1. Introdução
A criação de Unidades de Conservação é hoje um dos principais instrumentos para a
conservação da biodiversidade (BENSUASAN, 2006), tendo por objetivo a preservação in
situ, que consiste na “[...] conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção
e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios”. (BRASIL, 2000).
Ao se considerar a fragilidade natural dos sistemas ambientais no semi-árido
brasileiro, as Unidades de Conservação da Caatinga são de fundamental importância como
instrumentos para a manutenção da diversidade biológica e do equilíbrio ecológico do
bioma.
A Caatinga se caracteriza como um Bioma exclusivamente brasileiro, pois, dentre as
regiões semi-áridas dispersas pelo planeta ele só está presente no território brasileiro (SILVA
et al, 2003) caracterizando-se, por si só, numa área de interesse no que diz respeito à sua
manutenção.
O trabalho se propõe discutir as políticas de conservação para o bioma caatinga,
tendo como estudo de caso, o Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá.
A área em questão, é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, criada
através do Decreto Estadual nº 26.805 de 25 de outubro de 2002. A unidade ocupa uma área
de aproximadamente 240km² do município de Quixadá, localizado a 167km da capital
Fortaleza.
Sua criação justifica-se em face da raridade e beleza cênica de grande valor
ecológico e paisagístico dos campos de inselbergs existentes na região de Quixadá e da
necessidade de proteção à riqueza natural que garante equilíbrio ecológico ao Sertão
Central, dada a sua natural fragilidade e permanente estado de risco face às intervenções
antrópicas.
2. Metodologia
A elaboração do artigo seguiu duas fases. A primeira se caracterizou por uma revisão
da literatura pertinente ao tema em questão. Foi consultada uma ampla bibliografia a
respeito da Política Ambiental no que diz respeito às Unidades de Conservação do Bioma
Caatinga, procurando discutir as principais ações dessa política. Além da pesquisa, foram
realizados trabalhos de campo no Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá, afim de se
observar em campo os desdobramentos dessa política em uma Unidade de Conservação
localizada na região do Semi Árido cearense.
3. Resultados e Discussões
3.1. Caracterização da Caatinga
A Caatinga ocupa aproximadamente 12,14% do território nacional, e 70% da região
Nordeste, (CASTELLETTI, 2003) se estendendo pelos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão e o Norte de Minas
Gerais, ocupando uma área total de 1.037.517,80km² (CASTELLETTI, op. cit.), abrigando
um efetivo demográfico de aproximadamente 28.098.321 de pessoas Caracterizando-se
assim como a zona semi-árida mais populosa do mundo (AB’SABER, 1985).
4. Conclusões
Evidencia-se que a caatinga, em razão dos processos históricos de uso e ocupação e
também pela fragilidade dos seus ambientes naturais, vem sofrendo ao longo dos últimos
cinco séculos um profundo processo de alteração de suas condições naturais. Essa
degradação tem colaborado para o avanço da desertificação em algumas regiões do
Nordeste Brasileiro.
Porém, apesar da condição de semi-aridez, o Bioma Caatinga apresenta uma série de
condições peculiares, pois dentre as dentre as regiões semi-áridas dispersas pelo planeta
ele só está presente no território brasileiro. Alem disso, a caatinga abriga uma grande
diversidade de espécies tanto da fauna como da flora, sendo em sua grande parte
endêmicas do Nordeste Brasileiro.
No entanto, as Unidades de Conservação do bioma ainda são insuficientes para
garantir a efetiva conservação de seus aspectos naturais, estes já em avançado grau de
alteração pelas atividades humanas.
Este fato se mostra claro no Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá, onde a
existência da área natural protegida, não garante a conservação da natureza.
5. Referências Bibliográficas
SOUZA, M. J. N. de. et. al. Plano de Manejo do Monumento Natural dos Monólitos de
Quixadá. Convênio SEMACE/IEPRO, Fortaleza, 2006