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Ciências & Cognição 2007; Vol 12: 62-71 <http://www.cienciasecognicao.

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S u b me t i d o e m 1 6 / 1 0 / 2 0 0 7 | A c e i t o e m 2 6 / 1 1 / 2 0 0 7 | I S S N 1 8 0 6 - 5 8 2 1 – P u b l i c a d o o n l i n e e m 0 3 d e d e z e mb r o d e 2 0 0 7

Artigo Científico

Criatividade na rede: a potencialização de idéias criativas em ambien-


tes hipertextuais de aprendizagem
Creativity in the network: the potentiality of creative ideas in hypertext learning environments

Ângela Álvares Correia Dias e Karina da Silva Moura

Faculdade de Educação, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Distrito Federal, Brasil

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar e problematizar possibilidades do hipertexto como estratégia
para a promoção de ambientes educativos propícios ao desenvolvimento da criatividade. Todos nós
possuímos um potencial criativo, importante para a solução de problemas cotidianos, e esse potencial
se desenvolve em resposta aos novos desafios e situações que a sociedade vivencia. Assim, a educa-
ção na contemporaneidade tem sido instada a cumprir o papel de oportunizadora e propiciadora do de-
senvolvimento e formação de cidadãos criativos, preparados para a atuação numa sociedade marcada
pelo dinamismo. Nessa perspectiva, adotamos o hipertexto como um ambiente potencializador do diá-
logo e do compartilhamento de experiências, que subsidiem a introdução/ adaptação e a criação de
mudanças significativas para o desenvolvimento de processos de aprendizagem sistemicamente mais
criativos. © Ciências & Cognição 2007; Vol. 12: 62-71.

Palavras-chave: criatividade; hipertexto; educação.

Abstract

This article has as objective presents and to problematize possibilities of the hypertext as strategy for
the promotion of favorable educational environment to the development of the creativity. All of us
possessed a creative potential, important for the solution of daily problems, and that potential grows
in response to the new challenges and situations that the society lives. Like this, the education in the
contemporary society has been urged to accomplish the role of promoting the development and crea-
tive citizens' formation, prepared for the performance in a society marked by the dynamism. In that
perspective, we adopted the hypertext as an potential environment of the dialogue and of the sharing
of experiences, that subsidize the introduction/adaptation and the creation of significant changes for
the development of processes of learning more creative. © Ciências & Cognição 2007; Vol. 12: 62-
71.

Key Words: creativity; hipertext; education.

 - Â.Á.C. Dias é Mestre (Universidade de Nova York), Doutora (Universidade de Londres) e Líder do Grupo de
Pesquisa Lattes (CNPq) “Educação Hipertextual”. Atua como Professora Adjunta (Faculdade de Educação, UnB).
Endereço para correspondência: HCGN 709, Bloco I, Apto. 202, Asa Norte, Brasília, DF 70.750-709. Telefone: (61)
3275-1029. E-mail para correspondência: angelacdias@bol.com.br. K.S. Moura é Graduada em Pedagogia (Faculda-
de de Educação, UnB), Mestranda em Educação (UnB), na área de Comunicação e Educação e Integrante do Grupo de
Pesquisa Lattes (CNPq) “Educação Hipertextual”. Endereço para contato: QN 12B, Conjunto 07, Casa 05, Riacho
Fundo II, Brasília, DF 71.881-620. Telefone: (61) 3333-0634 ou (61) 8118-6827. E-mail para correspondência:
karinasmoura@gmail.com.

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1. Introdução 2. Tecendo os fios da criatividade

“Criatividade consiste em ver o que todo O potencial criativo do ser humano se


mundo vê e perceber o que ninguém perce- desenvolve em resposta aos novos desafios e
beu” situações que a sociedade vivencia. O pensa-
Maury Fernandes (1998: 164) mento criativo é essencial para o desenvolvi-
mento de uma compreensão ampla e ativa nas
A criatividade tem sido objeto de di- interações com múltiplos problemas e situa-
versos estudos acadêmicos e publicações va- ções presentes num mundo cada vez mais
riadas. Essa multiplicidade de discursos a res- complexo.
peito da criatividade se justifica pelo caráter Criatividade é um conceito muito am-
complexo desse constructo que se expressa plo e envolve um misto de situações, devido à
em diferentes contextos e implica, para sua complexidade desse conceito inúmeras defi-
definição, uma percepção subjetiva que lhe nições são possíveis, sejam elas relativas ao
confere certo grau de relatividade. processo criativo, à pessoa criativa, ao produ-
A criatividade se expressa em diferen- to, ao ambiente, à expressão. Neste trabalho,
tes áreas da atuação humana – trabalho, edu- consideramos criatividade como:
cação, relações pessoais, organização empre-
sarial, produção comercial, ciência e tecnolo- “o processo que resulta na emergência
gia, esportes, artes, artesanato e outras. Este de um novo produto (bem ou serviço),
trabalho, contudo, tem sua fundamentação e aceito como útil, satisfatório e/ou de va-
subsídios provocadores advindos de estudos a lor por um número significativo de pes-
respeito da criatividade em um contexto hi- soas em algum ponto no tempo.” (Alen-
pertextual de aprendizagem. car, 1998: 15)

