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Tecnologia de gestão e rentabilidade na pequena propriedade rural – estudo de caso

Leandro César Neukirchen


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7 - Agricultura Familiar

Apresentação com presidente da sessão e sem a presença de debatedor


Tecnologia de gestão e rentabilidade na pequena propriedade rural – estudo de caso

Resumo

Objetiva-se, por meio deste trabalho, avançar nas discussões acerca dos programas de
incentivo à produção agropecuária. Para tanto, analisar-se-á a rentabilidade de duas
propriedades rurais do município de Marechal Cândido Rondon – Pr, sendo uma delas
classificada como minifúndio e a outra como pequena propriedade, enfocando a produção
leiteira desenvolvida nas mesmas. Observou-se que a utilização inadequada da ferramenta de
apoio à gestão na propriedade provoca, em certa medida, o esmorecimento do produtor e,
conseqüentemente, o desinteresse dos herdeiros em dar continuidade à produção leiteira
desenvolvida pelos pais. Já na propriedade em que o uso da tecnologia de gestão tem sido
aprimorado, nota-se que há perspectiva, por parte dos herdeiros em prosseguir na atividade
desenvolvida pela família. Dessa forma, o presente estudo de caso busca evidenciar que uma
nova postura é necessária frente à destinação dos recursos oriundos do Estado, para que,
assim, possam ser obtidos resultados socialmente corretos e economicamente viáveis, no que
concerne às propriedades rurais subsidiadas.

Palavras-chave: Produção leiteira; Programas de incentivos; Tecnologia.

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Tecnologia de gestão e rentabilidade na pequena propriedade rural – estudo de caso

1. Introdução
Na atual conjuntura do mercado, fortemente marcada pela alta competitividade, a
busca por novas tecnologias tem sido o objetivo de muitas empresas. Para garantir um espaço
nesse novo ambiente global, tais empresas se obrigam a produzir com custos cada vez
menores e com maiores padrões de qualidade (MINOZZO, 1999). Essa realidade também
pode ser percebida no âmbito do agronegócio, que apesar de possuir características
operacionais distintas das demais áreas comerciais e industriais, necessita estar organizada em
todas as fases da cadeia produtiva para se adequar às novas características desse mercado,
mantendo e expandindo seu espaço.
Essa nova configuração traz à tona uma questão bastante sensível relacionada com
os subsídios governamentais do setor agropecuário. Diante das diretrizes comerciais mundiais
instituídas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), esses subsídios representam um
fator de desequilíbrio entre os produtores no âmbito mundial, principalmente se forem
consideradas as diferenças existentes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Nos países desenvolvidos, onde são identificados os maiores índices de subsídios
ao setor agropecuário, há uma forte resistência quanto a adequação de suas políticas às regras
de negociação internacional impostas pela OMC. Do outro lado estão os países em
desenvolvimento, que sofrem com o tamanho dos subsídios agropecuários disponibilizados
nos países desenvolvidos. Pinazza & Alimandro (1999, p. 2) salientam que, em geral, as
políticas de incentivo existentes em países em desenvolvimento “devem ser mais orientadas
para a produção, com a finalidade de expandir a oferta e garantir o suprimento de alimentos
para a população carente e pobre.”.
No Brasil, as políticas de incentivo ao agronegócio têm, como pilares, o
desenvolvimento da agricultura nacional, principalmente a de sustentabilidade das produções
de pequena escala. A estas, por sua vez, são destinados créditos a taxas inferiores as cobradas
no mercado e facilidade para o acesso aos subsídios.
No Estado do Paraná e, especificamente, na região Oeste do Estado, verifica-se que os
produtores rurais possuem os incentivos disponibilizados, de forma genérica, pelas
instituições públicas. No entanto, o que se observa é que não há um modelo de gestão de
propriedade, mas sim uma pluralidade na forma de conduzir cada unidade rural existente no
município.
Nesta perspectiva, visualiza-se a necessidade de investigar acerca da aplicação e
do uso de recursos públicos disponibilizados pelos governos Federal, Estadual e Municipal no
Brasil, dando ênfase às políticas de incentivo à produção agropecuária.

1.1 Caracterização do problema


A agropecuária brasileira, segundo Roesler (1997), tem sido alvo de inúmeras
políticas públicas de incentivo, que surgem para promover a qualidade e fixar o homem no
campo. Porém, a forma como são destinados e controlados tais recursos impede que sejam
atingidas as metas pré-estabelecidas pelos programas.
Rosa (1999) sugere, inicialmente, que para propiciar o desenvolvimento
sustentável da agricultura familiar, a descentralização sistemática dos aparelhos decisórios.

