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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL

GUAXUPÉ – UNIFEG
CAPACITAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA II

ELAINE DE CAMPOS SILVEIRA DOURADOR

“ELAS SÃO DO ABRIGO” – ESTIGMA E CONTEXTO ESCOLAR DE


CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM MEDIDA PROTETIVA DE
ACOLHIMENTO
GUAXUPÉ
2010
INTRODUÇÃO

Vivemos numa sociedade baseada no conceito de família, a legislação brasileira vigente


reconhece e preconiza a família, enquanto estrutura vital, lugar essencial à humanização e à
socialização da criança e do adolescente, espaço ideal e privilegiado para o desenvolvimento
integral dos indivíduos.
No entanto, por motivos diversos, violações de direitos podem vir a ocorrer no seio da
própria família, na relação que os pais, responsáveis ou outros membros do grupo familiar
estabelecem com a criança e o adolescente, levando ao afastamento, ainda que provisório, do
convívio familiar como aplicação de medida protetiva.
Embora em pauta a discussão sobre a necessidade de reflexão acerca de tal assunto, este
trabalho não tem a pretensão de focar esta problemática. Mas, de analisar a condição de crianças
e adolescentes que estão em medida protetiva de acolhimento institucional no âmbito do conceito
de Estigma (Goffman, 2008), tendo como situação estigmatizante a própria vivência institucional,
como situação de vivência “anormal”, fora dos padrões estabelecidos pela sociedade.
Pois, segundo o autor a sociedade estabelece os meios de categorizar as pessoas e o total
de atributos considerados como comuns e naturais, cria padrões e, dentro desses modelos
estabelece as categorias, aos sujeitos que não correspondem a esta modalidade restam-lhes a
marca do diferente, tornando-os marginalizados e estigmatizados.
Para tal, o campo desta analise será a vivência das crianças e adolescentes acolhidos
institucionalmente no município de Casa Branca e a relação com o ambiente escolar.

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Objetivo Geral

O objetivo da pesquisa é promover conhecimento sobre a experiência da medida protetiva


de acolhimento institucional e aprofundar sobre o conceito de Estigma, tendo como campo o
ambiente escolar.

Objetivo Específico
Investigar a relação entre estigma e o contexto escolar de crianças e adolescentes em
medida protetiva de acolhimento, a fim de gerar conhecimentos que possam contribuir para
melhoria no atendimento destes alunos.

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Justificativa

O Brasil tem grande número de crianças e adolescentes em situação de acolhimento


institucional. De acordo com a norma legal, crianças e adolescentes são afastadas do convívio
familiar em função de situações que as colocam em risco, sendo colocadas, em caráter provisório,
em instituições onde devem residir até que seja possível sua reintegração na família de origem ou
extensa, ou ainda quando esgotados todos os recursos a colocação em família substituta.
É necessário considerar que este período não será uma experiência vazia. Por isso, deve-
se visualizar o tempo do acolhimento como concreto, produtor de significados e constituinte de
sujeitos
Em outubro de 2009, assumi a coordenação da entidade de acolhimento de crianças e
adolescentes do município de Casa Branca. Na época a instituição passava por um momento
muito difícil, chegou até ser formada uma comissão para intervir a fim de garantir qualidade e
dignidade no atendimento dos acolhidos.
Com a formação da equipe técnica da Entidade e o quadro funcional reestruturado a
maioria dos problemas internos foram, aos poucos, encaminhados e solucionados.
Mas, o mesmo não acontecia com os problemas escolares, porque embora as crianças e
adolescentes já apresentassem melhora nas relações intrapessoais e interpessoais os problemas
comportamentais e consequentemente o baixo desempenho pedagógico não diminuíam.
Nas reuniões semanais da equipe da Casa de Acolhimento, os funcionários e técnicos
apontavam as constantes reclamações escolares, que geralmente referiam-se a indisciplina.
Frequentemente as escolas entravam em contato solicitando a presença do coordenador ou
outro responsável para tomar providencias com relação a indisciplina dos acolhidos . O que me
chamou a atenção foi que na maioria das vezes ao entrar na escola era surpreendida com a
seguinte pergunta: “Você veio para falar do aluno do Abrigo?”. Ou então, quando se referiam ao
nome do aluno ou aluna sempre era acompanhado pelo termo “Abrigo”, como se esta fosse uma
marca indissociável da pessoa.
Com base em discursos como estes, onde muitas vezes não são propriamente dos efeitos
do acolhimento em sua constituição como indivíduos, mas da percepção que genericamente se
tem acerca dos acolhidos, muitas vezes fundamentada no processo histórico das entidades de
acolhimento que por muito tempo, se ainda não, vista como lugar de delinquentes e marginais

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que este trabalho propõe uma discussão sobre o Estigma em função da experiência de
institucionalização de crianças e adolescentes em medida protetiva de acolhimento, tomando
como base os estudos de Erving Goffman.

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Metodologia

Para a execução da pesquisa serão utilizadas bases bibliográficas (livros, sites oficiais e
artigos científicos) já publicados referentes ao tema e suas variáveis como apoio em pesquisas já
efetivadas, partindo de suas respectivas conclusões. Além disso, a pesquisa contará com um
relato pessoal da pesquisadora, visto que como coordenadora da Entidade de Acolhimento,
vivenciou junto com os acolhidos experiências relevantes a temática proposta.

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Bibliografia

COTTA, Maria Amélia de Castro. O brincar das meninas órfãs institucionalizadas.


Dissertação de Mestrado: UNIMEP. 2005.

GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 1961.

_________________ Estigma. Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 1988.

MARCONDI, M.A. (Org.) Falando de abrigo: cinco anos de experiência do Projeto Casas de
Convivência. São Paulo: FEBEM, 1997.

PRESTES, Andréia B. Ao Abrigo da Família: Emoções, cotidiano e relações em Instituições


de abrigamento de crianças e adolescentes em situação de risco social e familiar.
Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Paraná. 2010.

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