1 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA

1.1 Ciência

A ciência possui dois sentidos, um sentido amplo, onde ciência significa

simplesmente conhecimento (ex.: tomar ciência disto ou daquilo); e um sentido restrito, onde
ciência é um conhecimento que além de registrar os fatos também os demonstra pelas causas
determinantes ou constitutivas (RUIZ, 1991). Enfim, a ciência compreende a busca de
explicações, soluções e revisões.
Conhecimento científico é conhecimento provado, resultando da obtenção de dados
por meio de observação e experimentação. Não se aceita no conhecimento científico opiniões
ou suposições. O conhecimento científico nunca é absoluto ou final, poderá sempre ser
substituído ou modificado. Será válido até que novas observações ou experimentações o
substituam.

1.2 Método científico

O método científico é uma forma de obtenção da ciência (BARUFFI, 2002). O

método constitui o conjunto de etapas e processos empregados na investigação dos fatos ou na
procura da verdade.

1.3 Pesquisa científica

Compreende os procedimentos sistemáticos utilizados para obter soluções dos

problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos (ANDRADE, 2003). O
produto da pesquisa científica será o conhecimento científico.

1.4 Experimento

Um experimento pode ser conceituado como sendo uma atividade planejada para se
obter novos fatos, ou confirmar resultados de experimentos prévios (MARTINS; CAMPOS,
2004, P.18)
1.5 Porque devemos fazer pesquisa?

A pesquisa, além de satisfazer a curiosidade do pesquisador, busca respostas práticas

para os problemas propostos e visa adquirir conhecimentos de forma a contribuir para o
avanço da ciência para a humanidade.

1.6 Requisitos Para se Fazer Pesquisa

GIL (2002) relaciona algumas qualidades intelectuais e sociais do pesquisador para a

realização da pesquisa:
a) Conhecimento do assunto a ser pesquisado;
b) Curiosidade;
c) Criatividade;
d) Integridade intelectual;
e) Atitude autocorretiva;
f) Sensibilidade social;
g) Imaginação disciplinada;
h) Perseverança e paciência;
i) Confiança na experiência;

1.7 Tipos de pesquisa

1.7.1 Pesquisa bibliográfica

Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige pesquisa bibliográfica

prévia. Os trabalhos didático-pedagógicos solicitados durante os diversos cursos para
desenvolvimento de seus programas e maior participação dos alunos, constituem-se, em geral,
em pequenas pesquisas bibliográficas. Esse tipo de pesquisa é não experimental (RUIZ,
1991).

1.7.2 Pesquisa de campo

 A coleta de dados é efetuada “em campo”, onde ocorrem espontaneamente os
fenômenos, uma vez que não há interferência do pesquisador sobre eles. Esse tipo de pesquisa
é não experimental, pois não tem como objetivo produzir ou reproduzir os fenômenos
estudados.

1.7.3 Pesquisa de laboratório

Na pesquisa de laboratório o pesquisador tem condições de provocar, produzir e

reproduzir fenômenos em condições de controle. Esse tipo de pesquisa é experimental.
Experimentar significa exercer controle sobre as condições presumivelmente relevantes,
relativamente a determinado evento; significa reproduzir, repetir fenômenos dentro de um
plano de modificações sistemáticas das variáveis independentes, relativamente a determinado
evento, com o objetivo de descobrir as condições antecedentes responsáveis pelo evento
subseqüente, ou efeito, ou variável dependente assumida como objeto da pesquisa.

1.8 Como Fazer Pesquisa

Passos para a realização da pesquisa:

a) Tema
b) Delimitação do assunto
c) Revisão bibliográfica
d) Formulação do problema
e) Hipótese
f) Realização da pesquisa experimental
g) Coleta, análise e interpretação de dados
h) Discussão e conclusão

1.8.1 Escolha do tema

A escolha do tema pode fundamentar-se no desejo de aprofundar o estudo de uma

questão; no interesse particular ou profissional sobre determinado assunto ou seguir sugestões
de leituras ou, ainda, aprofundar estudos realizados anteriormente, de maneira superficial. O
tema escolhido deve ser original e relevante.
1.8.2 Delimitação do assunto

É necessário estabelecer limites dentro do assunto escolhido para evitar uma revisão
muito extensa. Uma pesquisa muito extensa abre caminhos para variações do assunto
escolhido. Delimitar, portanto, corresponde a selecionar aspectos de um tema, limitando a
escolha a um deles, para que o assunto seja tratado com a suficiente profundidade.