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Segundo a autora, deveria-se formular políticas específicas para as particularidades de cada
região, respeitando as atividades geradoras de emprego existentes em cada local,
proporcionando a maximização das tecnologias e do conhecimento, aproveitando todos os
recursos disponíveis (energéticos, naturais e humanos).
Neste sentido, Souza Filho et. al. (2004) chamam a atenção para a extrema
heterogeneidade da agricultura familiar. Segundo os autores, o setor inclui desde produtores
com recursos reduzidos, até famílias com grandes disponibilidades de capital. Acrescentam
ainda que as atuais políticas públicas precisam romper o atual sistema fechado e inflexível,
para tornar-se mais compatível às condições econômicas do local.
Além da inflexibilidade das políticas públicas, a falta de capacidade de gestão e a
ausência de planejamento para as atividades que são desenvolvidas têm sido apontadas como
fatores decisivos para frear o desenvolvimento do homem no campo. Na opinião de Tung
(1990, p.170), “não há tamanho ideal de propriedade agropecuária”, o resultado das atividades
está intrínseco a capacidade do produtor de administrar seus recursos.
Batalha et. al. (2004) destacam dois enfoques dados aos programas de incentivo à
agropecuária no Brasil, voltados para a agricultura familiar, sendo eles: a) trazer informações
sobre o potencial e sobre os mercados reais para os produtos e; b) capacitar gerencialmente os
agricultores familiares. Contudo, os autores alertam sobre a pouca ênfase que tem sido dada
ao aspecto da capacitação desses produtores em gerir de maneira eficiente os recursos
disponíveis em suas propriedades.
Já no campo da pesquisa, Batalha et. al. (2004, p. 2) salientam que, embora o
“tripé fundamental para a competitividade sustentada” seja formado pela pesquisa dos
processos de produção, pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos e pela pesquisa
no campo da tecnologia de gestão, esta última não tem recebido a devida atenção dos
pesquisadores. Batalha et. al. (2004, p. 9) asseveram que “inúmeros estudos têm apontado
deficiências gerenciais nos negócios da agricultura familiar e reduzindo ganhos que poderiam
advir da superação dessas deficiências.”
Diante do exposto, busca-se responder às seguintes questões: a capacidade de
gestão dos produtores da pecuária leiteira influencia nos resultados obtidos na atividade? E
quanto aos resultados obtidos, têm atendido aos objetivos dos programas de incentivo à
produção?

1.2 Objetivos do trabalho


Tendo-se em conta o problema apresentado para investigação, o objetivo geral
deste trabalho é observar a diferentes formas de gerenciamento e uso dos recursos das
propriedades familiares, mensurando o quanto representa explorar eficientemente os recursos
disponíveis e gerenciar estrategicamente uma pequena propriedade rural. Objetiva-se,
também, adicionar novas hipóteses que norteiem a capacidade gerencial dos produtores
familiares, contribuindo para a formulação de novas políticas de incentivo à produção.
De forma mais detalhada, o trabalho busca atingir os seguintes objetivos
específicos: a) levantar os resultados obtidos na produção leiteira, que é a principal fonte de
renda das pequenas propriedades da região Oeste do Estado do Paraná; b) identificar o perfil
administrativo de cada produtor; c) analisar as perspectivas econômicas e sociais de cada caso
estudado.

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1.3 Justificativa do estudo
Segundo Smith (1996, p. 129), “nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz,
se a grande maioria de seus membros forem pobres e miseráveis”. De que adianta o país
promover verdadeiras revoluções tecnológicas no campo, se for direcionado apenas a uma
pequena fatia dos produtores?
Conforme explicam Pinazza & Alimandro (1999, p. 38), houve uma verdadeira
“seleção darwiniana” na agricultura, pois os pequenos produtores não tinham acesso às novas
tecnologias. Conseqüentemente, seus produtos eram comercializados abaixo do custo de
produção, proporcionando prejuízos de grande monta para essa classe.
A relevância deste estudo reside nas contribuições que o mesmo pode oferecer
para o direcionamento das políticas públicas, possibilitando a maximização dos resultados
obtidos com a aplicação dos recursos públicos destinados ao incentivo à produção
agropecuária. Neste mesmo sentido, o estudo se justifica pela necessidade de diagnosticar se
os recursos públicos, obtidos através da cobrança de tributos da população, estão sendo
empregados de maneira eficaz.
Outra contribuição importante do estudo está na identificação de fatores que
limitam o desenvolvimento sustentável de uma propriedade familiar. Assim sendo, o estudo
pode contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do
processo de gestão das propriedades identificadas com a agricultura familiar.

