissamã, todos na Região Norte Fluminense.
O percentual de área dos 50% menores imóveis, também encontrado na Tabela, é em geral
muito baixo, sendo o maior percentual registrado para o município de Aperibé e em segundo
lugar Santo Antônio de Pádua. Os municípios de Quissamã e Campos dos Goytacazes a-
presentam os menores valores para esse índice, 3,65% e 4,22%, respectivamente, demons-
trando uma maior concentração de terras.
Nesta pesquisa procurou-se caracterizar o perfil fundiário das Regiões Norte e Noroeste
Fluminense, bem como analisar as alterações ocorridas ao longo dos anos. Pôde ser cons-
tatado que a Região Norte possui um perfil mais concentrado do que a Região Noroeste, o
que pode ser explicado por fatos históricos ocorridos em ambas e ainda pela geografia dis-
tinta das regiões.
ABLAS, Luiz Augusto de Queiroz. A teoria do lugar central: Bases teóricas e evidências
empíricas. Estudo do caso de São Paulo. Instituto de Pesquisas Econômicas, 1982. P.21-
62.
ALEGRE, Marcos. Aspectos do fato urbano no Brasil: Análise quantitativa pelo método
cartográfico. Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Presidente, 1970. 290p.
ANDRADE, Thompson & SERRA, Rodrigo Valente. O Recente Desempenho das Cidades
Médias no crescimento populacional Urbano Brasileiro. Texto para Discussão, Rio de
Janeiro, n.554, p. 1-26, março 1998.
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Programa das Nações Unidas para o Desen-
volvimento - PNUD, 2003.
BOISER, Sérgio. Técnicas de Análise Regional com información limitada. ILPES, Santi-
ago, 1980. P. 122-123.
CIDE (1997). Estado do Rio de Janeiro: território. Rio de Janeiro: CIDE. 80p.
IBGE. Censo Demográfico de 2000 – Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Série Regional.
IBGE, Rio de Janeiro. Censo demográfico 1991 – Rio de Janeiro. Resultados do universo
relativos às características da população e dos domicílios-1991, n.20, p. 1-281).
IBGE, Rio de Janeiro. Censo demográfico- dados distritais – Rio de Janeiro.Rio de Janeiro.
1980 (IX Recenseamento Geral do Brasil – 1980, v.1, t.3, n.16).
IBGE, Rio de Janeiro. Censo demográfico de 1970 – Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1970
(VIII Recenseamento Geral do Brasil. Série Regional, v. 1, t16).
IZARD, Walter. Gravity, Potential, and spatial interaction model, in Methods of Regional
Analysis: na to Regional Science, Cambridge, MIT, 1960, cap.11, p. 493-568.
Karla Aguiar Kury - Despejo de Esgoto no Rio Paraíba do Sul pelo Centro Urbano da
Cidade de Campos dos Goytacazes - 2008
PIRES, Gisela e SALES, Alba Valéria - Os Serviços de Água e Esgoto no Estado do Rio
de Janeiro: Regulação e Privatização - Departamento de Geografia / Universidade Fede-
ral do Rio de Janeiro - 2004
SANTOS, Jair L.F.; LEVY, Maria Stella F.; SZMRECSÁNYI, Tamás. Dinâmica da popula-
ção: teoria, métodos e técnicas de análise. SP: Taq, 1980.
SOUZA, P.M.; LIMA, J.E. A distribuição da terra no Brasil e nas Unidades da Federa-
ção, 1970-95/96. Revista Econômica do Nordeste. Fortaleza: v.34, n.1, p.113-132, 2003.
SOUZA, P.M.; PONCIANO, N.J.; MATA, H.T.C. Estrutura Fundiária das Regiões Norte e
Noroeste do Estado do Rio de Janeiro: 1972 a 1998. Rio de Janeiro, v.45, n.1, p.71-91,
2007.
