Anda di halaman 1dari 7

A REDUÇAO DA MAIORIDADE PENAL E A DIMINUIÇÃO DA VIOLÊNCIA

POR JOVENS INFRATORES, VISANDO O DIREITO À PAZ DO INDIVIDUO.

Jorge Luis Salomão

RESUMO

Este trabalho pretende apresentar aspectos relevantes sobre a redução da


maioridade no Brasil, demonstrando seus efeitos jurídicos e sociais e, sobretudo
defendendo a escolha pela redução da maioridade tendo em vista a quebra da até então
considerada cláusula pétrea.

INTRODUÇÃO

Para entendermos bem o assunto que será discutido temos que apresentar o
conceito de imputabilidade e inimputabilidade penal:
GRECO, Rogério. Código Penal: comentado/Rogério Greco. -
2. ed - Niteroi, RJ: Impetus, 2009., p. 21.

Podemos observar que no Brasil existem três correntes, que podemos definir:

a) A primeira, defende afirmando que menoridade penal, com o advento da CRFB/88 não assegurou impossibilidade de reduzir a
menoridade penal contida no art. 288, da carta política, pois, este dispositivo não compõe as clausulas pétrea (cf. art. 60, §4°, I, II, III
e IV, da CRFB).

b) A segunda corrente diverge da primeira, atentando ao afirmar que a menoridade penal aos 18 anos incompletos compõe os direitos
humanos protegidos no art. 5° da CRFB, mesmo que a previsão taxativa se dê no art. 228, ainda assim considera como cláusula pétrea

c) A terceira corrente segue o mesmo entendimento da segunda corrente, porém completa ao dizer que a Republica Federativa do
Brasil rege-se pelas suas relações internacionais pelo principio da prevalência dos direitos humanos (cf. art. 4° II, da CRFB), e a Carta
da ONU a qual o Brasil se declina, positivou em seu texto Internacional a proteção e os direitos da criança e do menor adolescente
como parte dos direitos humanos inerente a dignidade da pessoa humana.

Com primazia Rogério Greco defende a constitucionalidade da redução da menoridade penal, in verbis:

Apesar da inserção no texto Constitucional Federal referente à menoridade penal, tal fato não impede, caso haja vontade política
para tanto, de ser levada a efeito tal redução, uma vez que o mencionado art. 228 não se encontra entre aqueles considerados
irreformáveis, pois que não se amolda ao rol das clausulas pétreas elencadas nos incisos I a IV, do §4°, do art. 60 da Carta Magna

Sendo assim, a inimputabilidade é causa de exclusão da culpabilidade, isto é,


mesmo sendo o fato típico e antijurídico, não é culpável, eis que não há elemento que
comprove a capacidade psíquica do agente para compreender a reprovabilidade de sua
conduta, não ocorrendo, portanto, a imposição de pena ao infrator.

São causas da inimputabilidade: a) doença mental ou desenvolvimento mental


incompleto ou retardado; b) menoridade; c) embriaguez completa, decorrente de caso
fortuito ou força maior; e d) dependência de substância entorpecente.

DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AO MENOR

A Constituição Federal de 1998 traz em seu art. 228 a proteção ao menor quando
define que são inimputáveis os menores de 18 anos como se observa na citação abaixo:

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às


normas da legislação especial.