1.4 Metodologia
Para atingir os objetivos propostos e responder à questão de pesquisa, foram
selecionadas duas propriedades rurais localizadas no município de Marechal Cândido, região
Oeste do Estado do Paraná. A seleção dessas propriedades se deu em função de algumas
características que puderam ser observadas em estudo exploratório realizado anteriormente.
Essas propriedades possuem as mesmas características climáticas e classificam-se uma como
minifúndio e a outra como pequena propriedade, segundo o módulo fiscal estabelecido pelo
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na região (as áreas que
correspondem de 1 a 2 módulos fiscais, em hectares equivale de 18 a 36 ha). Além disso, os
primeiros contatos revelaram que os mecanismos administrativos empregados nas duas
propriedades eram distintos entre si, o que ensejou avaliar se essas diferenças influenciavam
os resultados econômicos obtidos por eles. O objetivo dessa seleção foi identificar, também,
algumas variáveis de sucesso e de obstáculos ao desenvolvimento sustentável da produção
agropecuária nas unidades rurais da região.
A escolha pelo procedimento metodológico – estudo de caso – deve-se ao fato de
permitir aprofundar os conhecimentos acerca de um determinado caso específico. O estudo de
caso é justificado pela sua capacidade de levantar informações numerosas e detalhadas sobre
o objeto pesquisado, permitindo analisar uma situação em sua totalidade.
A técnica utilizada para o estudo foi a qualitativa, por meio da qual foi feito um
monitoramento das propriedades, no período de janeiro a dezembro de 2004, sendo que eram
realizadas visitas mensais e levantadas as informações acerca da produção e dos custos
incorridos na atividade leiteira em cada localidade. A metodologia qualitativa contribui para
descrever a complexidade do problema, analisar, compreender e classificar as dinâmicas
vividas por determinados grupos sociais, podendo, ainda, ser o fato gerador para o processo
de mudança de um determinado caso em estudo.

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Vale ressaltar que o contato do pesquisador com o seu objeto de estudo, conforme
salientou Shikida et. al. (2004), permite explorar ao máximo o tema proposto, até porque,
muitas vezes, a simples aplicação de um questionário não permite visualizar profundamente
os dados inerentes ao problema proposto.

2 Referencial teórico
Este tópico buscar apresentar a questão de estudo no contexto dos programas
governamentais de incentivo à agropecuária, na atual realidade da agricultura familiar e no
perfil dos gestores de propriedades rurais.

2.1 Programas de incentivo


Nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, a agricultura é mantida
com muito cuidado, pois à medida que a sociedade evolui, no campo são administradas
políticas para que os produtores acompanhem o desenvolvimento urbano, até mesmo porque,
tal conduta gera respaldo, até mesmo, no eleitorado urbano, o que permite afirmar que “[...] à
exceção do bebê de berço, o agricultor é a criatura mais mimada.”. (PINAZZA &
ALIMANDRO, 1999, p.206).
Da mesma forma, no Brasil, a agricultura é alvo de programas de incentivo à
produção. Eles se dividem em “plano de reforma agrária” e “crédito rural” para a expansão da
agricultura familiar.
A nível Federal, o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar) “é a primeira política federal voltada exclusivamente a esse setor. Trata-
se de um programa de apoio técnico e financeiro ao desenvolvimento rural, tendo como base
o fortalecimento da agricultura familiar.” (CRUZ & VALENTE, 2004).
De acordo com os dados da Receita Federal, em 2004 o PRONAF bateu recordes
de investimento na agricultura familiar, representando um repasse de R$ 7 bilhões de reais
para a safra 2004/2005, o que beneficiou cerca de 1,8 milhões de pequenos produtores rurais
em todo o Brasil.
Outro benefício dado à agricultura familiar, por meio de leis federais, é a garantia
de não penhora da propriedade, em caso de não conseguirem liquidar seus débitos decorrentes
de sua atividade produtiva. Isso é o que garante a Lei da Carta Magna, no art. 5º, inc. XXVI .
Na esfera Estadual (Paraná), o principal incentivo destinado aos produtores,
agora independentemente da área da propriedade, é o diferimento do ICMS (Impostos sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços). Embora muitos produtores acreditem que o
diferimento é a isenção do imposto para a sua atividade, esse conceito não condiz com o que
realmente objetiva tal benefício, pois a isenção representa literalmente a alíquota “zero” no
imposto estadual, enquanto o diferimento corresponde a uma postergação da oneração do
referido tributo.
Outro benefício disponibilizado às propriedades rurais no Paraná é a utilização do
crédito de ICMS destacado na nota fiscal no ato da compra de implementos agrícolas. Isso
permite afirmar que as propriedades têm as mesmas características que as empresa comerciais
ou industriais, as quais também contabilizam o ICMS referente a aquisição de bens para o
Ativo Imobilizado, ou seja, todos os produtos utilizados como insumos na produção rural
possuem o benefício de terem seu valor creditado, sendo o processo para obter o incentivo
relativamente simples, bastando o produtor apresentar a nota fiscal de compra dos insumos,