“Quando nos referimos à criatividade A exigência para que se tenha uma i-


dos alunos, estamos nos referindo a sua déia criativa é que esta origine um produto
criatividade numa área específica: sua novo, pelo menos para o sujeito que o gerou.
criatividade no processo de aprendiza- No entanto, uma idéia criativa nem sempre é
gem.” (Mitjáns Martínez, 2002: 192) reconhecida de imediato, às vezes são neces-
sário anos até que um produto seja reconheci-
As ponderações aqui relatadas funda- do e declarado de valor pela sociedade. O re-
mentam-se nos estudos relacionados à prepa- conhecimento desse produto depende de uma
ração e desenvolvimento do minicurso “Edu- das últimas fases do processo criativo, a co-
cação e hipertexto – criatividade na rede”, municação.
apresentado na VI Semana de Extensão da
UnB – Criatividade e Produção do Conheci- “Durante o processo criativo a pessoa
mento, no período de 19 a 20/10/2006, consti- tira algo de si e comunica esse algo ao
tuindo-se em um desdobramento dessa ativi- outro. Comunicar é o melhor momento
dade. Neste artigo, – assim como foi realizado do processo criativo.” (Sátiro, 2002:
no minicurso – são apresentadas reflexões 229)
acerca das mudanças nas formas de experien-
ciar o mundo, as outras pessoas e a si mesmo, Criatividade, apesar de sua amplitude
que são potencializadas pelas vivências em conceitual, não descreve uma pessoa, descre-
ambientes hipertextuais. Nesse sentido, são ve idéias, produtos que são novos, o que des-
apresentadas e problematizadas possibilidades creve uma pessoa são os seus comportamen-
do hipertexto como estratégia para a promo- tos criativos, como motivação, abertura à ex-
ção de ambientes educativos propícios ao de- periência, independência, flexibilidade, auto-
senvolvimento da criatividade. confiança, dentre outros.

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Outro conceito muito próximo ao con- ras vozes3 que dialogam de modo a construir
ceito de criatividade é o do termo inovação. os mais diversos conhecimentos.
Muitas vezes, por falta de clareza, esses dois O hipertexto flexibiliza as barreiras
conceitos são utilizados como sinônimos. A- entre os diferentes campos do conhecimento,
pesar de esses dois conceitos estarem intima- possibilitando infinitas conexões entre as in-
mente interligados, a inovação pressupõe que formações de modo reticular. Assim, o hiper-
algo criativo já tenha sido gerado. texto se configura como um mundo de signi-
Inovar significa introduzir novidade, ficação a ser explorado, de maneira que o hi-
adotar e implementar uma nova idéia (proces- pertexto:
so, bem ou serviço) em uma dada situação
como resposta a um problema percebido, “é talvez uma metáfora válida para to-
transformando a nova idéia em algo concreto das as esferas da realidade em que sig-
(Alencar, 1998). Assim, inovar depende que nificações estejam em jogo.” (Lévy,
idéias criativas tenham sido elaboradas a pri- 1997: 25)
ori, de modo que estas idéias são reelaboradas
e adaptadas a um novo contexto. Esse proces- A rede é uma forma de organização
so intencional é realizado sempre visando um democrática, constituída por elementos autô-
benefício, transferindo-se uma idéia proveito- nomos, mas que cooperam entre si e se inter-
sa que foi implementada em determinado am- ligam de modo a complementar-se e enrique-
biente para outro contexto que necessita dos cer-se. São as articulações que fortalecem e
mesmos melhoramentos. expandem a rede de conhecimentos, demons-
Nesse sentido, criar exige muito mais trando que uma das principais características
do sujeito que o ato de inovar, criatividade é das redes é a sua capacidade de existir sem
um processo que resulta de um comportamen- hierarquia. Da mesma forma, a rede não pos-
to produtivo, construtivo, contribuição para; sui um centro único, mas todas as suas cone-
atitude que demanda conhecimento, imagina- xões se constituem em pontos da rede, locais
ção e avaliação; implica desafiar, ver novas onde ocorrem as inter-relações entre os diver-
maneiras, arriscar-se, sendo necessário, dessa sos elementos da rede, o que constitui a mul-
forma, condições de inventividade que abram tiplicidade do conhecimento.
espaços para apreensões, dúvidas e perguntas; A rede hipertextual favorece um pen-
não é um atributo de indivíduos, mas dos sis- samento não-linear, onde o leitor-caminhante
temas sociais que fazem julgamento sobre os é um sujeito ativo, que está a todo o momento
indivíduos (aquele que imprime em seu con- estabelecendo relações próprias entre diversos
texto suas variações individuais). caminhos4. Nessa perspectiva, é preciso preo-
cupar-se com o percurso, nas múltiplas e inin-
3. No labirinto da concepção hipertextual terruptas conexões e articulações nas quais o
sujeito vai descobrindo, revelando, recriando
O conhecimento é tecido por fios ad- significados. As possibilidades de trajeto que
vindos de inúmeros lugares, de diferentes os sujeitos podem estabelecer nas redes de
campos do saber e de diversas naturezas, que conhecimentos se dão de forma não-linear,
se entrelaçam em um constante movimento, em um processo de construção de sentido por
tecendo-se e destecendo-se, de modo a formar meio da conexão de diversos e diferentes tex-
uma rede hipertextual. O hipertexto1 é uma tos5 verbais e não-verbais, que possibilitam a
construção aberta, propícia às relações dialó- articulação de vários conteúdos e a negocia-
gicas2 entre os caminhantes da rede, e forma- ção/interpretação dos sentidos6.
da por diversos gêneros discursivos – sejam Assim, o hipertexto é uma rede comu-
jornais, filmes, poesias, músicas, literatura, nicacional/social alimentada por informações
pinturas, livros, mídias, esculturas, propagan- que possibilita aos seus exploradores constru-
das, dentre vários outros – que trazem inúme- írem diferentes compreensões, devido à sua
natureza rizomática e estrutura labiríntica.

