CAPÍTULO
INTEGRAÇÃO NUMÉRICA
5.1 - Introdução
I ( f ) = ∫ f ( x ) dx
b
(5.1)
a
I ( f n ) = I n ( f ) = ∫ f n ( x ) dx
b
(5.2)
a
f ( x ) − f n ( x ) ∞ = máx f ( x ) − f n ( x ) → 0 quando n → ∞
a ≤ x ≤b
(5.3)
f n ( f ) = I ( f ) − I n ( f ) = ∫ [ f ( x ) − f n ( x )]dx
b
(5.4)
a
de onde se escreve
E n ( f ) ≤ ∫ f ( x ) − f n ( f )dx
b
(5.5)
a
E n ( f ) ≤ ∫ f ( x ) − f n ( f )dx ≤ (b − a ) f ( x ) − f n ( f ) ∞
b
(5.6)
a
120
f ( x) − f n ( x) f ( x) − f n ( x)
máx | ƒ – ƒn | máx | ƒ – ƒn |
a a b
b x x
(b − a ) f (x ) − f n ( f )
∫ f (x ) − f ( f ) dx
b
n
a
Figura 5.1 – Erro no cálculo da integral no intervalo [a, b] em decorrência do uso da função
aproximada f n ( x ) .
I n ( f ) = ∑ w j , n f (x j ,n ), n ≥ 0
n
(5.7)
j =0
5.2 – Regra do
Trapézio
121
f (a ) + f (b )
I1 ( f ) = (b − a ) (5.8)
2
h j = x j − x j −1 = h, j = 1, 2, K , n (5.9)
onde
b−a
h= (5.10)
n
x j = a + jh = h, j = 1, 2, K , n (5.11)
y
y
f (b ) f (x2 ) f ( xn−1 ) f (b) = f ( xn )
f ( x1 )
f ( xi )
f (a )
f ( xa ) = f (a )
a b x x0 = a x1 x2 K x j K xn −1 b = xn x
(a) (b)
Figura 5.2 – Integração numérica com a regra do trapézio. (a) 1 intervalo; (b)
n intervalos.
Vemos na Fig. 5.2(b) que temos agora n trapézios, onde a área de cada
trapézio é dada por
f (x j −1 ) − f (x j )
Aj = h j = 1, 2, K , n (5.12)
2
122
Escreve-se então
n n
I ( f ) = ∫ f (x ) ≅ ∑ ∫ f ( x ) dx ≅ ∑ A j
b xj
a x j −1
j =1 j =1
[ ] [
f (x j −1 ) + f (x j ) = ∑ f (x j −1 ) + f (x j ) ]
n n
h h
=∑ (5.13)
j =1 2 2 j =1
n −1
f ( x0 ) + h∑ f (x j ) + f ( x n )
h h
2 j =1 2
Usando a notação
f j = f (x j ) j = 1, 2, K , n (5.14)
escreve-se, portanto,
1 1
I n ( f ) = h f 0 + f 1 + f 2 + L + f n (5.15)
2 2
ou então,
f n −1
f
I n ( f ) = h 0 + ∑ f j + n
(5.16)
2 j =1 2
h h
w0,n = ; w j , n = h, j = 1, 2, K , n − 1 wn ,n = (5.17)
2 2
f (x j −1 ) + f (x j )
Aj = h j , j = 1, 2, K , n (5.18)
2
onde
h j = x j − x j −1 , j = 1, 2, K , n (5.19)
hj
[ f (x ) + f (x )]
n
I( f )≈ In ( f )= ∑ j −1 j (5.20)
j =1 2
123
5.3 – Regra de
Simpson
f (x )
f (c ) = f (xk )
f (a ) = f ( xk −1 )
f (b ) = f ( xk +1 )
ƒ(b
P2 ( x )
x k −1 xk = c xk +1 = b x
124
Desejamos encontrar uma aproximação para
I ( f ) = ∫ f (x )dx
b
(5.22)
a
I 2 ( f ) = ∫ P2 ( x )dx
b
(5.23)
a
b
I 2 ( f ) = ∫ f (a )
(x − c )(x − b ) + f (c ) (x − a )(x − b ) + f (b ) (x − a )(x − c )dx
a
(a − c )(a − b ) (c − a )(c − b ) (b − a )(b − c )
(5.24)
b−a a+b
h= e c= →a−c=b−c=h (5.25)
2 2
h a +b
I2( f )= f (a ) + 4 f + f (b ) (5.26)