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juntamente com a produção. As empresas agrícolas da região convertem esse crédito em
mercadorias destinadas tanto ao consumo quanto para a produção.
O diferimento do ICMS aos produtores, justifica-se pela agregação de valor que
terá no produto final, ou seja, o insumo mais a produção, constituirão a base de cálculo para
incidir a alíquota do imposto estadual, diferentemente da isenção. Esta última, por sua vez,
não formará base de cálculo em nenhuma das etapas da cadeia produtiva até o consumidor
final, sendo este o produto que realmente não paga imposto, no caso o ICMS.
Quanto ao âmbito municipal, em Marechal Cândido Rondon (PR), há um
benefício concedido e controlado pelo órgão, que consiste em distribuir gratuitamente sêmem
de bovinos leiteiros, visando incentivar a produção local, haja vista que a região é considerada
uma das “bacias leiteiras” do Estado e, considerando o percentual de minifúndios e pequenas
propriedades que há na região, permite afirmar que é expressiva a participação desses
produtores nesta conquista.

2.2 Agricultura familiar


A agricultura familiar, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(Fipe), foi responsável por 10,1% do PIB nacional em 2003. Desta forma, não pode ser
atribuída a esse segmento uma política de compensação, mas sim de desenvolvimento
econômico (MDA, 2005).
No que tange à agricultura familiar, Batalha et. al.(2004) relatam que os esforços
do desenvolvimento tecnológico estão voltados a produção e não a tecnologia de informação,
para a qual, segundo os autores, todas as tecnologias são relevantes e interagem entre si,
portanto, devem ser difundidas com equidade.
Assim sendo, em um país em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, onde
75,4% da riqueza total está concentrada nas mãos de 10% da população (POCHMANN,
2004), é imprescindível saber se os recursos oriundos dos impostos pagos, principalmente
pelos 90% restante, estão sendo bem aplicados e estrategicamente utilizados.

2.3 Perfil do gestor


Com as transformações que vem acontecendo no mundo, exige-se dos profissionais
uma contínua evolução, para que eles possam acompanhar as mudanças e se manterem
competitivos em seus negócios e empresas.
Para a agricultura, a realidade é ainda mais penosa, pois o acesso as informações que
permitem a profissionalização dos produtores, pode ser considerado o principal obstáculo
enfrentado pela classe, além de fatores culturais que emperram o seu desenvolvimento.
Dessa forma, como as propriedades possuem pequenas áreas para desenvolverem suas
produções agropecuárias, é de suma importância que as mesmas desenvolvam-nas de maneira
eficiente, visando obter, além da sustentabilidade, também rentabilidade na atividade que
exploram.
De acordo com Antunes e Engel (1999, p. 39), “os produtores que se
instrumentalizaram em informática, que buscaram os princípios de qualidade total, que
controlam custos de produção estão aptos a tomadas de decisões administrativas com
possibilidades de efeitos reais no desempenho de sua empresa rural. Este tipo de produtor já
possui subsídios, já possui embasamento de qualidade para levar seu negócio a melhores
patamares de produtividade e, principalmente, de lucratividade”.

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O SENAR (Serviço de Aprendizagem Rural), tem por objetivo implantar junto a micro
e pequeno empresário rural, um sistema de informações gerenciais e educacionais, com o
intuito de elevar o bem estar sociocultural dos empreendedores do setor agrícola. A ênfase
dada nos programas do SENAR norteia a modernização das propriedades com a introdução de
tecnologia, visando capacitar os produtores rurais para melhorarem seu desempenho frente à
administração de suas produções agropecuárias.
Na região do município de Marechal Cândido Rondon, a predominância das
propriedades rurais baseia-se no perfil de “Empresa Familiar”, pois, essencialmente, utiliza-se
a mão-de-obra familiar na produção.
A empresa familiar é caracterizada pelo emprego do trabalho da família ou de forma
que não modifique seu caráter. Na região, esse perfil está intrinsecamente ligado ao fato de
prevalecer em quantidade (69%) às propriedades consideradas pelo INCRA (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária), exercício de 2000 a 2002, como minifúndio, ou
seja, no caso da jurisdição de Marechal Cândido Rondon, mais de 50% das unidades rurais
possuem áreas inferiores a 18 ha.

3 Análise e discussão dos resultados


Os resultados apresentados nesta sessão referem-se ao período de monitoramento
das propriedades no ano de 2004, obtidos através de visitas mensais às propriedades,
entrevistas com os responsáveis pela administração da propriedade, depoimento de familiares
envolvidos no processo produtivo e através da mensuração de indicadores de resultado
econômico.