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Como um labirinto7 a ser explorado, a rede propondo descobertas/leituras mais inusita-


hipertextual promete aos seus exploradores das.
surpresas e percursos desconhecidos.
O labirinto rizomático é um labirinto “Um olhar investigativo das redes reve-
aberto a todos os pontos de vistas e sentidos e la-nos que existe, por trás do aparente
totalmente conectável, em todas as direções, caos, uma ordem complexa. Assim, o
possui um “caráter de revelação. Interagir (no labirinto fala-nos desse caos ordenado,
amplo sentido [...]) com a obra faz com que a de uma estrutura complexa que requer
pessoa obtenha uma outra percepção do mun- um tremendo esforço para ser decifra-
do” (Leão, 2002: 161). Esse tipo de labirinto, da.” (Leão, 2002: 36)
porém, exige uma participação especial dos
seus exploradores, uma participação mais co- Os labirintos exigem simultaneamente
laborativa, pois o sujeito: criatividade para percorrê-lo, no sentido de
quem realiza uma obra, revelando o percurso
“tem de necessariamente querer pene- doloroso da criação, com suas idas e vindas e
trar no labirinto. No caso de um labirin- com seus múltiplos erros e acertos, e um alto
to textual, isso significaria o esforço in- grau da ação reflexiva, para penetrá-los e
telectual que é exigido para a compre- compreendê-los, de modo a “extrair um todo
ensão.” (Leão, 2002: 160) coerente de seus meandros” (Leão, 2002: 22).
Os labirintos são construções comple-
Aprender é construir um labirinto, in- xas que evocam inúmeras inter-relações entre
ventar percursos, procurar situações desafian- referências que seriam contraditórias de acor-
tes, decifrar enigmas. É construir um labirinto do com uma visão linear. Nesses ambientes se
com movimentos (uma dança), num ritmo de entrelaçam inúmeros sentidos e significados,
movimentos alternantes, onde os labirintos se em uma constante polissemia. São essas idéi-
desdobram em infinitos labirintos durante o as contraditórias que estão nas bases das bi-
percurso. As estruturas se reconstroem, des- furcações, são pares opostos, mas comple-
dobram-se e se proliferam à medida que no- mentares entre si, que incorporam antinomias
vos caminhos são desbravados, de modo que como “ordem & caos, prisão & liberdade, li-
este é um espaço que se cria mediante o ato nearidade & circularidade, clareza & comple-
de caminhar. xidade, instabilidade & estabilidade” (Leão,
2002: 20).
“Podemos conceber a complexidade la- Nessa perspectiva, estabelece-se uma
biríntica também como um território re- nova forma de julgar os antigos dualismos,
pleto de encruzilhadas no qual os cami- propiciando um novo olhar sobre suas com-
nhos bifurcam-se o tempo todo.” (Leão, plexas relações. Podemos observar que os
2002: 32) caminhos se bifurcam, mas um não nega a
existência do outro. Ao contrário, para existi-
Assim, o hipertexto se constitui em rem caminhos opostos, pelo menos duas al-
um labirinto multicursal, onde cada caminho, ternativas de percurso devem coexistir, esco-
cada ponto da rede de conhecimento se des- lhas que não compõem somente numa bifur-
dobra em diversos outros caminhos, abrindo cação entre certo e errado, mas constroem um
inúmeras possibilidades de trajeto. Esses de- “fascinante labirinto de idéias que se entrela-
safios que surgem ao longo da jornada que çam e se conjugam” (Leão, 2002: 42).
impulsionam a constante busca por orienta-
ção. 4. As barreiras e os descaminhos do pro-
São as constantes bifurcações que pos- cesso criativo
sibilitam diferentes escolhas aos sujei- A criatividade é o “recurso mais pre-
tos/leitores que se aventuram em caminhos cioso de que o ser humano dispõe para lidar
desconhecidos, rompendo com a linearidade e com os problemas e desafios” (Virgolim,