www.clickmacae.com.br
www.petrobrás.gov.br
www.anatel.gov.br
www.teleco.com.br
www.proderj.gov.br
www.transportes.rj.gov.br
Sistema
Político-Administrativo
Municipal e Regional
Capítulo 9
Autor:
Eduardo Nery
7. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 1054
FIGURAS
Figura 1 – Região Norte Fluminense, Centralidades Urbanas, 2007................................ 1046
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Região Norte Fluminense, Evolução da População Total da Região, 1991- 2009
.......................................................................................................................................... 998
Gráfico 2 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Total, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1002
Gráfico 3 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Agropecuária, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1003
Gráfico 4 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Indústria, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1003
Gráfico 5 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Serviços, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1004
Gráfico 6 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Impostos, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1004
Gráfico 7 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB per Capita, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1012
Gráfico 8 – Região Norte Fluminense, Distribuição x Geração de Renda ........................ 1017
Gráfico 9 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Realizada pelas Municipalidades,
1997 - 2000 - 2008 (a preços constantes)........................................................................ 1019
Gráfico 10 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Tributária Própria Realizada
pelas Municipalidades, 1997 - 2000 - 2008 (a preços constantes) ................................... 1020
Gráfico 11 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Total Realizada, 1997 - 2000 -
2008 (a preços constantes).............................................................................................. 1027
Gráfico 12 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Total Realizada per Capita,
1997 - 2000 - 2008 (a preços constantes)........................................................................ 1027
Gráfico 13 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Tributária Própria, 1997 - 2000 -
2008 (a preços constantes).............................................................................................. 1028
Gráfico 14 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Tributária Própria per Capita,
1997 - 2000 - 2008 (a preços constantes)........................................................................ 1028
Gráfico 15 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita da CFEM, 2005 - 2009 (a
preços constantes) .......................................................................................................... 1029
Gráfico 16 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita dos “Royalties”, 2005 - 2009
(a preços constantes) ...................................................................................................... 1030
Gráfico 17 - Região Norte Fluminense, Evolução da Despesa Total Realizada, 1997 - 2000 -
2008 (a preços constantes).............................................................................................. 1031
TABELAS
Tabela 1 - Região Norte Fluminense, Evolução da População Total dos Municípios, 1991 -
2009 .................................................................................................................................. 998
Tabela 2 - Região Norte Fluminense, Distribuição das Faixas Etárias, 1991 - 2000 - 2009
........................................................................................................................................ 1000
Tabela 3 - Região Norte Fluminense, Razão de Dependência, 1991 - 2000 - 2009......... 1001
Tabela 4 - Região Norte Fluminense, População por Sexo, 2009.................................... 1001
Tabela 5 – Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Total, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1005
Tabela 6 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Agropecuária, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1006
Tabela 7 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Indústria, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1007
Tabela 8 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Serviços, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1008
Tabela 9 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Impostos, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1009
Tabela 10 – Região Norte Fluminense, Evolução do VAF, 2003 - 2008........................... 1010
Tabela 11 - Região Norte Fluminense, Evolução do Coeficiente de Participação do ICMS,
1994 - 2010 ..................................................................................................................... 1011
Tabela 12 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB/Capita, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1014
Tabela 13 - Região Norte Fluminense, Emprego Formal, 2009 (Flutuação) e 2008
(Remuneração Média) ..................................................................................................... 1015
2. DEMOGRAFIA
Nesta perspectiva, a população da Região Norte Fluminense apresenta, no horizonte 1991 a
2009, um crescimento de 32,62%, s ao do Estado do Rio e Janeiro, 25,01%, e ao brasileiro,
30,41%. Entre os municípios, São João da Barra perdeu população em função do desmem-
bramento com a emancipação de São Francisco do Itabapoana, em 1997 – mesmo assim
cresceu 10,52% desde então, e apenas Cardoso Moreira mostra tendência de perda de po-
pulação que pode ter persistido, desde que os dados de 2008 e 2009 são estimados. Macaé
Ano
Municípios da Região Norte
Fluminense
1.991 1.996 2.000 2.007 2.009*
(1)
Autonomia Municipal em 1997
(2)
Autonomia Municipal em 1993
(3)
Autonomia Municipal em 1997
* Estimativas da População
-- = sem informação
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População
900.000 811.089
766.320
800.000 698.783
653.844
700.000 611.576
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
1.991 1.996 2.000 2.007 2.009* Ano
* Estimativa
Fonte: IBGE
Não obstante não se dispor de dados mais recentes sobre a condição de urbanização, a
situação é, certamente, de taxas crescentes de concentração da população nas áreas urba-
nas com a migração continuada da população das áreas rurais e vizinhanças para as aglo-
merações, sedes ou distritos, particularmente os municípios litorâneos ligados à exploração
998 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
do petróleo. Como conseqüência, observa-se, na maioria dos municípios, uma redução dos
níveis das atividades do agronegócio e um crescimento muito significativo do setor serviços.
Como um movimento que perpassa toda a população brasileira, constata-se o deslocamento
da constituição etária na Região, reconfigurando, por conseguinte, a tradicional pirâmide.