3.1 Formação das propriedades


Como evidencia Batalha et. al. (2004), a formação histórica e cultural, é um entre
os fatores relevantes para se analisar as propriedades rurais. Inicialmente será feito um breve
relato da história de cada propriedade que demonstrará, de onde veio, por que escolheram a
atividade leiteira para ser explorada e se os herdeiros têm interesse de prosseguir na atividade
desenvolvida pelos pais.
Primeiramente, será apresentado a propriedade do produtor I, 48 anos, nascido no
município de Marechal Cãndido Rondon. Seu ofício, antes do casamento, era dedicar-se a
lavoura com os pais e, em períodos de safra, trabalhava como motorista de ceifadeira.
Em 1982, casou-se e continuou trabalhando como motorista. Porém, a lavoura dos
seus pais foi substituída pela produção leiteira, pois logo após o casamento o casal recebeu de
herança, de ambas as famílias, a atual propriedade e 03 (três) vacas mestiças, sendo que a
partir delas formaram o atual rebanho.
A produção leiteira para comercialização era oriunda de ambas as famílias, fato
que fez com que os mesmos continuassem a extrair leite para a subsistência, e com os animais
ganhos garantiam uma produção média de 20 a 30 litros/dia.
Na profissão de motorista o produtor permaneceu até a compra de um plantel de
suínos e, a partir dessa nova atividade, surgiu a necessidade de se dedicar exclusivamente à
propriedade, pois a esposa não teria condições de manter a diversidade em épocas de safra.
A propriedade possui uma área de 12,50 ha (hectares), tendo como principal fonte
de renda a produção leiteira, secundariamente a atividade com suínos em parceria e, para
complementar a renda, abriram-se 02 (dois) açudes para piscicultura.

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Quanto a produção de leite, no início, conta o produtor, que as condições para
produzir eram bastante precárias, pois a falta de energia elétrica culminava na deteriorização
acelerada do produto, o qual precisava ser extraído e carregado a uma distância superior a
1000 metros para que o freteiro pudesse recolher o galão.
Mas os ganhos com a produção de leite, segundo o produtor, quando tirava pouco
leite, a receita proveniente era satisfatória, pois representava uma boa injeção financeira em
sua propriedade. Inclusive quando o suíno estava com o preço inferior ao custo empregado,
provinha do leite os recursos para manter essa atividade.
O produtor, que é associado a 23 anos a uma cooperativa de produtores
(COPAGRIL), formada no município há 35 anos, relata que suas atividades são desenvolvidas
com o auxilio técnico dos profissionais contratados pela COPAGRIL.
A família é constituída pelo casal e quatro filhos. O produtor afirma que não vai
interferir na decisão profissional dos herdeiros, haja vista que o mesmo acredita que eles
devem optar por uma profissão que gostem e lhes garanta um bom futuro.
Quanto à continuidade da produção no campo, tendo em vista a necessidade, com
o decorrer do tempo, de mão-de-obra para os serviços na propriedade, o produtor afirma que
ainda não sabe se algum dos filhos tem o desejo de permanecer auxiliando no seu trabalho.
Apenas comenta que a primogênita casou-se e foi morar na cidade, enquanto que o segundo
cursa um curso de graduação em período integral, fato este que faz com que ele esteja em casa
apenas nas épocas de férias. Da mesma forma, as gêmeas ainda são pequenas e tem muito
tempo para decidirem o que querem.
Por outro lado, a cerca de 05 Kilometros de distância, a história do produtor II,
tem o início semelhante ao do produtor I, porém o desfecho é que distingue as duas
propriedades. O produtor II, 58 anos, nascido no Estado do Rio Grande do Sul, veio para a
região do Oeste do Paraná em 1965, onde inicialmente trabalhou com a família no cultivo de
lavouras de cereais e no desmatamento para abertura de novas áreas para plantação.
A família do produtor II não tinha a característica de produzir leite para a
comercialização. No entanto, a família de sua esposa, com a qual casou-se no ano de 1974,
tinham a atividade leiteira para fins de comercialização.
Inicialmente, o produtor foi morar na propriedade do sogro, o qual necessitava de
um tratorista. Porém, o casal começou a guardar recursos para comprar a futura propriedade e
já naquele período produziam cinco litros de leite por dia, de duas vacas comuns.
Quando conseguiram adquirir a primeira propriedade, logo em seguida tiveram
que desocupá-la, pois a mesma ficava em uma região que seria alagada pelo Lago de Itaipu.
Com o valor da indenização, mais 08 alqueires de terra (3 para cultivo e 5 branca) que
pertenciam ao produtor antes do casamento e mais a comercialização de duas safras (milho e
soja), conseguiram comprar a atual propriedade.
Na nova propriedade, a produção de leite aumentou, passando à ordenha de 4
vacas, com média entre 20 a 25 litros/dia. Porém, o que veio a dificultar foi a comercialização
do produto, haja vista que o fato do alagamento na região culminou em uma brusca redução
no numero de produtores, fazendo com que não compensa-se ao freteiro da laticínio recolher
o leite das poucas famílias que ficaram na região.
No entanto, o produtor relata que prosseguiu na produção, apesar da falta de
comprador. Iniciou a fabricação de queijo, o qual era vendido nos mercados da região durante
o período de um ano, até que a laticínio Rainha do Sertão foi adquirida pela Cooperativa de
produtores, a Copagril.