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1998: 07). Entretanto, esse dom natural do ser


humano, muitas vezes é reprimido desde a Uma das formas de se anular total-
infância, como por exemplo, pelo modelo e- mente o desenvolvimento de idéias criativas é
ducativo que possuímos atualmente. Esse privilegiando o produto final, trazido pelos
modelo não estimula o pensamento criativo, educandos, que seu processo de criação. Esse
levantando barreiras para deixar de fora das produto final, muitas vezes, ainda é avaliado,
aulas a imaginação e a fantasia, privilegiando comparado de forma taxativa e, se não estiver
a reprodução e a memorização como formas adequado aos moldes estabelecidos pelo pro-
de ensino. cesso de avaliação, são desprezados todos os
O processo criativo envolve indepen esforços criativos dos seus criadores.
dência e curiosidade. Aprender sempre mais Esse é resultado de um processo edu-
de forma diferente e flexível. O atual sistema cativo autoritário onde a prioridade é a trans-
de ensino, ao não valorizar o desenvolvimento missão do conhecimento, ao invés de sua
da criatividade, tem “subestimado o potencial construção. Onde a aprendizagem é vista co-
criativo de seus alunos. Uma possibilidade de mo um processo individual, na qual é prio-
explorarmos nosso potencial criativo reside na rizado o produto final e não o processo pelo
perspectiva de aprendermos a brincar com qual esta acontece, possuindo um fim em si
nossos pensamentos e idéias. A criatividade mesma, onde o educando não atua, sendo
apresenta-se como elemento indispensável na considerado como um simples objeto do pro-
prática educacional e na vida diária” (Virgo- cesso educativo.
lim, 1998: 28). A escola se constitui em um agente
A educação tem o papel de oportuni- responsável pela formação integral do edu-
zadora e propiciadora do desenvolvimento e cando, para que no futuro este possa fazer
formação de cidadãos criativos, preparados parte da sociedade ao se engajar em uma pro-
para a atuação numa sociedade marcada pelo fissão. Contudo, o aluno não é preparado para
dinamismo. Entretanto, como afirma Alencar o mundo, mas para passar na avaliação, a es-
(1986), a escola, com freqüência, tem fracas- cola apenas repassa os aportes necessários
sado nessa tarefa de favorecer a criatividade, para que os sujeitos obtenham o sucesso, de
pois: forma que esse depende exclusivamente do
esforço individual, recaindo sobre os sujeitos
“dá ênfase exagerada ao conformismo, toda a responsabilidade pelo seu sucesso ou
à passividade e à estereotipia, em detri- fracasso. O educando é excluído do processo
mento de certas condições que favore- de construção do conhecimento, seu papel se
cem a manifestação da criatividade, restringe apenas à memorização de conceitos
como a intuição, a abertura aos senti- abstratos que lhe foram ensinados, de modo
mentos e emoções, interesses estéticos e que todas as diferenças individuais e o con-
curiosidade.” (Alencar, 1986: 33) texto ao qual os educandos pertencem são ig-
norados.
E não só a escola, mas a sociedade A partir de todas essas barreiras que se
como um todo, cultivou ao longo do tempo impõem ao processo criativo, muitas questões
vários pressupostos que impedem que o po- nos são levantadas, tais como: Muitos profes-
tencial criativo presente em todos os sujei- sores não valorizam a criatividade no con-
tos/educandos se desenvolva, pressupostos texto escolar, será que esses professores não
rígidos segundo os quais: percebem a importância da criatividade na
vida das pessoas? Ou será que acreditam que
“tudo tem que ter utilidade, tudo tem basta transmitir as informações que receberam
que dar certo, tudo tem que ser perfeito, no passado? Ou será que repetem as mesmas
não se pode divergir das normas im- coisas ano após ano por comodismo? Já sa-
postas pela cultura etc.” (Alencar e Mit- bemos qual é o objetivo da criatividade na
jáns Martínez, 1998: 25) educação, agora, qual o objetivo da educação