Pelo movimento em curso no país, o número de jovens, na faixa etária até 15 anos, vem
diminuindo, de modo substantivo e preocupante na maior parte dos municípios. Concomitan-
temente na Região Norte Fluminense, há um crescimento concentrado e mais acentuado da
faixa etária da população economicamente ativa (PEA), faixa etária entre 15 e 65 anos, em
função da assimilação da população de migrantes e convocados. A persistir esta condição,
o contingente de pessoas mais idosas que, neste período, cresceu proporcionalmente me-
nos do que o decréscimo dos jovens, a sua propensão é de que apresente taxas crescentes
com o passar do tempo. A situação apresenta peculiaridades de menor importância, que
constituem exceções, caso do crescimento de jovens em Quissamã, decréscimo de idosos
em São João da Barra e do crescimento dos idosos de Macaé, onde deve ter ocorrido tam-
bém o ingresso de pessoas na faixa etária superior a 65 anos. Esta situação caracteriza,
com propriedade, a existência de fluxos de pessoas em busca de oportunidades, associadas
a empreendimentos de grande porte, que despertam nos habitantes das áreas rurais inter-
nas, das vizinhanças até regiões remotas, a idéia da oportunidade, de um mercado ofertante
de postos de trabalho. Em termos político-administrativos observa-se, por exemplo, a redu-
ção gradativa das demandas por serviços públicos para crianças e jovens (em geral com
distribuições espaciais diferenciadas), simultaneamente ao aumento do conjunto de pessoas
ativas que constituem a força de trabalho, o que requer uma correspondente criação e oferta
maior de postos de trabalho pela sociedade. Pela dimensão do movimento em alguns muni-
cípios da Região Norte, as Municipalidades e a Região devem considerá-la como parte da
emergência que se verifica, uma vez que ela é portadora de demandas que deslocam as
ofertas públicas convencionais as quais, em geral, se baseiam em progressões quando a
situação presente é de descontinuidades e degraus, particularmente em relação aos siste-
mas públicos unitários de sem ou de reduzida flexibilidade.
Outra circunstância importante em processos de crescimento heterogêneos como este que
acontece é que, em simultaneidade, ocorre o aumento da polarização das aglomerações
que mais oferecem trabalho, atraindo mão-de-obra externa, e o esvaziamento da população
economicamente ativa de outros municípios que exportam sua mão-de-obra, perdendo a
sua capacidade de produzir trabalho, um contexto de formação e evolução de desequilíbrios
e desigualdades com propensão a se acentuar, desde que realimentados com sinais que
reforçam o sistema que se instalou. Este é o caso, por exemplo, de Cardoso Moreira de um
lado e São João da Barra, Macaé ou Quissamã do outro.
Vale mencionar que nestas ondas de aumento da população economicamente ativa em
condições de afluências rápidas, são acompanhadas de grupamentos demográficos que não
atendem às demandas ou que se dedicam a atividades periféricas ou marginais, o que pro-
duz desequilíbrios estruturais no intra-território que passa por processo de explosão de
crescimento. Portadores de problemas sociais diversos que vão desde a pobreza e exclusão
social ao aumento da criminalidade, o que requer a intervenção social, entre outras, com
altos custos associados para a sociedade local e regional.
(1)
Notas: Razão de dependência das crianças = (Pop0-15 / Pop15-64) *100.
(2)
Razão de dependência dos idosos = (Pop70+ / Pop15-64) *100.
Fontes: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População
Ministério da Saúde, Caderno de Informações de Saúde, DATASUS
Site: Acesso em novembro de 2009: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/rj.htm
(1)
Notas: Razão de dependência das crianças = (Pop0-15 / Pop15-64) *100.
(2)
Razão de dependência dos idosos = (Pop70+ / Pop15-64) *100.
Fontes: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População
Ministério da Saúde, Caderno de Informações de Saúde, DATASUS
Site: Acesso em novembro de 2009: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/rj.htm
MMR$
40.093
34.921
30.752
22.825
21.902
8.243
8.371
8.055
7.027
7.538
6.875
7.188
Ano
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
Os dados do PIB, tanto nos Gráficos quanto nas Tabelas estão, todos eles, em valores
constantes, tendo-se usado como indicador, o IGP da Fundação Getúlio Vargas. Desmem-
brando-se o PIB nos seus constituintes Agropecuária, Indústria, Serviços e Impostos, classi-
ficação utilizada pelo CIDERJ e IBGE, pode-se verificar a quase inexpressiva participação
da Agropecuária, na atualidade, considerando a sua participação hegemônica no passado,
com a cana de açúcar, que perde substância até mesmo neste período recente. Entre os
municípios, mostram os maiores resultados e contribuições para a Região Campos dos Goy-
tacazes, São Francisco do Itabapoana e Macaé (cerca de 2/3 do total).
MMR$
307
255
288
224
312
228
188
197
203
275
194
292
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
O PIB Indústria (petróleo) determina a trajetória do PIB Região, sendo o seu impulsionador
mestre, setor responsável pelo surto de crescimento da economia de alguns dos municípios
litorâneos da Região. Campos dos Goytacazes, disparado na frente, Macaé e Quissamã
concentram os valores da produção industrial.
Gráfico 4 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Indústria, 1996 - 2007 (a preços constan-
tes)
MMR$
25.076
22.230
14.825
14.141
1.045
595
531
985
590
566
562
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
O setor serviços é o que mostra uma trajetória de crescimento contínua, sem descontinuida-
de, como a verificada com a indústria que modelou a curva de evolução do PIB da Região.
Serviços revela uma participação bem menor do que Indústria, com taxas pequenas, mas
que mostram uma posição consistente. Campos dos Goytacazes e Macaé detém a maior
parcela de Serviços, ou seja, mais de 87% do seu total, em 2007.