A constituição também cita a legislação especial denominada como ECA


(Estatuto da Criança e Adolescente) e para melhor explanar trazemos o texto retirado da
Constituição Federal comentada pelo STF:
"Artigo 127 do Estatuto da Criança e do Adolescente — Embora sem respeitar
o disposto no artigo 97 da Constituição, o acórdão recorrido deu expressamente
pela inconstitucionalidade parcial do artigo 127 do Estatuto da Criança e do
Adolescente que autoriza a acumulação da remissão com a aplicação de
medida sócia educativa — Constitucionalidade dessa norma, porquanto, em
face das características especiais do sistema de proteção ao adolescente
implantado pela Lei nº. 8.069/90, que mesmo no procedimento judicial para a
apuração do ato infracional, como o próprio aresto recorrido reconhece não se
tem em vista a imposição de pena criminal ao adolescente infrator, mas a
aplicação de medida de caráter sócio-pedagógico para fins de orientação e de
reeducação, sendo que, em se tratando de remissão com aplicação de uma
dessas medidas, ela se despe de qualquer característica de pena, porque não
exige o reconhecimento ou a comprovação da responsabilidade, não prevalece
para efeito de antecedentes, e não se admite a de medida dessa natureza que
implique privação parcial ou total da liberdade, razão por que pode o Juiz, no
curso do procedimento judicial, aplicá-la, para suspendê-lo ou extingui-lo
(artigo 188 do ECA), em qualquer momento antes da sentença, e, portanto,
antes de ter necessariamente por comprovadas a apuração da autoria e a
materialidade do ato infracional." (RE 229.382, Rel. Min. Moreira Alves, DJ
31/10/02).

"A alegação de menoridade deve ser comprovada, em sede processual penal,


mediante prova documental específica e idônea, consistente na certidão
extraída do assento de nascimento do indiciado, imputado ou condenado.
Precedentes da Corte. A mera invocação, pelo paciente, de sua condição de
menoridade, desacompanhada de meio probatório idôneo — a certidão de
nascimento — é insuficiente para justificar o acolhimento de sua pretensão."
(HC 68.466, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 08/03/91) No mesmo sentido: HC
7.1881, DJ 19/05/95.

DA POSSIBILIDADE DE MUDANÇA DO ART.228 POR NÃO SE TRATAR DE


CLÁUSULA PETREA

A Maioridade Penal é considerada como cláusula pétrea, tendo em vista que


erroneamente está taxado como uma garantia individual, porem não se contra, implícito
ou explicito, no texto do Art. 60, §4o, IV da CF/88, o que não o torna uma clausula
pétrea e é esse o assunto que pretendemos abordar nas linhas seguintes.

A Mídia pressiona, bem como a sociedade pela redução da maioridade penal


para os 16 anos de idade e não mais 18 conforme legislação atual, contudo não devemos
agir somente com a emoção temos que analisar tal proposta à luz da Constituição
Federal.

Já está sendo votada a PEC 20/99 que trata da redução da maioridade penal
partindo do ponto que o art. 228 da CF/88 não é cláusula pétrea, contudo a constituição
foi promulgada de forma rígida, ou seja, o processo de modificação de suas normas é
mais severa do que as leis ordinárias.

Portanto no primeiro momento podemos achar que o art.228 da CF/88 é


imutável só podendo ser modificado pelo poder constituinte originário o que torna
qualquer projeto de emenda a esse artigo inconstitucional, contudo, devido às mudanças
do contexto social e os avanços até mesmo nos modos de como os crimes são praticados
bem como na inicialização cada vez mais precoce dos indivíduos no mundo do crime,
nos leva a crermos que já é hora de atualizar a Constituição Federal como demonstra os
índices de violência cometida por menores conforme se traz abaixo:

O Brasil conta com 3% da população mundial e concentra 9% dos homicídios


cometidos no mundo. Na última década, os homicídios cresceram 29%. Entre os jovens o
índice aumentou em 48%. De acordo com a estatística do mapa da violência no Brasil, os
estados de São Paulo e Paraná estão entre os mais violentos do país. (ABIN – Agencia
Nacional de Inteligência, Mapa da Violência 2011).

Portanto é notório a necessidade urgente de se reduzir à maioridade penal para


16 anos para ajudar a embasar mais o assunto coletamos do site
www.educacional.com.br um artigo com a opinião de um sociólogo da Universidade de
Brasília, Antonio Flávio Testa, que estuda a violência entre jovens desde a década de
70. (http://www.educacional.com.br/reportagens/juventude_violencia/reduzirounao.asp)

Reduzir ou não?

“A História do Brasil está cheia de exemplos de idéias (boas ou


más) postas em prática isoladamente, sem um conjunto de
medidas de acompanhamento ou suporte”. Qualquer um sabe
que só reduzir a maioridade penal não vai resolver, nem de
longe, o problema da criminalidade. Mas imaginemos que
nossos governantes e representantes criassem um conjunto
abrangente de medidas para reformar o sistema penal brasileiro,
e vamos supor que elas fossem boas. Será que a redução da
maioridade penal para 16 ou 14 anos estaria entre elas?