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em uma sociedade que se apresenta cada vez esquecendo de todas as suas vivências. As-
mais criativa? O envolvimento pessoal dos sim:
estudantes em seu processo de aprendizagem
é essencial, caso o estudante não apresente “A criatividade depende também em
esse caráter ativo, como é desenvolvido o po- larga escala das características do ambi-
tencial criativo desse estudante durante o pro- ente interno, como práticas interpesso-
cesso ensino-aprendizagem? ais, sistemas de normas e valores, pre-
Como pudemos perceber, inúmeras sença de incentivos e desafios, que po-
são as barreiras impostas ao desenvolvimento dem estimular ou obstruir a criativi-
da criatividade, desde barreiras sociais, que dade.” (Alencar, 1998: 14)
“se identificam com aqueles elementos cultu-
rais, institucionais, grupais, ideológicos etc., Por meio da existência de um sujeito
que, estando presentes no contexto onde o único evidencia-se não apenas um modo de
indivíduo atua, limitam sua expressão cria- ser individual, mas a possibilidade de um
tiva” (Alencar e Mitjáns Martínez, 1998: 26), mundo transformado segundo os seus ideais.
até barreiras do próprio sujeito, as barreiras Uma das características de uma pessoa cria-
pessoais, “aqueles elementos que freiam o tiva é a sua complexidade, uma pessoa cria-
indivíduo internamente, ou seja, aquelas ca- tiva não é facilmente compreendida de um
racterísticas do próprio sujeito que limitam a ponto de vista linear, pois se manifesta de di-
sua criatividade.” (idem) Desse modo, as bar- ferentes maneiras, em função de contextos
reiras à criatividade são relativas, dependem distintos. Cada sujeito é diferente, o que gera
tanto dos sujeitos como das situações. significações diferentes, diversidade de su-
Cultivar o pensamento criativo, de- jeito, que ao se inserir numa concepção de
senvolvendo com os educandos as habilidades educação mais dialógica abre possibilidades
de perceberem lacunas, definirem problemas, para um processo criativo de produção de sig-
coletarem e combinarem informações, elabo- nificados. E para que isso seja possível, a E-
rarem critérios para julgar soluções, testar so- ducação Hipertextual contribui para a cons-
luções e elaborarem planos para imple- tituição de uma atitude dialógica, oferecendo
mentação das soluções escolhidas, é indispen- um ambiente de aprendizagem social e indi-
sável no processo educativo. A criatividade é vidual no sentido mais profundo da experiên-
um dos valores mais importantes nessa época cia de aprender.
em que vivemos porque o que mais se aprecia Ao se realizar uma Educação Hiper-
neste momento são idéias. E as idéias surgem, textual objetiva-se formar um sujeito capaz de
em geral, no desenvolvimento de um processo “ler” seu ambiente e interpretar as relações, os
educativo prazeroso que fertilize novas idéias conflitos e os problemas que surgem. Esta
e novas visões para nossas vidas. leitura é realizada pelo sujeito, segundo suas
condições históricas e culturais, quando este
5. Na teia da criatividade se inter-relaciona com um mundo de signifi-
cados e, através de um processo de descober-
Durante muito tempo, a criatividade ta, encontra soluções criativas para seu dia-a-
foi objeto de estudo apenas do campo da Psi- dia.
cologia. Estudava-se a criatividade como algo Para que essa aprendizagem ocorra, o
inato aos sujeitos, uma característica indivi- ato de educar deve tornar-se uma aventura
dual e que, assim, o diferenciava dos demais. pela qual o sujeito e os sentidos do mundo
Mas com o passar do tempo, verificou-se que vivido se construam mutuamente na dialética
a criatividade também era condicionada pelo da compreensão/interpretação. Nesse sentido,
contexto onde os sujeitos participavam, con- o sujeito-intérprete estaria diante de um mun-
cluindo-se que não era possível investigar o do-texto, mergulhado na polissemia e na a-
processo criativo estudando apenas a pessoa e ventura de produzir sentidos, construindo sua