MMR$
8.421
7.937
7.330
6.494
6.435
6.542
5.946
6.223
5.133
5.546
5.823
5.381
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
No que diz respeito aos impostos, os seus valores tem se mantido regularmente com pe-
quenas variações em torno de ua média, sendo que de maneira análoga, eles estão concen-
trados em Campos dos Goytacazes e Macaé.
Gráfico 6 - Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Impostos, 1996 - 2007 (a preços cons-
tantes)
MMR$
1.020
1.146
1.169
1.170
837
860
966
917
989
959
848
896
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
Para uma avaliação mais detalhada da situação evolutiva, as Tabelas seguintes reproduzem
a evolução dos PIBs dos municípios e da Região Norte Fluminense. Fica claro que os valo-
res atualmente produzidos dependem diretamente do petróleo que afeta diretamente e em
grande proporção quando de suas variações e, no momento, não há uma economia concor-
rente com resultados significativos ou em ascensão que possa vir a substituir o petróleo
quando de seu processo de declínio e exaustão. Observa-se igualmente, que os resultados
muito elevados dessa riqueza que se produzem há mais de quarenta anos e mais intensa-
mente há sete anos, não permeia e nem se distribui seja entre os municípios da própria Re-
gião, seja entre os estratos da sociedade, além de mobilizar e, de certa forma monopolizar
todas as atenções, inibindo e/ou atenuando outras iniciativas ou atividades concomitantes,
não concorrentes.
1004 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 5 – Região Norte Fluminense, Evolução do PIB Total, 1996 - 2007 (a preços constantes)
Produto Interno Bruto - PIB Total (a preços constantes) (MMR$)
Municípios da Região Norte
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Fluminense
Campos dos Goytacazes 3.964 4.062 4.643 3.886 3.325 3.585 3.181 13.274 13.653 20.345 27.208 22.710
Carapebus - 85 74 64 57 63 62 317 350 411 486 416
Cardoso Moreira 101 82 87 81 88 77 57 85 83 87 88 96
Conceição de Macabu 113 157 131 111 105 126 107 136 136 139 145 145
Macaé 1.908 2.149 2.419 2.208 2.162 3.460 4.278 5.480 5.835 6.478 7.621 6.966
Quissamã 111 151 115 125 130 145 147 1.380 1.399 1.815 2.782 2.993
São Fidélis 255 293 267 230 196 211 176 286 337 313 317 332
São Francisco de Itabapoana - 195 281 267 198 209 176 311 319 350 368 361
São João da Barra 424 364 226 216 181 179 187 632 715 813 1.077 903
Região 6.875 7.538 8.243 7.188 6.441 8.055 8.371 21.902 22.825 30.752 40.093 34.921
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
-- = sem informação
(*1) - Restabelecimento do IPM 2002 fixados pelo Decreto 30.401/2001 em face da revogação do Decreto 30.852/2002 pelo Decreto 31.509/2002 .
(*2) - IPM 2003 publicado pelo Decreto N.º 34.451 de 08 de dezembro de 2003.
(*3) - Restabelecimento do IPM 2003, para vigorar temporariamente em 2004, em face da suspensão dos efeitos do Decreto nº 34.858/2004 pelo Decreto nº 34.982/2004.
(*4) - Índices fixados pelo Decreto nº 36.687/2004.
(*5) índices de 2006 fixados pelo Decreto nº 38.888, de 20/02/2006.
(*6) índices de 2007 fixados pelo Decreto nº 40.597, de 09/02/2007.
(*7) o Decreto 41.108/2008 alterou os índices para 2008 anteriormente fixados pelo Decreto 40.953/2007
52.530
45.570
R$
40.816
30.698
30.183
12.243
11.673
11.385
12.451
10.536
10.056
10.515
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: IBGE
Não obstante a não disponibilidade de dados atuais sobre a situação da pobreza na Região,
cabe mencionar que os indicadores do Censo 2000, colocavam a maioria dos seus municí-
pios com duas vezes a proporção de pobres do Estado do Rio de Janeiro (38 contra 19%).
De maneira similar, a Renda per Capita Média na Norte representava a metade da praticada
no Estado, representando entre 20 a 30% do salário mínimo da época.
Esta situação deve ter se alterado, com a disseminação dos programas sociais assistenciais
do Governo Federal, assim como por um aumento maior do PIB em relação à demografia,
sem que, no entanto, tenha havido quaisquer mudanças estruturais.
Os dados da Tabela, a seguir, que tratam exclusivamente do emprego formal correspon-
dendo a uma parcela da população economicamente ativa, mostram uma explosão para
mais das condições salariais que superam em alguns casos, as condições do PIB/Capita (as
mais acentuadas estão assinaladas em fundo amarelo). Este fato ilustra e reforça a questão
essencial do crescimento da riqueza com um grande crescimento das desigualdades pela
concentração da riqueza e da renda.