“Acho que a redução da maioridade penal se faz necessária


atualmente por uma série de razões. Eu diria que a principal
delas é o fato de que a Constituição de 1988 não contemplou
direitos e ações que obrigassem o Estado a atuar
preventivamente na segurança pública. Por essa razão é que
estamos vendo esse estouro de crimes”, declara o sociólogo da
Universidade de Brasília, Antonio Flávio Testa, que estuda a
violência entre jovens desde a década de 70. Ele considera o
Estatuto da Criança e do Adolescente um ótimo instrumento de
defesa de direitos humanos, mas que se aplicaria a outras
realidades que não à do Brasil de hoje. “Quem tem 14 anos e
comete um crime bárbaro deve pagar por ele como qualquer
outra pessoa”, afirma.

Testa observa que muito se fala de direitos humanos para o menor criminoso —
ou para qualquer criminoso, mas acredita que o foco da discussão não deve ser esse.

“O Estado deve agir no sentido de proteger ambos os lados


(vítima e réu), mas percebo que a lei só tem sido aplicada para
garantir direitos humanos aos agentes de crimes. Ora, o Estado
deve agir pensando no cidadão, na potencial vítima! A diretriz
de suas ações deve ser o pensamento de impedir, de todas as
formas, que qualquer indivíduo volte a cometer crimes contra a
sociedade.” Sob esse ponto de vista, Testa defende a redução da
maioridade e o rigor na aplicação de penas de forma geral. “É
fato que, hoje, toda quadrilha tem um menor para cometer os
crimes bárbaros. A redução da maioridade, associada a uma
punição rígida aos adultos que usam menores para cometer tais
crimes, pode realmente coibir essa tática cruel.” Ele também é
contra a supervalorização de políticas compensatórias para os
condenados, como a do "trabalha um dia, reduz a pena em dois
dias", citando o exemplo dos EUA, onde há Estados que adotam
o trabalho forçado nas prisões. “Acredito que os presos
deveriam ter seu tempo o mais ocupado possível. Deveriam
trabalhar na construção de pontes, escolas e hospitais,
recuperação de rodovias, etc. O pagamento pelos serviços
prestados seria utilizado para custeá-los na prisão, dar
assistência a suas famílias e indenizar as famílias de suas
vítimas."

DIREITO À PAZ COMO GARANTIA FUNDAMENTAL SUPREMA E O


CONFLITO COM A NORMA INTERNA CONSTITUCIONAL QUE DEFINE A
MAIORIDADE.

E é nesse contexto que devemos clamar por mudança urgente em nossa


Constituição, mas não só amparado por teorias sem fundamento legal, vale salientar que
estamos diante de um confronto entre direitos, pois de um lado está o direito a proteção
do infrator até os 18 anos de idade e do outro está o direito a paz que é garantia
fundamental.

Para melhor exemplificarmos citamos alguns juristas renomados que debatem


sobre a supremacia do direito a paz (CF, art. 4°, VII),:
Paulo Bonavides define que o direito à paz é concebido como
direito imanente à vida, sendo condição indispensável ao
progresso de todas as nações, em todas as esferas
(BONAVIDES, 2008). Constatou que a paz estaria localizada em
uma única geração, que denominou de quinta geração dos
direitos fundamentais. A paz teria uma dimensão única por ser
o direito supremo de toda a humanidade (BONAVIDES, 2008).