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Na Copagril, o produtor II associou-se em 1975 e, desde a sua associação,
compra e vende tudo o que produz na cooperativa, exceto o leite, que no ano de 2004 resolveu
comercializar com a Associação de Produtores Leiteiros da região, fato este que o mesmo
justificou pelo melhor preço pago por litro em comparação com a Lacticínio da Cooperativa.
O produtor também lembra o fato de ter investido em um trator no ano de 1984,
pois para poder efetivar a compra teve que se desfazer de seu carro que recentemente tinha
comprado, e acrescenta que foi o melhor negócio que fez, haja vista que se não tivesse
aproveitado a época para comprar, hoje, dificilmente, teria esse implemento agrícola.
No que tange a produção leiteira, o produtor relata o fato de que o leite foi a
garantia de subsistência no campo, pois com a receita proveniente do leite ele não necessitava
de financiamentos para a compra dos insumos destinados ao cultivo de cereais, enquanto que
a receita que provinha dos cereais eram investidas em novas áreas e na aquisição do
patrimônio.
O produtor II também frizou que, o leite garantiu os recursos necessários para o
ensino dos 04 (quatro) filhos, dos quais um formou-se em técnico contábil, dois como técnico
agrícola e a caçula concluiu propedêutico (segundo grau).
Na propriedade, atualmente, conta com o auxilio de dois filhos, um técnico
agrícola e outro técnico contábil, os quais não demonstram interesse em trocar o campo pela
cidade. Justificam que, a renda que possuem nos 19,50 ha de terra, dificilmente conseguiriam
na cidade, ou teriam que analisar bem antes de tomar qualquer decisão.
Como meta, do produtor e esposa, objetivam dar de herança 03 alqueires de terra
para cada filho, sendo que até o momento a filha caçula casou-se e já recebeu sua parte,
juntamente com algumas vacas para continuar a produção. Quanto ao primogênito, esse
resolveu sair do campo para trabalhar em uma empresa que presta serviços a atividade
agrícola, no município de Marechal Cândido Rondon.

3.2 Análise da produção


Faria (2004) afirma que é preciso utilizar todos os recursos na atividade de
maneira eficiente, desde o manejo do animal até o uso das informações. Este autor observa
que “as fazendas brasileiras tem obtido lucro de R$ 1.000 a R$ 1.500 por ha/ano, o que torna
o leite mais rentável do que qualquer cultura de grão” (FARIA, 2004, p. 65).
Para Novaes (2004, p. 92), o pequeno produtor necessita organizar os fatores que
evolvem a produção leiteira, “tais como ordenha, sanidade, conforto, genética além do
gerenciamento eficiente que envolve desde o planejamento inicial até o monitoramento dos
indicadores zootécnicos e econômicos”, para que as unidades familiares possam acompanhar
a evolução do consumo, que cada vez mais busca produtos de qualidade com custos
reduzidos.
Partindo destes conceitos, serão analisadas as ferramentas utilizadas pelos
produtores supracitados, na produção leiteira, bem como a rentabilidade obtida em cada caso,
de acordo com o gerenciamento aplicado nas distintas propriedades.
Como Souza Filho et. al. (2004) afirmaram que a agricultura familiar é
extremamente heterogênea, os resultados, que serão demonstrados abaixo de forma
comparativa, permitirão avaliar de forma simplificada cada sistema de produção, reportando-
se às menções sobre o incentivo dado aos produtores pelo governo.