Em termos da oferta de trabalho, o balanço da Região, em 2009, como em outros anos des-
ta década, aponta para um saldo positivo na geração de novos postos de trabalho formais
no ano, correspondentes a + 2.865, ou seja, apenas 0,9% da PEA regional, sendo assim
menor do que a expansão média da demografia e da PEA, reafirmando, uma vez mais, a
condição prevalente de resposta incompleta às demandas da população regional.
Em outra avaliação, a comparação entre o PIB per Capita e o índice GINI entre os vários
municípios que compõem a Região Norte Fluminense, o Gráfico deixa claro que a distribui-
ção da renda não está necessariamente associada a uma economia mais pujante, caso de
Macaé e Campos dos Goytacazes, por exemplo, em contraposição a Carapebus, Conceição
do Macabu e Quissamã, por exemplo, em posições as mais favoráveis, ou São Fidelis, São
Francisco do Itabapoana e Cardoso Moreira, numa posição a menos favorável.
Ressalte-se, por oportuno, que, no Gráfico, os raios dos círculos são proporcionais à popu-
lação o que lhes confere a informação dos montantes de população que convivem com cada
uma das condições de renda e desigualdade (ou assimetria).
Fica claro que os comportamentos dos municípios desta Região, na representação gráfica,
os situa em um espaço bem delimitado, com variações moderadas, ocorrendo um distanci-
amento maior apenas de Quissamã, que constitui uma excepcionalidade.
Observa-se também que os municípios cujas economias mais cresceram, em um curto in-
tervalo de tempo na história recente, revelam tendência a não conseguirem alcançar, em
simultaneidade, melhores distribuições de renda para sua população.
2,8
Carapebus
1 2,6
Conceição de Macabu
GINI
Quissam ã
2,4 São João da Barra
Cardoso Moreira
Macaé
São Francisco de
2,2 Itabapoana
São Fidélis Cam pos dos Goytacazes
2,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
> Desigualdade PIB/Capita x 103
MR$ 3.075.789
926.774
502.719
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis
dos Municípios
Na Tabela e Gráfico seguintes, pode-se ver o resultado da gestão tributária no seu esforço
de geração interna de receita para as Municipalidades. As participações, para o último ano
2008, conquanto tenham recuperado valor ainda não alcançam a mesma condição que obti-
veram em 1997. Na verdade, a média de participação na Receita Total da Região Norte,
11,38%, se deve exclusivamente a Macaé na qual a Receita Tributária Própria chega a
21,5% da sua Receita Total, o que constitui uma exceção na situação geral. Nos demais
municípios, incluindo Campos dos Goytacazes, a média cai drasticamente para 5,2%, mos-
trando desempenho muito baixo. Há, em geral, duas políticas que explicam tal situação: os
municípios auferem receitas altas e decidem transferir uma parcela deste seu benefício aos
contribuintes sob a forma de tributos subsidiados ou muito pouco apreciados, ou as Munici-
palidades reconhecem o limite ou a incapacidade de pagamento de seus contribuintes e não
tem como atribuir-lhes uma tributação que seria a indicada. Uma combinação das duas é
possível, particularmente onde subsiste predominante a indústria extrativa que concentra a
renda nos investidores e nos agentes de Governo – Municipalidades localmente. Natural-
mente que subsistem outras condições, menos frequentes ou mais específicas, que então
se aplicariam a um município e não homogeneamente a um grupo de municípios de uma
dada Região, como é o caso. Fica claro, portanto, a existência de contingenciamento do
montante das receitas próprias municipais o que restringe substantivamente a capacidade
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro 1019
das Municipalidades de menor alavancagem de gerir o dinamismo de sua economia e, por
via de conseqüência, de contribuírem efetivamente para a economia da Região, em que
comparecem como atores principais.
Gráfico 10 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Tributária Própria Realizada pelas
Municipalidades, 1997 - 2000 - 2008 (a preços constantes)
MR$ 349.968
77.936 77.319
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis
dos Municípios
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
MR$ 3.075.789
926.774
502.719
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 12 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Total Realizada per Capita,
1997 - 2000 - 2008 (a preços constantes)
R$ 3.839
1.326
757
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
MR$ 349.968
77.936 77.319
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 14 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita Tributária Própria per Capita, 1997 -
2000 - 2008 (a preços constantes)
117 111
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 15 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita da CFEM, 2005 - 2009 (a preços
constantes)
R$ 687.523
648.816 658.597 659.998
541.284
Fonte: DNPM
Os seus valores se distribuem de acordo com a regulação específica aplicável com grandes
distinções entre os municípios diretamente envolvidos ou não, sendo que, na atualidade, há
em funcionamento uma associação reunindo as Municipalidades do primeiro grupo.