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compreensão através da fusão de seus univer-


sos compreensivos que se encontram. “Os exercícios de criatividade propi-
Esse tipo de educação para a criativi- ciam uma abertura da sala de aula para
dade suscita diferentes estilos de pensar e a- a expressão do pensamento divergente,
prender dos educandos, o que exige a utili- influindo no aumento da auto-estima
zação de estratégias variadas de ensino- dos alunos e na satisfação do aluno com
aprendizagem. Não basta uma educação cal- o sistema escolar.” (Virgolim, 1998: 10)
cada em uma única forma de ensinar e de a-
prender, é necessária a constituição de um É essencial que as escolas possibilitem
espaço pluralizado, com variação de textos, aos alunos distintas alternativas para a expres-
gêneros, percursos, bifurcações e encruzilha- são e o desenvolvimento do potencial criador,
das, que possibilitem ao educando a experiên- pois criar é algo inerente ao ser humano, es-
cia do caminhar e a constituição de um co- tamos criando e inventando todo o tempo.
nhecimento múltiplo durante os trajetos da Todos nós possuímos um potencial criativo e
própria viagem. habilidades e talentos para inovar e inventar,
Os percursos percorridos durante o sendo que as emoções, sensações e os senti-
processo criativo são os percursos de um labi- mentos muitas vezes constituem-se em mola
rinto, pois “atos criativos são atos de cora- propulsora para o ato criativo.
gem. Primeiro, porque o criador de uma ino- A escola, frente suas dificuldades, de-
vação técnica ou social está entrando em á- ve procurar uma forma criativa para solu-
guas desconhecidas” (Frost apud Alencar, cionar seus problemas e suprir suas necessi-
1998: 16). Segundo, porque o explorador, dades, além disso, abrir possibilidade para
como leitor/produtor, encontra em sua aven- que seus educandos desenvolvam seu poten-
tura no labirinto elementos indispensáveis pa- cial criativo, assim, estes “aprendem a sensi-
ra o desenvolvimento do processo criativo – bilizar-se com seus próprios problemas e a
como motivação, abertura à experiência, in- defini-los para solucioná-los criativamente”
dependência, flexibilidade, autoconfiança, (Mitjáns Martínez, 2003: 147). A escola deve
multiplicidade, além de vários outros citados apresentar um contexto de apoio, ideal para
ao longo do texto. trabalhar as expressões de mundo interna dos
A multiplicidade da rede de conheci- seus educandos.
mentos8 favorece uma dinâmica de organiza- Um contexto escolar baseado no com-
ção que desencadeia processos imprevisíveis promisso de criar interações dinâmicas com a
de criação. Assim, um ambiente propício ao organização do trabalho pode motivar as pes-
desenvolvimento da criatividade deve possuir soas a apresentarem soluções criativas para
“disponibilidade de meios culturais, abertura seus problemas, de modo a não deixar que os
a estímulos ambientais, livre acesso aos meios trabalhos oferecidos pela escola sejam inter-
culturais por todos os cidadãos sem discrimi- rompidos. Assim, as pessoas presentes no
nação, exposição a estímulos culturais dife- contexto escolar, a cada dia que passa, au-
rentes e mesmo antagônicos” (Alencar e Mit- mentam seu potencial criativo ao se envolver
jáns Martínez, 1998: 24). Em outras palavras, com a escola e ao traçar metas para alcançar
uma educação atualizada, que utilize aportes seus objetivos.
teóricos do dia-a-dia dos educandos de forma
a preparar cidadãos críticos para os desafios “Os objetivos não têm de ser exata-
do mundo contemporâneo. mente os mesmos para todos os estu-
A escola pode estimular o pensamento dantes. Os alunos são antes de tudo pes-
criativo desenvolvendo e utilizando os talen- soas diferentes, com níveis diversifica-
tos e habilidades dos alunos, incentivando-os dos de desenvolvimento motivacional e
a soltar a imaginação, explorando suas idéias intelectual e diferentes áreas de interes-
e soluções criativas para diferentes situações e ses específicos. Dentro do possível, pre-
problemas. cisamos trabalhar com estas diferenças,

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contribuindo para que cada um se de- show, conseguindo conquistar todos os seus
senvolva o máximo.” (Mitjáns Martí- educandos. Se valorizarmos apenas a criativi-
nez, 2003: 166) dade “inata” desse educador, acreditamos que
uma docência de qualidade se baseia em ta-
Dessa forma, é importante trabalhar lentos capazes de seduzir os educandos, signi-
com as diferenças como forma de surgimento fica desprezarmos o valor de uma formação
de diferentes atos criativos, cada um, em sua profissional e de recursos voltados para o a-
especificidade, desenvolve suas habilidades primoramento da prática pedagógica, des-
criativas e contribui para a escola de maneiras valorizamos, assim, uma educação pautada na
diferentes. E para que esse contexto favorável formação crítica, na construção do conheci-
ao desenvolvimento da criatividade ocorra, é mento, no estabelecimento de relações dialó-
necessário estar sempre: gicas e nos diversos recursos onde estão pre-
sentes os diferentes olhares, os diferentes dis-
“Incentivando a curiosidade, propondo cursos.
desafios inovadores e interessantes, re- O que caracteriza um professor com-
forçando uma auto-estima positiva, prometido com o desenvolvimento da criati-
permitindo o erro, promovendo um am- vidade dos educandos não é o seu conheci-
biente de conforto emocional e de tole- mento dos métodos, mas a crença que sus-
rância para com o fracasso e as frustra- tenta sobre os estudantes e sobre si mesmo,
ções.” (Virgolim, 1998: 24) pois:

Nessa perspectiva, uma instituição e- “O professor criativo é capaz de trans-


ducacional que valoriza cada pessoa envol- mitir e extrair de seus estudantes vivên-
vida em seu contexto tem possibilidades de cias emocionais positivas em relação à
oferecer uma educação de qualidade e incen- sua matéria, ao processo de aprendiza-
tivar a criatividade, o que irá proporcionar a gem e às realizações produtivas.” (Mit-
formação de cidadãos conscientes de sua res- jáns Martínez, 2003: 185)
ponsabilidade social. Assim, a escola pode
direcionar “seu olhar para o futuro, exerci- Quando o professor desenvolve sua
tando a imaginação e a fantasia de seus alunos prática pedagógica de forma lúdica que esti-
na tentativa de solucionar problemas e/ou si- mule o processo criativo, o ensino-aprendiza-
tuações que novos tempos sempre trazem” gem se torna mais fácil, privilegiando a cons-
(Virgolim, 1998: 25). trução de conhecimentos.
Contudo, devemos considerar também
que o “desenvolvimento da criatividade na 6. Considerações finais
educação passa necessariamente pelo nível da
criatividade dos profissionais que nele se en- No contexto contemporâneo em que a
contram.” (Alencar e Mitjáns Martínez, 1998: sociedade se caracteriza pela globalidade e
31) Contribuir para o desenvolvimento da cri- pela complexidade das dinâmicas relacionais,
atividade dos educandos supõe atitudes dos se faz necessário que a escola possa desen-
educadores que implicam certo grau de criati- volver o potencial criativo dos educandos.
vidade, no entanto, muitos educadores “não se Propiciar ambientes de diálogo entre educado-
sentem preparados para lidar com o desenvol- res de diferentes instituições, maximizando
vimento da Criatividade em sala de aula; têm possibilidades de compartilhamento de suas
dificuldades em diagnosticar atitudes criati- experiências, configura-se numa ferramenta
vas, em avaliá-las e em promovê-las” (Giglio, para o desenvolvimento do pensamento cria-
1992: 94). tivo.
Por outro lado, também ouvimos mui- Assim, propõe-se que a escola es-
to que o “bom educador” é aquele que usa a force-se para cumprir seu papel de “fornecer
criatividade, o carisma e ministra uma aula experiências novas, instigantes, que desper-

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tem a curiosidade” dos educandos, e também fônica, de modo a favorecer o processo cria-
dos professores para que estes, em conjunto, tivo e a geração de produtos criativos.
possam buscar “soluções originais para os
problemas que estão emergindo em decorrên- “A ação criativa do professor em sala de
cia das exigências da modernização dos tem- aula demanda não só sua capacidade de
pos” (Matos, 2005: 03). elaborar atividades inovadoras que
O hipertexto, com sua lógica labirín- permitam a atingir os objetivos educati-
tica, é uma alternativa às práticas educativas vos de forma mais eficiente, mas tam-
autoritárias, oferece oportunidades de desen- bém demanda habilidades comunicati-
volvimento de atividades criativas a serem vas que lhe permitam criar um espaço
trabalhadas nas salas de aula dos mais dife- comunicativo que se constitua no es-
rentes lugares, transformando-as em ambien- paço onde as atividades podem fazer
tes potencializadores do diálogo e do com- sentido para o desenvolvimento da cria-
partilhamento de experiências, que subsidiem tividade.” (Mitjáns Martínez, 2002:
a criação de mudanças significativas para o 189)
desenvolvimento de processos de aprendiza-
gem sistemicamente mais criativos. 7. Referências bibliográficas

“A solução inovadora de problemas, a Alencar, E.S. (1986). Psicologia da Criativi-


