Comunicação
RESUMO:
O ato de se comunicar é considerado tão natural para o homem que alguns cientistas a
mostrar o comportamento do cérebro mediante a fala, leitura, escrita e audição, tal como
INTRODUÇÃO:
1
Professora-Supervisora da disciplina Fonoaudiologia III (Afasia) com especialização em Linguagem
Humana pela Unama
2
Acadêmica do 4º ano do Curso de Fonoaudiologia; Monitora das disciplinas Fonoaudiologia II e III
(vespertino).
3
Acadêmica do 4º ano do Curso de Fonoaudiologia; Monitora das disciplinas Fonoaudiologia II e III
(matutino).
INTRODUÇÃO:
mensagens entre um emissor e um receptor, que pode ser através de uma linguagem
elas: a comportamental (Skinner, 1957) que defende a linguagem como uma atividade
genética, mas a atividade cerebral por si só não basta para justificar um comportamento
Rocha (1999) afirma que, a linguagem é, antes de mais nada, uma mímica
motora a qual necessita da produção do som para ser vinculada a outros indivíduos.
como a mímica facial, por exemplo, sendo a maioria aprendida muito cedo e outras mais
REVISÃO DE LITERATURA:
homem apresentou uma capacidade motora facial, manual e orofaríngeana que pudesse
Ainda segundo o autor, não se sabe ao certo há quanto tempo o homem adquiriu
mais detalhado da fisiologia lingüística no cérebro humano surgiu apenas quando foi
(tomografia, radioisótopo).
partir das observações e dos estudos sobre as patologias da fala. Conforme Lent (1994),
Jakubovicz e Cupello (1996) e Rocha (2000), no século XIX, Marc Dax verificou que
por Paul Broca, em 1961. Ele acreditava no princípio da localização, isto é, o tipo e o
encefálica.
frontal inferior ocupando toda a porção opercular e parte da porção triangular. Prestes
(1998), Jakubovicz & Cupello (1996), afirmam que a lesão decorrente na parte inferior
Segundo Rocha (1999), alguns anos depois, o médico alemão Carl Wernicke
temporal.
Rocha (1999) afirma que o médico alemão constatou que a lesão desta área resultou na
perda da capacidade de compreensão das palavras e frases das línguas faladas pelos
que lesões na área de Wernicke resultam em uma afasia fluente, mas com déficit de
compreensão.
! A FALA:
face, língua, faringe e laringe, é controlada pelos nervos cranianos trigêmio, facial,
hipoglosso e acessório. Para o autor, os atos motores de fonação são organizados pela
área de Broca (córtex pré – motor) que controla o córtex motor associado a musculatura
atos motores para produzir distintos fonemas que constituem palavras de uma frase. O
autor afirma que parte desta informação é enviada, ao mesmo tempo em que é
necessário a participação dos núcleos de base (Globo Pálido, Substância Negra, Núcleo
Rubro, Núcleo caudado) que são estruturas sub-corticais que controlam o automatismo
emissão vocal;
fala e esta localizada, em geral no hemisfério esquerdo. Com relação à organização das
fonética, modulação emocional e etc.) estão localizadas no córtex frontal direito. Esta
afirmação remete a uma intensa troca de informação entre os dois hemisférios para
integração entre a programação fonética e a prosódia. Para o autor, estas trocas inter-
emotivo. O autor afirma que, esse é um processo que dificulta o reconhecimento dos
fonemas produzidos pelo falante, realizado pelo córtex auditivo e verbal do ouvinte.
! A ESCRITA:
Com relação à escrita, Rocha (1999), afirma que, são envolvidos vários outros
sistemas como o visual e auditivo, assim como a motricidade da mão. Jakubovicz &
Cupello (1996), descrevem que a escrita envolve o pólo receptivo visual, no caso da
cópia, e o pólo auditivo no caso do ditado, sendo em ambos o movimento dos dedos e
Segundo o autor, há uma área pré-motora situada à frente da área motora da mão
que é responsável de organizar os atos motores para a escrita nos processos de ditado,
processos sofrem uma modulação das áreas parietais de integração polissensorial, que
para a escrita, é o giro angular, onde há uma convergência dos sistemas visual e
! A AUDIÇÃO:
Segundo Santos & Russo (1993), o ouvido humano está em sua maior parte
sendo esta última composta pelo labirinto e a cóclea, onde estão localizadas as células
sensoriais. Rocha (1999) menciona que estas células funcionam como receptores de
freqüências.
receptores distribuídos em várias regiões da cóclea, que são peculiares a este fonema.
fonemas utilizados pelas línguas humanas. Jourdaim (1998) afirma que a trajetória de
uma música, por exemplo, abre caminho desde o labirinto, indo de um núcleo para o
outro, em uma viagem da cóclea para o córtex. O tronco cerebral observa as relações
cada um dos seus aspectos entra em desvios, que conduzem aos circuitos neurais
características que são particulares de cada fonema. No núcleo geniculado medial são
dois ouvidos e testar as diferenças nos sons que ouvem através dos corpos olivares.
Toda esta estrutura existente no tronco cerebral se configura como um sistema difuso
! A LEITURA:
entanto, a análise das relações espaciais partilhadas pelas diferentes palavras é melhor
analisada pelo hemisfério direito. O resultado das análises deste processamento vai de
O autor afirma que é no hemisfério esquerdo que a palavra lida encontra o seu
retina para o córtex pelo sistema magnocelular, que leva informações rápidas sobre
células de forma piramidal cujas fibras arborizam extensamente no córtex oposto, onde
assimetria.
Carpenter (1978) afirma que em relação à grande parte das funções superiores, a
dominância cerebral parece ser uma das mais importantes. O autor preconiza que a
! A EMOÇÃO NA LINGUAGEM:
As palavras por si só não bastam para dar significado ao que se quer dizer, a
maneira como se fala muitas vezes pode mudar completamente o significado das
dominante.
síndrome, haja vista que o paciente: (1) não reconhece parte de seu próprio corpo; (2)
1976).
CONCLUSÃO:
Se comunicar, aos olhos do leigo, é tão comum e natural que quase não é
significantes, que por sua vez dá todo o sentido à nossa vida social. Neste jogo de
afirmar que a experiência muda o cérebro, pois de outra forma não conseguiríamos
explicar o fato de que tenha levado dois mil anos para a humanidade desenvolver um
código lingüístico e uma criança refazer este caminho de forma aparentemente simples
ponto da música fazer sentido para um ouvido e para um cérebro que se desenvolveram
há mais de 300 milhões de anos com uma finalidade de detectar sons, como mecanismo
de proteção.
AZCOAGA, J. et al. Los Retardos del Lenguaje en el Niño. Buenos Aires: Paidós,
1981.
LENT, R. Nossos Dois Cérebros Diferentes. Revista Ciência Hoje. Vol.16 número 94,
1994.