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As comparações deste estudo de caso serão feitas a partir das médias de
vaca/hectare/mês, produção de leite por animal mês e a demonstração dos custos totais/ano,
obtido em cada propriedade, bem como o tipo de tecnologia que utilizam para o manejo dos
animais.
Para compor o Gráfico 1, foi calculado o total de vacas, tanto as em lactação
quanto as secas, para obter a média de animais em ha/mês, ressaltando, que da área total de
suas propriedades, o produtor II utiliza 66.000m2 (6,6 ha) para o manejo do rebanho, enquanto
que o produtor I dispõe de uma área de 50.000m2 (5 ha) para o mesmo fim.
A fórmula utilizada para calcular o número de matrizes leiteiras por há é a
seguinte: ML = matrizes leiteiras
AT = área total

Gráfico 1 – Média Vaca/Há/Mês


8
7
6
5
Produtor II
4
Produtor I
3
2
1
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: dados da pesquisa


Observou-se que na propriedade do produtor II teve-se uma oscilação maior de
animais por ha/mês, em comparação com o produtor I. Entretanto, levando em conta os dados
expostos no gráfico, não é possível fazer alguma relação de custo beneficio, pois o período em
que o preço do leite tem melhor cotação está entre abril e agosto.
Nesta perspectiva, pode-se inferir, com o que foi descrito na introdução deste
trabalho, que o produtor II teve melhor aproveitamento da área em relação ao produtor I, ou
seja, utilizou melhor o recurso de área por ha/mês, em relação a animais leiteiros.
O Gráfico 2 demonstrará a produção média por animal/mês em cada propriedade,
dados estes que propiciam observar o quanto rende, em média, por litro produzido, cada
animal do plantel, por meio da formula: PT = produção total
VL = vacas em lactação

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Gráfico 2 – Média Leite/Animal/Mês
700
600
500
400 Produtor II
300 Produtor I

200
100
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: dados da pesquisa


Foi possível evidenciar, com o gráfico acima, que os animais da propriedade do
produtor II, durante o ano, tiveram uma média de produção superior que a do produtor I. Da
mesma forma, observando os dois gráficos apresentados, pode-se afirmar que a rentabilidade
do produtor II é maior, pois, considerando que este produtor mantém um número maior de
animais por ha/mês, e que se destaca em produção por animal, conseqüentemente o uso dos
recursos em relação a produção leiteira são melhor explorados por esse produtor.
Além de confirmar a tese dos autores citados neste trabalho, constatou-se que o
método de cobertura dos animais nas propriedades é distinto. No que tange a propriedade do
produtor I, o sistema de reprodução do seu rebanho é realizado por meio de inseminação
artificial. A mesma técnica também é utilizada pelo produtor II. No entanto, o que diverge
entre os produtores é que o primeiro utiliza-se de sêmem doado pelo programa municipal e o
segundo prefere comprar da iniciativa privada, justificando que o sêmen distribuído pela
prefeitura não oferece as qualidades que procura para melhorar geneticamente seu plantel.
Para saber o desempenho administrativo dos produtores, o Gráfico 3 apresenta os
resultados concernentes às receitas e às despesas anuais, obtidas em cada caso, no período
analisado, para que, em seguida, possa ser avaliado o grau de eficiência com que é utilizada a
ferramenta gerencial nas propriedades.
Gráfico 3 – Resultado Anual
Erro! Vínculo não válido. Fonte: dados da pesquisa
Ao comparar os resultados obtidos em cada propriedade, constatou-se que a
despesa do produtor I correspondeu a 84,51% da receita total, auferida no período, enquanto
que para o produtor II, a despesa representou 53,47%.
Importante ressaltar que, os valores utilizados para constituir o gráfico, referem-se
ao custo total da alimentação mais os gastos com a energia na propriedade. Adotou-se esse
procedimento devido as informações disponibilizadas pelo produtor I, em detrimento ao
procedimento adotado pelo produtor II, que, ao final de cada período elabora uma planilha
dos custos incorridos, envolvendo desde a alimentação dos animais até a depreciação do seu
Imobilizado.
Calculando a média da receita anual por ha/mês, o produtor I faturou R$ 437,14,
contra R$ 483,37 da produção do produtor II. Em percentual, a diferença inerente a receita/ha
equivale a 9,52% entre os sistemas de produção.

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Analisando as ferramentas gerenciais utilizadas pelos produtores, evidenciaram-se
as formas distintas de manejo e a qualidade do plantel, relacionando-á, também ao sistema de
alimentação dos animais em cada propriedade.
Primeiramente, na propriedade do produtor I, a alimentação dos animais consiste
em uma dieta recomendada pelos técnicos que o auxiliam, sendo que a cada 03 (três) litros de
leite produzido pelo o animal, deve ser inserido 1 Kg (Kilograma) de ração e mais pastagem.
Já na propriedade do produtor II, a dieta alimentar para o plantel é monitorada
pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), o qual forneceu uma planilha de análise de
exigências nutricionais para vacas em lactação.
Segundo Carvalho et. al. (1995, p.51), “a alimentação balanceada é calculada em
relação ao peso do animal, à produção e à percentagem de gordura do leite”. É essa a equação
utilizada pelo produtor II para determinar a trato do seu rebanho.
Portanto, com os resultados obtidos no estudo de caso proposto, pode-se afirmar
que a propriedade do produtor II utiliza de forma mais eficiente os recursos disponíveis para a
produção leiteira, muito embora, comparando com a unidade rural do produtor I, observou-se
que, primeiro produtor não é beneficiado pelo programa de incentivo municipal, o que
possibilita responder a interrogativa feita na caracterização do problema deste trabalho.
Infelizmente, os recursos disponibilizados pelo governo não estão alcançando os objetivos,
pois concernente ao estudo, a forma como são destinados os recursos, aliada a aplicabilidade
na propriedade do produtor I, deflagrou a impossibilidade de sucesso para essa política de
incentivo à produção.