3 2
x j = a + jh, j = 0, 1, 2, K , n (5.27)
b−a
h= (5.28)
n
Considerando os pontos (x 2 j − 2 , f (x 2 j − 2 )) , (x 2 j − 2 , f (x 2 j −1 )) e (x 2 j , f (x 2 j ))
n
com j = 0, 1, 2,K, , a integral para o polinômio de segundo grau ajustado para
2
estes pontos é calculada a partir da Eq. (5.26),
I 2j ( f ) = ∫
x2 j
x2 j − 2
P2j ( x )dx =
h
3
[ ]
f (x 2 j − 2 ) + 4 f (x 2 j −1 ) + f (x 2 j ) , j = 0, 1, 2, K ,
n
2
(5.29)
125
Escreve-se então,
P2j ( x ) dx = ∑ ( f 2 j − 2 + 4 f 2 j −1 + f 2 j )
h
n 2 n2
I ( f ) = ∫ f ( x ) dx ≅ ∑ ∫
b x2 j
j =1 3
a x2 j − 2
j =1
(5.30)
f 2 j − 2 = f (x 2 j − 2 )
I( f ) ≅
h
( f 0 + 4 f 1 + f 2 ) + h ( f 2 + 4 f 3 + f 4 ) + L + h [ f n − 4 + 4 f n −3 + f n −2 ] + h [ f n − 2 + 4 f n −1 + f n ]
3 3 3 3
(5.31)
ou seja,
n n
−1
I ( f ) ≅ f 0 + 4∑ f 2 j −1 + 2∑ f 2 j + f n
2 2
h
(5.32)
3 j =1 j =1
h h n
ω 0,n = , ω 2 j −1, 2 = 4 , para j = 1,2, K , , ω 2 j ,n
3 3 2
n h
para j = 1,2, K , − 1 e ωn , m = (5.33)
2 3
5.4- Quadratura
Gaussiana
I ( f ) = ∫ f ( x ) dx ≅ ∑ ω j , n f (x j ,n )
1 n
(5.34)
−1
j =1
126
Na Fig. 5.4 é representada uma situação em que se busca a determinação
dos pontos de colocação x j , e dos respectivos pesos ω j de forma que a área do
trapézio formado pela reta y = α 0 + α 1 x no intervalo [− 1, 1] seja igual ao valor
da integral I ( f ) ,
∫ (α + α 1 x ) dx = ∫ (x ) dx
1 1
0 (5.35)
−1 −1
Simplificando a notação,
I ( f ) = ω1 f ( x1 ) + ω 2 f (x 2 ) (5.37)
f ( x ) = a 0 + a1 x + a 2 x 2 + a 3 x 3 (5.38)
f ( x ) = a 0 + a1 x + (x − x1 )( x − x 2 )(β 1 + β 2 x ) (5.39)
127
Comparando as Eqs. (5.35) e (5.39) conclui-se então que x1 e x2 têm que
ser escolhidos de forma que
∫ (x − x )(x − x )(β + β 2 x ) dx = 0
1
1 2 1 (5.40)
−1
∫ (x − x )(x − x ) dx = 0
1
1 2 (5.41a)
−1
∫ (x − x )(x − x )x dx = 0
1
1 2 (5.41b)
−1
2
+ 2 x1 x 2 = 0 (5.42a)
3
x1 + x 2 = 0 (5.42b)
1 1
x1 = − e x2 =
3 3
(5.43)
∫ (α + α 1 x ) dx = ω1 f ( x1 ) + ω 2 f ( x 2 )
1
0
−1
(5.44)
1
x2 −1 1
α0x 1
−1 + α1 = 2α 0 = ω1 f + ω 2 f =
2 −1 3 3
(5.45)
α α α
ω1 α 0 − 1 + ω 2 α 0 + 1 = α 0 (ω1 + ω 2 ) − 1 (ω1 − ω 2 )
3 3 3
128
Da Eq. (5.45) obtém-se então
ω1 + ω 2
→ ω1 = ω 2 = 1
ω1 − ω 2 = 0
(5.46)
1 1
I ( f ) = f − + f (5.47)
3 3
Pn ( x ) =
1 dn 2
n
(
n
x −1
n
) (5.48)
2 n! dx
P0 ( x ) = 1
P1 ( x ) = x
P2 ( x ) =
1
2
(
3x 2 − 1 ) (5.49)
(
P3 ( x ) = 5 x 3 − 3 x
1
2
)
(
P4 ( x ) = 35 x 4 − 30 x + 3
1
8
)
129
Na Fig. 5.5 são representados os polinômios de Legendre P1 (x ) a P4 (x ) .
