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ENSAIO LITERÁRIO

MORAL POPULAR BARATA

O mercado literário tem lucrado cada vez mais com livros de auto-ajuda, são até
chamados de best-selers, estes livros têm em comum uma linguagem de fácil acesso e
conselhos que a maioria das pessoas gostariam de ouvir. Estes conselhos, no entanto
estão impregnados de saber popular, são apenas pérolas, assim se propagam apenas
ecos, não havendo desenvolvimento pessoal, muito menos desenvolvimento moral.
Através de este ensaio desejo analisar a ética da nossa sociedade contemporânea que
como fruto desta “tola sabedoria popular” se perpetua.

Uma das pérolas mais comuns é a conhecida regra de ouro: “tratar os outros
como gostaria de ser tratado”, algo de aceitação quase incondicional, pois, está nas
raízes de quase todas as culturas, ela também é conhecida como ética da reciprocidade,
onde você trata o outro segundo seus preceitos, segundo seus valores morais, uma forma
um tanto infantil de agir.

É por esta norma que se generaliza o etnocentrismo, impondo uma lógica moral
“superior” ao tratar o outro como se gostaria de ser tratado, isto leva a transformação do
sujeito em objeto e as idiossincrasias de cada um são esquecidas, isto quando não são
subjugadas culturalmente civilizações inteiras. Esta forma de praticar o etnocentrismo
também pode ser associada à imposição da superioridade religiosa, mas ainda como
fruto do desrespeito através da regra de ouro.

O etnocentrismo está presente, porque cada pessoa acredita que os seus valores,
sejam eles morais, religiosos ou culturais, mais corretos que os dos outros, pois existe a
necessidade de aceitação de si próprio como ser perfeito, já que o medo do
conhecimento da verdade leva o indivíduo a construir uma auto-imagem
exageradamente “bela”. Isto é um problema extremamente frequente, considerando que
vivemos numa sociedade em que existe há a imposição da concorrência e do
individualismo.

Já o individualismo, juntamente a herança cultural da Lei de Talião, nos leva à


necessidade de justiça como mecanismo produtor de sofrimento, e não como reparação,
assim não há uma perspectiva além da configuração da culpa. Portanto, tudo se resume
em encontrar um culpado e punir, ação que leva ao surgimento de um ciclo de quebra
das leis, pois o culpado que foi punido ira encontrar outro culpado ou culpados, e sentir
a necessidade de retaliação pelo que sofreu. Logo, as causas dos delitos são unicamente
do ser humano individual, nada mais seria relevante.

Mas, a regra de ouro não leva a punição, pelo contrário, leva a uma desregulação
do dispositivo de ação do direito, simplesmente causa a não punição, de tal modo que
perpetua a corrupção, já que se não gostaria de ser punido, por esta torta ética haveria
uma exagerada racionalização da quebra de normas sociais, justificando a impunidade
através dos mais variados meios, pois a maioria das pessoas não colocam a sociedade
antes dos interesses próprios, mesmo ao usar a regra de ouro, e ainda são favoráveis ao
assistencialismo, pois sempre seria justificável tal como o descumprimento das normas.

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