Gráfico 16 - Região Norte Fluminense, Evolução da Receita dos “Royalties”, 2005 - 2009
(a preços constantes)
Fonte: Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis - ANP
O montante de “royalties” atribuído à Região Norte representou 39% daReceita Total Reali-
zada das Municipalidades em 2008, um valor que equivale a mais de 3x (três vezes) a mé-
dia de investimentos anuais realizados pelos municípios classificados como os mais dinâmi-
cos brasileiros, nos anos mais recentes, de acordo com os resultados dos trabalhos de pes-
quisa da Florenzano Marketing, publicadas pela Gazeta Mercantil, até 2008.
1030 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
5.3 Formação da Despesa
A constituição das Despesas representada pelas parcelas de despesas Operacional, Pes-
soal, Capital e Investimento, figura na Tabela seguinte.
Nas Despesas como na Receita, persiste o problema da ausência de dados de Campos dos
Goytacazes. Para supri-la, parcialmente, e permitir a participação indispensável deste Muni-
cípio na formação dos montantes regionais, foram assumidos os dados de 2007 para 2008,
ainda havendo que associá-los em rubricas típicas (e.g. Custo Operacional integrante do
Custeio). Dessa maneira ficaram prejudicadas algumas avaliações.
As informações da Tabela deixam claro que a maior parte dos recursos públicos, mais de
77%, está voltada ao Custeio, que reúne o Custo ou Despesa Operacional e a Despesa de
Pessoal. Os valores de Despesa de Pessoal revelam uma ascensão vertiginosa, com muni-
cípios multiplicando os seus dispêndios em mais de 7x (sete vezes) entre 2000 e 2008. Sem
Campos dos Goytacazes, as Despesas de Pessoal na Região, nesse período, cresceram
3,7x (três e sete décimos vezes), sem o valor de Campos dos Goytacazes.
Na sua maioria dos municípios, os montantes de Investimento cresceram muito nos dois
intervalos do período: exceções para Carapebus, Cardoso Moreira e São Francisco de Ita-
bapoana. Mesmo assim, o montante total dos investimentos representou, em 2008, o equi-
valente a 52% dos “royalties” recebidos. Com receitas extra-orçamen-tárias, as Despesas de
Capital praticamente restringem a sua utilização para a maioria dos Municípios. Assim nos
três em que comparece, em 2008, Campos dos Goytacazes, Quissamã e São Fidelis, o grau
de endividamento correspondente não expressa qualquer alavancagem efetiva. Esta situa-
ção, da Região Norte Fluminense, traduz uma orientação política que mescla a orientação
voltada para o curto prazo, e o longo prazo, na maior parte, por meio da realização sistemá-
tica de investimentos.
.A evolução da Despesa Total Realizada da Região Norte Fluminense, Gráfico a seguir, re-
vela que as Despesas que haviam reduzido entre 1997 e 2000, cresceram mais de 6x (seis
vezes) entre 2000 e 2008.
Gráfico 17 - Região Norte Fluminense, Evolução da Despesa Total Realizada, 1997 - 2000 - 2008
(a preços constantes)
514.007 415.140
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
R$
3.192
774
594
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Quissamã, Macaé e São João da Barra apresentaram as mais altas despesas totais per ca-
pita da Região, enquanto São Fidelis, São Francisco do Itabapoana e Conceição do Macabu
as menores.
Nenhum dos municípios reduziu as suas despesas totais per capita entre 2000 e 2008.
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
MR$ 688.522
387.513
281.814
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
De maneira análoga, repete-se o padrão, crescimento com intensidade menor, neste caso
em relação à Despesa de Pessoal per Capita, Gráfico e Tabela a seguir, ou seja, há um in-
cremento no custo das pessoas que prestam serviços para cada cidadão ou habitante da
Região Norte Fluminense. A situação entre municípios é diversificada com os maiores valo-
res ocorrendo em Quissamã, Carapebus e São João da Barra (sem informação de Campos
dos Goytacazes) e os menores em São Fidelis, Conceição do Macabu e São Francisco do
Itabapoana.
Gráfico 20 - Região Norte Fluminense, Evolução da Despesa com Pessoal per Capita,
1997 - 2000 - 2008 (a preços constantes)
859
R$
555
424
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Como exposto na formação das despesas, os montantes de investimentos anuais pelas Mu-
nicipalidades da Região vem crescendo sistematicamente, sendo que, em 2008, os seus
valores atingem o seu pico, Tabela e Gráfico a seguir.
De fato, o que explica melhor a situação da Região é o valor do Investimento per Capita do
Norte: em 2000, antes da explosão da indústria do petróleo, as cifras do montante dos In-
vestimentos Totais e do Investimento per Capita haviam alcançado valores notáveis M-
MR$328.ano e R$469,00/Capita.ano o que representa uma incremento de 5,26x (cinco e
vinte e seis décimos vezes) e 4,99x (quatro e noventa e nove décimos vezes) em relação
aos valores de 1997, respectivamente. Os aumentos consecutivos, entre 2000-2008, ampli-
am esta condição, com taxas bem menores de 42,5% e 24,3%, no período, mas igualmente
expressivas.
