Nos termos do artigo 93, do CP: “A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em
sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo
e condenação”. Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da
condenação, previstos no artigo 92 desse Código, vedada reintegração na situação
anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.Aplicabilidade
Pela simples observação do disposto no artigo 202, da LEP, observa-se que o instituto
da reabilitação do CP, ao menos quanto ao sigilo de informações quanto ao
cumprimento de pena pelo condenado, é demasiadamente maléfico e burocrático, visto
serem necessários, além do prazo de 2 anos do cumprimento ou extinção da pena,
outros requisitos:
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou
certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer
notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova
infração penal ou outros casos expressos em lei.
Também não cabe reabilitação nos casos dos incisos I e II do artigo 92, acima
analisados.
No inciso I, caso em que ocorre o efeito da perda de cargo, função pública ou mandato
eletivo, a reabilitação não tem o efeito de reintegrar o interessado na situação anterior. O
reabilitado não é reconduzido ao exercício do cargo, função pública ou mandato
perdidos. Serve a reabilitação para afastar qualquer óbice para que o reabilitado se
habilite a novo cargo, função ou mandato eletivo.
Situação óbvia é a do inciso II, em que a reabilitação não faz restaurar a capacidade para
o exercício do poder familiar, quando o condenado praticou crime doloso punido com
reclusão contra filho, tutelado ou curatelado.
Tendo em vista não ter sido incluída no rol de competências do juízo das Execuções
Penais (art. 66, da LEP), entende-se que a apreciação do pedido de reabilitação é de
competência do juízo de conhecimento, nos termos do art. 743, do CPP, revogado
apenas parcialmente: A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o
decurso de 4 (quatro) ou 8 (oito) anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou
reincidente, contados do dia em que houver terminado a execução da pena principal ou
da medida de segurança detentiva, devendo o requerente indicar as comarcas em que
haja residido durante aquele tempo.
Nos termos do § único, do artigo 94, do CP: Negada a reabilitação, poderá ser
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos
comprobatórios dos requisitos necessários.
Embora o artigo não faça previsão de recurso, pois prevê a possibilidade de novo
pedido, instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários,
entende-se que contra a decisão denegatória pode ser interposto recurso de apelação,
visto tal decisão ter força definitiva.
Revogação da Reabilitação