3.3 Análise dos resultados econômicos e sociais


No setor do agronegócio, merece destaque a agricultura familiar, pois, conforme
destaca Fülber (2003, p. 33), “a grande capacidade de absorver mão-de-obra a transforma
numa alternativa socialmente desejada, economicamente produtiva e politicamente correta”.
Os resultados apurados neste trabalho indicam que, além das variáveis destacadas
nas reflexões feitas por Batalha et. al. (2004), Roesler (1997), Rosa (1999), Souza Filho et. al.
(2004) e Tung (1990), deve-se atentar para o fato de que, apesar das propriedades estarem
localizadas próximas uma da outra e a área disponível para produção ser basicamente nas
mesmas proporções, os resultados obtidos divergiram em muito.
No fator econômico, essa discrepância e falta de tecnologia de gestão é o fato
gerador para o desestímulo dos produtores de pequenas propriedades rurais no país. Apesar de
receberem incentivos fiscais, como é o caso do ICMS, a forma como são utilizados os
recursos nas unidades impedem o êxito integral das políticas públicas de apoio ao agricultor.
Conseqüentemente, desestimulados, esses produtores tendem a procurar outras atividades para
sua subsistência, o que, na maioria das vezes, culmina com sua migração para os centros
urbanos.
Talvez seja necessário mudar a forma de aplicação dos recursos destinados aos
produtores. Ao invés de diferir os tributos, esperando o resultado, poderia ser diferido o
resultado com a produção, ou seja, o governo deveria contribuir com os produtores de acordo
com o que produzem e não com o que espera que produzam.
Para um país em que a carga tributária, segundo o IBPT (Instituo Brasileiro de
Planejamento Tributário) em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) já ultrapassa a sifra dos
40%, é imprescindível que haja uma mudança na forma de destinação dos recursos oriundos

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da população, pois quanto mais ineficiente for o uso desses impostos, maior é a probabilidade
de um ‘caos’ econômico e social. Econômico porque envolve a criação de empregos e a
geração de renda, enquanto que social porque afeta a estrutura do corpo da sociedade,
promovendo, segundo a teoria durkheiniana, uma “ruptura do equilibro social, se ocorre
repentinamente, leva sempre muito tempo para produzir todas as suas conseqüências”
(RODRIGUES & FERNANDES, 1988, p. 104).

4. Conclusão
O presente estudo procurou analisar comparativamente duas unidades rurais de
pequeno porte no município de Marechal Cândido Rondon, Oeste do Paraná, objetivando
obter informações que norteiam o uso dos recursos, tanto os disponíveis em cada propriedade
quanto os oriundos de políticas públicas de incentivo a produção.
Constatou-se que o perfil do gestor das propriedades pesquisadas pode
influenciar significativamente no resultado econômico obtido no emprego dos recursos
destinados pelo poder público. Os resultados obtidos na propriedade que administra de forma
mais eficiente seus recursos foram maiores. Em decorrências disso, há um estímulo aos
herdeiros a prosseguirem na atividade.
Parametrizado pelas reflexões apresentadas na justificativa deste trabalho, pode-se
afirmar, nas limitações deste estudo de caso, que há um desequilíbrio nos programas de
políticas de incentivo à produção, pois, embora destinem recursos para manter o homem no
campo, gerando renda e qualidade de vida, o mesmo não consegue aprimorar a sua forma de
trabalho, prendendo-se as técnicas herdadas do passado.
Portanto, o governo deve ampliar a área de pesquisa que vise favorecer o pequeno
produtor, desenvolvendo um equilíbrio entre as tecnologias de produção e as de gestão.
Conforme demonstrado no trabalho, persiste ainda a falta do emprego de tecnologia de gestão
na agricultura familiar, o que se mostrou fator determinante na obtenção de resultados
positivos na atividade. O não direcionamento dos incentivos e das pesquisas para esse aspecto
da agricultura familiar poderá conduzir a um desajuste ainda maior, condenando à extinção as
pequenas unidades de produção agropecuária no Brasil.

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