1.8.3 Revisão bibliográfica

É o contato com o material já produzido sobre o assunto. É muito importante buscar

esclarecer-se acerca dos principais conceitos que envolvem o tema de pesquisa, procurar um
contato com trabalhos de natureza teórica capazes de proporcionar explicações a respeito,
bem como com pesquisas recentes que abordaram o tema.
O levantamento bibliográfico do tema é uma etapa fundamental, pois além de
possibilitar uma revisão literária do assunto, possibilita a determinação dos objetivos, a
construção das hipóteses e oferecer elementos para fundamentar a justificativa da escolha do
tema.

1.8.4 Formulação do problema

Toda pesquisa inicia-se com algum tipo de problema ou indagação. Formular o

problema consiste em especificá-lo com detalhes precisos, isto é, responder às perguntas: o
quê? como?
Algumas questões devem ser levadas em consideração na elaboração do problema,
como o interesse do pesquisador pelo tema, a relevância teórica e prática do problema e a
existência de material bibliográfico suficiente.

1.8.5 Hipótese

Hipótese é sinônimo de suposição. Desta forma, a hipótese é a solução para o

problema proposto. O trabalho de pesquisa pode confirmar ou rejeitar a hipótese testada.

1.8.6 Realização da pesquisa experimental

 A pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação
dos efeitos que a variável produz no objeto. Para a realização de um pesquisa experimental, o
pesquisador deve seguir os seguintes passos:

a) Indicação das variáveis

São fatores ou circunstâncias que influem direta ou indiretamente sobre o fato ou

fenômeno que está sendo investigado. As variáveis devem possibilitar o esclarecimento do
que se pretende investigar, bem como sua comunicação de forma não ambígua. Por exemplo,
se a pesquisa tem por objetivo determinar a germinação de sementes, as variáveis serão:
porcentagem de sementes germinadas e porcentagem de sementes não germinadas.

b) Determinação da amostra

O universo da pesquisa é constituído por todos os elementos de uma classe ou toda a

população, sendo população o conjunto total não referente apenas à pessoas, podendo
abranger qualquer tipo de elementos: pessoas, pássaros, amebas, espécies vegetais, etc.
Como é praticamente impossível estudar uma população inteira, ou todo o universo
dos elementos, escolhe-se determinada quantidade dos elementos de uma classe para objeto
de estudo, ou seja, essa quantidade escolhida será a nossa amostra (ANDRADE, 2003).
Para que a escolha da amostra seja adequada, o experimentador deverá utilizar uma
técnica que objetive proporcionar a cada um dos sujeitos igual chance de ser escolhido. Por
exemplo, quando se deseja pesquisar o nível de escolaridade entre os membros de uma
comunidade indígena, deve-se fazer um sorteio, ao acaso, de todas as famílias, para a escolha
da amostra, não havendo necessidade de entrevistar todos os membros da comunidade.

c) Método

Na definição dos métodos a serem utilizados, deve-se: especificar o local onde será
realizada a pesquisa; descrever os equipamentos e as etapas que deverão ser cumpridas;
descrever qual a população que será estudada e definir como será feita a análise dos resultados
(estatística).
1.8.7 Coleta, análise e interpretação de dados

A coleta de dados é feita mediante a manipulação de certas condições e a observação

dos efeitos produzidos.
Todas as informações coletadas deverão ser comparadas entre si e analisadas. Na
pesquisa experimental geralmente se utiliza a análise estatística.
O procedimento básico adotado na análise estatística nas pesquisas experimentais
consiste no teste da diferença entre as médias. Ex. Comparando-se a germinação de sementes
entre duas variedades de soja, “A” e “B”, obteve-se na variedade A uma média de 90% de
germinação e na variedade B, 80% de germinação. Para se concluir que a média da primeira
variedade é superior a da segunda, é necessário utilizar um teste estatístico que indique se essa
diferença entre as médias é significativa (GIL, 2002).
Esta fase será melhor compreendida durante a realização da pesquisa de laboratório.

1.8.8 Discussão e conclusão

A discussão dos resultados é feita após a representação dos dados. Todos os dados
obtidos na pesquisa devem ser objetos de análise e de discussão. A conclusão consiste em
uma síntese interpretativa da pesquisa. Procede-se à revisão dos principais fatos e retoma-se
as hipóteses a fim de verificar se houve confirmação ou rejeição (ANDRADE, 2003).
A conclusão deve ser breve, clara e fundamentar-se nos resultados da pesquisa.