P0 (x)
P2 (x)
P4 (x)
1 1
− +
3 3
P3 (x)
P1 (x)
Pn ( x ) =
1
[(2n − 1)x Pn−1 (x ) − (n − 1)Pn −2 (x )] (5.50)
n
−2
ω j ,n = , j = 1, 2, K , n
(n + 1)Pn′ (x j ,n )Pn +1 (x j ,n )
(5.51)
130
Observando que
dP2 ( x )
= 3x (5.52)
dx
obtém-se da Eq. (5.51),
−2 −2
ω j,2 = = (5.53)
dP ( x )
3 2 P3 ( x ) x 3 × 3x j ,n
1
2
(
5 x 3j ,n − 3 x j , n )
dx x j , n j,n
ω1, 2 = ω j 2, 2 = 1 (5.54)
-1 1 x
131
b−a
t= x+c (5.55)
2
t=
(b − a ) x + (b + a ) (5.56)
2 2
dt b − a b−a
= → dt = dx (5.57)
dx 2 2
t = a → x = −1
(5.58)
t = b → x =1
b−a b − a (b + a ) dx
∫ f (t )dt = 2 ∫
b 1
f x+ (5.59)
−1
a
2 2
5.5 – Integração em
Duas Dimensões
I( f ) = ∫ ∫ f (x, z )dz dx
b d
(5.60)
a c
b−a
xi = a + (i − 1)∆x com ∆x = (5.61)
Nx −1
d −c
z j = c + ( j − 1)∆z com ∆x = (5.62)
Nz −1
Usando a dupla interpolação linear apresentada na Seção 4.3 e
considerando a avaliação da função com f (ξ ,η ) onde com xi −1 ≤ ξ ≤ xi e
z j −1 ≤ η ≤ z j , as Eqs. (4.12) e (4.13) são reescritas como
132
ξ − xi −1
γ = (5.63)
xi − xi −1
η − z j −1
α= (5.64)
z j − z j −1
f (ξ , z j −1 ) = (1 − γ ) f (xi −1 , z j −1 ) + γ f (xi , z j −1 )
f (ξ , z j ) = (1 − γ ) f (xi −1 , z j ) + γ f (xi , z j )
(5.65)
f (ξ ,η ) = (1 − α ) f (ξ , z j −1 ) + α f (x i , z j ) (5.66)
xi − xi −1 xi + xi −1 z j − z j −1 z j + z j −1
ξ = xi −1 + = η = z j −1 + = (5.67)
2 2 2 2
γ = α = 0,5 (5.68)
133
e das Eqs. (5.65) e (5.66),
f (ξ ,η ) =
1
{f (xi−1 , z j −1 ) + f (xi , z j −1 ) + f (xi −1 , z j ) + f (xi , z j )} (5.69)
4
f i, j =
1
( f i−1, j −1 + f i, j −1 + f i −1, j + f i, j ) (5.70)
4
f ( x, z ) dz dx ≈ ∑∑ vi , j = ∑∑ f ij ( xi − xi −1 )(z j − z j −1 )
Nx Nz Nx Nz
I( f ) = ∫
b d
a ∫ c
i =2 j =2 i =2 j =2
(5.72)
As Eqs. (5.61) e (5.62) foram escritas para uma malha computacional
regular com espaçamento constante (em cada direção) entre dois nós
consecutivos. A Eq. (5.72) pode então ser reescrita como
Nx Nz
I ( f ) = ∆x∆z ∑∑ f ij (5.73)
i =2 j = 2
5.7 – Exercícios
I ( f ) = ∫ f ( x ) dx
b
134
5.7.1.4 – Use as rotinas computacionais para o cálculo da integral da função
f ( x ) = e 3 x no intervalo [0,2] .
