RESUMO
INTRODUÇÃO
Para entendermos bem o assunto que será discutido temos que apresentar o
conceito de imputabilidade e inimputabilidade penal:
GRECO, Rogério. Código Penal: comentado/Rogério Greco. -
2. ed - Niteroi, RJ: Impetus, 2009., p. 21.
Podemos observar que no Brasil existem três correntes, que podemos definir:
a) A primeira, defende afirmando que menoridade penal, com o advento da CRFB/88 não assegurou impossibilidade de reduzir a
menoridade penal contida no art. 288, da carta política, pois, este dispositivo não compõe as clausulas pétrea (cf. art. 60, §4°, I, II, III
e IV, da CRFB).
b) A segunda corrente diverge da primeira, atentando ao afirmar que a menoridade penal aos 18 anos incompletos compõe os direitos
humanos protegidos no art. 5° da CRFB, mesmo que a previsão taxativa se dê no art. 228, ainda assim considera como cláusula pétrea
c) A terceira corrente segue o mesmo entendimento da segunda corrente, porém completa ao dizer que a Republica Federativa do
Brasil rege-se pelas suas relações internacionais pelo principio da prevalência dos direitos humanos (cf. art. 4° II, da CRFB), e a Carta
da ONU a qual o Brasil se declina, positivou em seu texto Internacional a proteção e os direitos da criança e do menor adolescente
como parte dos direitos humanos inerente a dignidade da pessoa humana.
Com primazia Rogério Greco defende a constitucionalidade da redução da menoridade penal, in verbis:
Apesar da inserção no texto Constitucional Federal referente à menoridade penal, tal fato não impede, caso haja vontade política
para tanto, de ser levada a efeito tal redução, uma vez que o mencionado art. 228 não se encontra entre aqueles considerados
irreformáveis, pois que não se amolda ao rol das clausulas pétreas elencadas nos incisos I a IV, do §4°, do art. 60 da Carta Magna
A Constituição Federal de 1998 traz em seu art. 228 a proteção ao menor quando
define que são inimputáveis os menores de 18 anos como se observa na citação abaixo:
Já está sendo votada a PEC 20/99 que trata da redução da maioridade penal
partindo do ponto que o art. 228 da CF/88 não é cláusula pétrea, contudo a constituição
foi promulgada de forma rígida, ou seja, o processo de modificação de suas normas é
mais severa do que as leis ordinárias.
Reduzir ou não?
Testa observa que muito se fala de direitos humanos para o menor criminoso —
ou para qualquer criminoso, mas acredita que o foco da discussão não deve ser esse.
o Prof. José Afonso da Silva (15) adverte que "A estabilidade das constituições
não deve ser absoluta, não pode significar imutabilidade. Não há constituição
imutável diante da realidade social cambiante, pois não é ela apenas um
instrumento de ordem, mas deverá sê-lo, também, de progresso social. Deve
assegurar certa estabilidade constitucional, certa permanência e durabilidade
das instituições, mas sem prejuízo da constante, tanto quanto possível, perfeita
adaptação das constituições as perfeitas exigências do progresso, da evolução
e do bem-estar social. A rigidez relativa constitui técnica capaz de atender a
ambas as exigências, permitindo emendas, reformas e revisões, para adaptar as
normas constitucionais às novas necessidades sociais, mas impondo processo
especial e mais difícil para essas modificações formais, que o admitido para a
alteração da legislação ordinária (Meirelles Teixeira, Lições Apostiladas)."
Por tudo exposto concluímos que a redução da maioridade penal vai influenciar
diretamente na diminuição da criminalidade por jovens infratores e consequentemente o
cidadão poderá usufruir o direito à paz tanto protegido pela Constituição. Vale salientar
que os criminosos estão cada vez mais usando crianças e adolescente para a prática de
crime como verdadeiros escudos, pois aos menores de 18 anos não é imputado crime,
somente infração, sendo logo posto em liberdade junto com o anseio da família, sendo
que esse jovem logo estará reincidindo na mesma prática, pois se torna um ato vicioso.
É nesse sentido que deve ser mudado o Art. 228, reduzindo a idade de 18 para
16 anos e punindo o ora infrator como criminoso e ciente de seus atos ilícitos.