Sobre a desconsideração da lei quando se trata de uma realidade e


necessidade presente o grande doutrinador Norberto Bobbio em seu estudo
sobre a ausência do Direito à Paz e a Guerra traz:
“(…) E de qualquer modo continua válido também o
principio de que a necessidade não tem lei, e a guerra
aciona um estado de necessidade que, como todo estado
de necessidade que é lei para si mesmo, está acima de
qualquer lei (natural e positiva). Se precisarmos de uma
prova definitiva, bastará considerarmos o art. 15 da
Convenção Européia Direitos do homem (1950). Esse
artigo traz a enumeração dos principais direitos do
homem que devem ser protegidos no âmbito dos
Estados signatários da convenção. Ora, esse artigo
sustenta textualmente: “Em caso de guerra ou outro
perigo público que ameace a vida da nação, qualquer
outra parte contraente pode tomar as medidas em
derrogação das obrigações previstas na presente
convenção etc”. Como podemos ver, guerra é guerra não
respeita a vida imaginemos então se será capaz de
respeitar os outros direitos fundamentais.
Não é nem mesmo necessário o estado de guerra
efetivo: é suficiente o estado de guerra potencial, a
guerra fria, como se diz hoje (…)
(Bobbio, Noberto, O Terceiro Ausente, ensaios e
discursos sobre a paz e a guerra, editora manole, 2009,
pg 114).

Portanto concluímos que diante de uma situação onde a necessidade


seja aparente devemos interpretar ou modificar a lei para que possamos
assegurar um objetivo maior que nesse caso seria o Direito à Paz.

Para resolver esse conflito e por de vez um basta na violência que o


Estado tem ciência e não pode fazer nada pois está atado por uma simples
norma conflitante, temos também na lição do Prof. Alexandre de Morais a
solução conforme se verifica:

“Desta forma, quando houver conflito entre dois ou mais


direitos ou garantias fundamentais, o intérprete deve utilizar-
se do principio da concordância prática ou da harmonização de
forma a coordenar e combinar os bens jurídicos em conflito,
evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros,
realizando uma redução proporcional do âmbito de alcance de
cada qual (contradição dos princípios), sempre em busca do
verdadeiro significado da norma e da harmonia do texto
constitucional com sua finalidade precípua.”

DA DESCARACTERIZAÇÃO DA RIGIDEZ DAS NORMAS


Sabemos que a sociedade é dinâmica se modifica, se altera e evolui com o passar
do tempo, portanto seria irracional que as leis permanecessem as mesmas de 10 anos
atrás tendo em vista as necessidades de atualizações nas leis, contudo existem normas
rígidas que não deveriam ser rígidas por se tratar de normas que precisam ser
constantemente modificadas, sobre a rigidez constitucional citamos o prof. JOSE
AFONSO DA SILVA:

o Prof. José Afonso da Silva (15) adverte que "A estabilidade das constituições
não deve ser absoluta, não pode significar imutabilidade. Não há constituição
imutável diante da realidade social cambiante, pois não é ela apenas um
instrumento de ordem, mas deverá sê-lo, também, de progresso social. Deve
assegurar certa estabilidade constitucional, certa permanência e durabilidade
das instituições, mas sem prejuízo da constante, tanto quanto possível, perfeita
adaptação das constituições as perfeitas exigências do progresso, da evolução
e do bem-estar social. A rigidez relativa constitui técnica capaz de atender a
ambas as exigências, permitindo emendas, reformas e revisões, para adaptar as
normas constitucionais às novas necessidades sociais, mas impondo processo
especial e mais difícil para essas modificações formais, que o admitido para a
alteração da legislação ordinária (Meirelles Teixeira, Lições Apostiladas)."

Por tudo exposto concluímos que a redução da maioridade penal vai influenciar
diretamente na diminuição da criminalidade por jovens infratores e consequentemente o
cidadão poderá usufruir o direito à paz tanto protegido pela Constituição. Vale salientar
que os criminosos estão cada vez mais usando crianças e adolescente para a prática de
crime como verdadeiros escudos, pois aos menores de 18 anos não é imputado crime,
somente infração, sendo logo posto em liberdade junto com o anseio da família, sendo
que esse jovem logo estará reincidindo na mesma prática, pois se torna um ato vicioso.

É nesse sentido que deve ser mudado o Art. 228, reduzindo a idade de 18 para
16 anos e punindo o ora infrator como criminoso e ciente de seus atos ilícitos.

Art. 228, da Constituição Federal


Art. 26 a 28, do Código Penal .
Art. 397, Inciso II, do Código de Processo penal

Anda mungkin juga menyukai