Gráfico 21 - Região Norte Fluminense, Evolução do Investimento, 1997 - 2000 - 2008 (a preços
constantes)
MR$
467.517
328.059
62.340
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 22 - Região Norte Fluminense, Evolução do Investimento per Capita, 1997 - 2000 - 2008
(a preços constantes)
94
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
MR$
688.522
387.513
443.505
281.814
328.059
62.340
1997 2000 2008 Ano
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Os montantes da Dívida Ativa impressionam, havendo somente dois dos municípios que não
a possuem e um grupo que acumula montantes muito expressivos: esta situação que se
desenvolve no transcorrer dos anos deste século, sinaliza para a limitação/incapacidade de
pagamento dos habitantes/contribuintes inseridos no sistema socioeconômico e pode ter
respaldos culturais, o que caracteriza um estado de desequilíbrio estrutural em cada uma
das sociedades em que subsiste.
Tabela 26 – Região Norte Fluminense, Dívida Ativa, 2000 – 2008 (a preços constantes)
Dívida Ativa (a preços constantes)
Municípios da Região Norte
2000 2008
Fluminense
Campos dos Goytacazes 0 s/i
Carapebus 345.484 1.885.226
Cardoso Moreira 556.842 6.696.188
Conceição de Macabu 2.525.370 4.126.356
Macaé 24.649.421 0
Quissamã 1.063.623 0
São Fidélis 1.001.332 3.438.043
São Francisco de Itabapoana 0 35.737.772
São João da Barra 12.401.136 14.932.034
Região 42.543.209 66.815.620
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional,
Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
No que diz respeito à Dívida Fundada que corresponde ao Exigível a Longo Prazo uma vez
que não há Exigível significativo de Curto Prazo, o seu montante total, na Região Norte
Fluminense, em 2008, representava 9,16% da Receita Total, ou seja, um grau de endivida-
mento baixo. Observa-se que o município mais comprometido é São Fidelis, seguido de São
João da Barra, Conceição do Macabu e Carapebus (não há informação de campos dos Goy-
tacazes).
Tabela 27 – Região Norte Fluminense, Exigível a Longo Prazo, 2000 - 2008 (a preços constan-
tes)
Passivo Exigível a Longo Prazo (a preços constantes)
Municípios da Região
2000 2008
Norte Fluminense
Campos dos Goytacazes 0 s/i
Carapebus 1.162.322 19.738.115
Cardoso Moreira 0 403.488
Conceição de Macabu 0 25.000.050
Macaé 12.263 93.983.234
Quissamã 0 78.613
São Fidélis 0 98.119.590
São Francisco de Itabapoana 0 2.859.147
São João da Barra 0 41.632.276
Região 1.174.585 281.814.512
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional,
Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Organização Administrativa
A Região Norte Fluminense está constituída por municípios com extensão territorial variada:
quatro deles superam os 1.000 km2 e um, dentre estes, os 4.000 km2, no caso Campos dos
Goytacazes, Tabela a seguir. Os dois de maior área Campos dos Goytacazes e Macaé são
os que apresentam maior densidade demográfica 159,6 hab./km2 e 107 hab./km2, valores
estes que contém o viés das populações urbanas dos distritos sede. Como se pode ver, a
distância média do centro de gravidade da Região à capital, Rio de Janeiro, é de 213 km. O
processo de emancipação dura mais de três séculos, com três municípios tendo pouco mais
de uma década.
Tabela 28 – Região Norte Fluminense, Caracterização Básica, 2009
Caracterização dos Municípios - 2.009
Densidade
Municípios da Região Norte Distância da Autonomia
Área / km² Demográfica
Fluminense Capital / km Municipal
hab. / km²
Campos do Goytacazes 4.037,8 107,5 231,9 1.677
Carapebus 306,4 39,0 177,6 1.997
Cardoso Moreira 516,3 24,2 227,0 1.993
Conceição de Macabu 348,5 59,4 164,9 1.952
Macaé 1.218,1 159,6 157,3 1.813
Quissamã 717,7 27,7 199,0 1.990
São Fidelis 1.030,8 38,1 205,1 1.850
São Francisco de Itabapoana 1.117,6 42,8 291,8 1.997
São João da Barra 461,9 66,2 262,5 1.677
Total da Região Norte 9.755,1 83,1 213,0 NA
Total do Estado do Rio de Janeiro 43.797,4 365,6 NA 1.975
NA = Não se aplica
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, PNUD, 2003
A Região possui diversos municípios que já possuem portal ou “site” na Internet, conquanto
alguns ainda estejam em formação ou incompletos. Em alguns já consta a estrutura admi-
nistrativa em uso pela Municipalidade.
Existe ativa uma associação dos municípios da indústria do petróleo da Região, envolvendo
os governantes e gestores públicos. Os demais municípios não participam e nem possuem
vínculo a uma associação. Há igualmente organizações não governamentais muito atuantes
como é o caso do SEBRAE e FIRJAN, no ambiente empresarial, EMATER, PRODESMAR,
no terceiro setor, entre outras, assim como instituições governamentais como o INEA, INE-
PAC, etc. e subsidiariamente uma rede universitária jovem que se adensa, ainda de pouca
eficácia.