Observações:
i) Varie o número de intervalos usados com a regra do trapézio e com a regra de
Simpson para observar a convergência do resultado.
ii) Varie o grau do polinômio de Legendre, n, para observar a convergência dos
resultados com o uso da quadratura de Gauss-Legendre.
iii) Comente todos os resultados obtidos. Inclua nos comentários uma comparação
da velocidade de convergência dos métodos.
I (τ0 , µ)
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 µ
Figura 5.8 – Intensidade da radiação transmitida através de uma placa de espessura óptica τ0 ,
em função do cosseno do ângulo polar µ.
T= 0
1
(5.74)
2π ∫ µdµ
0
135
Realize então as seguintes tarefas:
2π ∫ I (0, − µ )µdµ
1
R= 0
1
2π ∫ µdµ
0
Tabela 5.1 – Valores da intensidade da radiação refletida obtidos com uma interpolação por
splines cúbicos dos dados apresentados na Tabela 4.11.
Ponto µi I (0,− µ i )
1
2
3
M
N
136
5.7.4 – Ao se buscar a solução de um problema de transferência de calor por
radiação em uma cavidade cilíndrica de raio a e comprimento L , conforme a
representação esquemática feita na Fig. 5.9, chega-se à seguinte formulação
matemática adimensional.
γ
ϕ (ξ ) = 1 + λ ∫ ϕ (η )K (ξ ,η )dη , 0 ≤ ξ ≤ γ (5.75)
η =0
λ =1− ε (5.76)
3
η −ξ + η −ξ
3
K (ξ ,η ) = 1 − 2 (5.77)
{(η − ξ ) + 1}
2
3
2
x
ξ= , 0≤ x≤ L (5.78)
2a
L
γ = (5.79)
2a
2 2
x
x= x=
x=0
x=L
137
Com a estimativa ϕ 1 (ξ ) uma nova estimativa é obtida fazendo
γ
ϕ 2 (ξ ) = 1 + λ ∫ ϕ 1 (η )K (ξ ,η )dη , 0≤ξ ≤γ (5.81)
η =0
γ
ϕ n (ξ ) = 1 + λ ∫ ϕ n −1 (η )K (ξ ,η )dη , 0 ≤ ξ ≤ γ (5.82)
η =0
até que um critério de parada estabelecido a priori seja satisfeito, por exemplo
γ γ
∫ξ ϕ n (ξ )dξ − ∫ ϕ n −1 (ξ )dξ < δ (5.84)
=0 ξ =0
lim ϕ n (ξ ) = ϕ (ξ ) (5.85)
n →∞
β (ξ ) =
1
[1 − εϕ (ξ )] (5.87)
λ
γ
z = 4πa 2 ∫ β (ξ )dξ (5.88)
ξ =0
138
5.7.4.2 – Apresente os resultados na forma de tabelas e gráficos para os
seguintes parâmetros:
γ= ε=
ξ ϕ β
γ
0
0,05
0,1
M
0,95
1
ϕ, β
ξ
0
γ
1
139