capacidade de problematizar a informa- dade. Porto Alegre: Artes Médicas.
ção recebida, as perguntas interessantes, Alencar, E.S. (1998). Gerência da criativida-
a elaboração própria do conhecimento, de. São Paulo: Makron Books.
a curiosidade, o estabelecimento de re- Alencar, E.S. e Mitjáns Martínez, A. (1998).
lações, às vezes remotas mas pertinen- Barreiras à expressão da criatividade entre
tes, são formas de expressão da criativi- profissionais brasileiros, cubanos e portugue-
dade no processo de apropriação de co- ses. Psicol. Esc. Ed., 2 (1), 23-32.
nhecimentos que devem e podem ser es- Bakhtin, M. (1981). Problemas da poética de
timulados no contexto escolar. As atitu- Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Univer-
des e as ações criativas no processo de sitária.
produção de conhecimento constituem a Barros, D.L.P. e Fiorin, J.L. (Orgs.). (1994).
base para a capacidade de aprender a Dialogismo, Polifonia, Intertextualidade: em
aprender, tão valorizada hoje como torno de Bakhtin Mikhail. São Paulo: Editora
competência profissional e con- da Universidade de São Paulo. (Ensaios de
sequentemente como um objetivo edu- Cultura, 7)
cativo importante.” (Mitjáns Martínez, Chaves Filho, H. (2003). Educação Hipertex-
2002: 192) tual: por uma abordagem dialógica, polifôni-
ca e intertextual. Dissertação de Mestrado,
Criar é estabelecer novas coerências, Programa de Pós-Graduação em Educação,
suscitar novos significados, fazer novos rela- Universidade de Brasília, Brasília, DF.
cionamentos, compreender em termos novos, Fernandes, M.C. (1998). Criatividade: um
é uma aventura em busca de saídas originais, guia prático – preparando-se para as profis-
desbravar novos caminhos, assim, o ato cria- sões do futuro. São Paulo: Editora Futura.
tivo esta diretamente ligado à capacidade de Alencar, E.S. (1998). Gerência da criativida-
compreensão dos sujeitos, à capacidade de de. São Paulo: Makron Books.
relacionar, de configurar, de significar. O e- Giglio, Z.G. (1992). De criatividade e de E-
ducador, para mobilizar seus educandos a se ducação. Campinas: Editora Unicamp.
tornarem pessoas mais criativas, pode utilizar Leão, L. (2002). A estética do labirinto. São
uma metodologia mais aberta, flexível, con- Paulo: Editora Anhembi Morumbi.
textualizada, desafiadora, heterogênea, poli- Lévy, P. (1997). O que é o virtual?. São Pau-
lo: Editora 34.

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Matos, D.R. (2005). Criatividade e percepção Mitjáns Martínez, A. (2003). Criatividade,


o clima de sala de aula entre alunos e escolas personalidade e educação. Campinas: Editora
abertas, intermediárias e tradicionais. Disser- Papirus.
tação de Mestrado, Programa de Pós- Sátiro, M.A.L. (2002). Criar? Algo para pen-
Graduação em Psicologia, Universidade de sar... Um artigo para ser re-escrito ao ser lido.
Brasília, Brasília, DF. Rev. Linhas Crít. Fac.Ed. UnB, 8 (15), 221-
Mitjáns Martínez, A. (2002). A criatividade 230.
na escola: três direções de trabalho. Rev. Li- Virgolim, A.M.R. (Org). (1998). Toc, toc,...
nhas Crít. Fac. Ed. UnB, 8 (15), 189-206. plim, plim: lidando com as emoções, brincan-
do com o pensamento através da criatividade.
Campinas: Editora Psy.

Notas

(1) Nesse estudo, o hipertexto é adotado como sendo uma estratégia de construção do conhecimento, uma vez que, “a
hipertextualidade materializa um novo modo de produção intelectual humana, evocando as características multidimen-
sionais presentes nas estruturas de dinâmica em rede” (Chaves Filho, 2003: 40).
(2) “O dialogismo é, para Bakhtin, um termo usado para designar a negociação de significados socialmente construídos
pela interação de vozes múltiplas, caracteriza-se pelo agrupamento de pessoas, permeados por experiências comparti-
lhadas ou interesses, onde a construção de significados de dá por um processo contínuo de comunicação, interpretação e
negociação.” (Chaves Filho, 2003: 44)
(3) Bakhtin (1981: 32) caracteriza como polifonia a “multiplicidade de vozes e consciências independentes e distintas
que representam pontos de vista sobre o mundo”.
(4) A multilinearidade possibilita a criação de um espaço para o exercício da autonomia do leitor, que realiza seu traba-
lho de significação a partir das escolhas que faz nesse ambiente, intervindo, não apenas na seleção de caminhos, mas,
também, ou, principalmente, na construção de sentido.
(5) “A intertextualidade é o processo de incorporação de um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado,
seja para transformá-lo.” (Barros, 1994: 30)
(6) A comunicação entre os sujeitos que caminham pela rede é fator estruturante.
(7) Na metáfora do labirinto como conhecimento, assim como na rede hipertextual, tudo é considerado texto, é uma
rede na qual há a conexão dos diferentes saberes.
(8) Essa multiplicidade é uma conseqüência da heterogeneidade das redes, possibilidade de interação com diferentes
linguagens e múltiplas vozes, é a própria essência do dialogismo. A heterogeneidade é expressa pela inclusão de ele-
mentos diferenciados, por vezes conflitantes, num mesmo espaço, exigindo do leitor um desenvolvimento apurado do
olhar, de modo a considerar as diferenças, e não as igualdades.

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