As Municipalidades da Norte adotam estruturas organizacionais hierarquizadas, tradicionais,
com as suas atividades distribuídas em secretarias, como um primeiro nível, podendo existir
casos, de um segundo nível, departamental. As secretarias reúnem um ou mais grupo de
atividades que variam, seja pela característica do Município, ou por pertencerem a assuntos
semelhantes, seja pelo modo como se concebe o modo de administração, todas as soluções
visando obter uma racionalidade programada individualizada.
Constata-se que:
• planejamento e desenvolvimento, enquanto funções integradoras e estratégicas,
individualizadas ou exercidas em conjunto, comparecem nas Municipalidades das
maiores aglomerações que as tem utilizado, em perspectivas de curto prazo e na
solução de problemas específicos. Os municípios menos estruturados não pos-
suem tais áreas especializadas;
• desenvolvimento quando existente, assume as formas das atividades focais em
que se manifesta: agricultura, comércio e indústria (nenhuma menciona especifi-
camente serviços, a atividade dominante);
1046 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro
• há poucos casos de secretarias de trabalho;
• meio ambiente e transportes constituem uma generalidade, com variantes que
incluem o resíduo sólido, trânsito e estradas vicinais e a defesa civil (rios e en-
costas);
• há alguns casos de fundações municipais, com atuação ativa e produtiva, em
especial nos assuntos ligados à condução da cultura;
• de maneira análoga, a menção ao urbanismo ou planejamento urbano, uma das
questões críticas das aglomerações do Norte, é pouco frequente; há casos que
explicitam a habitação, outra das questões essenciais das cidades desta Região;
• são raras as estruturas de integração formal, matriciais ou resultantes de cortes
diagonais na organização;
• em algumas, há Conselhos Municipais ativos, assim como há inativos, ou mes-
mo, inexistem.
• a maior parte das Municipalidades subsiste em mais de uma edificação, mesmo
com a existência de uma sede própria moderna ou restaurada;
• a informatização e digitalização vem crescendo entre as Municipalidades, mas
estão longe, na média, de alcançar um estado sustentável de mais longo prazo e
de maior eficiência, ambos com a redução de custos e da necessidade de mais
pessoal, continuamente.
Quadro de Pessoal
As informações sobre os quadros de pessoal das Municipalidades figuram na Tabela, com
todos os detalhes discriminados, e no Gráfico, somente a força de trabalho total, seguintes.
Deve-se atentar que, na sequência temporal, estão faltando os dados dos anos 2003 e
2007.
Constata-se:
• subsistem duas modalidades de contratação para os funcionários efetivos, CLT
e estatutário, esta última modalidade preponderante;
• as quantidades de funcionários comissionados vem crescendo assim como os
sem vínculo permanente, particularmente nos municípios de menor população ;
• coexistem aumentos, decréscimos e estabilidades do quadro de pessoal das mu-
nicipalidades no período considerado;
• o quadro de pessoal de Macaé vem crescendo sistematicamente enquanto Cam-
pos dos Goytacazes que também fazia o mesmo procedeu a um ajuste drástico
de seu pessoal, em 2008.;
• os demais municípios mostram pequenas variações dentro de um intervalo em
torno de ua média;
• nos demais municípios da Região, os valores variam para mais e para menos en-
tre os anos, mantendo-se em torno de um valor médio;
• as Municipalidades da Região Norte Fluminense empregaram, em conjunto,
20.014 funcionários, em 2008.
22.732
21.528
10.719
9.660
9.295
8.746
7.533
6.993
3.429
2.356
2.432
2.201
2.224
2.142
2.064
1.980
2.042
1.904
1.916
1.917
1.866
1.808
1.830
1.707
1.613
1.635
1.542
1.521
1.532
1.535
1.471
1.489
1.386
1.319
1.210
1.151
1.089
1.126
966
932
892
816
784
764
-
Campos dos Carapebus Cardoso Conceição de Macaé Quissamã São Fidélis São Francisco São João da
Goytacazes Moreira Macabu de Itabapoana Barra
Municípios
2002 2004 2005 2006 2008
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2001, 2002, 2004, 2005 e 2006
0,155
0,138
0,124
0,114
0,087
0,083
0,080
0,079
0,077
0,064
0,052
0,051
0,050
0,047
0,038
0,025
0,022
-
Cam pos dos Carapebus Cardoso Conceição de Macaé Quissam ã São Fidélis São Francisco São João da
Municípios
Goytacazes Moreira Macabu de Itabapoana Barra
2004 2008
26
• CIDE - Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro. Cidinho. Fichas dos Mu-
nicípios. Disponível em: <http://www.cide.rj.gov.br/cidinho/pages/municipios.asp>.
Acesso em: 25 de novembro de 2009.